Buscar

caderno de processo penal II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Faculdade Baiana de Direito 2020.2 Rachel Abreu 
CADERNO DE PROCESSO PENAL II
PROVA 01: entregar no dia 25/09
PROVA 02: entregar no dia 27/11
1ª UNIDADE
AULA 01
SUJEITOS PROCESSUAIS
1. CONCEITO: são as pessoas que se envolvem nas relações jurídica processuais; pessoas necessárias para que se possa falar em processo penal – JUIZ; ÓRGÃO ACUSADOR; ACUSADO
 
- Há sujeito processual durante a investigação? Só existem sujeitos processuais na fase da ação penal, NÃO há sujeito processual na fase de investigação 
- Quando se inicia o processo penal condenatório? Com o recebimento da denúncia ou da queixa crime. Antes disso não há sujeito processual 
- O juiz das garantias é sujeito processual? Ele atua na fase pré processual e por isso não é sujeito processual, pois sem ele é possível que a relação jurídica processual aconteça 
2. Sujeitos centrais da relação processual penal (processo penal condenatório): 
- JUIZ (da instrução e julgamento) 
- AUTOR/ÓRGÃO ACUSADOR (parte ativa, que pode ser o MP ou o querelante)
- RÉU (parte passiva, que é o acusado ou o querelado)
3 – CLASSIFICAÇÃO DOS SUJEITOS PROCESSUAIS: 
- Sujeitos processuais principais: juiz; autor; réu
- Sujeitos processuais secundários, acessórios ou colaterais: aqueles que tem algum direito no processo, mas que não são indispensáveis na relação jurídica 
- Terceiros: não tem direito processual, mas que contribuem no processo (testemunhas; perito) 
- Parte sob o ponto de vista material: a parte na infração penal/ no crime – é a vítima (sujeito passivo) e o ofensor (sujeito ativo)
- Parte sob o ponto de vista formal: se analisa o processo criminal; no polo ativo tem que se analisar quem propõe a ação (MP ou querelante) e no polo passivo (querelado ou o réu) contra quem se acusa 
4 – O JUIZ: 
- Ele representa os interesses do Estado, tanto é que se esse juiz gerar um dando por imprudência, ou negligência e acabar gerando uma indenização, essa indenização é formulada contra o Estado e o Estado poderá então entrar regressivamente contra o juiz Pessoa física 
- é o único com a capacidade de dizer o Direito
- Ele deve possuir: 
· Capacidade funcional (investidura): regulamente investido na magistratura; bacharel em direito e aprovado em concurso, com 3 anos de atividade pública, com nomeação no cargo de juiz 
· Capacidade processual (ou capacidade objetiva): a competência conforme a CF...
· Imparcialidade (capacidade subjetiva): não ter interesse pessoal com as causas que irá julgar; conseguir afastar suas concepções pessoais no momento da aplicação da lei
4.1 – GARANTIAS FUNCIONAIS DOS JUIZES: existem para que não haja nenhum tipo de influência externa na atuação dos juízes 
- INAMOVIBILIDADE: o magistrado não pode transferido de uma comarcada para outra sem seu consentimento 
- VITALICIEDADE: a função exercida é vitalícia, não há como tirar o juiz do seu cargo sem um procedimento judicial; essa garantia é obtida com 2 anos de exercício do cargo 
- IRREDUTIBILIDADE: não é possível ter a redução do salário do juiz ao longo dos anos de exercício de função 
4.2 – FUNÇÕES DOS JUÍZES: 
- Prover a regularidade do processo (art. 251 do CPP) e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar, a força pública
Para que o juiz exerça essas funções ele precisa praticar alguns atos: esses atos são divididos em atos de natureza jurisdicional (ordinatórios, instrutórios, finais), atos de natureza administrativa e funções anômalas.
- ATOS DE NATUREZA JURISDICIONAL: 
· ORDINATÓRIOS: aqueles para corrigir alguma falha no curso do processo; sem muita importância para o final do processo 
· INSTRUTORIOS: tem valor probatório; aqueles com o objetivo de provar algo ao longo do processo 
· FINAIS: são atos decisórios; sentenças ou decisões interlocutórias 
- ATOS DE NATUREZA ADMINISTRATIVA (OU DE POLÍCIA): atos que servem para manter a ordem durante o processo (caso alguém se exalte em uma sessão, um julgamento, o juiz pode usar da força policial para tirar essa pessoa da sala, isso é um exemplo de ato administrativo)
- FUNÇÃO ANÔMALA: é uma função não jurisdicional, que não é abtual do juiz
4.3 – IMPEDIMENTO DO JUIZ: 
· Previsão legal: o próprio CPP prevê que o juiz é parcial em algumas situações e nesses casos não poderá atuar, de forma objetiva, não importando a intenção do juiz; art. 252 CPP. 
· Rol taxativo ou exemplificativo? É um rol taxativo. 
· Se refere a fatos objetivos, relacionados ao próprio processo em curso e se configuram independentemente da vontade dos sujeitos do processo; não se analisa o elemento subjetivo do magistrado. 
· Consequência jurídica: qualquer ato praticado por um juiz impedido é um ato considerado inexistente no processo 
· Preclusão temporal? Pode se alegar esse impedimento até quando? Até após o transito em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, em qualquer tempo no processo. 
Art. 252.  O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I - Tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
- Inclui-se, aqui, a figura do companheiro. 
- Em caso cível, que pode ser aplicado ao criminal, o STJ já entendeu que não gera impedimento a decisão proferida sem apreciar o mérito 
II – Ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
- Não poderá julgar o processo o juiz que, antes de ingressar na magistratura, foi o advogado do réu ou o delegado do caso. 
- O juiz que atuou na fase pré-processual, como no deferimento de uma medida cautelar de busca e apreensão, estará impedido de, depois, atuar na fase processual? Atualmente ele pode atuar nas duas fases e não estará impedido, por conta da suspensão dos juízes da garantia 
- Previsão do art. 75 do CPP: como o juiz das garantias está suspenso, não existe essa ideia de dois juízes distintos. Muitos autores defendem que o art. 75, na sua parte inicial acabou sendo revogado, após a suspensão do juiz das garantias. 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
- Meros despachos de andamento do processo também gerarão o impedimento? Não há esse impedimento 
 IV - Ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
- Poderá ocorrer está hipótese tanto no caso dessas pessoas serem partes interessadas no feito (como querelantes ou querelados) quanto no caso de algum interesse penal (reparação do dano causado pelo crime, por exemplo)
- Impedimentos das leis processuais cíveis podem ser aplicadas no processo penal? As hipóteses de impedimento são apenas a do art. 252, CPP e não admitem ampliação! Isso pode acontecer apenas nas hipóteses de suspeição 
- Como ocorre em caso de órgão coletivo? (art. 253, CPP) 
Art. 253.  Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.
- Isso acontece porque há uma tendência de haver uma votação em comum acordo. isso se aplica também para os companheiros 
4.4 – HIPOTESES DE SUSPEIÇÃO 
Art. 254.  O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
- Não haverá suspeição se houver má-fé da parte, ou seja, ela não pode criar artificiosamente uma situação que objetiva afastar o juiz do caso 
II - Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
- Inclui-se, aqui, o companheiro 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou respondera processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
- Inclui-se, aqui, o companheiro 
IV - Se tiver aconselhado qualquer das partes;
- Não deve dizer como ninguém deve agir 
V - Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
V.l. - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
 - É um rol exemplificativo, para a maioria da doutrina. Mas há uma divergência jurisprudencial sobre isso. 
- Essas hipóteses se referem a fatos subjetivos, relacionados as partes do processo e não ao objeto
- Consequência jurídica de atos praticados na suspeição: nulidade absoluta dos atos praticado por aquele juiz 
- Na suspeição acontece a preclusão temporal: nesses casos ela só pode ser alegada até o transito em julgado do processo 
- A relação do advogado ou do promotor de justiça com o juiz da causa não causa suspeição
4.5 – MINISTÉRIO PÚBLICO (art. 127 CF): é o órgão acusador, mas não necessariamente precisa acusar, apenas quando há provas necessária para isso; é uma parte forma do processo, atua na parte ativa do processo; cabe a ele promover privativamente a ação penal pública e fiscalizar a execução da lei (art. 257, I e II, CPP e art. 129, I, CF) 
· GARANTIAS FUNCIONAIS: 
- Inamovibilidade: existem algumas situações em que é possível que ocorra uma mudança, mas para isso é necessário que aconteça por meio de votação absoluta dos membros do MP 
- Vitaliciedade: necessidade de processo específico para que se perca o cargo 
- Irredutibilidade dos vencimentos 
ORGANIZAÇÃO DO MP (art. 128 da CF) 
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - O Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - Os Ministérios Públicos dos Estados.
- PRINCIPIOS INSTITUCIONAIS (ART. 127, §1º, CF) 
· UNIDADE: o MP é uno, ou seja, cada localidade é vista administrativamente como uma unidade, já que estão sob uma direção distinta de um procurador geral 
· INDIVISIBILIDADE: não há problema em um membro do MP substituir o outro em um processo de MP, já que eles não atuam em nome próprio e sim em nome da própria instituição MP. 
· INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL: o MP não se subordina a ninguém em termos funcionais, isso não significa que o promotor é administrativamente 100% livre; nem mesmo em relação a seus colegas, caso eles venham a substitui-los, por isso devem decidir com base no que achem mais razoável. 
- IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO: 
 
