Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
U N I V E R S I DA D E F E D E R A L D E A L AG OA S I N S T I T U TO D E QU Í M I C A E B I OT E C N O LO G I A QU Í M I C A T E C N O L Ó G I C A E I N D U S T R I A L T E C N O LO G I A DA I N D Ú S T R I A QU Í M I C A I I I José Jorge Araújo e Silva Professor: Dr. Jose Edmundo Accioly de Souza O objetivo da operação de evaporação é a remoção da maior parcela possível da água contida no caldo clarificado, sem incorrer na cristalização da sacarose. Ou seja, objetiva a máxima concentração sem o aparecimento de cristais de sacarose. OBJETIVO O caldo é geralmente concentrado até 60 a 65°Brix, necessitando para tanto que cerca de 75 % de seu conteúdo de água seja removido. A evaporação pode ser feita em: Simples Efeito: Este é o processo onde se utiliza somente um evaporador, o vapor procedente do líquido em ebulição é condensado e descartado. Usina Campo Florido Múltiplo efeito: sistema empregado pelas usinas e que promove economia de vapor de aquecimento (e bagaço). O múltiplo efeito, além de promover economia de vapor de aquecimento, gera o chamado vapor vegetal, para uso nos aquecedores de caldo, no aquecimento dos cozedores a vácuo e na destilaria. A condensação de vapor no múltiplo efeito gera condensado, utilizado como água de alimentação de caldeira, embebição nas moendas e uso diversos. EVAPORAÇÃO Vantagens do uso do múltiplo efeito: Economia de vapor (Princípio de Rillieux) “Um quilograma de vapor evaporará um número de quilogramas de água do caldo igual ao número de corpos do múltiplo efeito” ou seja num quíntuplo efeito, um quilo de vapor evaporará cinco quilos de água. Aumento da diferença de temperaturas para evaporação Maior diferença de temperaturas entre o vapor de aquecimento e o caldo, correspondente à diferença entre as temperaturas de ebulição do cal do no primeiro e no último efeito. Diminui o tempo de exposição do caldo a altas temperaturas. Desta forma se evita a inversão, a caramelização da sacarose e portanto a formação de cor, que é maior à medida em que o cal do se torna mais concentrado. Usina Campo Florido EVAPORAÇÃO - Projeto de Engenharia - Isolamento térmico - Capacitação operacional - Extração de águas condensadas - Extração de gases incondensáveis - Limpeza - Sangrias de vapor MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA LÃ DE VIDRO CHAPAS DE ALUMÍNIO Os equipamentos de evaporação mais encontrados nas usinas de açúcar no Brasil são do tipo “Robert”. Além deste há outros tipos no mercado mundial, alguns já instalados no Brasil, como os a placas e os de filme descendente. -Evaporador Robert -Evaporador Kestner -Evaporador a Placas -Evaporador de Filme Descendente (Falling Film) -Evaporador Híbrido Placas/Filme Descendente TIPOS DE EVAPORADORES Evaporador Kestner Evaporador a PlacasEvaporador de Filme Descendente TIPOS DE EVAPORADORES Usina Decasa - SP Usina Vale do Rosário - SPUsina Campo Florido - MG Usina São Luiz - SP EVAPORADORES TIPO ROBERT É o equipamento de evaporação de construção mais simples e de fácil instalação e operação. É constituído de um feixe tubular, um domo superior para separação de arraste e coleta de vapor e um fundo para circulação de caldo. O feixe tubular, também chamado de calandria, é formado por dois espelhos perfurados, onde são fixados os tubos por mandrilhamento. Vantagens: Equipamento de construção simples; Fácil instalação e operação; Múltiplo efeito é auto- regulável; Menor custo; Fácil automação; Bom para separação de arraste. Desvantagens: Capacidade limitada de troca térmica; Maior tempo de retenção do caldo em temperaturas mais altas. ENTRADA DE VAPOR EVAPORADORES TIPO ROBERT SAÍDA DE GASES INCONDENSÁVEIS EVAPORADORES TIPO ROBERT SAÍDA DE VAPOR VÁLVULAS MULTIVIAS DE VAPOR VÁLVULAS DE VAPOR MULTIVIAS VÁLVULAS DE VAPOR MULTIVIAS Usina Caeté - AL Usina Volta Grande - MG Usina Delta - MG DEVE SER REALIZADO UM BALANÇO TÉRMICO DETALHADO E UM PROJETO CRITERIOSO DE INSTALAÇÃO; AS VÁLVULA DEVEM TER UM MÍNIMO DE PERDA DE CARGA E NÃO PERMITIR VAZAMENTOS E COMUNICAÇÕES ENTRE OS VAPORES; É IMPORTANTE ESCOLHER UM BOM PROJETO DE VÁLVULAS E UM BOM FABRICANTE; ALIMENTAÇÃO DE CALDO A circulação do caldo deve ser uniforme e adequada. Falta de caldo: aumento nas incrustações Excesso de caldo: redução da capacidade Num múltiplo efeito tipo Roberts, o que faz com que o caldo circule de uma caixa para a outra é a diferença de pressões existente entre elas. Alimentação Chapman Alimentação Periférica ENTRADA DE CALDO PERIFÉRICA ALIMENTAÇÃO DE CALDO SIFÕES DE CALDO ALIMENTAÇÃO DE CALDO Entrada Radial com circulação natural Entradas Periféricas do Caldo Saída Caldo Vapor Entrando Vapor Entrando Saídas Gases Incondensáveis Entradas Periféricas do Caldo Distribuidor de Vapor