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VIAS URINÁRIAS AUTORIA DE Rebeca Zilli ANATOMIA DAS VIAS URINÁRIAS RINS: órgão duplo retroperitoneal em forma de feijão, sendo o direito mais inferior ao esquerdo por conta do fígado acima dele. Dentro dos rins, temos os grupamentos calicianos (1) (superior, inferior e médio) que levam a urina até a pelve (2). URETERES: estruturas tubulares que recebem a urina da pelve renal, levando-a à bexiga. Existem 3 reduções fisiológicas do calibre ureteral que precisam ser conhecidas, visto que são os locais esperados para impactação e cálculos: → junção pélvico-ureteral (pelve-ureter) → cruzamento de vasos ilíacos → junção uretero-vesical (ureter-bexiga) BEXIGA: órgão pélvico com grande capacidade de distenção por suas paredes musculares. Quando a bexiga está vazia, a parede fica espessa; quando está cheia, a parede fica fina e melhor visualizável em exames de imagem (por isso orienta-se beber água para realizar USG de bexiga). URETRA: órgão final do sistema urinário que conduz a urina da bexiga ao meio externo: curta Posterior (com porção prostática e membranosa) longa, dividida em Anterior (com porção esponjosa) ESTUDOS DE IMAGEM ► Radiografia (RX): fornece poucas informações, mas pode ser eficaz na pesquisa de cálculos calcificados (renais ou ureterais). Hoje em dia já não se usa mais o RX com esse objetivo, existindo outros métodos diagnósticos, mas pode serem encontrados quando se realiza RX por outro motivo. (2) (1) (1) (1) RAIO X de abdome Na radiografia ao lado, vemos a sombra dos rins e no terço inferior do rim esquerdo vemos uma opacidade característica de Cálculo Renal. ► Estudos contrastados: existem dois tipos para avaliação de vias urinárias: UROGRAFIA EXCRETORA: É um método pouco utilizado atualmente em que se administra contraste iodado por via venosa e avalia-se a radiografia durante a excreção renal. É indicado para análise de anatomia e função renal, além da relação do sistema urinário com massas abdominais. URETROCISTOGRAFIA: É um método também pouco utilizado (mas há indicações importantes) em que se administra contraste iodado pela uretra e avalia-se a bexiga e uretra apenas, pois o contraste normalmente não sobe ao ureter. É indicado para análise da fase miccional e investigação de condições como: ● Trauma da uretra (é o método ideal para esse tipo de investigação) ● Trauma vesical ● Divertículos na bexiga ● Pesquisa de refluxo vesicoureteral (desconfio dessa condição quando há infecção urinaria de repetição) ● Estenose de uretra (em casos de hiperplasia prostática, por exemplo; apesar de não acrescenta muito pois o diagnóstico é mais clinico) ► Ultrassonografia (USG): é um método muito utilizado, sem radiação, indicado para: ● Avaliação Renal (identifica presença de cálculos, mas não os descreve; também identifica hidronefrose) ● Avaliação de Sistema Pielocalicianos (permite identificação de dilatações das vias urinárias) ● Avaliação Vesical Apesar de ser um bom método, não é o ideal para avaliação de ureteres em toda sua extensão, além de ser operador dependente, sendo importante sempre se atentar aos resultados recebidos e correlaciona-los às informações que já tenho. ESTUDO CONTRASTADO (urografia excretora) Na imagem, observamos a opacificação dos grupamentos calicianos pelo contraste, tal como os ureteres, que estão direcionando o contraste para a bexiga. Se houvesse algum ponto de obstrução pelo caminho, o contraste não iria passar, e as vias anteriores à impactação estariam dilatadas. USG de rim/ bexiga A primeira imagem mostra um rim esquerdo, com córtex hipoecoico na periferia e centro composto por medula renal, hiperecoica. Raramente vejo os grupamentos