Art. 258.  Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes. 
- Quais são as consequências da atuação de um promotor impedido ou suspeito? Se entende na doutrina que caso isso aconteça, aconteceria uma nulidade relativa por não haver uma função decisória dentro da atuação do MP
- A participação de membro do MP na fase investigatória criminal acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia? NÃO. 
Súmula 234 - STJ “A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.” 
- O MP é imparcial? É necessário fazer a distinção a seguir 
- PARCIALIDADE OBJETIVA x PARCIALIADE SUBJETIVA: 
Objetivamente falando, o MP é parte parcial porque sempre busca a acusação, por nunca haver uma mudança de polo
Subjetivamente falando, o MP precisa sempre querer a acusação? O membro precisa sempre ter interesse pessoal na demanda e procurar essa acusação? Após essa análise podemos concluir que o MP é parte imparcial. Pois o MP é um órgão do estado e ele não pode querer a condenação de inocentes 
- PROMOTOR NATURAL: se entende que há sim essa figura do promotor natural, porém quem defende que essa ideia não existe vai com base no princípio da indivisibilidade, que defende não ser necessário um único promotor no mesmo processo; 
Já quem concorda com a figura do promotor natural explica que ela é importante para proteger o próprio membro do MP e a própria coletividade – ele protege o membro do MP pois tenta se evitar o promotor de exceção, o promotor delegado; e com isso a função seria exercida com mais independência e de forma mais justa, e protege a coletividade porque garante que o promotor escolhido é feito de forma aleatória e imparcial/genericamente.
- PROMOTOR AD HOC (para essa finalidade específica): aquele promotor que não é promotor, mas é na verdade um advogado que é investido para um ato específico da promotoria; não existe no ordenamento brasileiro, aqui só existe o concurso público como forma de ingresso no MP. 
- ATUAÇÃO DO MP: 
· Em primeiro grau: é o titular da ação penal pública; pode ser parte processual ou pode ser fiscal da lei em ação privada 
· Em segundo grau: pode ser parte processual ou pode ser fiscal da lei em ação privada; tem a figura do procurador de justiça – aqui se questiona os pareceres dados pelos procuradores de justiça, se questiona se eles não ferem a ampla defesa; quem os defende, explica que esse parecer é apenas o fiscal da lei e por isso não haveria o ferimento a ampla defesa. 
- O ACUSADO: 
· Denominação: na fase de investigação se chama de investigado ou de indiciado (se já houver um indiciamento); já na fase processual se chama de acusado/réu/denunciado; quando a pessoa já cumpre pena se chama de apenado
 
· Quem pode ser acusado?
- O menor de 18 anos: não é parte legitima para atuar em um processo criminal; comete ato infracional e é imposta a ele uma pena socioeducativa
 
- doente mental: existe uma tendência a achar que essas pessoas não podem ser acusadas e atuar no polo passivo, mas elas podem; a única coisa diferente é que essas pessoas não são culpáveis, por isso a sentença não será condenatória e sim uma sentença absolutória impropria, impondo uma medida de segurança. (internação – para crimes punidos com reclusão, necessariamente; ou tratamento ambulatorial) quando os crimes são punidos com detenção, o juiz pode escolher se ele vai aplicar a pena de internação ou o tratamento ambulatorial;
- Pessoa jurídica: apenas em crimes ambientais; divergência entre STJ e STF – o STJ tinha o entendimento da dupla imputação, porém hoje em dia não existe mais esse sistema e podem ser acusadas distintamente a PJ da PF. 
- OBRIGAÇÃO DE COMPARECIMENTO AOS ATOS DO PROCESSO: 
Art. 260.  Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
O acusado é obrigado a comparecer ao seu interrogatório? Hoje se entende que o réu não pode ser levado coercitivamente ao seu interrogatório, pois há o direito ao silencio do réu e ele pode exercê-lo nesse momento. É inconstitucional a condução coercitiva do réu para seu interrogatório, quando a parte não quer comparecer. Já quando a parte estiver presa, ela tem que ir. 
Auri Lopes diz que esse artigo é super inconstitucional, pois seria uma forma de produzir prova contra si mesmo. 
- FUNCIONÁRIOS E AUXILIARES DA JUSTIÇA 
Funcionários da justiça: Agentes pagos e concursados
- QUEM SÃO: escrivão; secretários; oficial de justiça 
- Aplica-se a eles as regras de suspeição dos juízes? 
Art. 274.  As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.
- como eles não tem poder decisório esse artigo é bem criticado; mas nem todo funcionário teria toda função e alguns teriam mais importância que outros 
- AUXILIARES DO JUÍZO
- Quem são: o perito e o intérprete, aqueles que possuem conhecimentos específico e que auxiliam o juiz na resolução dos processos 
- As testemunhas e os assistentes técnicos não são auxiliaresdo juízo 
- O PERITO: 
· Especialista em assunto específico, pode ser oficial ou nomeado. 
· As partes podem intervir na nomeação do perito? Não, apenas o juiz pode nomeá-lo. 
Art. 280.  É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
- Aplicam- se também as regras do impedimento para os peritos 
- A realização da perícia é obrigatória por parte do perito? O perito nomeado pode, de forma justificada, não aceitar a nomeação, já o perito legal não pode se recusar. 
- INTÉRPTRETE: 
São tradutores, com conhecimentos técnicos em línguas estrangeiras 
- Equiparação aos peritos em todos os efeitos (art. 281, CPP), pode ser oficial ou nomeado. Se aplicam as regras de suspeição e impedimento. 
DEFENSOR 
Espécies de defensor 
· Constituído: o advogado/ particular/escolhido pela parte 
· Dativo: nomeação de um defensor escolhido pelo juiz e atua no processo todo 
· Ad hoc: nomeado para um ato específico do processo
· Público: concursado; com garantias (estabilidade; inamovibilidade e irredutibilidade)
- DEFESA TÉCNICA E FUNDAMENTADA: todos os defensores devem se valer dessa defesa. 
Art. 261.  Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.
 
- Qual a consequência jurídica da falta de defesa técnica? É causa de nulidade absoluta do processo E se a defesa técnica for deficiente? É causa de nulidade relativa do processo, e nesse caso deve ser demonstrado o prejuízo causado/sofrido no processo
- ABANDONO DO PROCESSO E JUSTIFICAÇÃO: 
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. 
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. 
 
- Deve haver uma comunicação formal da renúncia com uma antecedência mínima de 10 dias. 
- IMPEDIMENTO: 
- Art. 267.  Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.
- Se o juiz já está no processo e o advogado entra no processo e esse advogado é parente, o advogado sai do processo; se o advogado já estava no processo e o juiz entra depois e é parente do advogado, quem sai é o juiz. A doutrina defende que sempre deveria ser mudado o juiz e não o advogado, já que o advogado é contratado pela parte e tem uma confiança 
OFENDIDO: A vítima, aquele que sofre as consequências do crime, a parte ativa do processo
- Assistente de acusação: aquele que auxilia o MP na acusação do réu. Pode recorrer, pode fazer perguntas para as testemunhas e para o réu, apresenta alegações finais ou razoes finais 
Art. 268.  Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
LEGITIMADO PARA ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO: CADI - Cônjuge, ascendentes, descentes, irmãos; precisam se habilitar para atuar em um processo. 
- Natureza: intervenção de terceiros facultativas, já que não há uma obrigação de haver essa habilitação para ser assistente de acusação 
- FINALIDADE: 
CORRENTE 1 -Para uma reparação econômica 
CORRENTE 2 - Para uma reparação econômica e para a obtenção da condenação 
- MOMENTO: 
Até quando pode haver a habilitação do assistente de acusação? Até o transito em julgado de uma sentença. 
O advogado deve peticionar solicitando a habilitação do ofendido ou dos interessados
Existe assistente de acusação no curso de investigação? NÃO!! Apenas na fase do processo criminal 
PRISÕES
1 – CONCEITO: é o cerceamento da liberdade de locomoção 
- A PRISÃO PENA – decorre de uma sentença penal transitada em julgada (art. 5º, LVII, CF) E A PRISÃO CAUTELAR – acontece no curso da persecução penal; mesmo sem sentença transitada em julgada. Essa prisão deveria acontecer de forma estrita, mas ainda não é o que acontece no Brasil. 
2 – A EXECUÇÃO DE UMA PENA:
· MANDADO DE PRISÃO: essa decisão do poder judiciário é necessária apenas para uma prisão preventiva ou temporária (art. 5º, LXI, CF); a prisão em flagrante não precisa desse mandado; esse mandado é lavrado pelo escrivão e assinado pelo juiz e deve conter a identificação de quem vai ser preso, ainda que não sejam todos os dados de identificação dessa pessoa; deve conter o valor da fiança, se for o caso; existe uma divergência doutrinaria se há ou não a necessidade de ter expressamente a autorização para invasão domiciliar – majoritariamente se entende que deve conter. 
Com esse mandado, quem vai cumprir essa ordem, vai intimar o dono da casa para que a pessoa se entregue.
 
