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caderno de processo IV

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Faculdade Baiana de Direito 2020.2 Rachel Abreu 
CADERNO DE PROCESSO CIVIL IV
PROVA 01: disponibilização em 21/09 e entrega em 26/09
PROVA 02: disponibilização em 30/11 e entrega em 05/12
1ª UNIDADE
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA 
1. CONCEITO DE EXECUÇÃO – o seu conceito está ligado ao conceito de direito de uma prestação; e o conceito de uma prestação é um conceito de direito civil que é – o direito subjetivo conferido a alguém para exigir de outrem o comprimento de uma prestação de fazer, de não fazer, pagar quantia ou entregar coisa distinta de dinheiro; esse direito é um direito que se realiza no mundo dos fatos, o que significa dizer que para que esse direto seja satisfeito é preciso que o devedor adote algum comportamento material. 
Se o direito a uma prestação for desrespeitado surge o que se chama de inadimplemento ou lesão, e como no ordenamento jurídico não se admite a auto tutela a pretensão que decorre da tutela terá que ser deduzida em juízo, buscando o credor uma tutela jurisdicional executiva e é dai que surge o conceito de execução – execução é a busca pela satisfação de direito de uma prestação (relação com os prazos prescricionais) 
Os prazos prescricionais são aqueles que se tem, previstos em lei, para que se exerça em juízo uma pretensão ligada a um direito 
A execução não se liga ao direito potestativo – o direito potestativo é aquele conferido a alguém de submeter outrem a criação, extinção, ou modificação de uma situação jurídica. Diferentemente do que ocorre com direito a uma prestação, que se realiza nos mundos dos fatos, o direito potestativo se realiza no plano normativo, ou seja, basta a palavra do juiz para que sejam criadas, extintas ou modificas situações jurídicas, quando reconhecido o direito potestativo, não há nenhuma conduta que se possa exigir ao sujeito passivo para que o direito seja considerado. Por isso que o direito potestativo não se liga a execução, já que ele independe da execução. 
Alguns direitos potestativos se submetem a atos de documentação com finalidade de publicidade, e há quem diga que esses atos são atos de execução impropria (Priscila não concorda com isso)
A realização de um direito potestativo pode fazer surgir como efeito anexo direitos a uma prestação passiveis de execução...
A execução voluntaria – cumprimento: é aquela que se realiza voluntariamente pelo devedor 
A execução forçada – aquela que se realiza a partir de medidas executivas que visam forçar o devedor ao cumprimento da obrigação 
2 – TECNICAS DA EXECUÇÃO: atualmente existem duas técnicas:
 a da execução em processo autônomo: a que se desenvolve em um processo independe e que tem como finalidade principal a execução
- execução fase: aquele que se desenvolve em uma etapa de um processo já instaurado; essa é a técnica preferencial hoje em dia, mas nem sempre foi assim, quando ela não existia, a parte tinha que iniciar um processo autônomo de conhecimento e posteriormente um processo autônomo de execução; 
Em 1994 houve uma mudança legislativa que passou a admitir que decisões sobre obrigações de fazer e não fazer podiam ser executas no mesmo processo em que fossem proferidas 
Em 2002 a mesma coisa aconteceu em relação sobre obrigações de entregar coisas distintas de dinheiro. 
Somente em 2005 é que se passou a admitir a execução de obrigações no mesmo processo em que proferidas na mesma fase do processo e é aí que surge a preferência da execução fase. Apesar da técnica preferencial ser essa, ainda existe a técnica da execução autônoma e ela pode ser usada nos casos de: títulos extrajudiciais; quando fundada em alguns títulos executivos judiciais (sentença arbitral; sentença estrangeira homologada; decisão interlocutória estrangeira; sentença penal condenatória transitada em julgado) isso acontece porque embora haja um processo jurisdicional anterior, ele não é nacional, estatal, civil. 
3 – CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇAO: 
 – EXECUÇÃO COMUM: leva em consideração o procedimento. serve a uma generalidade de créditos. Ex: a execução de obrigação de pagar quantia 
- EXECUÇAO ESPECIAL: serve a créditos específicos. Ex: execução de alimentos; execução fiscal; execução contra a fazenda publica 
Tem importância prática; importante para a cumulação de execuções; art. 780, CPC diz que é possível a cumulação de execuções – execução fundada em mais de um título executivo e que mais de um pedido seja formulado em uma execução; alguns requisitos devem ser cumpridos para que haja a execução cumulada e um deles é a identidade de ritos. Para que seja possível a cumulação de execução é necessária que elas se submetam ao mesmo rito, se elas se submetem ao mesmo rito elas são admissíveis para serem cumuladas, já se seus ritos não são iguais, elas não se cumulam. (Enunciado 27 da sumula do STJ – cumulação de execuções)
-EXECUÇAO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL: Leva em conta o ambiente em que a execução é processada 
- JUDICIAL: aquela que se processa no poder judiciário, a mais comum 
-EXTRAJUDICIAL: aquela que se desenvolve fora do poder judiciário. EX: aquela que decorre do descumprimento de um contrato de alienação fiduciária em garantia de um imóvel. 
- EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (CUMPRIMENTO DE SENTENÇA) E EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: leva em conta o título em que se funda a execução; essa classificação tem importância pratica porque é importante saber se ela é de título judicial ou extrajudicial já que seus ritos são diferentes, suas regras de competências são diferentes e o conteúdo da defesa do executado é diferente 
- EXECUÇAO DIRETA E EXECUÇAO INDIRETA: leva em conta os meios executivos que serão utilizados; tem relação com as decisões executivas diretas (aquelas que certifica e efetiva direitos a uma prestação mediante a aplicação de meios executivos diretos = aquela através da qual o juiz ou um terceiro cumpre a obrigação no lugar do devedor mas suas expensas; isso significa que o comportamento do devedor aqui não é importante para o cumprimento da obrigação. Ex: desapossamento mediante busca e apreensão; expropriação – conversão de um bem em dinheiro) quando se aplicam esses meios diretos, se fala em decisão direta; decisões mandamentais são aquelas que certificam e efetivam direitos a uma prestação mediante a aplicação de meio executivo indireto = aquele através do qual se força psicologicamente o devedor a cumprir ele mesmo a prestação (ex: prisão civil; multa; abatimento de honorários). A execução que se aplica medida executiva indireta é chamada de execução indireta. 
- EXECUÇAO DEFINITIVA E EXECUÇAO PROVISÓRIA: leva em conta a definitividade ou provisoriedade do título em que se funda a execução; se ele é provisório, a execução também será; se ele é definitivo, a execução também será.
Houve um tempo em que a diferença em que a diferença entre as duas execuções é que uma chegava ao fim e a outra não, hoje em dia a diferença é que a definitiva é aquela que chega ao fim sem maiores exigências ao credor exequente; já a provisória é aquela que também chega ao fim impondo-se maiores exigências ao credor exequente. Isso acontece porque a execução definitiva é fundada em título definitivo e por isso não passível de alteração. 
Obs.: a execução de título executivo extrajudicial é sempre definitiva. 
Já a execução de título judicial pode definitiva ou provisória. Será definitiva quando o título é definitivo (quando ele já transitou em julgado); e será provisória quando estiver fundada em título provisório (quando ele ainda é passível de modificação – pois pende contra ele o julgamento um recurso não dotado de efeito suspensivo)
OBS: nem todo título executivo judicial é passível de execução provisória, somente a decisão jurisdicional nacional estatal civil, ou seja, ou outros títulos executivos judiciais não comportam execução provisória.
OBS: Se a decisão jurisdicional nacional estatal civil for objeto de um recuso dotado de efeito suspensivo, não cabeexecução nenhuma, nem mesmo a provisória. A regra é que os recursos não tenham efeito suspensivos, o único recurso que tem esse efeito, em regra, é a apelação
- mesmo que o recurso não tenha o efeito suspensivo automático, nada impede que o recorrente peça que esse efeito seja aplicado e o juiz acolha esse pedido, o que também inviabiliza a execução do título. 
- Conclusão: PENAS A DECISÃO JURISDICIONAL NACIONAL ESTATAL CIVIL QUE NÃO FOR OBJETO DE RECURSO DOTADO DE EFEITO SUSPENSIVO É QUE PODE SER EXECUTADO PROVISORIAMENTE. 
- A execução provisória existe para garantir a efetividade de um direito ao credor e evitar a interposição de recursos protelatórios. 
