Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HG III - revisão prova ❖ Introdução a pesquisa clínica: tipos de estudos científicos O objeto de estudo das Ciências da Saúde é o ser humano, em todos os seus eventos e particularidades. A saúde, nesse contexto, é classificada como um fenômeno biopsicossocial. Uma pesquisa pode ser classificada em alguns âmbitos como: ● Modalidade da pesquisa - Exploratória: caracterização inicial do problema e constitui a primeira etapa de toda a pesquisa científica. - Teórica: ampliar os fundamentos teóricos, definir leis mais amplas e estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar hipóteses. - Aplicada: investigar, confirmar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos. - De campo: observa os fatos e como eles ocorrem. Nos permite separar e controlar as variáveis, além de perceber e estudar as relações estabelecidas. - Experimental: determina um objeto de estudo e seleciona variáveis capazes de influenciá-lo - Bibliográfica: recupera o conhecimento científico acumulado sobre um tema. ● Objetivos de pesquisa - Exploratória: proporcionar familiaridade com o problema: pesquisa bibliográfica, estudos de caso e enquetes - Descritiva: fatos observados, registrados, analisados e interpretados. - Explicativa/analítica: identificar fatores determinantes para ocorrência de fenômenos. ● Forma de abordagem da pesquisa - Quantitativa: traduz em números as opiniões e informações para que sejam classificadas e analisadas. Utiliza técnicas estatísticas. - Qualitativa: busca o estudo de aspectos específicos, particulares com abordam ampla e buscando saber como as pessoas veem e se sentem quando estão diante de situações. Utiliza métodos de investigação, enquetes e leitura. ● Nível e objetivo de análise Podem ainda ser divididos em: - Observacionais: não há intervenção direta do pesquisador com a relação analisada, os grupos são classificados no início do estudo e observados ao longo do tempo, determinando incidência ou risco. - Experimentais: existe intervenção direta do pesquisador com a relação analisada. Usado para saber se um tratamento é superior a outro. Identificar o tipo de abordagem metodológica utilizada para responder à questão proposta implica na definição de características básicas da investigação. Nesse sentido, as etapas da pesquisa clínica são: ● Pergunta Investigativa: - Quantitativo: o que é significativo é conhecido precisamente; - Qualitativo: a priori tudo pode ser significativo. ● Coleta de Dados: - Quantitativo: o pesquisador acaba por se distanciar do meio. Há um controle inicial das variáveis, mensuradas por procedimentos fixados e pré-estabelecidos. Amostragem: o número de entrevistados é maior, e os resultados podem ser aplicados a toda uma população; Entrevistas; questionários com respostas padronizadas, realizados individualmente. - Qualitativo: há maior interação entre o pesquisador e o meio, com variáveis controladas posteriormente e avaliadas por procedimentos variáveis. Amostragem: "amostra por conveniência", há um menor número de entrevistados e os resultados não podem ser extrapolados para a população geral; Entrevistas: podem ser realizadas em grupo com questionários mais subjetivos. ● Interpretação dos Resultados: - Quantitativo: observação de dados estatísticos e verificação do enquadramento destes dentro dos parâmetros definidos; - Qualitativo: observação do discurso. ❖ Pesquisa Qualitativa A epistemologia (estudo do conhecimento) coloca em xeque os conceitos de ciência positivista, postulada sobre resultados universais, com métodos fixos, frente a um universo de complexidades, pois o surgimento da teoria da relatividade trouxe à tona a existência de múltiplos contextos que impedem a universalização de métodos e resultados. O observador tem por missão reduzir as interferências sobre seu objeto de estudo, buscando assim o retrato mais fidedigno possível daquele cenário. A abordagem compreensivista empregada na pesquisa qualitativa tem como principais pontos: - Experiências e reconhecimento de realidades humanas complexas; - Contato com indivíduos em seu próprio contexto social; - Encontro intersubjetivo entre observador e pesquisado; - Resultado não universalizável. Hermenêutica Crítica (Crítica Dialético–hermenêutica): considera a hermenêutica como tarefa fundamental da compreensão, mas