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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI Engenharia de Alimentos Karine Guimarães Moreira Larissa Tacimara Santos Tatiane Siqueira DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE COOKIES LIGHT ADICIONADO DE POLPA DE ARATICUM Diamantina 2019 Karine Guimarães Moreira Larissa Tacimara Santos Tatiane Siqueira DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE COOKIES LIGHT ADICIONADO DE POLPA DE ARATICUM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do curso. Orientador: Prof. Dr. Marcio Schmiele Diamantina 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 5 2. OBJETIVOS 7 2.3 JUSTIFICATIVA 8 3.2.1. Ingredientes obrigatórios 3.2.1.1. Farinha de Trigo 11 3.2.1.2. Farinha de aveia 11 3.2.1.3. Margarina Culinária 3.2.1.4. Sacarose 12 3.2.2. Ingredientes Opcionais 3.2.2.1. Ovo integral 3.2.2.2. Cloreto de sódio 13 3.2.2.3. Essência de baunilha 13 3.2.2.4. Gotas de chocolate 13 3.2.2.5. Polpa de araticum 3.2.2.6. Fermento químico 14 3.2.2.7. Água 14 3.3. Características físico-químicas 14 3.4. Aditivos 15 3.5. Fluxograma de produção 16 3.6. Descrição detalhada de cada etapa de processo 17 3.6.1. Recepção dos insumos 17 3.6.2. Teste de qualidade da matéria-prima 18 3.6.3. Pesagem 18 3.6.4. Mistura 18 3.6.5. Divisão e modelagem 19 3.6.6. Forneamento 19 3.6.7. Resfriamento 19 3.6.8. Embalagem 19 3.6.9. Armazenamento e expedição 19 3.7. Controle de qualidade 20 3.7.1. Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) 20 3.7.2. Controle de qualidade das matérias-primas 21 3.7.4. Controle de qualidade no produto final 22 3.7.5. Testes nas matérias-primas, ingredientes e aditivos 22 3.7.5.1. Farinha de trigo 22 3.7.5.2. Farinha de aveia 22 3.7.5.3. Margarina culinária 22 3.7.5.4. Polpa de araticum 22 3.7.5.5. Sacarose (açúcar refinado) 3.7.5.6. Sacarose (açúcar mascavo) 23 3.7.5.7. Ovo integral 23 3.7.5.8. Gotas de chocolate 23 3.7.5.9. Cloreto de sódio 23 3.7.5.11. Essência de baunilha 23 3.7.5.12. Ésteres de mono e diglicerídeos de ácidos graxos com ácido tartárico 23 3.7.5.13. Água 3.8. Pesquisa de opinião 25 3.8.1. Resultados da pesquisa de opinião 27 3.9. Caracterização da embalagem e protótipo 5 5.3. Cronograma de processamento diário 27 5.3.1. Capacidade de produção 27 5.3.2. Cálculo da quantidade de matéria prima utilizada por dia 27 5.3.3. Cronograma de processamento diário 28 1. INTRODUÇÃO O biscoito é um produto originário da idade média. No começo, era produzido a partir do forneamento de pães. Posteriormente, a sua produção foi feita com farinha e água, sendo forneados em forno convencional e secos em forno com temperatura mais branda. Na atualidade, a legislação permite que diversos ingredientes sejam adicionados às formulações dos biscoitos, o que proporciona grande variedade de produtos (DUNCAN, 2000). Segundo a legislação brasileira, biscoito é o produto obtido pelo amassamento e cozimento conveniente de massa preparada com farinhas, amidos, féculas, fermentadas ou não e outras substâncias alimentícias (BRASIL, 2005). O Brasil é o quarto maior produtor mundial de biscoitos. A produção brasileira alcançou 1,3 milhão de toneladas em 2018, movimentando aproximadamente de 14,3 bilhões de reais, apenas no mercado nacional (ABIMAPI, 2018). Na atualidade, o biscoito é um alimento consumido mundialmente por todas as classes sociais, sendo que em cada país o produto varia em tamanhos, formas, sabores e texturas (MORAES et al., 2010). Dentre as variedades de biscoitos ganha destaque o cookie que possui grande aceitabilidade por apresentar um sabor agradável ao paladar e atributos como propriedades nutricionais agregadas e alta durabilidade devido ao baixo teor de umidade, que viabiliza uma menor proliferação de micro-organismos (BARROSO et al., 2016). Segundo a ABIMAPI (2018) o consumo de cookies no Brasil movimenta cerca de R$ 730 milhões. O termo cookie originou do holandês Koekje, sendo difundido na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos. A denominação “cookies” é utilizada para massas de aspecto áspero e que comumente apresentam pedaços de ingredientes, principalmente chocolate e castanhas (DUNCAN, 2000). O aumento da procura dos consumidores por produtos mais saudáveis, com a redução do teor de gorduras, açúcares e aditivos, sem que haja prejuízos nas características sensoriais e nutricionais impulsionou a indústria na inserção de produtos que atendam à demanda (BOFF et al., 2013). O araticum (Annona crassiflora) é um fruto oriundo do cerrado pertencente à família das Annonaceae, sendo um dos frutos mais apreciados da região. Com sabor e aroma característicos, o araticum pode ser consumido in natura ou como ingredientes de outros pratos, como sucos, doces, compotas, tortas e sorvete. Segundo Costa (2013) em cada 100 g deste fruto encontra-se, aproximadamente, os seguintes valores: umidade 76,05%, proteínas 1,22%, lipídios 3,83%, carboidratos 12,78%, e resíduo mineral fixo 1,37%. Dos carboidratos as fibras alimentares constituem 4,75% do total; enquanto 29% do resíduo mineral é constituído de cálcio e 0,79% de zinco, o que caracteriza o araticum como um atrativo para uso no desenvolvimento de novos produtos, agregando valor ao fruto do cerrado e ao produto no qual é adicionado. A etapa de planejamento de uma indústria é de suma importância para a verificação da viabilidade de sua implementação, estudo das regiões ideais onde será feita a sua construção, definição de público-alvo, possíveis fornecedores e concorrentes, diretrizes da gestão de qualidade que nortearão o funcionamento da indústria, assim como análise do projeto de engenharia e do projeto financeiro. Portanto, o planejamento da indústria diminui os riscos oriundos de um novo empreendimento. Diante do exposto, o presente trabalho objetivou analisar a viabilidade da implantação de uma indústria de biscoitos tipo cookie light com adição de polpa de araticum, cujo nome será FitCookies. Para tanto, será analisado a possibilidade de sua construção em três cidades distintas, Montes Claros, Sete Lagoas e Diamantina, a fim de escolher a que melhor se adequa aos requisitos necessários. Além do mais, será realizado o estudo do produto e do mercado e a viabilidade econômica, para então concluir haverá êxito na construção da indústria. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Realizar e analisar todas as etapas do planejamento e do projeto de implantação de uma indústria de alimentos para produção de biscoito tipo cookie light com polpa de araticum, verificando a viabilidade de implementação. 2.2. Objetivos específicos · Descrever detalhadamente as matérias-primas e equipamentos necessários à produção do biscoito tipo cookie light com polpa de araticum; · Elaborar a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC); · Realizar um estudo de mercado para traçar o perfil dos potenciais consumidores do biscoito tipo cookie; · Descrever o fluxograma de produção, formulação, parâmetros de processos e controle de qualidade necessários; · Desenvolver a embalagem do biscoito tipo cookie; · Apresentar uma análise locacional para a implantação da indústria em questão; · Realizar o balanço de massa e energia do processo; · Dimensionar os equipamentos necessários à produção do biscoito tipo cookie; · Realizar um estudo de viabilidade econômica da implantação da indústria de biscoito tipo cookie. 2.3 JUSTIFICATIVA O estilo de vida da população atual tem desafiado a indústria alimentícia quanto à elaboração de alimentos com apelo sensorial, nutricional e convencional. O consumidor, cada vez mais exigente, busca produtos industrializados que alinhem qualidade e ao apelo nutricional. Essa tendência tende a crescer nos próximos anos. Em geral, biscoitos são produtos alimentícios práticos, entretanto, sua composição tem o teor de gordura elevado, o que vai emdesencontro com as exigências dos consumidores. A incorporação da polpa de araticum à massa do biscoito tipo cookie, além de substituir parte da gordura convencionalmente adicionada a esta categoria de produtos traz a valorização de um fruto oriundo do Cerrado brasileiro, agregando valor tanto para o , quanto para o araticum. O araticum apresenta sabor e aroma expressivos quando in natura, sendo uma característica de produtos da região do Cerrado, tais características podem não agradar os consumidores. Contudo, a incorporação da polpa ao biscoito tipo cookie tem o sabor e aroma da polpa suavizados devido aos demais ingredientes. Além dos ingredientes, as etapas de processamento suavizam as características marcantes da fruta o que aumenta a abrangência de aceitação do biscoito tipo cookie. Outro fator importante a ser considerado é o local de produção da matéria-prima, o qual deve ser próximo à instalação da indústria; sendo assim, a localização de implantação será decidida baseada na análise locacional que levará em consideração fatores como custo com transporte, valor e disponibilidade de mão de obra. 3. ESTUDO DO PRODUTO 3.1 Definição e classificação do produto e denominação de venda segundo a legislação De acordo com a Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005: Produtos cereais são os produtos obtidos a partir de partes comestíveis de cereais, podendo ser submetidos a processos de maceração, moagem, extração, tratamento térmico e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos; biscoitos ou bolachas são obtidos pela mistura de