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aula 1 Olha para pobreza e desigualdade, e decide estudar economia política; Marshall diz que pobreza foi o que norteou todo o seu projeto de vida. Quebra com a economia política clássica e começo de uma nova ortodoxia. Marshall tinha uma preocupação em tornar os homens dignos dos céus; para ele, a pobreza tinha um efeito degradante sobre a natureza/ faculdades humanas. A pobreza degrada moralmente, intelectualmente e fisicamente. Então, ele estuda a economia para resolver a questão da pobreza. Ele pergunta: Por que tantas vidas são gastas na miséria? E por que há tantas caras fatigadas e mentes pouco desenvolvidas? Ele responde: Por que não há riqueza o suficiente e quando não há, é mal distribuída e utilizada. Com melhores casas, com melhor comida, menos trabalho duro e mais lazer, a grande massa da nossa população poderia levar uma vida bem melhor do que leva agora, uma vida mais elevada e bem mais nobre. Para ele, a ausência de bens materiais, moradia saudável, educação, lazer, trabalho excessivo, eram elementos que contribuíam para a pobreza. Apresenta então, uma agenda de reformas sociais que visava melhorar o capitalismo -Concordava com o capitalismo, apesar dos problemas. Para ele o Socialismo era muito idealista – Acreditava que se poderia combater a pobreza com uma versão diferente da lei dos pobres: concordava que estes precisavam de algum tipo de auxílio; defendia o investimento maciço em educação, pois melhorava a quantidade de oportunidades; vê a educação como um aumento de produtividade e a produtividade leva á um aumento de salários (as pessoas deixam de trabalhar em funções repetitivas e degradantes); distribuição de renda via impostos; fiscalização de moradias como cortiços, etc. Essa agenda foi apresentada quando tomou posse em uma dar mais importantes cadeiras de economia na Inglaterra. Eram as propostas dele. Marshall faz uma crítica a Jevons, sobre dizer que o valor depende inteiramente da utilidade. Ele diz que Jevons está sendo muito radical, que na verdade, os custos de produção também têm que ser levados em conta na determinação do valor. Ele vai partir da utilidade para construir a curva de demanda, o lado do consumidor. Mas a curva de demanda sozinha não determina preço. A curva de oferta para Marshall está relacionada ao custo de produção, o lado do produtor. E conjuntamente, essas duas coisas determinam o preço. Marshall relaciona a oferta á sacrifícios e a demanda a utilidade/ força do desejo gera disposição a pagar – Vai fazer uma conversão do que está na cabeça do consumidor em dinheiro; A expressão monetária de quanto você quer o bem é sua disposição a pagar por ele. A expressão monetária do sacrifício envolvido na produção do bem, vai ser aquilo que você exige pra se submeter aquele sacrifício. Curva da demanda é feita com base na utilidade, medida através na disposição de pagar; Curva de oferta é feita com base no sacrifício, medido através do quanto você exige para se submeter a esse sacrifício. Apesar de saber que tudo depende de tudo, que tudo na economia está interligado, ele adota a ideia de equilíbrio parcial: analisar mercados individualmente. Exemplo: Quando o mercado de chá for afetado, o de café também será, mas você não precisa olhar o equilíbrio de mercado de cortadores de unhas; você vai pegar mercado próximos e ver como eles interagem. aula 2 A medida se encontra no preço que uma pessoa se dispõe a pagar pelo cumprimento da satisfação do desejo. Tal como Jevons, Marshall fazia uma distinção entre utilidade total e utilidade marginal (Grau final de utilidade). A utilidade relevante, em sua opinião, seria a utilidade marginal do bem, ou seja, os acréscimos de utilidade que você obtém, quando você acrescenta a última unidade ao seu consumo. Estabelece uma lei da utilidade marginal decrescente: os indivíduos vão ficando crescentemente saciados do bem e, portanto, acréscimos do bem ao consumo, vão acarretar acréscimos cada vez menores de utilidade. Então, a utilidade marginal de alguma coisa pra um indivíduo diminui a cada aumento da quantidade que ele já possui dessa coisa. Se a utilidade marginal de todos os bens decrescem na medida em que aumenta a quantidade consumida do bem, como se explica a heroína, um bem em que quanto mais você consome, mais você deseja unidades adicionais desse bem? Isso é uma exceção a lei da utilidade marginal decrescente? É a questão do tempo, que o tempo não muda o caráter do homem. Se você conseguisse fixar um nível de vício, a droga teria utilidade marginal decrescente como qualquer outro bem. O problema é que, a cada consumo, você muda o gosto, a relação com o bem. Então, a lei da utilidade marginal decrescente só vale com o ceteris paribus; você tem que manter o gosto da pessoa em relação a esse bem congelado/ constante. Em relação a droga, o nível de vício vai aumentando, portanto, a relação do bem com a pessoa está se modificando – é como se tivesse várias curvas de utilidade marginal, todas elas decrescentes, e não uma com utilidade marginal crescente. Marshall também fala de música e limpeza; O autor diz que a lei da utilidade marginal decrescente está supondo ceteris paribus, está se supondo que o gosto não está se alterando. Lei da utilidade marginal decrescente: está relacionando utilidade marginal com quantidade. O Marshall vai chegar à curva de demanda negativamente inclinada. Para ele, existe uma relação inversa entre preços e quantidades. Ele fixa a utilidade marginal da