· RESTRIÇÃO DE HORARIO E INVIOLABILIDADE DOMICILIAR: não existe uma restrição de horário para a realização da prisão em si, o que existe é uma restrição para a inviolabilidade domiciliar (domicilio pode ser qualquer lugar habitado, quarto de hotel, pousada...), com o mandado o oficial pode adentrar a força em qualquer lugar, porém se for a noite isso não pode acontecer nem mesmo se tiver um mandado em mãos; se entende por dia – a partir das 6h até as 18h. caso a pessoa se negue, a casa deve ser isolada e as 6h se realiza a prisão com o uso da força, adentrando na casa. 
 
· PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO: é possível que o sujeito tente e consiga fugir no momento que se tenta prendê-lo e nesse momento se inicia uma perseguição; pode acontecer que nessa perseguição o sujeito acabe entrando em outra comarca, nesse caso a prisão pode acontecer normalmente, se assim acontecer, esse preso vai ser apresentado a autoridade local e não a autoridade em que a perseguição se iniciou; se considera também que a audiência de custodia deve acontecer no local em que a prisão aconteceu, e só depois a transferência será feita para o local que o crime foi realizado. Se o preso invadiu a casa de alguém na perseguição em caso de prisão em flagrante a polícia pode também invadir a casa dessa cidadão; se for uma prisão por mandado, a doutrina explica que a casa deve ser isolada para que se providencie um mandado para se entrar naquela casa e para que se realize aquela prisão. 
Art. 289 – A, CPP menção expressa a criação de um banco de dados de mandado de prisão, daria mais segurança. 
O mandado de prisão nos crimes inafiançáveis não é essencial, podendo haver a prisão sem esse mandado, o que não significa que não se precisa de uma ordem judicial, existindo ainda a decisão. (pode haver a prisão sem mandado, desde que haja a decisão judicial sobre o tema)
 
· PRISÃO EM TERRITÓRIO DIVERSO DA ATUAÇÃO JUDICIAL: pode acontecer que juiz que determina a prisão saiba que o sujeito não mora naquela comarca e pode haver a expedição de carta precatória; com a leitura do art. 289, CPP pode surgir a ideia de que essa expedição seja obrigatória, mas não é assim, apenas deve acontecer em casos de urgência. 
O USO DE ALGEMAS DEVERÁ SEMPRE OCORRER? Por sumula vinculante do STF nº 11 as algemas devem ser usadas em casos de necessidade, se houver resistência à prisão, risco de fuga, ou risco de integridade dos agentes e de terceiros, o uso indevido das algemas pode acarretar consequências civis e penais para os agentes 
“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.
- Excepcionalizar sua formalidade por escrito não significa que deve haver uma autorização prévia, e sim que deve ser registradoposteriormente o uso das algemas
3. PRISÃO EM FLAGRANTE: ARTS. 301 E 302, CPP
Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
I - Está cometendo a infração penal;
II - Acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
- CONCEITO: aquela prisão realizada quando o crime está acontecendo ou quando acabou de acontecer. O art. 302 prevê mais outras duas hipóteses para a prisão em flagrante 
- NATUREZA JURIDICA: há quem entenda que é cautelar, há quem entenda que é pré cautelar e há quem entenda que é um ato administrativo, majoritariamente se entende como PRÉ – CAUTELAR – por não haver a necessidade de um acautelamento, pois não há o que assegurar ainda, por haver justamente o flagrante que acabou de acontecer; é um procedimento dividido em duas fases, entre o ato administrativo da prisão em si e o momento posterior de controle da prisão feito pelo judiciário. 
 
- FUNDAMENTOS: essa prisão existe por alguns motivos, tendo como o principal o fazer cessar a continuação do crime; também serve para colher o maior número de elementos probatórios; serve para proteger o próprio flagranteado (evitar linchamento, por exemplo); 
 
- SUJEITOS DA PRISÃO EM FLAGRANTE: 
· SUJEITO ATIVO: aquele que realiza a prisão 
- SUJEITO ATIVO FACULTATIVO: qualquer pessoa do povo pode realizar uma prisão em flagrante (art. 301, CPP) 
- SUJEITO ATIVO OBRIGATÓRIO: aquelas pessoas que têm a obrigação de realizar a prisão em flagrante por conta das suas funções 
- ESPÉCIES DE FLAGRANTE: 
· FLAGRANTE PRÓPRIO: quando o agente está cometendo ou acabou de cometer a infração penal (I e II) 
· FLAGRANTE IMPRÓPRIO (irreal ou quase flagrante) (III) - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
- Perseguição: pode durar dias 
- Logo após o cometimento do crime: não se determina esse “logo após”, mas a doutrina entende como imediatamente; 
- Presunção: quando se presume que aquele sujeito é o culpado 
· FLAGRANTE PRESUMIDO (ficto ou assimilado) IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
- O agente é encontrado: NÃO HÁ PERSEGUIÇÃO
- Logo depois: com um espaço de tempo mais elastecido do que o tempo dos incisos anteriores, sem necessidade de imediatismo 
- FLAGRANTE ESPERADO: quando a polícia fica sabendo que um crime vai acontecer e fica esperando que ele comece a ser executado para realizar essa prisão. É um flagrante legal; sem interferência de terceiros para a realização dessa prisão; 
 
- FLAGRANTE PREPARADO (flagrante provocado, crime de ensaio): nesse flagrante há a figura de um terceiro provocador que incentiva o terceiro a praticar o crime para que ele realize essa conduta e acabe sendo preso, nesses casos, se aplica a SUMULA 145 STF: não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação – essa sumula é muito criticada porque no flagrante esperado não teria como haver a consumação do crime, pois há também a interrupção do crime; o que difere os dois flagrantes é a presença do terceiro, e o comportamento antiético dos agentes 
- FLAGRANTE PRORROGADO (retardado, postergado, diferido ou ação controlada): espécie de flagrante mais elaborado e depende de previsão legal para acontecer; é aquele que é adiado para que se espere o melhor momento para a realização da prisão para se colher o maior número de provas ou para realizar o maior número de prisões. 
- FLAGRANDE FORJADO: aquele que é criado, sem que a situação exista na realidade, completamente ilegal. A grande dificuldade aqui é se provar que foi realmente uma situação forjada.
 
- FLAGRANTE CATALÉPTICO: aquele que acontece em situações em que o flagrante seria legal, mas o agente policial desiste de realizar a prisão por querer uma vantagem e caso o sujeito não aceite a condição, a prisão é realizada. 
-APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA: não possibilita a realização da prisão em flagrante, por não se enquadrar em nenhuma hipótese do art. 302. Nada impede de que acontecendo uma das hipóteses do art.302 seja decretado uma preventiva e ele seja preso posteriormente. 
- FLAGRANTE NOS CRIMES HABITUAIS, CRIME PERMANENTE E CRIME CONTINUADO: 
EM CRIMES HABITUAIS: aqueles que precisam de prática reiterada para ser assim classificado. Nesses crimes, se entende, majoritariamente, que não se permite a prisão em flagrante por não ser possível se aferir a habitualidade da prática dos crimes. 
- EM CRIMES PERMANTES: nesses casos a prisão em flagrante pode acontecer a qualquer tempo enquanto não cessada essa permanência. 
- EM CRIMES CONTINUADOS: são crimes que seriam isoladamente considerados como continuação do outro; nesses casos pode haver a prisão em flagrante, e a pessoa responde pelo ato que foi pego e se ficar provado que as demais condutas também foram feitas por ele, isso conta no momento da dosimetria da sua pena. 
 
