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A construção de argumentos no texto dissertativo

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES
URI - CAMPUS SANTO ÂNGELO
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PROF. DINALVA AGISSÉ ALVES DE SOUZA
REDAÇÃO - DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
A dissertação é um dos gêneros textuais mais cobrados em diferentes situações, como exames, vestibulares, bem como em processos seletivos de diversos tipos. Normalmente, nessas circunstâncias, é solicitada ao candidato a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo. Para construir esse tipo de texto, é importante relembrar o que significa cada um dos elementos que compõem sua nomenclatura: a ação de dissertar e de argumentar.
Dissertar significa falar sobre algo, expor um assunto de maneira abrangente e aprofundada. Apenas falar sobre um tema, no entanto, não basta: deve-se ir além da exposição de informações e argumentar sobre a temática abordada. 
Argumentar significa apresentar dados, ideias, provas que fundamentem um ponto de vista sobre o tema, ou seja, defender uma tese.
Em resumo, o texto dissertativo-argumentativo deve falar sobre um tema a partir de um ponto de vista crítico e, além disso, é necessário comprovar a validade desse posicionamento por meio de uma argumentação bem fundamentada, ou seja, que utilize, por exemplo, dados estatísticos, citações, entre outros recursos possíveis.
Para construir uma boa argumentação, é importante, portanto, conhecer quais são os recursos que podem ser utilizados no intuito de defender uma tese. Além disso, é necessário aprender a utilizá-los de modo pertinente dentro da construção textual.
TIPOS DE ARGUMENTOS
Há diversas maneiras de construir uma argumentação. A depender das informações a que se tem acesso, deve-se refletir sobre qual tipo de argumento será mais adequado e pertinente para fundamentar a ideia. 
Deve-se ter clara a ideia de que o objetivo da argumentação é convencer o leitor sobre um ponto de vista, ou seja, persuadi-lo. Para que isso seja feito de modo eficaz, é importante formular argumentos consistentes, capazes de fazer o leitor concordar com as ideias apresentadas em seu texto. 
1. ARGUMENTO DE AUTORIDADES
O argumento de autoridade é aquele que se baseia na citação de uma fonte confiável, como um especialista no assunto que está sendo debatido. Em um debate sobre educação, por exemplo, Paulo Freire, como educador e pedagogo reconhecido internacionalmente, poderia ser citado como meio de fundamentar uma ideia apresentada na fala.
A citação da fonte pode ser feita tanto de forma direta – quando há a transcrição da citação, utilizando, em geral, as aspas – quanto de forma indireta, quando se reescreve aquilo que foi dito pela autoridade escolhida.
2. ARGUMENTO POR EVIDÊNCIA (OU POR COMPROVAÇÃO)
Esse tipo de argumento se baseia em uma evidência que possa levar o leitor a admitir e aceitar uma tese. 
Essa evidência pode ser, por exemplo, formada por dados estatísticos ou por pesquisas de diversos tipos, desde que a fonte esteja explícita. Ainda é possível utilizar esse tipo de argumento a partir de fatos notórios, ou seja, que são de domínio público.
Ex.: Fazer uma referência ao desemprego no Brasil (dados estatísticos do desemprego e número de desempregados) ou referência ao assassinato da vereadora carioca Mariele Franco (fato notório).
3. ARGUMENTO POR COMPARAÇÃO (OU POR ANALOGIA)
A argumentação por comparação ou analogia é aquela em que se estabelece relação de semelhança ou diferença entre a tese defendida e algum tipo de dado a fim de comprovar o ponto de vista defendido. Nesse caso, é possível construir analogias com obras de ficção, por exemplo, tais como romances e séries de televisão.
Ex.: Fazer referência à obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, para abordar o problema das grandes favelas brasileiras.
4. ARGUMENTO POR CAUSA E CONSEQUÊNCIA
Esse tipo de recurso argumentativo busca comprovar a tese defendida a partir da exploração das relações de causa e consequência associadas ao tema debatido.
Ao explicar os porquês e as consequências da temática em questão, é possível confirmar as ideias expressas pela tese.
Ex.: Se o tema é sobre a violência, o autor aponta primeiramente as possíveis causas da violência e na sequência aborda as consequências advindas desse problema.
