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Políticas Públicas (Resumo) - Marta Maria Assumpção Rodrigues - Publifolha

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O conceito de políticas públicas não é único, pois varia de acordo com o enfoque teórico adotado e o contexto político
e social ao qual ele se aplica. 
O que é Estado? 
Max Weber: O Estado resulta de um processo histórico de concentração de poder que ocorre na Europa entre o final
da idade média e os primeiros séculos da Idade moderna. Desse processo surge, a tendência ao monopólio da coerção
legítima no Estado em contraposição ao exercício da violência privada sob a tutela de interesses dispersos. 
Nesse sentido, o Estado moderno é constituído por um conjunto de instituições públicas que envolvem múltiplas
relações com o complexo social num território delimitado. Para implementar as decisões que tomam, essas instituição
tem como último recurso a supremacia que normalmente exercem sobre o controle dos meios de coerção em dado
território. 
Essas transformações histórias acarretam na organização burocrática do Estado e no reordenamento jurídico da
sociedade com o reconhecimento por parte do Estado dos direitos dos cidadãos. 
Da organização burocrática do Estado nasce a administração pública: Conjunto de atividades ou ações do
Estado, que por serem definidas por leu ou pelos atos de governo, visa a execução de tarefas de interesse
público. 
Do reordenamento da sociedade, com base em um sistema jurídico que garanta as liberdades fundamentais
com a aplicação da lei por intermédio de juízes independentes nasce o Estado de direito. 
Do reordenamento da sociedade com base em um sistema de proteção social que garanta renda mínima,
saúde, educação, habitação, saneamento e segurança como direito de todo cidadão, nasce o Estado de
Bem-Estar social, Welfare State.
O caráter público das políticas públicas não se dá pelo agregado social que o bem que elas produzem atingem, mas
sim, pelo simples fato de essas políticas serem mandatórias e impositivas. É o Estado que detém o poder e a
autoridade para fazer valer á toda a população que vive num território delimitado as políticas que se processam de
diversos interesses, necessidades e demandas da sociedade. 
As demandadas podem ter origem na sociedade (inputs) ou poder decorrer de demandas administrativas (withinputs).
Por exemplo, as demandas podem ser por regulação, controle ou aperfeiçoamento de processos sociais e econômicos
(combate à corrupção, defesa do meio ambiente, concessão de serviços públicos, etc), por ampliação da participação
no sistema político (voto das mulheres e analfabetos) ou ainda por reivindicação de bens e serviços públicos
(educação, saúde, habitação, transportes, segurança). 
Definição de políticas públicas como a intervenção do Estado no ordenamento da sociedade por meio de ações
jurídicas, sociais d administrativas. 
O que é governo?
Conjunto de indivíduos que orientam os rumos da sociedade,pois ocupam posições na cúpula do Estado. Os indivíduos
que fazem parte do governo participam do processo decisório do qual resulta o desenho das políticas públicas que se
pretende implementar. Adequam os meios disponíveis aos fins almejados. Para atender as demandas e interesses da
sociedade operam por intermédio de sistemas complexos de tomada de decisões que se dividem entre: definição da
agenda, formulação, implementação e avaliação do programa. 
Comparato considera o aspecto gerencial do governo (government by policies) em contraponto ao seu aspecto legal
(government by law), como determinante á produção de políticas públicas. Afinal, government by policies supõe o
levantamento de informações precisas sobre a realidade nacional e mundial. Supõe o desenvolvimento de técnica
previsional, a capacidade de formular objetivos possíveis e de organizar a conjunção de forças ou mobilização de
recursos - materiais e humanos - para sua consecução, em uma palavra, o planejamento. 
Já o government by law é quem decide as regras e rotinas que se aplicam a administração pública como um todo em
relação à macro organização governamental, processo de planejamento, orçamento e gestão financeira, funcionalismo,
organização de sistemas e métodos, controle e avaliação e aquisições. 
1
O governo tem poder político para tomar decisões de acordo com as preferências e interesses dos diversos atores.
Num governo democrático, tais preferências e interesses são permanentemente negociados. 
Quem são os atores? 