- FLAGRANTE DE ACORDO COM A AÇÃO PENAL DO DELITO PRATICADO: 
Na ação penal pública condicionada e na Ação penal privada – a lavratura da prisão em flagrante só acontece com autorização formal do ofendido ou com requisição do ministro da justiça 
- FORMALIDADES PARA LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAFRANTE: a autuação deve atender os requisitos dos arts. 304 ao 309, CPP, o não respeito pode tornar a prisão ilegal 
- A prisão pode ser realizada a qualquer momento (casamento, velório, aniversario, festa, casa...) desde que a situação permita essa prisão (art. 302, CPP) 
- LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE: a pessoa é presa; conduzida a delegacia; se inicia as oitivas; o delegado lavra o auto da prisão em flagrante; a família deve ser comunicada; um juiz ou MP deve ser também comunicado imediatamente; oitivas de quatro denominações diferentes (condutor, vítimas, testemunhas e conduzido); não é nulo o auto de prisão em flagrante que é feito/constituído sem a presença do advogado; deve ser entregue ao preso uma nota de culpa que é um papel informando onde, porque e quando ele foi preso; essa nota deve ser entregue com um prazo de 24horas; é possível que o próprio delegado conceda a liberdade provisória para crimes em que a pena em abstrato não ultrapasse 4 anos; pode acontecer do sujeito ser conduzido em flagrante e o delegado entender que o caso foi atípico e acabar não lavrando o flagrante, mas caso o flagrante seja lavrado o preso será recolhido ao cárcere e esse será o último ato da fase inicial da prisão em flagrante; após essa etapa, acontecerá a audiência de custódia - que é uma audiência que se verifica a legalidade da prisão, devendo acontecer em até 24h após a prisão em flagrante. (o juiz pode na audiência de custódia relaxar a prisão, decretar preventiva ou conceder a prisão provisória) 
OBS: https://www.ted.com/talks/robin_steinberg_what_if_we_ended_the_injustice_of_bail?language=en
ASSISTIR DEPOIS 
1. PRISÃO PREVENTIVA
- CONCEITO: necessita de um mandado de prisão para que o sujeito possa ser privado da sua liberdade. É uma prisão cautelar que é decretada por uma necessidade. A regra é que a prisão seja uma prisão pena decorrente de uma sentença condenatória, e a preventiva deveria ser excepcional, mas não prática não acontece isso. É uma medida cautelar que tira a liberdade do agente antes de uma sentença condenatória, desde que atendidos os requisitos dos arts. 311 e 312
 
- NATUREZA JURIDICA: é uma medida cautelar para assegurar algo, em razão da necessidade
- MOMENTO: 
- A decretação da prisão preventiva no curso das investigações: uma parte da doutrina entende que se existe a prisão temporária, é ela que deve ser aplicada – por ser específica dessa fasede investigação. Para quem defende que não cabe a preventiva, defende que mesmo nas hipóteses de crimes que não são comtemplados pela lei.7960 essa espécie de prisão não poderia ser aplicada no momento da investigação. Esse não é o pensamento majoritário
- A decretação da prisão preventiva no curso da ação penal: 
- LEGITIMIDADE: 
- Para decretar: poder judiciário, de forma fundamentada. 
- Para requerer (alguém que é parte no processo) /representar: o próprio ofendido; o delegado; o MP; autoridade policial... 
- O JUIZ PODE DECRETAR A PRISÃO PREVENTIVA DE OFÍCIO? Pela redação do art. 311 não há como a prisão ser decretada de ofício. Com o pacote anticrime ela foi modificada e hoje em dia a ideia é que a prisão não seja decretada de ofício em nenhuma fase. O STJ já entendeu que cabe essa prisão de ofício em casos que essa prisão aconteça depois de uma prisão em flagrante (se a prisão em flagrante for ser convertida em preventiva, a preventiva pode acontecer de ofício). 
- A PRISÃO PREVENTIVA ORIGINARIA, DERIVADA E DECORRENTE DE DESCUMPRIMENTO DE OUTRAS MEDIDAS: aquela que acontece no curso de uma investigação e que cumpre os requisitos legais, decorrente da necessidade da investigação – prisão preventiva originaria 
- Prisão preventiva derivada: decretada após uma autuação em flagrante
- Decorrente de descumprimento de outras medidas: acontece porque uma outra medida cautelar foi determinar, mas não foi cumprida pelo sujeito e surge a necessidade da prisão preventiva
- PRESSUPOSTOS: 
- Fumus comissi delicti: fumaça do cometimento do delito: a evidência do crime deve existir e os indícios da autoria também devem existir. 
-Periculum libertatis: perigo da liberdade deve ser demonstrado; a liberdade de alguém vai trazer consequências para o processo criminal e para a investigação
- HIPOTESES DE JUSTIFICAÇÃO (art. 312 do CPP) – se o sujeito estiver solto, ele gera perigo para o processo ou para a investigação.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.       
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 
- Garantia da ordem pública: possibilita que o juiz decrete a preventiva de forma mais ampla que os demais. se fala em garantia da paz social; manutenção da vida normal da sociedade. 4 elementos são usados para demonstrar que essa ordem está abalada com a liberdade do sujeito: gravidade do sujeito; periculosidade do agente; modus operandi; vida pregressa
OBS: O clamor público não é fundamento suficiente para decretação de uma prisão preventiva. Mas não prática isso acaba influenciando. 
- Ações penais e inquéritos policiais em curso constituem elementos idôneos para fundamentar a decretação da prisão preventiva. 
 
 
- Garantia da ordem econômica: são crimes específicos que afetam, concretamente, o sistema financeiro e que possibilitam a prisão preventiva. Aqui se analisam os mesmos requisitos da ordem pública. 
- Conveniência da instrução criminal: pela conveniência do inquerido ou da ação penal; aqui deve ser demonstrada que a liberdade do sujeito vai atrapalhar o curso natural do processo ou da investigação criminal 
- Assegurar a aplicação da lei penal: quando o juiz tiver indícios de que o sujeito vai tentar se furtar da lei penal quando ele for condenado, por exemplo, tentando fugir. 
- Descumprimento de outras medidas (art. 312, §1º, CPP): se o sujeito deixa de cumprir alguma outra medida cautelar que já tenha sido imposta a ele, pode o juiz impor a prisão preventiva. 
- HIPOTESES DE ADMISSIBILIDADE (ART. 313 CPP): não são hipóteses cumulativas; caso uma delas aconteça, o juiz analisa se as hipóteses do 312 estão presentes, para se decretar a prisão preventiva, salvo por conta do descumprimento de outras medidas cautelares, onde não se consulta o art. 312. 
- Crime doloso com pena superior a 4 anos: apenas crimes (não pode ser contravenção penal) dolosos; não importa se a pena é de reclusão ou de detenção. As causas de aumento e de diminuição são levadas em consideração para se verificar se a pena ultrapassa ou não os 4 anos, já os agravantes e os atenuantes não são levados em conta.
- Reincidente em crime doloso: não importa a quantidade de pena que o sujeito tem, importa a reincidência em crime doloso 
- Violência doméstica e familiar: contra mulher, criança/adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência (III). Essa hipótese assegura as medidas protetivas de urgência. Inciso criticado porque a preventiva aqui não é aplicada como “consequência pena” ...
- Prisão esclarecedora (art. 313, §1º, CPP): para se identificar civilmente o sujeito; há quem diga que isso é mais uma condução coercitiva e não uma prisão preventiva. 
- PRAZO: anteriormente se falava em 81 dias como prazo razoável da prisão preventiva, mas isso nunca foi respeitado. O STJ começou a entender, nas súmulas 21 e 52 que ao término da instrução não pode ser alegado o excesso de prazo – não há como se aplicar essas súmulas porque nada é imediatamente após o pronunciamento. 
É preciso analisar quem dar causa a demora no processo
A duração razoável da prisão preventiva é analisada com base na duração razoável do processo
- A CONFIGURAÇÃO DO EXCESSO: 
- O reconhecimento do excesso, com a consequente revogação da prisão preventiva, impede uma posterior nova decretação? Não, desde que seja por um novo fundamento para isso. 
 
- O excesso reconhecido em relação a um corréu se estende ao outro? Depende da fundamentação da decisão. Se for uma decisão particular para um réu em específico, ela não se estenderá; porém, se for uma decisão geral, a fundamentação se estende para os corréus. Não é uma obrigação, depende da situação concreta. 
- APRESENTAÇÃO ESPONTANEA: quando o sujeito se apresenta espontaneamente, ainda assim ele pode ser preso preventivamente se houver as hipóteses dos arts. 312 e 313 
- REVOGAÇÃO E RELAXAMENTO: depende da legalidade ou da ilegalidade da prisão. Pode acontecer quando não há mais a necessidade da prisão, quando não a mais o perigo da liberdade, se pleiteia a revogação da prisão preventiva; já quando se está diante de uma prisão preventiva ilegal se pede o relaxamento da prisão preventiva. 
- A prisão preventiva não pode ser decretada se estivermos diante das hipóteses de excludente de ilicitude (art. 314, CPP): a situação deve ser clara de legitima defesa, necessidade; se o sujeito for inimputável ele pode ser internado – só não pode ser preso 
 
PRISÃO TEMPORARIA 
PRISÃO TEMPORARIA – LEI N. 7. 960/89 houve muita discussão sobre a constitucionalidade dessa lei, por ela ter sido introduzida por meio de medida provisória, só que antes da MP virar lei, entra em vigor essa lei, e como ela foi considerada constitucional pelo STF por ano ser oriunda da MP ela é considerada constitucional 
- CONCEITO: espécie de prisão provisória com prazo determinado, decretadas em situações previstas em lei 
- NATUREZA JURIDICA: de medida cautelar; para assegurar algo relativo a investigações, pois é específica da fase de investigação penal 
- REQUISITOS: 
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; PERICULUM LIBERTATIS
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; PERICULUM LIBERTATIS - não há a necessidade do indiciamento formal, basta que os outros requisitos estejam presentes (basta que o sujeito seja investigado); é necessário que se demonstre porque a falta de residênciafixa vai atrapalhar a investigação. 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: FUMUS COMISSI DELICTI
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caputs, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
- PROCEDIMENTO: 
- Somente o juiz pode decretar a prisão temporária; 
- O MP requer essa prisão e o delegado pode representar por essa prisão. Se essa prisão for representada pelo degelado, o juiz deve ouvir o MP antes de decidir a respeito, e deve fazer isso em um prazo de 24H.
 