5. ARGUMENTO POR ILUSTRAÇÃO (OU EXEMPLIFICAÇÃO)
Quando se tem um tema, ou mesmo uma tese, de caráter muito teórico, uma das maneiras mais interessantes de fundamentar o ponto de vista adotado é por meio da ilustração ou exemplificação. Esse recurso argumentativo se constrói a partir da elaboração de uma breve narrativa, que pode ser real ou fictícia, com o intuito de tornar mais concreto aquilo que está sendo defendido pelo texto.
Ex.: Para falar sobre a pandemia do coronavírus no país, pode-se narrar, por exemplo, como o vírus chegou ao Brasil, desde o momento em que desembarcou em solo brasileiro. 
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS: Ao desenvolver o texto, é preciso verificar os dados sobre o tema para a seleção dos argumentos a serem empregados no texto e, para a fundamentação da tese, é necessário o emprego adequado dos operadores argumentativos.
Operadores Argumentativos: são palavras que oferecem o encadeamento dos enunciados. Têm a função de introduzir vários tipos de enunciados e orientam o receptor para determinadas conclusões sobre o assunto. São responsáveis pela coesão do texto.
Funções dos operadores argumentativos no texto:
- Exemplificam e reforçam o argumento
- Fazem comparações com a base do argumento
- Graduam o argumento usando para isso outro argumento
- Reafirmam e retificam o argumento
- Apresentam um argumento contrário.
Estratégia para desenvolver o argumento: enumerar, confrontar, exemplificar, indicar causas, efeitos, motivos, consequências.
Encadeamento de ideias: O encadeamento de ideias ocorre nas relações lógicas existentes entre os segmentos que compõem os enunciados relacionando-se por causa, consequência, oposição, conclusão e outros.
Conectivos: O uso adequado dos conectivos (conectores, conjunções) é de fundamental importância para o bom desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo. Os conectivos ligam os termos das orações, os períodos e os parágrafos, servindo de ponte entre eles e estabelecendo relação entre as partes do texto.
Esse instrumento permite ao leitor ter noções sobre o tema e se forem usados de maneira inadequada podem dar ideia contrária ao objetivo de quem escreve.
USO ADEQUADO DOS CONECTIVOS
Indicam prioridade e relevância os seguintes conectivos: Em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori, a posteriori, precipuamente. 
Conectivos que indicam tempo, frequência, duração, ordem ou sucessão: Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
Conectivos que indicam semelhança, comparação ou conformidade: Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
Indicam condição ou hipótese: Se, caso, eventualmente.
Conectivos que indicam continuação ou adição ao pensamento: Além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, por outro lado, também, e, nem, não só, como também, não apenas, bem como.
Conectivos que indicam dúvida: Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não certo, se é que.
Conectivos que indicam certeza e buscam enfatizar o pensamento: Porcerto, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza.
Conectivos que indicam surpresa e apontam imprevistos: Inesperadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. 
Conectivos que indicam ilustração ou esclarecimento: Por exemplo, isto é, ou seja, aliás.
Conectivos que indicam propósito, intenção e finalidade: Com o fim de, a fim de, como propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, ao propósito.
Conectivos que indicam lugar, proximidade ou distância: Perto de, próximo a ou de, justo a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Conectivos que indicam conclusão: Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois, assim sendo, nesse sentido.
Conectivos que indicam causa, consequência e explicação: Por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão, tanto, tamanho, que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (no sentido de porque), portanto, que, de tal forma que, haja vista.
Conectivos que indicam contraste, oposição, restrição, ressalva: Pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, ao passo que, em contrapartida.
Conectivos que indicam ideias e apresentam alternativas: Ou, quer, ora.
EXEMPLOS DE COMO USAR OS OPERADORES ARGUMENTATIVOS
1. EXEMPLIFICAÇÃO
Na estratégia de exemplificação, você irá inserir e desenvolver um exemplo específico como foco principal do parágrafo, tendo o propósito de justificar a sua ideia. Esse exemplo deve ser, preferencialmente, de conhecimento geral. Alguns operadores argumentativos para esse tipo de argumento são: para contextualizar, por exemplo, a exemplo de, a título de exemplificação, como acontece no caso, etc.
Exemplo: 
“Em 2013, milhares de manifestantes ocuparam as ruas da capital de São Paulo em reivindicação por melhorias e redução dos preços dos transportes públicos. Nota-se como fatores socioeconômicos também são responsáveis pelos casos. A Revolução Francesa, por exemplo, é considerada o símbolo de “liberdade, igualdade e fraternidade”, visto que mobilizou as camadas sociais infladas da crise econômica no respectivo país. Assim, é evidente que a política externa e interna influenciam na quantidade de manifestações ocorrentes.”