Anelar Saída Águas Condensadas Tubo central selado 6/8 Entradas Periféricas do Caldo Saída Águas Condensadas Entrada de Caldo Tipo Chapman Saída de Caldo Distribuidor de Vapor Periférico Tubo central não selado Vapor Entrando EXTRAÇÃO DE GASES INCONDENSÁVEIS Os gases incondensáveis, permanecem misturados com o vapor independente de serem “leves”ou “pesados”e podem migrar para o topo e o fundo da calandria. As câmaras de vapor acima da pressão atmosférica devem retirar os gases para a atmosfera. As câmaras de vapor submetidas a pressão abaixo da atmosférica (vácuo) devem desalojar diretamente ao condensador baromértico. Essas retiradas dos gases fora das calandrias dos efeitos subseqüentes, evitará a possibilidade de uma transferência de calor mais baixas em tais efeitos. Os gases são maus condutores de calor, é necessário removê-los tão rapidamente quanto possível. Saídas gases incondensáveis Saídas águas condensadas VaporTubo central selado Chapman Vapor As calandrias desenhadas com defletores internos entre o feixe tubular que direcionam o fluxo de vapor para um canto final entre os defletores e centro, permitem que os gases incondensáveis e as águas condensadas possam ser extraídos com eficiência. EXTRAÇÃO DE GASES INCONDENSÁVEIS TANQUES PULMÃO DE ÁGUAS CONDENSADAS V1/V2 V3/V4 EXTRAÇÃO DE CONDENSADOS Todo vapor que entra na calandria de qualquer evaporador se condensa nos tubos para ceder seu calor latente ao caldo, permitindo sua ebulição e concentração. O vapor ao se condensar se transforma em água, chamada de condensado, que deve ser removido da calandra o mais rápido possível, para não inundar a calandra cobrindo os tubos, ou parte dos tubos, diminuindo a capacidade do evaporador. EXTRAÇÃO DE CONDENSADOS Usina Delta - MGUtilização de Condensados O condensado do 1º efeito deve ser reservado para utilização como água de alimentação de caldeira. O condensado dos demais efeitos deve ser utilizado para: -Embebição na moenda; -Lavagem de torta de filtro; -Lavagem de açúcar nas centrífugas; -Diluição de méis; -Lavagem de pisos e equipamentos; Deve-se procurar fazer o máximo uso desta água com a finalidade de se diminuir ou eliminar a necessidade de captação de água bruta para as mesmas finalidades. CONDENSADORES MULTIJATOS/BAROMÉTRICOS ESPELHOS COM BICOS Multijatos São equipamentos que permitem o contato íntimo água/vapor, através de jatos de água formados por bicos especiais, instalados em um espelho. O vapor entra abaixo do espelho e os jatos de água são responsáveis pela condensação e pela remoção dos gases incondensáveis do interior do equipamento. SISTEMA DE LIMPEZA A remoção das incrustações se faz de duas formas: 1-Mecanicamente, utilizando-se hidrojateamento ou raspadores (rosetas). 2-Quimicamente, através de banhos em ebulição ou sprays a quente, usando soluções de soda cáustica ou soluções especiais. O material depositado consiste principalmente de: -Sais de cálcio: fosfatos, sulfatos, sulfitos, oxalatos e carbonato de cálcio; -Sílica e silicatos. A sílica forma grande parte dos depósitos doúltimo efeito; -Matéria orgânica: principalmente no primeiro efeito. Uma consequência imediata da incrustação dos tubos dos evaporadores é a redução da capacidade do múltiplo efeito. A incrustação reduz o coeficiente de troca térmica, tendo como consequências: -a diminuição da capacidade de evaporação do conjunto; -a redução da concentração (brix) do xarope; SANGRIAS O vapor vegetal retirado para outros usos se dá o nome de “sangria”. Estas quantidades de vapor a serem sangradas devem ser consideradas já quando do projeto da estação de evaporação, para que as áreas de troca térmica dos corpos sejam adequadas. A operação de sangria é muito vantajosa sob o ponto de vista de otimização do balanço térmico. Sempre que se utiliza vapor vegetal sangrado de uma caixa de evaporação se economiza vapor de escape, melhorando o balanço térmico e propiciando economia de bagaço. Esta economia é maior à medida que a sangria é feita de caixas mais próximas da última. Exemplos de sangrias normalmente praticadas: Efeito de origem do vapor de sangria Uso 1º Efeito (V1) Aquecimento de caldos caleado e clarificado, Cozedores a vácuo, Destilaria 2º Efeito (V2) Aquecimento de caldos caleado e clarificado, Cozedores a vácuo 3º e 4º Efeitos (V3 e V4) Aquecimento de caldo a sulfitar Múltiplos efeitos com sangria de vapor IMPORTANTE: Vazão do caldo na entrada o mais estável possível. AUTOMAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DE CALDO REFERÊNCIAS Curso de Evaporação de Caldo – Reunion Engenharia. Apresentação Desempenho x Eficiência – Evaporação e Tachos, XI Simpósio Agroindustrial Internacional da STAB, Fenasucro / Agrocana – Brasil Cana Show 2007 – Carlos Alberto Pedrosa. OBRIGADO!
Compartilhar