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caderno de processo III

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Faculdade Baiana de Direito 2020.2 Rachel Abreu 
CADERNO DE PROCESSO CIVIL III
PROVA 01: disponibilização dia – 25/09 e entrega dia 30/09
PROVA 02: disponibilização dia – 27/11 e entrega dia 02/12
1ª UNIDADE
DA ORDEM DO PROCESSO NO TRIBUNAL 
1. INTRODUÇÃO – no CPC de 2015 há um capítulo com o nome desse assunto que será estuda agora “da ordem dos processos no tribunal” = 929 a 946. Esse capítulo foi uma novidade do CPC de 2015; esses artigos se aplicam ao processamento de processos que tramitam no tribunal, que podem ser recursos, incidentes de competência do tribunal, ações de competência originaria do tribunal. 
- Além desses dispositivos, essa temática é também disciplinada por regimentos internos de tribunais, isso acontece porque o art. 96, I, a da CF autoriza que cada tribunal edite seu próprio regimento interno para dispor sobre a competência, funcionamento, e organização dos seus órgãos e sobre a ordem do processo nos tribunais. 
2. PROTOCOLO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO – quando uma demanda chega no tribunal é preciso que ela se submeta ao regime de protocolo, registro e distribuição; é o art. 929, caput do CPC que trata sobre isso: 
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
- Primeiramente demanda deve ser protocolada no tribunal: esse protocolo pode ser feito de algumas formas – se o processo é físico esse protocolo deve ser feito ou na sede do tribunal ou em ofícios de justiça de primeiro grau, quando os serviços de protocolo forem descentralizados. O protocolo também pode ser feito pelos correios (convênios entre o judiciário e os correios). Se o processo é digital, o protocolo é feito digitalmente através do seu sistema de tramitação. 
- Feito o protocolo, no mesmo dia deve ser realizado o registro da demanda no tribunal: enquanto o protocolo tem como finalidade dar origem a demanda no tribunal, sendo importante guardar o comprovante do seu protocolo, o registro tem como finalidade dar publicidade a essa demanda. 
- após o registro, deve ser feita a imediata distribuição do processo no tribunal: nos termos art. 930 a distribuição deve observar a alternatividade (a distribuição deve ser feita de forma alternada, de maneira a dividir de forma igualitária o trabalho entre os órgãos do tribunal – ela evita que um órgão fique mais cheio que outro), o sorteio eletrônico (tem como finalidade evitar que haja escolha de juízo para processar a demanda no tribunal – preserva o juiz natural – aquele competente e imparcial) e a publicidade (garante que as próprias partes e a sociedade façam o controle da correção dessa distribuição, uma vez que elas passam a ter ciência dessa distribuição) 
 Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade 
 