moeda, fixando renda e então fala que a utilidade marginal da moeda (trocando a moeda por bem) / a utilidade marginal do dinheiro está fixo para ele / A unidade monetária tem a mesma utilidade ao longo de todo o período – enquanto que, a utilidade marginal do bem está caindo na medida em que se aumenta a quantidade. Então você está disposto a trocar cada vez menos, daquele bem que tem utilidade constante, por aquele bem que tem utilidade decrescente. Você está igualando a utilidade da moeda com a utilidade da última compra que você faz. É dessa forma que ele chega a uma curva de demanda decrescente, ou seja, quanto maior a quantidade do bem, menor é sua utilidade marginal, e portanto, menor á disposição de dar moeda em troca desse bem adicional (que tem uma utilidade menor do que antes); então, menor é a disposição a pagar por esse bem e aí você chega numa relação inversa entre preços e quantidades. Tabela de procura: É a base para a construção da curva de demanda. Representa as relações entre as quantidades, e os preços que os indivíduos estariam dispostos a pagar por essas quantidades / a quantidade que a pessoa estaria disposta a consumir a cada nível de preço. A primeira unidade que consumo, tem muita utilidade para mim, então estou disposto a pagar bastante por ela ou, se o preço for alto, eu tenho que consumir pouco, pra igualar a utilidade marginal do bem pelo preço que eu estou pagando por ele. Agora, se eu aumento a quantidade, a segunda unidade tem um valor menor para mim, tem uma utilidade menor, portanto eu vou estar disposto a pagar menos para ter acesso a essa segunda unidade. Então é estabelecida uma relação entre quantidades e disposições a pagar por cada uma dessas quantidades. Quanto o indivíduo está disposto a pagar? Não dá pra saber – o que vai estabelecer o preço de equilíbrio no mercado vai ser o cruzamento de oferta e demanda. Em cima de uma mesma curva de demanda varia o que? Preços e quantidades – tomando todas as demais coisas que poderiam afetar ou preço ou quantidade, como sendo constantes. Para Marshall o que está por trás da demanda, é a utilidade marginal decrescente. Você está igualando a utilidade do dinheiro, com a utilidade da última unidade consumida desse bem. Se eu estou consumindopouco, a utilidade dessa última unidade que eu adicionei ao meu consumo é muito grande para mim, então, estou disposto a pagar muito. Agora, se já consumi muito desse bem, a utilidade da última unidade é menor, portanto, eu estou disposto a pagar cada vez menos para ter unidades adicionais do bem. Você estabelece dessa forma, uma relação inversa entre preços e quantidades em cima da curva de demanda. Se o preço é alto, eu tenho que consumir pouco para igualar a utilidade dessa quantidade – a utilidade tem que ser muito alta para eu pagar um preço muito alto. Se o preço cai, eu posso estender meu consumo até a utilidade marginal ser um pouco menor. Essa relação só pode ser estabelecida, se for congelada muitas outras coisas, como gostos, renda, preços de bens substitutos e complementares; se você deixa variar tudo ao mesmo tempo, você pode aumentar a quantidade consumida do bem e a disposição a pagar por ele, mas não por que existe um relação positiva entre preços e quantidades, e sim por que o gosto pelo bem aumentou ou por que a renda aumentou e a utilidade marginal do dinheiro caiu, enfim, tem uma série de coisas. Se você não congela tudo, você não consegue evidenciar a relação entre preço e quantidade da forma que Marshall fala. Slide 6 Se a quantidade é pequena, a utilidade marginal do bem é alta -> consumidor estará disposto a pagar muito por ela. Alternativamente, se a quantidade é grande -> o consumidor mais saciado -> disposição a pagar pelo bem é maior. Importante: Para construir a curva de demanda é necessário impor cláusulas ceteris paribus -> isola a relação quantidade e disposição a pagar -> congela (ou põe em sono hipotético) todos os demais fatores que podem afetar essa relação -> gosto, renda, preço de bens correlatos, etc. Quando esses fatores variam -> a curva de demanda se desloca. Quando a gente tira as outras variáveis do tal sono hipotético que foi impostas á elas, as suas curvas vão se deslocar. Quando você varia só preços e quantidades, você está em cima de uma mesma curva; quando você varia qualquer outra coisa, você tem que definir qualquer outra relação entre preços e quantidades, para esse novo gosto, renda, apreço por bens correlatos. Slide 7: Exemplo, mercado de chá -> cai preço de café. A curva de demanda por chá, D0 é definida para um preço de café P0 -> quando o preço de café cai para P1 (café e chá são substitutos no consumo) -> chega-se à curva de demanda D1 -> curva de demanda por chá se desloca para a esquerda. Uma curva de demanda D0 (D zero) de chá, está definida para um determinado preço de café, supondo que café é um substituto de chá. Para 2 quantidades, eu estou disposto á pagar R$10 ou se o preço for R$10, estou disposto a consumir 2 unidades. Se a quantidade for 3, estou disposta a pagar R$8 (um pouco menos), pois minha utilidade marginal caiu, ou se o preço R$8, a quantidade de consumo pode ser maior do que antes, por que aí eu posso estender meu consumo, de forma a igualar a utilidade marginal do bem ao preço menor. Por que o número cai? Por que você está ficando saciado do bem, a utilidade marginal dele está caindo e sua disposição a pagar também cai. Vamos supor que o preço do café diminua. A queda do preço do café tem a implicação de que os consumidores