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Antibióticos de parede e membrana celular

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Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 1 
 
Antibióticos de parede e membrana celular 
 
As penicilinas compartilham certas características 
químicas, mecanismo de ação, farmacologia e 
características imunológicas com cefalosporinas, 
monobactâmicos, carbapenêmicos e inibidores 
da β-lactamase. Todos são compostos β-
lactâmicos, assim designados em virtude de seu 
anel lactâmico de quatro membros. 
 
1. Penicilinas (p. ex., penicilina G) – Exibem maior atividade contra microrganismos Gram-positivos, cocos 
Gram-negativos e anaeróbios não produtores de β-lactamase. 
2. Penicilinas antiestafilocócicas (p. ex., nafcilina) – Essas penicilinas mostram-se resistentes às β-lactamases 
estafilocócicas. Exibem atividade contra estafilococos e estreptococos, porém são inativas contra 
enterococos, bactérias anaeróbias e cocos e bastonetes Gram-negativos. 
3. Penicilinas de espectro ampliado (aminopenicilinas e penicilinas antipseudomonas) – Esses fármacos 
conservam o espectro antibacteriano da penicilina e apresentam maior atividade contra microrganismos 
Gram-negativos. Entretanto, à semelhança da penicilina, mostram-se relativamente sensíveis às β-
lactamases. 
À semelhança de todos os antibióticos (ATB) β-lactâmicos, inibem o crescimento das bactérias ao interferir 
na reação de transpeptidação da síntese da parede celular bacteriana. A parede celular é constituída de 
peptidoglicano (mureína ou mucopeptídeo). Esse peptideoglicano é constituído de polímeros de 
polissacarídeos, que contêm aminoaçúcares alternados, N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico, e 
peptídeos. Existe um peptídeo ligado ao ácido N-acetilmurâmico que termina em d-alanil-d-alanina. A 
proteína de ligação da penicilina (PBP) remove a alanina terminal no processo de formação de uma ligação 
cruzada com um peptídeo adjacente. Esse processo 
interrompe a síntese de peptidoglicano, levando 
à morte da célula. 
A resistência às penicilinas e outros β-lactâmicos é 
produzida por um de quatro mecanismos gerais: 
1. Inativação do ATB pela β-lactamase → 
mecanismo mais comum. Algumas β-
lactamases que são produzidas por S. aureus, 
H. influenzae e E. coli, apresentam 
especificidade de substrato relativamente 
estreita, preferindo as penicilinas às 
cefalosporinas. Outras β-lactamases, como a 
https://blog.jaleko.com.br/esbl-kpc-mbl-ampc-e-oxa-voce-sabe-a-diferenca-entre-os-tipos-de-%CE%B2-lactamases/
https://blog.jaleko.com.br/esbl-kpc-mbl-ampc-e-oxa-voce-sabe-a-diferenca-entre-os-tipos-de-%CE%B2-lactamases/
 Medicina UNEB – Turma XIII 
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AmpC produzida pelo grupo PESC (Proteus/ Providencia, Enterobacter, Serratia e Citrobacter), e as 
β-lactamases de espectro ampliado (ESBL), hidrolisam as cefalosporinas e as penicilinas. Os 
carbapenêmicos são muito resistentes à hidrólise pelas penicilinases e cefalosporinases, porém são 
hidrolisados por uma metalo-β-lactamase (principalmente pseudomonas) e por carbapenemases. 
2. Modificação das PBP-alvo →constitui a base da resistência à meticilina nos estafilococos e à 
penicilina nos pneumococos e enterococos. 
3. Penetração reduzida do fármaco até as PBP-alvo → só ocorre nas Gram-negativas, devido à 
membrana externa impermeável. Os ATB β-lactâmicos dependem das porinas para atravessar a 
membrana externa. A ausência do canal apropriado ou a infrarregulação de sua produção podem 
comprometer, de forma acentuada, a entrada do fármaco na célula. A penetração reduzida do 
fármaco por si só não é suficiente para conferir resistência, mas essa barreira pode tornar-se 
importante na presença de uma β-lactamase. 
4. Efluxo do antibiótico → mais comum nos Gram-negativos, 
consiste em componentes proteicos citoplasmáticos e 
periplasmáticos que transportam de maneira eficiente 
alguns ATB β-lactâmicos de volta à membrana externa. 
A absorção após administração oral do fármaco depende, em parte, de sua estabilidade em ácido e da 
ligação às proteínas. A nafcilina não é apropriada para administração oral. A dicloxacilina, a ampicilina e a 
amoxicilina são estáveis em ácido e relativamente bem absorvidas. A absorção da maioria das penicilinas 
por via oral (à exceção da amoxicilina) é afetada pelos alimentos, de modo que esses fármacos devem ser 
administrados pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois das refeições. A administração IV de penicilina G é 
preferida à via IM, devido à irritação e dor local produzidas pela injeção intramuscular de grandes doses. 
A penetração do fármaco no olho, na próstata e no SNC é precária. Todavia, na presença de inflamação 
ativa das meninges, como na meningite bacteriana, pode atingir cepas sensíveis de pneumococos e 
meningococos. A penicilina é excretada pelos rins com rapidez, ao mesmo tempo em que pequenas 
quantidades são excretadas por outras vias, como o escarro e o leite materno. Em casos de insuficiência 
renal, as doses devem ser ajustadas, pois a meia-vida é ampliada. 
PENICILINAs naturais → A penicilina G constitui o fármaco de escolha no tratamento de infecções 
causadas por estreptococos, meningococos, alguns enterococos, pneumococos sensíveis à penicilina, 
estafilococos não produtores de β-lactamase, Treponema pallidium e algumas outras espiroquetas, 
espécies de Clostridium, Actinomyces e outros bastonetes Gram-positivos e microrganismos Gram 
negativos anaeróbios não produtores de β-lactamase, sendo usada para infecções de curso arrastado ou 
para profilaxia. 
 