3. CONEXÃO E PREVENÇÃO – o instituto da conexão também se aplica no âmbito do tribunal já que podem existir ações de competência originaria do tribunal que guardam entre si um vinculo de semelhança ou algum vinculo que caracterize a conexão; havendo essas causas, elas deverão ser, em regra, reunidas para que sejam julgadas por um juízo prevento. 
- Há ainda os casos dos recursos e incidentes dos tribunais, que se submetem aos regramentos do art. 930, parágrafo único:
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. 
De acordo com esse dispositivo o primeiro recurso ou incidente protocolado no tribunal tornará prevento o relator para julgar recurso/incidente subsequente que seja interporto no mesmo processo ou em processos conexos. O mandado de segurança impetrado contra decisão judicial, uma vez protocolado no tribunal, também torna prevento o relator para recursos incidentes no mesmo processo ou em processos conexos. 
A prevenção existe ainda que o primeiro recurso/incidente já tenha sido julgado ou encerrado, mesmo com decisão transitado em julgado sobre esse recurso. 
- Realizado o julgamento não faz mais sentido suscitar a prevenção, pois o trabalho já foi feito, por isso a prevenção deve ser reconhecida antes do julgamento. Embora a prevenção possa ser reconhecida de ofício e pelas partes, não há que se falar em vicio nesse julgamento caso não se perceba a necessidade dessa prevenção anteriormente 
4. CONCEITOS FUNDAMENTAIS: VOTO, JULGAMENTO, ACÓRDÃO E EMENTA 
- o julgamento no tribunal deve ser feito, em regra, por colegiado – por mais de um membro; e isso faz com que conceitos fundamentais acabem aparecendo. Nesse julgamento, os julgadores apresentarão as suas manifestações individuais – o que entendemos como voto. 
O julgamento é o momento em que essas manifestações individuais são expressas.
 Realizado o julgamento, com a manifestação dos votos, será lavrado o acórdão – uma decisão proferida por mais um membro do tribunal (espécie de decisão), o acórdão é a reunião dos votos dos julgadores que conduzem a uma mesma conclusão/mesmo resultado. No direito processual civil brasileiro se criou a ficção jurídica do voto vencido – voto divergente que não se alinha aos votos que conduziam ao resultado/ a conclusão do julgamento. Com essa ficção jurídica, o acórdão deixa de ser a reunião dos votos convergentes (que chegam ao mesmo resultado) para ser a reunião de todo e qualquer voto apresentado no julgamento. 
Art. 941. § 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento. 
É possível que em um acórdão existam votos que levem a um mesmo resultado, mas com fundamentos diferentes, ou seja, há unanimidade de resultados, mas não há unanimidade de fundamentação e quando isso acontece poderá haverá uma dificuldade de se extrair a norma jurídica geral desse julgamento (ratio decidendi) 
Lavrado o acórdão, deverá ser produzida a ementa. A ementa é um elemento distinto do acórdão e é feita depois que o acórdão já foi elaborado; é um resumo do acórdão; a ementa deve ser fiel ao acórdão e caso haja alguma divergência entre elas, prevalece o acórdão. A falta de ementa não gera vicio no acórdão, porém, sua falta pode gerar um prejuízo em relação ao ato de comunicação processual do acórdão (ato de lavratura do acórdão/início de prazo recursal), se isso acontecer outro prazo deve ser disponibilizado e outra ementa deve ser feita – a parte pode apresenta um embargo de declaração ou uma petição simples apontando essa falta de ementa no acordão. 
Depois da elaboração da ementa ela é disponibilizada no diário oficial e depois disso se inicia o prazo recursal; 
art. 943, §2º Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão. 
5. TUTELA PROVISÓRIA NOS TRIBUNAIS – tanto a tutela de urgência quanto a tutela de evidencia são admitida nos tribunais; nas ações de competência originaria dos tribunais o pedido pode ser feito incidentalmente quando o processo já foi iniciado ou em caráter antecedente – antes de iniciado o processo no tribunal; no âmbito dos recursos e incidentes, a tutela deve ser protocoladas depois de iniciados os recursos ou incidentes.
- o pedido de tutela pressupõe os preenchimento dos requisitos normais – tutela de urgência deve ser demonstrado a vero semelhança das alegações e perigo de dano do resultado do processo; para as tutelas de evidencia - nas ações originarias se aplica o art. 311; já nos recursos, se admite a tutela de evidencia demonstrando apenas a relevância da fundamentação recursal.6. PRODUÇÃO DE PROVA EM TRIBUNAL – admite-se a produção de prova tanto nas ações originarias como no âmbito de recursos/incidentes; existem pelo menos 3 argumentos que sustentam essa conclusão: 
1º - o juiz no CPC tem poder instrutório/probatório, no tribunal as demandas são julgadas por juízes/desembargador e isso quer dizer que eles também possuem esse poder probatório (art. 370)
2º - vários dispositivos do CPC admitem a alegação de fatos novos ou supervenientes em qualquer tempo no processo, o que significa dizer que eles poderão ser suscitados também no tribunal e para isso é necessário que se admita também a produção de prova desses fatos.
3º - o art. 435 do CPC diz que é licito as partes em qualquer tempo juntar aos autos documentos novos – sobre isso vem se entendendo em doutrina que qualquer tipo de prova pode ser produzida, desde que seja para comprovar fatos ocorridos e suscitados no processo depois de passado o momento oportuno para a produção de provas. 
AULA 02
RELATOR – os julgamentos nos tribunais são, em regra, colegiados, apesar disso, para cada processo que tramita no tribunal será designado um relator que cuidará de todas as providencias preliminares ao julgamento; ao relator, em algumas situações cabe ate mesmo julgar sozinho o mérito do processo; o relator tem uma função muito importante não apenas porque adota essas providências iniciais e porque julga o mérito, mas também é porque é ele que faz o estudo mais profundo da causa elaborando o relatório do processo que será apresentado aos seus pares no dia do julgamento; para que o relator atue dessa forma é necessário que alguns poderes sejam conferidos a ele: é atribuído a ele, em primeiro lugar:
- poder ordinatório – aquele através do qual o julgador organiza o processo, no exercício desse poder o relator pode praticar alguns atos (ex: intimar o MP em casos de intervenção obrigatória; delimitar do amicus curie; reprimir ou prevenir atos que violem a boa fé objetiva; tentar conciliar as partes em qualquer tempo; indicar eventuais vícios que existam nos requerimentos formulados pelas partes (art. 938, §§ 1º e 2º CPC); intimar o MP ou a defensoria ou qualquer outro ente de representação coletiva para informa-los de que existem demandas já judicializadas que se discutem direitos coletivos que poderão ser tuteladas por esses entes por meio de ação coletiva; o relator pode dilatar prazos processuais se ele não tiver sido encerrado; prezar pela razoável duração do processo; tratar as partes de maneira respeitosa; atuar de maneira respeitosa com todos que participam do processo; poderá se valer também de medidas mais enérgicas como vetar o uso da palavra em alguma audiência; retirar alguém da audiência com uso da força policial)
- Poder probatório/instrutório: aquele que atribui ao relator a aptidão para determinar a produção de provas deferir ou indeferir a produção de provas requeridas pelas partes; além disso o relator pode determinar a ordem em que as provas serão produzidas (art. 938, §§3º e 4º CPC); art. 370, CPC também se aplica nesse poder.
- Poder decisório: aqui o relator proferirá pronunciamentos judiciais de conteúdos decisórios, grande parte deles são citados no art. 932, CPC; 
- Compete ao relator a homologação de autocomposição se esta foi celebrada em processo que já esteja no tribunal, se o processo não estiver no tribunal, mas já houve recurso de competência do tribunal também cabe ao relator essa homologação da autocomposição, se não houver recurso de competência do tribunal a decisão do primeiro grau transita em julgado e se isso acontecer, havendo autocomposição, a competência será do juízo de primeiro grau; compete ao relator nesse poder, apreciar o pedido de beneficio de justiça gratuita (se o pedido da justiça gratuita for formulado no tramite do processo já no tribunal, ele é apreciado pelo relator e se ele for deferido, essa decisão é irrecorrível, porém, se o relator indeferir o pedido ou se ele revogar um benefício já concedido essa decisão é recorrível e cabe recurso (agravo interno); 
- O relator pode também analisar os pedidos de tutela decisória, a decisão do relator que aprecia a tutela provisória é sempre recorrível por agravo interno e nada impede que o relator submeta a apreciação desse pedido ao colegiado.
- Compete ao relator realizar o juízo de admissibilidade do recurso (art. 932, III) analisando o dispositivo, conclui-se que cabe ao relator realizar o juízo de admissibilidade do recurso que poderá ser positivo ou negativo. Sendo positivo, o recurso está preparado para julgamento do mérito. Se for negativo, o relator não conhecerá do recurso (ou seja, inadmitirá), inviabilizando o julgamento do mérito desse recurso, se o juízo de admissibilidade for negativo o relator não conhecerá do recurso (art. 933, CPC), de acordo com o parágrafo único do art 932, CPC podemos concluir que a inadmissão de um recurso nunca poderá ser automática, sendo assim o relator deverá atribuir ao recorrente o prazo de 5 dias para que ele sane o vício do seu recurso ou o complemente, salvo se seu vicio não for sanável.
- Cabe ao relator realizar o julgamento de mérito do recurso, não é em qualquer caso que o relator pode julgar sozinho o mérito do recurso, mas em algumas situações ele poderá fazer isso; ele poderá dar provimento ou negar provimento ao recurso monocraticamente em algumas situações especificas dos incisos IV e V do art. 932; obs: para negar monocraticamente o recurso relator nem precisa ouvir o recorrido já que será uma decisão favorável a ele, já para dar provimento monocraticamente ao recurso ele precisa ouvir o recorrido; o relator só poderá julgar sozinho em situações ligadas a precedentes obrigatórios :
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
- Compete ao relator realizar o juízo de admissibilidade de ações de competência originaria do tribunal.
- realizar o juízo de mérito de ações de competência originaria do tribunal podendo em alguns casos julgar liminarmente ou não a demanda em situações especificas, 
- Proferir decisões de conteúdo interlocutório como aquelas que deferem ou indeferem provas, que admitem ou não intervenção de terceiros 
8. PROIBIÇAO DE DECISÃO SURPRESA NO TRIBUNAL – o art. 9 do CPC prevê que o juiz não pode decidir com base em questão fática ou jurídica a respeito na qual as partes não tenham falado ainda que se trate de uma questão cognoscível de oficio, e é desse dispositivo que se extrai a dimensão substancial do contraditório que veda a prolação de decisão surpresa; esse dispositivo é aplicado nos tribunais, porém existe um dispositivo mais especifico que trata da mesma temática, o art. 933, CPC que é mais direcionado aos tribunais “Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.”, as partes precisam sempre ser chamadas para tomarem ciência do que está acontecendo no processo, em respeito ao contraditório e a ampla defesa. 
9. JULGAMENTO 
a. A COLEGIALIDADE COMO REGRA – o julgamento nos tribunais deve ser em regra colegiado, essa regra é a que prevalece, o que significaque os processos devem ser julgados por mais de um membro; esses julgamentos devem ser julgados em sessão pública, em regra, na sede do tribunal; vem se admitindo atualmente os julgamentos virtuais que podem ser acompanhados por vídeos conferencias, admitindo-se também que os julgamentos aconteçam em câmeras descentralizadas; esse julgamento também pode ser feito seguindo um rito eletrônico como acontece com o julgamento da repercussão geral que acontece sem o acompanhamento de advogados ou qualquer outro tipo de acompanhamento. 
b. CONVOCAÇÃO DE OUTROS JUZES PARA A COMPOSIÇÃO DO QUORUM DO JULGAMENTO – o poder judiciário é composto por uma estrutura hierarquizada, existindo os juízes de 1º grau, e acima deles existem os desembargadores que componhem os tribunais, a segunda instancia do poder judiciário que tem como função a revisão de decisões proferidas do juízo de 1º grau, e como isso acontece, ele se coloca em uma posição superior já que eles passam para esse cargo após uma promoção na sua carreira de juiz, a principio somente os desembargadores é que podem revisar as decisões dos juízes de primeiro grau, outro juiz de 1º grau não pode fazer essa revisão, acontece que muitas vezes juízes de 1º grau são convocados para atuar temporariamente em tribunais (quando um desembargador aposenta, se afasta; sai de licença; ou quando há necessidade de complementação da equipe para atingir uma meta em certo período) quando isso acontece pode ser que juízes de 1º grau passem a revisar decisões de seus pares e se isso acontecer eles farão a revisão dessas decisões. O STF e o STJ já enfrentaram esse assunto e entenderam que esses juízes de 1º grau convocados podem sim revisar essas decisões dos outros juízes de 1º grau de forma que isso não implica a violação do juiz natural, porque essa convocação se dá seguindo critérios gerais, abstratos e objetivos. 
c. ORDEM DE JULGAMENTO, INCLUSAO E PUBLICAÇÃO DA PAUTA – após o relatório do relator, esse relatório é encaminhado para a secretaria do órgão para que seja providenciado sua inclusão na pauta do julgamento, feito essa inclusão na pauta de julgada, essa pauta deve ser publicada no diário oficial respeitando um prazo de 5 dias uteis entre a data da publicação da pauta e a data da sessão de julgamento, se esse prazo de 5 dias não for respeitado, havendo prejuízo, poderá ser suscitado a nulidade do julgamento, além disso é preciso que ela seja afixada na entrada da sala que será realizado o julgamento; publicada a pauta as partes poderão ter acesso aos autos do processo; a publicação deve indicar o nome das partes e dos seus advogados, caso isso não aconteça e haja prejuízo para uma das partes é possível que se suscite nulidade do julgamento; no dia dos julgamentos serão julgados inicialmente os processos com pedido de sustentação oral, depois serão julgados os processos em que haja requerimentos de preferência feitos antes do início do julgamento, depois serão julgados os processos que tenham os seus julgamentos iniciados na sessão anterior e por fim os demais casos. Em regra, é preciso que haja sempre a publicação da pauta pois sem isso há a nulidade do processo, porém é possível que não haja a sua publicação e não gere vicio do processo quando um julgamento tiver sido expressamente adiado em uma sessão para a primeira sessão seguinte e os embargos de declaração também não precisam ser pautados e dispensam a publicação da pauta quando forem incluídos para julgamento em mesa não tendo havido o julgamento nessa sessão, nessa hipótese mesmo que não se fale expressamente em adiamento, mesmo que esses embargos forem julgados na sessão imediatamente seguinte, não há necessidade da pauta, caso eles não forem julgados na primeira sessão seguinte é necessário que a pauta seja publicada 
d. SUSTENTAÇÃO ORAL: é uma manifestação do contraditório e da ampla defesa; nos termos do art. 937 do CPC, caput, no julgamento dar-se-á a palavra ao recorrente, ao recorrido e ao membro do MP para que possam realizar suas sustentações orais de suas razões. 
Com a leitura do art. 937 conclui-se que tem direito a sustentação oral as partes do processo. O recorrente fará a sustentação das razoes do seu recurso; já o recorrido fará a sustentação das suas contrarrazões, em regra, mas as vezes o recorrido pode não ter apresentado contrarrazões e faça sustentação oral para a manutenção da sentença já proferida, através do seu advogado, sempre! Pois a parte não tem capacidade postulatória. 
Também se conclui que o MP tem direito de realizar sustentação oral, e quando o artigo faz menção ao MP ele se dirige ao MP enquanto fiscal da ordem jurídica e nesse caso ele farpa sustentação da própria manifestação apresentada por ele, quando ele fez intervenção no processo. O MP enquanto parte também pode realizar sustentação oral; pode ser que no mesmo processo o MP atue como parte e como fiscal da ordem jurídica e nesses casos não deve haver sustentação oral do MP parte, caso o MP fiscal já realize essa sustentação – por se entender que nesses casos exista uma dupla oportunidade para o MP.
Será admitida a sustentação oral na apelação; no recurso ordinário constitucional; no recurso especial; no recurso extraordinário; nos embargos de divergência; e no agravo de instrumento que tenha sido interposto contra decisão que versa sobre tutela provisória ou sobre o mérito do processo; no agravo interno quando interposto contra decisão que estinga ação rescisória; mandado de segurança e reclamação constitucional. 
- com isso se conclui que cabe sustentação oral em recursos específicos, ou seja, não cabe nos embargos de declaração; nos embargos infringentes de alçada; em regra, não cabe nos agravos de instrumento. 
- a remessa necessária, para alguns, é um recurso de oficio, e a doutrina se questiona se ela comportaria ou não sustentação oral, uma parte da doutrina entende que não cabe essa possibilidade por falta de menção expressa do artigo quanto a essa possibilidade e porque não haveria um recurso voluntario para se sustentar; outra parte da doutrina já defende que é possível a sustentação oral da remessa necessária por não haver vedação expressa no CPC e pelo fato da sustentação oral ser uma manifestação do contraditório que sempre deve ser alargado e nunca restringido. 
- Cabe ainda sustentação oral em ações de competência originaria do tribunal (ex: ação rescisória, reclamação e mandado de segurança); cabe sustentação oral também para recurso inominado 
- o art. 937 diz que na sessão de julgado depois da exposição da causa pelo relator, o presidente do órgão julgador dará a palavrar sucessivamente ao recorrente, ao recorrido e ao MP pelo prazo de 15 min, e daí se conclui que o recorrente, o recorrido e o MP terão 15 min para a sustentação oral, nessa ordem. Se houver litisconsórcio e se os litisconsortes tiverem advogados distintos com advogados vinculados a escritórios distintos o prazo vai para 30 min e deve ser distribuído igualmente entre eles, mas nada impede que haja um NJ entre as partes para que esse tempo seja divido entre os advogados como eles entenderem melhor, ou até mesmo para ampliar esse tempo. 
No julgamento do incidente de resolução de demanda repetitiva também se admite sustentação oral, mas no art. 984, II, a, b prevê prazos diferenciados para essas sustentações, com um prazo de 30 minutos, e os demais interessados terão um prazo de 30 minutos divididos entre todos que deve ser feito com uma antecedência de 2 dias
 A parte que desejar realizar a sustentação oral, através do seu advogado, deve requerer essa sustentação na pessoa do seu advogado ate o início da sessão do julgamento (geralmente deve acontecer até 30 min antes o início da sessão) 
Se o pedido de sustentação oral for por vídeo conferência ele deve ser feito ate o dia anterior a sessão de julgamento (art. 937, §4º)
A sustentação oral não pode ser confundida com o pedido de esclarecimento de fato, esse pedido é aquele que pode ser formulado pelo advogado mediante a utilização da expressão “pela ordem” em todo julgamentoem que haja a necessidade de serem prestados esclarecimentos de fatos ou de duvidas que tenham surgidos no julgamento de uma demanda no tribunal. 
 