estão consumindo mais café do que antes e isso vai ter um impacto no mercado de chá, ou seja, se você está consumindo mais café do que antes, essas duas unidades não tem dão o mesmo prazer de antes. Você vai ter que diminuir sua quantidade, para estar disposto a pagar R$10 por ela, ou para 1 unidade eu estaria disposto á pagar, por exemplo, 8. Para 3 unidades, agora que eu já estou tomando café, ela tem uma utilidade menor para mim, portanto, eu estaria disposto a pagar R$6 e não R$8, ou, alternativamente, pra eu poder para R$8, eu tenho que reduzir meu consumo de forma a aumentar minha utilidade marginal. Por fim, a curva de demanda se deslocou para a esquerda e, a nova curva de demanda, representa toda uma nova relação entre preços e quantidades. Slide 8 Aumenta o gosto pelo bem -> o consumidor terá uma disposição a pagar mais pelas quantidades (uma vez que obtém maior satisfação do que antes) -> desloca a demanda para a direita. O mesmo acontece quando se altera o gosto pelo bem. Lana del rey usa uma jaqueta e de repente essa jaqueta passa a ser muito desejada. O consumidor passa a estar disposto a pagar mais por cada unidade consumida. Para todas as unidades adicionadas ao meu consumo, eu vou ter uma utilidade marginal maior do que antes. Lembrando que aqui, estamos alterando um padrão que antes era constante. Cada unidade traz mais prazer adicional ao consumidor, do que antes. Slide 9 Para chegar à curva de demanda de mercado -> soma as quantidades demandadas por cada um dos consumidores do mercado a cada nível de preço. Nesse caso, mercado não existe mais a relação com utilidade marginal, pois utilidade marginal é um conceito individual (não vale para o mercado) -> a curva de demanda de mercado é negativamente inclinada por conta das inclinações das demandas individuais. Marshall enuncia a lei da demanda (ou procura): Quanto maior a quantidade a ser vendida, a fim de que possa achar compradores, ou em outras palavras, a quantidade procurada aumenta com a baixa, e diminui com a alta do preço. Como saímos da curva de demanda do indivíduo e chegamos no mercado? Como, a partir das várias curvas de demanda individuais, das várias disposições a pagar, vários consumos a diferentes níveis de preço, enfim, como se chega na curva de demanda de mercado desse bem? Se o preço for R$10, quanto vai consumir o primeiro consumidor? 5. O segundo vai consumir 3. O terceiro vai consumir 5. Qual a demanda total? É a soma, 13 – a nível de preço R$10. A cada nível de preço, você vai descobrir os consumos individuais e soma-los. Assim, você vai sair da curva de demanda individual e vai para a de mercado. Então, para se chegar na curva de demanda de mercado, você soma as quantidades demandas por cada um dos consumidores que compõem o mercado, a cada nível de preço. Se no caso da demanda individual, existe uma relação entre utilidade marginal e preços, no caso do mercado, isso já não se mantém. Não existe uma utilidade marginal para o mercado. A utilidade é um conceito individual. O que se tem no mercado, é uma relação entre preços e quantidades, que vão ser negativamente relacionadas/ inclinadas. No mercado se fala lei da demanda. Marshall cria o conceito de excedente do consumidor e diz que há excedente do consumidor, no sentido que, o mercado ao fixar o preço, permite que todas as unidades sejam consumidas ao equivalente a utilidade marginal da última. Oferta: agentes de produção No livro IV, Marshall começa a abordar a outra lâmina da tesoura – o lado da oferta. Ele considera quatro agentes de produção: 1) Terra que inclui: “a matéria que a natureza oferece livremente para ajudar o homem, em terra e água, em ar, luz e calor” 2) Trabalho: o “esforço econômico do homem seja com a mão ou com o cérebro” 3) Capital: a “quantidade de riqueza acumulada considerada antes como um meio de produção que como fonte de satisfação (consumo)” 4) Organização, que ele discute no final do livro quando fala em economias internas e externas. Marshall vai falar que Jevons estava errado ao falar que utilidade é o único determinante do valor e que Ricardo também estava errado ao falar que custo de produção era o único determinante do valor. Você precisa das duas coisas para determinar preços e quantidades de equilíbrio. Para falar da oferta, temos que falar de quem está envolvido na produção: terra, trabalho, capital e organização. Slide 11 Marshall apresentauma analogia entre a demanda (ou procura) e a oferta: “Enquanto a procura é baseada no desejo de obter mercadorias, a oferta se baseia sobretudo na superação da relutância em suportar ‘incômodos”. Estes são em geral de duas ordens: o trabalho e o sacrifício que existe em adiar o consumo” O sacrifício envolvido no trabalho é em geral reconhecido por todas as escolas de economia, mas o sacrifício relacionado a adiar o consumo já é mais questionado. Marshall segue autores como sênior e aceita que adiar o consumo é um incômodo, mas rejeita o termo abstinência -> prefere ‘espera’. Slide 12 Para Marshall as pessoas preferem consumir sua riqueza no presente a consumi-la no futuro: “A natureza humana é constituída de tal maneira que estimando o ‘valor atual’ de uma vantagem futura, a maioria geralmente faz uma [...] dedução de seu valor futuro, na forma que podemos chamar de ‘desconto’, que aumenta com o período pelo qual a vantagem é protelada”. Sendo assim, o fato de não consumir indiretamente a riqueza -> a ‘espera’ (que está na base da poupança e da formação do fator capital) representa um ‘sacrifício’, e