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EXAMES DE IMAGEM DE VIAS URINÁRIAS E CASOS CLÍNICOS (POR REBECA ZILLI)

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VIAS URINÁRIAS 
 AUTORIA DE 
 
 
Rebeca Zilli 
 
ANATOMIA DAS VIAS URINÁRIAS 
RINS: órgão duplo retroperitoneal em forma de 
feijão, sendo o direito mais inferior ao esquerdo 
por conta do fígado acima dele. 
 
Dentro dos rins, temos os 
grupamentos calicianos (1) 
(superior, inferior e médio) que 
levam a urina até a pelve (2). 
 
 
URETERES: estruturas tubulares que recebem a 
urina da pelve renal, levando-a à bexiga. Existem 
3 reduções fisiológicas do calibre ureteral que 
precisam ser conhecidas, visto que são os locais 
esperados para impactação e cálculos: 
→ junção pélvico-ureteral (pelve-ureter) 
→ cruzamento de vasos ilíacos 
→ junção uretero-vesical (ureter-bexiga) 
 
BEXIGA: órgão pélvico com grande capacidade de distenção por suas paredes musculares. Quando a 
bexiga está vazia, a parede fica espessa; quando está cheia, a parede fica fina e melhor visualizável em 
exames de imagem (por isso orienta-se beber água para realizar USG de bexiga). 
URETRA: órgão final do sistema urinário que conduz a urina da bexiga ao meio externo: 
 curta Posterior (com porção prostática e membranosa) 
 longa, dividida em Anterior (com porção esponjosa) 
 
 
ESTUDOS DE IMAGEM 
► Radiografia (RX): fornece poucas informações, mas pode ser eficaz na pesquisa de cálculos calcificados 
(renais ou ureterais). Hoje em dia já não se usa mais o RX com esse objetivo, existindo outros métodos 
diagnósticos, mas pode serem encontrados quando se realiza RX por outro motivo. 
 
(2) 
(1) 
(1) 
(1) 
RAIO X de abdome 
Na radiografia ao lado, vemos a sombra dos 
rins e no terço inferior do rim esquerdo 
vemos uma opacidade característica de 
Cálculo Renal. 
 
 
► Estudos contrastados: existem dois tipos para avaliação de vias urinárias: 
UROGRAFIA EXCRETORA: 
É um método pouco utilizado atualmente em que se administra contraste 
iodado por via venosa e avalia-se a radiografia durante a excreção renal. É 
indicado para análise de anatomia e função renal, além da relação do sistema 
urinário com massas abdominais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
URETROCISTOGRAFIA: 
É um método também pouco utilizado (mas há indicações importantes) 
em que se administra contraste iodado pela uretra e avalia-se a 
bexiga e uretra apenas, pois o contraste normalmente não sobe ao 
ureter. É indicado para análise da fase miccional e investigação de 
condições como: 
 
● Trauma da uretra 
(é o método ideal para esse tipo de investigação) 
● Trauma vesical 
● Divertículos na bexiga 
● Pesquisa de refluxo vesicoureteral 
(desconfio dessa condição quando há infecção urinaria de repetição) 
● Estenose de uretra 
(em casos de hiperplasia prostática, por exemplo; apesar de não acrescenta muito 
pois o diagnóstico é mais clinico) 
 
► Ultrassonografia (USG): é um método muito utilizado, sem radiação, indicado para: 
● Avaliação Renal 
(identifica presença de cálculos, mas não os descreve; também identifica hidronefrose) 
● Avaliação de Sistema Pielocalicianos 
(permite identificação de dilatações das vias urinárias) 
● Avaliação Vesical 
 
Apesar de ser um bom método, não é o ideal para avaliação de ureteres em toda sua extensão, além de 
ser operador dependente, sendo importante sempre se atentar aos resultados recebidos e correlaciona-los 
às informações que já tenho. 
 
 
 
 
 
ESTUDO CONTRASTADO (urografia excretora) 
Na imagem, observamos a opacificação dos grupamentos calicianos pelo 
contraste, tal como os ureteres, que estão direcionando o contraste para a 
bexiga. Se houvesse algum ponto de obstrução pelo caminho, o contraste 
não iria passar, e as vias anteriores à impactação estariam dilatadas. 
USG de rim/ bexiga 
A primeira imagem mostra um rim esquerdo, com córtex 
hipoecoico na periferia e centro composto por medula 
renal, hiperecoica. Raramente vejo os grupamentos 
calicianos, pois são pequenos, mas se os vejo facilmente, 
pode haver dilatação de vias urinárias, o que não é normal. 
Na segunda imagem vemos uma imagem anecoica com 
reforço acústico posterior, representando a bexiga. 
 
