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FISIOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (POR REBECA ZILLI)

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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 
 AUTORIA DE 
 
Rebeca Zilli 
 
O QUE É? 
Insuficiência respiratória é a incapacidade de realização da troca gasosa (HEMATOSE), acarretando na 
diminuição da PO2 e aumento da PCO2 no sangue. 
 
POR QUE OCORRE? 
Ocorre por alterações no processo de ventilação, transporte/perfusão ou difusão durante a respiração. 
 ventilação inadequada quando não se faz o movimento correto da caixa torácica (ex: Obesos 
Mórbidos [excesso de gordura dificulta]; Grávidas [expansão do útero dificulta]; Doenças 
Musculares Degenerativas [fraqueza muscular dificulta]) 
 
 difusão inadequada quando há algum defeito que prejudique o funcionamento usual dos 
alvéolos, por eles serem o local exato onde ocorre a hematose, perde-se a capacidade de fazer 
trocas gasosas (ex: Pneumonia; Atelectasia) 
 
 perfusão inadequada como a hemoglobina é a responsável por carrear o O2, sem sangue não 
há transporte de gases e a troca gasosa não ocorre (ex: Anemia) 
As doenças relacionadas à insuficiência respiratória vão apresentar uma dessas três anormalidades respiratórias, 
fazendo com que tenham diferenciados diagnósticos e tratamento. 
 
CLÍNICA DO PACIENTE: 
 Dispnéico (sensação de falta de ar) 
 Taquipnéico (aumento da frequência respiratória, sendo o normal de 16 a 20 mpm) 
 Esforço Respiratório (uso da musculatura acessória pra respirar: ECOM, intercostais) 
 Cianose (hemoglobina dissaturada, sem O2, atribuindo coloração azulada) 
 
 
 
EXAMES PARA DIAGNÓSTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cianose central cavidade oral azulada 
Cianose periférica dedos, nariz e orelhas azuladas 
EXAME FÍSICO + ESPIROMETRIA 
averiguação dos sinais clínicos da insuficiência e completa o diagnóstico com a espirometria 
Faz-se uma inspiração seguida de uma espiração profunda para averiguação do VF1 (Volume Expiratório 
Forçado no Primeiro Segundo) e CVF (Capacidade Vital Forçada). 
 
GASOMETRIA 
principal método diagnóstico 
Mede-se no sangue do paciente os níveis de PO2, PCO2 e PH. 
Possível identificar o tipo de insuficiência no paciente: 
TIPO 1 Hipoxêmica (  PO2) 
TIPO 2 Hipercapnica ( PCO2) 
O TIPO 2 causa Acidose Respiratória, visto que o CO2 é um gás ácido e seu aumento implica na 
diminuição/acidez do PH (é diferente de Acidose Metabólica, onde o PH abaixa por conta da baixa de bicarbonato). 
 
 
MANEIRAS DE FAZER INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA: existem duas maneiras 
 Restrição Pulmonar: gera diminuição da CVF (Capacidade Vital Forçada) 
 danos que atrapalhem a mecânica do pulmão 
Gravidez (9 meses); Obesidade; Cifose/ Escoliose (coluna torta); Doença Muscular Degenerativa; 
Fibrose Pulmonar (contato com sílica); Tuberculose (destruição do parênquima pulmonar); 
Acidentes que perfurem a caixa torácica; Ascite (barriga d’água) 
 
 Obstrução da Via Aérea: gera diminuição do VF1 (Volume Expiratório Forçado no 1º Segundo 
 danos que atrapalhem a entrada e saída de ar (pode ocorrer em vias superiores ou inferiores) 
 a saída de ar é mais dificultada que a entrada (↑ CO2) 
Bronco aspiração de objetos/alimentos; Tabagismo (fibrosamento das vias); Asma 
 
 
 
DOENÇAS RELACIONADAS: 
ASMA: paciente terá contração da musculatura lisa dos brônquios causando ventilação inadequada 
 bronquioconstrição por edema 
(brônquio incha e diminui sua luz) 
 desencadeado por contato com alérgenos 
(libera estamina, leucotrieno e enzimas inflamatórias) 
 sensação de dispneia 
 pode ter hiperinsuflação do tórax 
(paciente não consegue colocar ar para fora) 
 dificuldade de expirar é maior que a de inspirar 
(ouve-se sibilo) 
 aumento da CPT e do VR 
(Capacidade Pulmonar Total e Volume Residual) 
 diminuição da VF1 e CVF 
(no início, a VF1 baixa com CVF normal) 
Trata-se com medicamentos broncodilatadores 
 