10. PEDIDO DE VISTA: o relator ou qualquer outro julgador pode formular o pedido de vista, caso não se sinta confortável/ habilitado para proferir o seu voto no momento do julgamento. Esse pedido deve ser feito ao presidente da sessão de julgamento 
Existem dois tipos de pedido de vista: 
1º - pedido de vista em mesa: o julgamento será temporariamente suspenso e retomado no mesmo dia, em preferência no mesmo turno. Não é um pedido muito comum, e quando ele acontece nem chega a se suspender o processo. 
2º: pedido em gabinete: é aquele que gera a retira do processo da pauta de julgamento; uma vez formulado o processo é retirado da pauta e depois é reincluído em uma nova pauta de julgamento; esse pedido de vista deve ser pelo prazo máximo de 10 dias, caos esse prazo não seja respeitado, o presidente do órgão julgador requisitará o processo para encaminha-lo a sessão subsequente. 
 
11. JUIZO DE ADIMISSIBILIDADE E MÉRITO: toda demanda se submete a um duplo juízo, o primeiro é o de admissibilidade e o segundo é o de mérito, a mesma coisa acontece no tribunal. Com os recursos não é diferente. No juízo de admissibilidade dos recursos se analisa os preenchimentos dos requisitos de admissibilidade recursais, se eles estiverem presentes haverá um juízo positivo de admissibilidade recursal e então se fala que o recurso foi conhecido/admitido ou que foi dado seguimento ao recurso; já se o juízo de admissibilidade foi negativo, diz-se: do não conhecimento do recurso/inadmissão do recurso/ negativa de seguimento do recurso
Se o juízo de admissibilidade é positivo, passa-se para o juízo de mérito, caso o recurso seja acolhido, fala- se em provimento do recurso, caso ele não seja acolhido, fala-se em improvimento/não provimento do recurso. 
O julgamento colegiado se aplica nos dois juízos (admissibilidade e mérito) e são feitos, em regra, no mesmo julgamento. As vezes o mérito do recurso é uma questão de admissibilidade 
12. AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO EM CASO DE DIVERGÊNCIA: art. 942, CPC prevê que: “Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicia(...)l” esse artigo prevê uma técnica de ampliação do colegiado em caso de divergência no julgamento do recurso de apelação. 
O julgamento no tribunal, no caso da apelação, são três membros do tribunal que a julgam, e como esse julgamento é colegiado, ele pode ser unanime ou não, caso seja unanime a técnica do 942 não se aplica, mas caso a votação não seja unanime a técnica se aplica. 
Essa técnica veio para substituir os embargos infringentes que não existem mais; há quem defende que essa técnica na verdade seria uma forma de recurso de ofício, porém essa ideia é equivocada. 
Pode ser que seja necessário a designação de uma nova sessão de julgamento para a convocação desses membros, e nessa sessão deve ser dado a oportunidade de sustentação oral das partes, uma vez que os novos membros não acompanharam a anterior, na sessão passada. 
Também se aplica essa técnica na ação rescisória e no agravo de instrumento, quando o resultado do julgado da ação rescisória for não unanime para a rescisão da sentença. E no agravo de instrumento quando no seu julgamento não for unanime para a reforma parcial do mérito do processo originário. 
Não se aplica essa técnica no incidente de assunção de competência, no incidente de resolução repetitivas, na remessa necessária e no âmbito dos julgamentos realizados por plenários ou cortes especiais. 
 
13. VOTO – MÉDIO: os membros julgadores do tribunal podem convergir em seus votos e nesse caso fala-se em extração do voto médio do acórdão. Pode existir a divergência quantitativa de fundamentos, e nesse caso o voto médio é o voto do meio (ex: em um julgamento de uma apelação com 3 membros julgadores, todos reconheceram o dever de indenizar, só que houve divergência sobre o valor da indenização, nesse caso, o voto médio será o valor mais ao meio entre os valores estabelecidos, ou seja, o voto que fica entre os extremos apresentados)
A segunda forma de extração do voto médio quando houver divergência quantitativa, é a partir de extração aritmética, é preciso que se somem os valores e se divida pela quantidade de julgadores 
- Em alguns julgamentos os próprios julgadores, em nome da uniformização utilizam valores estabelecidos anteriormente por aquele tribunal. 
Pode existir também a divergência qualitativa nos fundamentos, e existem duas formas para se chegar na unanimidade, porém nesses casos não há como se chegar no voto médio: 
- Propor um novo julgamento com os mesmos membros 
- Propor uma ampliação do órgão colegiado convocando mais membros para participar da demanda; aplicação do art. 492, CPC
 
14. PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO: iniciada a sessão de julgado o relator fará a leitura do relatório e em seguida dará a palavra ao recorrente, ao recorrido e ao MP para fazer sustentação oral de suas razões no prazo de 15 min, se for o caso, e após esse momento há a leitura dos votos dos julgadores; em seguida o presidente do órgão julgador proclama o resultado. É possível que nesse momento da proclamação o presidente fique em dúvida do resultado e se isso acontecer o presidente pode se consultar com os julgadores ou com a própria parte, caso algum erro persista ele pode ser corrigido por embargos de declaração. 
15. MODIFICAÇÃO DE VOTO: uma vez proclamando o resultado nenhuma modificação nos votos pode acontecer mesmo sem embargos de declaração.
TEORIA E PARTE GERAL DOS RECURSOS
1. CONCEITO DE RECRUSO: é um meio de impugnação de decisão judicial dentro do mesmo processo em que a decisão foi proferida. O recurso apenas prolonga o estado de litis pendência em outra instancia (ele impede o transito em julgado); o direito ao recurso decorre do direito de ação que é um Direito bem complexo; 
2. MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES JUDICIAIS: o recurso é um que integra o sistema de impugnação de decisões judiciais juntamente com a ação autônoma de impugnação e o sucedâneos recursais; a ação autônoma de impugnação é nova, autônoma e independente que tem como finalidade a impugnação de decisões judiciais (ação rescisória; mandado de segurança; reclamação constitucional...); já os sucedâneos são tudo aquilo que não é recurso ou ação autônoma de impugnação e sua finalidade também é a de impugnar decisão judicial (pedido de reconsideração de uma decisão...)
3. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: uma parte da doutrina entende que não existe o principio do duplo grau de jurisdição porque nem a CF nem o CPC tratam desse princípio, outra parte da doutrina, por outro lado, entende que esse principio é um princípio implícito que pode ser extraído da CF e essa doutrina entende que a CF prevê uma estrutura hierarquizada do poder judiciário e, nessa estrutura existem órgão de primeiro grau que se vinculam hierarquicamente a órgãos de 2ª instancia que se vinculam a tribunais superiores; e é dessa estrutura que se extrai o principio do duplo grau de jurisdição na medida em que esses órgãos tem como finalidade exercer uma competência... revisando as decisões proferidas pelos órgãos inferiores. 
De acordo com esse princípio, garante-se que uma decisão jurisdicional seja revisada com a interposição de um recurso, essa revisão poderá ser feita por um órgão jurisdicional poderá ser feita por um órgão hierarquicamente superior aquele que proferiu a decisão recorrida, (duplo grau de jurisdição vertical), ou essa revisão pode ser feita pelo mesmo órgão que proferiu a decisão recorrida, ou ainda por um órgão composto por membros de mesma hierarquia daquele que proferiu a sentença (duplo grau de jurisdição horizontal). 
O duplo grau de jurisdição não é absoluto, só existirá se a parte assim quiser e interpor um recurso; além disso existemsituações em que o próprio ordenamento não prevê situações em que se obtenha a revisão imediata de uma decisão (decisões interlocutórias de juizados especiais) 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS: 
- RECURSO TOTAL: aquele que questiona todo o conteúdo impugnável da decisão recorrida 
-RECURSO PARCIAL: aquele que questiona apenas uma parte do conteúdo impugnável da decisão recorrida; ele viabiliza que a parte não questiona da decisão transite em julgado 
- RECUSO DE FUNDAMENTAÇÃO LIVRE: aquele que só podem ser tecidas todas e quaisquer críticas a decisão recorrida (ex: apelação; agravo de instrumento; agravo interno...)
- RECURSO DE FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA: aquele que só podem ser tecidas algumas críticas a decisão recorrida, nesse recurso só podem ser veiculadas as críticas previstas em lei (ex: embargos de declaração; recurso especial e recurso extraordinário)
5. ATOS SUJEITOS A RECURSOS E RECURSOS EM ESPÉCIES: apenas os pronunciamentos judiciais com conteúdo decisório podem ser objeto de recursos, sendo eles: ( sentença – em regra, recorrível por apelação; decisão interlocutória – em regra, recorrível por agravo de instrumento; decisão monocrática – em regra, recorrível por agravo interno; acórdão – recorrível por recurso especial, extraordinário ou ordinário constitucional) 
O pronunciamento que não tem conteúdo decisório é o despacho, e a princípio, ele não é recorrível, mas se ele causar prejuízo a parte admite-se, excepcionalmente, recurso contra ele 
6. DESISTENCIA DO RECURSO: é a revogação do recurso e para que ela aconteça pressupõe-se um recurso já interposto. Essa desistência é admitida até antes do julgamento do recurso por meio de petição nos autos do processo ou na sustentação oral. Não se pede para desistir e se é oferecida/praticada. Essa desistência não se submete a homologação do juízo e não depende do consentimento do recorrido, ainda que ele tenha apresentado contrarrazões recursais. A desistência do recurso é uma conduta determinante – uma vez praticada coloca a parte em uma situação desfavorável; e por ser determinante só atinge aquele que desistiu, por isso, em caso de litisconsórcio a desistência só atinge aquele que desistiu; se o litisconsórcio for unitário a desistência só poderá produzir efeito se todos concordarem. Essa desistência depende de poderes especiais previstos em procuração destinada ao advogado. Uma vez apresentada essa desistência, o recurso é extinto sem exame de mérito e não há mais a possiblidade de renovação desse recurso ainda que haja prazo para tanto, pois é um ato incompatível com a renovação de recursos. Ainda que haja uma posterior interposição desse recurso desistido ele será inadmitido. 
7. RENUNCIA AO DIREITO DE RECORRER E AQUIESCÊNCIA À DECISÃO: a renuncia ao direito de recorrer é um ato disposto por meio do qual a parte renuncia ao recurso, ela pressupõe recurso ainda não interposto e se abre da sua interposição. Admite-se a renúncia, em regra, quando o direito ao recurso já existe, por isso o simples fato de não apresentar recurso já configura uma renúncia, mas ela pode ser também condicionada – quando se celebra um NJ processual com esse conteúdo (havendo acordo, as partes abrem mão do recursos). Havendo renúncia do recurso ele não poderá ser interposto e caso seja, ele será inadmissível.
- AQUIESCÊNCIA À DECISÃO: é a adoção de comportamento incompatível com a insurgência a decisão, ou seja, comportamento que demonstra que a parte se conforma com a decisão e por isso não vai questioná-la. A aceitação pode ser tácita ou de forma expressa – a tácita acontece quando a parte cumpre a decisão tacitamente sem dizer expressamente que concorda com a decisão, ou quando pede um prazo para cumpri-la; 
Havendo aceitação não há cabimento de recurso e caso haja interposição de recurso ele será inadmitido. 
FALTA UMA AULA 
- o protocolo do recurso pode ser feito de diferente maneiras: se o processo for eletrônico, esse protocolo é feito digitalmente e poderá ser feito até 23:59 do ultimo dia do prazo; já quando o processo é físico o protocolo deve ser feito no órgão jurisdicional ou em cartórios jurisdicionais, dentro do horário de expediente de cada um deles. 
Existem alguns sujeitos processuais que devem ser intimados pessoalmente (FP; MP; DP) e essa intimação é feita através de carga, remessa ou por via eletrônica. 
Além da intimação pessoal a FP, MP, DP tem prazo em dobro para recorrer e para responder um recurso (30 dias uteis). Essa previsão do prazo dobrado se estende para as partes representadas por NPJ de faculdades de Direito e por partes representadas por entidades que prestam assistência judiciaria gratuita em convenio com a DP. Existe um outro caso de prazo em dobro para recorrer, que é o dos litisconsortes representados por advogados distintos, vinculados a escritórios de advocacia distintos, sendo o processo físico. 
Embora o terceiro tenha legitimidade recursal, não haverá para ele um ato de comunicação recursal. O prazo para ele se inicia a partir do momento que se inicia o prazo recursal da própria parte. 
 
