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Letícia Soares del Rio – T6 CONTRAÇÃO UTERINA Útero é constituído quase exclusivamente por fibras musculares → contração Primeiros meses são pouco frequentes, porém de grande intensidade, devido à grande espessura da parede Com a evolução da gestação, as contrações se tornam de pequena quantidade e intensidade No parto, há aumento da pressão interior no útero para distender o segmento inferior, dilatar o colo, expulsar o feto e diminuir o sangramento no puerpério Causas da contração: Fatores hormonais = estrógeno, progesterona, adrenalina Fatores mecânicos = distensão da parede uterina Fatores orgânicos = estrutura da fibra muscular, eletrólitos Unidades contrateis: Fibras musculares – proteínas • Actina = mais delgados, banda I, deslizam sobre miosina • Miosina = mais grossos, banda A, não se encurtam Energia provém principalmente do ATP e fosfato de creatinina Atividades elétricas: número dos estímulos e sua intensidade seriam responsáveis pela duração e intensidade da contração (Na, K, Cl) Hormônios: - Ocitocina: mais poderosa, ação estimuladora – intensidade, frequência e duração - Prostaglandinas E2 e F2alfa: aumentadas no LA e plasma nas mulheres em parto e abortos espontâneos. Eleva o limiar de excitabilidade da fibra miometrial e aumenta a permeabilidade da membrana celular aumentando Ca intracelular Contração uterina: Cadeia leve de miosina cadeia leve de miosina fosforilada miosina actina fosforilada ATP → ADP Contração de Braxton Hicks • Raras até a 28ª semana, mais frequente a partir da 30ª semana • Indolores – massagem intrauterina para o feto • Aumentam gradativamente para ocorrer a distensão do segmento inferior e encurtamento do canal cervical Trabalho de parto: Fase ativa: 2-3 contrações em 10 min Período expulsivo: 5 em 10 min Determinado pelas fibras musculares Tríplice gradiente descendente – de cima pra baixo, mais intensa no corpo e fundo uterino do que no segmento uterino, mais duradoura na região fúndica Avaliação da intensidade: Leve (bola de borracha) = partes fetais facilmente identificadas Moderada (bola de tênis) = percebe-se as partes fetais Intensa (tábua) = não se identificam partes fetais Cinase ativada por Ca Actina No puerpério: Contração indolor Começam depois da dequitação (saída da placenta) Miotamponamento: globo de segurança de Pinard 12h: 1 contração em 10 min Amamentação -> também faz com que tenha contração uterina, pela libração de ocitocina DETERMINISMO Amadurecimento cervical: Semanas antes das contrações Colagenólise + franca resposta inflamatória (macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, IL-8, PG) Fases de atividade uterina: ➢ Fase 0 – relaxamento Progesterona e comunicação materno fetal Progesterona: essencial para manutenção da gravidez. Atua principalmente na decídua, inibindo a produção/liberação de prostaglandinas Estrógeno: aumenta a síntese de prostaglandinas O feto através do sistema de comunicação parácrine, impede a produção e/ou liberação de substâncias bioativas que desencadeiam trabalho de parto ➢ Fase 1 – preparação Uterotoninas: agentes biológicos que se formam no interior do útero, exceto a ocitocina. No início ficam concentrados no LA GAPS (falhas juncionais): expansões plasmáticas das miocélulas, facilitando as trocas metabólicas entre as céls do miométrio Estradiol acelera e progesterona retarda sua formação Receptores da ocitocina: aumento no miométrio, níveis de ocitocina só aumentam na fase acelerada de dilatação e período expulsivo Esvaecimento cervical: quebra e redisposição das fibras de colágeno e redistribuição de glicoaminoglicanos. PGE2 determinam o esvaecimento cervical PGE2: origem no âmnio e cório Estímulo para o aumento da produção vem da urina fetal (fator de crescimento epidérmico e fator de crescimento derivado do rim) ➢ Fase II – trabalho de parto ativo Uterotoninas: prostaglandinas, ocitocina, fator de ativação plaquetária, endotelina-1, lipídeos, citocinas (interleucinas) e endotelina -> produzidos pelas céls deciduais ou fagócitos que invadem a bolsa d´água Teoria da ocitocina: Concentração máxima na 36ª sem Aumenta no final do trabalho de parto Antes do parto: aumento de receptores miometriais de ocitocina Circulação sanguínea – ocitocinase Teoria da gangorra: Estiramento miometrial progressivo Inativação pela progesterona Não há queda da progesterona até o parto Modificação de receptores de progesterona Teoria fetal: Não há aumento de cortisol, não existe queda da progesterona antes do trabalho de parto Modificações locais da membrana MF do SNC atrasam o parto Resumo da contratilidade miometrial: Contração depende da interação de actina-miosina Interação actina-miosina é controlada pela fosforilação da cadeia leve da miosina, depende da quinase, que é ativada quando associada à calmodulina Complexo da cadeia leve de miosina – calmodulina, necessita de Ca (reservado no retículo sarcoplasmático) Movimentação do Ca depende do processo enzimático mediado pelo ATP EVOLUÇÃO CLÍNICA DO PARTO Parto = expulsão fetal, caracterizando o ato de parir Trabalho de parto: Contrações uterinas que produzem a dilatação da cérvice, forçando a passagem do feto pelo canal de parto 2-5 contrações em 10 min que duram aproximadamente 40 segundos (30-90) e causam modificação do colo uterino As características das contrações (frequência, intensidade e duração) não podem ser usadas como medida de progressão no trabalho de parto, nem como índice de normalidade Evolução: Contração de Braxton Hicks Deflagração do trabalho de parto Trabalho de parto • Quiescência (fase 0) – na gestação • Latência (fase 1) – trabalho de parto • Ativa (fase 2) – trabalho de parto e parto • Involução (fase 3) – pós-parto ❖ Quiescência Desde a implantação do zigoto Ausência de contração uterina Sem dilatação e esvaecimento cervical Baixa quantidade de receptores de ocitocina miometriais ❖ Latência Preparação uterina para o parto Determinismo Amadurecimento cervical Descida fetal – barriga desceu Braxton Hicks Fase da ativação ❖ Fase ativa Trabalho de parto ativo Dilatação e esvaecimento cervical progressivo 3 períodos: 1- Dilatação Contrações dolorosas Modificação cervical até dilatação completa (10 cm) Curva de Friedman - Fase latente: 8h – dilatação 0,35 cm/h; prolongada (> 20h na primípara e 14h na multípara) - Fase ativa: 4cm – primípara 6h (1,2cm/h), multípara 3h (1,5cm/h) 2- Expulsão Dilatação cervical completa – saída do feto Fenômenos mecânicos do parto Variável – primíparas 60 min, multípara 30 min Prolongado – primípara 2-3h, multípara 1-2h 3- Dequitação Contração uterina 10 a 60 min -> NÃO PUXAR A PLACENTA, ela sai sozinha Complicação: retenção placentária 2 formas • Baudelocque Duncan -> primeiro vem a face placentária, depois a membranosa (materna, rugosa) • Baudelocque Schultze -> face membranosa, depois a placentária ❖ Fase da involução (período de Greenberg – 4º período) Puerpério, retorno do estado pré gravídico 1 hora Contração fixa = miotamponamento Globo de Pinard Estabilização dos sinais maternos e hemostasia Complicação: hemorragia pós-parto
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