As políticas públicas são desenhadas por atores políticos que ao exercerem suas funções, minimizam os recursos
necessários para realizá-las. Os atores políticos podem ser individuais ou coletivos e públicos ou privados. Os atores
privados são aqueles que têm poder para influenciar na formação de políticas públicas quando pressionam o governo
a tomar determinadas ações. Exemplos de atores privados são os consumidores, os empresários m, os trabalhadores,
as corporações nacionais e internacionais, os servidores públicos, as centrais sindicais, a mídia, as entidades do
terceiro setor, além das organizações não governamentais, entre outros. Já os atores públicos são os que têm, de fato,
o poder de decidir políticas: Gestores públicos, juízes, parlamentarem, burocratas, políticos, além das organizações e
instituições de governo e as internacionais. 
A implementação de políticas públicas está concentrada nas mãos de gestores, mas nessa fase do processo, indivíduos
de natureza privada também podem realizar tarefas importantes para fazer com que uma determinada política saia do
papel. 
A avaliação de políticas públicas é realizada pelos gestores, além daqueles que fazem parte dos mecanismos de
controle social e de controle interno como os Tribunais de Contas e Ouvidorias em seus vários níveis. Atores externos
que dominem conhecimento específico podem também ser contratados para avaliação. 
Recapitulando 
Como conceito, a política (entendida como forma de atividade ou de práxis humana) está intimamente ligada
à noção de poder. 
Por poder, entendemos aqui a capacidade que o indivíduo ou o Estado tem de influenciar alguém a fazer algo
que de outra forma, não faria.
Já por Estado nos referimos a um conjunto de organizações públicas que interagem com uma determinada
sociedade num território específico. As ações do Estado visam a execução de tarefas de interesse público, que
se realizam pela administração pública. 
Governo por sua vez, constitui-se de um conjunto de indivíduos que decidem sobre os rumos políticos de uma
determinada sociedade. 
Para que as ações tenham efeito positivo, é necessário que os atores políticos demonstrem-se capacidade não
só para diagnosticar e analisar a realidade social, econômica d política em que vivem, mas também para
interagir e negociar de forma democrática com os diferente atores envolvidos no processo. 
Estudos das políticas públicas: modelos e conceitos.
As políticas públicas extraem dinheiro da sociedade pelos tributos pagos pelos cidadãos, regulam comportamentos e
conflitos, organizam burocracias e mercados, e distribuem benefícios e uma variedade de serviços à população. 
Modelo Marxista: Referiu-se às instituições como instrumentos importantes de transformação social e efetivação dos
direitos de cidadania. Nesses termos, as instituições sociais se constituiriam como meio para que fosse alcançado o
objetivo da emancipação da classe operária. Defendendo a necessidade de substituir o programa contra a propriedade
privada pelo projeto de apropriação dos meios de produção, as ideias de Marx e Engels visavam atingir pela raiz o
funcionamento do modo de produção capitalista, fonte de alienação do homem. Para isso, os operários unidos, que
não tem mais nada a perder, são os que têm capacidade de provocar uma mudança radical na sociedade, por meio de
uma nova orientação política. Nessa ótica, o partido operário seria o ator (ou a instituição política) que faria diferença
no processo de transformação da sociedade, pela reorientação das políticas do Estado. Na ótica marxista, o
diagnóstico é de que instituições políticas e sociais constituem o meio para se alcançar a emancipação econômica da
classe operária. 
2
Elitismo“Quem ganha o quê, quando e como” - o primeiro diz respeito ao quem(quais grupos/atores sociais, econômicos,
políticos, militares, religiosos) tem poder para influenciar os decisores de políticas públicas, ou mesmo decidí-las para
conseguir o que se quer (dinheiro, vantagens, privilégios, direitos). O estudo da política é o estudo da influência
daqueles que a exercem. Os que têm influências são aqueles que tomam a maior parte daquilo que se pode tomar.
Aqueles que obtêm a maior parte são Elites, o resto é massa. Nesse sentido, o poder político é concebido como a
capacidade que a elite tem para produzir efeitos intencionais em outras pessoas. Essa capacidade se expressa,
inclusive, na forma como a elite faz uso dos meios de cominação (simbólicos e de manipulação) disponíveis com o
objetivo de influenciar o comportamento do outro. 
Como (coerção, ameaça, consenso, persuasão, barganha políticas, troca de favores, lobby, pressão pública) o
quem consegue o que quer? Quando (em quais situações de oportunidade, de crise, calamidade, catástrofe) um
problema se torna uma questão política? (An issue).