farinha(s), amido(s) e ou fécula(s) com outros ingredientes, submetidos a processos de amassamento e cocção, fermentados ou não. Podem apresentar cobertura, recheio, formato e textura diversos. Os biscoitos devem ser obtidos, processados, embalados, armazenados, transportados e conservados em condições que não produzam, desenvolvam e ou agreguem substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a saúde do consumidor (BRASIL, 2005). A RDC nº 54 de 12 de novembro de 2012 regulamenta o uso de termos que sugere ou indique que um alimento possui uma ou mais propriedades nutricionais particulares, relativas ao valor energético e o conteúdo de proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e carboidratos, incluindo as fibras alimentares. A denominação light se refere a uma redução de no mínimo 25% de calorias ou algum nutriente específico. É necessário declarar no rótulo da embalagem o grau de redução do nutriente em relação à versão convencional do produto. Além disso, os cookies podem ser adicionados de aditivos, sendo este todo e qualquer ingrediente que não traga aporte nutricional. A funcionalidade deste tipo de componente é de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante as etapas de processamento até o consumidor final, mantendo a qualidade do produto (BRASIL, 1997; GAVA et al., 2008). A utilização de aditivos em alimentos está regulamentada pela Portaria MS 540/1997 da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA) e para produtos de panificação e biscoitos utiliza-se a resolução RES 383/1999 também da Anvisa. De acordo com a ANVISA, na Resolução de Diretoria Colegiada, RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, a denominação de venda de um produto é o nome específico que expressa as características e natureza do alimento. A elaboração da denominação de venda é alinhada ao regulamento técnico do produto, podendo ser acompanhado de expressões consagradas pelo uso. Dessa forma, o produto fabricado pela indústria FitCookies receberá denominação de biscoito tipo cookie light com polpa de araticum. 3.2. Composição do biscoito tipo cookie Para obter as características que determinam a identidade do biscoito tipo cookie, são necessários alguns ingredientes obrigatórios, como: farinha de trigo e de aveia, gordura, ovos, açúcares, além de ser permitido a adição de outros ingredientes, tais como gotas de chocolate, conservantes e emulsificantes. Contudo, a sua produção abrange uma ampla variedade de formulações, das quais podem ser acrescentadas outros ingredientes, como frutas e grãos, dependendo da imposição do fabricante. O biscoito tipo cookie produzido pela FitCookies terá em sua composição: ● Farinha de trigo; ● Farinha de aveia; ● Margarina culinária; ● Ovo integral; ● Sacarose – (Açúcar mascavo); ● Sacarose – (Açúcar refinado); ● Cloreto de sódio; ● Impulsionador de massa (também chamado de fermento químico); ● Ésteres de mono e diglicerídeos de ácidos graxos com ácido tartárico; ● Essência de baunilha; ● Gotas de chocolate; ● Polpa de araticum. Ingredientes obrigatórios Os ingredientes essenciais para um biscoito tipo cookie são as farinhas de trigo e de aveia, gordura e açúcares. Farinha de Trigo A farinha de trigo é a base para quase todo tipo de biscoito, e para o cookie não é diferente. Em sua composição, possui a presença de duas proteínas muito importantes que são a prolamina e glutelina. Quando a farinha é submetida a algum processamento, esta é capaz de formar um composto proteico, denominado rede de glúten, substância muito importante na produção de panificados, sendo responsável por dar força a massa e maleabilidade ao produto final. Além do mais, a farinha de trigo também possui algumas propriedades importantes para biscoitos que é a estruturação e forma (SOUZA, 2018). O uso de uma farinha adequada para a produção de produtos de panificação é primordial, uma vez que as farinhas de trigo apresentam forças de rede de glúten diferentes. Para os biscoitos, em geral se utilizam farinhas fracas, exceto para os biscoitos do tipo cream cracker e cracker (BERTOLINO; BRAGA, 2017; MANLEY, 2000). Farinha de aveia A farinha de aveia é um dos ingredientes utilizados na formulação de biscoitos tipo cookie que, diferente da farinha de trigo, não possui proteínas formadoras da rede de glúten em sua formulação (MANLEY, 2000). No entanto, a aveia é caracterizada como cereal com presença de componentes proteicos capazes de formar a rede viscoelástica do glúten, mas isso é resultado de contaminação cruzada pois o grão apresenta formato semelhante aos demais cereais que podem desenvolver glúten. Sendo utilizada para biscoitos pois fornece características agradáveis como sabor, aparência e textura. A utilização da farinha de aveia é responsável pelo aumento do valor proteico e substituição de gordura, além de ser uma ótima fonte de fibras, principalmente da β-glucana. Devido ao alto teor de fibras, o uso deste ingrediente na produção de biscoitos, fornece ainda algumas vantagens como a retenção de umidade do produto, pois as fibras possuem características hidrofílicas (GUTKOSKI et al., 2009; PEREZ; GERMANI, 2007). Margarina Culinária A margarina culinária é a maior fonte de gordura dos ingredientes presentes na formulação do biscoito tipo cookie. Apesar de trazer alguns malefícios para o organismo se ingeridos com exagero, as gorduras são fundamentais na produção de biscoitos por serem um dos maiores responsáveis pela textura do alimento (MANLEY, 2000). Quando o glúten se forma, a partir da farinha de trigo, é formado uma rede extensível. Contudo, a gordura é capaz de envolver a farinha de trigo impedindo que isto aconteça, resultando em uma substância menos dura e com maior facilidade de se solubilizar na boca (MANLEY, 2000). Sacarose A sacarose é comumente chamada de açúcar. Os açúcares são compostos orgânicos pertencentes aos carboidratos, além de fornecerem um sabor adocicado, são substâncias capazes de modificar e intensificar o sabor, a cor, textura e aparência do biscoito (BERTOLINO; BRAGA, 2017; MANLEY, 2000). O açúcar é um dos ingredientes mais importante utilizado para produção de biscoitos, sendo a sacarose sólida e cristalina a forma mais utilizada na fabricação de alimentos. A utilização desse ingrediente está diretamente relacionada com o fornecimento de doçura, aumento de maciez, contribuição de volume, desenvolvimento da cor da crosta,retenção de umidade e ao acabamento mais atrativo (BERTOLINO; BRAGA, 2017). A granulometria do açúcar influencia diretamente na textura do biscoito. Granulometrias maiores resultam em produtos mais duros, enquanto granulometrias menores contribuem para a maciez do produto final (BERTOLINO; BRAGA, 2017). Para a produção do biscoito tipo cookie é utilizado a sacarose em duas formas, são elas: o açúcar refinado e o açúcar mascavo, sendo considerada a granulometria fina e intermediária, respectivamente. Ingredientes Opcionais Os ingredientes opcionais são utilizados para complementar a formulação, agregando as características físicas e sensoriais desejadas. Ovo integral O ovo mais utilizado para o desenvolvimento de produtos panificados é o ovo de galinha integral, produto muito equilibrado, em se tratando de nutrientes, com alto concentração de proteína, possuindo a gema rica em gorduras e lecitinas. Por possuir estas características, o ovo se torna um ingrediente essencial na produção de biscoitos, além de aprimorar a consistência e o sabor (MANLEY, 2000). Cloreto de sódio O cloreto de sódio é um ingrediente que contribui para o sabor do produto. Além disso, inibe a atividade de leveduras e bolores, sendo um importante contribuinte para estrutura da massa, pois atua no seu desenvolvimento, intervêm na resistência e nas propriedades viscoelásticas da mesma (BERTOLINO; BRAGA, 2017; IGNÁCIO et al., 2013). Essência de baunilha O extrato de baunilha é um composto extraído de flor da orquídea, cujo nome científico é Vanilla planifolia. Contudo, sua produção de forma sintética ganhou um grande destaque por possuírem maior rendimento e preço baixo (MAY, 2010). Esse ingrediente fornece ao biscoito um aroma agradável e atrativo ao consumidor. Gotas de chocolate Uma opção para otimizar a formulação de biscoitos é adição de gotas de chocolate, seja no recheio, cobertura ou como ingrediente da massa. Especialmente para biscoito tipo cookie, as gotas de chocolate caracterizam o produto, pois agregam sabor e aroma característicos que são fatores atrativos, além do mais, provocam uma sensação de saciedade para o consumidor. Polpa de araticum O araticum também conhecido como panã ou marolo, é um fruto característico da região do cerrado que possui atributos interessantes em sua composição. É uma fruta consumida in natura, contudo, nas regiões onde seu cultivo é alto, este fruto tem sido cada vez mais empregado como ingrediente em formulações de produtos como iogurtes, biscoitos e doces (AGUIAR, 2018). Quando processado, o araticum origina uma polpa que possui alta qualidade nutricional, pois é rica em carotenoides, flavonoides, vitaminas e minerais. O aroma característico e sabor agradável torna a polpa muito atrativa ao consumidor (AGUIAR, 2018). De acordo com Aguiar (2018), o araticum apresenta um teor de lipídeos de cerca de 2,4%, sendo apropriado para uma dieta saudável e uma boa opção para ser incrementado nos alimentos. Fermento químico O fermento químico é um composto a base de bicarbonato de sódio. A sua adição à massa, na presença de fonte de calor, produz um gás que provoca aumento no volume e na porosidade da massa. Sendo assim, o fermento químico é de extrema importância, pois auxilia na textura e aparência do produto final (RESENDE, 2007). 