- Por se tratar de um título provisório, é preciso que se garanta uma mínima segurança jurídica ao credor, por isso se exige algumas exigências ao credor exequente (p. ex. caução; responder objetivamente pelos prejuízos que causar ao devedor por uma execução indevida)
- A execução provisória tramita quase que da mesma maneira que a definitiva, procedimentalmente. A execução provisória se inicia por meio de um requerimento do credor exequente, quando ele fórmula esse requerimento, ele precisa fazer três análises: 
· Das chances de êxito da execução – verificando se o devedor tem patrimônio
· Das chances de êxito do recurso – se as chances de alteração no título forem altas, não vale a pena interpor recurso
· Deve ter ciência de que responderá objetivamente pelos prejuízos que causar ao devedor por uma execução indevida
- Se o processo for físico é necessário que haja uma instrução com os documentos obrigatórios para o requerimento da execução: 
- Cópia da decisão que se quer executar
- Certidão de interposição de recurso não dotado de efeito suspensivo 
- Procurações outorgadas pelas partes 
- Cópia da decisão de habilitação, se for o caso 
Independente do processo ser físico ou eletrônico é possível que se apresentem documentos facultativos 
- O requerimento de execução provisória deve ser encaminhado ao juízo competente que é o primeiro grau, em regra. Por isso que a execução provisória faz autos próprios e não é processada nos mesmos autos do processo originário. Em duas situações a execução provisória poderá tramitar nos mesmos autos do processo originário: 
1ª – em uma decisão interlocutória que concede uma tutela provisória 
2ª – execução provisória que se processa em meio eletrônico, quando o sistema permite o acesso dos autos pelo 1º e 2º grau
- A regra da execução definitiva é que ela se desenvolve nos mesmos autos do processo originário, porém, quando se interpõe recurso parcial (quando se questiona apenas uma parte da decisão) a execução definitiva formará autos próprios da parte da decisão que não foi questionada.
- iniciada a execução provisória o devedor será intimado para cumprir com sua obrigação, se for uma obrigação de pagar, o devedor será intimado para pagar em 15 dias, caso o devedor pague nesse período a execução será extinta com satisfação e o devedor deve observar se o titulo provisório foi mantido ou não. Se ele foi mantido, o devedor pode exigir uma indenização do credor. Caso o devedor não pague nesse prazo de 15 dias, haverá incidência de 10% de multa e 10% de honorários advocatícios, esses percentuais incidem sobre o valor executado. Se o devedor não quer pagar o débito, nem a multa nem os honorários, ele deverá realizar o depositar do valor da obrigação deixando claro sua intenção e ficará livre dessas parcelas. 
- O rito da execução definitiva é bem diferente, pois o afastamento da multa e dos honorários só acontece quando se paga efetivamente o débito, já na execução provisória com um mero deposito em garantia já é possível que os afaste. 
- Passados os 15 dias de pagamento, se inicia mais 15 dias para a apresentação da defesa do executado (execução provisória)
.... FALTA UMA PARTE GRANDE
- A finalidade da caução é fazer frente a eventuais prejuízos que venham a ser sofridos pelo executado por conta de uma execução indevida, por isso que a caução tem que ser suficiente e idônea 
 A caução pode ser real ou pessoal e deve ser prestada nos autos da execução provisória, com os seus limites ditados pelo juiz da execução provisória 
A quem defenda que apenas o credor pode solicitar a prestação de caução, porém, o que prevalece é que o juiz pode determinar de ofício a prestação de caução 
A caução pode ser dispensada nas hipóteses do art. 521, CPC 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - O crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - O credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042; (interposto contra decisão que inadmite recurso especial extraordinário)           
IV - A sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Apesar dessas hipóteses de dispensas, o juiz pode mantes a caução quando a dispensa puder resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
 
- PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO: 
· DA EFETIVIDADE: o processo só pode ser devido se ele for efetivo; e o processo efetivo é aquele que é satisfeito com a entrega do bem da vida tutelado e com o acesso a justiça. Para que o processo seja efetivo é preciso que não se garanta apenas o acesso ao judiciário e sim que o sujeito tenha uma efetiva tutela jurisdicional. 
A efetividade faz surgir um sistema jurisdicional da tutela executiva formada por meios executivos que visam a satisfação do processo. A efetividade lança algumas premissas: 
- 1ª: o intérprete do direito deve atribuir a máxima eficácia as normas que compõe o sistema jurisdicional de tutela executiva 
2ª – o juiz deve aplicar sempre o meio executivo mais adequado para a efetivação das suas decisões 
3ª – o juiz não pode impor uma restrição irrazoável a um direito fundamental sem justificativa plausível. 
- ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS: 
Por muito tempo se pensou que o juiz só poderia garantir a efetivação das suas decisão por meio executivos típicos, para garantir mais segurança ao jurisdicionado, mas com o passar do tempo se percebeu que não tinha como prever todos os meios executivos típicos pacíficos de execução e foi aí que a tipicidade foi cedendo lugar a atipicidade desses meios – o juiz passa a poder aplicar qualquer meio típico ou atípico para garantir a efetivação de suas decisões. No CPC existem alguns dispositivos que se podem extrair a atipicidade (art.139, IV; 297; 536, §1º) 
- A atipicidade pode ser aplicada na execução definitiva e provisória
- O art. 536, §1º e 538 da a entender que a atipicidade pode ser aplicada a coisas distintas de dar dinheiro
- A doutrina diz que no âmbito das execuções pecuniárias, a tipicidade deve ser a regra e que a atipicidade deve ser aplicada apenas nas obrigações assessorias nesses casos 
- O juiz deve fundamentar de forma robusta caso se aplique uma medida atípica na sua decisão; embora o mais comum seja que essa medida seja dirigida ao executado, nada impede que ela seja dirigida a um terceiro ou a um exequente. 
- os meios executivos serão aplicados pelo juiz de oficio ou a requerimento da parte; embora a parte possa pedir essa aplicação o juiz não se vincula ao meio executivo cuja a aplicação foi requerido pela parte, ele pode aplicar meio mais brando ou mais gravoso, ou ate mesmo de outra natureza e nesse particular se afasta o princípio da congruência objetiva (adstrição ao que foi pedido), nos meios executivos o juiz está autorizado, por conta do poder geral de efetivação, a aplicar um meio executivo diferente do que foi pedido pela parte e por isso se afasta esse princípio. 
Obs.: muitas vezes a parte pode pedir o meio executivo errado 
- Uma vez aplicado o meio executivo ele poderá ser modificado: se esse meio aplicado se tornar insuficiente ele deve ser agravado, e se por outro lado ele se tornar excessivo, ele deve ser abrandado(art. 537, §1º, CPC – apesar do dispositivo falar apenas da multa, ele é aplicável a qualquer meio executivo) 
- Surge a discursão de uma eventual violação da coisa julgada, uma vez aplicada o meio executivo em uma decisão transitada em julgada, ele pode ser alterado ou isso violaria a coisa julgada? A doutrina entende que a coisa julgada recai sobre o conteúdo de uma decisão que é composto do enfrentamento do objeto litigioso de uma decisão, os meios executivos não fazem parte do conteúdo da decisão e se do plano da eficácia da decisão, ou seja, não se submetem a coisa julgada, por isso que uma vez aplicado um meio executivo ele pode ser modificado e isso deve ser permitido, porque eles podem se tornar insuficientes ou excessivos. 
- a multa é a medida típica por excelência na execução de obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa distinta de dinheiro (multa coercitiva); é uma multa sem valor pre estabelecido em lei (sem piso nem teto), por outro lado, sua periodicidade é variada, pode ser em hora, diária, semanal, mensal. Esse meio executivo tem como finalidade forçar o devedor a cumprir a obrigação; pressionar o devedor psicologicamente para que ele cumpra a obrigação. 
- na execução de pagar quantia se aplica a regra do art. 523, §1º que tem finalidade coercitiva e punitiva por conta do atraso do devedor na hora do pagamento da obrigação; é uma multa fixa de incidência única de 10% do valor atualizado da execução, independentemente dos dias de atraso. 
A multa coercitiva pode ser aplicada também na execução de pagar quantias, mas apenas para garantir efetivação de obrigações acessórias. 
Uma outra medida executiva é a prisão civil aplicada na execução de alimentos, que é um meio executivo típico na execução de alimentos; tanto que para ser aplicada deve haver um pedido expresso do credor, para que se tenha a efetivação do pagamento da obrigação alimentar.
- O que se questiona é se a prisão alimentar poderia ser meio executivo atípico em outras execuções? Não há unanimidade sobre o tema, existindo 3 correntes doutrinarias sobre o tema: 
1ª corrente: diz que não cabe prisão civil como meio executivo atípico em outras execuções; essa corrente encontra fundamento no art. 5º, LXVII, CF
2ª corrente: entende que para se concluir a respeito do uso da prisão civil como uso de meio atípico é preciso se entender o alcance do termo dívida que tem previsão no art. 5º, LXVII, CF e dívida pode significar obrigação pecuniária ou obrigação civil em geral; mas o termo dívida para essa corrente abarcaria apenas obrigação pecuniária, tanto é que o próprio texto excepciona uma única forma de obrigação de pagar quantia – a única obrigação pecuniária que se admite a prisão civil é a pagar alimentos; faz uma análise semântica 
Para essa corrente se aplica a prisão civil em qualquer obrigação de fazer, não fazer ou de entregar coisa distinta de dinheiro.
3ª corrente: faz uma analise a luz da teoria dos direitos fundamentais; de acordo com essa teoria é possível se aplicar a prisão civil como meio atípico, desde que o direito fundamental que se quer preservar mereça mais proteção do que o direito de liberdade que será restrito, caso a prisão seja aplicada. Para essa corrente não existe um direito fundamental absoluto. A obrigação discutida deve ser não patrimonial para que seja possível se aplicar a prisão civil; em segundo lugar a prisão civil só pode ser aplicado quando esgotado os outros meios ou quando demonstrada a sua ineficácia, em abstrato, por isso que a decisão deve ser bem fundamentada; em terceiro lugar deve se garantir o contraditório; em quarto lugar a prisão civil deve ser estabelecida com uma limitação temporal; e por fim, deve haver um requerimento expresso do credor. 
