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Psicodiagnóstico Contextualização É uma avaliação psicológica (avaliação clinica), feita com propósitos clínicos e, portanto, não abrange todos os modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais. Visando identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não de psicopatologia. Derivou da psicologia clinica, introduzida por Lighter Witmer em 1896. As principais contribuições foram dadas por Galton, que introduziu o estudo das diferenças individuais, de Cattell, a quem se devem as primeiras provas, designadas como testes mentais, e de Binet, que propôs a utilização do exame psicológico (por meio de medidas intelectuais) como coadjuvante da avaliação pedagógica. Por tais razões, a esses três autores é atribuída a paternidade do psicodiagnóstico A diferença entre psicometrista e o psicólogo clinico é que o primeiro tende a valorizar os aspectos técnicos da testagem, enquanto, no psicodiagnóstico, há a utilização de testes e de outras estratégias, para avaliar um sujeito de forma sistemática, cientifica, orientada para a resolução de problemas. O psicometrista utiliza testes para obter dados e em sua abordagem o produto final é muitas vezes uma serie de traços ou descrições de capacidades. Essas descrições tipicamente não estão relacionadas com o contexto total da pessoa e nem se voltam para os problemas singulares que ela possa estar enfrentando. Mesmo no período entre as duas grandes guerras, a classificação das doenças mentais pressupunha uma hierarquia, conforme o modelo médico, em grandes classes: transtornos mentais orgânicos, psicoses, neuroses, transtorno de personalidade e estados reativos/transitórios. Freud que provinha da melhor tradição neurofisiológica, representou o primeiro elo de uma corrente de conteúdo dinâmico, logo seguido pelo aparecimento do teste de associação de palavras, de Jung em 1906 e fornecendo lastro para o lançamento mais tarde das técnicas projetivas. Essas que foram explicadas por dois fatores 1) o fato de que os testes, tão valorizados na época anterior, principalmente na área militar e da indústria, já não pareciam tão uteis na avaliação de problemas da vida (neurose, psicose e outras) e 2) a valorização atribuída pela comunidade psiquiátrica ao entendimento dinâmico. As técnicas projetivas desde então começaram a apresentar certo declínio em seu uso, por problemas metodológicos, pelo incremento de pesquisas com instrumentos alternativos, como inventários de personalidade, por sua associação com alguma perspectiva teórica, notavelmente psicanalítica e pela ênfase na interpretação intuitiva. Em relação ao encaminhamento podemos dizer que é feito porque uma pessoa necessita de algo para basear em uma decisão para resolver um problema. É responsabilidade do clinico manter canais de comunicação com os diferentes tipos de contexto profissionais para os quais trabalha, familiarizando-se com a variabilidade de problemas com que se defrontam e conhecendo as diversas decisões que os mesmos pressupõem. É um processo cientifico, limitado no tempo que utiliza técnicas como entrevistas e testes psicológicos em nível individual ou não, seja para entender problemas que estão acontecendo com o paciente, partindo de um levantamento sobre hipóteses ditas pelo próprio paciente ou quem o encaminhou ate o psicodiagnóstico. São avaliadas questões da personalidade, envolvendo questões do presente, passado e futuro, é uma investigação global e dinâmica da personalidade do paciente. Incluindo questões da psique, familiares e socioculturais de onde ele esta envolvido. O tempo varia dependendo do caso, porém, tem uma media de cinco a dez sessões. Podendo ser solicitado pela família, médicos ou escola. O processo psicodiagnóstico apresenta além de um aspecto investigativo, um caráter interventivo, visto que é oferecido ao examinando um espaço de escuta e acolhimento, assim como se estabelece algum tipo de vinculo entre as pessoas envolvidas, mesmo que em um espaço delimitado de tempo. O que esta acontecendo com o paciente. Pode ter um ou mais objetivos, dependendo dos motivos alegados ou reais do encaminhamento ou da consulta, que norteiam o elenco de hipóteses inicialmente formuladas e delimitam o escopo da avaliação. Dependendo da simplicidade ou da complexidade das questões propostas variam os objetivos. O examinando é submetido a testes, adequados a sua idade e nível de escolaridade. Existem diversos objetivos como: Classificação simples: compara amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos de uma população com condições semelhantes como idade, sexo e escolaridade. Evidenciando resultados através em dados quantitativos. Descrição: ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos. Classificação nosológica: avalia baseando em critérios diagnósticos pré estabelecidos como o CID e o DSM. Contribui como levantamento de dados epidemiológicos de uma comunidade. Doenças. Diagnostico diferencial: investiga irregularidades e inconsistências do quadro sintomático e dos resultados dos testes para diferenciar categoriais nosologicas, níveis de funcionamento e etc. Avaliação compreensiva: considera o casa numa perspectiva mais global, o nível de Definição Objetivos 1. Determinar motivos do encaminhamento, queixas e outros problemas iniciais. 2. Levantar dados de natureza psicológica, social, medica, profissional, escolar, etc. sobre o sujeito e pessoas significativas, funcionamento da personalidade, examinando funções do ego, sugere conduta terapêutica e também os limites de intervenção do quadro. Entendimento dinâmico: requer entrevistas muito bem conduzidas, cujos dados nem sempre são consubstanciados pelos passos específicos de um psicodiagnóstico. Compreensão global da personalidade, integra dados obtidos com o aporte teórico, constitui um grau elevado de inferência clinica, permite predizer comportamentos e planejar tratamentos. Prevenção: visa identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer a estimativa de forças e fraquezas do ego, bem como da capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, conflitivas ou ansiogências. Prognóstico: mostra condições que interfiram no curso provável do caso. Depende fundamentalmente da classificação nosológica, não é privativo do psicólogo. Pericia Forense: investiga comprometimento intelectuais ou psicopatológicas que possam interferir na capacidade de exercer a cidadania, resolve questões relacionadas à insanidade. 1. Levantamento de perguntas relacionadas com os motivos da consulta e definição das hiposteses iniciais e dos objetivos do exame. 2. Planejamento, seleção e utilização de instrumentos de exame psicológico solicitando eventualmente informações de fontes complementares . 3. Colher dados sobre a historia clinica e a historia pessoal, procurando reconhecer denominadores comuns com a situação atual, do ponto de vista psicopatológico e dinâmico. 4. Realizar o exame do estado mental do paciente 5. Levantar hipóteses iniciais e definir os objetivos do exame 6. Estabelecer um plano de avaliação 7. Estabelecer um contrato de trabalho com o sujeito ou responsável 8. Administrar testes ou outros instrumentos psicológicos. 9. Levantar dados quantitativos e qualitativos 10. Selecionar, organizar e integrar todos os dados significativos para os objetivos do exame, conforme o nível de inferência previsto, com dados da historia e características das circunstancias atuais de vida do examinando 11. Comunicar resultados, propondo soluções, se for o caso, em beneficio do examinando 12. Encerrar o processo Comportamentos psicólogo específicos do Passos do diagnostico 3. Levantamento quantitativoe qualitativo dos dados 4. Integração de dados e informações e formulação de inferências pela integração dos dados, tendo como pontos de referencia as hipóteses iniciais e os objetivos do exame 5. Comunicação de resultados, orientação sobre o caso e encerramento dos processo. A entrevista inicial é semidirigida, na qual o paciente pode falar livremente e o entrevistador intervém para estimular o início ou continuidade do seu discurso, bem como pontuar alguma questão relevante. No caso de crianças a entrevista inicial é realizada com os pais. Neste momento inicial alguns dados poderão ser obtidos a partir da escuta clínica. É importante observar a impressão que o paciente lhe causa (expressão corporal, vestimentas, maneira de agir), assim como, o que e como ele verbaliza suas questões. Avaliar as características de sua linguagem, a preferência por alguns termos e o conteúdo dos relatos. Pode-se também relacionar a congruência entre sua fala e as informações que transmite através da linguagem não verbal. O rapport é uma ferramenta essencial para garantir a fluidez da entrevista e criar o clima favorável para as demais etapas. Outro ponto a ser considerado são os aspectos transferenciais e contra transferenciais estabelecidos na relação com o paciente, bem como o vínculo que esse busca constituir com o profissional. Outra questão relevante a ser considerado na entrevista inicial é a identificação da queixa e da demanda trazida pelo