leva em conta fatores extralinguísticos para fundamentar a interpretação emancipatória efetiva. ● Fases de uma pesquisa qualitativa: - Fase exploratória: revisão de materiais produzidos previamente sobre o tema em análise; - Trabalho de campo: observação e aplicabilidade do objeto de estudo pelo uso de instrumentos diversos; - Análise dos resultados: os instrumentos utilizados para a coleta de dados são: → Roteiro de entrevista (aberta ou semi-estruturada, não é recomendado limitar o escopo de respostas, pois podem ser perdidas informações por incompatibilidade com as assertivas pré-definidas); → Roteiro para grupo focal (provocação de debate sem interferências pelo observador num grupo de características demográficas compatíveis com o estudo); → Roteiro de observação participantes ("diário de campo"); → Roteiro de análise documental. Os critérios de local e amostra são definidos com base no objetivo de estudo e no observador. A amostra tende ao aprofundamento (menor número de pessoas). ● Tipos de estudos qualitativos: - Análise documental: : é realizada com base em documentos contemporâneos ou retrospectivos com autenticidade científica (ex.: tabelas estatísticas, cartas, pareceres, fotografias, atas, relatórios, pinturas/desenhos, esculturas, notas, diários, projetos de lei, ofícios, discursos, mapas, informativos, depoimentos orais e escritos, certidões, correspondência pessoal ou comercial, documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais ou sindicatos), e pode ser empregada como complemento a outras técnicas. O trabalho de análise e interpretação começa com a coleta dos materiais, não sendo esta uma acumulação cega e mecânica. À medida que colhe as informações, o pesquisador elabora a percepção do fenômeno estudado e se deixa guiar pelas especificidades do material selecionado. - Etnografia: a arte e a ciência de descrever um grupo humano suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produções materiais e suas crenças. Analisa as motivações dos objetos de pesquisa (grupo de indivíduos com características comuns) por meio da observação. O pesquisador busca compreender seu modo de vida, registrando suas formas de interação entre si e para com o ambiente e seus comportamentos, permitindo que sejam extraídos insights importantes sobre crenças, valores e perspectivas que vigoravam durante o período de estudo. As distinções entre momento de coleta e análise de dados não é clara, permeando todo o processo de investigação. - Estudo de caso: a investigação empírica de um fenômeno contemporâneo em seu contexto real. Essa estratégia de pesquisa ocorre especialmente quando não há uma definição clara entre os limites do fenômeno e do contexto. O pesquisador faz uso de dados tanto quantitativos quanto qualitativos, não sendo necessário contato local obrigatório. Os objetos em análise podem ser casos únicos ou múltiplos. - Observação participante: o observador partilha, na medida do possível, das atividades, ocasiões e interesses dos indivíduos ou comunidades estudados. O objetivo principal é a captação das significações e das experiências subjetivas dos intervenientes no processo de interação social. Como o observador tem de se integrar num grupo ou que inicialmente lhe é estranho, ele sofrerá um processo de "ressocialização", tendo, frequentemente, de aprender novas normas e linguagens e de representar novos papéis, o que coloca problemas particulares relativos à objetividade científica (adequar-se à comunidade em análise x manter o espírito crítico e a imparcialidade). Adequa-se principalmente a fenômenos ou grupos de reduzida dimensão, pouco conhecidos ou pouco visíveis em outras abordagens. - Pesquisa-ação: difereda observação participante pois apresenta em seus objetivos claras intenções intervencionistas, com a articulação de múltiplos setores e atores sociais, sendo que essa ação é a base constitutiva da pesquisa. ❖ Introdução a tipos de estudos quantitativos Leva em conta: - Intervenção do investigador: intervencionista (investigador oferta algo) ou observacional. - Unidade de estudo: individual ou populacional (pesquisas com datasus) - Tempo: momento único com o paciente (transversal) ou acompanhamento constante (longitudinal). Ps: um estudo observacional pode ser analítico (examina a existência de associação entre uma exposição é uma doença ou condição) ou