2. ENUMERAÇÃO
Pela estratégia de enumeração podem ser citados os vários argumentos selecionados sobre o assunto, um a um, de modo a, literalmente, enumerar uma série de fatos que comprovam a relevância do que está sendo defendido. É importante que fique clara a ordem das ideias a serem contempladas no desenvolvimento. Para isso, podem ser utilizados alguns operadores argumentativos como: em primeiro lugar, primeiramente, além disso, ademais, outro fator importante, etc.
Exemplo: 
“Em primeiro lugar, é imprescindível ressaltar como a carência de medidas públicas gera a ocorrência de tal problema em sociedade. De acordo com Jürgen Habermas, filósofo alemão, para que haja a comunicação plena e o acordo de interesses deve-se existir o agir comunicativo. No entanto, manifestações populares que possuem o objetivo de reivindicar direitos e melhorias são menosprezadas por parte da população e dos políticos, devido à ocorrência de destruição e badernas realizadas por malfeitores que não integram os movimentos.”  
3. COMPARAÇÃO
Ao desenvolver o parágrafo por comparação, duas ideias são apresentadas e ressaltam-se as semelhanças e/ou diferenças entre elas. Aqui, os operadores argumentativos são essenciais. Alguns são: igualmente, como se, da mesma forma, bem como, assim também, assim como, do mesmo modo, tanto quanto, semelhantemente acontece com/quando, etc.
Exemplo:
“Semelhantemente, essas mesmas autoridades possuem interesses financeiros na má alimentação dos brasileiros. Conforme Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Nesse sentido, as grande empresas alimentícias vendem a imagem dos seus produtos atrelados à felicidade e à realização pessoal, quando, na maioria das vezes, essas mercadorias são responsáveis pela degradação da saúde do consumidor. Ainda, de acordo com dados da UnB, as propagandas dessas indústrias induzem a uma má alimentação e atingem fortemente o público infantil.”  
4. CAUSAS E EFEITOS
Muito comum como estratégia argumentativa, nesse modelo são apresentados os motivos, os porquês, as razões de um determinado problema e, em seguida, as consequências, os resultados e os desdobramentos. Os operadores argumentativos podem ser: porque, já que, visto que, graças a, em virtude de, como reflexo disso, com efeito, assim, consequentemente, etc.
Exemplo:
“É importante pontuar, de início, a omissão do meio acadêmico quanto à má alimentação dos jovens. À guisa de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele. As escolas brasileiras, entretanto, negligenciam a saúde dos estudantes ao não instruí-los sobre os riscos da obesidade e as formas de preveni-la. Como reflexo de uma população ignorante frente aos hábitos alimentares ideais, 8,4% dos adolescentes são obesos e mais de 30% das crianças apresentam excesso de peso, segundo pesquisa recente do Ministério da Saúde.”  
5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Esse tipo de argumento envolve cronologia, ou seja, tempo e espaço. É preciso saber abordar um fato histórico referente ao assunto em pauta, com datas, locais e fatos ocorridos.  Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo são: antes, depois, posteriormente, quando, logo que, assim que, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, atualmente, hoje, frequentemente, nesse meio tempo, sempre que, assim que, desde que, etc. 
Exemplo:
“Em primeira instância, cabe destacar o panorama histórico-político da segurança pública que influi em seu perfil hodiernamente. Na época do período militar, acentuou-se o esfacelamento de uma sociedade democrática em virtude da doutrina de segurança nacional, uma lógica puramente autoritária de conduta. Os modelos e as ações de segurança pública limitavam-se à contenção social, com o uso da força e de armas para a repressão. Contudo, essa ótica é perceptível no comportamento das ações policiais que são enfatizadas pelo terror e violência. Um exemplo que permite ilustrar isso, foi a ocupação militar da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, marcada pelas guerras entre traficantes e os próprios policiais, ceifando centenas de vidas inocentes no meio do conflito.”  
6. CONTRAPOSIÇÃO
Aqui pode ser contestada uma ideia, por exemplo, afirmando como algo acontece e em seguida dizendo o porquê de não funcionar. Podem ser mostradas duas perspectivas diferentes sobre um mesmo argumento, denotando um contraste de opiniões. Alguns operadores argumentativos para esse tipo de parágrafo são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, embora, ainda que, mesmo que, mesmo quando, apesar de que, se bem que, não obstante, etc.