A elite e seus domínios: A referência a elite como um bloco monolítico é enganosa pois ela se compõe não só por
aqueles que ocupam posições-chave na economia mas também na política e no exército. Para Mills, o termo elite do
poder expressa que os altos agentes de cada um desses três domínios (econômico, militar e político) tem
frequentemente um apreciável grau de autonomia e que somente pelos processos complexos da coalizão tomam e
põem em prática as decisões mais importantes. Nesse sentido, a elite se sobressai á massa não só por que a união de
seus membros (capitalistas, militares e políticos) é sua maior fonte de poder, mas principalmente por que sua
capacidade de fazer coalizão lhe dá poder para influenciar as decisões da cúpula. A elite do poder é quem toma as
decisões públicas e orienta os rumos da sociedade – visto que, segundo Mills, tal transformação acarretou o
surgimento de uma democracia apenas formal (no sentido de “eleitoral”) em vez de uma verdadeira estrutura
democrática social. Por isso, as decisões públicas são pautadas pela elite e não resultam da participação social mais
ampla.
A crítica Marxista e liberal: De um lado, marxistas criticaram a visão de que a elite no poder estaria articulada nos três
setores indicados por Mills, posto que a classe dominante é uma só, a dos detentores do poder econômico (donos dos
instrumentos de produção) – em contraposição á classe dominada (os proletários). A crítica dos liberais não nega que
existam elites, pois mesmo numa sociedade democrática há os que têm o poder e aqueles que não o têm. E a
pergunta que esta vertente coloca é: Por que determinados grupos de interesse prevalecem sobre outros para
influenciar as decisões públicas que são tomadas sobre questões pontuais? A questão que ganha atenção deixa de ser
quem decide ou influencia a decisão pública, mas como o fazem, o que deve ser decidido e para quais fins.
Política pública como ação do governo: Agora a questão a ser enfrentada deixa de ser como a elite faz política para
focalizar em quem decide, dentro das estruturas administrativas e burocráticas do Governo, o que o Governo faz.
Hebert Simon elenca alguns dos problemas que os decisores enfrentam ao desenhar políticas. Entre eles ‘estão a
carência de informação precisa e a tênue fronteira entre interesse público e privado (auto interesse), mostrando que a
racionalidade dos decisores é sempre limitada. Para incrementá-la, é necessário constituir um conjunto de regras
administrativas e incentivos políticos que maximizem a previsibilidade dos comportamentos e, simultaneamente,
impeçam os decisores de praticarem políticas em benefício próprio.
Incrementalismo: Políticas públicas mais eficazes são elaboradas e implementadas em contextos em que a
imprevisibilidade política (ou o acaso) deve ser levada em conta. A ação do governo não é uma tábula rasa, isto é,
nunca parte do zero, mas sim, de decisões que já foram tomadas no passado. Decisões prévias constrangem a
capacidade do Governo em adotar medidas radicais, que promovam mudanças substantivas na raiz do problema.
Ademais em contextos em que a estrutura governamental está consolidada e o processo decisório institucionalizado, o
Governo só consegue implementar ações incrementais (não na raiz, mas por ramas). O Governo não tem total
liberdade para alocar os recursos públicos, pois essa decisão envolve relações de poder e não se resume, apenas, a
uma questão técnica. A eficácia das políticas depende da forma pela qual são implementadas - aos poucos, ou seja, de
maneira incremental sem provocar rupturas nem grandes modificações - com base em decisões que são apenas
marginais.
3
Pluralismo
Robert Dahl realizou um estudo de caso pontual na cidade de New Haven, onde decisões sobre problemas
particularmente relevantes para a cidade passaram a ser “resolvidos” por grupos de interesse que prevaleceram sobre
outros e sobre antigas oligarquias. Nesse método decisions consiste a visão pluralista que não vê o Estado na sua
essência como manifestação de uma única fonte de autoridade mas sim como uma multiplicidade de manifestações
que advém da sociedade organizada. Segundo Bobbio, o pluralismo propõe como modelo a sociedade composta por
vários grupos ou centros de poder aos quais é atribuída a função de limitar, controlar e contrataste o centro de poder
dominante, historicamente identificado com o Estado. Esses grupos de interesse podem ser estruturados em torno de
alguma coisa econômicas, étnicas e culturais, representando interesses diversos: Organizações comerciais, sindicatos,
partidos políticos, grupos étnicos, grupos religiosos, etc, entendidos como o conjunto de indivíduos que desenvolvem
e defendem uma atividade ou uma posição comum. Essa formação político social dispor de uma noção de poder muito
mais larga que a do modelo elitista. Constitui por um lado uma garantia do indivíduo contra o poder excessivo do
Estado (com proteção de imbuirias e de direitos de participação) e, por outro, uma garantia do Estado contra a
fragmentação individualista. Dahl vê que num ambiente democrático favorável a participação, grupos organizados
ajudam a formular as ações do Governo. Nesse contexto, a política pública se define menos pela racionalidade dos
seus decisores ou pelo poder da elite e mais pela capacidade que a sociedade civil tem de influenciar as ações do
Governo.