3.3. Características físico-químicas A Instrução Normativa RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005 determina os termos técnicos exigidos para qualidade de produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos, no qual está inserido biscoitos tipo cookie. Essa IN, impõem que o produto deve seguir o requisito referente a qualidade da farinha utilizada para a produção do alimento específico. Sendo assim, avalia-se a quantidade máxima de umidade relativa permitida, de acordo com a tabela 1. Tabela 1. Umidade relativa permitida pela RDC nº 263 para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos. Umidade máxima (em g /100 g) Farinhas, amido de cereais e farelos 15,0 % De acordo com estudos realizados por Klein e colaboradores (2015), a umidade de biscoitos tipo cookie produzidos esteve entre 2,8% e 5,9%, resultando em um produto cuja umidade relativa se enquadra nos padrões exigidos pela legislação. Sabe-se que uma umidade elevada para biscoitos não é adequada, pois, interfere negativamente na textura, quesito que é essencial para o produto. A resolução vigente institui que cada etapa do processo de produção (tais, como: obtenção dos insumos, processamento, armazenamento, transportes, embalagens) devem ser efetuadas em condições máximas de higiene para que não se incorporem substâncias físicas indesejáveis que possam causar danos ao produto final, e substâncias químicas e biológicas que possam prejudicar ou colocar em risco a saúde do consumidor (BRASIL, 2005). O índice de espalhabilidade do cookie está diretamente relacionado com a proporção dos líquidos e sólidos presentes na mistura. À medida que a sacarose é dissolvida, ela contribui para a fase líquida da massa. O teor de gordura, assim como a composição dos ácidos graxos presentes na mistura são responsáveis por auxiliar na espalhabilidade do produto. A solução de água e açúcar compete com a gordura pela farinha, isso faz com que a água interaja com as proteínas da farinha e possibilitam que a gordura proporcione maior espalhabilidade ao cookie (ALMEIDA, 2008; MANLEY, 2000). 3.4. Aditivos Os aditivos são classificados como substâncias que podem ser adicionadas na formulação de um produto a fim de aprimorar o mesmo e facilitar o processamento, trazendo benefícios como: maior tempo de prateleira, maior segurança, aperfeiçoar a qualidade dos nutrientes, entre outros (MANLEY, 2000). Podemos citar alguns dos aditivos mais utilizados na indústria de alimentos: ácidos orgânicos, corantes, emulsificantes, gelificantes, antioxidantes, conservantes, aromatizantes e adoçantes artificiais (MANLEY, 2000). Para a produção do biscoito tipo cookie, fornecido pela indústria FitCookies, será utilizado como aditivo o emulsificante lecitina de soja. Emulsificantes são ingredientes adicionados aos alimentos com funções diversas, mas, todas as funcionalidades tem como objetivo de aprimorar a qualidade do produto. Textura, maciez, estabilidade e homogeneidade são parâmetros beneficiados com a adição destes ingredientes (SANTOS; MING; GONÇALVES, 2014). A lecitina de soja possui em sua estrutura molecular uma parte com características hidrofílicas e outra com características hidrofóbicas, isto lhe fornece propriedades de emulsificantes, as quais são utilizadas para biscoitos, em geral (BERTOLINO; BRAGA, 2017). 3.5. Fluxograma de produção O processamento de biscoito tipo cookie é similar ao processamento de biscoitos em geral e está descrito na figura 1. O produto será processado segundo as normas de Boas Práticas de Fabricação-RDC nº 216/04, 15 de setembro de 2004. Figura 1. Fluxograma de processamento de biscoito tipo cookie. Recepção dos insumos Testes de qualidade da matéria-prima Pesagem Mistura Divisão e modelagem Forneamento Resfriamento Embalagem Armazenamento e expedição Fonte: Autores, 2019. 3.6. Descrição detalhada de cada etapa de processo 3.6.1. Recepção dos insumos A recepção das matérias-primas e embalagens ocorrerá em local limpo e higienizado, isolado da área de produção dos cookies. A inspeção da matéria-prima tem como objetivo manter a qualidade dos insumos e, consequentemente, do produto final. As matérias-primas, ingredientes e aditivos utilizados para a fabricação dos cookies são: farinha de trigo, farinha de aveia, margarina culinária, polpa de araticum, açúcar refinado, açúcar mascavo, ovo integral, gotas de chocolate, cloreto de sódio, fermento químico, essência de baunilha e lecitina de soja. A polpa de araticum será recebida congelada (-20ºC). O ovo utilizado será integral, líquido e pasteurizado. Na recepção será verificado, em todas as matérias-primas, o prazo de validade, integridade da embalagem, umidade (no caso dos insumos em pó)e só serão recebidas se apresentarem níveis satisfatórios de condições higiênico-sanitárias. O armazenamento será feito conforme o manual de Boas Práticas de Armazenagem na Indústria de Alimentos (EMBRAPA, 2000). A polpa de araticum será armazenada conforme as diretrizes da Embrapa segundo a qual a temperatura deve ser mantida abaixo de -20 ºC. A margarina culinária será armazenada sob refrigeração (abaixo de 16 ºC), conforme orientação do fornecedor. Os demais insumos serão armazenados ao abrigo da luz e umidade, em local limpo e seco, à temperatura ambiente, sem contato direto com o chão. Teste de qualidade da matéria-prima As matérias-primas, ingredientes e aditivos serão recepcionadas mediante apresentação de laudo emitido pelos fornecedores. A não apresentação do laudo implicará na rejeição dos insumos. Pesagem Todos os ingredientes que serão utilizados no dia de produção serão pesados com o auxílio de balança analítica e/ou de plataforma e acondicionados para a etapa de mistura e amassamento. A formulação será trabalhada em porcentagens tabeladas e disponíveis aos colaboradores. Mistura O processo de mistura em biscoitos tem por objetivo principal homogeneizar os ingredientes para a formação de uma massa uniforme, aerada, e menos densa. Além da dispersão homogênea dos ingredientes e máxima incorporação de ar, ocorre o desenvolvimento da rede de glúten que neste caso deve ser mínimo (BERTOLINO; BRAGA, 2017; CALDWELL et al., 1991). Para o processamento de cookies é comum a utilização de batedeiras planetárias de alta velocidade e baixo tempo de mistura. O processo de mistura é realizado em dois estágios onde faz-se uma pré-mistura de açúcar, gordura água, aditivos etc., e posterior adição das farinhas e fermento químico. Este sistema de dois estágios é também chamado de método creme. No primeiro estágio, o tempo varia de 4 a 10 minutos para a formação do creme. Água, polpa de araticum, margarina culinária, essência de baunilha, açúcar mascavo, açúcar refinado, ovo integral líquido e pasteurizado e lecitina de soja serão misturados de 5 a 10 minutos para a formação da fase creme. Será adicionado então a farinha de aveia, farinha de trigo, cloreto de sódio, fermento químico e gotas de chocolate para a segunda mistura. Divisão e modelagem Após a etapa de mistura a massa será cortada em formato circular com peso aproximado de 11,80 gramas a unidade. Os cookies serão moldados por sistema de deposição sobre esteira não perfurada. Forneamento Após a divisão o cookie será forneado em forno a 150 ºC de 15 a 17 minutos. Durante este processo, a aplicação de calor confere à massa desenvolvimento estrutural, eliminação da umidade e desenvolvimento de cor e sabor. Com o forneamento a massa começa a se estender por ação das gorduras, açúcares e emulsificantes que tem sua viscosidade diminuída. A expansão de ar ocorre a temperaturas superiores a 65 ºC, as quais são responsáveis pelo aumento das dimensões do cookie. Com o aumento da temperatura, a umidade é removida e ocorre a formação da crosta a temperaturas entre 76 ºC e 121 ºC. Reações de formação de aroma e sabor como: a caramelização e a reação de Maillard acontece em temperaturas acima de 150 ºC e 160 ºC respectivamente (BERTOLINO; BRAGA, 2017). Resfriamento Assim que o cookie sai do forno, sua estrutura ainda está mole e com alguma umidade; a estas condições o produto é submetido a etapa de resfriamento antes de ser embalado para que a umidade seja igualmente distribuída em toda a estrutura do biscoito e evite quebras ou trincas (BERTOLINO; BRAGA, 2017). O resfriamento ocorrerá lentamente e em temperatura ambiente sem circulação de ar frio, para que rápidas trocas de calor entre a superfície do cookie e o ambiente não ocorram, impedindo a formação de trincas. Embalagem O produto será embalado à temperatura ambiente em embalagem adequada (100 g). A embalagem primária será composta de papel cartonado e a embalagem secundária de polipropileno biorientado metalizado. Armazenamento e expedição O armazenamento será feito à temperatura ambiente, em local limpo e seco, ao abrigo da luz e umidade, sem contato com o chão. Controle de qualidade Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) O Sistema APPCC foi desenvolvido pela empresa PILLSBURY COMPANY em colaboração com a Agência Espacial Norte Americana (NASA) com objetivo de identificar as possíveis intoxicações alimentares que poderiam acometer os astronautas em suas missões. Com