calicianos, pois são pequenos, mas se os vejo facilmente, pode haver dilatação de vias urinárias, o que não é normal. Na segunda imagem vemos uma imagem anecoica com reforço acústico posterior, representando a bexiga. ► Tomografia Computadorizada (TC): é um bom método que pode ser feito com ou sem contraste de acordo com seus objetivos de estudo: SEM CONTRASTE→ avaliação da presença de cálculos COM CONTRASTE→ avaliação renal É indicado para: ● Avaliação Renal (presença de cálculos, hidronefrose) ● Avaliação de Sistema Pielocalicianos (identifica dilatações das vias urinárias e sua CAUSA) ● Avaliação Vesical ► Ressonância Magnética (RM): é um bom método, geralmente feito com contraste, mas por sua vez não é bom para avaliação de cálculos. É indicado para o estudo de: ● Cistos renais ● Urolitíase ● Insuficiência Renal ● Infecção renal/ vesical ● Estenoses CISTO RENAL É a lesão renal mais comum, geralmente assintomática e benigna, podendo ser maligno quando há associação com áreas sólidas. ► USG: é o estudo inicial, e, se tratando de um cisto simples (parede fina, regular, sem septos, sem componentes sólidos, anecoico com reforço acústico posterior), dispensa outros estudos de imagem. ► TC e RM: são estudos de escolha para estudo de cistos não simples, apresentando-se hipodenso na TC, em alto sinal na RM T2 e baixo sinal na RM T1. TC de abdome com contraste Neste estudo em fase excretória, vemos a pelve renal cheia de contraste. USG de loja renal Vemos uma coleção de contornos regulares, parede fina, anecoica com reforço acústico posterior, sem septos ou componentes sólidos, não captante de contraste. Essa é uma apresentação clássica de cisto simples e para seu estudo basta a USG. Existe uma classificação utilizada na TC contrastada para avaliação do cisto, suas características e condutas com base na malignidade dos achados, chamada Classificação de Bosniak: definição malignidade conduta BOSNIAK I simples 0% Não há BOSNIAK II minimamente complexo 0% Não há BOSNIAK IIF minimamente complexo 5% Acompanhamento 6/6 meses BOSNIAK III indeterminado 40-60% Acompanhamento 3/3 meses ou Nefrectomia BOSNIAK IV maligno 85-100% Nefrectomia DOENÇA POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA DOMINANTE É uma condição hereditária (individuo já nasce com a predisposição), mas em que os rins são normais ao nascimento, sendo os múltiplos cistos desenvolvidos ao longo da vida com rapidez variante entre os pacientes. Essa doença costuma comprometer os dois rins, podendo afetar também pâncreas e fígado, além de aumentar o risco de aneurisma cerebral. 50% desses pacientes, após os 60 anos, cursam com insuficiência renal, uma vez que os cistos vão ocupando o parênquima renal funcional. Vemos um cisto de formato regular em rim esquerdo, não captando contraste, sem área sólida. É indicativo de cisto simples. Apesar de ser grande, é benigno, uma vez que o tamanho não diz respeito à malignidade: BOSNIAK I Vemos um cisto no polo inferior de rim direito com presença de septo: BOSNIAK II Cisto em rim esquerdo com área sólida: BOSNIAK III Quase não vejo o cisto pois é quase inteiro sólido: BOSNIAK IV Vemos nas imagens múltiplos cistos anecoicos na USG, hipodensos na TC e em alto sinal na RM T2, respectivamente. UROLITÍASE É a presença de cálculos em qualquer parte do sistema urinário, sendo mais comum em homens. A clínica é normalmente assintomática, mas pode cursar com dor intensa, irradiação para pelve e região inguinal, hematúria. A maioria dos cálculos contem cálcio (bem visualizado na TC), mas podem haver cálculos feitos de estruvita, chamados de Calculos coraliformes (grandes e relacionados à infecções renais), e cálculos ligados ao uso de Inadivir (medicação antirretroviral utilizada em pacientes HIV+), que são radiolucentes, ou seja, transparentes,sendo meu diagnóstico feito pela clínica compatível. ► RX: não é o método de escolha, em avalia complicações, mas pode identificar cálculos radiopacos. ► USG: bom método para estudo de cálculo renal, sendo o estudo de escolha para grávidas com cólica nefrética e tembém é estudo inicial para pacientes que serão submetidos a exame de imagem várias vezes. Quando suspeito de cálculo, solicito inicialmente a USG que pode ser: + POSITIVO: nesse caso peço TC para avaliar o cálculo e definir terapêutica. - NEGATIVO: nesse caso, só peço TC se a probabilidade de cálculo for muito alta; do contrário busco outras hipóteses diagnosticas. OBS.1: pelo Choosing Wisely, busco sempre evitar TC, sobretudo em crianças e pacientes <50 anos sem sinais de complicações como febre, dor persistente, dor progressiva, obstrução severa prévia. Quando há esses sinais, faço a TC. OBS.2: cálculos menores que 0,3cm podem não ser vistos; logo, preciso me atentar à clínica. ► TC: é o melhor estudo para pequenos cálculos e cálculos ureterais, avaliando seus detalhes (densidade, tamanho, terapêutica adequadra) sendo esses representados como figuras hiperdensas no rim. É, também, um bom método para avaliação de complicações da urolitíase, como Hidronefrose e Pielonefrite Raio X de abdome Verifica-se opacidade que se molda aos formatos dos grupamentos calicianos, característico de Cálculo Coraliforme, relacionado à clínica de infecção urinária crônica causada por proteus. USG de loja renal Verifica-se no rim imagem ovalada hiperecoica com sombra acústica posterior, indicativo de cálculo renal.opacidade que se molda aos formatos dos grupamentos calicianos, característico de Cálculo Coraliforme, relacionado à clínica de infecção urinária crônica causada por proteus. USG de loja renal Na imagem ao lado, vemos uma área anecoica irregular em local de medula renal, onde deveria estar hiperecoico. Esse achado é indicativo de Hidronefrode, uma complicação da urolitíase. INSUFICIENCIA RENAL A função do exame de imagem na avaliação de insuficiência renal está ligada a diferenciação entre quadro agudo ou crônico, além de permitir a avaliação de possíveis causas. Nos exames de imagem devo me atentar para: tamanho, sinais de cronicidade, assimetria renal, massas renais, hidronefrose (complicações). ► USG: estudo inicial de escolha; ► TC e RM: bons estudos; São sinais de cronicidade: → dimensões renais reduzidas; → redução da espessura do parênquima; → perda da diferenciação córtico-medular do rim; São causas de assimetria renal: → Nefropatia isquêmica (placa de ateroma em A. Renal) → Rim hipoplásico (condição anatômica de nascença) → Pielonefrite crônica (infecção renal de repetição unilateral) São causas de aumento do tamanho renal: → Nefropatia diabética inicial → Doença renal policística → Lesões neoplásicas renais TC de abdome s/ contraste Vemos imagens nodulares hiperdensas em parênquima renal: cálculos. TC de abdome Vemos a Hidronefrose como complicação de urolitíase. USG de loja renal Na imagem de um rim com Insuficiência Renal crônica, temos dificuldade de diferenciar o que é medula do que é córtex, além de ver um rim reduzido e de parênquima afilado. RM de abdome Vemos o rim direito de tamanho adequado e o esquerdo diminuído, com parênquima afilado. TC de abdome Nota-se que os rins estão aumentados, mas há comprometimento da função, pois o parênquima está sendo substituído por múltiplos cistos. Esse paciente tem IR crônica. Devemos avaliar também se há hidronefrose, causadora de IR, que pode ser causada por: → Estenose de junção pélvica-ureteral → Cálculos ureterais → Massa