paciente. Geralmente existe o motivo manifesto (queixa), que é aquele que leva o indivíduo a procurar ajuda, e o motivo latente (demanda), aquele que se manifesta através do sintoma e muitas vezes é inconsciente. Por isso é importante realizar uma escuta psicológica adequada, a fim de identificar os conteúdos que não são conhecidos pelo entrevistado de forma consciente. O psicólogo realizará articulações entre os dados coletados na entrevista e as hipóteses iniciais, a fim de escolher os instrumentos a serem utilizados na avaliação. A entrevista e os testes psicológicos são alguns exemplos. O segundo momento do psicodiagnóstico é a aplicação dos instrumentos, quando acontece a investigação através do levantamento quantitativo e qualitativo dos dados. A terceira fase é o encerramento do processo, com a devolução oral ao paciente (e/ou a seus pais) sobre os resultados da avaliação, bem como orientações a respeito do caso. Durante o processo de avaliação, é importante fazer a correlação dos dados e informações, buscando observar as recorrências e divergências, bem como compreender lacunas e formular inferências, considerando as hipóteses iniciais e os objetivos da avaliação. A última etapa é a elaboração de documento, quando se realizará a entrega de documento por escrito (laudo psicológico). As comunicações por escrito Fases do Psicodiagnóstico É a forma resultante de determinada organização e estruturação dos elementos de um estudo de caso, realizado segundo certa concepção diagnóstica. Decorreu da necessidade de uma designação bastante abrangente, que abarcasse a multiplicidade de fatores em jogo na realização de estudos de casos. Significa abraçar, tomar e apreender o conjunto. Designa encontrar um sentido para o conjunto das informações disponíveis, tomar aquilo que é relevante e significativo na personalidade, entrar empaticamente em contato emocional, conhecer os motivos profundos da vida emocional de alguém. Aquele tipo que leva em conta a natureza especifica da tarefa diagnostica (que apresenta problemas particulares, exigindo metodologia própria para soluciona-los), a fim de evitar a unilateralidade que se encontra nos demais processos. Dinâmicas intrapsíquicas, intrafamiliares e sócio culturais, como forças e conjuntos de forças em interação que resultam em desajustamentos individuais. A avaliação pode enfatizar decorrentes de Avaliação Psicológica devem seguir as orientações do Conselho Federal de Psicologia no Manual de Elaboração de Documentos, estabelecidas através da Resolução 007/2003. O laudo é uma apresentação descritiva das situações e/ou condições psicológicas e seus determinantes: histórico, sociais, políticos e culturais. Também pode ser denominado Relatório psicológico, e quando solicitado por Instituições judiciais, laudo pericial. 1. Objetivo de elucidar o significado das perturbações: um dos principais fatores é a importância dada pelos psicólogos ao esclarecimento do significado dos desajustamentos que ocasionaram a procura do atendimento psicológico. Dizemos que o diagnostico psicológico abrange a explicitação das funções das perturbações e dos motivos inconscientes que as mantêm. Em termos kleinianos, seria a tentativa de apreensão dos pontos nodais de angustias e fantasias inconscientes que provocam desajustamentos na personalidade. 2. Enfase na dinâmica emocional inconsciente: a estruturação do processo diagnostico de tipo compreensivo requer a familiarização do profissional com a abordagem psicanalítica dos fenômenos mentais. Ele deve estar apto a reconhecer os fenômenos inconscientes que incluem a dinâmica encoberta dos conflitos, a estrutura e a organização latentes da personalidade. Adotar o referencial psicanalítico para o conhecimento da dinâmica familiar. O psicólogo costuma prestar atenção aos fenômenos da transferência e da determinados aspectos intelectuais, psicomotor e emocional sem perder de vista o individuo como um todo. Tem também seus fatores estruturantes que são aqueles que lhe imprimem características e identidade próprias, distinguindo-o dos demais tipos. Processo diagnóstico compreensivo de tipo Principais fatores estruturantes do processo compreensivo contratransferência, que se dao durante o processo diagnostico, reconhecendo-os e lidando com os mesmo. Entrevistas livres e semi estruturadas, a realização de anamnese detalhada, o uso de testes projetivos e de procedimentos intermediários entre estes e as entrevistas livres atestam a ênfase no referencial psicanalítico. Constitui um uso modificado da técnica de associação livre com finalidades diagnosticas. A decifração do conteúdo inconsciente das mensagens que emergem no processo diagnostico depende da experiência clinica do profissional; de estar ele próprio habituado a lidar com os conteúdos do mundo interno, principalmente através da analise pessoal. 