como tal, ter que ser remunerado para que indivíduos incorram nele. Slide 13 Trabalho: O ‘sacrifício’ relacionado ao trabalho aumenta com a sua dureza e duração. A motivação mais frequente que leva as pessoas a trabalharem é o desejo de obter vantagem material, ou seja, dinheiro. O incômodo (ou sacrifício) relacionado ao trabalho é denominado desutilidade marginal do trabalho e aumenta em geral com cada aumento da quantidade de trabalho: “O desprazer do trabalho adicional aumenta, em parte por que, á medida que o tempo deixado para o repouso e outras atividades diminui, o prazer do tempo livre adicional aumenta”. Slide 14 No caso do trabalhador, que está decidindo trabalhar uma hora a mais, qual é o cálculo que ele faz? Enquanto a utilidade que se obtém com o salário adicional for maior que o ‘sacrifício’ relacionado a essa hora adicional -> vale a pena trabalhar mais -> o benefício adicional cobre o custo adicional. A curva de oferta de trabalho iguala a desutilidade marginal do trabalho a utilidade do salário-> como a desutilidade marginal do trabalho é crescente com as horas trabalhadas, os trabalhadores exigirão mais para se submeterem a essas horas adicionais -> Slide 15 Marshall apresenta uma primeira definição de preço de oferta do bem: “Tal como o preço preciso para atrair compradores para qualquer quantidade dada de uma mercadoria foi chamado preço de procura para essa quantidade [...] assim o preço necessário para mobilizar o sacrifício necessário para produzir qualquer quantidade dada de uma mercadoria pode ser chamado de preço de oferta” O preço de oferta mostra quanto será necessário que cada quantidade de uma mercadoria custe (em termos monetários) para induzir os produtores a encararem Slide 16 Porém o trabalho não é, usualmente, o único fator de produção -> há também a terra, o capital e a organização -> estes também afetam o preço de oferta do bem -> veremos que a curva de oferta nem sempre será positivamente inclinada. [...] viajei e parei de prestar atenção na aula - muitos minutos depois... Para se submeter a esses sacrifícios, você precisa de um incentivo e o preço do bem, tem que ser capaz de cobrir esse sacrifício, de forma a te incentivar a incorre nele. Por trás da curva de oferta, tem sacrifícios reais e o preço do bem tem que ser tal, que cubra esses sacrifícios reais relacionados ao trabalho e a espera. Sacrifício relacionado ao trabalho: Por que as pessoas trabalham? Pelo dinheiro. O incômodo do trabalho ou, o sacrifício relacionado a este vai ser chamado de desutilidade marginal do trabalho por Marshall, e, vai aumentar com a natureza e duração do trabalho. Utilidade marginal: utilidade da última parcela adicionada ao meu consumo. Desutilidade marginal do trabalho: É o sacrifício, o incômodo relacionado a última hora de trabalho -> o quanto você tem acréscimo de incômodo, sacrifício ou desutilidade (utilidade com sinal negativo), quando você adiciona mais uma hora de trabalho. Ela cresce na medida em que você vai trabalhando mais. A medida em que você trabalha mais horas, o sacrifício relacionado a cada hora adicional vai crescendo, a desutilidade também. A desutilidade marginal do trabalho cresce com a quantidade de horas trabalhadas. Como um trabalhador decide, se trabalha ou não? Qual é a escolha que o trabalhador faz, ele mede isso contra o que? Salário. Quanto eu vou ganhar para trabalhar essa hora a mais e o quanto isso me traz de utilidade, por ter esse dinheiro adicional. Se trabalhar uma hora a mais, me traz 15 de desutilidade e 20 de utilidade, eu vou trabalhar pois, a utilidade do salário é maior que a desutilidade do trabalho. Eu vou trabalhar enquanto o benefício for maior que o sacrifício. A curva de oferta do trabalho é a relação de salário e a quantidade de trabalho e, ela vai ser crescente pois, você vai exigir mais á medida de horas que você trabalha. Em cima da curva de oferta de trabalho, você está igualando a utilidade marginal do salário e a desutilidade marginal do trabalho. Sabendo que a desutilidade marginal do trabalho cresce, como fica a curva de oferta, no caso de o trabalho ser o único agente de produção? Ex: dar aula. O preço de oferta é o preço necessário para mobilizar o sacrifício necessário para produzir qualquer quantidade dada de uma mercadoria. Preço de oferta: o que o bem tem que custar para que uma unidade seja levada ao mercado; para cada quantidade, é definida um preço de oferta que é o quanto aquele bem tem que custar para que essa quantidade seja levada ao mercado, e isso está relacionado ao sacrifício que tem que ser coberto para produção dessa unidade. Como o sacrifício é maior para produzir duas unidades do que uma unidade, o preço de oferta pra induzir que duas unidades de aula sejam levadas ao mercado, vai ter que ser maior do que antes. Então, o preço de oferta de uma aula vai ser o quanto essa aula tem que custar para me induzir a dar essa aula - isso tem que cobrir meu sacrifício de dar essa aula. Como ficaria essa curva de oferta? Positiva, pois á cada hora trabalhada, mais sacrifício e, portanto, você é mais remunerado. Toda essa análise acima foi feita baseada no pressuposto de o trabalho ser o único agente de produção, e este ser dar aulas. Foi apenas um exemplo. Não levar isto em consideração para o resto. O trabalho não é, em geral, o único agente de produção: Há terra, capital e organização. Considerando os outros agentes de produção, a curva de oferta pode ter qualquer inclinação. Horizontal: Quando se aumenta a produção, o