- REGULARIDADE FORMAL: REGRA DA DIALETICIDADE DOS RECURSOS 
Para que o recurso seja admissível ele precisa respeitar um conjunto de exigências formais que pode variar de recurso para recurso. Existem exigências que são comuns a todo e qualquer recurso (todo recurso deve ser assinado por pessoa dotada de capacidade postulatória), já outras exigências são especificas (o recurso extraordinário precisa conter um item de repercussão geral). 
De acordo com a regra da dialeticidade dos recursos o recurso deve impugnar/questionar especificadamente as razões da decisão recorrida, de modo que não pode ser genérica. 
Em regra, a inobservância de uma exigência formal é passível de correção, por isso que deve se aplicar o artigo 932, parágrafo único CPC: Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. 
- PREPARO: art. 1007. nada mais é do que o adiantamento das despesas processuais para o processamento do recurso somado as despesas postais. As despesas postais são chamadas de porte de remessa e retorno. O preparo deve ser comprovado no ato de interposição do recurso (o recurso já deve ser protocolado com as guias dos comprovantes dos pagamentos). Já nos juizados especiais estaduais é possível que ele seja comprovado em até 48 após a interposição do recurso. 
Existem algumas questões problemáticas em torno do preparo. A primeira delas é sobre o preenchimento equivocado das guias de preparo – caso elas sejam assim preenchidas, o recorrente deve ser intimado para que faça o esclarecimento; esse equívoco não deve conduzir a inadmissão do recurso. 
A segunda problemática é a da realização de preparo insuficiente – quando o preparo é realizado a menor o recorrente deverá ser intimado para realizar a sua complementação, sem que haja a inadmissão imediata do recurso, só haverá a inadmissão caso o recorrente seja intimado para complementa-lo e não o faça e nesse caso fala-se em deserção.
A terceira problemática é a da não realização do preparo, o que enseja a inadmissão do recurso. 
Se o recorrente deixar de realizar o preparo e comprovar que o deixou por conta de um justo motivo, o órgão relevará a deserção intimando o recorrente para que ele realize o preparo na forma simples. 
Se o pedido de justiça gratuita for feito, o preparo é dispensado e apenas se o pedido for negado é que volta a se exigir o preparo. 
É dispensado o recolhimento do porte de remessa de retorno em altos de processos eletrônicos, dispensa que vale para todo e qualquer sujeito processual. 
- NATUREZA DO JUIZO DE ADMISSIBILIDADE: nesse juízo o órgão jurisdicional pode admitir ou não um recurso; quando ele admite se fala em juízo positivo de admissibilidade e fala-se em decisão declaratória da validade do recurso por se entender que todos os requisitos de admissibilidade foram preenchidos. Caso o órgão inadmita o recurso se fala em juízo negativode admissibilidade e em uma decisão desconstitutiva – tem-se que essa decisão opera efeito ex nunc (não retroativos). 
Barbosa Moreira entende que a eficácia produzida por uma decisão que inadmite o recurso é ex tunc (retroativos); prevalecendo esse entendimento tem-se que o recurso inadmitido jamais produziu nenhum efeito. Esse entendimento gera uma insegurança jurídica por conta dos incidentes que existes nos tribunais, a conclusão da inadmissão do recurso vem muito tempo depois e a parte pode adotar outras medidas para satisfazer seu pleito. 
Já há um pensamento intermediário que segundo o qual a decisão de inadmissibilidade é constitutiva negativa produzindo efeitos ex nunc, salvo quando a inadmissão decorrer de intempestividade ou de manifesta falta de cabimento do recurso. 
JUIZO DE MERITO: sendo positivo o juízo de admissibilidade passasse para a análise do juízo de mérito, que recai sobre o objeto litigioso do recurso, delimitado pela causa de pedir e pedido. 
Recai sobre a análise da causa de pedir e do pedido. 
A primeira causa de pedir recursal possível é a omissão: o pedido recursal aqui será o de complementação da decisão recorrida
A segunda causa de pedir é a obscuridade: e o pedido recursal será o esclarecimento 
A terceira causa de pedir é a contradição e o pedido também será o de esclarecimento 
A quarta causa de pedir é o erro material e o pedido será o de correção 
A 5ª causa de pedir é o erro de julgamento. Esse será um erro de conteúdo e haverá esse erro quando o julgador aplica mal o direito ou interpreta mal os fatos e as provas. Aqui o pedido recursal será o de reforma da decisão recorrida. 
A 6ª causa de pedir é o erro de procedimento, um erro de forma da decisão recorrida ou do procedimento prévio que ensejou a decisão recorrida. Esse erro se configura quando não estiverem presentes as exigências do procedimento que gera a decisão recorrida. Aqui o pedido recursal será o de invalidação da decisão recorrida. 
Quando o recurso é julgado fala-se em juízo substitutivo, a depender do resultado do julgamento. Se o recurso é inadmitido não haverá juízo substitutivo, se por outro lado, o recurso é admitido, sendo provido ou não, falar-se-á em juízo substitutivo. No juízo substitutivo a decisão que julgou o recuso substitui a decisão recorrida. A produção desse juízo é muito importante porque define o que será objeto de uma ação rescisória e qual a competência para julgá-la. 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇAO DA REFORMATIO IN PEJUS: Com esse princípio o recurso uma vez julgado não pode colocar o recorrente em uma situação pior do que aquela em que ele se encontrava antes de interpor o recurso, foi uma criação que decorreu da noção de interesse recursal. Isso só é uma verdade se apenas uma parte interpõe recurso; se existem recursos recíprocos não há que falar em piora da situação das partes – pois no julgamento do julgamento do recurso de uma das partes, a situação da outra parte já pode piorar e não vale a aplicação desse princípio. Sumula 45 do STJ que trata da reformatio in pejus nas remessas necessárias. 
2ª UNIDADE
EFEITOS: 
Falta a aula do dia 30/09
Dia 07/10/20
APELAÇÃO
1. CABIMENTO: no CPC de 73 a apelação era um recurso cabível de sentença, com o CPC de 2015 essa realidade mudou e a apelação passou a ser um recurso cabível contra sentença e contra decisão interlocutória 
1.1 CONTRA SENTENÇA: em primeiro lugar a apelação é um recurso cabível contra sentença. Essa sentença pode ter sido proferida em procedimento de jurisdição voluntaria, contenciosa, em uma ação de conhecimento, em uma ação executiva, pode ter examinado ou não o mérito do processo – o que importa é que tenha sido uma sentença. A sentença é uma espécie de decisão que encerra uma fase do procedimento em 1ª instancia e é contra essa decisão que cabe apelação. Existem algumas sentenças que não são recorríveis por apelação e sim por outros recursos, como nos casos de: 
1º - contra sentença proferida em sede de execução fiscal cuja o valor não exceda 50 ORTN/ R$ 328,27, cabem embargos infringentes de alçada e não apelação. (50 ORTN = 50 OTN = 308,50 BTN = 308,50 UFIR = R$ 328,27) esse recurso tem o prazo de 10 dias, sendo interposto perante o juízo que proferiu a decisão recorrida e é julgado por esse mesmo juízo. (art. 34 da lei de execução fiscal)
2ª - contra a sentença que decreta falência cabe agravo de instrumento e não apelação. (Art. 100 da lei de recuperação judicial e falência) Na visão da professora, isso decorre de que quando temos a interposição de apelação, o processo todo vai junto para julgamento; mas no agravo o processo fica no primeiro grau encaminhando para a fase executiva e somente o recurso sobe para o segundo grau, então são coisas que acontecem simultaneamente, operalizando melhor.
3ª – Sentença proferida em juizados especiais – cabe Recurso inominado (Lei dos juizados especiais 9.099/95), tendo prazo também de 10 dias.
4ª – contra sentença proferida em processo em que de um lado figura estado estrangeiro ou organismo internacional e de outro município ou pessoa que domiciliada/residente no Brasil, cabe recurso ordinário constitucional (ROC), e não apelação. (art. 1027, II, b, CPC) 
1.2 CONTRA DECISÃO ENTERLOCUTÓRIA: no CPC de 73 as decisões interlocutórias eram sempre recorríveis por agravo, havia a figura do agravo retido que era o recurso em regra cabível contra essas decisões e havia a figura do agravo de instrumento que era cabível contra as decisões interlocutórias que pudessem causar (risco) dano grave de difícil ou de incerta reparação. Com o CPC de 2015 foi extinto o agravo retido; o agravo de instrumento passou a ser cabível contra algumas decisões interlocutórias – aquelas indicadas no art. 1015 (ele não esgota todas as decisões interlocutórias) - com isso passou a existir as decisões interlocutórias agraváveis e as não agraváveis. 
- As decisões interlocutórias não agraváveis poderão ser impugnadas depois da prolação da sentença na apelação interposta ou em contra razões de apelação; aqui deve – se aguardar a sentença para que a decisão seja questionada na apelação. 
- As decisões interlocutórias agraváveis devem ser impugnadas de mediato por agravo de instrumento sob pena de preclusão 
- Todo esse regramento da recorribilidade das decisões interlocutórias, é aplicável a fase de conhecimento. Na fase de execução, as decisões interlocutórias são SEMPRE agraváveis. 
- A impugnação da decisão interlocutória não agravável pode ser feita pela parte vencida e pela parte vencedora 
1.3 IMPUGNADA PELA PARTE VENCIDA: a parte vencida poderá se valer da apelação para impugnar não apenas a sentença, mas também para impugnar decisão interlocutórias que tenham sido proferidas no curso do processo e que lhe tenham sido desfavoráveis. Essa apelação pode ter inúmeras causas de pedir, inúmeros pedidos dirigidos a decisão interlocutória. A parte vencida, uma vez intimada da sentença poderá assumir algumas posturas: 
- Pode apenas apelar contra a sentença, se isso acontecer as decisões interlocutórias não agraváveis proferidas no processo precluem e não poderão ser agraváveis em outro momento 
- Pode interpor apelação para questionar a sentença e para questionar decisões interlocutórias não agraváveis preferidas no processo, nesse caso, a decisão deve ser impugnada preliminarmente. Em primeiro lugar será julgada a apelação contra a decisão interlocutória, se essa apelação for acolhida a apelação contra a sentença fica prejudicada porque uma vez acolhida haverá a reforma ou a anulação da decisão interlocutória, o que gera um efeito cascata nos atos subsequentes – devendo ser refeitos, o que afeta a sentença. Se a apelação não for acolhida parte-se para o julgamento da apelação contra a sentença. 
- Pode apelar da decisão interlocutória. Nessa hipótese, a sentença transita em julgado mas esse transito em julgado fica condicionado ao julgamento da apelação da decisão interlocutória – se essa apelação for acolhida, a decisão interlocutória será reformadaou anulada, atingindo a sentença, afastando o transito em julgado; se por outro lado a apelação for rejeitada, o trânsito em julgado se confirma com formação de coisa em julgado 
 