- PRINCÍPIO DA RESPONSABIALIDADE PATRIMONIAL OU DE QUE TODA EXECUÇÃO É REAL: 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
- A execução recai sobre o patrimônio do devedor, segundo esse princípio; houve um tempo em que a execução poderia recair até mesmo sobre o corpo do devedor, o que acabou com a humanização do direito e com a chegada desse princípio. 
Discute-se em doutrina se a proliferação dos meios executivos indiretos (aqueles que atingem o psicológico do devedor) violariam esse princípio e vem se entendendo que não, porque embora esses meios atinjam o psicológico do devedor sua mera aplicação não gera o cumprimento automático da obrigação. 
Esse princípio se aplica na execução das obrigações de pagar quantia e na execução da obrigação de entregar coisa distinta de entregar dinheiro; na obrigação de fazer e não fazer não se aplica esse princípio porque o próprio comportamento do devedor é que gera o cumprimento da obrigação
- PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA TUTELA ESPECÍFICA, DA MAIOR COINCIDENCIA POSSIVEL OU PRINCÍPIO DO RESULTADO: com esse princípio deve se garantir ao exequente o cumprimento da execução como se ela tivesse sido cumprida voluntariamente pelo devedor; com esse princípio deve ser garantido ao devedor o bem da vida buscado. É um princípio extraído do art. 536, caput CPC “ No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. “
Nem sempre houve essa primazia, e o devedor poderia descumprir a obrigação desde que pagasse o valor equivalente e o que prevalecia era a intangibilidade da vontade do devedor e ele simplesmente escolhia se pagava perdas e danos ou a obrigação assumida. Hoje é possível a conversão da obrigação em perdas em danos, mas essa mudança ocorrerá quando o credor assim solicitar ou quando for impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente ao do inadimplemento (art. 499, CPC)
Esse princípio se aplica na execução de qualquer obrigação 
 PRINCIPO DA MENOR ONEROSIDADE DA EXECUÇÃO: art. 805, CPC
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Se existir mais de um meio executivo apto a ser aplicado o juiz deve aplicar aquele menos oneroso ao executado; esse principio tem uma dupla finalidade: garantir a dignidade da pessoa humana do executado e evitar o exercício abusivo do credor exequente na execução (ele deve observar a boa fé objetiva) 
Esse principio pode ser aplicado de oficio ou a requerimento do devedor; uma vez aplicado esse meio executivo, o devedor na primeira oportunidade de falar nos autos, sob pena de preclusão, deve invocar o principio da menor onerosidade da execução; ao invocar essa menor onerosidade o devedor deve indicar os meios executivos menos onerosos que devem ser aplicados, é o que diz o parágrafo único do art. 805:
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
OUTROS PRINCÍPIOS (CONTRADITORIO, COOPERAÇÃO, PROPORCIONALIDADE, ADEQUAÇÃO, AUTORREGRAMENTO DA VONTADE): 
- na execução as partes devem ser intimadas de todos os atos do processo, deve ser oportunizada a manifestação das partes em tempo de convencer o juiz, na execução o contraditório se apresenta com uma intensidade diferente do que na ação de conhecimento pois a parte é intimado para cumprir a obrigação e posteriormente é que há a citação/intimação para se defender. 
- O modelo de organização do processo é o cooperativo e as partes e o juiz devem cooperar entre si para que se chegue a uma solução justa e adequada em um tempo razoável 
- O juiz na execução deve sempre buscar a justiça no caso concreto 
- A adequação é vista na perspectiva legislativa, jurisdicional e negocial – na visão negocial se desenvolve a ideia do autorregramento da vontade; as obrigações de pagar quantia em desfavorda fazenda publica se submetem a um rito especial – manifestação da adequação na perspectiva legislativa; 
- A adequação na perspectiva negocial é aplicável à execução e faz surgir o princípio do autorregramento da vontade e é possível a celebração de NJ processuais onde as partes podem disciplinar seus próprios comportamentos no processo. (ex: as partes podem negociar os meios executivos do processo) 
- REGRAS DA EXECUÇÃO: 
· NÃO HÁ EXECUÇÃO SEM TITULO: toda execução deve ser fundada em algum título executivo, para que ela se desenvolva validamente, seja ele provisório, judicial, extrajudicial, tanto faz... é como se o titulo fosse um requisito de admissibilidade da execução; se faltar o título a execução é inadmissível 
· DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO: como a execução se inicia e se desenvolve para o benefício do credor exequente, ele pode dispor da execução. Ele faz isso:
1 - Deixando de ajuizar a execução;
2 - Desistindo total ou parcialmente de uma execução já iniciada – essa desistência INDEPENDE de consentimento do executado, ainda que ele tenha apresentado defesa, mas se a defesa versar sobre questão de admissibilidade a desistência versa sobre a extinção da execução sem exame de mérito e sobre a defesa do executado, mas se a defesa versar sobre questão de mérito a desistência gera extinção da execução sem exame de mérito, mas a defesa do executado prosseguira como uma ação autônoma para seu exame de mérito, pois o devedor pode usar essa decisão favorável contra o credor lá na frente caso ele decida reajustar essa ação posteriormente. (art. 775, CPC) 
OBS: com a desistência o credor arca com as despesas processuais
Se o juiz começar uma execução de ofício, a parte pode ainda assim desistir dessa execução 
Vem se entendo que havendo desistência de um ente de representação coletiva deve ser imediatamente providenciada a sucessão desse ente por um outro, geralmente é o MP que acaba assumindo a execução. 
3 – Desistindo de um ato executivo praticado (ex: ato de penhora realizado, porem de um bem de valor muito baixo, nesse caso o credor pode pedir a expropriação da penhora, por não entender interessante penhorar aquele bem)
- RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EXEQUENTE: o exequente responde objetivamente pelos prejuízos que causar ao executado. A responsabilidade do exequente na execução é objetiva, o que significa que basta que haja o fato e o dano para que se aplique o regramento da responsabilidade objetiva do exequente que impõe que o exequente garanta ao executado o retorno ao estado anterior (dever de indenizar). Existem dois dispositivos que tratam dessa responsabilidade no CPP: arts. 520, II e 776, CPC. Se a obrigação certificada no título definitivo for declarada inexistente o exequente também responde pelos danos causados ao executado.
Se a hipótese for de responsabilidade objetiva do exequente a liquidação dos danos poderá ser feita nos mesmos autos em que foi feita a execução indevida.
- APLICAÇÃO INTEGRADA DAS REGRAS RELATIVAS À EXECUÇÃO E APLICAÇÃO SUBSIDIARIA DAS REGRAS DO PROCESSO DE CONHECIMENTO (arts. 513 e 771, 318 parágrafo único, do CPC/2015): 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
- Este artigo quer dizer que a execução de título executivo judicial (cumprimento de sentença) se submete a um regramento próprio, mas se aplica também a esse cumprimento de sentença, naquilo que couber, o regramento da execução de titulo executivo extrajudicial; quando se fala em “no que couber” deve-se entender que havendo omissão no regramento do cumprimento de sentença aplica-se o regramento da execução de titulo extrajudicial, desde que haja compatibilidade entre a previsão e a sentença. 
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
- A execução de título executivo extrajudicial tem regramento próprio e que esse regramento se aplica nos procedimentos especiais executivos e ao próprio cumprimento de sentença, reforçando o que estabelece o 513. Além de dizer tudo isso, esse artigo diz também que esse regramento se aplica ainda nos procedimentos especiais de execução, no que couber. 
 
Art. 318. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
- As regras do processo de conhecimento se aplicam a todo e qualquer processo de execução de forma subsidiaria; havendo omissão no regramento da execução e não havendo incompatibilidade aplicasse o regramento do conhecimento comum na execução. É uma regra que completa essa regra da aplicação integrada. 
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO
- CONSIDERAÇÕES INICIAIS: a execução busca a tutela jurisdicional executiva, que é uma tutela voltada a satisfação de um direito a uma prestação. Toda a execução se dá processualmente; na execução não existe um procedimento padrão como acontece no processo de conhecimento; aqui na execução além dos procedimentos especiais que existem (fiscal, de alimentos, contra a fazenda...) a depender do titulo executivo em que se funda a execução e a depender da obrigação certificada nesse título, o procedimento executivo irá variar. Nesse assunto vamos focar naquilo que é comum em toda e qualquer execução.
- FORMAÇÃO DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO
· DEMANDA EXECUTIVA: o termo demanda tem duas acepções. Na primeira acepção demanda é entendida como ato, de modo que demanda executiva é: ato de provocação da atividade jurisdicional executiva. Para se provocar essa atividade jurisdicional – se a execução acontecer na fase técnica, essa provocação acontece por meio de uma petição simples; se a execução é autônoma, essa provocação acontece por meio de uma petição inicial. 
- O juiz pode iniciar de ofício a execução de obrigações NÃO pecuniárias, o que não é comum de se acontecer 
- Na segunda acepção demanda é entendida como conteúdo do ato de provocação da atividade jurisdicional, é desse conteúdo que se extrai os elementos da demanda (causa de pedir, pedido e partes).
