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AINES

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Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) 
 
Pontos abordados: 
- Histórico dos AINES 
- Fisiopatologia da inflamação 
- Diferença das funções COX-1 e COX-2 
- Mecanismo de ação dos AINES 
- Classificação e características dos diferentes tipos de 
AINES 
- Principais efeitos adversos dos AINES. 
 
CASO CLÍNICO: 
Uma mulher de 53 anos, de outra forma saudável, foi 
admitida no pronto-socorro após dois episódios de 
hematêmese e uma única fezes melênicas. Ela negou dor ou 
desconforto abdominal e não relatou história pessoal ou 
familiar de úlcera gástrica. O paciente relatou ter recebido 
naproxeno 500 mg duas vezes ao dia durante os 2 dias 
anteriores para uma entorse de tornozelo. Ao exame, a 
paciente apresentava-se hipotensa em decúbito dorsal, 
com pressão arterial de 90/30mmHg, e taquicárdica, com 
frequência cardíaca de 130 batimentos por minuto. O 
exame abdominal foi benigno, sem sensibilidade. A 
hemoglobina era de 10,2g/dL e o hematócrito de 33,4%; 
todos os outros valores laboratoriais avaliados estavam 
dentro dos limites normais. A endoscopia revelou úlcera 
gástrica hemorrágica de 1×1 cm no antro com vaso visível, 
que foi cauterizado no momento da endoscopia. As biópsias 
do antro e do corpo foram negativas para Helicobacter 
pylori. A cauterização foi bem-sucedido e o paciente foi 
tratado com um inibidor da bomba de prótons (IBP) 
intravenoso e permaneceu hospitalizado para observação 
e avaliação de ressangramento. Durante a internação, a 
paciente fez a transição para um IBP oral. Após 2 dias sem 
evidência de ressangramento e com os sinais vitais da 
paciente voltando ao normal, ela recebeu alta para casa com 
um IBP oral. Seu naproxeno não foi continuado. 
 
Considerações: IBP é uma classe de fármaco que reduz 
a produção de ácido gástrico (H+) 
 
SUSPEITAS ENVOLVENDO O MEDICAMENTO: 
Um dos efeitos adversos mais comum dos AINES é a 
formação de ulceras ou leões gástricas, que estão 
diretamente ligadas ao seu mecanismo de ação (inibição 
da COX e consequentemente a redução da produção do 
muco protetor gástrico, já que a COX atua no processo 
de formação do muco). Uma vez que o AINE bloqueia 
a ação da COX, ela bloqueia a produção do muco 
protetor da parede gástrica. Com menos muco 
produzido, o contato entre o ácido e a parede estomacal 
aumenta. 
Ex de IBP: omeprazol. 
 
HISTÓRICO DOS AINES: 
1500 a.C -> Papiro de Ebers: efeito anti-pirético e anti-
inflamatório da folha do salgueiro 
400 a.C -> Hipócrates: uso de folhas de Salix alba para 
dores e cicatrizar feridas 
1763 -> Stone: casca de salgueiro para febre 
1828-> Buchner: descobriu o princípio ativo, a salicina 
1853-> Gerhadt: sintetizou o ácido salicílico 
1897-> Hoffmann: adicionou o grupamento acetil 
1899-> Bayer lançou no mercado a Aspirina 
1919-> Marca passa a ter domínio público 
1994-> Consumo de 50 mil toneladas 
*Em 1971, Vane publicou um artigo demonstrando o 
mecanismo de ação dessa classe. 
Em um processo inflamatório o organismo produzia 
uma quantidade maior de prostaglandina. Estas 
substancias estão envolvidas no desenvolvimento do 
processo inflamatório. 
A medida em que aumenta a produção de anti-
inflamatórios, aumenta também a síntese de inibição 
das prostaglandinas. 
Ex: uma dose de 1mg por mL de indometacina inibe a 
produção de prostaglandina cerca de 60%. Quando essa 
dose é aumentada pra 5mg por mL, a inibição da 
prostaglandina é de 100%. 
Ex2: Aspirina a 5mg por mL inibe a síntese de 
prostaglandina a aproximadamente 50%, quando 
aumentava a dose pra 50 mg por mL, reduzia a 
produção de prostaglandina em 100%. 
 