O que o Governo faz e não faz
Peter Bachrach e Morton Baratz: Desenvolveram em 1962 um modelo intitulado “duas faces do poder”. Olhar sobre a
forma pela qual as decisões são tomadas e de outra face, sobre o poder que o Governo tem de previnir uma tomada
de decisão. A questão que adquire importância, desta vez, não se refere mais ao papel das elites, dos decisores ou da
sociedade na produção de políticas. Trata-se, agora, de desvendar qual a conexão entre a face descoberta do poder
(como as decisões de fato são tomadas) e sua face encoberta (a capacidade que o Governo tem de prevenir a tomada
de decisões). Afinal, grandes questões simplesmente não se incluem na agenda, por isso o governo que não toma uma
atitude pública sobre um determinado problema também faz política.
Thomas dye define política pública como o que o governo escolhe fazer ou não fazer. Segundo esse autor, caso o
governo escolher fazer algo perante algum problema (controlar a inflação, manter o meio ambiente limpo), a política
pública adquire característica positiva. Do contrário se o governo decide não agir diante de algum problema público, a
política adquire característica negativa.
Política pública determina a política: Uma tipologia
Lowi examina como as coalizões se formam para dar ou retirar apoio política no processo de formulação de políticas
públicas. O autor argumenta que a percepção dos diversos atores sobre qual pode ser o resultado de determinam
política pública (outcome) não só transforma um problema numa questão política (issue), comotambém determina
as disputas (formas de apoio ou rejeição) em torno de sua decisão, de acordo com arenas diferenciadas de poder.
Essas arenas são: distributiva, redistributiva e regulatória.
Arena distributiva: As decisões tomadas na arena distributiva não levam em conta que os recursos destinados á sua
implementação são limitados. Essas decisões não enfrentam confronto, pois tem impactos individualizados e de curto
prazo. A patronagem faz parte do rol de questões que participam dessa arena de poder.
Arena regulatória: As decisões definem a fronteira entre quem ganha e quem perde , e sua aplicação se dá no plano
na regra geral, isto é, aproximam-se dos paramenteis da lei m. Por envolverem burocracia, grupos de interesse e
grupos políticos, são decisões mais visíveis ao público. As questões referentes a essa arena de poder envolver decisões
que regulamentam setores econômicos e de serviços (como, por exemplo, as telecomunicações e a aviação civil).
Arena redistributiva: lida com amplas categorias de indivíduos privados. As categorias afetadas por essas políticas são
muito mais amplas, aproximando-se das classes sociais (os que têm e os que não tem, burguesia e proletariado,
grandes e pequenas empresas).
4
Agenda setting: O segundo estádio de formação das políticas públicas diz respeito à formação da agenda. Nesse
momento, o problema sobre o qual o governo decidiu agir, torna-se uma questão política, isto é, adquire status de
problema público e as decisões sobre esse problema resultarão efetivamente no desenho de políticas ou programas
que deverão ser implementados na etapa seguinte. Por que alguns problemas ganham espaço na agenda politicando
governo e outros não? Por exemplo, guerras e crises econômicas profundas acabam por formatar quase que
automaticamente a agenda política dos diversos governos. Evidencia-se querem tempos de crise e de guerras, as
variáveis tempo, sendo de oportunidade e liderança são cruciais para a formação da agenda pública, que está
condicionada não só pelo fluxo decisório, mas também pelas expectativas sociais. São exatamente essas variáveis que
compõe o modelo de correntes múltiplas, isto é, a combinação de um problema, um fluxo político e um fluxo de
política pública (formação da agenda governamental), catalogada pela ação empreendedora de um líder político ou
empreendedor público. As pessoas trabalham apenas quando uma combinação especial e particular de problemas,
soluções, participantes, escolhas, alternativas torna isso possível. Da combinação desses elementos, abre-se uma
janela de oportunidade para a ação foi governo formatar a agenda pública (agenda setting). Nessa fase, o governo
deve agir instantaneamente, caso contrário, é preciso aguardar pela abertura de uma nova janela de oportunidade,
que inclui como sabemos um longo processo.