 
► Tomografia Computadorizada (TC): é um bom método que pode ser feito com ou sem contraste de 
acordo com seus objetivos de estudo: 
SEM CONTRASTE→ avaliação da presença de cálculos 
COM CONTRASTE→ avaliação renal 
É indicado para: 
● Avaliação Renal 
(presença de cálculos, hidronefrose) 
● Avaliação de Sistema Pielocalicianos 
(identifica dilatações das vias urinárias e sua CAUSA) 
● Avaliação Vesical 
 
 
 
 
 
► Ressonância Magnética (RM): é um bom método, geralmente feito com contraste, mas por sua vez não 
é bom para avaliação de cálculos. 
É indicado para o estudo de: 
● Cistos renais 
● Urolitíase 
● Insuficiência Renal 
● Infecção renal/ vesical 
● Estenoses 
 
 
 
 
 
 
CISTO RENAL 
É a lesão renal mais comum, geralmente assintomática e benigna, podendo ser maligno quando há 
associação com áreas sólidas. 
► USG: é o estudo inicial, e, se tratando de um cisto 
simples (parede fina, regular, sem septos, sem 
componentes sólidos, anecoico com reforço acústico 
posterior), dispensa outros estudos de imagem. 
► TC e RM: são estudos de escolha para estudo de 
cistos não simples, apresentando-se hipodenso na 
TC, em alto sinal na RM T2 e baixo sinal na RM T1. 
 
 
 
 
TC de abdome com contraste 
Neste estudo em fase excretória, vemos a pelve renal cheia de contraste. 
USG de loja renal 
Vemos uma coleção de contornos regulares, 
parede fina, anecoica com reforço acústico 
posterior, sem septos ou componentes sólidos, 
não captante de contraste. Essa é uma 
apresentação clássica de cisto simples e para seu 
estudo basta a USG. 
 
Existe uma classificação utilizada na TC contrastada para avaliação do cisto, suas características e condutas 
com base na malignidade dos achados, chamada Classificação de Bosniak: 
 definição malignidade conduta 
BOSNIAK I simples 0% Não há 
BOSNIAK II minimamente complexo 0% Não há 
BOSNIAK IIF minimamente complexo 5% Acompanhamento 6/6 meses 
BOSNIAK III indeterminado 40-60% Acompanhamento 3/3 meses ou Nefrectomia 
BOSNIAK IV maligno 85-100% Nefrectomia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇA POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA DOMINANTE 
É uma condição hereditária (individuo já nasce com a predisposição), mas em que os rins são normais ao 
nascimento, sendo os múltiplos cistos desenvolvidos ao longo da vida com rapidez variante entre os 
pacientes. Essa doença costuma comprometer os dois rins, podendo afetar também pâncreas e fígado, além 
de aumentar o risco de aneurisma cerebral. 50% desses pacientes, após os 60 anos, cursam com 
insuficiência renal, uma vez que os cistos vão ocupando o parênquima renal funcional. 
 
 
 
 
 
Vemos um cisto de formato regular em rim esquerdo, não 
captando contraste, sem área sólida. É indicativo de cisto 
simples. Apesar de ser grande, é benigno, uma vez que o 
tamanho não diz respeito à malignidade: 
BOSNIAK I 
 
Vemos um cisto no polo inferior de rim direito com presença 
de septo: 
BOSNIAK II 
 
Cisto em rim 
esquerdo com 
área sólida: 
BOSNIAK III 
 
Quase não vejo o 
cisto pois é quase 
inteiro sólido: 
BOSNIAK IV 
 
Vemos nas 
imagens múltiplos 
cistos anecoicos na 
USG, hipodensos 
na TC e em alto 
sinal na RM T2, 
respectivamente. 
 
UROLITÍASE 
É a presença de cálculos em qualquer parte do sistema urinário, sendo mais comum em homens. A clínica 
é normalmente assintomática, mas pode cursar com dor intensa, irradiação para pelve e região inguinal, 
hematúria. A maioria dos cálculos contem cálcio (bem visualizado na TC), mas podem haver cálculos feitos 
de estruvita, chamados de Calculos coraliformes (grandes e relacionados à infecções renais), e cálculos 
ligados ao uso de Inadivir (medicação antirretroviral utilizada em pacientes HIV+), que são radiolucentes, 
ou seja, transparentes,sendo meu diagnóstico feito pela clínica compatível. 
► RX: não é o método de escolha, em avalia 
complicações, mas pode identificar cálculos 
radiopacos. 
 
