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INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA EM EPIDEMIOLOGIA (POR REBECA ZILLI)

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INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA EM EPIDEMIOLOGIA 
 AUTORIA DE 
 
Rebeca Zilli 
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇAS: 
EPIDEMIOLOGIA: ramo das ciências da saúde que estuda os padrões de ocorrência, a distribuição e os 
determinantes das doenças nas populações humanas, com o objetivo de detectar padrões para identificar 
fatores de risco e propor medidas de promoção da saúde. 
 
 
MEDIDAS DE FREQUENCIA DE DOENÇAS: quantificar ou medir a frequência com que os problemas 
de saúde ocorrem em populações humanas é a principal ferramenta da epidemiologia. Existem dois tipos 
de medidas de frequência: 
• ABSOLUTA: 
 
Essa tabela mostra casos de hepatite em duas cidades fictícias, 
olhando os números absolutos (n de casos), há mais hepatite na 
cidade A. 
 
• RELATIVA: 
Utilizada para COMPARAR GRUPOS (porcentagem de ocorrência em relação à um grupo total) 
Exemplo: como visto anteriormente, na cidade A há muito mais 
habitantes que na cidade B. A partir da análise relativa (que leva em 
consideração o grupo afetado em relação ao total; número de 
casos/população), é possível perceber que a proporção da doença na 
cidade B é maior, ou seja, mesmo havendo mais casos novos na cidade 
A, com base na população o risco de hepatite na cidade B é maior. 
EXEMPLO: De 50 pessoas na sala, 21 têm problemas oftalmológicos (frequência absoluta), isto é, 
23% dos estudantes possuem esses problemas (frequência relativa). 
 
➔ No estudo epidemiológico, faz-se primeiramente o levantamento de casos e depois a 
comparação entre grupos e com o total. Assim, utiliza-se primeiro a FREQUÊNCIA ABSOLUTA 
e posteriormente a FREQUÊNCIA RELATIVA. 
 
ORIGEM HISTÓRICA: 
Os pesquisadores Doll e Hill, após a 2ª guerra mundial, observaram o alto índice de câncer e 
enfisema pulmonar nos pacientes hospitalizados. Eles repararam também que grande parte dos enfermos 
eram tabagistas, levando-os ao início dos estudos de prevalência e incidência para verificar fatores de risco 
(fizeram primeiro estudo de prevalência e depois de incidência para verificar a relação do uso do tabaco com 
as morbidades observadas) 
 
ANÁLISE DAS MEDIDAS: Essas frequências são usadas principalmente para analisar a incidência e a 
prevalência das doenças: 
• PREVALÊNCIA: 
DEFINIÇÃO: no de casos existentes (antigos e novos) de uma doença em determinado momento. 
 
RELEVÂNCIA: conhecer o no de afetados para verificar as necessidades de recursos para 
tratamento; prevenção; promoção de saúde; eficiência do tratamento. 
diferença do estudo da patologia → o foco não é a doença no indivíduo, mas na POPULAÇÃO. 
 
 
ETIOLOGIA: análises de prevalência são INADEQUADAS para investigações etiológicas; pois são 
estudos de não temporalidade, ou seja, não revelam o que veio antes para culminar no que veio 
depois (não revelam causa e efeito). 
 
 
 
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA: 
pode ser utilizado para estudos de prevalência tanto medidas ABSOLUTAS quanto as medidas 
RELATIVAS (o importante é verificar a quantia de casos) 
Pt = Ct / Nt 
• Pt= prevalência 
• Ct= casos totais (incluem novos e já existentes) 
• Nt= amostra total (toda a população analisada) 
• Expressa-se como uma proporção (valores variam de 0 a 1 e são expressos em percentuais). 
EXEMPLOS: 
→ Entre 400 crianças cadastradas na estratégia saúde da família, 15 apresentaram no primeiro 
exame, diagnóstico de anemia. 
→ 3,7 % das crianças cadastradas na estratégia saúde da família, apresentaram, no primeiro 
exame, diagnóstico de anemia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exceto quando a causa vem de nascimento (como cor da pele, sexo, idade), visto que são características 
permanentes. Nesse caso, o estudo de prevalência é tão bom quanto o de incidência para revelar fatores de risco 
(CHEGA A SER ATÉ MELHOR, POIS OBTÉM-SE O RESULTADO MAIS RAPIDAMENTE). 
 