Formulação: A discussão passa a girar em torno do desenvolvimento de curso de ações aceitáveis e pertinentes para
lidar com um determinado problema público. Nesse momento, o Governo traduz a questão que entrou na agenda
pública em política, isto é, desenha o programa/ política e apresenta a proposta para solucionar tal questão, definindo
seus objetivos e marcos jurídico, financeiro e administrativo. A construção da solução para um determinado problema
implica em primeiro lugar, a realização de um diagnóstico (que consiste no levantamento, análise e disseminação de
informação sobre o problema), além da identificação e desenvolvimento de alternativas. Quando as alternativas são
formuladas, se transformam em expectativa. E é nesse momento que diversos atores se mobilizam para formar
coalizões de compromisso negociação e decisão, que preparam o ambiente (econômico, político e técnico) favorável
para fazer com que a política saia do papel e funcione efetivamente, construindo uma consciência coletiva sobre a
necessidade de se enfrentam o problema. Para que o programa/ política saia do papel, é preciso interpretar o
ambiente para planejar/ organizar as ações, decidir sobre quais os benefícios/ serviços que se pretende
implementar, e de onde serão extraídos os recursos para sua implementação. Nessa fase desenvolve-se apoio
político á política em pauta de maneira que ela seja autorizada e legítima.
Implementação: A aplicação da política pela máquina burocrática do governo. Essa etapa refere-se também ao estágio
de planejamento administrativo e de recursos humanos do processo político. Existem tempo e recursos (materiais e
humanos) suficientes para colocar essas ações em prática? Os objetivos da política/ programa estão claros? É o
momento de preparação para colocar as ações do governo em prática. É preciso que a política a ser implementada
esteja baseada numa teoria que relacione a causa (do problema) com o efeito desejado (a solução proposta);
Monitoramento: Há necessidade de se realizar uma avaliação pontual (monitoramento) das ações de Governo
referentes ao impacto da implementação. Durante o monitoramento abre-se a possibilidade de se corrigir os rumo da
implementação, não só para que o desempenho das ações seja maximizado, mas também para que estas levem em
conta se a relação meios-fins estão adequadas e se as metas previamente propostas têm, de fato, efetividade.
Avaliação: A atividade de avaliação de resultados da política/programa concentra-se nos efeitos gerados e oferece
subsídios que possibilitam perceber em que medida as metas foram, de fato atingidas ou não, e orientar a tomara de
decisões sobre o futuro dessas ações.
Recapitulando
A atividade (ação política) produz decisões políticas que se constituem de uma escolha entre
alternativas, conforme as preferências dos atores, para atingir objetivos, adequando fins aos meios
disponíveis.
5
Políticas públicas resultam, portanto, da atividade política, envolvem mais de uma decisão política e
requerem várias ações estratégicas destinadas a implementar objetivos desejados. Constituem um
conjunto de ações, decisões e incentivos que buscam alterar uma realidade em reposta a demandas e
interesses envolvidos. Essas ações são desencadeadas por atores que lidam com algum problema
público e são desenvolvidas por instituições públicas governamentais pelo processo político
(legislativo, judiciário, tribunais de contas, ministério público, etc.) que as condicionam. O objetivo é
assegurar que o desempenho9 dessas instituições esteja a serviço do interesse público e submetido ao
controle democrático.
PP são ações do governo, dispõe sobre o que fazer (ações, aonde chegar (metas ou objetivos) e como
fazer (estratégicas de ação).Referem-se ao que o governo está ou não está fazendo nas diversas áreas.
Por governabilidade, entendemos a capacidade política que os governos tem para intermediar interesses efetivamente
governar. O incremento da governabilidade depende da legitimidade do governo perante a sociedade e da adequação
das instituições políticas para intermediação de seus interesses. Sabe-se que a governança, entendida como a
capacidade financeira e administrativa de se implementar e tornar efetivas as decisões políticas, depende da eficácia
da gestão.