 
 
 
 
 
► USG: bom método para estudo de cálculo renal, sendo o estudo de 
escolha para grávidas com cólica nefrética e tembém é estudo inicial para 
pacientes que serão submetidos a exame de imagem várias vezes. 
 
 
 
 
 
 
 
Quando suspeito de cálculo, solicito inicialmente a USG que pode ser: 
+ POSITIVO: nesse caso peço TC para avaliar o cálculo e definir terapêutica. 
- NEGATIVO: nesse caso, só peço TC se a probabilidade de cálculo for muito alta; do contrário busco outras 
hipóteses diagnosticas. 
OBS.1: pelo Choosing Wisely, busco sempre evitar TC, sobretudo em crianças e pacientes <50 anos sem 
sinais de complicações como febre, dor persistente, dor progressiva, obstrução severa prévia. Quando há 
esses sinais, faço a TC. 
OBS.2: cálculos menores que 0,3cm podem não ser vistos; logo, preciso me atentar à clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
► TC: é o melhor estudo para pequenos cálculos e cálculos ureterais, avaliando seus detalhes (densidade, 
tamanho, terapêutica adequadra) sendo esses representados como figuras hiperdensas no rim. É, também, 
um bom método para avaliação de complicações da urolitíase, como Hidronefrose e Pielonefrite 
Raio X de abdome 
Verifica-se opacidade que se molda aos 
formatos dos grupamentos calicianos, 
característico de Cálculo Coraliforme, 
relacionado à clínica de infecção urinária 
crônica causada por proteus. 
USG de loja renal 
Verifica-se no rim imagem ovalada hiperecoica com sombra acústica 
posterior, indicativo de cálculo renal.opacidade que se molda aos 
formatos dos grupamentos calicianos, característico de Cálculo 
Coraliforme, relacionado à clínica de infecção urinária crônica causada 
por proteus. 
USG de loja renal 
Na imagem ao lado, vemos uma área anecoica irregular em local 
de medula renal, onde deveria estar hiperecoico. Esse achado é 
indicativo de Hidronefrode, uma complicação da urolitíase. 
 
 
 
INSUFICIENCIA RENAL 
A função do exame de imagem na avaliação de insuficiência renal está ligada a diferenciação entre quadro 
agudo ou crônico, além de permitir a avaliação de possíveis causas. Nos exames de imagem devo me 
atentar para: tamanho, sinais de cronicidade, assimetria renal, massas renais, hidronefrose (complicações). 
► USG: estudo inicial de escolha; 
► TC e RM: bons estudos; 
 
São sinais de cronicidade: 
→ dimensões renais reduzidas; 
→ redução da espessura do parênquima; 
→ perda da diferenciação córtico-medular do rim; 
 
 
 
 
 
São causas de assimetria renal: 
→ Nefropatia isquêmica 
(placa de ateroma em A. Renal) 
→ Rim hipoplásico 
(condição anatômica de nascença) 
→ Pielonefrite crônica 
(infecção renal de repetição unilateral) 
 
 
 
 
São causas de aumento do tamanho renal: 
→ Nefropatia diabética inicial 
→ Doença renal policística 
→ Lesões neoplásicas renais 
 
 
 
 
TC de abdome s/ contraste 
Vemos imagens nodulares 
hiperdensas em parênquima 
renal: cálculos. 
 TC de abdome 
Vemos a Hidronefrose como 
complicação de urolitíase. 
USG de loja renal 
Na imagem de um rim com Insuficiência Renal crônica, 
temos dificuldade de diferenciar o que é medula do que é 
córtex, além de ver um rim reduzido e de parênquima 
afilado. 
RM de abdome 
Vemos o rim direito de tamanho adequado e o esquerdo 
diminuído, com parênquima afilado. 
TC de abdome 
Nota-se que os rins estão aumentados, mas há 
comprometimento da função, pois o parênquima está sendo 
substituído por múltiplos cistos. Esse paciente tem IR crônica. 
 