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Penicilina G procaína é utilizada por adm IM de 12/12h, o que não é muito útil. A penicilina V oral, é 
utlizada de 6/6h. Ambas têm espectro de ação semelhante às outras penicilinas na prática e são pouco 
usadas (têm opções melhores). 
PENICILINAS RESISTENTES À B-LACTAMASE ESTAFILOCÓCICA → Oxacilina, cloxacilina ou dicloxacilina 
(isoxazolil-penicilinas), são apropriadas para o tratamento das infecções estafilocócicas localizadas leves a 
moderadas. Esses fármacos são relativamente estáveis em ácidos e apresentam biodisponibilidade 
razoável, mas o alimento interfere na sua absorção, devendo ser administrados 1 hora antes ou depois das 
refeições. A meticilina, a primeira penicilina antiestafilocócica a ser desenvolvida, não é mais usada 
clinicamente, devido às elevadas taxas de efeitos colaterais. A oxacilina e a nafcilina são consideradas os 
fármacos de escolha para as infecções estafilocócicas sistêmicas. 
 
PENICILINAS DE ESPECTRO AMPLIADO → Esses fármacos apresentam maior atividade do que a penicilina 
contra bactérias Gram-negativas, em virtude de sua maior capacidade de penetrar na membrana externa, 
mas eles são inativados por muitas β-lactamases. Ampicilina e amoxicilina 
(aminopenicilinas-semissintéticas) apresentam espectros de atividade muito 
semelhantes, porém a amoxicilina exibe melhor absorção oral. A amoxicilina é 
administrada por VO no tratamento das infecções do trato urinário, sinusite, otite e 
infecções das vias respiratórias inferiores. 
A ampicilina (mas não a amoxicilina) mostra-se efetiva na shigelose. Em doses de 4 
a 12 g/dia por via IV, mostra-se útil no tratamento de infecções graves causadas por 
microrganismos sensíveis, incluindo anaeróbios, enterococos, L. monocytogenes e 
cepas β-lactamase negativas de cocos e bacilos Gram-negativos, como E. coli, e 
espécies de Salmonella. As cepas de H. influenzae não produtoras de β-lactamase são geralmente 
sensíveis, porém estão surgindo cepas resistentes, devido a alterações das PBP. A ampicilina não é ativa 
contra aeróbios Gram-negativos comumente encontrados em infecções hospitalares (Klebsiella sp., 
Enterobacter sp., P. aeruginosa, Citrobacter sp., Serratia marcescens, Proteus indol-positivos), por estes 
produzirem β-lactamases, que a inativam. 
 