preço de oferta (o que induz os produtores a levarem a mercadoria para o mercado nessa quantidade, não se alterem, independentemente da quantidade), a curva pode ser negativamente inclinada; pode ser que para levar quantidades maiores para o mercado, você pode cobrar menos por quantidades adicionais. Casos assim geralmente estão ligados ao fator organização; exemplo: ganhos de escala, como produção de carros. Lei da demanda: relação inversa entre preços e quantidades. Lei da oferta: a curva pode ter qualquer inclinação. Pode existir uma positivamente inclinada, onde prevalece o sacrifício crescente do trabalho, mas pode existir uma negativamente inclinada, onde prevalece os ganhos de escala (os custos caem, quando aumenta a escala de produção). aula 4 1) O que é o preço de oferta de uma mercadoria? É o preço suficiente para pagar/ mobilizar os esforços necessários para a produção de determinada quantidade de mercadoria. O preço de oferta, da mesma forma que o preço de demanda, estão ligadosa uma quantidade – quando falamos de preço de oferta sempre se trata de uma determinada quantidade, então, o preço de oferta de uma determinada quantidade é o preço que induz os produtores e seu conjunto a levarem essa quantidade ao mercado. O preço de oferta de 10 unidades, é o preço que faz com que no conjunto, os produtores se submetam aos incômodos relacionados a produção de 10 unidades e as levem para o mercado. Marshall fala dos custos reais dos incômodos relacionados ao trabalho e as espera, e depois ele transforma isso em despesas monetárias; ele vai falar de uma série de despesas que vão estar compondo o preço de oferta dessa mercadoria. O preço de oferta de determinada quantidade de mercadoria, vai ser composto pelo preço de oferta das quantidades correspondentes de fatores de produção necessários à produção dessa mercadoria. Para produzir 20kg de lã: quantidade de lã para produzir esses 20kg, capacidade gerencial, aluguel, lucros, etc. Tudo isso vai entrar como preço de fator de produção, e, portanto, como preço de oferta. O preço de oferta, representa praticamente as despesas e custos de produção, de determinada quantidade de lã. O autor diz que a composição desses fatores de produção, vão variar de acordo com a quantidade. Para você cultivar um terreno e produzir 2t de milho, você irá usar uma enxada, mas se você vai plantar 300 hectares, você vai usar animais, etc. Os produtores escolhem os fatores de produção mais apropriados ao seu objetivo, a soma dos preços de oferta desses fatores é em geral menor do que a soma de qualquer outro grupo de fatores que possam substituí-lo. Para cada quantidade, você vai escolher aquela combinação de fatores de produção que resulte em um preço de oferta total menor do que qualquer outro -> princípio da substituição. Que preço de oferta? Marshall pensa a indústria como uma floresta; Tamanhos diferentes de firmas, que a gente viu que devido às questões das economias internas, tem custos diferentes. Se preço de oferta tem a ver com custos, de que custos estão se falando? Da pequena, média, grande? Por isso o autor introduz a ideia de firma representativa; a firma média, que goza das economias internas, externas médias, das habilidades gerenciais médias. Essa é uma firma típica, uma firma representativa do setor. Marshall não vê todas as firmas como sendo iguais e tendo um único custo de produção; é uma floresta, com várias firmas. Mas ao montar a curva de oferta do mercado, ele vai estar relacionando o preço de oferta daquela firma representativa. 2) Quais são as principais hipóteses que Marshall faz sobre o mercado para chegar ao equilíbrio entre oferta e demanda? Livre concorrência; acesso às informações de forma completa; o tempo não pode mudar os gostos e preferência de outras pessoas; (tem mais dois). -Não pode haver conluios de qualquer espécie; os vendedores não podem se reunir para definir um preço. Os compradores também não podem realizar esta ação. Cada um está agindo de forma atomizada no mercado, são todos pequenos e ninguém tem a capacidade de influenciar isoladamente o preço. -Conhecimento perfeito: O consumidor e o produtor conhecem o mercado, o que está acontecendo, de forma suficiente para não estarem dispostos a pagar mais do que os outros estão pagando, nem vender por menos do que os outros vendedores estão vendendo. -As circunstâncias gerais de oferta e demanda não estão sendo alteradas; ceteris paribus – é congelado todo o resto. Para fixar a oferta no lugar, o custo não pode variar, não pode haver novos concorrentes. Para fixar a demanda, não pode variar gostos, preços de bens alternativos. Essas condições tem que estar estáveis para as curvas não ficarem pulando pra lá e pra cá o tempo todo. Para definir equilíbrio, as duas curvas tem que estar estáveis e para ter as curvas no lugar, não se pode deixar variar as condições de mercado. 3) Como é construída a tabela de oferta? A curva de oferta tem necessariamente uma inclinação positiva? A tabela de oferta representa os preços de oferta de cada quantidade, relacionada às respectivas quantidades. A curva não é sempre positivamente inclinada; conforme a quantidade de produtos produzidos vai aumentando, os produtores mobilizam esforços para diminuir os custos dos fatores de produção: desenvolvam tecnologias, usem animais, etc. O preço de oferta de 20 unidades, vai ser R$10 – isso quer dizer que para induzir que os produtores levem 20 unidades ao mercado, cada uma delas tem que custar R$10. 