3. Considerações de conjunto para o material clinico: realiza um levantamento exaustivo de dados e informações, abrangendo os múltiplos aspectos da personalidade do paciente, do ambiente familiar e social deste e da interação entre esses fatores. Tal atitude contrasta com a do psicólogo que meramente aplica alguns testes a apresenta seus resultados. A ampla coleta de informações abrange tudo o que é relevante no estudo de caso. Totalidade dos dados, observações, entrevistas, resultados de testes psicológicos e de outras técnicas de investigação. Os fatores de personalidade do psicólogo como impressões, sentimentos e pensamentos são importantes. Contexto diagnostico é tudo o que ocorre de modo significativo na realização de determinado estudo diagnostico, desde o inicio do contato com o paciente e familiares ate o desligamento final do paciente. Um detalhe é apreciado em função desse contexto, e as hipóteses diagnosticas levam em conta a totalidade dos dados. Não deixando de fora do campo de observação nada do que é essencial para a compreensão do caso. 4. Busca de compreensão psicológica globalizada do paciente: a avaliação psicológica é uma operação que atinge o paciente em sua totalidade. Realizamos um balanceamento geral das forças que nos compete examinar. As estruturas psicopatológicas e as disfunções dinâmicas que se inserem no arcabouço sadio da personalidade, as bases de funcionamento da personalidade em seus vários níveis, traços de caráter, a organização e a estruturação da personalidade, com atenção especial a distinção entre estruturas neuróticas e psicóticas, os elementos constitutivosda personalidade, sua interação com o mundo externo e outros. Esta visão totalizadora e integradora considera a personalidade in decomponível e em constante vir a ser. Leva em conta fatores em interação da personalidade como as forças intrapsíquicas que não so se expressam no momento atual da vida do paciente, como aquelas que trazem a marca de processos evolutivos. As forças intrafamiliares, aquelas que são decisivas em termos psicopatológicos e os psicopatogênicos, sendo o paciente por elas determinado como também as pode determinar. E as forças sócio culturais que por se constituírem em dados básicos, não podem ser negligenciadas. 5. Seleção de aspectos centrais e nodais: pressupõe que o profissional saiba discernir quais dados são significativos para compor o estudo de caso, de modo a exigirem uma escolha seletiva. Focaliza os aspectos essenciais, separando-os dos incidentais. No caso das perturbações emocionais, trata-se de discriminar os aspectos mais graves e examina-los a luz de conhecimentos psicológicos atualizados. As principais forças e conjuntos de forças psicopatológicas e psicopatogênicas que se ressaltam por intensidade, repetição, colorido emocional, modo peculiar de se comportar, dano produzido e outros. Nos desajustamentos emocionais, a presença de angustias e fantasias inconscientes, responsáveis pela existência e manutenção das perturbações. Há angustias e fantasias inconscientes que são centrais e nodais, elas necessitam ser trazidas a luz. Os núcleos destes processos devem ser diferenciados dos aspectos secundários que inevitavelmente gravitam ao redor dos núcleos. Levantar e descrever os principais focos de angustia e fantasias inconscientes que provocam desajustamentos emocionais, bem como mecanismos defensivos utilizados pelo individuo. A personalidade é um devenir dialeticamente em mudança. A constelação de fatores que é fundamental em determinado momento pode deixar de sê-lo em outro momento da vida qunaod, sob diferente organização, a personalidade pode se centrar em novas orientações, angustias e fantasias inconscientes. 6. Predomínio do julgamento clinico: verificou-se não somente que os testes psicológicos objetivos não podiam abarcar a maioria dos problemas humanos com que um psicólogo clinico habitualmente se defronta, como ainda que o julgamento clinico era capaz de realizar seguramente o quanto esses instrumentos se propunham. Não dispensa o uso de testes psicológicos objetivos; coloca-os a serviço do julgamento clinico. Este, por sua vez, depende do grau de evolução profissional e maturidade alcançado pelo psicólogo em suas atividades clinicas. 