- REQUISITOS: 
- Fumus comissi delicti e periculum libertatis 
- Prazo para decidir sobre a prisão temporária – 24 horas; e tempo de duração da prisão – prazo estipulado pela lei 7.960 de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 cinco, para crimes comuns; se o crime for hediondo, o prazo é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Esse prazo é contato no dia de início da prisão, independente do horário da prisão. A prorrogação não é automática, sua necessidade deve ser fundamentada. 
- Não há recurso contra a decisão que decreta prisão temporária; já contra a decisão que NÃO decreta prisão temporária cabe o recurso em sentido estrito
-CONERSÃO EM PRISÃO PREVENTIVA: é possível que após esse prazo da prisão temporária ela se converta em preventiva, desde que presente os requisitos legais dos artigos 312 e 313.
 
PRISÃO DOMICILAR: espécie de medida cautelar, e acontece quando o recolhimento do sujeito é feito na sua própria casa 
- PREVISÃO LEGAL: 317 e 318, CPP 
- Somente o juiz tem legitimidade para substituir a prisão preventiva pela prisão domiciliar. 
- Hipóteses de cabimento de substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar: 
I – Sujeitos maiores de 80 anos 
II - Extremamente debilitado por motivo de doença grave
III – Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade ou com deficiência 
IV – Gestante 
V – Mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos 
VI – Homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de 12 anos de idade incompletos. 
- Prisão domiciliar cautelar X prisão domiciliar na LEP – na LEP, essa prisão se aplica para sujeitos que cumprem pena em regime aberto e são maiores de 70 anos, e não se trata de uma prisão cautelar e sim de uma prisão pena
- ANÁLISE DO ARTIGO: 
Art. 318-A.  A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: 
I - Não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa
II - Não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.    
- MEDIDAS CAUTELARES DIVESAS DA PRISÃO: servem para ratificar ainda mais que a prisão preventiva é a medida mais grave e que deve ser decretada em último caso, apenas
- PREVISÃO LEGAL: 319, CPP
- ROL TAXATIVO OU EXEMPLIFICATIVO? Para a doutrina seria taxativo
- MEDIDAS CAUTELARES EM ESPÉCIE: 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; MUITO COMUM DE SER APLICADA 
II - Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; LUGARES QUE TEM RELAÇÃO COM O CRIME 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
V - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
VI - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - Monitoração eletrônica.
LIBERDADE PROVISÓRIA
- CONCEITO: é uma medida de contracautela para se evitar uma medida de prisão preventiva. 
- RELAXAMENTO DE PRISÃO: usado para combater/modificar uma prisão ilegal, independente da prisão
- REVOGAÇÃO DA PRISÃO: se refere a uma prisão preventiva ou temporária, realizada de forma legal, mas que não necessária e não deveria ser mantida
 
- ESPÉCIES DE LIBERDADE PROVISÓRIA: pegar na aula gravada toda essa parte
- Obrigatória: 
- Vedada: independe de qualquer coisa a pessoa deveria responder o processo preso 
- Possível: pode ser com fiança ou sem fiança 
- Sem fiança significa que a liberdade vai ser concedida sem a necessidade de um calção para que o sujeito seja solto. Ela acontece quando houver uma excludente de ilicitude; quando houver a desnecessidade da prisão preventiva; quando a situação econômica do preso exigir essa liberdade provisória sem fiança; quando a liberdade provisória for obrigatória 
- Cabe recurso contra a decisão que concede a decisão que concede liberdade provisória, por meio de recurso em sentido estrito; já para decisões que denega a liberdade não cabe recursos, caberia habeas corpus ou ... 
- Liberdade provisória com fiança: é uma garantia real como forma de garantir o comparecimento do sujeito nos atos processuais, tem como objetivo vincular o sujeito ao processo para que ele tenha uma vontade de não perder esse valor afiançado. 
- Os valores afiançados utilizam de critérios objetivos alinhados de critérios subjetivos, presentes nos artigos 325 e 326: 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: - CRITÉRIO OBJETIVO 
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
I - Dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
II - Reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
Art. 326.  Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. – CRITÉRIO SUBJETIVO 
- FORMAS DE PRESTAÇÃO DA FIANÇA (art. 330 CPP): A fiança não precisa ser paga apenas em dinheiro, pode ser em deposito, em entregas de objetos ou metais preciosos, pedras, hipotecas
- Não cabe liberdade provisóriacom fiança para crimes hediondos ou equiparados a eles, nem para racismo ou praticados por grupos civis, armados ou militares... 
2ª UNIDADE
- Momento para a concessão: a realização de uma prisão em flagrante legal, onde o policial tem 3 escolhas. O momento é na análise da manutenção dessa prisão em flagrante. Já a prisão em flagrante como medida cautelar pode ser decretada a qualquer tempo do processo 
 
- Competência para conceder fiança: tanto o delegado quando a autoridade judicial pode conceder a fiança, como regra é a autoridade, e o delegado só a concede, se a pena máxima do crime e abstrato não passar de 4 anos. Aqui, as causas de aumento e de diminuição devem ser levadas em consideração. Agravante e atenuante não são analisadas, porque não possuem frações fixadas pela lei e sim pela doutrina e pela jurisprudência, sem haver unanimidade sobre o tema, diferente das causas de aumento e de diminuição. 
O delegado não pode se recusar a arbitrar a fiança, caso ele recurse, um habeas corpus deve ser interposto. 
- Correção do excesso: se fala em excesso quando houver uma tipificação errada do crime e isso acarrete a não concessão de liberdade com fiança. O juiz pode corrigir o excesso cometido pelo delegado e conceder a liberdade com fiança. 
Consequências processuais possíveis: 
 
1ª - Cassação da fiança (art. 338, CPP): cassar significa anular; se considera uma fiança inidônea; isso pode acontecer quando há um equívoco no momento da concessão (ex: trafico – que não cabe fiança), ou quando há uma mudança de capitulação do delito (mudança de um crime menos grave para um crime mais grave, o que faz com que ele não comporte mais a fiança). Essa cassação só pode ser feita pelo juiz, de ofício ou a pedido do MP. Após essa cassação, a sua consequência jurídica é a análise de necessidade de decretação de uma medida cautelar
2ª – reforço de fiança (art. 340 CPP): é o complemento de uma fiança que já foi prestada, nas hipóteses de: 
I - Quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II - Quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III - quando for inovada a classificação do delito. 
Parágrafo único.  A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
 - o que acontece se o sujeito é intimado para reforçar a afiança e não tem como reforça-la? Nesses casos, se o reforço não acontece porque ele não tem condição, o juiz pode dispensar esse reforço; mas se o reforço não acontece porque o sujeito não quer, ela vai ser considera inidônea.
3ª – quebra de fiança (art. 341, CPP): tem esse nome porque se quebra a relação de confiança do estado com o sujeito. Acontece quando o sujeito: 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;            
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;            
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança:
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;            
V - praticar nova infração penal dolosa.  
- Se o juiz decreta a quebra da fiança, o sujeito perde metade do valor afiançado e a outra metade é enviado ao fundo penitenciário. 
4ª – perda da fiança (344, CPP): perda do valor total da fiança 
Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.  
Nos casos de perda, não se devolve o valor restante da fiança para os sujeitos. 
NULIDADES 
- CONCEITO: existe uma discussão na doutrina se ela seria uma sanção ou um defeito do ato processual e majoritariamente se entende como uma sanção decorrente da prática de um ato processual irregular que não respeitou as formas estabelecidas. E a declaração dessa sanção acarreta a quebra dos efeitos desse ato. 
Há uma corrente minoritária que defende que a nulidade é uma irregularidade do ato, um defeito. 
- SISTEMAS: 
1 - CERTEZA LEGAL: já foi o sistema do brasil e é aquele que há a previsão em abstrato das nulidades, sem qualquer nível de discricionariedade por parte dos juízes, há um engessamento do poder do juiz para analisar as situações concretas 
2 - INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS: dá um poder maior ao juiz quando considera que os atos processuais são meios para a consecução de seus fins. Se analisa se a finalidade daquele ato foi realmente alcançada, se analisa caso a caso 
3 – MISTO: diz que há um rol de falhas previstas como nulidades, mas isso não engessa o juiz, uma vez que ele deve analisar cada caso concreto para decidir se trata ou não de uma nulidade. Sistema do código de processo penal 
- ATO PROCESSUAL TIPICO: aquele que respeita a forma prevista na lei; aquele que é praticado de forma regular 
- ATO PROCESSUAL ATIPICO: aquele que não respeita a forma prevista em lei; praticado de forma irregular
- ESPÉCIES DE IRREGULARIDADE: 
1 – IRREGULARIDADE SEM CONSEQUENCIAS: é de um ato existente, eficaz e que gera efeitos; a irregularidade do ato não afasta nenhuma dessas suas características processuais, por ser uma irregularidade pequena. 
 