A amoxicilina, em uma 
dosede 250 a 500 mg, 3 
vezes ao dia, equivale à 
mesma quantidade de 
ampicilina, administrada 
4 vezes ao dia. 
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A ticarcilina é uma carboxipenicilina menos ativa do que a ampicilina contra os enterococos. As 
ureidopenicilinas, a piperacilina, a mezlocilina e a azlocilina também são ativas contra bacilos Gram-
negativos selecionados, como Klebsiella pneumoniae. Geralmente, utiliza-se uma penicilina 
antipseudomonas em associação com um aminoglicosídeo ou com uma fluoroquinolona para as infecções 
causadas por pseudomonas fora do trato urinário. 
 
Ampicilina, amoxicilina, ticarcilina e piperacilina também estão disponíveis em associação com um dos 
vários inibidores da β-lactamase. A adição de um inibidor amplia a atividade dessas penicilinas, incluindo 
cepas de S. aureus produtoras de β-lactamase, bem como algumas bactérias Gram-negativas produtoras 
de β-lactamase. 
 
Os efeitos colaterais devem-se, em sua maioria, à ocorrência de hipersensibilidade. Devido ao potencial 
de anafilaxia, a penicilina deve ser administrada com cautela, ou deve-se usar um fármaco substituto se 
houver alguma história de alergia grave à penicilina. Pode-se utilizar também o teste cutâneo de penicilina 
para avaliar a ocorrência de hipersensibilidade tipo 1. Se o teste cutâneo for negativo, pode-se administrar 
penicilina com segurança à maioria dos pacientes. Ampicilina tem sido associada ao desenvolvimento de 
colite pseudomembranosa. Podem ocorrer infecções secundárias, como candidíase vaginal. Ampicilina e 
amoxicilina podem estar associadas a exantemas cutâneos quando prescritas na presença de doenças 
virais, em particular durante a infecção aguda pelo vírus Epstein-Barr. 
β
São o ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam. Assemelham-se às moléculas β-lactâmicas, porém 
exibem ação antibacteriana muito fraca. Tratam-se de potentes inibidores de muitas β-lactamases 
bacterianas, mas não de todas, podendo proteger as penicilinas hidrolisáveis contra a inativação por essas 
enzimas. Os inibidores das β-lactamases são mais ativos contra as da classe A de Ambler, geralmente 
localizadas em plasmídeos (β-lactamases de espectro estreito/penicilinases, de espectro estendido e 
carbapenemases serinas), como aquelas produzidas por estafilococos, H. influenzae, N. gonorrhoeae, 
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Salmonella, Shigella, E. coli e K. pneumoniae. Não são inibidores adequados das 
β-lactamases da classe C, que geralmente são codificadas e induzíveis por 
cromossomos, produzidas por espécies de Enterobacter, Citrobacter, S. 
marcescens e P. aeruginosa. 
Eles estão apenas disponíveis em combinações fixas com penicilinas específicas. 
O espectro bacteriano da associação é determinado pela penicilina, e não pelo 
inibidor da β-lactamase. A associação ampicilina-sulbactam mostra-se ativa contra S. aureus e H. influenzae 
produtores de β-lactamase, mas não contra Serratia, que produz uma β-lactamase que não é inibida pelo 
sulbactam. De forma semelhante, se uma cepa de P. aeruginosa for resistente à piperacilina, também o 
será à associação piperacilina-tazobactam, visto que o tazobactam não inibe a β-lactamase cromossômica 
produzida por P. aeruginosa. 
As cefalosporinas assemelham-se às penicilinas, porém são mais estáveis em relação a muitas β-lactamases 
bacterianas e, portanto, exibem um espectro de atividade mais amplo e possuem meia-vida mais curta. As 
cefalosporinas não são ativas contra L. monocytogenes, e, entre as cefalosporinas disponíveis, apenas a 
ceftarolina exibe alguma atividade contra enterococos. As cefalosporinas são classificadas em quatro 
grandes gerações, dependendo principalmente do espectro de atividade antimicrobiana. 
Cefazolina, cefalotina (via parenteral), cefadroxila, cefalexina (VO), cefalotina, cefapirina e cefradina são as 
representantes. São muito ativas contra cocos Gram-positivos, como estreptococos e estafilococos. Com 
frequência, E. coli, K. pneumoniae e Proteus mirabilis são sensíveis, enquanto se observa pouca atividade 
contra P. aeruginosa, espécies de Proteus indol-positivas, Enterobacter sp., S. marcescens, Citrobacter sp. 
e Acinetobacter sp. 
Farmacocinética → Cefalexina, cefradina e cefadroxila são absorvidas em graus variáveis pelo intestino. 
A cefazolina é a única dessa classe de administração parenteral, podendo ser usado por infusão IV ou IM. 
A excreção ocorre por secreção tubular, e é preciso efetuar um ajuste da dose em caso de 
comprometimento da função renal. 
Usos clínicos → Os fármacos orais podem ser usados para o tratamento das 
infecções do sistema urinário e infecções causadas por estafilococos ou 
estreptococos, inclusive celulite ou abscesso de tecidos moles. A cefazolina penetra 
bem na maioria dos tecidos e é um fármaco de escolha para profilaxia cirúrgica e 
também pode constituir um fármaco de escolha em infecções para as quais ela seja o 
fármaco menos tóxico (p. ex., E. coli ou K. pneumoniae produtoras de penicilinase), 
bem como no caso de indivíduos com infecções estafilocócicas ou estreptocócicas 
com história de alergia à penicilina distinta da hipersensibilidade imediata. 
 