· ELEMENTOS OBJETIVOS - CAUSA DE PEDIR E PEDIDO: a causa de pedir é composta pelos fatos e pelos fundamentos jurídicos do pedido; na execução a causa de pedir deve ser composta por pelo menos duas afirmações obrigatórias: “existência de titulo executivo que certifica a prestação, certa, liquida e exigível” e “inadimplemento do devedor que causa prejuízo ao credor”. Existem também algumas afirmações acidentais que podem ou não constar na causa de pedir executiva: “existência de obrigações reciprocas, tendo o credor cumprido as obrigações que lhe cabiam”; “advento de condição ou termo se a obrigação estiver submetida a esses fatos”; “preenchimento dos requisitos necessários para a concessão da tutela provisória” 
- Pedido: tem um objeto imediato e um objeto mediato. O objeto imediato do pedido é a prestação de tutela jurisdicional executiva – ao formular esse pedido o exequente pode pedir também a aplicação de meios executivos, que não vincula o juiz. Já o objeto mediato do pedido equivale ao bem da vida buscado. E é o objeto mediato do pedido que deve possuir alguns atributos (da certeza, da liquidez e da exigibilidade). 
- Costuma-se dizer que na execução se aplica o art. 323, CPC que é um exemplo de pedido implícito = aquele não expressamente formulado, mas que compõe o objeto da demanda 
Art. 323 - Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.- Análise do art.: se as prestações vincendas vencerem sem adimplemento por parte do devedor, elas deverão fazer parte do pedido, ainda que o autor não se manifeste expressamente sobre isso. 
Havendo obrigação em prestação sucessivas, o exequente deverá começar a execução exigindo o cumprimento das parcelas já vencidas; caso no curso do processo parcelas vincendas vencerem sem pagamento poderão integrar o pedido executivo e os atos executivos serão complementados para que seja possível a satisfação integral do pedido. 
· ELEMENTO SUBJETIVO: PARTES – é preciso saber quem pode ajuizar a execução e contra quem pode ser ajuizada a execução. 
- Quem pode ajuizar ações de execução (legitimidade ativa): art. 778, CPC - Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. O credor tem essa legitimidade ativa originaria; e é credor aquele a quem a lei confere título executivo – o credor não necessariamente terá o seu nome indicado no título executivo, caso não tenha, ele ainda terá legitimidade para ajuizar ações de execuções. (caso de advogado de ajuíza execução de honorários) 
O paragrafo 1º do art. 778 trata da legitimidade ativa de outros sujeitos, que será uma legitimidade derivada/superveniente:
 Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - O Ministério Público, nos casos previstos em lei; - o MP também pode ter legitimidade originaria para promover a execução
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; - decorre da morte
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; - decorre da cessão 
IV - O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. – Decorre da sub-rogação 
- Quando houver essas legitimidades derivadas ou supervenientes, haverá sucessão processual com a saída da parte originaria e a entrada da parte legitimada. Na execução a sucessão processual independe de consentimento do executado. 
- A LEGITIMIDADE PASSIVA está no art. 779, CPC 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - O devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - O fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - O responsável tributário, assim definido em lei.
- é possível que haja pluralidade de partes na execução? Sim! É possível litisconsórcio na execução, tanto no polo ativo quanto no passivo, bem como nos dois ao mesmo tempo. Em regra, o litisconsórcio da execução é facultativo. A doutrina aponta um caso de litisconsórcio obrigatório na execução, que é o caso do art. 842, CPC - “Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens.” 
- concurso de credores é a segunda modalidade de intervenção de terceiros especifica da execução: é possível que o mesmo bem seja objeto de mais de uma penhora e se isso acontecer se diz que há vários credores penhorantes; realizada a penhora haverá a expropriação, porem antes da expropriação é preciso que os credores penhorantes sejam intimados para que ingressem no processo que há a expropriação, caso assim desejem, porque o resultado da expropriação será utilizado para pagar esses credores respeitando a ordem de anterioridade da penhora (art. 889, CPC)
- Embargos de terceiros seria outra modalidade: é uma defesa utilizada pelo terceiro para evitar uma ameaça ao seu patrimônio ou para afastar constrição ou expropriação já realizada em bens de terceiros
 
· DEMANDA EXECUTIVA FUNDADA EM OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: art. 800, CPC. A obrigação alternativa é aquela que tem objeto plúrimo, ou seja, pode ser satisfeita de mais uma maneira. O que importa aqui em processo civil e saber como se processa o cumprimento de uma demanda alternativa, exatamente o que positiva o art. 800. 
Em regra, a escolha da prestação a ser cumprida na demanda alternativa, é do devedor; mas o contrato pode prever que a escolha cabe ao credor, e caso caiba a ele, o credor já deve iniciar a execução indicando qual a prestação ele quer ver cumprida. Iniciada essa execução, o devedor será citado, e após essa citação ele poderá cumprir a prestação voluntariamente no prazo acordado e nessa hipótese a execução será extinta com satisfação, presumindo-se que o devedor só não cumpriu antes por não saber qual prestação ele deveria satisfazer primeiro. É possível que iniciada a execução o devedor simplesmente não cumpra sua obrigação e nesse caso a execução seguirá de maneira forçada. 
Quando a escolha couber ao devedor, a execução se iniciara com o pedido do exequente para que o devedor seja citado para realizar a escolha e prestar a obrigação em um prazo de 10 dias ou em outro prazo contido no contrato. Citado o devedor ele poderá assumir algumas posturas: 
1 – Pode realizar a escolha e a prestação no prazo de 10 dias (escolha ideal) 
2 – Pode realizar a escolha e não cumprir, podendo até apresentar defesa
3 – Pode não realizar a escolha e muito menos prestar e nesses casos o direito de escolha passa para o credor (800, §1º, CPC)
- Existem duas opções para a realização da demanda alternativa, e uma delas não tem o instituto da liquidez, cabendo a escolha ao devedor. Pode o credor iniciar a execução de ofício, sem antes realizar essa demanda ilíquida? Não há unanimidade quanto a isso, uma parte da doutrina entende que deve ser feita a liquidação antes da prestação e depois de liquidada é que a execução deve ser iniciada. A segunda corrente entende que a execução pode ser iniciada de imediato e se o devedor citado escolher a prestação ilíquida será feita a liquidação incidentalmente – segundo essa corrente essa seria a forma mais econômica de se fazer a liquidação.
- Se existirem duas prestações com vencimentos distintos e a escolha cabe ao devedor. Para se iniciar a execução o credor deve esperar que as duas prestações vençam? Ou quando uma vencer ele já pode iniciar a execução? Vem se entendendo que vencendo a primeira prestação já é possível iniciar a execução, e se o devedor escolher a prestação já vencida, a execução continua normalmente; se ele escolhe a prestação ainda não vencida, a execução terá que ser suspensa até que advenha o vencimento 
· CUMULAÇÃO DE DEMANDAS:
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas sejam competentes o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Se verifica que a cumulação de demandas executivas é possível, desde que preenchidos alguns requisitos: 
1 – Identidade de partes: para que seja admissível a cumulação é preciso que haja identidade de partes. Em algumas situações a cumulação de demanda gera litisconsórcio, e havendo litisconsórcio é preciso que todas as partes estejam vinculados entre si pelo mesmo título executivo
2 – Identidade de procedimento: para que se admita a cumulação é preciso que o procedimento das demandas seja o mesmo. A jurisprudência vem admitindo a cumulação de demandas executivas que se submetem a ritos diferentes, desde que as obrigações executadas decorram do mesmo título executivo judicial 
3 – é preciso que o órgão jurisdicional seja competente para julgar todas as demandas cumuladas 
PETIÇÃO INICIAL
· INTRODUÇÃO: a petição que inaugura a execução deve observar alguns requisitos, genéricos e específicos
· REQUISITOS: a petição inicial simples que inaugura a execução não precisa observar todos os requisitos que serão analisados abaixo: 
- REQUISITOS GENERICOS (Arts. 319 e 320, CPC): 
1 – A petição deve ser dirigida ao juízo competente 
2 – A petição deve indicar os nomes completos e a qualificação das partes3 – A petição deve indicar os fatos e os julgamentos jurídicos – a causa de pedir executiva 
4 – Deve indicar o pedido executivo com suas especificações 
5 - Valor da causa 
6 – Indicar as provas com que o exequente pretende demonstrar os fatos alegados 
7 – A petição será instruída com os documentos indispensáveis a propositura da ação (aqueles indicados pela lei como tal ex: procuração; título executivo... e os documentos mencionados na petição inicial)
REQUISITOS ESPECIFICOS (arts. 798 e 799, CPC): 
1 – A petição deve ser instruída com o título executivo
2 - Deve ser instruída com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de quantia certa - esse demonstrativo deve seguir os paramentos de cálculos na execução de obrigação de pagar quantia 
3 - A petição deve ser instruída com a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso
4 – A prova de que o credor adimpliu o débito/ a prestação que lhe cabia, nos casos de obrigações reciprocas 
5 – Indicar a espécie de execução de preferência do credor, quando por mais de um modo puder ser realizada (de forma que o juiz não se vincula a esses pedidos) 
6 – Indicar nomes completos e CPF/CNPJ das partes
7 – Indicar os bens do devedor suscetível de penhora, sempre que houver. Caso o credor não saiba desses bens, ele deve pedir que o juiz bloqueie contas de titularidade desse executado. O exequente também pode pedir para que o dever seja intimidado para que ele mesmo indique os seus bens passiveis de penhora. 