 
FISIOPATOLOGIA DA INFLAMAÇÃO: 
A inflamação pode ser definida como uma sucessão de 
mudanças que ocorre num tecido vivo quando este for 
danificado, desde que a lesão não seja de tal grau, capaz 
de destruir sua estrutura e vitalidade. 
Esse dano pode ser causado por um trauma, uma lesão, 
excesso de temperatura, tumores ou toxina. 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
O processo inflamatório pode levar a perda de função. 
 
PONTOS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO: 
- DOR 
- CALOR 
- RUBOR 
-EDEMA 
- E quando esses sinais não são controlados, seja esse 
controle por meio fisiológico ou medicamentoso, o 
tecido pode vir a ter perda de função. 
 
A dor reduz a qualidade de vida do indivíduo, é 
considerado o principal sintoma que leva o paciente a 
uma consulta médica. 
 
O processo inflamatório como um todo sofre uma auto 
regulação, então, teoricamente, em condições normais, 
o processo inflamatório consegue se auto resolver. O 
organismo possui mediadores inflamatórios que 
estimulam respostas inflamatórias e reduzem respostas 
inflamatórias. Então, na medida em que esse tecido foi 
agredido seja por bactéria, toxina, queimadura, lesão 
física... mediadores pró-inflamatórios (prostaglandinas, 
citocinas, bradicininas) são liberados favorecendo a 
inflamação. Essas substancias vão estimular 
nocicepcores, deixando região mais sensível a dor, 
estimulando substancias vasodilatadoras que 
favorecem a formação de edemas (extravasamento do 
líquido intra e extracelular), favorece a diapedese 
(migração das células imunes) aquecendo e deixando 
esse tecido mais vermelho. 
Substâncias não-inflamatórias como TGF-Beta, IL-10, 
IL-13 vão ser recrutadas para resolver o processo 
inflamatório, reduzindo a migração celular, reduzir a 
sensibilidade dos nocioceptores. 
Alguns eventos que levam ao processo inflamatório 
podem ser continuados, dessa forma o organismo não 
consegue resolver por conta própria a inflamação. Caso 
essa inflamação não seja resolvida, se a ação 
medicamentosa não for introduzida nesse processo pra 
favorecer o lado anti-inflamatório, pode ocorrer a perda 
de função do tecido. 
 
Lesão tecidual libera histamina e aumenta o fluxo 
sanguíneo. 
A histamina provoca extravasamento dos capilares, 
liberando fagócitos e mediadores inflamatórios no 
meio. 
Fagócitos englobam bactérias, células mortas e resíduos 
celulares. 
Plaquetas se movem para fora dos capilares a fim de 
iniciar o processo de controle e reparo da lesão. 
 
Fisiopatologia da inflamação a nível molecular: 
Ocorre a lesão tecidual e a liberação de citocinas pró-
inflamatórias que agem em lipídeos, fosfolipídios de 
membrana liberando a liberação de fosfolipídios, tanto 
liberados pela lesão tecidual quanto liberados por 
citocinas pró-inflamatórias. 
Esses fosfolipídios, uma vez liberados vão ser substrato 
da enzima Fosfolipase A2, que tem o papel de captar, 
clivar os fosfolipídios de membrana e converte-los em 
Ácido araquidônico, que se torna substrato da 
Cicloxigenases (COX), que tem o papel de converter 
Ácido araquidônico em prostaciclinas (PCl), 
prostaglandinas (PGE) e tromboxanos (TxA2) que 
levam a eventos importantes da inflamação. 
Prostaciclinas: vasodilatação e inibição da agregação 
plaquetária. 
Prostaglandinas: dor, febre, vasodilatação, inibição da 
secreção de ac gástrico, aumento da secreção de muco 
gástrico. 
Tromboxano: agregação plaquetária, vasoconstricção. 
 