pélvica ou retroperitoneal INFECÇÃO VESICAL (Infecção Baixa) Também chamada de Cistite, tem diagnóstico clínico-laboratorial e se apresenta com dor supre-púbica, disúria, polaciúria, urgência urinária, podendo ter febre e mal estar. Os exames de imagem serão solicitados apenas quando houver dúvida diagnóstica e/ou suspeita de complicações. OBS.: é preciso sempre, no mínimo, o exame clínico e laboratorial para fechar diagnóstico, exceto nas gestantes, em que o laboratorial basta. ► USG: é o estudo de escolha que, frente a infecção baixa, espera-se ser visualizado espessamento parietal (mesmo com a bexiga cheia). PIELONEFRITE (Infecção Alta) É uma condição dada por disseminação hematogênica ou por trato urinário, que tem diagnóstico clínico- laboratorial e se apresente com dor em flanco, Giordano +, podendo ter febre e mal estar. Os exames de imagem serão solicitados apenas quando houver dúvida diagnóstica, suspeita de complicações (abcesso, infarto renal) e/ou suspeita de obstrução ureteral (por cálculos). ► USG: está geralmente normal nessa condição, mas posso achar áreas hipoecoicas segmentares em córtex e abcessos em casos já complicados. ► TC: é um método mais sensível para avaliar alterações relacionadas à infecção alta, podendo ser observado densificação de gordura adjacente (que indica processo inflamatório) e nefrograma heterogêneo (áreas com maior e menor impregnação pelo contraste). Também é o melhor método para estudo de complicações como os abcessos (coleções líquidas hipodensas com impregnação periférica pelo contraste) e infartos (áreas sem impregnação pelo contraste). TC de abdome Vemos rim direito com afilamento cortical importantedo lado direito rm com afilamento cortical importante e medula escuredica,indicativo de Hidronefrose. USG de bexiga Vemos a bexiga anecoica com reforço acústico posterior, e notamos que sua parede está espessada (amarelo), indicativo de infecção neste sítio. USG de loja renal Observa-se área irregular em parênquima renal, semelhante ao cisto, mas o rim está todo aumentado e com paredes irregulares. Nesse caso penso em complicações. CASOS CLÍNICOS 1. Sexo masculino, 65 anos, consulta ambulatorial com dor abdominal em hipocôndrio D há 3 meses, icterícia, emagrecimento e inapetência. Esse paciente está em idade mais avançada, com histórico de icterícia, emagrecimento e história arrastada há 3 meses: pensamos em causas neoplásicas. Há alguns tipode de tumores que costumam ter essa apresentação: Tumor de Cabeça de Pâncreas (o mais comum), Tumor da Papila de Vater e Tumor de Colédoco Distal (colangiocarcinoma). A USG tem um pouco de limitação, então passamos pra outro exame, podendo esse ser TC ou RM. TC de abdome Na imagem ao lado, vemos que no rim direito há uma captação heterogênea pelo parênquima: há áreas mais hipodensas permeadas por áreas mais hiperdensas. Esse achado recebe o nome de Nefrograma Heterogêneo e é indicativo de Pielonefrite. TC de abdome com contraste Á direita, vemos rim com área hipodensa e impregnação periférica pelo contraste, além de borramento da gordura adjacente. Com esses achados, faço diagnóstico de abcesso (que é importante diferenciar de cisto). USG de fígado/ vias biliares Na primeira imagem vemos um fígado com dilatação de vias biliares intra- hepáticas e um ducto hepatocolédoco dilatado. O colédoco tem até 0,7cm de calibre normalmente, mas depois de 70 anos, cresce 0,1cm a cada 10 anos. Se vamos um ducto colédoco muito grande em um paciente abaixo dessa idade, pensamos em alguma causa obstrutiva distal que está condicionando isso. TC de abdome c/ contraste Vemos várias áreas hipodensas dentro do fígado, que são as vias biliares dilatadas, confirmando que há uma