32 unidades, custa R$15 – o que cada uma das 32 unidades tem que custar para que, 32 unidades sejam levadas ao mercado; vai ter que custar 15, por unidade. 45 unidades custam R$20 – para que 45 unidades sejam levadas ao mercado, cada uma delas tem que custar R$20. Sempre relacionar preço de oferta de uma determinada quantidade á quantidade. Nos casos mencionados acima, o gráfico vai ter uma curva crescente ou, uma curva de oferta positivamente inclinada ou, rendimentos decrescentes. Na medida em que se produz mais, o preço de oferta de cada unidade vai ficando mais caro. Por que os custos estão crescendo? Tem vários fatores, como por exemplo a desutilidade marginal do trabalho: para trabalhar mais, você exige mais. Também tem os rendimentos decrescentes da terra, na qual o autor acredita; tem a questão da espera – poupança – que está vinculada ao capital, você tem que ter juros crescentes, para induzir as pessoas a abrir mão do consumo presente, para ter mais consumo no futuro. Ou seja, para Marshall, vários agentes de produção influenciam para a curva de oferta ter essa inclinação. Mas, ele também diz que não necessariamente isso acontece, e é possível ter uma curva de oferta horizontal: o preço de oferta não modifica com o aumento da quantidade; o quanto os produtores vão exigir para levar 10 unidades ao mercado é R$10 e para levar 50 unidades ao mercado é necessário que cada uma custe R$10 também. Nesse caso, quer dizer que os custos crescentes são exatamente compensados pelos custos decrescentes e em geral, relacionados as economias de escala. Quando você aumenta a produção, você tem ganhos de custos, você reduz custos da firma, seja por questão de a indústria estar em uma mesma localidade, seja por questão de conhecimento, tamanho da firma, etc. Aqui, os custos crescentes são exatamente compensados pelos custos decrescentes á escala. Tem coisas que levam ao aumento de custos, tem coisas que levam ao decréscimo de custos, na medida em que se aumenta a quantidade. Na curva horizontal, os custos se compensam; para qualquer quantidade o preço de oferta será igual. Você pode ter também, queda de custos com o aumento de quantidade. Ex: indústria automobilística. Levar 50 unidades, custa R$100 por unidade. Levar 200 unidades, custa R$30 por unidade. Nesse caso: Custos decrescentes ou rendimentos crescentes da escala. Não existe uma lei da oferta, da mesma forma que existe uma lei da procura/ demanda. Pra conseguir mais compradores, deve se baixar o preço. Na oferta, você não tem esse tipo de lei, ela pode ter qualquer configuração. Custos de produção: tudo que é necessário pro produtor levar aquela determinada quantidade ao mercado. 4) O que caracteriza a situação de equilíbrio que o mecanismo e que mecanismo entra em ação quando o mercado se encontra fora de equilíbrio? Ponto de equilíbrio: intersecção entre a curva de oferta e de demanda. Á determinado preço, quantidade demandada = quantidade ofertada. Quando se está fora do equilíbrio, por exemplo, a quantidade demandada está igual a quantidade ofertada -> preço sobe. Ao contrário, quando a oferta está maior que a demanda, o ajuste se dá através da diminuição do preço, até chegar ao equilíbrio (essa é a formaque vemos em introdução a economia, mas não é a forma que Marshall pensa). Para uma determinada quantidade, você está em equilíbrio quando o preço de demanda é igual ao preço de oferta. E quando há desequilíbrio, o preço de demanda está diferente do preço de oferta. E como se dá o ajuste? Marshall fala sobre a margem de dúvida: por exemplo, se o preço de oferta é maior que o preço de demanda, aqueles que estão na margem de dúvida entre produzir ou não, acabam não produzindo -> quantidade ofertada diminui. Logo, o ajuste é via quantidade. A relação entre preço de procura e preço de oferta. Preço de oferta de uma dada quantidade, é o preço ao qual os ofertantes estão dispostos a levar essa quantidade ao mercado, incluindo todos os seus custos, lucro, etc. O preço de demanda de dada quantidade, é o preço ao qual essa quantidade encontra compradores. Equilíbrio: para uma dada quantidade, o preço de oferta é igual ao preço de demanda. Nessa situação, há o repouso, os demandantes estão comprando o que querem, ao preço que querem e os ofertantes estão vendendo ao preço que desejam. Desequilíbrio: preço de demanda é diferente do preço de oferta. Enquanto o preço de demanda está maior do que o preço de oferta, você consegue vender aquela unidade por muito mais do que ela te custa. O lucro está sendo extraordinário -> você tem estímulos a aumentar a produção. Quando o preço de oferta é maior que o preço de demanda, alguns vão quebrar, outros decair, a quantidade cai. Se preço de demanda > que preço de oferta: você consegue vender por mais do que você precisa e a quantidade sobe. Se preço de oferta > preço de demanda: Te custa mais pra produzir do que pra vender e então, a quantidade cai. O equilíbrio é estável, quando você tende a voltar para ele. As tabelas de procura e de oferta na prática, não permanecem alteradas ao longo do tempo, mas, são constantemente alteradas e cada variação delas altera quantidade e preço de equilíbrio. Assim, desloca-se o centro em torno dos quais a quantidade e preço tendem a oscilar | As condições de oferta e demanda se alteram, e então se altera o centro de equilíbrio em torno dos quais preço e quantidade tendem a oscilar; agora você tem outro equilíbrio. Exemplo: Descobre-se que ao longo do tempo arroz causa câncer; agora se tem uma demanda menor de arroz. Pra