7. Subordinação do processo diagnostico ao pensamento clinico: a estruturação do processo diagnostico fica subordinada a forma de pensamento que se realiza em casa caso clinico. Ao invés da existência de um prévio processo diagnostico relativamente uniforme e imutável para todos os casos, o que realmente encontramos é uma grande flexibilidade para enfocar e tratar das situações mentais emergentes. Cada caso clinico permite que ocorra pelo menos uma forma de pensamento a ele relativa. O aparecimento ou não de determinados elementos no Pode ser estudada diante alguns aspectos como uma forma da relação do psicólogo com o seu trabalho, onde o psicólogo releva a importância do background de suas experiências e aprendizagem. Como uma forma da relação psicólogo paciente, onde é uma situação propicia para a observação e apreensão de contexto diagnostico como, por exemplo, os testes psicológicos ficam na dependência das exigências do pensamento clinico em questão. 8. Prevalência do uso de métodos e técnicas de exame fundamentados da associação livre: entrevista clinica, observação clinica, testes psicológicos e demais técnicas de investigação clinica da personalidade. A maioria deles foi desenvolvida a partir de entrevista clinica, uma espécie de desdobramento desta, especialmente quando se aplica a crianças. Chama atenção um aspecto que seria a escolha daqueles procedimentos que permitem maior liberdade para a emergência de materiais clínicos. Mais usados são a de associação livre de Freud, jogo de rabiscos, observação lúdica ou hora de jogo e procedimento de desenhos-estorias. São procedimentos que apresentam, habitualmente uma situação de estímulos não estruturados ou semi estruturados incentivando os pacientes a exprimir suas dificuldades emocionais. Associação livre tem a tendência de se dirigir para setores da personalidade em que o individuo é emocionalmente mais sensível. Tem transferência em todos os momentos. Ao aceitar a proposta do psicólogo de passar por um psicodiagnóstico, esta pessoa demonstra que esta buscando compreender atitudes suas ou de outra pessoa que não se enquadram no que considera normal ou adequado, ou porque um terceiro lhe disse que há algo errado. Normalmente é um momento de fragilidade e o profissional deve esta fenômenos emocionais, onde os pacientes costumam transportar emocionalmente para esta situação, fenômenos de natureza semelhante aqueles que sucedem no ambiente externo. A emergência de atitudes inconscientes são conhecidas como transferência e contratransferência: repetições automáticas diante do psicólogo ou diante do paciente, de reações emocionais originarias em acontecimentos do passado da vida emocional do sujeito. Como um leque de finalidades práticas com uma avaliação global da personalidade, a determinação da natureza, intensidade e relevância dos distúrbios, orientação psicológica, indicações e encaminhamentos, tipo de intervenção, prognostico, entre outros. Como um posicionamento epistemológico do psicólogo, onde se exclui as influencias e concepções estritamente deterministas, associacionistas, elementaristas e mecanicistas. Toma a personalidade como única e indecomponível, como uma totalidade estrutural organizada, em que existem experiências subjetivas e dinâmica psíquica inconsciente. Como um sistema de referenciais múltiplos. Outros Aspectos Processo de intervenção disponível, inteiro, totalmente voltado para ele, interessado e preocupado em ajuda-lo, em dar-lhe apoio e em diminuir seu desconforto. O paciente precisa se sentir acolhido e confiar que tem diante de si alguém preparado, que inspire segurança, que se mostre capaz de compreender sua demanda e que com a ajuda de seus conhecimentos, o leve a vislumbrar novas possibilidades. Quando o pedido de psicodiagnóstico partir de um terceiro, caberá ao profissional estabelecer o elo de ligação entre as pessoas e as instituições envolvidas. Existem diferentes níveis de intervenção possíveis e diferentes atitudes dos psicólogos, de acordo com a postura teórica ou filosófica que adotarem. O psicodiagnóstico é uma atividade que veio se desenvolvendo e apresenta a questão da pluralidade das referencias, da flexibilidade dos modelos, da utilidade e das limitações do processo. O modelo tradicional é considerado pouco mais que uma coleta de dados sobre a qual se organiza um raciocínio clinico que vai orientar o processo psicoterápico. Costuma ser um momento de transição, passaporte para o atendimento posterior, é considerado significativo porque é capaz de provocar mudanças. A relação que se estabelece nesses psicodiagnósticos normalmente é