8 – Requerer a intimação de terceiros que se interessem pela execução de algum modo
 
· ADMISSIBILIDADE E EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL: a demanda executiva se submete a um duplo juízo, o primeiro é de admissibilidade onde o órgão julgador analisa se todos os pressupostos processuais estão preenchidos, caso estejam, é feito um juízo positivo de admissibilidade; se faltar algum requisito, o juízo de admissibilidade será negativo. Antes que o juízo negativo seja feito é necessário que se oportunize a emenda da petição inicial (art. 801). 
· EFEITOS DA DEFLAGRAÇÃO DA EXECUÇÃO: uma vez deflagrada a execução surgem alguns efeitos que decorrem da decisão que admitem execução ou do registro e distribuição da petição inicial, ou ainda da citação. 
- O primeiro efeito decorre da decisão que admite a execução: e admitida a execução surge para o exequente o direito de obter uma certidão com os dados da execução, que será utilizada para fins de averbação no registro público do bem. Uma vez obtida a certidão, o exequente providenciará a averbação do bem, pois assim haverá a publicidade do processo executivo que envolve determinada pessoa e a depender dos atos de alienação ou oneração que a pessoa realizar em seus bens, a fraude pode ser suscitada e assim o negócio pode ser desfeito. Realizada a averbação o exequente deve comunicá-la em juízo em um prazo de 10 dias, se, contudo, for formalizada a penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará o cancelamento das averbações também no prazo de 10 dias. Nada impede que o próprio juiz determine de ofício o cancelamento da averbação. Esse cancelamento é importante para que o exequente não seja responsabilizado pelos prejuízos que vier a causar ao executado. (art. 828, CPC) 
- O segundo efeito também decorre da decisão que admite a execução e é a interrupção da prescrição. Admitida a execução e determinada a citação do executado haverá a interrupção da prescrição. Se o exequente providenciar a citação do executado nos 10 dias seguintes a decisão que admite a execução, a interrupção da prescrição retroagirá a data do ajuizamento da execução. O exequente deve fornecer para o judiciário todas as informações necessárias para que a citação seja realizada (fornecer endereço, pagar despeças do ato de citação, fornecer cópia da petição inicial...). se a citação não acontece em 10 dias por conta de mora do poder judiciário, o exequente não será prejudicado por isso e a interrupção da prescrição retroagirá ao prazo do ajuizamento da ação inicial. (arts. 802 e 240, CPC) 
- OBS: não há que se falar em interrupção da prescrição na execução fase, pois ela já está interrompida desde a fase anterior de conhecimento com a decisão que admite a ação de conhecimento e cita o réu
- Existe ainda a prescrição intercorrente: aquela que acontece quando o processo já está em curso e que pode ser interrompida. Com o transito em julgado da decisão surge para o exequente a pretensão executiva, caso ele não a inicie ou até mesmo a inicie e a abandone durando essa inércia tempo suficiente da prescrição, pode ocorrer o que se chama de prescrição intercorrente na fase executiva. Para se evitar essa prescrição o exequente poderá manifestar interesse no prosseguimento da execução ou no seu início. Mesmo prazo da prescrição inicial, que varia conforme a lei material. 
- O terceiro efeito decorre do registro ou da distribuição da petição inicial da execução. O registro da petição onde há vara única ou a distribuição da petição nas localidades onde há mais de uma vara, tornam prevento o juízo perante o qual serão reunidas todas as demandas conexas à petição.
- O quarto efeito decorre da citação do executado. Citado o executado a ação executiva se torna pendente para ele. Quando a execução é executada já há litispendência para o exequente, e citado o executado surge litispendência para ele também. 
- O quinto efeito também decorre da citação. Com a citação a coisa/direito se torna litigioso para o executado; iniciada a execução já há litigiosidade para o exequente, mas ela só surge para o executado a partir da sua citação 
- O sexto efeito também decorre da citação e é o da indisponibilidade relativa dos bens do executado. Citado o executado, seus bens se tornam relativamente indisponíveis, ou seja, citado o executado alguns atos de alienação ou oneração do seu patrimônio serão vedados sob pena de configuração de fraude. 
- O sétimo efeito também decorre da citação e é o do direito de requerer o parcelamento do débito na execução de título extrajudicial. Citado o executado ao invés dele pagar o débito integralmente ou se defender, ele pode pedir o parcelamento do débito de títulos extrajudiciais. Existem alguns requisitos para que esse parcelamento seja deferido. (será explicado posteriormente) 
· REQUISITOS GERAIS PARA A DEFLAGRAÇÃO DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO: 
· TÍTULO EXECUTIVO: não há execução sem título que lhe garanta admissibilidade. 
- INADIMPLEMENTO
· INTRODUÇÃO: nada mais é do que a inexecução de um dever jurídico; é a insatisfação de um direito a prestação. Para que a execução seja admissível é preciso que o exequente afirme o inadimplemento, sem que ele precise fazer prova quanto a isso; em regra ele está relacionado a uma conduta omissiva e por isso é muito difícil para o exequente fazer prova desse inadimplemento. Se o inadimplemento estiver relacionado a uma conduta comissiva, além de afirmá-lo, o exequente deve fazer prova dele na execução. O inadimplemento pressupõe exigibilidade da obrigação (a obrigação é exigível quando ela pode ser executada de imediato e não se sujeita a nenhuma condição ou termo) 
· DEVERES RECIPROCOS: o art. 787 do CPC disciplina as obrigações fundadas em deveres recíprocos, que é a obrigação em que todas as partes precisam cumprir uma prestação. Nessa obrigação as duas partes devem cumprir tudo simultaneamente, ou então uma parte deve cumprir primeiro e depois a outra parte cumpre a sua. Quando se fala em obrigação de deveres recíprocos, o exequente, ao iniciar a execução deve provar que adimpliu a parte que lhe cabe, se o exequente não fizer isso o executado pode invocar a exceção de inerte – uma espécie de defesa do executado onde ele não fulmina a pretensão do exequente e visa apenas retardar a eficácia dessa pretensão. Quando o executado a invoca ele não nega a pretensão do exequente nem nega que deve, ele apenas justifica o não cumprimento da obrigação por ele por conta do não cumprimentoda obrigação por parte do exequente (exceção do contrato não cumprido – no direito material) essa exceção tem que ser suscitada na primeira oportunidade que o executado tiver de falar nos autos e o juiz não pode conhece-la de oficio.
Quando o executado suscita a exceção de inadimplemento há dois caminhos para ele: se comprometer a cumprir a sua parte assim que o exequente cumprir a sua respectiva parte. Ou depositar a sua parte de imediato e pedir que essa prestação só seja liberada ao exequente depois que ele cumprir a prestação que lhe cabe. 
Quando se pede a exceção de inadimplemento o juiz terá que examiná-la, podendo rejeitá-la, nesses casos a execução seguirá contra o executado na via forçada. O juiz pode também acolher essa exceção e isso pode gerar alguns desdobramentos: 
- se o juiz acolhe a exceção e o exequente cumpre a parte que lhe cabe, já tendo o executado cumprindo a sua prestação, a execução será extinta com satisfação e o exequente será condenado a pagar ônus de sucumbência porque se presume que o executado só não tinha cumprido ainda porque o exequente não tinha se desincumbido da parte que lhe cabia.
- o juiz pode acolher a exceção de inadimplemento, mas o exequente não cumpre a parte que lhe cabe – nesse caso o exequente deve ser intimado para que em 5 dias manifeste interesse no prosseguimento da execução, caso ele fique calado, a ação é extinto sem exame de mérito, responde o exequente pelas despesas processuais, por entender que ele abandonou a execução.
- O juiz acolhe a exceção, o exequente cumpre a parte que lhe cabe, mas o executado não. Nesse caso a execução prosseguirá na via forçada e o executado responderá pelos ônus de sucumbência/despesas processuais. 
- há quem diga que se a petição inicial não estiver instruída com o documento que prova que o exequente cumpriu com a parte que lhe cabe, ela pode ser indeferida após a sua emenda; outra corrente diz que por ser um contra direito, apenas se o executado suscitar o juiz poderia indeferir a petição inicial nesses casos. 
· DEVERES SUJEITOS A CONDIÇÃO OU TERMO: art. 514, CPC que disciplina a execução de obrigação sujeita a condição ou termo. Essas obrigações são ainda não exigíveis, que não podem ser executadas de imediato e que só se tornam exigíveis quando ocorre a condição ou o termo, por isso que o art. 798, I, c diz que a petição inicial da execução deve ser instruída com a prova de que ocorreu a prova ou o termo, quando assim houver. A condição é um evento futuro e incerto. 
· ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL: é uma teoria desenvolvida no direito material civil e de acordo com ela se o inadimplemento for mínimo, havendo assim adimplemento substancial deve ser garantido a preservação dos negócios jurídicos. Em processo se discute se essa teoria seria aplicável no processo executivo; a doutrina vem entendendo ser possível a sua aplicação, sendo possível que o juiz aplique medidas executivas mais brandas quando se deparar com situações de adimplementos substanciais, já a jurisprudência ainda oscila em relação ao tema – havendo precedentes que aceitam a aplicação dessa teoria e outros que não aceitam 
· SUSPENSÃO DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO 
· INTRODUÇÃO: é a paralização temporária do processo; qualquer processo pode se submeter a suspensão, inclusive o processo executivo. Durante o período da suspensão esta vedada a prática de atos no processo, salvo os atos urgentes. 
· CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO: previsão no art. 921, CPC
Art. 921. Suspende-se a execução:
I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315 , no que couber; 
- ESSES ARTIGOS TRATAM DAS HIPÓTESES DE SUSPENSAO PROCESSUAL DO PROCESSO DE CONHECIMENTO, E ALGUMAS DESSAS HIPÓTESES SE APLICAM AQUI, COMO: 
- Hipótese que decorre pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
- Hipótese que decorre pela convenção das partes: as partes podem negociar a suspensão do processo, nessa hipótese o prazo da suspensão seria de 6 meses (de acordo com o art. 313, §4º), acontece que o art. 922, CPP da a entender que a suspensão do processo executivo não se submete a prazo limite nenhum, a não ser aquele estabelecido pelas partes – se entende que se aplica o prazo do 922, porque ele é um dispositivo especifico da execução e porque a não limitação do prazo está mais de acordo com a não limitação da vontade 
II - No todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução;
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
IV - Se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis;
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916 .
- CONTRATO GARANTIDO DO HIPOTECA, PENHOR, ANTICRESE OU OUTRO DIREITO REAL DE GARANTIA E AQUELE GARANTIDO POR CAUÇÃO: o art. 784, V prevê que é título executivo extrajudicial esse tipo de contrato. Na verdade, esses contratos são uma espécie de documento particular, mas valem como título extrajudicial independe da assinatura de duas testemunhas. 
A caução pode ser real ou fidejussória, se for real – fala-se em um contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia; quando se fala em caução no art. O legislador não trata de caução real e sim de caução pessoal / fidejussória (fiança); para que essa caução valha como titulo executivo basta que ele esteja assinado pelo devedor 
- CONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM CASO DE MORTE: basta apenas provas documentais robustas que comprovem o sinistro. A prestação buscada aqui é a indenização 
- CRÉDITO DECORRENTE DE FORO LAUDENIO: o art. 784, VII, diz que esse credito é também titulo executivo extrajudicial; mas em verdade o titulo aqui é o contrato de enfiteuse, de onde irá se extrair esse credito. É possível que se faça prova dessa alienação do bem. 
- CRÉDITO, DOCUMENTALMENTE COMPROVADO, DECORRENTE DE ALUGUEL DE OMOVEL, BEM COMO DE ENCARGOS ACESSÓRIOS, TAIS COMO TAXAS E DESPESAS DE CONDOMINIO: o contrato de locação que se extrai esse credito que será o título executivo extrajudicial; esse titulo fundamenta uma ação de execução do locador contra o locatário – caso o locatário deixe de cumprir suas responsabilidades. Em relação ao aluguel não pago não há maiores problemas para o locador buscar essa satisfação já que ele é o credor; isso não acontece com os encargos acessórios da locação – porque esses créditos não são de titularidade do credor (taxas e despesas de condomínio) e sim o próprio condomínio. (outro exemplo é o IPTU; taxas de energia elétrica). Se o locador usa apenas o contrato de locação para buscar apenas a satisfação do aluguel não pago, basta que ele apresente o contrato de locação; se por outro lado, o locador busca a satisfação de créditos acessórios da locação, ele deve apresentar além do contrato de locação a comprovação de que pagou esses encargos e que quer naquela execução o seu ressarcimento. Basta o contrato de locação estar assinado pelas partes, sem precisar de duas testemunhas. 
- CERTIDAO DE DIVIDA ATIVA DA FAZENDA PÚBLICA DA UNIAO, DOS ESTADOS, DO DF E DOS MUNICIPIOS, CORRESPOSNDENTES AOS CREDITOS INSCRITOS NA FORMA DA LEI: a fazenda é credora de créditos tributários e não tributários, se acontece o inadimplemento desses créditos, a fazenda fará a sua inscrição na divida ativa e depois expedirá a certidão de dívida ativa – o que se torna um titulo executivo extrajudicial e fundamenta uma execução especial da fazenda contra um particular (execução fiscal)
 X - O CRÉDITO REFERENTE ÀS CONTRIBUIÇÕES ORDINÁRIAS OU EXTRAORDINÁRIAS DE CONDOMÍNIO EDILÍCIO, PREVISTAS NA RESPECTIVA CONVENÇÃO OU APROVADAS EM ASSEMBLEIA GERAL, DESDE QUE DOCUMENTALMENTE COMPROVADAS: se destina a um credor específico que é o condomínio contra o condômino inadimplente. O documento que certifica o crédito do condômino é a convenção de condômino e/ou as atas das assembleais gerais, ou qualquer outro documento do condomínio que se possa extrair essecredito (boletos com avisos de recebimento) 
XI - A CERTIDÃO EXPEDIDA POR SERVENTIA NOTARIAL OU DE REGISTRO RELATIVA A VALORES DE EMOLUMENTOS E DEMAIS DESPESAS DEVIDAS PELOS ATOS POR ELA PRATICADOS, FIXADOS NAS TABELAS ESTABELECIDAS EM LEI; os cartórios prestam serviços mediante pagamento de emolumentos e outras despesas; os emolumentos tem natureza de taxa e servem para remunerar o serviço prestado pelo cartório. Além deles podem existir outras despesas que devem ser pagas para que um serviço seja prestado por um cartório (despesas postais). Essas despesas são pagas de forma antecipada ao cartório, mas pode existir algum valor remanescente – se isso acontecer e o beneficiário do serviço não pagar, o cartório deverá enviar uma notificação formal para o devedor e se ele continuar inadimplente o cartório expedirá uma certidão prevendo o valor do debito e essa certidão fundamentará uma execução comum do cartório contra o devedor. 
XII - TODOS OS DEMAIS TÍTULOS AOS QUAIS, POR DISPOSIÇÃO EXPRESSA, A LEI ATRIBUIR FORÇA EXECUTIVA: aqui fica claro que os títulos executivos extrajudiciais não são apenas os previstos no art. 784 e que existem outros documentos, como: 
- TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA CELEBRADO COM O MP
- DECISÕES DO TCU QUE RESULTE IMPUTAÇAO DE DÉBITO OU MULTA: art. 71, §3º, CF
- CONTRATO DE HONORARIOS/ CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATICIOS: art. 24, caput do estatuto da OAB
- CERTIDAO EMITIDA PELA DIRETORIA DA OAB QUE CERTIFICA CRÉDITO DE CONTRIBUIÇOES, PREÇOS DE SERVIÇOS E MULTAS: art. 46, parágrafo único do estatuto da OAB
- POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE PROCESSO DE CONHECIMENTO MESMO QUE SE TENHA TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: cria uma presunção absoluta de que o credor que dispõe de título executivo extrajudicial pode ajuizar ação de conhecimento. Mas não faz muito sentido já que ele pode ir diretamente para a ação executiva, mas pode ser que por uma questão de estratégia, conforto, receio ou algo parecido ele prefira ajuizar uma ação de conhecimento 
- TÍTULO EXECUTIVO ESTRANGEIRO: a decisão jurisdicional estrangeira pode produzir efeitos aqui no brasil, desde que homologada pelo STJ ou com o exequato do STJ em decisões interlocutórias estrangeiras. 
O documento estrangeiro também pode produzir efeitos aqui e para que isso aconteça não há necessidade de homologação de nenhum órgão, mas para isso ele precisa observar alguns requisitos que estão previstos no §3º do art. 784, CPC:
“§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.” 
- ele precisa produzir efeitos antes no local em que foi celebrado e para isso deve ter observado todos os requisitos exigidos por esse lugar
- é necessário que o documento estrangeiro indique o Brasil como lugar de cumprimento da obrigação 
- se o documento não observa esses requisitos ele não pode ser usado como titulo executivo extrajudicial, mas terá eficácia probatória. 
LIQUIDAÇÃO 
- INDRODUÇÃO E CONCEITO DE LIQUIDAÇÃO: para que uma decisão seja considerada completa ela precisa dizer quem deve, a quem se deve, o que é devido e a quantidade do que é devido – quando possível. Se a decisão não contem algumas dessas informações ela é incompleta e pode ser chamada de ilíquida. 
Se a decisão for ilíquida não é possível executa-la de imediato e antes da sua execução ela deve ser submetida a liquidação. A liquidação é uma atividade jurisdicional de conhecimento através da qual se complementa a norma jurídica individual disposta na decisão liquidanda, tornando possível a execução. Liquidar envolve complementar a decisão da fase anterior e pode estar relacionada a quantificação do objeto devido, qualificação do objeto. 
Existem situações que a decisão não quantifica o objeto, mas estabelece paramentos que permitem essa quantificação de forma simples; no CPC de 2015 essa decisão é considerada liquida e se deve utilizar a planilha dos cálculos do debito, mas no CPC de 73 essa decisão era considerada ilíquida e era chamada de liquidação por cálculos – sendo extinta hoje em dia.
O CPC fala de liquidação de sentença, mas não é apenas a sentença que pode ser liquidada e sim qualquer decisão jurisdicional e titulo executivo judicial. 