Devemos avaliar também se há hidronefrose, causadora de IR, 
que pode ser causada por: 
→ Estenose de junção pélvica-ureteral 
→ Cálculos ureterais 
→ Massa pélvica ou retroperitoneal 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÃO VESICAL (Infecção Baixa) 
Também chamada de Cistite, tem diagnóstico clínico-laboratorial e se apresenta com dor supre-púbica, 
disúria, polaciúria, urgência urinária, podendo ter febre e mal estar. Os exames de imagem serão solicitados 
apenas quando houver dúvida diagnóstica e/ou suspeita de complicações. 
OBS.: é preciso sempre, no mínimo, o exame clínico e laboratorial para fechar diagnóstico, exceto nas 
gestantes, em que o laboratorial basta. 
► USG: é o estudo de escolha que, frente a infecção baixa, espera-se ser 
visualizado espessamento parietal (mesmo com a bexiga cheia). 
 
 
 
 
 
PIELONEFRITE (Infecção Alta) 
É uma condição dada por disseminação hematogênica ou por trato urinário, que tem diagnóstico clínico-
laboratorial e se apresente com dor em flanco, Giordano +, podendo ter febre e mal estar. Os exames de 
imagem serão solicitados apenas quando houver dúvida diagnóstica, suspeita de complicações 
(abcesso, infarto renal) e/ou suspeita de obstrução ureteral (por cálculos). 
 
► USG: está geralmente normal nessa condição, mas posso achar 
áreas hipoecoicas segmentares em córtex e abcessos em casos já 
complicados. 
 
 
 
 
 
► TC: é um método mais sensível para avaliar alterações relacionadas à infecção alta, podendo ser 
observado densificação de gordura adjacente (que indica processo inflamatório) e nefrograma heterogêneo 
(áreas com maior e menor impregnação pelo contraste). Também é o melhor método para estudo de 
complicações como os abcessos (coleções líquidas hipodensas com impregnação periférica pelo contraste) 
e infartos (áreas sem impregnação pelo contraste). 
TC de abdome 
Vemos rim direito com afilamento cortical importantedo lado 
direito rm com afilamento cortical importante e medula 
escuredica,indicativo de Hidronefrose. 
USG de bexiga 
Vemos a bexiga anecoica com reforço acústico posterior, e notamos 
que sua parede está espessada (amarelo), indicativo de infecção 
neste sítio. 
USG de loja renal 
Observa-se área irregular em parênquima renal, semelhante ao 
cisto, mas o rim está todo aumentado e com paredes irregulares. 
Nesse caso penso em complicações. 
 
 
 
 
 
 
CASOS CLÍNICOS 
1. Sexo masculino, 65 anos, consulta ambulatorial com dor abdominal em hipocôndrio D há 3 
meses, icterícia, emagrecimento e inapetência. 
Esse paciente está em idade mais avançada, com histórico de icterícia, emagrecimento e história arrastada 
há 3 meses: pensamos em causas neoplásicas. Há alguns tipode de tumores que costumam ter essa 
apresentação: Tumor de Cabeça de Pâncreas (o mais comum), Tumor da Papila de Vater e Tumor de 
Colédoco Distal (colangiocarcinoma). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A USG tem um pouco de limitação, então passamos pra outro exame, podendo esse ser TC ou RM. 
 
 
 
 
 
 
TC de abdome 
Na imagem ao lado, vemos que no rim direito há uma captação 
heterogênea pelo parênquima: há áreas mais hipodensas 
permeadas por áreas mais hiperdensas. Esse achado recebe o 
nome de Nefrograma Heterogêneo e é indicativo de Pielonefrite. 
TC de abdome com contraste 
Á direita, vemos rim com área hipodensa e impregnação periférica 
pelo contraste, além de borramento da gordura adjacente. Com 
esses achados, faço diagnóstico de abcesso (que é importante 
diferenciar de cisto). 
USG de fígado/ vias biliares 
Na primeira imagem vemos um fígado 
com dilatação de vias biliares intra-
hepáticas e um ducto hepatocolédoco 
dilatado. O colédoco tem até 0,7cm de 
calibre normalmente, mas depois de 
70 anos, cresce 0,1cm a cada 10 anos. 
Se vamos um ducto colédoco muito 
grande em um paciente abaixo dessa 
idade, pensamos em alguma causa 
obstrutiva distal que está 
condicionando isso. 
TC de abdome c/ contraste 
Vemos várias áreas hipodensas dentro do fígado, que são as vias 
biliares dilatadas, confirmando que há uma síndrome colestática: há 
algo obstruindo o colédoco e provocando a dilatação. 
Nota-se também um pâncreas meio afilado e com dilatação do ducto 
pancreático principal. Mais abaixo podemos ver que há umtumor na 
cabeça do pâncreas que comprime e provoca dilatação das vias biliares 
intra e extra-hepáticas. 
 