Exemplo:
“Outrossim, é importante destacar o papel da educação no combate a essa situação, já que, assim como preconizado pelo educador brasileiro Paulo Freire, se a educação não pode transformar uma sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Tal pensamento evidencia o poder transformador da educação. No entanto, a educação oferecida no Brasil pelo sistema público ainda não é expansiva e de qualidade, principalmente, em comunidades carentes, na qual muitos jovens acabam recorrendo ao mundo da criminalidade, aumentando os índices de violência e prejudicando o sistema público de segurança.”
ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
O texto dissertativo-argumentativo segue o padrão dos modelos de redação, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução: Na introdução devem ser mencionados os temas que sãoabordados no texto - ou o problema - de modo a situar o interlocutor. Essa parte deve compreender cerca de 25% da dimensão global do texto.
Desenvolvimento: Todas as ideias mencionadas na introdução devem ser desenvolvidas de forma opinativa e argumentativa nessa parte do texto, cuja dimensão deve compreender cerca de 50% do mesmo.
Conclusão: A conclusão deve ser uma síntese do problema abordado, mas com considerações que expressam o resultado do que foi pensado ao longo do texto. A sua dimensão contempla cerca de 25% do texto.
Competências para a Redação: O Ministério da Educação definiu cinco competências básicas para serem avaliadas em uma redação, que se aplicam a todos os níveis de ensino:
– Domínio da Escrita Formal na Língua Portuguesa.
– Compreender e desenvolver o tema no formato dissertativo-argumentativo, em prosa.
– Argumentar em defesa de um Ponto de Vista.
– Demonstrar conhecimentos linguísticos para construir a argumentação.
– Apresentar uma Proposta de Intervenção considerando a perspectiva dos Direitos Humanos.
DICAS PARA A ARGUMENTAÇÃO
Coerência textual
- A coerência é um dos pontos mais importantes em um texto argumentativo-dissertativo.
- É imprescindível que, ao construir a sua estrutura argumentativa, as informações presentes na sua redação não apresentem contradição entre si.
- Ou seja, os seus argumentos devem ser coerentes para um texto com um bom potencial de convencimento, e não ter colocações que possam parecer contraditórias com a sua linha argumentativa ou dentro da própria veracidade das informações.
Finalidade e comprovação dos argumentos 
Você já sabe que os argumentos de sua redação devem ter coerência, mas também é importante dar atenção à qualidade dessas suas informações para que elas tenham uma finalidade bem objetiva e estruturada. Para isso, você pode comprovar os argumentos de sua redação em duas categorias:
1. Conclusão – Aqui, é preciso deixar claro o ponto de vista que assumido durante toda a estrutura da redação.
2. Premissa (ou argumentos) – Nela, serão apresentadas colocações necessárias para justificar o porquê de aquela conclusão ser verdadeira, ou seja, é onde o autor irá provar a legitimidade do seu raciocínio. A premissa pode ser dividida em duas ou três partes.
Exemplo:
Tema: Violência contra a mulher
Premissa 1: As mulheres têm medo de denunciar seus maridos mesmo existindo a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio.
Premissa 2: A mídia estimula uma cultura de mulher como objeto sexual, frágil e submissa ao homem.
Conclusão: Existe uma necessidade de mudanças na sociedade para que haja uma maior conscientização. Esta transformação social pode partir das escolas através da educação.
Avaliação da própria redação
Antes de dar como definitiva a redação, atente para as seguintes orientações:
1. Observe, sempre, o grau de “verificabilidade” das suas informações. A sua premissa só pode ser considerada verdadeira quando é possível verificar que a sua afirmação corresponde ao que pode ser observado na nossa realidade. Exemplo: Caso afirmemos que Einstein ainda está vivo, estaremos dizendo algo que não é verdade. O mesmo aconteceria com a estrutura argumentativa. Para afirmar que a lei seca diminui os acidentes de trânsitos, por exemplo, é preciso verificar se faz sentido ou não esta informação.
2.Observe para não fazer uma afirmação com base em um posicionamento ou suposição individual.
Exemplo: Afirmar categoricamente que o homem não foi à Lua.
3. Cuide para não fazer generalizações. Um dos erros mais comuns que os candidatos cometem na redação é a generalização ampla em suas premissas, que acabam gerando comparações absolutas. 
Por exemplo, ao utilizar o argumento “Os brasileiros, ao contrário dos europeus, não gostam de trabalhar”, o candidato estará utilizando um raciocínio genérico, marcado por estereótipos e de fácil invalidação.