a implantação do APPCC a integridade dos alimentos e assegurar a segurança alimentar dos astronautas (FLISCH, 2016). Segundo a Portaria nº 46 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento- MAPA (1998), as Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) é um sistema de análise que identifica perigos específicos e medidas preventivas para seu controle, objetivando a segurança do alimento e do processo e a garantia da qualidade e integridade econômica. Constitui-se de doze etapas, sendo 5 passos preliminares e 7 princípios do sistema: Princípio 1: Identificação dos perigos associados a cada etapa do processo e definição das medidas de controle; Princípio 2: Identificação dos pontos críticos de controle (PCC); Princípio 3: Estabelecimento dos limites críticos de controle; Princípio 4: Estabelecimento e monitoramento de cada PCC; Princípio 5: Estabelecimento de ações corretivas; Princípio 6: Estabelecimento de procedimentos de verificação; Princípio 7: Estabelecimento de registros de resultados; Passo 1: Formação da equipe do APPCC; Passo 2: Descrição do produto; Passo 3: Destinação do uso; Passo 4: Elaboração do fluxograma de produção; Passo 5: Confirmação do fluxograma. Controle de qualidade das matérias-primas A tabela 2 apresenta o plano APPCC para o recebimento das matérias-primas, ingredientes e aditivos. Controle de qualidade do processamento O processamento do biscoito tipo cookie será realizado obedecendo aos parâmetros estabelecidos no APPCC apresentado na tabela 3. Tabela 2: Análise dos perigos físicos, químicos e biológicos e determinação dos pontos críticos de controle para as matérias-primas, ingredientes, aditivos e coadjuvante de tecnologia. Ingrediente FARINHA DE TRIGO (PC) Perigos F: Presença de corpos estranhos: insetos, metal. Granulometria; Q: Umidade alta; B: Atividade enzimática. Presença de microrganismos (B.cereus, Coliformes, Salmonella sp.). Justificativa F: Falta de controle de qualidade durante o acondicionamento da farinha de trigo na embalagem; Q: Armazenamento inadequado; B: Risco enzimático e microbiológico. Medidas preventivas Adquirir farinha de trigo de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas semestrais. Estocar pelo período máximo de 90 dias. Limite crítico Nenhum corpo estranho. Teor de proteínas: mínimo 7,5% em base seca. Acidez graxa (mg de KOH/100g do produto) máximo 100 mg. Umidade: máxima 15%, umidade. Granulometria: 95% do produto deve passar pela peneira com abertura de malha de 250 µm. (IN 8, 2005, MAPA). B.cereus/g – 3x103 Coliformes a 45ºC/g – 102 Salmonella sp./25g – ausente (RDC 12, 2001, ANVISA). Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente FARINHA DE AVEIA (PC) Perigos F: Presença de corpos estranhos: insetos, metal. Granulometria; Q: Umidade alta; B: Atividade enzimática. Presença de microrganismos (B.cereus, Coliformes, Salmonella sp.). Justificativa F: Falta de controle de qualidade durante o acondicionamento da farinha de aveia na embalagem; Q: Armazenamento inadequado; B: Risco microbiológico. Medidas preventivas Adquirir farinha de trigo de um fornecedor credenciado. Exigência dos laudos que atestem qualidade. Visitas semestrais aos fornecedorese coleta de amostras para análises de qualidade. Estocar pelo período máximo de 90 dias. Limite crítico Nenhum corpo estranho. Umidade: máxima 15%, umidade (RDC 263, 2005, ANVISA). B.cereus/g – 3x103 Coliformes a 45ºC/g – 102 Salmonella sp/25g – ausente (RDC 12, 2001, ANVISA) Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente MARGARINA CULINÁRIA (PC) Perigos F: Presença de metal. Flutuação de temperatura; Q: Lipídeos totais. B: Presença de microrganismos (Coliformes a 45ºC/g). Justificativa F: Falta de controle do processamento. Perda da capacidade tecnológica; Q: Composição; B: Risco microbiológico. Medidas preventivas Adquirir a margarina culinária de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Limite crítico Nenhum objeto estranho. Temperatura não superior à 16°C. Teor máximo de lipídeos 95% (Portaria 372, 1997, MAPA). Coliformes a 45ºC/g – 1 (RDC 12, 2001, ANVISA). Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Matéria-prima POLPA DE ARATICUM (PC) Perigos F: Presença de corpos estranhos: insetos e/ou metal. Perda da qualidade tecnológica, pH alterado, sólidos solúveis, cor, temperatura de recepção e armazenamento. B: Presença de microrganismos (Coliformes, Salmonella sp.). Justificativa F: Falta de controle do processamento. Flutuação na temperatura de transporte, recepção e armazenamento. B: Risco microbiológico. Medidas preventivas Adquirir a polpa de araticum de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas anuais. Limite crítico Nenhum corpo estranho. Coliformes a 45ºC/g – 102 Salmonella sp/25g – ausente (RDC 12, 2001, ANVISA). Sem flutuação de temperatura, embalagens íntegras, prazo de validade: 2 anos, pH: 4,0-5,0, acidez titulável (g de ácido málico/100g): 0,30-0,50, sólidos solúveis/acidez titulável: 30,0-34,0, ácido ascórbico (mg/100g): 4,0-6,0. Monitorização O quê? Como? Quando? Quem? Temperatura; Integridade da embalagem. Termômetros acoplados ao caminhão de transporte, sala de recepção e câmara de refrigeração. Avaliadas visualmente. Sempre que receber a polpa de araticum. Analista de qualidade. Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente SACAROSE - (AÇÚCAR REFINADO) (PC) Perigos F: Presença de sólidos: metais, plásticos e/ou insetos; B: Presença de microrganismos (Coliformes). Justificativa F: Ausência de boas práticas de fabricação na indústria e/ou durante o processamento e transporte. B: Risco de contaminação. Medidas preventivas Adquirir açúcar refinado de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas anuais. Limite crítico Ausência de sujidades. Coliformes a 45ºC/g – 5 (RDC 12, 2001, ANVISA). Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente SACAROSE - (AÇÚCAR MASCAVO) (PC) Perigos F: Presença de sólidos: metais, plásticos e/ou insetos; B: Presença de microrganismos (Coliformes, Salmonella sp.). Justificativa F: Ausência de boas práticas de fabricação na indústria e/ou durante o processamento e transporte. B: Risco de contaminação. Medidas preventivas Adquirir açúcar mascavo de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas anuais. Limite crítico Ausência de sujidades. Coliformes a 45ºC/g – 102 Salmonella sp./25g – ausente (RDC 12, 2001, ANVISA). Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente OVO INTEGRAL (PC) Perigos F: Presença de casca e/ou metal; Q: Composição; B: Presença de microrganismos (Salmonella, Coliformes e Estaf. coag. positiva.). Justificativa F: Ausência de boas práticas de fabricação na indústria e/ou durante o processamento; Q: Características tecnológicas; B: Risco de contaminação. Medidas preventivas Adquirir ovo integral de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas semestrais. Limite crítico Nenhum material estranho. Coliformes a 45ºC/g – 1, Estaf. coag. positiva/mL – 5x10, Salmonella sp./25mL – ausente (RDC 12, 2001, ANVISA). Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente GOTAS DE CHOCOLATE (PC) Perigos F: Perda de textura; B: Presença de microrganismos (Coliformes, Salmonella sp.). Justificativa F: Transporte e armazenamento inadequados. B: Risco de contaminação. Medidas preventivas Adquirir as gotas de chocolate de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Transportar e armazenar em local fresco, arejado e sem exposição à luz. Limite crítico Coliformes a 45ºC/g – 5x103, Salmonella sp./25g – ausente (RDC 12, 2001, ANVISA). Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente CLORETO DE SÓDIO (PC) Perigos F: Objetos estranhos: plástico e metal. Justificativa F: Falta de controle de qualidade durante a produção do cloreto de sódio. Medidas preventivas Adquirir o cloreto de sódio de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas anuais. Limite crítico Nenhum material estranho. Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Coadjuvante de tecnologia FERMENTO QUÍMICO (PC) Perigos F: Objetos estranhos: plástico e metal, integridade embalagem, prazo de validade. B: Presença de microrganismos (Aer.meso.viáveis). Justificativa F: Falta de controle de qualidade durante a produção do fermento químico. B: Risco microbiológico. Medidas preventivas Adquirir o femrento de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas semestrais. Limite crítico Nenhum material estranho. Aer.meso.viáveis/g – 5x102. Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciarse for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Aditivo ESSÊNCIA DE BAUNILHA (PC) Perigos F: Objetos estranhos: plástico e metal. Justificativa F: Falta de controle de qualidade durante a produção da essência de baunilha. Medidas preventivas Adquirir a essência de baunilha de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas semestrais. Limite crítico Nenhum material estranho. Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Aditivo LECITINA DE SOJA (PC) Perigos F: Objetos metálicos. Justificativa F: Falta de controle de qualidade durante a produção do emulsificante. Medidas preventivas Adquirir o emulsificante de um fornecedor credenciado. Verificação do laudo de segurança emitido pelo fornecedor. Visitas semestrais. Limite crítico Nenhum material estranho. Monitorização - Ação corretiva Rejeitar quando estiver fora dos limites críticos, notificar o fornecedor e descredenciar se for o caso. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Verificação durante a produção e no armazenamento, coletas de amostras para análises, inspeção na produção. Ingrediente ÁGUA (PC) Perigos B: Escherichia coli; Q: presença de metais dissolvidos, pH irregular e adição excessiva de cloro; F: Presença de parasitas. Justificativa B, Q, F: Contaminação proveniente do sistema de distribuição. Medidas preventivas Filtração e Higienização regular da caixa d’água. Exigência de laudo de potabilidade emitido pela distribuidora de água. Limite crítico pH entre 6,0 e 9,5, teor máximo de cloro residual livre de 2 mg/L e ausência de coliformes em 100 mL. Monitorização O quê? Como? Quando? Quem? pH, coliformes, cloro residual livre. pHmetro, testes rápidos de detecção de coliformes totais e de cloro Diariamente. Analista de qualidade. Ação corretiva Ajuste do pH e remoção do cloro. Registros Planilhas de controle de recebimento do produto. Verificação Coleta de amostras para realização dos testes. Tabela 3: Análise dos perigos físicos, químicos e biológicos e determinação dos pontos críticos de controle para as etapas de processamento Etapas de processamento PESAGEM (PC) Perigos F: Presença de material estranho: plástico e/ou metal; B: Contaminação microbiológica dos insumos utilizados. Justificativa F: Falta de boas práticas de higiene durante processo de pesagem; B: Falta de higienização de equipamentos utilizados durante a pesagem. Medidas preventivas Aplicação do BPF. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Calibração e manutenção preventiva da balança; treinamento dos colaboradores. Etapas de processamento MISTURA E AMASSAMENTO (PCC) Perigos F: Baixo nível de homogeneização; alto tempo de mistura e amassamento. Justificativa F: Formação de grumos; desenvolvimento da rede glúten. Medidas preventivas Homogeneização eficaz; Controle do tempo de mistura. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Calibração e manutenção preventiva dos equipamentos utilizados; Treinamento dos colaboradores. Etapas de processamento DIVISÃO E MODELAGEM (PC) Perigos F: Irregularidade nas formas e tamanhos dos cookies; Justificativa F: Peso diferente em cada embalagem; Falta de padronização dos biscoitos. Medidas preventivas Pesagem de cada cookie antes da modelagem; Utilização de moldes padronizados. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Inspeção durante a produção Etapas de processamento FORNEAMENTO (PCC) Perigos F: Temperatura abaixo de 65°C ou acima de 121°C; tempo de forneamento. Justificativa F: Produção de cookies fora do ponto ideal. Medidas preventivas Controle do tempo e temperatura dos fornos. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Calibração e manutenção preventiva dos fornos; Treinamento dos colaboradores; Supervisão durante o processo. Etapas de processamento RESFRIAMENTO (PCC) Perigos F: Quebra. Justificativa F: Produção de cookies inadequados para venda. Medidas preventivas Cuidado no momento de retirar os produtos da forma; Resfriamento à temperatura ambiente. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Treinamento dos colaboradores; Supervisão durante o processo. Etapas de processamento EMBALAGEM (PC) Perigos F: Embalagens com defeitos; mau funcionamento da embaladora. B: Contaminação por microrganismos. Justificativa F: Embalagem inadequada para venda; provoca problemas no produto. B: Possível contaminação do produto através da embalagem. Medidas preventivas Verificação da qualidade da embalagem; cuidados durante o processo de empacotamento. Higienização correta das embalagens. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Manutenção preventiva da máquina embaladora; treinamento dos colaboradores. Etapas de processamento ARMAZENAMENTO E EXPEDIÇÃO (PC) Perigos F: Danos causados à embalagem e ao produto; temperatura de armazenamento. Justificativa F: Armazenamento inadequado; quantidade grande de produtos empilhados; Transporte impróprio; danos no produto devido ao calor. Medidas preventivas Atentar-se para a quantidade adequada de produtos empilhados; controle da temperatura do local do armazenamento; cuidado durante o transporte. Registros Planilha de controle da produção do produto. Verificação Controle de temperatura do local de armazenamento. Controle de qualidade no produto final O produto final passará apenas por testes de umidade e só serão comercializados se estiverem de acordo com a umidade máxima permitida pela legislação. Testes nas matérias-primas, ingredientes e aditivos Para fabricação dos biscoitos tipo cookie, as matérias-primas, ingredientes e aditivos serão recepcionadas mediante apresentação de laudo emitido pelos fornecedores. A não apresentação do laudo implicará na rejeição dos insumos. Para cada um dos insumos será exigido testes específicos que deverão ser analisados e os resultados deverão ser mensurados nos laudos. Farinha de trigo Para a recepção da farinha de trigo será exigido um laudo atestando: teor de proteínas: mínimo 7,5% em base seca; acidez graxa (mg de KOH/100g do produto) máximo 100 mg; umidade: máxima 15%; granulometria: 95% do produto deve passar pela peneira com abertura de malha de 250 µm; contagem microbiológica máxima: B.cereus/g – 3x103, Coliformes a 45ºC/g – 102, Salmonella sp./25g – ausente; Farinha de aveia Para a recepção da farinha de aveia será exigido um laudo atestando: nenhum corpo estranho; umidade: máxima 15%; contagem microbiológica máxima: B.cereus/g – 3x103, Coliformes a 45ºC/g – 102, Salmonella sp./25g – ausente. Margarina culinária Para a recepção da margarina culinária será exigido um laudo atestando: ausência de objetos estranhos; temperatura não superior à 16°C; teor máximo de lipídeos 95%; contagem microbiológica máxima: Coliformes a 45ºC/g. Polpa de araticum Para a recepção da polpa de araticum será exigido um laudo atestando: ausência de objetos estranhos; pH: 4,0-5,0, acidez titulável (g de ácido málico/100g): 0,30-0,50, sólidos solúveis/acidez titulável: 30,0-34,0, ácido ascórbico (mg/100g): 4,0-6,0; contagem microbiológica máxima: Coliformes a 45ºC/g – 102 , Salmonella sp/25g – ausente. Sacarose (açúcar refinado) Para a recepção da sacarose (açúcar refinado) será exigido um laudo atestando: ausência de sujidades; contagem microbiológica máxima: Coliformes a 45ºC/g – 5. Sacarose (açúcarmascavo) Para a recepção da sacarose (açúcar mascavo) será exigido um laudo atestando: ausência de sujidades; contagem microbiológica máxima: Coliformes a 45ºC/g – 102, Salmonella sp./25g – ausente Ovo integral Para a recepção do ovo integral será exigido um laudo atestando: ausência de material estranho; contagem microbiológica máxima: Coliformes a 45ºC/g – 1, Estaf. coag. positiva/mL – 5x10, Salmonella sp./25mL – ausente. Gotas de chocolate Para a recepção das gotas de chocolate será exigido um laudo atestando: ausência de material estranho; contagem microbiológica máxima: Coliformes a 45ºC/g – 5x103, Salmonella sp./25g – ausente. Cloreto de sódio Para a recepção do cloreto de sódio será exigido um laudo atestando: ausência de material estranho. Fermento químico Para a recepção do fermento químico será exigido um laudo atestando: ausência de material estranho; contagem microbiológica máxima: Aer.meso.viáveis/g – 5x102.. Essência de baunilha Para a recepção da essência de baunilha será exigido um laudo atestando: ausência de material estranho. Para a recepção do emulsificante será exigido um laudo atestando: ausência de material estranho, especialmente, ausência de materiais metálicos. 3.7. Pesquisa de opinião Foi realizado uma Pesquisa de Opinião Online para definição de alguns parâmetros de identidade dos cookies e da embalagem. A participação foi voluntária, não identificada e de acordo com as normas da CNS510. O propósito da pesquisa online foi abranger um número maior de pessoas, em mais regiões. Para a realização da pesquisa, foi elaborado um questionário para traçar as características do cookie e da embalagem em diferentes regiões do estado de Minas Gerais. O questionário (Figura 2) foi construído na plataforma Google Forms, com 10 perguntas de múltipla escolha e espaço para observações foi disponibilizado em meio online, no dia 29 de abril de 2019. Figura 2. Questionário aplicado na pesquisa de opinião sobre o consumo de cookies e interesse de consumo de cookie light com polpa de araticum. Fonte: Google Forms, 2019. 3.7.1. Resultados da pesquisa de opinião A figura 3, 4, 5 e 6 ilustram os resultados obtidos pelo questionário: Figura 3. Resultados obtidos pela pesquisa de opinião sobre o consumo de cookies light com polpa de araticum. Fonte: Google Forms, 2019. Figura 4. Resultados obtidos pela pesquisa de opinião sobre o consumo de cookies light com polpa de araticum. Fonte: Google Forms, 2019. Figura 5.Resultados obtidos pela pesquisa de opinião sobre o consumo de cookies light com polpa de araticum. Fonte: Google Forms, 2019. Figura 6. Resultados obtidos pela pesquisa de opinião sobre o consumo de cookies light com polpa de araticum. Fonte: Google Forms, 2019. O questionário foi respondido por 156 pessoas. Deste total, 128 consomem biscoitos tipo cookie. 