Não é difícil demonstrar que nas sociedades contemporâneas, políticas que se justificam como sendo de interesse
público frequentemente distribuem benefícios ás classes dominantes. Exemplo: O corte de tributos ás classes mais
ricas, ou subsídios ao agronegócio, ou mesmo o sistema de transporte público, que tantas vezes serve aos bairros mais
ricos enquanto passa ao largo das vizinhanças menos abastadas.
Evans, Rueschemeyer e Skocpol, apontam diversos mecanismo por meio dos quais o Estado pode desenhar políticas
públicas e salientam o fato de que a implementação de políticas sociais esbarra numa série de constrangimentos que
podem ser causados não só por políticas públicas construídas em outras áreas, mas também pelas próprias regras que
regem as instituições políticas. Assim, enquanto no modelo pluralista, as decisões políticas eram vistas como resultado
de um equilíbrionatural entre grupos de interesses, assumindo uma transmissão eficiente de preferências dos
cidadãos para o Estado, nessa nova abordagem neoinstitucionalista, que traz o Estado de volta, abandona-se a visão
de que essas instituições são árbitros neutros, passando a conceitualizá-las como atores e estruturas. Enquanto atores,
burocratas e políticos agem conforme seus interesses de avançar em suas carreiras e com suas próprias ideias de
“bom governo”. Enquanto estruturas, o estado, por intermédio de suas organizações, passa a desenhar o processo de
formulação de políticas e, com isso, o acesso dos vários grupos e estratos sociais ao processo decisório governamental,
assim como a forma pela qual as políticas públicas são implementadas. O modelo neoinstitucionalista ajuda a entender
de que indivíduos e grupos sociais tem força para influenciar as políticas publicas, mas também que as próprias regras
que regem as instituições (como o estado) têm papel relevante e influenciam na forma pela qual as políticas públicas
são formatadas.
O que é instituição? São regras formais e informais que moldam o comportamento dos atores, redefinem suas
alternativas políticas e mudam a posição relativa entre eles. As instituições formais são aquelas que se materializa, em
edifícios, carimbos, rituais e pessoas que ocupam funções que as autorizam a falar pela organização. Há aíses onde as
instituições políticas formais pertencentes a rede constitucional de um poliarquia, como é o caso por exemplo, do
congresso, do judiciários, dos partidos políticos, da existência de eleições limpas e frequentes, funcionam como pontos
decisórios estratégicos e importantes nos fluxos de influência, pressão e tomada de decisões públicas. Mas também há
países onde as instituições não formalizadas, como por exemplo o clientelismo, o patrimonialismo, a corrupção, ou
mesmo, o jeitinho, no caso brasileiro, reforçam padrões de acesso ao processo de tomada de decisão e de
implementação de políticas públicas. Nesse sentido, a eficácia das instituições políticas depende de como funcionam
na prática. Quando as instituições democráticas formais fazem diferença na formação e representação de identidade e
interesses coletivos, ou seja, quando funcionam para todos – inclusive por meio de arranjos pluralistas - e não apenas
para uma parcela limitada dos setores potencialmente relevantes da sociedade, temos de fato uma democracia. Do
contrário, se as instituições políticas formais não funcionam como pontos decisórios importantes, isto é caso elas não
façam diferença nos fluxos de influência, pressão e tomada de decisões públicas, a democracia padece. Desde o início,
6
a democracia política contemporânea implica uma cidadania dupla face: A cidadania potencialmente ativa e
participativa própria da democracia e a cidadania implítica, que seulta do fato de pertencer a uma nação.
Políticos Públicos e Estado de Bem Estar Social
Configura-se como um campo de escolhas e de solução de conflitos para decidir sobre a distribuição dos frutos do
trabalho social e o acesso de camadas expressivas da população á proteção contra os riscos inerentes á vida em
sociedade. A provisão dos serviços e de medidas políticas social e econômica que propiciam, entre outras coisas,
segurança no mercado de trabalho, garantia de renda, proteção contra riscos da vida social e pleno emprego,
tornam-se nesse contexto, direitos sociais assegurados pelo Estado aos indivíduos que vivem num determinado
território. Portanto o Estado de bem Estar Social é uma expressão da proteção concebida pelo Estado como direito á
cidadania. Trajetórias históricas distintas acabam por desembocar em diferentes tipos de Estado de Bem Estar Social.