Um fármaco que é capaz de inibir a cicloxigenase, vai 
ser uma substancia capaz de inibir a produção de 
prostaciclinas, prostaglandinas e tromboxanos. 
OBS: O ac araquidônico não inibe a ação da cox. O ac 
araquidônico é um substrato da COX. 
 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO: 
Aliviar sintomas e preservar a função tecidual 
Retardar ou deter a lesão tecidual 
Alguns AINES possuem propriedades anti-
inflamatórias, antipiréticas e analgésicas combinadas. 
 
CICLOXIGENASE (COX) 1 E 2 
Os AINES são antagonistas da COX, ou seja, bloqueiam 
a função da enzima. Nesse caso, são antagonistas 
competitivos, eles irão se ligar ao sítio de ligação do 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
substrato, que é o ácido araquidônico. O espaço estará 
ocupado pelo anti-inflamatório. Dessa forma, o ac 
araquidônico não terá como ter aceso ao sítio catalítico 
da COX, resultando em uma redução de 
prostaglandinas.A COX- 1 possui um bolsão de acesso ao sítio catalítico 
mais estreito, logo a COX-2 possui um bolsão de acesso 
ao sítio catalítico mais largo. 
A interação entre AINES, enzimas e a COX são 
reversíveis, ou seja, estão em equilíbrio. Eles se ligam e 
se desligam da COX. No momento em que estão 
ligados, impedem o acesso do ac araquidônico ao sítio 
catalítico. No momento em que estão deligados, o ac 
araquidônico consegue acessar o sítio catalítico. Exceto 
o ácido acetil salicílico (AAS, aspirina) que se liga a COX 
de maneira irreversível, covalente. Uma vez que é 
ligada, não desliga mais. 
Existem fármacos que são seletivos para COX-2, que 
tem a função de inibir apenas a COX-2. Existem também 
os fármacos não seletivos, que inibem as COX-1 e COX-
2. 
 
 
AÇÃO DA COX A NÍVEL FISIOLÓGICO: 
Durante muito tempo, imaginava-se que a COX era 
uma enzima produzida exclusivamente no processo 
inflamatório. 
Porém, ao longo do tempo foi descoberto que a COX-1 
descoberta primeiramente possui funções fisiológicas, 
ou seja, independente do indivíduo estar com processo 
inflamatório ou não, a COX-1 é produzida por células 
normais (plaquetas, endotélio gástrico e rins). 
Para as plaquetas, o tromboxano contribui para a 
agregação plaquetária, por isso é importante as 
plaquetas produzirem COX-1 e essa COX-1 produzir 
tromboxano. Sem COX-1, sem tromboxano, as 
plaquetas tem dificuldade de serem ativadas e se 
agregarem. 
No endotélio gástrico descobriu-se que essas células 
endoteliais da mucosa gástrica precisam produzir 
prostaciclinas para que as prostaciclinas estimulem as 
células caliciformes produtoras de muco a produzirem 
o muco gástrico, protegendo a parede do ácido. 
As células renais produzem prostaglandinas que atuam 
na participação de regulação do fluxo sanguíneo. 
Portanto, chega-se a conclusão que a COX-1 é 
constitutiva, ou seja, participa também de processos 
fisiológicos. 
 
Por muito tempo foi pensado que a COX-1 era 
constitutiva e a COX-2 era produzida apenas em 
processos inflamatórios. 
A partir dessa tese, surgiram os inibidores seletivos de 
COX-2, ou seja, inibidores que inibiam apenas a ação da 
COX-2 com o objetivo de não afetar a função fisiológica 
da COX-1. 
 