1.4 IMPUGNADA PELA PARTE VENCEDORA: a princípio essa parte não tem interesse recursal, por não haver nada que ela possa buscar de melhoria através de um recurso. Acontece que o interesse recursal da parte vencedora pode surgir caso o seu adversário recorra da sentença, o interesse que pode surgir para essa parte é um interesse ligado a interposição de um recurso de uma decisão interlocutória não agravável que tenha sido desfavorável a parte vencedora. Esse recurso de apelação da parte vencedora será interposto pela parte vencedora nas suas contra razões – tendo a contra razão aqui dupla função: a de responder o recurso e a de impugnar uma decisão interlocutória não agravável. 
Para a parte vencedora existem também alguns caminhos: 
1 – Pode a parte apresentar contra razões ao recurso do seu adversário, se isso acontecer haverá a preclusão das decisões interlocutórias não agraváveis
2 – Pode a parte apresentar contra razoes apresentando resposta ao recurso do adversário e impugnando a decisão interlocutória não agravável 
 3 – Pode a parte apelar contra a decisão interlocutória não agravável. 
- o prazo se inicia PEGAR NA AULA GRAVADA 
- a apelação interposta pela parte vencedora contra decisão interlocutória não agravável é um recurso subordinado porque se sujeita a admissão e provimento da apelação interposta pela parte vencida. A apelação da parte vencida tem que ser admitida e provida para que a da parte vencedora seja analisada/julgada, uma vez assim a sentença será reformada/anulada, o que faz com que o recurso da parte vencedora precise ser julgado. 
- Havendo apelação dos dois lados (vencido e vencedor) primeiro se julga a apelação da parte vencida. No julgamento da apelação da parte vencedora, alguns resultados podem ser obtidos: 
1 - a apelação da parte vencedora pode ser inadmitida e a apelação da parte vencida prevalece e a sentença é reformada em desfavor da parte vencedora
2 – A apelação da parte vencedor pode ser admitida e improvida e nesse caso prevalece a apelação da parte vencida e a sentença é reformada em desfavor da parte vencedora
3 - a apelação pode ser admitida e provida e nesse caso, a decisão interlocutória impugnada serão reformadas ou anuladas e seus atos seguintes serão desfeitos o que causa o desfazimento da própria sentença e prevalece o julgamento da apelação interposta pela parte vencedora
 
2. REGULARIDADE FORMAL E PRAZO: a apelação deve ser feita por meio de petição escrita e assinada por pessoa com capacidade postulatória, ela pode ser encaminhada por meio de uma petição de interposição seguida das razoes recursais ou por meio de uma petição única. Deve conter a qualificação das partes, se essa qualificação já estiver no processo, não precisa ser repetida. O prazo para a apelação é de 15 dias e o prazo em dobro para o MP, FP, DF, litisconsortes representados por advogados vinculados a escritórios distintos 
3. EFEITOS 
3.1 EFEITO DEVOLUTIVO 
3.2 EFEITO SUSPENSIVO: a apelação é recurso cabível e sentença, e é recurso cabível contra decisões interlocutórias e quando se diz que ela tem efeitos suspensivos, quer se dizer que a sentença que eventualmente pode ser objeto de apelação não pode produzir efeitos depois de preferida. E esse estado de suspensividade da sentença se mantem ate o fim do prazo da interposição da apelação; se ao final do prazo, a apelação for interposta, esse estado se mantem e só passa com o julgamento da apelação; mas se ao fim do prazo, a apelação não é interposto, a sentença passa a produzir efeitos.
- aqui se fala que a apelação tem efeito suspensivo automático/legal/ope legis – sendo essa a regra da apelação; existem algumas hipóteses em que a apelação não tem efeito suspensivo automático (art. 1012 CPC):
 1º - a apelação interposta contra sentença que homologa divisão ou demarcação de terras 
2º - a apelação interposta contra sentença que condena a pagar alimentos 
- o STJ tem entendimento que a apelação interposta contra sentença que majora, reduz ou exonera alimentos também não terá efeito suspensivo automático.
3º - a sentença que extingue ou que julga sem resolução do mérito embargos de executados 
 - se a apelação for interposta conta a sentença que julga os embargos a execução da fazenda pública, essa apelação é uma apelação com efeito suspensivo automático por conta do regime especial da fazenda pública.
4º - a apelação interposta contra sentença que julga procedente o pedido de instituição de arbitragem. 
5º - a apelação interposta contra sentença que confirma, concede ou revoga tutela provisória 
6º - a apelação interposta contra sentença que decreta a interdição 
Existem casos que não estão previstos no 1012, e tiram a suspensão automática da apelação:
- Não tem efeito suspensivo automático a apelação interposta contra sentença proferida em ação civil pública (art. 14 da lei 7.347/85) – há quem diga que a apelação interposta contra sentença proferida em ação coletiva também não tem efeito suspensivo 
- não tem efeito suspensivo automático a apelação interposta contra a sentença que concede a segurança no mandado de segurança (lei do mandado de segurança – 12.016/2009)
 - não tem efeito suspensivo automático a apelação interposta contra a sentença proferida em habeas data (art. 15, § único, da lei de habeas data)
- não tem efeito suspensivo automático a apelação interposta contra a sentença proferida em ações de despejo (art. 58, V da lei de locação) 
- Nos casos que a apelação não possui efeito suspensivo automático é possível que o apelante o requeira, e para isso o apelante pede o efeito suspensivo através de um requerimento dirigido ao tribunal ou ao relator. Esse requerimento será dirigido ao tribunal no período entre a interposição da apelação e sua distribuição no tribunal; ele será dirigido diretamente ao relator se já houver um relator prevento competente, caso a apelação já tenha sido distribuída. 
- o recorrente ao formular o requerimento de efeito suspensivo, deve demonstrar a probabilidade de provimento do recurso, ou demonstra a relevância da sua fundamentação somado ao risco de dano grave e de difícil reparação (tutela provisória de urgência recursal) 
3.3 EFEITO DE RETRATAÇÃO: em alguns casos a apelação produz esse afeito, permitindo que o juiz que a proferiu a reconsidere, se retratando: 
- Quando a apelação for interposta contra sentença que indefere a petição inicial; 
- Quando a apelação for interposta contra sentença que extingue o processo sem exame de mérito; 
- Quando a apelação for interposta contra sentença que julga liminarmente improcedente os pedidos do autor 
4. ALEGAÇÃO NOVA DE FATO E ALEGAÇÃO DE FATO NOVO EM APELAÇÃO: o art. 1014 do CPC disciplina a alegação de fato novo em sede de apelação. Fato novo seria o fato velho que até então não foi suscitado no processo. Fato superveniente não se confunde com fato novo, pois superveniente é aquele que acontece depois de algum evento do processo. O fundamento do 1014 é a boa-fé objetiva. Se o 1014 admite a alegação de fato novo na apelação e o 342 admite alegação de fato superveniente, isso significa que documentos novos podem ser também apresentados, documentos que devem comprovar os fatos alegados. O STJ tem um entendimento de que esses documentos novos podem ser apresentados a qualquer tempo no processo, desde que se respeite a boa fé objetiva e que sejam indispensáveis para o curso do processo. 
5. PROCEDIMENTO: interposta a apelação perante o juiz de primeiro grau, ele intimará o apelado no prazo de 15 dias para apresentar contrarrazões. Se no prazo de contrarrazões, o apelado interpor recurso adesivo ou apelação adesivo, o apelante será intimado para apresentar contrarrazões também em 15 dias. Depois do prazo das contrarrazões, o juiz encaminhará os autos para o tribunal, independente do juízo de admissibilidade. É preciso que antes de mandar o processo, haja aretratação. E a retratação só pode ser feita se o recurso for admitido e aqui existe uma problemática deixada pelo CPC. Para resolver isso, existem duas soluções: 
1ª – depois do prazo das contrarrazões, se envia para o tribunal o processo para que haja o juízo de admissibilidade e depois disso volta para o primeiro grau para se fazer a retratação. 
2ª – o órgão de 1º grau realiza a retratação independe a admissibilidade, podendo deixar de se retratar quando houver intempestividade no recurso
- Remetido o processo ao tribunal, ele será remetido a um relator que fará um relatório, depois o presidente pedirá a inclusão em pauta de julgamento, o julgamento será designado com a presença de 3 julgadores, podendo haver sustentação oral. Depois da sustentação e da proclamação oral e dos votos, há a leitura do acórdão e o julgamento é finalizado. 
6. JULGAMENTO DO MÉRITO DIRETAMENTE PELO TRIBUNAL: o art. 1013, §3º, CPC prevê que no julgamento da apelação o tribunal poderá julgar o mérito do processo pela primeira vez. Isso será possível quando: 
- o processo deve estar em condições de imediato julgamento = o processo não deve mais depender de produção de provas
- o recorrente na sua apelação deve pedir, expressamente, que no julgamento da apelação o tribunal dirija-se para o julgamento de mérito
- é preciso que a apelação se encaixe em uma das situações do §3º do art. 1013 do CPC: 
1º - admite-se o julgamento de mérito diretamente no tribunal quando no julgamento da apelação houver reforma de uma sentença que extingue processo sem exame de mérito 
2º - admite-se o julgamento de mérito diretamente no tribunal quando no julgamento da apelação se decretar a nulidade de uma sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir. (sentença extra petita) 
3º - admite-se o julgamento de mérito diretamente no tribunal quando no julgamento da apelação se constatar omissão no exame de um dos pedidos, hipótese que o tribunal poderá julgá-lo.
4º - admite-se o julgamento de mérito diretamente no tribunal quando no julgamento da apelação o tribunal decretar a nulidade da sentença por falta de fundamentação. 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
- CABIMENTO 
- INTRODUÇÃO: no CPC de 73 todas as decisões interlocutórias eram recorríveis por agravo; existia o agravo retido – o em regra cabível contra essas decisões, e existia o agravo de instrumento que era cabível contra as decisões interlocutórias que precisavam ser revisadas com alguma urgência. Com o CPC de 2015 o agravo retido foi extinto e o agravo de instrumento passou a ser cabível contra decisões interlocutórias previstas no artigo 1015 do CPC. Somente as decisões previstas em lei que são recorríveis por agravo, por isso que devemos entender que esse artigo é aplicável ao processo de conhecimento, ou seja, as decisões interlocutórias proferidas nos processos de conhecimento que estão previstas no art. 1015 são recorríveis por agravo de instrumentos, as demais não são. 
As decisões interlocutórias proferidas na execução, liquidação e inventário se submetem ao parágrafo único do art. 1015. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
 As decisões não previstas no artigo 1015 não são atacadas por agravo de instrumento, elas não precluem; mas são questionadas depois de proferidas a sentença através de preliminar de apelação ou nas contrarrazões de apelação
Se essas decisões interlocutórias não agraváveis não forem impugnadas/questionadas na apelação ou nas contrarrazões de apelação, haverá sim a preclusão.
O agravo de instrumento também é cabível contra sentença que decreta falência art. 101 da lei de falência e recuperação judicial 
- TAXATIVIDADE E INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: discute-se em doutrina se o art. 1015 seria taxativo. Parte da doutrina entende que o artigo elenca um rol taxativo das hipóteses de cabimento de agravo de instrumento, essa mesma doutrina entende que a taxatividade não impede a interpretação extensiva desse rol; seria uma interpretação corretiva que partindo de uma interpretação literal insere na analise do texto normativo situações outras que não são extraídas diretamente do texto. Essa discussão sobre o art. 1015 foi bem ampla em doutrina e não há unanimidade sobre o tema, mas boa parte da doutrina defende o que foi exposto anteriormente. O STJ no julgamento de um RESP criou um precedente obrigatório sobre essa temática – não admitindo ser possível conciliar a taxatividade com a interpretação extensiva, mas fixou a tese de que o artigo 1015 apresenta um rol taxativo das hipóteses de cabimento do agravo de instrumento, podendo ser essa taxatividade mitigada quando a urgência na revisão de uma decisão interlocutória tornar inútil a interposição da apelação. Apesar dessa tese jurídica ter sido criada em processos que se discutia o cabimento de agravo de instrumento que versava sobre competência, ele vem sendo aplicado de forma ampla em qualquer situação que seja sustentável a urgência na revisão da decisão interlocutória. Se houver dúvida sobre o cabimento do agravo ou da apelação não se fala em preclusão para a parte. Se a decisão interlocutória estiver descrita no 1015 não há dúvida que cabe agravo de instrumento, e nesse caso, se não há interposição do recurso não pode haver alegação da dúvida. As decisões interlocutórias não referidas é que podem ser objetos de dúvida.
 