Não se deve confiar nas 
cefalosporinas orais 
para o tratamento das 
infecções sistêmicas 
graves. 
Conseguem inibir as β-
lactamases cromossômicas 
de B. fragilis e M. 
catarrhalis. 
 Medicina UNEB – Turma XIII 
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Os membros das cefalosporinas de 2ª geração incluem cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefuroxima, 
cefprozila, loracarbefe e ceforamida, bem como as cefamicinas estruturalmente relacionadas, cefoxitina, 
cefmetazol e cefotetana, que possuem atividade contra anaeróbios. Em geral, as cefalosporinas de 2ª 
geração mostram-se ativas contra microrganismos inibidos pelas de 1ª geração e proporcionam uma 
cobertura ampliada contra Gram-negativos. À semelhança dos agentes de 1ª geração, nenhum membro 
desse grupo exibe atividade contra enterococos ou P. aeruginosa. 
Farmacocinética → Cefaclor, axetilcefuroxima, cefprozila e loracarbefe podem ser administrados por 
VO. O cefaclor é mais suscetível à hidrólise por β lactamase, em comparação com os outros agentes, por 
isso sua utilidade está diminuída. A administração IM é dolorosa e deve ser evitada. As doses e os intervalos 
entre elas variam, dependendo do agente específico. Todas as cefalosporinas de 2ª geração são 
depuradas pelos rins e exigem um ajuste nas doses na presença de insuficiência renal. 
Usos clínicos → Os fármacos orais mostram-se ativos contra H. influenzae ou Moraxella catarrhalis 
produtores de β-lactamase e têm sido utilizadas sobretudo no tratamento de sinusite, otite e infecções das 
VAI, nas quais esses microrganismos desempenham uma importante função. Em virtude de sua atividade 
contra anaeróbios (inclusive muitas cepas de B. fragilis) cefoxitina, cefotetana ou cefmetazol podem ser 
usados no tratamento de infecções anaeróbias mistas, como peritonite, diverticulite e doença inflamatória 
pélvica. A cefuroxima é usada no tratamento da PAC, em virtude de sua atividade contra H. influenzae e H. 
pneumoniae produtores de β-lactamase e também contra a maioria dos pneumococos. Apesar de a 
cefuroxima atravessar a BHE, é menos efetiva no tratamento da meningite do que ceftriaxona ou 
cefotaxima (3ª geração), por isso, não deve ser usada. 
 