descritivo (o determinar a distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde segundo o tempo, o lugar e a pessoa, pode gerar hipóteses pois examina a incidência e prevalência). Cada tipo de estudo analisado possui um checklist com os itens que devem estar presentes na pesquisa, sendo o mais comum em estudos observacionais o STROBE Statement, e em estudos intervencionistas, o CONSORT. Tipos de observacionais ● Transversais É chamado também de seccional, de corte, de prevalência ou inquérito epidemiológico. É um delineamento observacional que pode ser descritivo ou analítico. As determinações da doença (entenda doença como desfecho) e da exposição são realizadas simultaneamente, e subpopulações de diferentes níveis de exposição são comparadas com relação à prevalência da doença e aos fatores que se julgam associados a esta. Os estudos transversais, por lidarem exclusivamente com a medida de frequência do tipo prevalência, são mais indicados para estudar as doenças de longa duração e exposição que pouco se modificam com o tempo. Para sua amostragem, usa-se métodos para observação de um grupo de indivíduos. Uma amostra pela qual é possível a realização de inferência (generalização dos resultados) deve ser representativa da população que lhe deu origem. Possui baixo poder analítico, não determina causalidade. ex: Análise do perfil de pacientes com HIV/AIDS hospitalizados após introdução da terapia antirretroviral. ● Estudo de coorte O pesquisador cataloga os indivíduos como expostos e não expostos ao fator de estudo, segue-os por um determinado período e, ao final, verifica a incidência da doença entre eles, comparando-a nos 2 grupos. O propósito desse tipo de pesquisa é correlacionar determinados fatores de risco a um desfecho (que pode ou não ser uma doença). É uma metodologia individualizada, observacional e longitudinal.O objetivo do estudo é a comparação da incidência entre os grupos, e para tanto é preciso garantir que todos os participantes não apresentem o desfecho de interesse no início do estudo. Permite o cálculo do risco relativo= é a razão entre as incidências do desfecho, ou seja, entre o risco de apresentar o desfecho no grupo exposto (IGE) em relação ao não exposto (IGNE). Pode ser: - Retrospectivo (não concorrente): , a investigação inicia em um ponto no tempo em que tanto exposição quanto desfecho já ocorreram. ex: Progressão da doença renal crônica: experiência ambulatorial em Santarém-PA. - Prospectivo (concorrente): a seleção dos participantes pode ser feita no presente, e estes são acompanhados até o aparecimento do desfecho. Ex: Retardo no crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer e prematuridade em recém-nascidos de grávidas com malária, na Colômbia. ● Caso controle Esse delineamento de estudo seleciona indivíduos que desenvolveram e que não desenvolveram um desfecho de interesse (ou seja, casos e controles) e procura avaliar a frequência de exposição passada a fatores que se acreditam ser associados ao desfecho. Nesse sentido, trata-se de estudo observacional, longitudinal e unicamente retrospectivo. É importante frisar que os controles devem ser pertencentes à mesma população à qual pertencem os casos, ou a comparação deixa de ser válida. A medida associativa desse tipo de estudo é a odds ratio (“razão de chances”), com a mesma interpretação do risco relativo (resultados maiores que 1,0 são preditores de probabilidade, valores menores indicam proteção), tendo como diferença a forma de calcular: é uma razão entre a divisão de indivíduos expostos doentes e não doentes, e uma nova divisão entre participantes não expostos acometidos e não afetados. ex: Consumo de alimentos de origem animal e câncer de boca e orofaringe. ● Estudo ecológico O tem como fator determinante uma área geográfica bem definida, gerando indicadores de saúde e propondo hipóteses para o cenário observado. Os dados coletados podem ser primários (coletados individualmente) ou secundários (frutos de plataformas, como o DATASUS). Há risco da pesquisa se deparar com uma falácia ecológica, a atribuição de um fator que não resulta naquele desfecho, mas que é presente na população analisada (uma “coincidência”). Esse tipo de pesquisa é observacional, analisando um agrupado, com caráter transversal. ex: Queda dos homicídios no município de São Paulo: uma análise