112 pessoas acham necessário conter gotas de chocolate e, destas, 48 pessoas tem preferência pelo chocolate meio amargo. O formato circular foi preferido por 41% das pessoas. Sobre o araticum 51,9% das pessoas conhecem e consomem a fruta; 35,3% conhecem, mas não consomem e 12,8% não conhecem o araticum. Do total de respostas, 85,9% apresentaram interesse em experimentar o cookie light com polpa de araticum. Sobre a embalagem, os parâmetros que mais chamam atenção são: quantidade de produto por embalagem (53,8%), praticidade na abertura (48,1%) e proteção contra quebras (46,2%). Além disso, 53,8% preferem a foto do produto real na embalagem. Das pessoas que se importam com as cores da embalagem, 25,6% acham que as cores deveriam ser amarelas e marrons e, de forma semelhante, 28,8% acham que os tons devem ser brilhantes. Quanto ao conteúdo por embalagem, 61,5% tem preferência por 10 unidades (de 10 gramas cada) por embalagem. A pesquisa de opinião foi utilizada como base para o desenvolvimento da embalagem e acertos na formulação final do cookie. 3.8. Caracterização da embalagem e protótipo De acordo com a Associação Brasileiras de Embalagem (ABRE): A embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena os produtos temporariamente, individualmente ou agrupando unidades, tendo como principal função protegê-lo e estender o seu prazo de vida de prateleira (shelf life), viabilizando sua distribuição, identificação e consumo. A embalagem é um dos principais fatores que interferem na comercialização de um produto, representa o contato inicial com o consumidor. Suas características podem ser utilizadas como vantagens quando comparadas às embalagens com design simples. Uma embalagem bem elaborada e diferenciada reflete ao consumidor uma opinião positiva acerca do conteúdo (ARMSTRONG, 1995). De acordo com a Anvisa, todo material destinado ao contato direto com alimentos e ou bebidas, deve atender às disposições da legislação sanitária de materiais, uma vez que substâncias presentes nestes materiais podem migrar para os alimentos, o que pode representar risco à saúde humana. As embalagens em geral não necessitam de registro junto à Anvisa, mas precisam atender às exigências definidas nos regulamentos técnicos em vigor. Os critérios gerais para embalagens alimentícias são definidos pela RDC nº 91/2001, e é harmonizada entre os países do Mercosul que utiliza como referências regulamentos de embalagens e materiais para contato com alimentos da Comunidade Europeia, da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos e do Instituto Alemão de Avaliação de Risco (BfR). Segundo o Sebrae (2015) em uma pesquisa realizada em 5 países, o consumidor brasileiro é o que mais é influenciado pela embalagem no momento da compra de um produto. A maior parte dos entrevistados (52%) afirmam a extrema importância da embalagem na decisão de compra e 51% afirmam já ter comprado algum produto apenas pela influência da embalagem. A coloração também está ligada com as características do produto vendido, relacionando-se com a finalidade do produto. Segundo Mestriner (2002) a cor é considerada um elemento de comunicação que provoca um estímulo visual. Algumas pesquisas afirmam que as cores utilizadas nas embalagens levam o consumidor a julgamentos tendenciosos sobre a qualidade nutricional dos alimentos. O vermelho é a cor que mais se destaca visualmente e a mais rapidamente visualizada pelos olhos; o amarelo passa a ideia de atenção. As duas cores são geralmente utilizadas em embalagens de alimentos e bebidas de redes de fast-food, já que estimulam o sistema nervoso central, abrindo o apetite e proporcionando sensação de bem-estar. A cor verde é pouco empregada nas embalagens de bolos e biscoitos, uma vez que remete à coloração de bolor. Já o azul, o prata e os tons pastéis é amplamente utilizado em produtos light, já que provocam a sensação de leveza e saúde alimentar (PONTES, 2009; BATTISTELLA et al., 2010). Os biscoitos são produtos que apresentam uma vida útil limitada por fatores como adsorção de umidade, rancidez e/ou danos mecânicos, como quebra e esfarelamento. A escolha da embalagem deve então apresentar principalmente baixa permeabilidade ao vapor d´água, garantindo o controle microbiológico e enzimático, auxiliar na proteção mecânica e, no caso de produtos com alta porcentagem de gorduras, barreira ao oxigênio e a luz (SARANTÓPOULOS et al., 2001). A embalagem escolhida será estruturada por um papel cartão, que se diferencia das folhas pela espessura maior que 300 micrômetros. A gramatura do cartão pode variar de 120 a 700 g/m² e são classificados com base no número de camadas que compõem sua estrutura (monoplex, duplex, triplex, etc.), tipo de pasta de cada camada (branqueada ou não, pasta química, mecânica, virgem ou reciclada) e o tipo de tratamento da superfície. O revestimento deste tipo de embalagem visa reduzir a permeabilidade ao vapor de água, aumentar a barreira à passagem de gordura e umidade, melhorar a aparência (JORGE, 2013). Na embalagem primária do biscoito Fitcookies o papel cartão utilizado será duplex, sendo a camada que entra em contato com o alimento é denominada suporte e a camadaexterna denominada forro. A embalagem secundária será BOPP (bi-axially oriented polypropylene). O fechamento será realizado por termossoldagem. O BOPP não apresenta boa barreira ao oxigênio, mas apresenta baixa taxa de permeabilidade ao vapor d’água; o BOPP metalizado são laminados pelo processo de laminação via seca com o uso de adesivo ou laminação por extrusão de um filme de polietileno de baixa densidade (PEBD) (GUARDALUPE, 2000). A combinação da embalagem primária e secundária protegerá o cookie de quebras, permeabilidade de umidade e de vapor de água. Desta forma, a embalagem desenvolvida para o biscoito tipo cookie baseia-se na implementação de uma embalagem comum à indústria de biscoitos que proteja os cookies de possíveis danos mecânicos e deterioração a curto prazo. A cartela de cores escolhida trará tons pastéis com baixa saturação. Conforme a RDC nº 259 de 20 de setembro de 2002 da ANVISA, a embalagem é definida como "o recipiente, o pacote ou a embalagem destinada a garantir a conservação e facilitar o transporte e manuseio dos alimentos.". As informações contidas na embalagem devem estar escritas no idioma oficial do país onde será consumido com caracteres de tamanho, realce e visibilidade adequados, sem que ocorra prejuízo da existência de textos em outro idioma (BRASIL, 2002). A embalagem para os biscoitos tipo cookie será implementada conforme a RDC nº 26 de 2 de julho de 2015 que fixa normas para a rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares e determina que todas as embalagens possuam a inscrição "Alérgicos: Contém (nome dos alimentos que causam alergias alimentares)", ou "Alérgicos: Contém derivados de (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)" ou ainda "Alérgicos: Contém (nomes comuns de alimentos que causam alergias alimentares) e seus derivados". Em casos onde não é possível garantir a isenção de determinado composto alergênico devido a contaminações cruzadas deve constar no rótulo a declaração "Alérgicos: Pode conter (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)". A declaração de alérgicos deve ser escrita em texto caixa alta, negrito, com coloração contrastante com o fundo do rótulo e a altura mínima de 2 milímetros, nunca inferior à altura de letra utilizada na lista de ingredientes (BRASIL, 2015). No desenvolvimento da embalagem do biscoito tipo cookie todas as legislações vigentes foram atendidas, levando-se em consideração espaços para o nome do produto, peso líquido, ingredientes, conteúdo, fabricante, prazo de validade, tabela nutricional, entre outros dados técnicos obrigatórios pela ANVISA, INMETRO e o Ministério da Agricultura. O protótipo da embalagem do biscoito tipo cookie está apresentado nas figuras 7, 8 e 9. Figura 7. Protótipo da embalagem Fitcookies - Cookies light com polpa de araticum (vista superior). Fonte: Autores, 2019. Figura 8. Protótipo da embalagem FitCookies - Cookies light com polpa de araticum (vista frontal). Fonte: Autores, 2019. Figura 9. Protótipo da embalagem FitCookies - Cookies light com polpa de araticum (vista lateral). Fonte: Autores, 2019. Figura 10. Protótipo da embalagem FitCookies - Cookies light com polpa de araticum (planificação). Fonte: Autores, 2019. 4. ESTUDO DO MERCADO 4.2. Cadeia produtiva Entende-se por cadeia produtiva o caminho que relaciona as matérias-primas necessárias aos componentes de um produto, até que este chegue aos consumidores finais (SEBRAE, 2008). A cadeia produtiva requer pontos distintos para seu desenvolvimento pois é isto que caracteriza o diferencial de cada produto final. Para a produção do biscoito tipo cookie, algumas etapas necessitam ser seguidas a fim de certificar a obtenção de um produto de qualidade. O primeiro passo está relacionado com a escolha das matérias-primas utilizadas, desde o seu cultivo até a sua aplicação na produção (SEBRAE, 2008). Na fabricação do biscoito tipo cookie são utilizadas algumas matérias-primas indispensáveis e que requerem atenção na escolha, como as farinhas de trigo e aveia, ovos, margarina culinária, sacarose (refinada e mascavo), ovo integral, cloreto de sódio, essência de baunilha, gotas de chocolate, polpa de araticum, fermento químico, lecitina de soja e água. Em particular, o fluxograma de produção da polpa de araticum deve ser explícito, por ser um processo de produção à parte da produção do produto final. A próxima etapa é o processo de produção, que envolve a presença de máquinas e equipamentos que são de fundamental importância para a elaboração do produto, e ainda conta com programas de capacitação de integrantes da indústria e assistência técnica à equipamentos e processos (SEBRAE, 2008). Finalmente, o produto tem seu destino final, onde será comercializado em loja própria e também distribuído em supermercados e padarias, podendo atingir o âmbito local, regional e nacional. O esquema abaixo ilustra a cadeia produtiva que se pretende seguir para a produção dos biscoitos tipo cookie produzidos pela indústria FitCookies: Figura 11. Cadeia produtiva de biscoito tipo cookie. Fonte: Adaptado de SEBRAE (2008). 