Incluem cefoperazona, cefotaxima, ceftazidima, ceftizoxima, ceftriaxona, cefixima, cefpodoxima proxetila, 
cefdinir, cefditoreno pivoxila, ceftibuteno e moxalactam. 
Atividade antimicrobiana → Em comparação com os de 2ª geração, esses fármacos proporcionam uma 
cobertura mais ampliada contra Gram-negativos, e alguns deles têm a capacidade de atravessara BHE. 
Os fármacos de 3ª geração com frequência são ativos contra Citrobacter, S. marcescens e Providencia. 
Essas cefalosporinas também são efetivas contra cepas de Haemophilus e Neisseria produtoras de 
β-lactamase. A ceftazidima e a cefoperazona são as duas únicas cefalosporinas de terceira geração com 
atividade útil contra P. aeruginosa. À semelhança dos fármacos de segunda geração, essas cefalosporinas 
são hidrolisadas pela β-lactamase AmpC constitutivamente produzida e não apresentam atividade 
confiável contra espécies de Enterobacter. As espécies de Serratia, Providencia e Citrobacter também 
produzem uma cefalosporinase codificada em nível cromossômico que, quando expressa de modo 
constitutivo, confere resistência às cefalosporinas de 3ª geração. 
 Medicina UNEB – Turma XIII 
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Farmacocinética → Penetram bem nos líquidos e tecidos corporais e, à exceção da cefoperazona e de 
todas as cefalosporinas orais, alcançam níveis no LCS suficientes para inibir a maioria dos patógenos 
sensíveis. A excreção de cefoperazona e ceftriaxona ocorre principalmente pelo trato biliar. Os outros 
fármacos são excretados pelo rim e exigem um ajuste da dose em caso de insuficiência renal. 
Usos clínicos → São usadas no tratamento de uma ampla variedade de 
infecções graves causadas por microrganismos resistentes à maioria dos outros 
fármacos. Entretanto, as cepas que expressam β lactamases de espectro 
ampliado não são sensíveis. Ceftriaxona e cefotaxima foram aprovadas para o 
tratamento da meningite, inclusive da meningite causada por pneumococos, 
meningococos, H. influenzae e bastonetes Gram-negativos entéricos sensíveis, 
mas não por L. monocytogenes. Essas duas constituem as cefalosporinas mais 
ativas contra cepas de pneumococos não sensíveis à penicilina, e seu uso é 
recomendado para a terapia empírica de infecções graves que podem ser 
causadas por essas cepas. Outras indicações potenciais incluem a terapia 
empírica da sepse no paciente tanto imunocompetente como imunocomprometido, bem como o 
tratamento de infecções para as quais uma cefalosporina constitui o fármaco menos tóxico disponível. Em 
pacientes imunocomprometidos com neutropenia e febre, a ceftazidima com frequência é usada em 
associação a outros antibióticos. 
 
A principal representante é a cefepima. É mais resistente à hidrólise por β-lactamases cromossômicas 
(p. ex., aquelas produzidas por Enterobacter). Entretanto, à semelhança dos compostos de terceira 
geração, é hidrolisada por β-lactamase de espectro ampliado. Ela apresenta boa atividade contra P. 
aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus e S. pneumoniae. Mostra-se altamente ativa contra Haemophilus 
sp. e Neisseria sp. Penetra bem no LCS e é depurada pelos rins. Suas propriedades farmacocinéticas 
assemelham-se bastante às da ceftazidima, mas ao contrário desta, a cefepima tem boa atividade contra a 
maioria das cepas de estreptococos não sensíveis à penicilina e mostra-se útil no tratamento das infecções 
causadas por Enterobacter. 
 
Deve-se evitar o uso de 
cefalosporinas de 3ª geração no 
tratamento das infecções por 
Enterobacter, mesmo se o 
microrganismo isolado clínico 
for sensível in vitro – devido à 
emergência de resistência. 
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Na atualidade, estão sendo desenvolvidos antibióticos β-lactâmicos com atividade contra estafilococos 
resistentes à meticilina/oxacilina (MRS/ORS). A ceftarolina apresenta uma ligação aumentada à PBP 2a, 
que medeia a resistência à meticilina nos estafilococos, resultando em atividade bactericida contra essas 
cepas. Possui alguma atividade contra enterococos e amplo espectro contra Gram-negativos, à 
semelhança da ceftriaxona. Não é ativa contra AmpC ou microrganismos produtores de β-lactamase de 
espectro ampliado. A ceftarolima está atualmente aprovada para o tratamento de infecções da pele e dos 
tecidos moles e PAC. 
 