2. Sexo feminino, 77 anos, dor abdominal intensa em hipocôndrio D, náuseas, vômitos, com 
início há cerca de 7h. 
 
 
A dor persistiu ao tratamento, cursando também com febre alta, calafrios e icterícia. Esses achados compõe 
a chamada Tríade de Charcot, o que nos leva a pensar em um quadro de Colangite. 
 
 
 
3. Sexo masculino, 70 anos, exame de rotina. 
 
 
4. Sexo masculino, 8 anos, dor e aumento do volume abdominal. 
 
USG de vesícula biliar 
Vemos uma vesícula biliar anecoica com reforço acústico 
posterior e dentro dela há várias imagens nodulares hiperecoicas 
com sombra acústica posterior. Confirma-se colelitíase. Para 
avaliar a colecistite, examino a parede, que está espessada e 
confirma esta hipótese diagnóstica. 
TC de abdome 
O diagnóstico é clinico, mas a 
imagem pode mostrar as 
dilatações das vias intra-
hepáticas, além de poder revelar 
complicações, como a coleção 
hipodensa vista dentro do fígado 
nas imagens ao lado, indicativa de 
Abcesso Hepático, outra 
complicação da colecistite. 
USG de loja renal 
Nesta imagem, vemos o rim direito hipoecoico na periferia 
(córtex) e hiperecoico centralmente (medula). Observa-se 
uma alteração anecoica, que se trata de um cisto renal. 
Tendo em vista que este é um cisto simples, sem septos ou 
áreas sólidas, não preciso dar segmento, apenas 
tranquilizar o paciente e informar quanto a benignidade. 
Se fosse uma hidronefrose, a área anecoica estaria em 
região medular, irregular. 
RX de abdome 
Vemos uma opacificação generalizada em abdome, sobretudo em 2/3 
superiores, dificultando a observação de contornos das vísceras e 
aparentemente empurrando as alças intestinais para baixo. 
Pode até se tratar de ascite, mas penso também em organomegalias 
ocupando os espaços abdominais. 
Para avaliar melhor, sobretudo por ser criança, o ideal é pedir uma USG. 
 
 
 
 
5. Sexo masculino, 32 anos, dor intensa em flanco E com irradiação para bolsa escrotal. 
 
 
6. Sexo masculino, 64 anos, hematúria. 
 
 
 
 
 
 
 
7. Sexo feminino, 64 anos, consulta de rotina, portadora de HAS com creatinina sérica de 
2,1mg/dL. 
 
 
USG de loja renal 
Essa imagem está no lugar do que era para ser um rim. Vemos 
múltiplos cistos renais ocupando todo o espaço do parênquima, 
característico da Doença Policística Autossômica Dominante. 
Essa condição aumenta o tamanho dos rins, por isso a 
opacificação na radiografia e a compressão de alças intestinais. 
 
USG de loja renal 
Essa clínica é clássica de cálculo em ureter. Assim, o exame 
inicial a ser pedido frente a essa suspeita é a USG. A imagem 
mostra um rim com área anecoica em meio a medula, de aspecto 
diferente do cisto, pois é irregular e ocupa essa área do rim em 
específico. Trata-se de Hidronefrose à esquerda, causada 
provavelmente pela impactação de um cálculo que se deslocou 
pelo ureter. A hidronefrose, nesse caso, é um sinal indireto do 
cálculo renal, confirmado pela clínica. 
RX de abdome 
Nesta radiografia, vemos opacidades em topografia de ureter à direita, 
indicativo de Urolitíase, hipótese que é complementada com a clínica de 
hematúria. 
USG de loja renal 
Pelos exames do paciente, pensamos em um quadro de 
insuficiência renal, que pode estar sendo causada pela 
HAS. Para avaliação de IR, há tabelas que classificam 
essa condição com base nos valores da creatinina. 
Quando pegamos pela primeira vez um paciente com IR, 
o ideal é pedir ao menos um exame de imagem para 
avaliar se esta é aguda ou crônica. O exame de escolha 
para tal avaliação é o USG. 
Na imagem ao lado, vemos um rim com dimensões 
reduzidas, afilamento do parênquima, perda da 
diferenciação do aspecto córtico-medular, aumento difuso 
da ecogenicidade, indicando uma doença renal crônica. 
 