4.3. Segmento de mercado e público alvo Para todo o produto fabricado deve-se determinar o público para o qual este será direcionado, para que então se possa determinar uma estratégia de marketing com objetivo de obter resultados mais satisfatórios quanto às vendas. Sendo assim, o segmento de mercado tem o intuito de escolher o público para o qual o produto será destinado, a partir de pesquisas ou análise do mercado consumidor, onde se torna possível agrupar consumidores com necessidades semelhantes. A partir do momento em que se define o público alvo que o produto deve atingir, têm-se uma base mais segura sobre o perfil dos clientes. O mercado nacional de biscoito é amplo e diversificado, especialmente o biscoito tipo cookie, o qual tem se destacado nesse setor, por ser um alimento que agrada grande quantidade de consumidores. Os biscoitos tipo cookie fornecidos pela empresa FitCookies serão direcionados para toda e qualquer pessoa que queira o consumo de um lanche saboroso e prático, e como possui um teor reduzido de gorduras, é ideal para o consumidor que não dispensa a saudabilidade, a sensorialidade e o prazer na hora das refeições. 4.4. Avaliação de mercado agroindustrial O mercado agroindustrial tem papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões, tanto pelo apoio da renda de subsistência para as famílias cuja única fonte de renda é proveniente da agricultura familiar, quanto pelos empregos derivados da atividade industrial. O mercado agroindustrial tende a utilizar parte dos suprimentos decorrentes da agricultura familiar, o que proporciona que haja agregação de valor (VIEIRA, 1998). 4.5. Fornecedores Os fornecedores para a indústria de cookies de araticum se encontram na tabela 4. Os fornecedores foram selecionados levando em consideração a confiabilidade, assim como o preço e a facilidade de escoamento. Tabela 4. Fornecedores da indústria FitCookies. Matéria-prima Quantidade Preço Fornecedor Localização Farinha de trigo 25 kg R$ 62,43 Nova Safra Contagem - MG 25 kg R$ 53,90 Apoio Entrega Belo Horizonte - MG Farinha de aveia 10 kg R$ 61,24 Mundo Cerealista São Paulo - SP Margarina culinária 15 kg R$ 59,50 Atacado União Forquilhinhas - São José – SC 15 kg R$ 67,34 Nova Safra Contagem - MG Sacarose (açúcar refinado) 25 kg R$ 64,50 Atacado União Forquilhinhas - São José – SC 10 kg R$ 22,1 Nova Safra Contagem - MG Sacarose (açúcar mascavo) 20 kg R$ 150,00 Atacado União Forquilhinhas - São José – SC 1 kg R$ 7,12 Nova Safra Contagem - MG Cloreto de sódio 30 kg R$ 61,75 Atacado União Forquilhinhas - São José – SC 25 kg R$ 20,00 MF Rural São Bernardo do Campo – SP Ovo integral pasteurizado 1 kg R$ 12,65 Atacado União Forquilhinhas - São José – SC 1 L R$ 8,58 Nova Safra Contagem - MG Essência de baunilha 960mL R$ 7,35 Atacado União Forquilhinhas - São José – SC 1 L R$ 11,8 Nova Safra Contagem - MG Gotas de chocolate meio amargo 2,1 kg R$ 40,67 Atacado União Forquilhinhas - São José - SC 10,5 kg R$ 215,00 Maria Chocolates Belo Horizonte - MG Fermento químico 5 kg R$ 44,85 Atacado União Forquilhinhas - São José - SC 2kg R$ 28,17 Nova Safra Contagem - MG Polpa de araticum 1 kg R$ 15,00 Cooperativa Grande Sertão Montes Claros - MG Lecitina de soja 1 kg R$ 13,99 Adicel Belo Horizonte - MG Embalagem 1 kg R$ 14,71 Limer-Cart Limeira - SP Caixas de papelão 15 unidades R$ 45,58 NZB embalagens São Paulo - SP Fonte: Autores, 2019 4.6. Concorrentes Os concorrentes de uma indústria podem ser diretos ou indiretos. No primeiro caso, entram empresas que produzem o mesmo tipo de produto, ou seja, opções iguais às quais o cliente pode se identificar; os concorrentes indiretos, são os produtos que não estão no mesmo segmento, porém são semelhantes à outra empresa (SEBRAE, 2017). Os biscoitos tipo cookie terão como os principais concorrentes diretos cookies integrais, algumas marcas estão explicitadas na tabela 2. Tabela 5. Concorrentes diretos do biscoito tipo cookie light com polpa de araticum. Embalagem Marca Peso (g) Preço (R$) Nesfit 60 2,96 Maizena 120 8,02 Vitao 80 4,39 Bauducco 140 5,99 Marilan 80 2,59 Kobber 65 4,19 Kellogg’s 150 4,09 Fonte: Autores, 2019. Em um cenário cada vez mais competitivos, o biscoito tipo cookie terão como concorrente indiretos, principalmente, biscoitos tipo cookie tradicional. Na tabela 3 estão explicitadas algumas marcas. Tabela 6. Concorrentes indiretos do biscoito tipo cookie light com polpa de araticum. Embalagem Marca Peso (g) Preço (R$) Nestlé 60 2,08 Nestlé 60 2,08 Lacta 80 3,12 Bauducco 100 3,62 Visconti 60 1,97 Garoto 60 1,59 Arcor 175 4,25 Fonte: Autores, 2019. 4.7. Principais potenciais regiões O local determinado para a instalação de uma empresa é um dos fatores mais relevantes na administração da mesma; para que esta decisão seja acertiva faz-se necessária a análise dos fatores que influenciam nos processos empresariais, como o mercado consumidor e mão de obra (SFREDO, 2006). A decisão sobre o local, ou análise locacional de uma empresa deve considerar as instalações da empresa, produtos, insumos, distância dos fornecedores e do público alvo, aspectos econômicos, sociais e políticos, de modo que a importância de todos os aspectos sejam considerados (ALVES, 2012). As regiões consideradas para a implantação da empresa FitCookies neste projeto foram: Diamantina, Montes Claros e Sete Lagoas. Estas regiões foram pensadas por possuírem fatores positivos à implantação da indústria, sendo elas descritas a seguir. Montes Claros apresenta como vantagem a presença da Cooperativa Grande Sertão, local de onde será comprado a polpa de araticum. Na cidade de Diamantina a produção do fruto araticum é alta, tendo a possibilidade de uma futura implementação de uma Cooperativa. Já Sete Lagoas apresenta facilidade de escoamento de produto final e de aquisição de insumos. Estes e outros fatores foram considerados para a análise locacional da empresa FitCookies. 4.7.1. Matérias-primas Visto que a polpa de araticum é a matéria-prima mais perecível e que necessita ser transportada sob congelamento para que não haja perdas na qualidade, este insumo precisa ser fornecido por uma empresa próxima ao local de instalação da FitCookies. Sendo assim, polpa de araticum será fornecida pela Cooperativa Grande Sertão, localizada em Montes Claros-MG. Esta escolha, além de garantir a qualidade da polpa, diminui os custos do transporte. Outro fator importante é a distância do local de implantação da indústria com os moinhos fornecedores da Farinha de trigo. É interessante que esta distância seja a mínima possível. Para os demais ingredientes, que não possuem alta perecibilidade e podem ser transportados de localidades mais distantes e sem necessidade de cadeia de frio, serão escolhidos conforme o menor preço dos insumos. A qualidade destes insumos não poderá variar significativamente entre os fornecedores, devendo atender aos requisitos da legislação, garantindo a qualidade e segurança alimentar dos cookies. 4.7.1.1. Características das regiões As cidades de Diamantina, Montes Claros e Sete Lagoas foram escolhidas com base em fatores que contribuem para a estabilidade e expansão da indústria. Montes Claros apresenta como ponto principal a disponibilidade de uma cooperativa voltada à produção da polpa de araticum. Diamantina, por possuir grande produção e venda do fruto araticum é uma cidade a ser considerada já que a implantação de uma futura cooperativa voltada ao processamento do fruto é uma possibilidade real. A cidade de Sete Lagoas, dentre as três consideradas, é o local onde o escoamento de produto final torna-se mais fácil e a distância com a farinha de trigo é menor. Para que a análise locacional seja realizada com precisão, as características da cidade como a população estimada, IDH e número de universidades no local devem ser consideradas. A tabela 4 apresenta algumas características das cidades consideradas para a implantação da empresa FitCookies. Tabela 7. Características demográficas das cidades: Diamantina, Sete Lagoas e Montes Claros. Diamantina Sete Lagoas Montes Claros População estimada em 2018 47.617 237.287 404.804 Densidade demográfica (hab/km2) 11,79 398,32 101,41 Média salarial dos trabalhadores formais (salários mínimos) 2,8 2,3 2,1 População ocupada (%) 20,2 25,6 24,0228 PIB per capita (R$) 14.812,65 31.042,95 21.943,89 Mortalidade infantil (a cada mil nascidos vivos) 8,37 12,14 9,88 Esgotamento sanitário adequado (%) 76,5 93,9 93,4 IDHM 0,716 0,760 0,77 Menor distância da farinha de trigo 302 km 68,1 km 428 km Proximidade da polpa de araticum 228 km 360 km 0 km Logística de transporte ruim ótima ótima Fonte: IBGE, 2017. Estes fatores foram utilizados para a elaboração da matriz de oportunidades de cada cidade, auxiliando na escolha do local de implantação da empresa. Os moinhos considerados nesta análise locacional foram: Moinho Sete Irmãos (Uberlândia, MG), Panificadora Moinho do trigo (Andradas, MG), Moinho