exploratória de possíveis condicionantes ESTUDO DE INTERVENÇÃO ● Ensaio clínico É um tipo de pesquisa individualizado, intervencionista e longitudinal prospectivo. Se divide em quatro fases: Fase I: pesquisadores fazem testes iniciais do tratamento em grupos pequenos de pessoas pela primeira vez, de modo a avaliar sua segurança, definir sua dosagem segura e identificar efeitos colaterais; Fase II: a medida terapêutica é ofertada para um número maior de pessoas para verificar a eficácia do método e melhorar sua segurança; Fase III: a medida terapêutica em análise é oferecida para grandes grupos amostrais com o objetivo de confirmar sua eficácia, monitorar os efeitos colaterais, comparar a propedêutica em estudo a outros métodos préexistentes, e coletar informações que favoreçam o emprego seguro dessa medida; Fase IV: realizada após a disponibilização do tratamento no meio comercial, tendo por objetivo coletar relato de sua aplicação em populações diversas, e de seus efeitos a longo prazo. Um estudo de intervenção é dito controlado quando são acompanhados 2 grupos: o 1º é tratado com o esquema terapêutico em estudo, e o outro recebe “placebo” ou convencional (grupo-controle). Deve- -se lembrar que, diferentemente da coorte, os estudos clínicos sempre se iniciam com todos os indivíduos com a doença/desfecho. Uma opção para alocação do grupo de intervenção é o ensaio clínico controlado cruzado (crossover). Nesse caso, um grupo de pacientes recebe um tratamento, e a outra metade, o placebo. Após uma pausa temporal, faz-se uma inversão, com a 1ª metade recebendo o placebo, e a 2ª, o tratamento. Dois conceitos são importantes para a compreensão desse método de estudo: - Randomização: tem por finalidade “balancear” os grupos, que contam com características inicialmente similares (faixa etária, sexo, etc.). Cada indivíduo deve ter 50% de probabilidade de cair em qualquer um dos dois grupos, sendo o padrão ouro uma moeda ou dado; - Alocação: diz respeito ao mecanismo de direcionamento dos participantes do estudo entre os grupos (estudo ou placebo), sendo realizada por uma terceira pessoa que não tem relação com a pesquisa (ex.: secretária ou enfermeira); Para viabilizar o mascaramento, muitas vezes é necessário o uso de um placebo, substância de aparência, forma e administração semelhantes às do tratamento que está sendo testado, porém sem princípio ativo. ex: Parando de fumar cigarros de tabaco com vareniclina: estudo clínico placebo controlado duplo-cego randomizado - Ensaio clínico randomizado: mínimo de dois grupos escolhidos de forma randomizada; - Ensaio clínico quasi-experimental: dois grupos escolhidos pelo pesquisador, tem menor crédito pela ocorrência de viés de seleção; - Ensaio clínico braço único: um único grupo estudado; - Estudo piloto: tem por objetivo determinar a segurança da medida proposta, utilizando de um grupo pequeno de participantes (difere da fase ❖ Entendendo a Estratégia PICO A revisão sistemática é uma forma de pesquisa responsável por sintetizaras informações disponíveis num determinado momento acerca de um problema específico de forma objetiva e reproduzível, baseando-se em métodos científicos de modo a limitar vieses no estudo. Os princípios dessa modalidade de trabalho são a exaustão na busca dos materiais analisados, a seleção fundamentada destes, ancorada em critérios explícitos, e a avaliação da qualidade metodológica de cada fonte, além da quantificação do efeito das medidas propostas por meio de técnicas estatísticas. De uma forma geral, os estudos de revisão são divididos em revisão narrativa (conhecida também como literária) e revisão sistemática. As características desses estudos são: ● Revisão Narrativa: - Questão: ampla; - Fontes: por vezes não especificadas, podendo apresentar viés; - Seleção: frequentemente não especificada, podendo apresentar viés; - Avaliação: variável conforme o pesquisador; o Síntese: qualitativa; -Inferências: às vezes são baseadas em resultados de pesquisas clínicas. ● Revisão Sistemática: - Questão: específica - Fontes: são abrangentes, com mecanismo de busca explícito; -Seleção: baseia-se em critérios aplicados uniformemente; - Avaliação: ancorada em critérios específicos que permitem sua reprodução; - Síntese: quantitativa, fazendo uso de métodos estatísticos, podendo ou não conter uma metanálise; - Inferências: frequentemente baseadas em resultados de pesquisas clínicas. Pode haver um “S” = desenho de estudo que melhor responde à pergunta proposta. É feita a determinação da qualidade dos estudos, mensuradas em diversas escalas, como a Jadad, a Delphi, a Maastrichit, a PEDro, e a Colaboração Cochrane (específica para a Cochrane Library, base de dados de referência para revisões sistemáticas), que tem como principais aspectos: - Vieses de seleção: randomização e ocultação da alocação; -Viés de condução: cegamento dos participantes e da equipe de pesquisa; - Viés de detecção: cegamento da avaliação e do resultado; - Viés de seguimento: dados de resultados incompletos; - Viés de relato: relato seletivo; - Outros vieses. Esses indicadores de qualidade são expressos em escalas de cor associadas à possibilidade de ocorrência de viés metodológico (verde - baixo risco de viés/amarelo – risco de viés incerto/vermelho – alto risco de viés). O check list das revisões sistemáticas são ancorados no PRISMA e no Cochrane Handbook for systematic reviews of interventions. Para registrar o estudo e protegê-lo de plágio, é preciso registrá-lo no PROSPERO (registro internacional de revisões sistemáticas). ❖ Ética em pesquisa O Código de Nuremberg (1947) foi o 1º documento com repercussão internacional que estabeleceu princípios éticos mínimos a serem seguidos em pesquisa envolvendo seres humanos. Elaborado em decorrência dos abusos e das atrocidades cometidos durante a 2ª Guerra Mundial. Foi elaborada, em 1964, pela Associação Médica Mundial, a Declaração de Helsinque, que determina que, em qualquer pesquisa com seres humanos, cada participante deve ser informado adequadamente sobre os objetivos, métodos, benefícios previstos e potenciais perigos decorrentes do estudo. Os sujeitos de pesquisa devem ser informados de que são livres para retirar, a qualquer momento, seu consentimento em participar. Esse documento condena ainda o uso do placebo quando já existe tratamento eficaz estabelecido. No Brasil, foi criada a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, na qual constam as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e que se fundamenta nos principais documentos internacionais resultantes das declarações e diretrizes sobre pesquisas que envolvem seres humanos. Essa resolução, além de normatizar a criação, composição e atuação de Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), estabelece exigências éticas e científicas para pesquisas envolvendo seres humanos e exige que o esclarecimento dos sujeitos se faça em linguagem acessível Os pontos considerados pelo CEP são: - Protocolo: informações relativas à pergunta de investigação proposta, com descrição de aspectos relativos à população em análise, ao tipo de intervenção proposta, desfechos esperados - Riscos: devem ser expressos todos os possíveis riscos e planos de intervenção; - Autonomia: o pesquisador deve garantir que a participação dos objetos seja voluntária e sem remuneração, registrando casos de evasão de participantes, cujos dados devem ser desprezados; - Cronograma: as datas de coleta, avaliação e processamento dos dados devem ser esquematizadas e informadas ao CEP. O projeto encaminhado poderá ter como pareceres a aprovação, finalizando o trâmite do processo e permitindo o seguimento da pesquisa, a não aprovação, que requer remodelamento do protocolo de pesquisa, e o parecer pendente, no qual o produtor deverá verificar a conduta a ser tomada frente às justificativas do Comitê (ex.: obtenção de documentos). A resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 substitui a resolução nº 196/96, definindo os direitos dos participantes de uma pesquisa (autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade) e os critérios de formação dos Comitês de Ética em Pesquisa (ter no máximo 50% dos seus membros correspondendo a uma mesma categoria profissional, garantir a presença de um grupo representativo da sociedade e estar vinculado à Plataforma Brasil). A Plataforma Brasil é a interface virtual criada pelo Governo Federal para sistematizar o recebimento e a análise dos projetos de pesquisa em seres humanos. Todo pesquisador deve se cadastrar nessa plataforma de modo a atuar como autor principal e, após essa etapa poderá realizar a submissão de seus protocolos, acompanhados por anexos específicos.
Compartilhar