mediada não só pelo terceiro que fez o pedido, como também por um pressuposto profissional ausente, o futuro psicoterapeuta. Essa triangulação influenciará a aproximação entre psicólogo e cliente durante o processo que se esta desenrolando. Quem tem o papel de “A experiência nos ensinou que a terapia psicanalítica, a libertação de alguém, de seus sintomas, inibições e anormalidades de caráter neuróticos, é um assunto que consome tempo. Desde o começo tentativas terem sido feitas para encurtar a duração das análises.” “Mas outro ponto já se tornou claro: se quisermos atender as exigências mais rigorosas feitas a terapia analítica, nossa estrada não nosconduzira a um abreviamento de sua duração, nem passara por ele.” (Freud, o homem dos lobos, 1918) As questões sobre alta, duração e mudanças ocorridas no decorrer de um atendimento psicológico referem-se sempre as chamadas psicoterapias e como as citações, a psicanalise é um processo todo especial. A ideia de intervenção esta sempre diagnosticador, evita assumir uma atitude de intervenção para manter-se em uma postura investigativa, que resguarda seus conhecimentos sobre o sujeito. Toda atuação psicológica é uma ação de intervenção cujo significado sera dado pelo campo relacional que se estabelece entre as partes e que é exclusivo e peculiar aquele momento e aquela relação. Ela deve ser longa e duradoura. “As análises que condizem a uma conclusão favorável em pouco tempo são de valor para a auto estima do terapeuta, mas permanecem em grande parte insignificantes no que diz respeito ao progresso do conhecimento cientifico. Nada de novo se aprende com elas. A novidade so pode ser obtida de analises que apresentem especiais dificuldades e para que isso aconteça, é necessário que a elas se dedique bastante tempo.” (Freud, o homem dos lobos, 1918) ligada ao processo terapêutico. Mesmo as terapias breves consideram que o processo de intervenção se inicia, preferencialmente após um período que poderia ser chamado de psicodiagnóstico. O psicodiagnóstico não é considerado na maioria das vezes como pratica de intervenção, pois além de se dar num numero relativamente pequeno e determinado de encontros, é entendido como pratica de investigação, avaliação ou seleção. Não pode ser percebido como um momento passível de abrir perspectivas novas ou possibilitar mudanças positivas para o cliente. A visão do psicodiagnóstico recomenda uma atitude de neutralidade, que leva a certo distanciamento do profissional para facilitar as manifestações inconscientes do cliente. Além disso, recomenda-se que os contatos com o psicólogo durante o psicodiagnóstico não se estendam além do necessário a fim de evitar o desenvolvimento de uma relação transferencial que exigiria outro tipo de atendimento. Esta postura distanciada implica certo esforço por parte do profissional para impedir que a intervenção seja efetiva. No caso de um psicodiagnóstico a relação que se estabelece no âmbito desse processo possa vir a propiciar uma troca que venha a gerar transformações ou abrir novas possibilidades para os componentes da relação. Não limita a intervenção psicológica a determinadas situações. Exige uma atitude flexível, inventiva e responsável por parte do psicólogo, que devera transitar entre a teoria e a pratica com certa desenvoltura. O relacionamento psicologico sera significativo se produzir um conhecimento que se de na possibilidade de uma formulação conjunta da experiência vivida naquela relação, tanto no contexto de um psicodiagnóstico como em uma sessão de psicoterapia. Quando o cliente busca um psicólogo espera ser atendido em suas necessidades, pouco importando sob que nome este atendimento se efetue. A intervenção ocorre a medida que não se posterguem os apontamentos que naturalmente ocorrem ao psicólogo durante os encontros, quando se compartilha com o cliente durante as sessões, a maneira como ele se apresenta. Os apontamentos serão interventivos se na repetirem as situações de vida cotidiana do cliente. Quando introduzirem a estranheza no relacionamento, de modo a fazer o cliente confrontar-se com uma ruptura: a ruptura de seus comportamentos usuais, a ruptura da compreensão costumeira, a ruptura dos jogos relacionais que aprendeu a jogar. A fala do cliente revela como seu mundo lhe aparece. Cabe ao psicólogo, mostrar como este mundo lhe esta sendo mostrado pela fala do cliente: o mundo tal como se apresenta ao cliente. O cliente do psicodiagnóstico espera conhecer algo novo de si mesmo, que um caminho será aberto.
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