síndrome colestática: há algo obstruindo o colédoco e provocando a dilatação. Nota-se também um pâncreas meio afilado e com dilatação do ducto pancreático principal. Mais abaixo podemos ver que há umtumor na cabeça do pâncreas que comprime e provoca dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas. 2. Sexo feminino, 77 anos, dor abdominal intensa em hipocôndrio D, náuseas, vômitos, com início há cerca de 7h. A dor persistiu ao tratamento, cursando também com febre alta, calafrios e icterícia. Esses achados compõe a chamada Tríade de Charcot, o que nos leva a pensar em um quadro de Colangite. 3. Sexo masculino, 70 anos, exame de rotina. 4. Sexo masculino, 8 anos, dor e aumento do volume abdominal. USG de vesícula biliar Vemos uma vesícula biliar anecoica com reforço acústico posterior e dentro dela há várias imagens nodulares hiperecoicas com sombra acústica posterior. Confirma-se colelitíase. Para avaliar a colecistite, examino a parede, que está espessada e confirma esta hipótese diagnóstica. TC de abdome O diagnóstico é clinico, mas a imagem pode mostrar as dilatações das vias intra- hepáticas, além de poder revelar complicações, como a coleção hipodensa vista dentro do fígado nas imagens ao lado, indicativa de Abcesso Hepático, outra complicação da colecistite. USG de loja renal Nesta imagem, vemos o rim direito hipoecoico na periferia (córtex) e hiperecoico centralmente (medula). Observa-se uma alteração anecoica, que se trata de um cisto renal. Tendo em vista que este é um cisto simples, sem septos ou áreas sólidas, não preciso dar segmento, apenas tranquilizar o paciente e informar quanto a benignidade. Se fosse uma hidronefrose, a área anecoica estaria em região medular, irregular. RX de abdome Vemos uma opacificação generalizada em abdome, sobretudo em 2/3 superiores, dificultando a observação de contornos das vísceras e aparentemente empurrando as alças intestinais para baixo. Pode até se tratar de ascite, mas penso também em organomegalias ocupando os espaços abdominais. Para avaliar melhor, sobretudo por ser criança, o ideal é pedir uma USG. 5. Sexo masculino, 32 anos, dor intensa em flanco E com irradiação para bolsa escrotal. 6. Sexo masculino, 64 anos, hematúria. 7. Sexo feminino, 64 anos, consulta de rotina, portadora de HAS com creatinina sérica de 2,1mg/dL. USG de loja renal Essa imagem está no lugar do que era para ser um rim. Vemos múltiplos cistos renais ocupando todo o espaço do parênquima, característico da Doença Policística Autossômica Dominante. Essa condição aumenta o tamanho dos rins, por isso a opacificação na radiografia e a compressão de alças intestinais. USG de loja renal Essa clínica é clássica de cálculo em ureter. Assim, o exame inicial a ser pedido frente a essa suspeita é a USG. A imagem mostra um rim com área anecoica em meio a medula, de aspecto diferente do cisto, pois é irregular e ocupa essa área do rim em específico. Trata-se de Hidronefrose à esquerda, causada provavelmente pela impactação de um cálculo que se deslocou pelo ureter. A hidronefrose, nesse caso, é um sinal indireto do cálculo renal, confirmado pela clínica. RX de abdome Nesta radiografia, vemos opacidades em topografia de ureter à direita, indicativo de Urolitíase, hipótese que é complementada com a clínica de hematúria. USG de loja renal Pelos exames do paciente, pensamos em um quadro de insuficiência renal, que pode estar sendo causada pela HAS. Para avaliação de IR, há tabelas que classificam essa condição com base nos valores da creatinina. Quando pegamos pela primeira vez um paciente com IR, o ideal é pedir ao menos um exame de imagem para avaliar se esta é aguda ou crônica. O exame de escolha para tal avaliação é o USG. Na imagem ao lado, vemos um rim com dimensões reduzidas, afilamento do parênquima, perda da diferenciação do aspecto córtico-medular, aumento difuso da ecogenicidade, indicando uma doença renal crônica. 