2 – IRREGULARIDADE COM SANÇÃO EXTRAPROCESSUAL: é de um ato existente, eficaz e que gera efeitos, a diferença é que aqui existe uma sanção extraprocessual, como por exemplo o pagamento de uma multa, por perda de um prazo.
 
3 – IRREGULARIDADE COM INVALIDAÇÃO DO ATO: aqui significa que o ato processual existe, mas não vai ser eficaz, por desrespeitar a forma e não vai gerar os efeitos esperados (processo sem citação do réu), é uma irregularidade que traz consequências no âmbito público e privado 
 
4 – IRREGULARIDADE COM INEXISTENCIA DO ATO: o ato não existe juridicamente. Ex: denuncia oferecida por um estagiário de promotor. 
- ESPÉCIES DOS ATOS PROCESSUAIS:
- ATO PERFEITO: aquele que atende integralmente as formas legais; aquele que é típico, com eficácia, existência e validade. 
- ATO INEXISTENTE: um ato que nem existe juridicamente por não atender os requisitos formais mínimos 
- ATO MERAMENTE IRREGULAR: um ato que é praticado sem atender uma formalidade, mas aqui a formalidade desrespeitada foi muito pequena, por isso ele vai ser eficaz, existente e valido.
 
- ATO NULO: um ato que existe juridicamente, mas não é válido e é invalidado por não respeitar as formalidades legais de forma mais grave 
- PRINCIPIOS DAS NULIDADES
- PRINCÍPIO DA TIPICIDADE: os atos processuais têm que estar previstos em lei deve haver a tipicidade processual – a correspondência do ato praticado e a previsão formal desse ato. Deve haver o respeito as regras do jogo, a adequação ao que foi estabelecido pela lei. 
 
- PINCIPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS: por esse princípio, os atos processuais em si não são um fim em si mesmo, são um instrumento para uma formalidade. Os atos processuais são instrumentos para a ocorrência de um objetivo final, e por isso é necessário se analisar se houve prejuízo do ato, se a finalidade do ato foi atingida ou não, com a nulidade praticada.
- PRINCÍPIO DO PREJUIZO: (art. 563) aqui se analisa se houve efetivamente prejuízo com a realização irregular daquele ato
- art. 65, lei 9.099/95 – se não houve prejuízo para as partes, não há que se falar em nulidade 
- parcela da doutrina diz que a nulidade absoluta o prejuízo é presumido; hoje em dia vem se entendendo que mesmo em casos de nulidade absoluta há a necessidade de demonstração desse prejuízo. Tanto a doutrina quanto a jurisprudência vêm entendendo assim, de que há a necessidade de demonstração 
- PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE: (art. 573, §1º) se analisa se aquele ato viciado derivou nulidade nos demais atos, dele decorrente. Efeito expansivo das nulidades – porque não fica adstrito ao único ato nulo e se expande aos demais atos ligados ao primeiro ato viciado. 
- PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO: se anula o ato viciado a todos aqueles que dele decorreram e preservar aqueles que não tem ligaçõescom esse. 
- PRINCÍPIO DO INTERESSE: ART. 565 para que se possa falar em nulidade, é necessário haver um interesse nessa nulidade.
Art. 565.  Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. 
- o sujeito não pode ter dado causa a nulidade, nem ter relação com a nulidade. 
- PRINCÍPIO DA EFICÁCIA DOS ATOS PROCESSUAIS: para que eu um ato processual nulo não surta efeito, é necessário que essa nulidade seja declarada e reconhecida pelo juiz, para que ele não surte efeitos legais. 
- PRINCÍPIO DA RESTRIÇAO À DECRETAÇÃO DA INEFICACIA: um ato declarado invalido não vai declarar seus efeitos. É necessário aqui que se respeite as formas e os meios para que essa irregularidade seja demonstrada. 
- LEALDADE OU BOA – FÉ: art. 565, 1ª parte 
Tenta evitar condutas contraditórias, de má – fé visando a decretação de uma nulidade no futuro do processo. 
- CONVALIDAÇÃO: REMEDIAR, SANEAR
Preclusão: - quando se convalida um ato, torna-se um ato que inicialmente nasceu invalido em um ato valido. Se a pessoa perde o momento adequado para a arguição da nulidade do ato, existe a convalidação 
- Ratificação: é o ato de confirmar os atos processuais. E nesse momento há a convalidação do ato processual nulo
Art. 568.  A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
- Retificação: é a mudança do ato processual, é concertar o que está errado para que ele seja convalidado. 
- Suprimento: eventuais omissões podem ser sanadas em certos momentos do processo, o que vai gerar a convalidação do ato processual. 
Art. 569.  As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Aula dia 09/10/20
Aula dia 16/10/20
- CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS (art. 394, CPP)
- ESPECIAL: procedimentos previstos no CPP para crimes específicos (tribunal do júri; crimes praticados por funcionário público; ritos especiais da lei de droga) 
- COMUM: se aplica a todos os outros crimes que não tem tratamento comum 
- EXISTEM 3 ESPECIES DE PROCEDIMENTO COMUM. E eles são escolhidos com base na quantidade da pena:
· ORDINARIO: utilizados para crimes com penas iguais ou maiores a 4 anos 
· SUMARIO: aplicado aos crimes com penas maiores do que 2 e abaixo de 4 anos 
· SUMARISSIMO: aplicado aos crimes com penas máximas de até 2 anos 
- as qualificadoras/privilégios; causas de aumento/diminuição são levadas em conta no momento de escolha desses procedimentos pois mudam diretamente a pena dos crimes; já os agravantes e os atenuantes não influenciam na escolha porque não tem fração definida em lei, ficando a cargo da doutrina essa delimitação 
- o que acontece se concorrer mais de um procedimento? O tribunal do júri atrai a competência para julgar os demais crimes contra a vida; se houver uma conexão entre procedimento se escolhe aquele que mais beneficia o réu 
- APLICAÇÃO DAS REGRAS PROCEDIMENTAIS 
394 § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
Art. 394-A.  Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias.  
PROCEDIMENTO DO RITO ORDINÁRIO/ SUMÁRIO
O MP oferece denuncia ou queixa crime, há a apresentação de uma petição inicial com o atendimento dos requisitos do art. 41, CPP; a partir do momento que ela é oferecida, o juiz faz o juízo de admissibilidade da inicial para saber se ele recebe ou se rejeita, analisando a autoria e a materialidade do crime – se analisa os aspectos do art. 395, CPP e art. 41; caso seja rejeitada a denúncia, pode haver interposição de recurso em sentido estrido ou apresentar outra denúncia; da decisão que recebe a denúncia, não cabe recurso; Depois disso o juiz determina a citação do acusado e toma conhecimento do processo que corre contra ele; quando o réu é citado, ele é citado para apresentar uma defesa, ate 2011 ela era chamada de defesa prévia que era super genérica e hoje ela pode ser usada para entrar no mérito e pode até levar a uma absorverão sumaria, sendo de extrema importância; o acusado tem um prazo de 10 dias para apresentar essa defesa – nessa resposta pode ser alegadas preliminares, atipicidade da conduta; excludente de ilicitude; excludente de culpabilidade; causa de extinção da culpabilidade. 
Se houver absolvição sumária, caberá apelação pela parte contraria; se não houver essa absolvição, será marcada uma audiência de instrução e julgamento que deve acontecer no prazo de 60 dias no rito ordinário e no prazo de 30 dia no rito sumario, a contar da decisão do juiz pela marcação da audiência; é uma audiência una que abre a etapa das alegações finais 
- REALIZAÇÃO DA AUDIENCIA 
- OITIVAS: 
· VÍTIMAS – nem sempre haverá oitiva das vítimas, mas sempre será a primeira a ser ouvida, caso haja
· TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO – devem ser ouvidas primeiro do que as testemunhas de defesa; 
· TESTEMUNHAS DE DEFESA – as últimas a serem ouvidas 
- ACAREAÇÃO 
- RECONHECIMENTO DE COISAS E PESSOAS 
- INTERROGATÓRIO: deve acontecer mesmo que o réu queira ficar calado 
- ALEGAÇÕES FINAIS: após toda a instrução o juiz abre a oportunidade para a apresentação para as alegações finais, onde o advogado pode apresentar teses subsidiarias de mérito 
- ORAL OU ESCRITA? A regra é que elas sejam feitas de forma oral 
- ORDEM E TEMPO: prazo de 30 min totais para cada lado. Primeiro a defesa, depois a acusação 
 - Acontece muito em forma de memoriais (forma escrita), acontece quando tem pedido de diligências por uma das partes; mas é possível que não se tenha diligências e se apresente memoriais 
- NÃO APRESENTAÇÃO: é obrigatório a apresentação de alegações finais e caso não aconteça, outro advogado pode ser constituído, ou então o MP. 
- SENTENÇA: se as alegações são orais, a sentença pode ser prolatada de imediato; se as alegações são em memoriais, o prazo da sentença é de 10 dias 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: pena máxima de até 2 anos 
- Para infrações de menor potenciais ofensivos 
- a lei 9.099/95 não se aplica a: 
Violência contra a mulher 
Citação por edital: é um procedimento mais célere e por isso não se acontece a citação por edital 
Crimes militares 
Provas muito complexas 	
Nos casos de crimes eleitorais; foro por prerrogativa de função – se respeita os institutos despenalizadores da lei 9.099/95 
- no rito sumaríssimo leva em consideração as causas de aumento e diminuição, e a regra do concurso de crimes, mas não leva em conta agravante e atenuante por não terem uma fração especifica na lei
- o juizado visa a conciliação das partes, tenta trazer de volta a importância da vítima para o processo penal – ele busca sempre uma simplicidade - por isso é regido por alguns princípios, como: oralidade, informalidade, economia processual, celeridade 
- FASE PRELIMINAR E AUDIENCIA PRELIMINAR: 
 - Infração de menor potencial ofensivo: crimes cuja pena em abstrato não ultrapasse 2 anos.
- Haverá o termo circunstanciado de ocorrência (TCO) – como se fosse um mini inquérito, de forma mais simples. As partes são imediatamente encaminhadas para o JECCRIM
- JECCRIM: quando o TCO sai da delegacia ele vai para o juizado especial e nesse momento se marca uma audiência preliminar – mesmo que não haja queixa crime ou denúncia. Nessa audiência preliminar duas coisas podem acontecer: pode haver a tentativa de conciliação – com a composição civil dos danos; essa composição vai ser homologada pelo juiz por sentença irrecorrível (que faz título executivo que poderá ser executado na área cível). Se a ação for privada ou publica condicionada, a realização da composição civil caracteriza a renuncia ao direito de queixa e de representação - se torna uma extinção de punibilidade do infrator. Se a ação for publicar incondicionadacom vítima determinada a composição civil é apenas uma antecipação da indenização e não extingue a punibilidade do infrator.
Essa audiência deve acontecer com a presença do juiz, do advogado da parte e dos promotores (na pratica é muito difícil o promotor aparecer), se não tiver conciliação haverá uma outra possibilidade que é a realização da transação penal – acordo realizado entre MP e infrator com uma espécie de pena restritiva de direitos. 
Se a ação for incondicionada ou condicionada o interesse da vítima não importa no momento da transação penal. Já se for um crime de ação penal privada, entende-se que cabe a transação penal; quem propõe é o querelante/ofendido.
A transação penal não é uma forma de assumir de culpa e sim uma forma de extinção do processo naquele momento. 
A pessoa quando aceita uma transação penal não poderá aceitar uma nova transação por um prazo de 5 anos e não pode ter sido condenado por outro crime
- se não teve nem composição civil e nem transação, deve haver representação do ofendido: no prazo decadencial de 6 meses a contar do reconhecimento da autoria. (na pratica a representação está sendo feita no próprio BO, por conta da morosidade da justiça) 
- se houver transação, ela será homologada pelo juiz de imediato. Caso o infrator descumpra o que foi acordado na transação, segundo o STF na sumula vinculante 35 – o infrator volta para o processo no status anterior e o processo segue normalmente. 
- se nada disso der certo na audiência, ela vai ser encerrada, o promotor ofereceria uma denúncia oralmente e posteriormente se marcaria uma audiência de instrução e julgamento.
- a queixa crime é a petição inicial e não o B.O 
- depois que a denúncia for oferecida, primeiro haverá a proposta de suspensão condicional do processo – mais um instituto que visa encerrar o processo antes do fim, mais um instituto despenalizador; uma mitigação da indisponibilidade do processo penal, para ele acontecer o crime tem que ter pena mínima de até 1 ano, sujeito sem processo por outro crime e que estejam presentes os requisitos da suspensão condicional da pena. É um acordo entre o MP e o infrator; e durante esse período ele deve cumprir algumas regras impostas em um período de 2 a 4 anos. E caso ele cumpra tudo, o processo é extinto. Se a proposta for aceita e cumprida pelo sujeito o prazo prescricional fica suspenso pelo período que o infrator estiver cumprido a proposta de suspensão condicional 
Depois disso a defesa vai ser feita na audiência de instrução e julgamento e nessa audiência a defesa oral acontece – levando o juiz a analisar se é um caso de aceitação, rejeição ou absolvição sumária – no juizado a apresentação de testemunhas não se da com a defesa e sim com 5 dias de antecedência da audiência ou vai leva-las na audiência independente de intimação. Existe uma discussão em relação a quantidade de testemunhas, prevalece o entendimento de que são apenas 3. 
- Depois há a oitiva da vítima, das testemunhas e interrogatório do acusado; depois vem a parte dos debates – tempo do CPP de 20 min, prorrogáveis por mais 10min, pois a lei não prevê tempo. 
A lei não prevê alegações finais por memoriais, mas na regra acontece. Depois disso tudo aconteceria ainda a sentença de forma oral, o que pouco acontece na prática. 
OBS: não há realização de perícia no juizado, basta um relatório médico apresentado no momento da audiência para haver a materialidade do crime.
Nem todos os recursos do CPP estão na lei 9.099/95. 
JURI
O júri tem previsão constitucional (art. 5º, XXXVIII)
- é um órgão formado por um juiz togado e 25 jurados, sendo que apenas 7 vão fazer parte do conselho de sentença. 
- tem competência para julgar crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados; mas eventualmente pode haver uma ampliação desses crimes na apreciação do júri, o que não acontece hoje em dia. 
- crimes de responsabilidade do júri: homicídio; instigação ao suicídio – inclusão da instigação a automutilação – essa mudança gera a discussão sobre a alteração ou não da competência do júri sobre esse crime, por se tratar agora de uma lesão corporal. Uma parte da doutrina defende que o crime continua sendo doloso contra a vida; a outra parte da doutrina divide o artigo em suicídio e automutilação – continuando o suicídio com o júri e a automutilação com o rito normal; infanticídio; aborto
- PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DO JURI: 
- PLENITUDE DE DEFESA: ideia de defesa plena/absoluta; vai além da ampla defesa que deve ser respeitada nos outros procedimentos. Ela deve ser dividida em plenitude técnica e plenitude da autodefesa. 
- a plenitude técnica pode alegar não apenas argumentos jurídicos e sim qualquer forma de argumento, seja ele emocional, social, pessoal... essa defesa pode ser contraditória com a autodefesa feita pelo réu
- SIGILO DAS VOTAÇÕES: a votação dos jurados é secreta e o seu procedimento visa esse sigilo. Para que ele aconteça, há a incomunicabilidade dos jurados entre si e deles com o meio externo, caso aconteça muita repercussão do caso e o júri dure mais de 1 dia, esse sigilo também é mantido sem qualquer comunicação com o mundo externo. Essa votação é feita em uma sala especial, por meio de uma cédula, onde cada jurado vota em um quesito. Dentro dessa sala fica o juiz, o promotor, os advogados e os jurados. A votação é encerrada se o número de votos for igual a 4 no mesmo sentido (4 votos para absorver ou 4 votos para condenar, nos mesmos quesitos)
- SOBERANIA DOS VEREDITOS: a decisão do conselho do tribunal é soberana e não pode ser recorrida, o que pode acontecer é apenas um novo júri, a decisão dos jurados não pode ser reformada por conta da soberania dos vereditos. 
- já a decisão do juiz togado pode ser modificada pelo tribunal de justiça (ex: erro no calculo da pena) e não se aplica esse principio da soberania dos vereditos. 
- COMPETÊNCIA MÍNIMA (ART. 5º, XXXVIII, CF): competente minimamente para os crimes dolosos contra a vida, pelo menos 
- CARACTERISTICAS 
- órgão horizontal: não há uma hierarquia entre juiz e jurados 
- órgão temporário: só há formação do júri em situações pontuais para determinados julgamentos, ele não se mantém após o julgamento 
- órgão heterogêneo: não é composto apenas pelos jurados e pelo juiz de forma separadas, e sim dos dois juntos 
- órgão com decisões subjetivamente complexas e por maioria dos votos: existe a decisão do fato em si pelo conselho de sentença, através da maioria dos votos; enquanto a aplicação do direito fica por conta do juiz togado. 
- ORGANIZAÇÃO DO JURI 
JURADOS: são pessoas do que jugarão seus pares que vão julgar o fato em crimes dolosos contra a vida 
Eles podem ser: 
- ALISTADOS: saem na lista anual 
- CONVOCADOS
- SORTEADO: aqueles que vão compor o corpo de jurados no dia do julgamento 
- SUPLENTES 
Quem pode ser jurado: 
Art. 436.  O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade. – é importante que a pessoa seja alfabetizada e que seja da comarca 
Quem não pode ser jurado: 
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: 
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; 
II – os Governadores e seus respectivos Secretários; 
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; 
IV – os Prefeitos Municipais; 
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública;
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;
VIII – os militares em serviço ativo; 
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; 
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.
Direitos dos jurados: eles têm o direito de reconhecer a sua idoneidade moral; possuem preferência em concurso público;
Deveres dos jurados: Obedecer as intimações; comparecer a sessão quando for sorteado;declarar-se impedido diante de uma situação legal; manter-se incomunicável; prestar compromisso legal; prestar atenção no julgamento; requerer o que entender necessário para poder julgar depois; responder aos quesitos formulados na sala especial; não expressar as suas opiniões durante o julgamento
- RECUSA AO SERVIÇO DO JÚRI: 
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. 
§ 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.
 