cada quantidade, o preço que se consegue cobrar pelo arroz vai ser menor do que antes, por que houve uma mudança negativa de gosto em relação a esse bem. Como os agentes vão te levar de uma quantidade q0 e P0, para uma relação q1 e p1? Q0= equilíbrio | Para a quantidade q0, o preço ao qual você consegue compradores (Pd), é igual ao preço que os produtores exigem para levar q0 ao mercado, que é PO. Essa é a situação de equilíbrio inicial. Mas, há uma mudança de gosto em relação a esse produto, ou seja, a curva de demanda se desloca para a esquerda. Com a nova demanda, não existe mais equilíbrio: enquanto a curva de oferta se manteve constante, os consumidores estão dispostos a pagar menos pelo produto | Os custos para produção do produto se mantiveram, mas agora este terá que ser vendido por um preço menor. Só vai ser possível vender q0 por um preço menor daquele que te cobre o custo de produção. No novo preço q1, o equilíbrio está estabelecido novamente. O que faz alterar a curva de oferta? Qualquer coisa que faz alterar os custos de produção. Aqui, vamos supor algo que reduza os custos de produção, como a queda no preço do diesel que beneficia uma empresa de frete, fazendo esta cobrar menos pelos seus produtos. Você estava produzindo q0, agora os seus custos diminuíram. A curva de demanda não se alterou, só que agora, com custos menores, o preço que eu exijo para levar q0 ao mercado é menor do que antes. Agora o preço de demanda, é maior que o preço de oferta: as pessoas estão ganhando bem mais e então vão aumentar a quantidade e conforme você aumenta a quantidade, você chega a q1, aonde o preço de demanda se igual novamente ao preço de oferta. Quando você está em equilíbrio, não precisa alterar suas decisões. Está todo mundo satisfeito, não há incentivo para produzir mais, nem para produzir menos, todos ficam estáticos. Quando se fala de oferta para Marshall, deve se atentar a questão do tempo. O tempo de ajuste da oferta: a oferta demora tempos diferentes para ajustar. Período de mercado: Quando a oferta é fixa, não tem como alterá-la. Curto prazo: Você tem capacidade de alterar a oferta. No curto prazo a capacidade instalada é dada, então você tem como ajustar a quantidade, porém dentro de um certo limite. No longo prazo você pode construir ou fechar fábricas. Ex: pergaminhos do século XII – está dada a quantidade deles. O que então, determina seu preço? Se tem muita ou poca gente querendo comprar os pergaminhos. Para ele oferta e demanda determinam valor, mas quanto menos você deixa a oferta se ajustar, maior é o papel da demanda. E quanto mais tempo a oferta ficar se ajustando, maior vai ser o seu papel. Fichamento 1 Alfred Marshall certamente pode ser colocado entre os principais pensadores da Economia Política. Determinou conceitos fundamentais até hoje utilizados na análise microeconômica e consolidou a teoria neoclássica como dominante no pensamento econômico. Assim, aprofundando conceitos do Marginalismo de Jevons, Marshall deu novos ares à análise econômica em comparação com a economia política clássica. Talvez a contribuição mais importante, dentre tantas outras, desse autor tenha sido a dedução das clássicas curvas de oferta e demanda. Alfred Marshall dedica boa parte de sua principal obra (Princípios de Economia) aos estudos que elucidam como essas duas componentes da economia são constituídas e como se comportam até alcançar o equilíbrio de mercado. Cabe, então, analisar a visão marshalliana acerca delas. A demanda segundo Marshall Para Marshall, a definição de demanda é a busca dos seres humanos por satisfazer suas necessidades através da compra de mercadorias. Quando adquiro um bem é com vistas a cumprir um desejo meu. A satisfação que surge com essa aquisição é chamada de utilidade, também relacionada ao termo necessidade. Qual a utilidade, ou seja, qual a necessidade do bem que compro e quanto de satisfação ele pode me dar? A medição desse fator nunca é direta, mas é, na Economia, feita pela determinação dos preços. O preço de um bem no mercado é o sinal mais eficiente, segundo Marshall, da sua capacidade de me satisfazer, ou seja, de sua utilidade. A utilidade total da aquisição de várias quantidades de uma mercadoria é sempre crescente. Mas ela aumenta a taxas decrescentes. Quando estou 10 horas sem tomar água, minha sede é tamanha que um gole de 20 ml consegue diminui-la muito. Ele possui alta utilidade. Se eu tomar mais do mesmo volume, me satisfaço consideravelmente, mas menos do que antes. O segundo nível de utilidade é ainda alto, mas menor do que o primeiro. E assim vou tomando mais e mais até que as utilidades dos acréscimos sucessivos vão diminuindo a tal ponto que fico em dúvida se tomo mais 20 ml ou não. A decisão de tomar esse último gole é uma decisão marginal. Podemos dizer, portanto, que a utilidade marginal decresce a cada acréscimo de quantidade. Se aplicarmos o mesmo raciocínio na compra de uma mercadoria, a aquisição última dela é chamada de compra marginal, uma vez que mede a margem de dúvida se devo ou não comprar, tendo em vista o quanto de utilidade ela pode me trazer. O preço dessa aquisição, por sua vez, é denominado preço de procura marginal. Ele sempre diminui conforme mais de um mesmo bem é comprado, já que o benefício marginal decresce a cada acréscimo. Pode-se ver que Marshall determina a curva de demanda a partir da medida de utilidade marginal. Esta é alta quando as quantidades adquiridas são baixas e diminui na medida em que mais é comprado. Por essa razão