No que se refere ao primeiro eixo down-top, é possível conceber a cidadania como fruto da ação revolucionária
mediante a transformação do Estado em nação. Nesse caso, como no exemplo da França, a cidadania é conquistada de
baixo para cima, dentro do espaço público, e o estado democrático nasce quase que simultaneamente ao
reconhecimento dos direitos dos cidadãos. Ainda nessa perspectiva, há países onde a cidadania é obtida de baixo para
cima, como foi o caso dos Estados Unido, onde a cidadania adquire força com energia associativa dos cidadãos. A
Alemanha ilustra um caso em que a cidadania é construída por sua vez de cima para baixo, top-down. Na Alemanha
ser cidadão significa em última análise, ser leal ao estado. Alguns autores consideram que o caso brasileiro
aproxima-se do alemão.
O que é cidadania? Para Thomas Marshall, a cidadania é composta de três tipo básico de direitos: Civis, políticos e
sociais.
Direitos Civis: Direitos á propriedade, de firmar contratos válidos, liberdade de expressão, pensamento, crença e
justiça. Estão relacionados aos tribunais de justiça, que servem a salvaguarda desses direitos e a proteção dos
membros da comunidade nacional.
Direitos políticos: Direito de voto e do acesso aos cargos públicos. As assembleias representativas são exemplos de
instituições que servem como vias d acesso á participação política.
Direitos sociais: Mínimo de segurança e bem estar econômico até o direito de participar plenamente da herança social
e viver a vida de um ser civilizado. Escola pública e os serviços sociais ofertados pelo Estado, que visam garantir um
mínimo de proteção contra pobreza e a doença.
O que é democracia? Quando o Estado faz diferença na formação e representação de identidades e interesses
coletivos, temos uma democracias. Segundo á PNUD, a democracia implica o acesso ao poder do Estado, por meio de
eleições e a vigência do Estado de Direito. Um regime político e uma forma de organizar o poder, de maneira que
Estado não vulnere os direitos políticos, civil e sociais dos cidadãos. Para Schimitter e Karl, democracia é consenso e
accountability (Responsabilidade política). Para eles, democracia não é estabilidade social, não traz harmonia política e
nem crescimento econômico. Democracia também não elimina a pobreza, nem produz eficiência administrativa.
Contudo, dizem eles, é na vivência de um regime democrático que temos a chance de produzir bens comuns, como
liberdade, paz, social e igualdade. Pra que sejam efetivos, esses diretos dependem, por sua vez, do reconhecimento
por parte de um a autoridade, o Estado. Assim, o exercício das liberdade (civis, políticas e sociais) dos cidadão num
regime democrático, não existe fora do âmbito das instituições (Estado), nem dos valores, práticas, e princípios que a
sociedade defende. É na clivagem entre a igualdade legal (civil e política), que o Estado promove, a desigualdade social
e econômica, que a democracia não consegue resolver.
Estado de Bem Estar e seus tipos
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Modelo Social-Democrata: Promover a desmercadorização da força de trabalho e redistribuição da tenda. Nesse caso
a igualdade seria concebida de acordo com os melhores padrões de qualidade (e não de acordo com as necessidades
mínimas) e os programas sociais ganham caráter universalista (Ou seja, todos usufruem e todos são obrigados a
pagar).
Modelo Liberal: Estabelece a universalização das oportunidades, com o objetivo de estimular a capacidade dos
indivíduos para se auto-protegerem. Significa que o limite para a intervenção estatal na oferta de serviços de proteção
social visava incentivar o trabalhador individual a procurar alternativas de seguro privado no mercado. Nesse caso há
preferência pelas formas contratuais de seguro e os magros benefícios estão sempre estreitamente colados ás
contribuições ao sistema. O individuo que necessita de algum benefício tem de comprovar sua condição de pobreza.
Modelo Conservador: Os direitos sociais estariam diretamente correlacionados ao status do cidadão, e os esquemas
administrativos acabaram por promover a valorização das ocupações profissionais e da família. O empregador passa a
ocupar um papel preponderante e o impacto das políticas sociais em termos de redistribuição é mínimo.
Welfare State no Brasil
Surgenum contexto de economia agrário exportadora e é marcado pela convivência de setores tradicionais e
industriais modernos. No início dos anos 1920, uma série de políticas já desenhava o aspecto conservador do Estado
de Bem Estar Social brasileiro, cuja função principal era deter o movimento dos trabalhadores. No geral, as políticas
sociais do período eram fragmentadas e emergencialistas.
8

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