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Epidemiologia e fisiopatologia Na alcalose respiratória, uma redução primária da PCO2 se reflete no aumento do pH arterial e em uma redução variável das concentrações plasmáticas de bicarbonato. A causa mais comum é a hiperventilação alveolar, não a subprodução de CO2 . A hipocapnia aguda resulta em elevação inicial do pH do LCR e do ambiente intracelular do cérebro. Entretanto, esse aumento é rapidamente compensado por uma redução dos níveis de bicarbonato. Na alcalose respiratória aguda, um dos mecanismos primários da queda do bicarbonato parece consistir na geração de lactato como resultado da vasoconstrição, da hipóxia e do aumento da afinidade da hemoglobina com o oxigênio. A combinação de aumento das demandas de oxigênio e redução da liberação de oxigênio pode contribuir para os resultados clínicos adversos observados na alcalose hipocápnica. O fluxo sanguíneo cerebral é acentuadamente diminuído pela hipocapnia, que atua como potente vasoconstritor. A exemplo da acidose respiratória, o SNC é imediatamente afetado por reduções da PCO2 sistêmica por causa da permeabilidade da barreira hematoencefálica ao CO2. À semelhança da acidose respiratória, o pH do LCR e o pH intracelular exibem uma resposta inicial curta que acompanha o aumento sistêmico do pH. A compensação renal para a hipocapnia sustentada torna-se completa em 36 a 72 horas. O mecanismo baseia-se primariamente na redução efetiva da excreção renal de íons hidrogênio, que ocorre em grande parte por meio da diminuição da excreção de amônio e de ácido titulável. O limiar para a excreção de bicarbonato também está reduzido, com consequente desenvolvimento de bicarbonatúria. Em consequência, os níveis sistêmicos de bicarbonato diminuem, e ocorre a normalização do pH arterial. Manifestações clínicas As manifestações clínicas da alcalose respiratória dependem do grau e da duração do distúrbio, porém consistem primariamente naquelas do distúrbio subjacente. A hipocapnia crônica não parece estar associada a quaisquer sintomas clínicos significativos. Os sintomas de hipocapnia aguda são, em grande parte, atribuíveis à Alcalose Respiratória alcalemia econsistem em tonturas, parestesias periorais ou dos membros, confusão, asterixe, hipotensão, convulsões e coma. Os sintomas manifestam-se, em sua maioria, apenas quando a PCO2 cai para abaixo de 25 ou 30 mmHg, e podem estar relacionados a uma redução do fluxo sanguíneo cerebral ou a uma diminuição do cálcio livre, visto que a alcalose aumenta a fração do cálcio ligado às proteínas. Falta de ar e dor na parede do tórax, que frequentemente foram vistos em pacientes hiperventilados devido a dor ou ansiedade, não aparentam estar relacionados à hipocapnia. Adaptação a Grandes Altitudes A exposição prolongada a grandes altitudes resulta em hiperventilação induzida por hipóxia. A compensação exige pelo menos vários dias para exercer o seu efeito e caracteriza- se por um aumento gradual da hiperventilação, diminuição constante de PCO2 e aumento de PO2 . O efeito do estímulo hipóxico para a ventilação é inicialmente modulado pelos efeitos da alcalose tanto periférica quanto central. Todavia, com a queda do HCO3 − do LCR, a inibição do estímulo central para a ventilação diminui. Uma vez alcançado um estado de equilíbrio dinâmico, o impulso para a ventilação é determinado pelos efeitos da hipoxemia e da alcalemia sobre os quimiorreceptores periféricos. Diagnóstico A hiperventilação alveolar que leva à alcalose respiratória é vista com a hipoxemia de doenças pulmonares, insuficiência cardíaca ,altas altitudes ou anemia. A ventilação mecânica também é uma causa comum de alcalose respiratória. Outra causa comum da alcalose respiratória é a estimulação primária do quimiorreceptor central, conforme observado na sepse, na cirrose hepática, na intoxicação por salicilato na correção da acidose metabólica, na hipertermia, na gravidez e também na hiperventilação cortical em decorrência de ansiedade ou de dor. Nestas situações, os sinais centrais ultrapassam os quimiorreceptores periféricos até que o estímulo primário seja removido. As doenças neurológicas primárias que podem estimular a hiperventilação alveolar incluem AVC agudo, infecção, trauma e tumores. Dois padrões de respiração são vistos: hiperventilação central e respiração de Cheyne-Stokes. A hiperventilação central, que está associada a lesões no nível mesoencefálico pontino, é regular, mas com uma taxa e um volume de onda aumentados. A respiração de Cheyne-Stokes, que é caracterizada por períodos de hiperventilação alternados com apneia, é vista nos pacientes com lesões corticais bilaterais e pontina superior com insuficiência cardíaca.
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