OBS: Uso do ASS como anti-agregante plaquetário – o 
fato do AAS se ligar de maneira irreversível a COX faz 
com que ele tenha essa capacidade além dos outros 
fármacos. 
As plaquetas que são os alvos do AAS não possuem 
núcleo, ou seja, não é capaz de sintetizar proteínas, não 
sendo capaz de sintetizar uma COX nível do AAS. 
 
CICLOXIGENASE 1 GESTAÇÃO E PARTO 
- Importante para indução das contrações uterinas 
durante o parto (A COX auxilia produzindo 
prostagrlandinas) 
OBS: O cytotec induz contrações uterinas, ou seja, 
mimetiza a ação das prostaglandinas. 
- Manutenção de uma gravidez saudável 
- Importante para implantação do óvulo. 
 
CICLOXIGENASE 2 (COX-2) 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Participação de uma cicloxigenase induzida (COX2) em 
processos inflamatórios. 
Estudos mostram que a medida em que o tempo passa 
na administração de uma substância pró-inflamatória 
como é o caso da carragenina, tem o aumento da COX-
2. 
 
Ativação de COX-2: em concentrações cerca de 10 vezes 
menores de substrato que o necessário para ativar a 
reação de cicloxigenase na COX-1. 
 
INIBIÇÃO DIFERENCIADA DA COX-1 E COX-2 
 
Serviu para demostrar e comprovar que existem 
fármacos que são seletivos para a COX-2. 
 
COMO OCORRE A SELETIVIDADE DA COX-2: 
 
O exemplo 1 mostra a ação de um fármaco não seletivo, 
ou seja, ele acessa o bolsão da COX-1 e da COX-2 e 
impede a entrada do ac araquidônico ao ciclo ativo. 
O exemplo2 mostra a ação de um fármaco com 
seletividade, ele consegue acessar apenas o bolsão da 
COX-2 já que ele é maior. As moléculas são maiores, 
então não conseguem acessar o bolsão da COX-1. 
 
O PAPEL DA COX-2 EM ALGUNS SISTEMAS: 
A COX-2 também possui funções constitutivas, ou seja, 
também participam fisiologicamente. 
 Nos rins: expressa constitutivamente na macula densa; 
O aumento da renina renal que ocorre depois da 
restrição de sódio na dieta necessita da indução de 
COX-2. 
Sistema gastroinstestinal:o uso de seletivos de COX-2 
em animais com mucosa colônica inflamada resultou 
em bloqueio da síntese de PGs e aumentou importante 
na severidade do dano na mucosa (ou seja, a COX-2 
também é importante na produção de muco protetor da 
parede gástrica) 
O tratamento contínuo resultou em perfuração da 
mucosa e morte de 100% dos animais – papel protetor 
da COX-2. 
Animais KO (geneticamente modificados, não possuem 
expressão da enzima) para COX-2 tem resolução de 
ulcera gástrica diminuída. 
Útero e ovário: facilita a ovulação – importante na 
ruptura do folículo e implantação do embrião 
Sua inibição previne a ovulação; 
Animais fêmeas KO não ovulam, múltiplas deficiências 
no sistema reprodutor; 
COX-2 expressa no parto – tratamento de parto 
prematuro com inibidores seletivos para COX-2. 
Vasos sanguíneos: a produção de PGl2 (vasodilatadora 
e antitrombótica) endotelial em humanos saudáveis 
parece depender da COX-2. 
 