8. Sexo feminino, 32 anos, disúria e polaciúria há 10 dias; febre, mal estar, dor em flanco E há 1 
dia com Giordano positivo à esquerda. 
 
Após 5 dias sem melhora clínica com o tratamento, passo a suspeitar de complicação. Nesse caso, a 
imagem vai me auxiliar. 
 
 
9. Sexo masculino 45 anos, hematúria, creatinina de 6,2mg/dL. 
 
 
 
 
 
 
TC de abdome 
Pela clínica, a hipótese diagnóstica é de pielonefrite. Peço exame de imagem 
somente quando houver sinal de complicação, como dor desproporcional a 
esperada para infecção urinaria, tratamento sem efeito. 
Na imagem, vemos nefrograma heterogêneo, com captação heterógena pelo 
contraste, que confirma a hipótese inicial. 
TC de abdome 
Nota-se formação cística em rim direito, e coleção irregular com 
densidade semelhante à líquida à esquerda, com parede captante 
de contraste. Esse achado à esquerda é característico de 
abcesso. 
Vemos também que a gordura adjacente está borrada, indicando 
inflamação e corroborando para o diagnóstico de abcesso renal, 
uma complicação da pielonefrite. 
 
Abcesso renal 
 
USG de loja renal 
Trata-se de um paciente com Insuficiencia Renal, assim, 
preciso saber a causa, tanto para a IR quanto para a hematúria. 
Para isso devo pedir um USG a princípio. 
Na imagem, vejo um rim com porção anecoica em área de 
medula, indicativo de hidronefrose. Não há achados de 
cronicidade, a espessura e tamanho do rim estão preservados, 
além do achado de hidronefrose, que justifica a IR dele. 
 
 
USG de bexiga/ doppler 
Na bexiga, vemos imagem hipoecoica 
dentro dela, sendo o principal diagnóstico 
diferencial o hematoma. Mas ao jogar o 
doppler, há fluxo. Logo, devo pensar em 
outro diagnóstico: tumor vesical, que está 
obstruindo o óstio ureterovesical, o que 
também leva à IR. 
 
RM em T2 
Na RM, o líquido em T2 está em alto sinal, e em meio à bexiga vemos 
uma massa em baixo sinal, indicando o tumor vesical, que também 
costuma cursar com hematúria. 
 
10. Sexo masculino 65 anos, pesquisa de hematúria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11. Sexo feminino, 50 anos, dor intensa em flanco esquerdo há 10 dias, com piora há cerca de 3 
dias, com febre e USG evidenciando massa em rim E. 
 
 
 
12. Sexo masculino, 67 anos, HAS de longa data, creatinina 4,0mg/dL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TC de abdome c/ contraste 
Vemos o rim esquerdo com grande cisto, com partes 
captantes de contraste, indicativo de áreas sólidas. 
BOSNIAK IV 
 
TC de abdome 
Vemos imagem liquida, hipodensa, com captação periférica 
pelo contraste, em paciente com história de infecção. 
Pensamos em Abcesso renal. O abcesso vai empurrando o 
rim, que acaba ficando comprimido. 
TC de abdome 
O tratamento por essa condição é a aspiração do conteúdo 
do abcesso por punção guiada por agulha. Esse 
procedimento é feito por radiologistas, e o paciente deve 
estar em decúbito ventral, pois é mais fácil o acesso ao rim. 
 
USG de loja renal 
Nota-se um rim heterogêneo, com parênquima de espessura 
reduzida, tamanho reduzido, perda de diferenciação cortiço-
medular, indicando atrofia e IR crônica, provavelmente em 
decorrência da HAS. 
 
13. Sexo feminino, 50 anos, dor epigástrica e em hipocôndrio D irradiada para dorso; DM tipo 2, 
aumento de lactato com amilase e lipase normais. 
 
 
 
 
RX de abdome 
Na radiografia não há muitas 
informações. 
 
TC de abdome 
Vemos na imagem uma vesícula com 
ar dentro, achado indicativo de 
colecistite enfisematosa (o ar é 
encontrado, inclusive, dentro da 
parede). É uma situação grave, 
complicada da colecistite, que 
geralmente acomete paciente 
diabéticos 
Vemos tambem infartos hepáticos

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