Alergia → As cefalosporinas produzem sensibilização e podem causar uma variedade de reações de 
hipersensibilidade idênticas àquelas observadas com as penicilinas, incluindo anafilaxia, febre, 
exantemas cutâneos, nefrite, granulocitopenia e anemia hemolítica. O núcleo químico das cefalosporinas 
difere o suficiente daquele das penicilinas, de modo que muitos indivíduos com história de alergia à 
penicilina toleram as cefalosporinas. De modo geral, a frequência de alergenicidade cruzada entre os dois 
grupos de fármacos é baixa (cerca de 1%). A alergenicidade cruzada parece ser mais comum com as 
penicilinas, as aminopenicilinas e as cefalosporinas mais antigas. Os pacientes com história de anafilaxia 
às penicilinas não devem receber cefalosporinas de 1 ou 2ª gerações, e as 3 e 4ª gerações devem ser 
administradas com cautela, em ambiente monitorado. 
Toxicidade → A irritação local pode produzir dor após injeção IM e tromboflebite após injeção IV. Foi 
demonstrada a ocorrência de toxicidade renal, inclusive nefrite intersticial e necrose tubular. As 
cefalosporinas que contêm um grupo metiltiotetrazol (cefamandol, cefmetazol, cefotetana e 
cefoperazona) podem causar hipoproteinemia e distúrbios hemorrágicos. A administração oral de 
vitamina K1 pode impedir esse problema incomum. Os fármacos com o anel metiltiotetrazol também 
podem causar graves reações do tipo dissulfiram; por isso, deve-se evitar o consumo de álcool e 
medicações que contêm álcool. 
Seu espectro de atividade limita-se a bastonetes Gram-negativos aeróbios 
(inclusive P. aeruginosa) e é muito semelhante aos aminoglicosídeos. O 
aztreonam é o único monobactâmico disponível nos Estados Unidos. Apresenta 
semelhanças estruturais com a ceftazidima, dessa forma, seu espectro contra 
Gram-negativos assemelha-se ao das cefalosporinas de terceira geração. Mostra-
se estável contra muitas β-lactamases, com as notáveis exceções das β-lactamases 
AmpC e de espectro ampliado. O fármaco tem boa penetração no LCS. A meia-
vida é de 1 a 2 horas, sendo acentuadamente prolongada na presença de 
insuficiência renal. 
Diferentemente de outros 
antibióticos β-lactâmicos, 
não apresentam nenhuma 
atividade contra bactérias 
Gram-positivas ou contra 
anaeróbios. 
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Os pacientes alérgicos à penicilina toleram o aztreonam sem qualquer reação. Em certas ocasiões, 
ocorrem exantemas cutâneos e elevações dos níveis séricos das aminotransferases durante a 
administração do aztreonam, porém a ocorrência de toxicidade significativa é incomum. Em pacientes 
com história de anafilaxia à penicilina, o aztreonam pode ser usado para o tratamento de infecções graves, 
como pneumonia, meningite e sepse causada por Gram-negativos sensíveis. 
 
