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Partilha de casa construída pelo casal no terreno dos sogros?

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ROTEIRO 
 
 
Apresentação: Nosso grupo ficou incumbido de responder à pergunta 
designada a nós, sendo esta, “se partilha casa construída pelo casal no terreno 
dos sogros, se sim como?”, ou seja, existe a possibilidade de partilha quando a 
casa construída pelo casal está no terreno dos sogros? Fundamentaremos a 
cada questionamento levantado nesta hipótese, e esclareceremos que não há 
essa possibilidade de partilha. 
 
Crysthal de Castro: 
Respondendo a tal questionamento, inicio afirmando que a construção da 
casa do casal, que se incorpora ao terreno que já pertencia a uma pessoa, no 
caso, o sogro ou sogra, não pode o imóvel como um todo ser partilhado. O que 
será partilhado são os direitos decorrentes da construção, ou seja, os valores 
gastos com a edificação, o que está previsto claramente no Artigo 1.255, do 
Código Civil. 
Há com frequência dúvidas decorrentes da partilha de bens, e sobre a 
possibilidade do direito sobre construções no terreno de terceiros, como a 
situação em tela em que o casal construí uma casa na propriedade da família de 
um dos cônjuges. E fica a questão de como partilhar este bem em comum. No 
contexto familiar brasileiro é uma situação bem comum, onde os pais permitem 
que seus filhos construam casas em seus terrenos, sem pensar na possibilidade 
da partilha de um bem que está dentro da sua propriedade. 
 Insta ressaltar que segundo o art. 1.253. do CC " Toda construção ou 
plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua 
custa, até que se prove o contrário." Por isso, a fim de aclarar os direitos e 
obrigações advindos desta situação jurídica, foi incluído no Código Civil, em 
2017, o denominado “Direito de Laje”, que possibilita uma melhor aplicação nos 
casos da partilha decorrente da dissolução do casamento, ou da união estável. 
 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS 
CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
Christie Wingler: 
Feita a explanação inicial, retomo quanto aos direitos impostos em lei. 
Embora a meação dos direitos e deveres dos cônjuges e companheiros encontre 
amparo em nosso ordenamento jurídico, na prática não poderá ser partilhada um 
bem acessório em terreno que pertence a terceiros, no caso, aos sogros. 
Contudo, a Lei permite o ressarcimento das despesas havidas com a construção, 
de modo a impedir o enriquecimento ilícito, do titular do imóvel, como uma forma 
de indenizar pelos gastos. A Lei resguarda aquele que ergueu a edificação desde 
que feita com a autorização do proprietário do terreno, configurada aí a sua boa-
fé, nos termos legais. 
 Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, as questões 
relativas à partilha de direitos e benfeitorias realizadas em imóvel de terceiros 
não poderão ser analisadas sem que que os proprietários ou seus herdeiros 
sejam chamados a integrar o processo, haja vista a possibilidade de que seus 
interesses sejam afetados pela decisão judicial, havendo, ainda, a possibilidade 
de discussão, da matéria, em ação autônoma. 
 
Raquel Sousa: 
Quanto a onerosidade, ressarcimento, e legal indenização, conforme 
prevê a lei, entende-se para este fim, que todos os bens adquiridos 
onerosamente durante a constância de uma união estável ou do casamento sob 
o regime da comunhão parcial são considerados frutos do esforço comum, 
pertencendo, assim, a ambos os conviventes ou cônjuges, em partes iguais. 
 Ainda que o regime seja de separação de bens, o ex-cônjuge ou ex-
companheiro que contribuiu financeiramente para a construção da residência da 
família durante a relação conjugal, poderá requerer, judicialmente, uma 
indenização pelos valores pagos proporcionalmente com a comprovação dos 
gastos que tenha realizado. Contudo, a mera alegação do cônjuge que se sentir 
prejudicado, não é suficiente para que este seja merecedor de uma indenização 
face ao imóvel construído, sendo necessária a comprovação das contribuições 
financeiras para a edificação do imóvel. 
 
 
Brenno da Silva: 
No Código Civil, visto estão, fica estabelecido, em seu Artigo 1.255 que 
“aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do 
proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá 
direito a indenização”. Desta forma, o artigo prevê que o proprietário que 
automaticamente adquire o direito sobre as construções realizadas por terceiros 
em seu terreno, enquanto que o ex-cônjuge ou ex-companheiro que construí no 
terreno dos sogros, poderá ter direito a uma indenização, desde que tenha agido 
de boa-fé, ou seja, que a construção da moradia tenha ocorrido com a permissão 
do proprietário do terreno. Assim, resguardada a boa-fé e a efetiva comprovação 
dos gastos realizados, a partilha é legalmente possível, independentemente de 
qualquer circunstância que aflore a referida situação de dissolução. 
 
Raphaella Lima: 
No que tange a uma ação referente ao tema, a Quarta Turma do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela exclusão da condenação dos pais do ex-
companheiro (proprietários do terreno onde foi construída a casa), já que a 
obrigação de indenizar é daquele que tem a obrigação de partilhar o bem. 
Ressaltando que poderá se pleitear em ação autônoma algum tipo de 
indenização frente aos proprietários do terreno pela acessão, mas tal pretensão 
não é vinculada ao recurso discutido, que versa somente sobre a partilha de 
bens do casal. Ainda segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, 
ainda que não tenha havido a aquisição da propriedade da construção edificada 
no terreno dos sogros, o ex-companheiro terá direito à indenização por parte 
daquele que permanecer na posse do imóvel. 
 
Fabiana Couto de Mello: 
Sintetizando, para finalizar, os sogros continuaram como proprietários do 
terreno, e o casal que investiu na edificação do imóvel, sem se quer regularizar 
a situação, na constância do casamento. Quando chega na fase de dissolução 
e partilha, acaba por consequência perdendo o direito sobre a construção 
realizada, sendo parte indenizada pelos gastos comprovados, e a outra parte 
acaba ficando com o imóvel, como é de direito, pelos pais. 
 
Bibliografia: 
 
https://jus.com.br/artigos/86895/a-partilha-da-casa-construida-no-terreno-dos-
sogros 
 
https://ferreiramoiaadvocacia.jusbrasil.com.br/artigos/532709064/morou-junto-
e-construiu-uma-casinha-no-terreno-do-sogro-separou-tem-direito 
 
https://basilenassin.jusbrasil.com.br/artigos/1103792571/construi-minha-casa-
no-terreno-do-meu-sogro-e-agora 
 
 
 
 
https://jus.com.br/artigos/86895/a-partilha-da-casa-construida-no-terreno-dos-sogros
https://jus.com.br/artigos/86895/a-partilha-da-casa-construida-no-terreno-dos-sogros
https://ferreiramoiaadvocacia.jusbrasil.com.br/artigos/532709064/morou-junto-e-construiu-uma-casinha-no-terreno-do-sogro-separou-tem-direito
https://ferreiramoiaadvocacia.jusbrasil.com.br/artigos/532709064/morou-junto-e-construiu-uma-casinha-no-terreno-do-sogro-separou-tem-direito
https://basilenassin.jusbrasil.com.br/artigos/1103792571/construi-minha-casa-no-terreno-do-meu-sogro-e-agora
https://basilenassin.jusbrasil.com.br/artigos/1103792571/construi-minha-casa-no-terreno-do-meu-sogro-e-agora

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