• INCIDÊNCIA: 
DEFINIÇÃO: no de casos novos de uma doença em determinado intervalo. 
RELEVÂNCIA: incidência prediz o risco de adoecimento de um indivíduo saudável em um período 
de tempo, por meio de mais de uma observação (following/acompanhamento do paciente para 
conhecer a causalidade das doenças). 
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA: pode ser utilizado para estudos de prevalência tanto medidas 
ABSOLUTAS quanto as medidas RELATIVAS. Existem três parâmetros para estudos de incidência: 
CASOS INCIDENTES: número de casos novos em medida de FREQUÊNCIA ABSOLUTA 
(no total de indivíduos que desenvolveram a doença em relação à população total do estudo) 
 
 
 
INCIDÊNCIA ACUMULADA: número de casos novos em medida de FREQUÊNCIA RELATIVA 
(porcentagem de indivíduos que desenvolveram a doença em relação à população total do estudo) 
 
 
TAXA DE INCIDÊNCIA: É a medida de Incidência para populações abertas ou dinâmicas, sujeita à 
perda e ganho de novos participantes para o estudo (mede a velocidade ou a intensidade do 
processo de adoecimento 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝐧ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐧𝐨𝐯𝐨𝐬
𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀 − 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• 
 
 
• MORTALIDADE ≠ LETALIDADE: 
MORTALIDADE: óbitos/população 
LETALIDADE: óbitos/doentes 
 
exemplo geral: na sala há 60 pessoas; dessas, 20 têm problemas oftalmológicos (medida de prevalência 
absoluta), representando 33% (medida de prevalência relativa); desses, 10 desenvolveram o problema 
oftalmológico entre 2015 e 2018 (medida de incidência absoluta), representando 50% (medida de 
incidência relativa); a taxa de incidência de problemas oftalmológicos na turma é de 0,8/ano (valor fictício). 
 
Ex: de 100 participantes do estudo, entre 2010 e 2015, 20 pessoas desencadearam a doença 
Ex: 20% dos participantes do estudo, entre 2010 e 2015, desencadearam a doença 
Ex: Seguimento de uma população dinâmica de 20 homens para avaliação de infarto agudo: 
 
 
 
 
4 indivíduos adoeceram (indivíduo 1, 4, 11 e 13) 
• Indivíduo 1: participou 1 ano e meio do estudo até adoecer 
 (pessoa-tempo de 1,5) 
• Indivíduo 4: participou 8 anos e meio do estudo até adoecer 
 (pessoa-tempo de 8,5) 
• Indivíduo 11: participou 2 anos e meio do estudo até adoecer 
 (pessoa-tempo de 2,5) 
• Indivíduo 13: participou 1 ano e meio do estudo até adoecer 
 (pessoa-tempo de 1,5) 
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝟒 
𝟏, 𝟓 + 𝟖, 𝟓 + 𝟐, 𝟓 + 𝟏, 𝟓
= 𝟎, 𝟐/𝒂𝒏𝒐 
 
 
EXERCÍCIOS 
1. O Núcleo de Estudo de Saúde Coletiva (NESC) da UFRJ desenvolveu um projeto de pesquisa cujo 
objetivo era avaliar os impactos do Programa de despoluição da Baía de Guanabara sobre as condições 
de saúde e a qualidade de vida das populações envolvidas. Como parte deste projeto, foi realizado em 
1996, um estudo piloto, no qual buscou-se identificar, ao longo de três meses, as proporções de 
indivíduos, com idade entre 1 e 59 anos, que apresentavam anticorpos para o vírus da hepatite A(VHA), 
em 3 populações distintas, segundo as condições de saneamento, residentes no distrito de Campos 
Elyseos (município de Duque de Caxias) e na Ilha do Governador, município do Rio de Janeiro. Uma 
vez obtido o consentimento dos participantes selecionados aleatoriamente, coletou-se uma alíquota de 
sangue de cada indivíduo para pesquisa de anticorpos específicos para o VHA. Qual a medida de 
frequência que pode ser calculada a partir deste estudo? Justifique. 
2. Em 01/01/06, existiam 1800 casos de tuberculose em tratamento, em um município da região 
metropolitana do Rio de Janeiro. Ao longo deste ano foram notificados 300 casos novos de tuberculose 
e 450 pacientes obtiveram alta por cura. Todos os pacientes foram tratados através do esquema I, com 
duração de 6 meses. A população residente neste município, estimada para 2006, era de cerca de 
960.000 habitantes. 
a) Calcule a proporção de prevalência no iníciode 2006 
b) Calcule a proporção de prevalência no final de 2006 
c) Calcule a prevalência no período de 2006 
d) Calcule a Incidência Acumulada de tuberculose em 2006, neste município. 
e) Como se explicaria a alteração observada na prevalência da tuberculose no início e no final de 2006? 
 
3. “Cólera: O Brasil é o segundo no mundo. Dados da OMS revelam que 94 países foram atingidos pela 
doença, sendo o Zaire o de maior incidência, com cerca de 58 mil casos (com 4.181 óbitos), seguido 
pelo Brasil (cerca de 50 mil casos e 544 óbitos).” 
a) Baseado nas informações acima, podemos afirmar que a taxa de incidência de cólera no Zaire foi 
maior do que no Brasil? Justifique 
b) Aonde o risco de adquirir a doença foi maior? 
c) Em qual dos dois países citados a gravidade da doença foi maior?

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