Doripeném, ertapeném, imipeném e meropeném foram aprovados para uso nos EUA. O imipeném, o 
primeiro fármaco dessa classe, exibe amplo espectro, com boa atividade contra numerosos bastonetes 
Gram-negativos, inclusive P. aeruginosa, Gram-positivos e anaeróbios. Mostra-se resistente à maioria das 
β-lactamases, mas não às carbapenemases ou metalo-β-lactamases. 
O imipeném é inativado por desidropeptidases nos túbulos renais, resultando em baixas concentrações 
urinárias. Por conseguinte, é administrado em associação com um inibidor da desidropeptidase renal, a 
cilastatina, para uso clínico. Doripeném e meropeném assemelham-se ao imipeném, porém exibem 
atividade um pouco maior contra aeróbios Gram-negativos e um pouco menor contra Gram-positivos. 
Não sofrem degradação significativa pela desidropeptidase renal e não necessitam de inibidor. Os 
carbapenêmicos penetram adequadamente nos tecidos e líquidos corporais, inclusive no LCS. Eles sofrem 
depuração renal, e a sua dose precisa ser reduzida em pacientescom insuficiência renal. 
Tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis que são resistentes a outros fármacos 
disponíveis, como P. aeruginosa, e de infecções aeróbias e anaeróbias mistas. Os carbapenêmicos são 
ativos contra numerosas cepas de pneumococos resistentes à penicilina, no tratamento de infecções por 
Enterobacter, visto que resistem à destruição pela β-lactamase produzida por esses microrganismos. A 
experiência clínica sugere que os carbapenêmicos constituem o tratamento de escolha para as infecções 
causadas por bactérias Gram-negativas produtoras de β-lactamase de espectro ampliado. O ertapeném 
não é ativo suficiente contra P. aeruginosa, razão pela qual não deve ser um usado no tratamento de 
infecções causadas por esse microrganismo. O imipeném, o meropeném ou o doripeném, com ou sem 
um aminoglicosídeo, podem ser eficazes para o tratamento de pacientes neutropênicos com febre. 
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Os mais comuns dos carbapenêmicos (mais frequentes com o imipeném) consistem em náuseas, vômitos, 
diarreia, exantemas cutâneos e reações no local de infusão. A ocorrência de níveis excessivos de imipeném 
em pacientes com insuficiência renal pode provocar crises convulsivas. O meropeném, o doripeném e o 
ertapeném têm menos tendência a causar convulsões do que o imipeném. Os pacientes alérgicos às 
penicilinas podem ser alérgicos aos carbapenêmicos, porém a incidência de reatividade cruzada é baixa. 
……………………………………………………………………………………………………………………………
É ativa apenas contra bactérias Gram-positivas. Ela inibe a síntese da parede celular por meio de sua 
ligação firme à extremidade terminal d-Ala-d-Ala do peptidoglicano nascente. Essa ligação inibe a 
transglicosilase, impedindo o alongamento do peptidoglicano e a ligação cruzada, ficando este 
enfraquecido, e a célula torna-se suscetível à lise, com danos também à membrana celular. 
 
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A resistência à vancomicina nos enterococos deve-se a uma modificação d-Ala-d-Ala da unidade de 
terminal, em que a d-Ala terminal é substituída por d-lactato. Essa alteração resulta na perda da atividade. 
Esse mecanismo também é observado em cepas de S. aureus resistentes à vancomicina, que adquiriram 
os determinantes de resistência dos enterococos. A vancomicina pode ser sequestrada dentro da parede 
celular pelos alvos falsos e talvez não alcance seu local de ação. 
A vancomicina mata os estafilococos de modo relativamente lento e apenas se as células estiverem em 
divisão ativa; a taxa é inferior à das penicilinas tanto in vitro como in vivo. A vancomicina é sinérgica in vitro 
com a gentamicina e estreptomicina contra cepas de Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis, que 
não exibem altos níveis de resistência aos aminoglicosídeos. Ela também é ativa contra numerosos 
anaeróbios Gram-positivos, incluindo C. difficile. 
É pouco absorvida pelo trato intestinal e administrada apenas por VO para o tratamento da colite causada 
por C. difficile. As doses parenterais devem ser administradas por via IV. O fármaco distribui-se 
amplamente pelo corpo. Se houver inflamação das meninges, são obtidos níveis no LCS de 7 a 30% das 
concentrações séricas simultâneas. Ocorre excreção de 90% do fármaco por filtração glomerular. Na 
presença de insuficiência renal, pode ocorrer acúmulo acentuado de vancomicina. 
As principais indicações da vancomicina parenteral consistem em infecções da corrente sanguínea e 
endocardite causada por estafilococos MR (infecções graves por G+). Todavia, a vancomicina não é tão 
efetiva quanto uma penicilina contra os estafilococos para o tratamento de infecções graves, como 
endocardite causada por cepas MS. Vancomicina em associação com gentamicina constitui um esquema 
alternativo para o tratamento da endocardite enterocócica em pacientes com alergia grave à penicilina. A 
vancomicina (em associação à cefotaxima, ceftriaxona ou rifampicina) também é recomendada para o 
tratamento da meningite suposta ou reconhecidamente causada por uma cepa de pneumococo resistente 
à penicilina. 
 