- HIPÓTESES TÍPICAS: art. 1015
1 – Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre qualquer tutela provisória. Vem se entendendo em doutrina que a decisão que posterga a apreciação da tutela provisória para depois da manifestação do adversário, é agravável. A decisão que exige requisitos não exigidos em lei também é agravável. Existem casos em que a tutela provisória é concedida em sentença, e nesses casos o recurso apropriado é a apelação e não o agravo. 
2 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre mérito do processo. A decisão interlocutória que rejeita prescrição ou decadência são exemplos de decisões que versam sobre mérito. 
3 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que rejeita a alegação de convenção de arbitragem. (falta uma parte sobre o entendimento da doutrina) 
em relação ao cabimento de agravo de instrumento que versa sobre competência – a doutrina diz que a decisão que rejeita a alegação de convenção de arbitragem é uma decisão que versa sobre competência e afasta a competência do arbitro e por isso deve ser admitido o agravo de instrumento nesses casos. 
Outro entendimento é de que: Quando o juiz rejeita a arbitragem na verdade ele nega eficácia a um NJ processual, então qualquer outra decisão interlocutória que negue efeitos ao NJ processuais deve ser considerada agraváveis. 
Se o juiz acolhe a convenção de arbitragem, o processo é extinto sem exame de mérito por meio de uma sentença apelável 
4 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre incidente de desconsideração da personalidade jurídica. É uma modalidade de intervenção de terceiros. Essa decisão interlocutória é agravável, não necessariamente a desconsideração da personalidade jurídica vai ser apreciada na decisão interlocutória 
5 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que rejeita o pedido de gratuidade de justiça. Esse pedido pode ser formulado a qualquer tempo no processo, e uma vez formulado ele será apreciado por uma decisão interlocutória que poderá indeferir o pedido de gratuidade de justiça – se isso acontecer caberá agravo de instrumento e excepcionalmente esse agravo de instrumento terá efeito suspensivo automático. Se o pedido for concedido não há que se falar em agravo de instrumento; se abre a oportunidade de uma petição para a parte contraria. Contra a decisão interlocutória que revoga o pedido de gratuidade também cabe agravo de instrumento – e nesse casoo agravo também terá efeito suspensivo automático. Esse pedido pode ser integral ou total, assim como a rejeição pode ser total ou parcial, mesmo assim caberá agravo de instrumento.
6 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre exibição ou posse de documento ou coisa. A exibição é um incidente processual por meio do qual se busca um documento ou uma coisa de uma parte ou de um terceiro
7 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre exclusão de litisconsorte; um litisconsorte poderá ser excluído do processo caso ele não tenha legitimidade para figurar na relação jurídica processual, essa revisão deve ser feita de imediata, pois caso se perceba essa exclusão apenas no final, os atos praticados por esses litisconsortes podem ser invalidados. Existe ainda o litisconsórcio multitudinário – aquele formado por multos litisconsortes, e pode ser que essa grande quantidade de pessoa gere um prejuízo para o contraditório ou para a tramitação do processo, se isso acontecer pode-se se formular um pedido de desmembramento de litisconsórcio multitudinário, se esse pedido for acolhido haverá uma decisão interlocutória irrecorrível; já se o pedido for indeferido, entende-se que é cabível a interposição de agravo de instrumento contra essa decisão. 
8 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que rejeita o pedido de limitação do litisconsórcio. Embora não se fale em litisconsórcio multitudinário, por conta do inciso anterior é possível que se fale nele também. A parte pode pedir a dilação dos prazos processuais nos litisconsórcios (o juiz pode fazer isso de ofício ou a requerimento da parte); se o pedido de dilação de prazos for deferido ou indeferido não cabe agravo de instrumento. 
9 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros (é um desdobramento do inciso 4). Quando se fala em intervenção de terceiros se fala de incidente processual que poderá ampliar o processo objetiva e/ou subjetivamente; se o processo pode ser ampliado por conta dessa intervenção toda decisão que versa sobre essa intervenção deve ser recorrível de imediato e passível de agravo de instrumento. 
OBS: A intervenção do amigus curiae também é uma intervenção de terceiro, mas o CPC prevê que a decisão que admite essa intervenção é irrecorrível e a decisão que inadmite a sua intervenção é recorrível por agravo de instrumento. (art. 138, §1º, CPC) 
10 - Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução, mas pode-se estender para a impugnação esse entendimento. 
11- Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que versa sobre redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º. Se o juiz proferir decisão distribuindo o ônus de maneira decisão daquela diferente da lei, será uma decisão agravável para ser possível se provar a quem compete o ônus da prova
12- Cabe agravo de instrumento contra outras decisões interlocutórias referidas em lei, como a decisão interlocutória que recebe a petição inicial em ação civil pública de improbidade administrativa. Se o juiz rejeita a ação de improbidade a sentença é recorrível por apelação, se ele aceita, a decisão é agravável. 
O art. 354, parágrafo único do CPC diz que cabe agravo de instrumento contra qualquer decisão interlocutória fundada nos art. 485 e 487, CPC
O art. 356 do CPC também apresenta uma hipótese típica de cabimento de agravo de instrumento 
 
- PROTESTO POR NULIDADE: as decisões interlocutórias agraváveis devem ser impugnadas de imediato, por meio de agravo, sob pena de preclusão; já as decisões não agraváveis poderão ser objeto de questionamento em preliminares ou contrarrazões. (art. 1009, §1º)
O art. 278 do CPC diz que a nulidade dos atos deve ser alega na primeira oportunidade em que couber a parte, sobe pena de preclusão. Vem se entendendo que estando a parte diante de uma decisão não agravável, deverá ela apresentar o protesto por nulidade, que é uma petição onde a parte anuncia que irá questionar um vício que conste de uma decisão não agravável; essa petição deve ser apresentada na primeira oportunidade que a parte tem de falar nos autos. 
- DECISÕES INTERLOCUTORIAS NÃO AGRAVAVEIS ANTERIORES E O AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISAO PARCIAL: o agravo de instrumento serve para impugnar uma decisão final sobre parte do objeto litigioso do processo nas decisões parciais. Pode acontecer de existirem decisões interlocutórias não agraváveis que tenha sido proferida antes da prolação da decisão interlocutória parcial agravável e aí surge a dúvida da doutrina: esse agravo interposto deveria ser usado para impugnar as decisões não impugnadas anteriormente? A resposta é depende. Se a decisão não agravável anterior estiver relacionada apenas a parte do processo julgada na decisão parcial de mérito, essa decisão anterior deverá ser questionada no próprio agravo; se a decisão estiver relacionada com provas, ela só pode ser questionada por preliminar ou por contrarrazões; se a decisão for comum a parte do processo já julgada e também a parte do processo que ainda não foi julgada – nesse caso, há quem diga essa decisão pode ser questionada no próprio agravo ou na apelação, e há quem diga que ela pode ser questionada na apelação, e ainda, quem defenda que ela deve ser questionada no agravo de instrumento – Priscila concorda com essa posição por ser a primeira oportunidade da parte falar nos autos e porque seria melhor para o processo. 
- REGULARIDADE FORMAL E PRAZO: o agravo de instrumento será interposto por meio de petição escrita dirigida diretamente ao tribunal competente. O agravo deve ser interposto no prazo de 15 dias uteis, sendo que as regras do prazo em dobro também se aplicam aqui. A petição do agravo de instrumento deve observar alguns requisitos: 
- Nomes das partes; se o recurso foi interposto por um terceiro é necessário que haja a sua qualificação; deve descrever o fato e o direito; deve expor as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. (art. 1016, CPC) 
A petição do agravo será instruída com alguns documentos: 
- Documentos obrigatórios: 
- a cópia da petição inicial; contestação; petição que ensejou a decisão agravada – para o tribunal entender qual o objeto do processo; a própria decisão agravada; certidão de intimação da decisão agravada – para se ter um controle de tempestividade do recurso; (ou outro documento que demonstre a tempestividade, como por exemplo o comprovante de juntada de uma carta precatória aos autos); procuração outorgada aos advogados das partes – se não houver procuração basta que o advogado declare que esse documento não existe, sob sua responsabilidade pessoal. 
Na falta de algum documento obrigatório basta que o advogado declare a sua inexistência, sob sua responsabilidade pessoal. 
Se os autos dos processos forem eletrônicos, dispensasse o agravante da apresentação desses documentos, porque o tribunal poderá acessar os autos por meio eletrônico. 
 