que o gráfico possui uma curva cuja inclinação é negativa: o preço de procura marginal diminui conforme mais de um bem pode ser comprado, de modo que assim possa atrair maior número de compradores. Cabe dizer aqui que, para Marshall, a demanda do mercado é a soma das demandas individuais. A oferta segundo Marshall Na visão de nosso autor, os ofertantes possuem quatro agentes principais: o trabalho, o capital, a terra e a organização. A oferta, por sua vez, constitui-se na superação da relutância em suportar incomodidades, as quais têm origem principalmente nos dois primeiros fatores. Quando se fala em trabalho, as incomodidades decorrem principalmente da fadiga excessiva, da insalubridade, de um ambiente ruim dentro da firma, etc. Tudo isso contribui para elevar cada vez mais a “desutilidade marginal do trabalho”. Quanto ao capital, o adiamento da satisfação com os ganhos, ou seja, a espera que leva à acumulação de capital, constitui seu custo e sua incomodidade. Esses custos, somados às despesas com matérias-primas e outros fatores de produção, formam o preço de oferta. Este, por sua vez, precisa ser o mínimo suficiente para induzir um capitalista a levar a produção adiante e lucrar com ela. Tomando por base esse raciocínio, Alfred Marshall enuncia o princípio de substituição: as firmas que usam fatores menos eficientes e mais custosos, elevando o preço de oferta, são naturalmente substituídas pelo mercado por empresas mais eficientes, as quais utilizam fatores mais baratos, culminando em menor preço de oferta. Marshall introduz no estudo de Economia a análise de um novo elemento: o tempo, que é delimitado em três períodos básicos. O período de mercado, aquele em que a oferta é fixa. O curto período, em que a demanda é mais influente no preço de mercado, possui pelo menos um fator fixo, mas a produção pode se alterar dentro de uma capacidade instalada. Finalmente, o longo período, em que os preços de mercado se baseiam principalmente na oferta, não possui nada fixo. A potencial variação dos agentes pode alterar a capacidade instalada, que ora aumenta ora diminui. Estabelecidos todos os critérios, o autor inglês ainda acrescente que as curvas de oferta podem ser de inclinação positiva, negativa ou até mesmo nula. Tudo depende do comportamento dos custos de produção. No primeiro caso, o mais comum, eles crescem na medida em que a produção aumenta. No segundo, típico de indústrias de grande escala, há uma diminuição dos custos conforme aumenta a aplicação produtiva. Quando os custos são constantes, independentemente da produção, a curva é horizontal. Quando o preço de demanda é maior que o de oferta, temos que os produtores recebem mais do que o necessário para produzir e auferir lucro. Há, dessa forma, estímulos para aumentar a quantidade colocada no mercado. Na situação oposta, a firma está ganhando menos do que o suficiente. Há incentivo para cortar a produção e reduzir as quantidades. Essas são medidas que acentuam a tendência para o equilíbrio de mercado, em que os preços e, consequentemente, as quantidades, se igualam. Nesse caso, o capitalista ganha o estritamente necessário para produzir e lucrar. Fichamento 2 - incompleto Livro III – Capítulo III: Gradações da procura por consumidores. (1) Quando um comerciante adquire materiais para sua produção, tem como objetivo os lucros que pode conseguir. Os lucros dependem do risco e de outros fatores, mas, á longo prazo, o preço da venda das mercadorias depende do preço que os consumidores pagarão. A procura dos consumidores rege a procura dos comerciantes. Utilidade=desejo ou necessidade; a medida do desejo na economia se encontra no preço que uma pessoa se dispõe a pagar pelo cumprimento a satisfação do seu desejo. A compra feita resulta em satisfação. Lei das necessidades saciáveis ou utilidade decrescente- Quando maior for a quantidade que eu tenho de um determinado bem, menor será o beneficio adicional que eu extraio a cada unidade extra. Utilidade total- Prazer total ou outro benefício que o bem proporciona. Utilidade marginal- diminui a cada aumento da quantidade que ele já possui dessa coisa. Compra marginal- marca a margem de dúvida sobre se é vantagem gastar o que o bem vale para adquiri-lo. Se eu mesmo fabricar ao invés de comprar, a utilidade da parte que eu penso valer a pena fabricar. Observação: Nessa lei, admita-se que com o tempo, o caráter e gosto do consumidor não mudou. (2) Tradução de lei em termos de preço: “Ou seja, 2 xelins por uns libra mede a utilidade do chá para essa pessoa no limite, margem, termo ou fim de suas compras: mede a utilidade marginal para ela. Se o preço que ela está decidida a pagar para obter uma libra se denomina seu preço de procura, então 2 xelins é o seu preço de procura marginal; Quando maior for a quantidade de uma coisa que uma pessoa possui, menor será o preço que ela pagará por um pouco da coisa “-seu preço de procura marginal para a coisa descreve. Sua procurasse torna eficiente somente quando o preço que se dispõe a oferecer alcança aquele pelo qual estão dispostos a vender.” até então não está sendo levado em conta, alterações na utilidade marginal do dinheiro ou poder aquisitivo das pessoas.” Não se alterando os recursos matérias de uma pessoa, a utilidade marginal do dinheiro para ela é uma quantidade fixa, de sorte que os preços que ela se decida a pagar por duas mercadorias estão, um em relação ao outro, na mesma razão de utilidade das duas mercadorias.
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