São observadas reações adversas em cerca de 10% dos casos. As reações são, em sua maioria, 
relativamente menores e reversíveis. A vancomicina é irritante para os tecidos, resultando em flebite 
no local de injeção. Podem ocorrer calafrios e febre. A ototoxicidade é rara, e a nefrotoxicidade, incomum 
com o uso das preparações atuais, mas a sua administração com outro fármaco ototóxico ou nefrotóxico, 
como um aminoglicosídeo, aumenta o risco dessas toxicidades. Entre as reações mais comuns, destaca-
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se a síndrome do “homem vermelho”, uma ruborização relacionada à infusão, causada pela liberação de 
histamina. Pode ser evitada pelo prolongamento do período de infusão para 1 a 2 horas ou por meio de 
pré-tratamento com anti-histamínico, como difenidramina. 
É muito semelhante à vancomicina no seu mecanismo de ação e espectro antibacteriano. Ao contrário da 
vancomicina, pode ser administrada por via IM e IV. Ela apresenta uma meia-vida longa (45 a 70 horas), 
possibilitando a sua administração em dose única por dia. 
 
Pertence ao grupo de lipopeptídeos. Seu espectro de atividade assemelha-se ao da vancomicina, exceto 
pela possibilidade de ser ativa contra cepas de enterococos e S. aureus resistentes à vancomicina (VRSA). 
O mecanismo preciso de ação não está totalmente elucidado, porém sabe-se que ela se liga à membrana 
celular, resultando em despolarização da membrana, com efluxo de potássio e rápida morte celular. 
A daptomicina é depurada pelos rins e em estudos clínicos demonstraram que ela tem eficácia equivalente 
à da vancomicina. Pode causar miopatia, e os níveis de creatina fosfocinase devem ser monitorados 
semanalmente. O surfactante pulmonar antagoniza a daptomicina, razão pela qual não deve ser usada no 
tratamento da pneumonia. A daptomicina também pode causar pneumonite alérgica em pacientes que 
recebem terapia prolongada (mais de duas semanas). Ela constitui uma alternativa efetiva para a 
vancomicina, e o sua função continua sendo estudada. 
 
A fosfomicina trometamol (sal estável) inibe um estágio muito inicial da síntese da parede celular 
bacteriana. Trata-se de um análogo do fosfoenolpiruvato, que não tem nenhuma relação estrutural com 
qualquer outro agente antimicrobiano. A fosfomicina inibe a enzima citoplasmática, a enolpiruvato 
transferase, por meio de sua ligação covalente ao resíduo de cisteína do sítio ativo e por meio do bloqueio 
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da adição do fosfoenolpiruvato à UDP-N-acetilglicosamina. Essa reação constitui a primeira etapa na 
formação do ácido UDP-N-acetilmurâmico, o precursor do ácido N-acetilmurâmico, encontrado apenas 
nas paredes celulares bacterianas. 
Mostra-se ativa contra microrganismos tanto Gram-positivos como Gram-negativos e está aprovada para 
uso em dose única de 3 g no tratamento das infecções não complicadas do trato urinário inferior em 
mulheres, parecendo seguro para uso durante a gravidez. 
Mostra-se ativa microrganismos Gram-positivos. A bacitracina inibe a formação da parede celular ao 
interferir na desfosforilação no ciclo do transportador lipídico, que transfere subunidades de 
peptidoglicano à parede celular em crescimento. Não há resistência cruzada entre a bacitracina e outros 
agentes antimicrobianos. 
Ela é muito nefrotóxica quando administrada por via sistêmica, sendo utilizada apenas topicamente. A 
bacitracina é pouco absorvida. A aplicação tópica resulta em atividade antibacteriana local, semqualquer 
toxicidade sistêmica. A bacitracina, 500 unidades/g em pomada (frequentemente associada com 
polimixina ou neomicina), está indicada para a supressão da flora bacteriana mista em lesões superficiais 
da pele, em feridas ou nas mucosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Katzung, 13ª Ed; Antibioticoterapia, SanarFlix.

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