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W.B Última atualização app: 16/12/2020 Acessos Arteriais em Anestesia Definição: Os acessos arteriais na rotina anestésica são amplamente utilizados em situações onde há a necessidade de maior controle dos níveis pressóricos, hemodinâmicos ou dos gases sanguíneos. Além disso, proporcionam maior segurança e conforto ao paciente, evitando múltiplas punções para análise sanguínea durante o procedimento. Cirurgias de grande porte com possibilidade de sangramento ou pacientes hemodinamicamente instáveis se beneficiam da canulação arterial. Mecanismo Pela canulação arterial é possível que se faça o controle hemodinâmico mais acurado, pela medição constante da pressão arterial média. Além disso, pode-se realizar a coleta de gasometrias arteriais seriadas mais facilmente, além de exames sanguíneos laboratoriais que sejam necessários. A via mais comumente utilizada na anestesia é a radial, porém, em algumas situações, pode-se usar a via femural (não tão indicada pelo alto risco de contaminação). Técnica Obtenção da Linha Arterial A linha arterial pode ser obtida através de punção percutânea ou por dissecção cirúrgica do vaso arterial, sendo que a técnica de preferência é a punção. É um procedimento que deve ser realizado com toda a técnica de assepsia e antissepsia. Os vasos mais comumente selecionados são o radial, o femoral ou o pedioso, apesar de qualquer vaso arterial periférico ser adequado. Deve-se, no entanto, evitar o braquial pelo grande risco de tromboembolismo. Durante o procedimento anestésico, contudo, a artéria radial é a mais utilizada, preferencialmente do lado não dominante do paciente. Teste de Allen O teste de Allen é importante para a verificação da presença ou ausência de circulação colateral na mão em que será obtida a linha arterial. Nesse teste, faz-se a oclusão manual das artérias ulnar e radial por pressão no punho após colocação da mão para cima a fim de promover o esvaziamento sanguíneo dela. Quando a mão se torna fria e pálida, descomprime-se a artéria ulnar e deve-se observar o enchimento sanguíneo da mão em até, aproximadamente, cinco segundos. Nesse teste, conclui-se que se, por ventura, ocorrer a perda da artéria radial por trombose ocasionada pela punção, dificilmente isso acarretará em isquemia da mão, pois a artéria ulnar é pérvia e capaz de manter a vascularização. Contudo, o teste mais indicado e padrão ouro é a ultrassonografia com Doppler para a detecção de anormalidades do fluxo sanguíneo colateral. Punção da Artéria Radial 1. Selecionar o lado não dominante do paciente e realizar o teste de Allen ou Doppler. 2. Se possível, realizar a punção com o paciente sedado ou anestesiado para maior conforto do mesmo. 3. Assepsia e antissepsia do local da punção. 4. Posicionar o punho em dorsiflexão com um coxim. 5. Palpar a artéria radial até o ponto no qual ela penetra o retináculo flexor. 6. Punciona-se a artéria com a agulha específica adaptada a uma seringa com solução salina em um ângulo de 30o em relação à pele. Assim que houver retorno do sangue, mover para um ângulo de 10o e avançar o cateter com cuidado para dentro da artéria. 7. O cateter deve ser mantido heparinizado, adaptado a uma extensão para monitorização da pressão arterial. 8. Realizar fixação com fio de sutura e curativo. 9. Conectar o transdutor de pressão ao cateter arterial e ao monitor multiparâmetro, zerando a linha arterial e visualizando na tela do monitor uma curva de pressão. 10. Os valores pressóricos normais são os mesmos da pressão arterial não invasiva. 11. A linha arterial deve ser separada e identificada para que não haja injeção inadvertida por ela. 12.Manter o cateter pelo menor tempo possível para evitar maiores chances de trombose. Indicações ● Monitorização contínua da pressão arterial (principal indicação); ● Coletas de sangue seriadas; ● Coletas de gasometria arterial seriadas; ● Cirurgias de grande porte; ● Possibilidade de grande perda sanguínea durante o procedimento; ● Instabilidade hemodinâmica; ● Uso de drogas vasoativas. Contraindicações ● Infecção da pele no local a ser puncionado; ● Vasculopatia periférica grave; ● Ausência de circulação colateral na mão (realizar teste de Allen ou Doppler); ● Coagulopatia (contraindicação relativa). Complicações ● Infecção e isquemia (mais frequentes); ● Vasoespasmo; ● Trombose; ● Embolização local e distal; ● Hemorragia por desconexão; ● Hematoma; ● Formação aneurismática; ● Formação de fístula arteriovenosa;
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