4. É importante estar atento às premissas consideradas “declarativas”, ou seja, aquelas que irão utilizar argumentos pessoais que podem enfraquecer a força de convencimento do seu texto. Frases do tipo “Gostaríamos muito que fosse diferente”, “Não tenho esperanças para uma solução” passam a impressão de lamento pessoal, e podem ser julgadas de forma negativa pela banca examinadora. 
5.Tenha cuidado com as palavras. Muitas vezes utilizamos termos que podem ter diversos significados dependendo do contexto em que estão inseridos e que podem gerar dúvidas quanto à sua argumentação. Isso acontece com palavras como justiça, bondade, amor, paz, etc. Por isso, quando você for utilizar um termo que possa gerar subjetividade, procure sempre especificar o sentido. O mesmo pode acontecer com alguns conceitos dos quais não se tenha total compreensão. Exemplo: conceito de “comunismo” ou “capitalismo”, sem conhecer seu real significado e sem verificar se coaduna com as ideias defendidas no contexto do texto.
CUIDADOS COM A FORMA DE ESCREVER
Observe os seguintes pontos:
a) Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas.
b) Linguagem: é formal, logo, obedece às normas gramaticais. Dessa forma, empregos de expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece, isso está cheirando mal, sem noção, camarada, etc.
c) Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo, literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos.
d) Expressões: é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo com que penso a esse respeito, em redações dissertativas. No entanto, essas colocações são redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso.
e) Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência, mais breves, pois períodos muito longos geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas, ocasionando o período longo e confuso.
f) Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última parte é esquecida! Principalmente, verifique se a conclusão não contradiz o que foi afirmado anteriormente.
A redação 
tem de constituir um todo significativo, 
em que as partes se entrelacem em uma espécie de rede
para expressar as ideias do autor 
sobre um assunto da realidade 
e de interesse da sociedade.
TRABALHO EM GRUPO
1. Cada grupo deverá produzir um texto dissertativo-argumentativo de acordo com o tipo de argumento sorteado para o grupo.
2. Cada grupo deverá fazer a apresentação de seu trabalho, abordando o tipo de argumento empregado no texto e fazendo uma explanação sobre o tema escolhido, com explicações e dados adicionais.
3. Cada grupo terá uma média de 6-8 minutos para apresentar, devendo haver a participação de todos os integrantes.
4. 4. A dissertação deverá abordar um dos temas sugeridos abaixo, de acordo com a livre escolha do grupo e deverá atender à estrutura do tipo de argumento indicado para o grupo. 
5. 
6. SUGESTÃO DE TEMAS
1. Liberação de agrotóxicos na agricultura brasileira
2. Feminicídio: o alto número de assassinatos de mulheres no Brasil e no mundo
3. Preconceito e discriminação
4. A presença do militarismo no poder
5. Desafios da mobilidade urbana
6. A ameaça de doenças como a Covid-19
7. Uso consciente das redes sociais
1. Educação Financeira
9. Inclusão digital do idoso
10. A poluição e os crimes ambientais
1. O combate ao crime organizado
1. Depressão e ansiedade: os males do século XXI
1. Isolamento social
1. A corrupção em meio à política no Brasil
1. Solidariedade em tempos de coronavírus
1. Violência
ORIENTAÇÕES PARA A DISSERTAÇÃO
1. A dissertação deverá ter um mínimo de 25 linhas e máximo de 35, digitada, fonte arial ou times, tamanho 12,espaçamento 1,15 e justificado (alinhado) na margem direita.
2. A linguagem deverá atender ao padrão culto e referencial da linguagem, com os devidos cuidados quanto à: ortografia, concordância, regência, acentuação e pontuação.
3. O texto deverá ser inédito, escrito de forma consistente, bem argumentado e com os cuidados inerentes à coerência e coesão textual.
4. Deverá ser atribuído um título à dissertação, o qual deverá ser destacado (letras maiúsculas, negritado ou sublinhado), centralizado e observado o devido espaçamento para separar do início do texto.
5. No alto da folha de entrega deverá constar o cabeçalho, com nome da instituição, do curso, da disciplina, nome da professora e NOME DOS COMPONENTES DO GRUPO.
6. Após o cabeçalho, deverá constar o TEMA SELECIONADO pelo grupo e o TIPO DE ARGUMENTO empregado na dissertação.
7. Cada grupo deverá entregar apenas UMA DISSERTAÇÃO em nome de todos os participantes.
8. As dissertações deverão ser entregues até o dia 12 de junho de 2020.
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