 
PNEUMONIA: é um processo inflamatório do pulmão causando difusão inadequada 
 
 entrada de líquido para dentro do alvéolo (a) 
 pode ser causada por bactéria, fungo, bronco aspiração 
 paciente vai cursar com hipoxemia e hipercapnia 
 pneumonia só gera insuficiência respiratória quando há o 
acometimento bilateral de vários alvéolos (apenas um lado do pulmão ou 
apenas alguns alvéolos não bastam, pois a parte saudável compensa) 
 causa da morte em pacientes com H1N1 
(pneumonia viral que acomete pulmão todo) 
 
 
 
TUBERCULOSE: quando há fibrosamento pulmonar causando ventilação e difusão inadequada 
 destruição do parênquima pulmonar 
 pulmão não tem elasticidade para abrir (ar que entra fica restringido) 
 aumento do trabalho da musculatura 
 redução da CVF 
 
Mancha branca demonstra que 
há líquido em parte dos alvéolos 
 
ATELECTASIA: quando ocorre colabamento pulmonar causando ventilação (e difusão inadequada) 
 pulmão desinsufla 
 via aérea obstruída (por fibrosamento ou broncoaspiração) 
 ar preso vai sendo reabsorvido e pulmão colaba 
 difusão inadequada ocorre quando o colabamento é alveolar 
(perda do surfactante que o mantém aberto) 
 
*quando o neonato não produz o surfactante pulmonar ao nascer, ele vai 
apresentar atelectasia* 
*na radiografia de um pulmão colabado, a traqueia apresenta desvio 
para o lado colabado* 
 
 
ENFISEMA PULMONAR CRÔNICO: paciente terá inflamação da musculatura lisa dos brônquios 
causando ventilação inadequada, mas, diferente da asma, ocorrerá não apenas edema, mas fibrose. 
 Enfisema pulmonar crônico é o famoso DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) 
 Geralmente causada por tabagismo ou contato contínuo com fumaça 
 Ocorre obstrução de Vias Aéreas (ar não entra e não sai) 
 Hipertensão Pulmonar com Cor Pulmonale 
 Redução da VF1 (dificuldade para expirar) 
 Aumento do Volume Residual (VR) 
 Alvéolo hiperinsufla e pode romper 
 
HIPERTENSÃO PULMONAR: o comprometimento alveolar compromete também a perfusão; se não 
consegue distribuir, ocorre aumento da pressão na artéria pulmonar, causando hipertensão pulmonar. 
 
COR PULMONALE: insuficiência cárdiaca direita secundária a hipertensão da artéria pulmonar 
Quando se tem níveis de oxigênio muito baixo, faz-se vasocontrição para compensar a hipoxemia, 
aumentando a pressão dentro da artéria pulmonar, e aumentando também o trabalho do ventrículo direito, 
hipertrofiando-o. 
Atenção: se há infarto cardíaco acometendo a parede do ventrículo, tem-se insuficiência cardíaca direita, 
mas não é cor pulmonale, porque não é secundaria a uma doença pulmonar. 
 
 
HIPOXEMIA: queda do O2 no sangue 
 o que pode causar: 
 Oxigenação inadequada (ar pobre em O2) 
 Doença pulmonar 
 Transporte inadequado (má perfusão, choque, anemia) 
 Incapacidade do tecido de captar o oxigênio 
 
 efeito no corpo: sem O2, há MORTE CELULAR (reduz da capacidade muscular, neurológica, etc) 
 
 como tratar: tratar por meio de OXIGENOTERAPIA (através de cateter nasal, máscara de O2 ou 
intubação), utilizando o melhor mecanismo para a gravidade da hipóxia. 
 
 
 
 
HIPERCAPNIA: excesso de CO2 no sangue 
 o que pode causar: 
 Doenças que causam hiperventilação (algo dificulta o movimento respiratório) 
 Obesidade 
 DPCO 
 Pneumotórax 
 
 efeito no corpo: causa letargia, sonolência, coma e acidose respiratória. 
Atenção: cuidado no momento de avaliar a gasometria, pois o pH pode estar normal, mas os outros gases 
podem estar alterados, como no caso de um paciente idoso, 80 anos, o qual fuma fumo de rolo desde os 
15 anos vai ser cianótico, vai ter esforço respiratório, as vezes tosse com catarro, indicando uma 
insuficiência respirtatória, mas seu pH pode estar normal, visto que é uma morbidade crônica e o 
organismo tente a compensar(por isso é importante olhar os gases, que, no caso, apontariam baixa de P 
O2 e alta de PCO2 e Bicarbonato.

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