- Documentos facultativos: devem ser apresentados sejam os autos físicos ou digitais, conforme a vontade do agravante.
- Como o agravo é um recurso que depende de preparo ele precisa ser instruído com as guias do preparo e com as guias de pagamento desse preparo. 
- Há várias formas de se realizar o protocolo do agravo: 
- Protocolo físico diretamente no tribunal competente 
- Protocolo descentralizado na própria comarca, seção ou subseção judicial
- Protocolo pela via postal (prointi) 
- Protocolo por fax – mais raro hoje em dia; gera a obrigação de enviar a petição original em 5 dias 
- Protocolo eletrônico – o mais comum
- se houver algum vicio no recurso ou se faltar alguma documentação, ele não será inadmitido de imediato, tendo a parte 5 dias para se manifestar e sanar o vicio – art. 932, parágrafo únicodo CPC; o §3º do art. 1017, CPC que é especifico do agravo de instrumento faz menção ao regramento do 932: na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único . 
- Interposto o agravo de instrumento diretamente no tribunal, o agravante poderá requerer a juntada nos autos do processo originário de cópia da petição do agravo; do comprovante da sua interposição e dos documentos que instruíram o recurso. Essa petição (petição de retratação – art. 1018, CPC) tem uma dupla finalidade: a de dar ciência ao juiz que proferiu a sentença agravada que o recurso foi interposto para que ele realize o juízo de retratação – se o juízo de primeiro grau reconsiderar sua decisão o agravo de instrumento fica prejudicado por perder o seu objeto, já se o juízo não se retratar o agravo segue normal assim como o processo originário, uma vez que o agravo não possui efeito suspensivo automático; a outra finalidade é a de facilitar o acesso ao agravo de instrumento ao adversário, em nome do contraditório/ampla defesa. Por isso que se diz que essa petição será feita quando o processo for físico (com um prazo de 3 dias uteis a contar da data de interposição do agravo de instrumento), já que se o processo for eletrônico o agravante terá a faculdade de apresentá-la ou não. Se o processo for físico e não houver a interposição dessa petição, o agravado poderá arguir a inadmissão do agravo e essa inadmissão depende da provocação do agravado, o relator não pode de ofício inadmitir o recurso sob essa justificativa. 
OBS: Os tribunais entendem que essa petição só é dispensável quando o processo originário e o processo do agravo são eletrônicos, desde que o juízo originário tenha condições de acessar os autos da segunda instancia. (o que só acontece se houver compatibilidade de sistemas ou se os sistemas forem iguais) 
 
- PROCEDIMENTO: o agravo será interposto por meio de uma petição direcionada ao tribunal, através do protocolo, com um prazo de 15 dias uteis e aplicação dos prazos dobrados. Interposto o agravo será realizado o juízo de admissibilidade do recurso – feito pelo relator. 
Se o recurso for inadmitido haverá uma decisão monocrática agravável;
Se o recurso for admitido o relator passar a análise de pedido de tutela provisória recursal, se houver. 
Nesse pedido de tutela provisória a parte pode pedir a atribuição de efeitos suspensivo – quando se busca a suspensão da eficácia da decisão agravada; ou pode pedir a atribuição de efeitos ativo – quando se busca a tutela jurisdicional negada na decisão agravada. 
Na apreciação da tutela provisória o relator poderá acolhê-la ou rejeitá-la e caberá agravo interno contra essa decisão seja ela para deferir ou não o pedido. 
Admitido o recurso e apreciada a tutela provisória, o relator determinará a intimação do agravado para que apresente contrarrazões em 15 dias uteis. 
É possível que o relator possa julgar monocraticamente o agravo de instrumento e se isso acontecer não há necessidade de intimação do agravado para apresentação de contrarrazões. Se não for essa a hipótese ele deve ser intimidado para apresentá-las em 15 dias. 
Passado o prazo das contrarrazões, com ou sem manifestação do agravado, o relator analisará se é um caso de dar provimento monocrático ao agravo de instrumento; se não for caso de provimento monocrático o relator encaminhará o recurso para o colegiado de 3 membros 
- APLICAÇÃO DO ART. 1013, §3º, DO CPC/2015 AO AGRAVO DE INSTRUMENTO: 
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
Trata do julgamento do mérito do processo pela primeira vez pelo tribunal. É um dispositivo aplicável a todo e qualquer recurso, mesmo estando no campo da apelação. Tudo que foi dito sobre a apelação para esse artigo se aplica aqui para o agravo. 
- ESTINÇÃO DO PROCESSO EM JULGAMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO: o agravo de instrumento é cabível contra algumas decisões interlocutórias, e é um recurso de competência do tribunal local. Embora o agravo não tenha efeito suspensivo automático ele produz efeito devolutivo (como qualquer outro efeito) e por isso o tribunal poderá rever a parte da decisão recorrida, podendo para isso apreciar todas as questões suscitadas e discutidas no processo ainda que não solucionadas relativas ao capítulo impugnado. Em razão desse efeito, no julgamento do agravo o tribunal poderá apreciar e acolher questão que gere a extinção do processo originário. 
 
- AGRAVO DE INSTRUMENTO PENDENTE E SUPERVENIÊNCIA DE SENTENÇA: é possível que antes do julgamento de um agravo interposto contra a decisão interlocutória, exista uma sentença no mesmo processo; a sentença é apelável e uma vez interposta a apelação passará a existir dois recursos pendentes (apelação e agravo) e nessas situações esses recursos deverão ser julgados observando uma ordem: julgando primeiro o agravo e posteriormente deve-se julgar a apelação (art. 946, CPC) 
Isso acontece nos casos em que o advento da sentença não gera a perda do objeto do agravo de instrumento – essa perda acontece quando a sentença versar sobre a temática do objeto do agravo de instrumento - pois haverá uma nova decisão que poderá ser objeto de um novo recurso 
Se houver a perda do objeto do agravo o relator, monocraticamente, apenas declara prejudicado o agravo de instrumento. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CABIMENTO: é um recurso de fundamentação vinculada, o que significa que só cabe esse recurso dentro das hipóteses previstas em lei – não é qualquer tipo de crítica a sentença que se veicula aos embargos de declaração. 
É o art. 1022 que trata das hipóteses de cabimento do embargo de declaração: 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
- Cabe embargo de declaração para corrigir erro material - esse erro material se configura quando a decisão embargada não revela a real intenção do juiz. O erro material pode ser suscitado a qualquer tempo não se submetendo a preclusão e não há coisa julgada sobre esse erro; a parte pode provocar o juiz para ele sanar esse erro ou o próprio órgão pode de ofício corrigir esse erro. 
- Cabe embargos de declaração para eliminar contradição. Haverá contradição quando existir uma incoerência interna na decisão embargada. O que se exige é que a contradição/incoerência seja interna, ou seja, é necessário que ela seja extraída da decisão em si, da leitura da decisão. (a contradição externa não enseja embargo de declaração) 
- Cabe embargos de declaração para esclarecer obscuridade. Haverá obscuridade quando faltar clareza na decisão embargada, quando ela não for passível de compreensão total ou parcial. 
- Cabe embargos de declaração para suprir omissão. Essa omissão acontecerá quando o juiz deixar de apreciar algum pedido; quando o juiz deixar de apreciar um fundamento; quando o juiz deixar de apreciar uma questão de ordem publica ou cognoscível de ofício. 
Além dessas situações, o CPC de 2015 trouxe algumas novidades em relação ao que pode ser considerado omissão. 
Parágrafo único, I, do art. 1022 diz que a decisão é omissa quando deixa de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento. O CPC de 2015 privilegia a teoria dos precedentes e atribui eficácia vinculante a algumas decisões jurisdicionais, entre elas essas decisões citadas no paragrafo e quando o CPC

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