- em relação ao títulos executivos extrajudiciais se fala que eles devem certificar uma obrigação liquida, e caso ele certifique uma obrigação ilíquida não é possível a execução desse titulo – mas pode acontecer excepcionalmente de forma incidental no bojo de uma execução de titulo executivo extrajudicial.
- a decisão que julga a liquidação tem dupla natureza: tem natureza de decisão constitutiva porque a decisão final da liquidação cria uma situação jurídica nova; além dessa natureza ela é também declaratória – porque declara o modo de ser de uma relação jurídica já certificada na decisão liquidanda 
- MODELOS PROCESSUAIS DE LIQUIDAÇÃO: atualmente existem 3 modelos processuais de liquidação:
1ª – liquidação fase: se desenvolve em uma etapa de um processo já instaurado; essa é a técnica preferencial de liquidação porque hoje se privilegia os processos sincréticos – aqueles em que se realizam vários tipos de atividades jurisdicionais ao mesmo tempo; embora se desenvolva em uma fase de um processo já instaurado, ela não pode ser iniciada de oficio e depende de requerimento. Essa liquidação é julgada em definitivo por uma sentença recorrível por apelação. 
2ª – liquidação autônoma: se desenvolve em processo autônomo e gera um processo autônomo instaurado com essa finalidade principal. Embora a técnica preferência seja a anterior, existe ainda essa técnica no ordenamento e ela acontece sempre que o título judicial foi sentença arbitral. Sentença estrangeira homologada pelo STJ ou sentença penal condenatória transitada em julgado. Nesses casos dessas sentenças não há um processo jurisdicional estatal nacional cível que se possa desenvolver uma fase processual anterior e por isso a liquidação é autônoma. Essa liquidação também depende de requerimento e é julgada por meio de sentença que pode ser apelável. 
3ª – liquidação incidental: se desenvolve incidentalmente no bojo de uma fase executiva ou no bojo de um processo autônomo de execução. É um desvio procedimental que acontece dentro do processo. Essa liquidação é julgada por meio de decisão interlocutória que pode ser agravável. 
- LEGITIMIDADE: tem legitimidade para a liquidação o credor. Ele tem essa legitimidade para ajuizar a liquidação contra o devedor; mas não apenas o credor que possui essa legitimidade, o devedor também a possui e nesse caso o devedor ajuíza a liquidação contra o credor porque é preciso que se permita que o devedor apure o quanto ele deve para que ele cumpra a sua obrigação se livrando de multas, correção monetária ou ate mesmo de medidas executivas. Esse reconhecimento é expresso no art. 509, caput, CPC. 
- COMPETENCIA PARA JULGAR A LIQUIDAÇÃO: o CPC no capítulo sobre liquidação de sentença não traz um regramento específico para a liquidação, então a doutrina sugere que deve ser aplicado o regramento de competência da execução (art. 516, CPC); a aplicação desse artigo vai depender da técnica de liquidação utilizada. Se a liquidação for incidental a competência para julgá-la é do mesmo juízo que tem competência para a fase executiva ou para o processo autônomo de execução; se a liquidação for fase, o órgão competente para julgá-la é aquele que proferiu a decisão liquidanda; já se a liquidação for autônoma a competência será do juízo cível com distribuição livre. 
- no que diz respeito a sentença arbitral se discute em doutrina quem teria competência para sua liquidação. Seria da jurisdição estatal ou da jurisdição arbitral? A primeira parte da doutrina defendida por Carmona, entende que a competência para liquidação da sentença arbitral é da jurisdição estatal, salvo se a convenção estatal estabelecer diferente; a segunda parte da doutrina, representada por Cahali, defendeque essa competência é do arbitro, salvo se a convenção estabelecer diferente. 
-MOMENTO: uma vez proferida a decisão liquidanda a liquidação poderá ser iniciada ainda que essa decisão não tenha transitado em julgado, significa dizer que a liquidação pode ser instaurada na pendência de um recurso, tenha ele efeito suspensivo ou não. Se a liquidação for iniciada quando já há trânsito em julgado fala-se me liquidação definitiva, e se for iniciada na pendência de recurso fala-se em liquidação provisória. A liquidação definitiva se inicia por meio de um requerimento apresentado no processo em que proferida a decisão liquidanda e por causa disso ele não precisa ter documentos de instrução; já a liquidação provisória acontece em autos distintos daqueles em que a decisão foi proferida e por isso ele deve ser instruído com alguns documentos, como não há na lei a indicação desses documentos se aplica o mesmo dispositivo que apresenta os documentos da execução provisória. (cópia da petição inicial, cópia da decisão liquidanda, cópia da procuração dos advogados). 
- É possível que a decisão liquidanda tenha capítulo líquido, ou seja, possível que parte da decisão seja passível de liquidação e parte da decisão já pode ser liquida e ser passível de execução imediata, se essa for a situação não há problema nenhum de haver ajuizamento simultâneo de execução e liquidação. Art. 509, §1º 
- quando se fala em liquidação provisória estamos falando em uma liquidação que acontece na pendencia de um recurso, e no julgamento desse recurso pode ser que aconteça a mudança total da decisão e ai a liquidação será extinta sem exame de mérito, ficando o liquidante responsável objetivamente por qualquer prejuízo que ele causar ao liquidado. 
- PRESCRIÇÃO E LIQUIDAÇÃO: o STJ tem um entendimento no sentindo de que o prazo prescricional para o exercício da pretensão executiva somente se inicia depois da prolação de decisão liquida, ou seja, enquanto ilíquida a decisão não corre o prazo prescricional da pretensão executiva. Ele pode dar entender, equivocadamente que, o devedor ficaria sujeito indefinidamente no tempo ao exercício de pretensão executiva relacionada a essa decisão ilíquida, mas isso é errado porque diante de uma decisão ilíquida surge a pretensão de liquidação e essa pretensão se submete a prescrição e se ele fica omisso por muito tempo é possível que a prescrição seja configurada, e nesse caso a decisão continuou ilíquida e a prescrição aconteceu. Esse prazo da pretensão da liquidação depende da lei matéria e do direito de fundo questionado. 
- REGRA DA FIDELIDADE AO TÍTULO: de acordo com essa regra a liquidação deve ficar restrita ao que está posto no titulo executivo e na liquidação não é possível se re-decidir o que já foi decidido na decisão liquidanda, se na liquidação as questões já decididas forem revistas ou haverá violação da coisa julgada ou haverá litispendência porque a fase anterior ainda estará pendente por conta da interposição do recurso. 
A jurisprudência e a doutrina buscam elencar alguns desdobramentos da liquidação que não geram violação dessa regra: 
1 - incluir juros de mora e correção monetária. Se a decisão for omissa, pode na liquidação se incluir parcelas de juros de mora e de correção monetária que incida sobre o valor principal. Já há precedentes no assunto
2 – Incluir na liquidação a incidência de juros de mora de 1% ao mês com base no CC de 2002, mesmo que a decisão liquidanda tenha incidência de 0,5% ao mês com base no CC de 2016. Já há precedentes no assunto 
- MATÉRIA DE DEFESA: a liquidação se desenvolve processualmente e com isso deve ser respeitado o contraditório e por isso o réu será citado ou intimado para se manifestar; ao se manifestar ele poderá apresentar defesas de admissibilidade (defesas processuais), como por exemplo discutir a legitimidade, a competência, o erro ou aceito da espécie de liquidação escolhida...; além disso o réu pode apresentar defesa de mérito (dizer que já houve pagamento, prescrição, renúncia...), se o juiz acolhe a sua defesa extinguido a liquidação, haverá uma sentença recorrível por apelação; se o juiz rejeita a defesa do réu determinando a liquidação haverá uma decisão interlocutória recorrível por agravo de instrumento. As matérias discutidas na liquidação não podem ser discutidas novamente no processo. 
- ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO: no CPC de 73 existiam 3 espécies de liquidação – a liquidação por cálculos – era cabível quando a decisão liquidanda não indicava o quantum devido, mas estabelecia parâmetros para que com simples cálculos aritméticos fosse possível se chegar ao valor, mas hoje ela é considerada liquida (art. 509, §2º), mas deve ser apresentada uma planilha de débitos com valores atualizados; liquidação por arbitramento; e liquidação por artigos
- a escolha da espécie da liquidação pode vir na decisão liquidanda ou pode ser derivada da vontade das partes
No CPC de 2015 há apenas 2 espécies de liquidação:
- LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO: é cabível quando a complementação da norma jurídica individual depender de produção de prova técnica (preferencialmente a prova pericial). O juiz pode determinar, as partes podem convencionar, mas o que mais vale é a natureza do objeto a ser liquidado. (prejuízos causados pelo desabamento de um prédio). Essa liquidação pode ser feita em uma fase ou em um processo autônomo e independe de como ela é realizada, as partes devem ser intimadas/citadas para que apresentem parecerem técnicos elucidativos para que o juiz possa julgar a liquidação. Se as partes apresentarem esses documentos e os juiz entender que eles são suficientes ele pode julgar de imediato independe de prova pericial; já se o juiz entender que esses documentos não são suficientes, o juiz terá que designar a prova pericial e após isso o procedimento de produção de prova pericial deve ser observado. 
- LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM: a liquidação será assim quando a complementação da norma jurídica individual, constante da decisão liquidanda, depender da alegação e prova dos fatos novos – essa prova pode ser de qualquer tipo, qualquer meio de prova é admitido nessa liquidação. Esses fatos novos podem ser entendidos como aquele que até então não tenha sido apresentado no processo, mesmo que ele tenha acontecido antes da prolação da decisão liquidanda (ele pode ter acontecido antes, mas ainda não tinha sido apresentado nos autos) 
A liquidação pelo procedimento comum pode se desenvolver utilizando qualquer uma das técnicas de liquidação já vistas e independe da técnica que se utilize o importante é saber que essa liquidação só pode ser iniciada por provocação do interessado. 
Uma vez iniciada a liquidação por esse procedimento o juiz determinará a citação pessoal (se a liquidação for autônoma) ou a intimação (se a liquidação for incidental ou fase) do réu; e uma vez citado, o requerido pode assumir algumas posturas: 
1 – Apresentar contestação em 15 dias uteis 
2 – Poderá ficar omisso e se isso acontecer haverá revelia e a produção dos seus efeitos 
- Passado o prazo de 15 dias uteis, com ou sem manifestação do réu, o processo seguirá seguindo o rito padrão/comum. 
 - LIQUIDAÇÃO COM DANO ZERO: existem situações em que ao final da liquidação se chega a conclusão de que o dano é zero e que não existe nenhuma quantificação a ser feita, sem dano a ser apurado, com resultado negativo na liquidação. A princípio essa liquidação não deve acontecer e é uma anomalia porque quando se chega a esse resultado negativo a decisão liquidanda está sendo contrariada e é como se houvesse contradição com a própria decisão liquidanda, fica parecendo que a fase anterior não foi bem conduzida.
Existem casos em que essa liquidação é aceitável: sentença penal condenatória transitada em julgado que não estabeleceu o quantum mínimo indenizatório de danos e a pessoa se vale dessa sentença para uma liquidação. 
- Quando a liquidação for de dano zero, como o juiz deve se comportar e julgar essa liquidação? Sobre o tema não há pacificação. Há quemdiga que a liquidação com dano zero deve ser julgada improcedente, já que o pedido de complementação da norma jurídica não pode ser atendido; para essa doutrina, deve ser julgada por uma decisão de improcedência da liquidação. Em segundo lugar, há quem diga que a liquidação com dano zero deve ser julgada improcedente, mas se o interessado dispuser de novos elementos probatórios ele poderá re-ajuizar a liquidação (essa doutrina usa fundamento os precedentes do STJ sobre o tema), o STJ tenta aplicar o regime secundum eventum probationis. Há ainda quem diga que a liquidação com dano zero deve ser extinta sem exame de mérito porque nessa liquidação faltaria interesse de agir e não haveria utilidade no seu encaminhamento. 
- LIQUIDAÇÃO NAS AÇÕES CONTRA A FAZENDA PÚBLICA: a liquidação é uma atividade jurisdicional de certificação de direitos, onde haverá a complementação da norma jurídica individual da decisão liquidanda e com isso se conclui que na liquidação não há prática de atos executivos, e se é assim que funciona não há qualquer impedimento para que haja liquidação contra a fazenda publica (que pode ser definitiva ou provisória), o que existe na fazenda pública é um procedimento especial executivo e não para a liquidação. 
- DECISAO E RECURSO NA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA: a liquidação fase é julgada por uma sentença apelável; a liquidação autônoma é também julgada por uma sentença apelável, e com isso se conclui que contra as duas liquidações cabem apelação. 
Já a liquidação incidental é julgada por uma decisão interlocutória agravável 
- LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E VERBAS DE SUBUMBENCIA: o ordenamento adotou a teoria do fato da sucumbência para distribuir a responsabilidade das despesas. Geralmente a analise para essa distribuição é feito no processo de conhecimento e em regra a própria decisão liquidanda trata de verbas de sucumbência de modo que na liquidação de sentença não haverá discursão dessa temática, mas pode ser que a distribuição e fixação das verbas aconteçam na liquidação: 
1 – quando a decisão liquidanda for omissa a respeito dessa temática 
2 – quando a liquidação for autônoma 
3 – quando a decisão for ilíquida e a causa envolver a fazenda publica (art. 85, §4º, II CPC)
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
 - CONCEITO: iniciada a execução o patrimônio do devedor e de terceiros responsáveis, se submetem a atividade executiva, pode-se dizer então que a responsabilidade patrimonial é esse estado de sujeição ao quem se submete o patrimônio do devedor e dos terceiros responsáveis nos termos da lei; esse estado de sujeição é potencial e genérico porque nesse primeiro momento não haverá atos executivos sobre o patrimônio do devedor, necessariamente; Em outra perspectiva o estado de sujeição é genérico porque não é um bem especifico que responde pela execução e sim todos os bens. 
- TIPOS DE RESPONSABILIDADE: a responsabilidade primaria é aquela que recai sobre o patrimônio do devedor; a responsabilidade secundaria é aquela que recai sobre o patrimônio de terceiros responsáveis no termo da lei. 
 A responsabilidade secundaria não anula a primaria e convivem, podendo ser conciliadas. 
- CASOS DE RESPONSABILIDADE PRIMARIA 
· BENS DO DEVEDOR, INCLUSIVE EM PODER DE TERCEIRO (art. 789, CPC):
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
- Nem todos os bens do devedor respondem pela execução por existir os bens impenhoráveis; não apenas os bens do devedor respondem pela execução porque os bens de terceiros também respondem. 
- Todos os bens que integram o patrimônio do devedor respondem pela execução, pouco importando se eles foram adquiridos antes ou depois da divida 
- o art. 789 deve ser lido em conjunto com o art. 790, III, CPC: 
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
 - o bem pode estar em detenção de alguém ou na posse de um terceiro; se esse terceiro é um mero detentor do bem não haverá qualquer restrição para a incidência da responsalidades patrimonial sobre esses bens. Se o bem estiver em posse de um terceiro por meio de um contrato, esse bem responde pela execução, mas com uma restrição imposta aquele que venha adquirir o bem: esse que adquire o bem terá que respeitar o contrato que fundamenta a situação da posse desse terceiro, por isso é fundamental que esse terceiro seja intimado para saber dos atos relativos a esse bem, pra ele saber quem vai ser o novo dono do bem. 
· BENS DO SUCESSOR A TÍTULO SINGULAR: 
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
- responde pela execução os bens de um terceiro adquirente (sucessor), bens que sejam objetos de execução fundada em direito real – é uma execução em que se discute um direito de propriedade; ou obrigação reipersecutória – é uma execução fundada em direito real ou pessoal em que se busca a restituição de uma coisa. Esse artigo é mais restritivo e acaba sendo abarcado pelo art. 109, CPC. 
- OBS: art. 792, I possui uma diferença por trazer um destaque ao elemento subjetivo. 
· BENS ALIENADOS OU GRAVADOS COM ONUS REAL EM FRAUDE À EXECUÇÃO OU CONTRA CREDORES: 
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
- Mais uma situação em que bens pretéritos do devedor também respondem pela execução, por ter sido feita de forma fraudulenta essa alienação 
- RESPONSABILIDADE SECUNDÁRIA 
· BENS DO CONJUGE OU COMPANHEIRO: 
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
- a analise desse dispositivo deve ser divido em duas partes. Na primeira parte do inciso será tratada a responsabilidade que recai sobre os bens da meação – esses bens respondem pela execução nos casos em que o outro cônjuge/companheiro assumem dividas de economia domestica (em prol da família), porque o CC estabelece que sobre essas dividas se presume uma autorização do outro cônjuge. 
Na segunda parte do inciso será analisada as responsabilidades que recaem sobrem bens próprios do companheiro (caso de responsabilidade primaria), isso só acontece se o dono do bem próprio (o cônjuge/companheiro) também tiver assumido a dívida. Há duas formas do cônjuge se defender: por embargos de terceiros ou por embargos à execução. Se o cônjuge entende que não é responsável pela execução ele deve realizar o embargo de terceiros; já se ele entender que é responsável, mas quer discutir apenas questões processuais, ou a extensão da dívida, sua quantificação, ele deve se valer dos embargos à execução. 
· BENS DOS SOCIOS, NOS TERMOS DA LEI: de acordo com o art. 790, II, respondem pela execução os bens dos sócios nos termos da lei. Em regra, as dívidas contraídas pela sociedade devem ser suportadas por ela mesmo e não pelos sócios, acontece que em algumas situações da lei material os sócios devem responder por dividas assumidas pela sociedade – como por exemplo, quando a sociedade é irregular e faz com que os sócios respondam solidaria e ilimitadamente; nos casos da desconsideração da personalidade jurídica também há essa responsabilidade dos sócios. Nos casos em que os sócios respondem pelas dívidas, fala-se que essa responsabilidade é secundaria. 
- Benefício de ordem: precisa ser invocado pelo socio na primeira oportunidade que ele tem de falar nos autos, sob pena de preclusão. É um contra direito, uma espécie de defesa para o socio e sendo assim, o juiz não pode reconhecê-lo de ofício. 
Quando o socio invocar o benéfico de ordem ele deve indicar bens da sociedade, livres e desembargados, suficientes e que se encontrem na mesma comarca em que tramita a execução – esses bens não devem ter ônus/constrições/restrição; além disso, esses bens devem ser suficientes para fazer frente a quitação integral da dívida; e devem ser

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