- não deve acontecer de forma injustificada; caso a recusa seja fundada em alguma dessas coisas citadas no artigo, a pessoa deve prestar um serviço alternativo para ajudar de alguma forma a sociedade. 
RESPONSABILIZAÇÃO CRIMINAL: para fins penais, o jurado é funcionário publico (art. 445), ou seja, os crimes da administração pública podem ser atribuídos a eles. 
- PROCEDIMENTO BIFASICO AO TRIBUNAL DO JURI: 
- juízo da acusação ao juízo da culpa: fase de instrução para que o juiz decida se vai mandar ou não o reu para o júri popular. Essa primeira fase não condena ou absorve, ela apenas decide se há ou não elementos suficientes para ser formado o tribunal do júri
- juízo da causa: aqui acontece o julgamento em si, com a participação dos jurados. 
JUIZO DA ACUSAÇÃO – 1ª FASE: 
- DECISÃO DE IMPRONUNCIA (art. 414): não caberá absolvição sumaria de imediato e deve acontecer a instrução; o juiz marcará a audiência de instrução e julgamento; após a instrução o juiz tem quatro opções: decisão de impronuncia; desclassificação; absolvição sumária; pronuncia 
- DECISAO DE IMPRONUNCIA: quando o juiz não se convence que o crime aconteceu; quando não há provas suficientes da autoria; é uma decisão terminativa que não julga o mérito que não faz coisa julgada material e sim formal, ou seja, o MP pode apresentar nova denúncia. Cabe recuso de apelação contra a decisão de impronuncia
- DESCLASSIFICAÇÃO: o juiz apenas discorda da capitulação que foi feita do crime e não que ele vai recapitular o crime, ou seja, ele apenas discorda que se trata de um crime doloso contra a vida, sem dizer de qual crime ele entende se tratar, pois isso é dever do MP. Não se confunde com desqualificação – pode ser que o juiz entenda que alguma qualificadora atribuída não faça parte do crime e aí ele pode tirar, e nesse caso será uma desqualificação. 
Aqui cabe recurso em sentido estrito. Se o juiz do júri e o juiz togado se considerarem incompetentes para julgar o caso, dizem que a competência do júri é absoluta e por haver uma hierarquia dentro da organização dos tribunais, é que o juiz do júri poderia sim suscitar essa competência, sendo esse o entendimento do STJ e da doutrina majoritária. 
Art. 419.  Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.            
Parágrafo único.  Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.
- ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA: acontece ainda não primeira fase do tribunal do júri; só pode acontecer se não houver nenhumas as hipóteses a seguir do art. 415: 
O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
- Prova da inexistência do fato (o fato deve se quer ter existido e isso deve ter ficado claro) 
- Provado não ser o acusado o autor ou participe do fato 
- O fato não constituir infração penal 
- Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime
Na absolvição sumaria, há coisa julgada material e não cabe oferecimento de nova denúncia. O recurso cabível aqui é a apelação 
- PRONÚNCIA: envia o sujeito ao júri 
- Prova da maternidade e indícios suficientes de autoria o sujeito é pronunciado; não é preciso a certeza da autoria, basta apenas que exista indícios 
- o magistrado deve indicar o tipo penal, as qualificadoras e as causas de aumento previstas na parte especial – essas causas de aumento devem estar presente pois tem relação com o fato em si. 
- o in dubio pro societate - é o que vale aqui, em caso de dúvidas sobre a autoria. Não há uma necessidade de comprovação de autoria, basta apenas indícios para que o caso seja encaminhado ao júri popular, e em caso de dúvidas com indícios suficientes de autoria, o caso deve ser encaminhado ao júri popular. 
A comprovação da materialidade a os indícios presentes devem estar presentes na fundamentação da pronúncia. 
- Fundamentação: é a parte mais difícil na pronuncia; pois a decisão precisa ser fundamentada sem entrar no mérito de culpa ou não do acusado; é uma decisão apenas para dizer se há ou não indícios suficientes de autoria e da materialidade. Essa decisão não pode interferir no julgamento do conselho de sentença. 
Infrações penais conexas: a competência do júri atrai eventuais infrações conexas cometidas junto com os crimes dolosos contra a vida. Essas infrações são secundarias e uma vez pronunciado o agente pelo criem doloso contra a vida, o agente também terá essas infrações analisadas pelo júri (regra do acessório que segue o principal), o juiz não precisa se manifestar em relação a essas infrações no pronunciamento. 
- Efeitos da pronuncia: 
Inicia o juízo da causa 
Interrupção da prescrição 
Limita a acusação em plenário 
Preclusão das nulidades relativas – todas as nulidades relativas acontecidas antes da pronúncia acabam precluindo com essa decisão de pronúncia 
Limitação do questionário – só se questiona o que estiver na decisão de pronúncia 
O recurso em sentido estrito, o cabível contra a decisão de pronúncia, permite o juízo de retratação
- Medidas cautelares pessoais: não é apenas a decisão de pronúncia que é capaz de levar o réu para a prisão, em regra 
Intimações – algumas intimações vão ser pessoais e outras por publicação. Pessoalmente será: o MP, a DF, o acusado e o defensor nomeado pelo juiz (se houver). Por publicação será: advogado particular, assistente de acusação e querelante (se houver) 
Recurso – recuso em sentido estrito (RES)
Despronuncia – é o que acontece quando o recuso em sentido estrito tem êxito – ou o juiz se retrata e defere o recurso, despronunciando o réu; ou quando o juiz remete o recuso para o tribunal e o tribunal faz a despronuncia dando provimento a esse recurso. É a modificação da decisão de pronúncia para despronunciar o réu
- DESAFORAMENTO: é o ato de transferir o julgamento para outra comarca 
Momento: só é possível em plenário, somente a segunda fase que pode ser desaforada, ou seja, é necessário que já exista a decisão de pronúncia, por isso o momento oportuno para pleitear o desaforamento é após a manutenção da decisão de pronúncia 
 
Legitimidade (art. 427 CPP): MP; assistente de acusação; querelante; acusado; juiz, de ofício, mediante representação ao tribunal. 
O pedido de desaforamento é levado ao tribunal para ser decido lá 
HIPÓTESE DE AUTORIZAM ESSE DESAFORAMENTO: 
Interesse da ordem pública – quando essa transferência é necessária por conta da proporção que o julgamento tomou na comarca e torna esse julgamento temerário 
Dúvida sobre a imparcialidade do júri – em regra é o mais alegado na prática em comarcas pequenas
Segurança pessoal do acusado – é pouco utilizado, mas ainda se liga ao fato da comoção que o caso ganha na comarca; pode ser utilizado caso o acusado sofra risco de violência. 
Excesso no prazo legal – o júri deve ser feito em até 6 meses após a decisão de pronuncia se tornar definitiva, o que nem sempre é possível e essa distância entre a decisão de pronuncia e o julgamento permite que o desaforamento seja pedido. 
- DESTINO DO NOVO JULGAMENTO: o ideal é que esse desaforamento aconteça para uma comarca próxima/vizinha, mas pode acontecer

Outros materiais