8. Sexo feminino, 32 anos, disúria e polaciúria há 10 dias; febre, mal estar, dor em flanco E há 1 dia com Giordano positivo à esquerda. Após 5 dias sem melhora clínica com o tratamento, passo a suspeitar de complicação. Nesse caso, a imagem vai me auxiliar. 9. Sexo masculino 45 anos, hematúria, creatinina de 6,2mg/dL. TC de abdome Pela clínica, a hipótese diagnóstica é de pielonefrite. Peço exame de imagem somente quando houver sinal de complicação, como dor desproporcional a esperada para infecção urinaria, tratamento sem efeito. Na imagem, vemos nefrograma heterogêneo, com captação heterógena pelo contraste, que confirma a hipótese inicial. TC de abdome Nota-se formação cística em rim direito, e coleção irregular com densidade semelhante à líquida à esquerda, com parede captante de contraste. Esse achado à esquerda é característico de abcesso. Vemos também que a gordura adjacente está borrada, indicando inflamação e corroborando para o diagnóstico de abcesso renal, uma complicação da pielonefrite. Abcesso renal USG de loja renal Trata-se de um paciente com Insuficiencia Renal, assim, preciso saber a causa, tanto para a IR quanto para a hematúria. Para isso devo pedir um USG a princípio. Na imagem, vejo um rim com porção anecoica em área de medula, indicativo de hidronefrose. Não há achados de cronicidade, a espessura e tamanho do rim estão preservados, além do achado de hidronefrose, que justifica a IR dele. USG de bexiga/ doppler Na bexiga, vemos imagem hipoecoica dentro dela, sendo o principal diagnóstico diferencial o hematoma. Mas ao jogar o doppler, há fluxo. Logo, devo pensar em outro diagnóstico: tumor vesical, que está obstruindo o óstio ureterovesical, o que também leva à IR. RM em T2 Na RM, o líquido em T2 está em alto sinal, e em meio à bexiga vemos uma massa em baixo sinal, indicando o tumor vesical, que também costuma cursar com hematúria. 10. Sexo masculino 65 anos, pesquisa de hematúria. 11. Sexo feminino, 50 anos, dor intensa em flanco esquerdo há 10 dias, com piora há cerca de 3 dias, com febre e USG evidenciando massa em rim E. 12. Sexo masculino, 67 anos, HAS de longa data, creatinina 4,0mg/dL. TC de abdome c/ contraste Vemos o rim esquerdo com grande cisto, com partes captantes de contraste, indicativo de áreas sólidas. BOSNIAK IV TC de abdome Vemos imagem liquida, hipodensa, com captação periférica pelo contraste, em paciente com história de infecção. Pensamos em Abcesso renal. O abcesso vai empurrando o rim, que acaba ficando comprimido. TC de abdome O tratamento por essa condição é a aspiração do conteúdo do abcesso por punção guiada por agulha. Esse procedimento é feito por radiologistas, e o paciente deve estar em decúbito ventral, pois é mais fácil o acesso ao rim. USG de loja renal Nota-se um rim heterogêneo, com parênquima de espessura reduzida, tamanho reduzido, perda de diferenciação cortiço- medular, indicando atrofia e IR crônica, provavelmente em decorrência da HAS. 13. Sexo feminino, 50 anos, dor epigástrica e em hipocôndrio D irradiada para dorso; DM tipo 2, aumento de lactato com amilase e lipase normais. RX de abdome Na radiografia não há muitas informações. TC de abdome Vemos na imagem uma vesícula com ar dentro, achado indicativo de colecistite enfisematosa (o ar é encontrado, inclusive, dentro da parede). É uma situação grave, complicada da colecistite, que geralmente acomete paciente diabéticos Vemos tambem infartos hepáticos
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