Sul Mineiro (Varginha, MG), Moinho Sul Mineiro S/A (Belo Horizonte, MG), Bunge-Moinho Vera Cruz (Santa Luzia, MG). A proximidade com a polpa de araticum foi considerada apenas a Cooperativa Grande Sertão, situada em Montes Claros, MG. 4.7.1.2. Análise locacional Para este estudo locacional foram consideradas duas teorias de localização industrial: a clássica e a contemporânea. A teoria clássica está relacionada às atividades sociais, econômicas e suas localizações no espaço geográfico. A teoria contemporânea, complementar à clássica, agrega elementos de tempo e espaço e imperfeições na concorrência (PARAVIDINO et al., 2011). A tabela 5 apresenta os fatores escolhidos para determinar a localização da empresa FitCookies, considerando as localidades avaliadas, Diamantina, Montes Claros e Sete Lagoas. Tabela 5. Teorias clássicas e contemporâneas utilizadas na análise locacional da empresa FitCookies. Teoria Clássica Teoria Contemporânea Logística de transporte Médico por habitantes Proximidade da polpa de araticum IDMH Proximidade da farinha de trigo Média salarial População Incentivos Fiscais Fonte: Autores, 2019. A matriz de oportunidades foi elaborada atribuindo-se notas aos fatores da tabela 5 para as 3 potenciais regiões de implantação. A matriz de oportunidades está disposta na tabela 6. As notas atribuídas estão dispostas na tabela 6. Tabela 8. Notas atribuídas aos fatores clássicos e contemporâneos utilizados na análise locacional da empresa FitCookies. Notas 1 Igual importância As duas atividades contribuem igualmente para o objetivo. 3 Importânciapequena de uma sobre a outra A experiência e o juízo favorecem uma atividade em relação à outra. 5 Importância grande ou essencial Uma atividade é muito fortemente favorecida ou o juízo favorece fortemente uma atividade em relação à outra. 7 Importância muito grande ou demonstrada Uma atividade é muito fortemente favorecida em relação à outra. Pode ser demonstrada na prática. 9 Importância absoluta A evidência favorece uma atividade em relação à outra, com o mais alto grau de segurança. 2,4,6,8 Valores intermediários Quando se procura uma condição de compromisso entre duas definições. Fonte: PARAVIDINO et al., 2011. Tabela 9. Matriz de oportunidades para a análise locacional da empresa FitCookies. Fator Cidades Diamantina Montes Claros Sete Lagoas Logística de transporte 5 6 5 Proximidade da polpa de araticum 2 7 3 Proximidade da farinha de trigo 5 2 3 População 1 9 1 Médico por habitantes 5 9 9 IDMH 2 9 4 Média Salarial 4 2 9 TOTAL 3,25 6,375 4,875 Fonte: Autores, 2019. Diante da análise locacional a Empresa FitCookies será implantada na cidade de Montes Claros, Minas Gerais, que apresenta as melhores condições de implantação dentre as variáveis analisadas. A cidade de Montes Claros pertence ao Norte de Minas Gerais e, segundo a Prefeitura da cidade, é considerada polo de desenvolvimento exercendo notória influência sobre as demais cidades da região e do sul da Bahia. Desempenha um importante papel como centro urbano comercial, industrial e de prestação de serviços. A figura 12 indica a localização da cidade de Montes Claros no estado de Minas Gerais. O município de Montes Claros dispõe de 144 escolas de ensino fundamental e 45 de ensino médio. Quanto ao ensino superior, as universidades e faculdades atuantes na cidade oferecem em torno de 50 cursos de graduação, além de pós-graduação e mestrado, em que estudam aproximadamente 30 mil universitários (PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS, 2010). Figura 12. Cidade de Montes Claros no estado de Minas Gerais. Fonte: IBGE cidades, 2010. Com localização geográfica privilegiada, a cidade de Montes Claros é considerada o segundo maior entroncamento rodoviário nacional, dispondo, para escoamento de produção, das rodovias, como as BRs 135, 365, 251 e 122. A economia, originalmente voltada para a agricultura e pecuária, sofreu transformações que fez com que grandes indústrias do contexto nacional e internacional se estabelecessem no município, a exemplo do que fizeram as empresas Coteminas, Elster Medição de Água S.A, Lafarge, Nestlé, Novo Nordisk e Vallée S.A. Diante do exposto, a cidade de Montes Claros-MG sediará as instalações da empresa FitCookies já que apresenta privilégios quanto aos fatores considerados mais importantes à empresa. 5. PROJETO DE ENGENHARIA 5.1. Diagrama pictorial detalhando todo o fluxograma de produção (com todos os parâmetros do processo inclusos) A Figura 13, ilustrada abaixo, apresenta o diagrama pictorial do biscoito tipo cookie para melhor visualização das etapas referentes aos balanços de massa e energia: Figura 13. Diagrama pictorial do processamento de biscoito tipo cookie. Fonte: Autores, 2019. 5.2. Descrição das etapas do processo 5.2.1. Recepção Os ingredientes serão recepcionados e armazenados adequadamente em locais que conservem suas características e assegurem o controle microbiológico. Os ingredientes secos como a farinha de trigo, aveia e os açúcares serão armazenados sobre pallets, em local limpo, arejado, seco e fora do alcance da luz. A margarina, gotas de chocolate, emulsificante (lecitina de soja), cloreto de sódio (sal), fermento químico e a essência de baunilha serão armazenados a temperatura ambiente, local limpo, arejado, seco e fora do alcance da luz. A polpa de araticum será armazenada em caixas de papelão contendo quinze embalagens de um quilograma. As caixas serão armazenadas sobre pallets à temperatura de -20°C, em uma câmara fria. Como o araticum é uma fruta sazonal, a produção e comercialização da polpa se restringe ao período de janeiro a abril, desta forma, a polpa de araticum será recebida duas vezes ao ano, em janeiro e em abril. Os demais ingredientes serão recebidos uma vez ao mês, ou conforme a necessidade da empresa. 5.2.2. Descongelamento Para a produção do biscoito tipo cookie light com polpa de araticum, será necessária a utilização da polpa descongelada, para isso é fundamental essa etapa. Toda a polpa de araticum utilizada na produção do dia seguinte será transferida para a câmara de descongelamento, no final do turno. 5.2.3. Pesagem A etapa de pesagem será realizada através de uma balança. Para cada batelada, será pesado os valores dispostos na Tabela 01. Nesta etapa, ocorre perda aproximada de 0,06% em relação ao peso de cada ingrediente. 5.2.4. Mistura A mistura dos ingredientes será realizada em duas etapas, ambas em batedeira industrial. Na primeira etapa, será feita a mistura por cerca de 5 a 10 minutos dos seguintes ingredientes: margarina culinária, polpa de araticum, açúcar refinado, açúcar mascavo, ovo integral, essência de baunilha e lecitina de soja, formando a fase creme. Em seguida, é adicionado ao creme o restante dos ingredientes: farinha de trigo, farinha de aveia, cloreto de sódio, fermento químico e as gotas de chocolate, os quais serão homogeneizados por 5 minutos. Para a etapa de mistura ocorrerá, no final da última batelada, a perda de massa devido ao encrustamento na batedeira, essa perda equivale a 0,1% da massa. 5.2.5. Divisão e modelagem A divisão e modelagem será feita por máquina pingadora para assegurar que todos os biscoitos tipo cookie produzidos sigam o mesmo padrão de tamanho e peso. Nesta etapa as perdas serão desconsideradas, uma vez que as perdas se concentram apenas na última batelada de cada dia de produção. 5.2.6. Forneamento Na etapa de forneamento, a massa já moldada será colocada no forno para completar o processo de produção. As perdas desta etapa foram obtidas experimentalmente, aproximando-se de 19,68% devido à perda de umidade presente ocasionada pela evaporação da água. 5.2.7. Resfriamento O resfriamento será realizado à temperatura ambiente, por 20 minutos para evitar trincas nos biscoitos, haverá perdas aproximadas de 0,06% devido à evaporação. 5.2.8. Embalagem A embalagem será realizada por equipamento adequado para tal função, sendo as perdas consideradas 0,1% por possível quebra ou esfarelamento dos cookies. A embalagem terá 10 cookies de 10g cada. A embalagem secundária será de caixa de papelão contendo 30 embalagens primárias. 5.2.9. Armazenamento e expedição As caixas de papelão contendo as embalagens dos biscoitos tipo cookies serão armazenadas sob pallets e expedidos conforme necessário. 5.3. Cronograma de processamento diário 5.3.1. Capacidade de produção A capacidade anual de produção da FitCookies foi calculada levando-se em consideração: · Produção diária estimada em 290 kg de cookie por dia; · 1 batelada por hora, sendo 6 bateladas ao dia; · Ano com 215 dias de operação. Desta forma, a produção anual é estimada pela equação 01: (01) 5.3.2. Cálculo da quantidade de matéria prima utilizada por dia A quantidade de matérias prima necessárias para a produção de cada batelada foram calculadas de acordo com a formulação da Tabela 01, descrita abaixo: Tabela 10. Ingredientes para a produção de cookies. Ingredientes (Kg/batelada) (Kg/dia) Formulação (%) Farinha de trigo 15,89 95,36 26,4 Farinha de aveia 9,63 57,79 16 Margarina culinária 5,48 32,87 9,1 Polpa de araticum 5,48 32,87 9,1 Açúcar refinado 6,32 37,93 10,5 Açúcar mascavo 6,32 37,93 10,5 Ovo integral 4,15 24,92 6,9 Gotas de chocolate 5,90 35,40 9,8 Cloreto de sódio 0,06 0,36 0,1 Fermento químico 0,54 3,25 0,9 Essência de Baunilha 0,36 2,17 0,6 Lecitina de soja 0,06 0,36 0,1 TOTAL 60,203 Kg/batelada 361,218
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