CICLOXIGENASE 3: 
COX-3: provável isoforma da cicloxigenase encontrada 
no sistema nervoso central (devido a ação do 
parecetamol/acetaminofeno) 
Responsavel por modular dor e febre no SNC. 
O parecetamol é mais potente em inibir a ação da COX-
3 do que a COX-1 e COX-2. Ele não é um anti-
inflamatório, ele é um anelgesico e antipirético, na qual 
se encaixam perfeitamente as funções da COX-3 a nível 
SNC. 
Os efeitos fisiológicos da COX-3 estão ligados no 
processo de manter a temperatura corpórea. 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS AINES: 
Os Salicilatos: AAS o principal 
Propriedades farmacológicas e uso terapêutico: 
- Analgesia 
- Antipirese 
-Efeito anti-inflamatório 
-Efeito gastrointestinal (dispepsia, erosão, anemia – 
sangramento gastrointestinal, ulceração) 
-Agregação plaquetária- contribui para aumento de 
tempo de sangramento 
- Efeito renal: hemostasia – diminui a excreção de sódio 
(ou seja, aumenta a reabsorção de água), ganho de peso, 
edema periférico, aumento da pressão sanguínea; 
diminui a secreção de potássio – hipercalemia; 
hemodinâmica renal – insuficiência renal aguda. 
 
Farmacinética e metabolismo: 
- Absorção: via oral 
Pka x pH -> ácido acetilsalicílico é rapidamente 
absorvido por via oral, um pouco no estomago e a maior 
parte nas porções iniciais do intestino delgado. 
Solubilidade 
Lipossolubilidade 
Ligação a proteínas plasmáticas 
Biotransformação hepática 
Excreção urinária – dependente de pH (se tem uma 
urina acida favorece a eliminação de um fármaco ácido, 
e vice e versa. 
 
Potenciais interações medicamentosas: 
Redução da secreção tubular – probenicida (elas 
competem, a principal forma do fármaco acessar o 
nefron é através da secreção ativa. A probenicida 
compete pelo mesmo transportador e possui 
preferência) 
Drogas em eliminação renal – metrotexato, lítio 
Deslocamento da ligação com proteínas plasmáticas: 
varfarina, fenitoína, outros aines. 
Compete pelo metabolismo hepático: tolbutamida 
 
Classe de derivados dos para-aminofenóis: 
Acetaminofeno - PARACETAMOL 
Efeitos terapêuticos: 
-Antipirético 
-Analgesia: 
-Anti-inflamatória(?) baixa atividade 
Por que o acetaminofeno tem baixa atividade anti-
inflamatória? 
 IC50 é a concentração necessária para inibir em 50% a 
ação dessa enzima 
 
A concentração de Acetaminofeno para inibir 50% da 
atividade de COX-1 é >100 micromolar, já para COX-2 
e COX-3 são necessários 460 micromolar. 
A quantidade (concentração) de Aspirina para inibir em 
50% a atividade da COX-1 é 10 micromolar 
A quantidade (concentração) de Diclofenaco para inibir 
em 50% a atividade da COX-1 é 0,035 micromolar 
A quantidade (concentração) de ibuprofeno para inibir 
em 50% a atividade da COX-1 é 2,4 micromolar. 
A partir disso é possível perceber a questão da 
afinidade que se caracterizapela potência. O 
diclofenaco é considerado o fármaco mais potente, já 
que precisa de uma concentração menor de diclofenaco 
para inibir 50% da ação da enzima COX-1. 
 
Obs: embora não exista a classe de fármacos seletivos 
para a COX-1, os testes demonstraram que a Aspirina 
tem uma predileção pra inibir a COX-1 do que a COX-
2. 
 
EX2: 
 
A presença da peroxidase aumenta a potencia do 
paracetamol, ou seja, o efeito inibitório as COX pelo 
acetaminofeno é potencializado com baixas 
concentrações de peróxidos. Se tem glutationa 
peroxidase no meio, tem pouco peroxido, já que a 
peroxidase vai reduzir esses peróxidos. 
Em um ambiente inflamado se tem muito peroxido 
(espécies reativas de O2), tem pouca glutationa 
peroxidase. Ou seja, o ambiente inflamado favorece a 
ligação paracetamol-COX, tornando o acetaminofeno 
menos potente 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
 
 
Do lado direito mostra a formação de espécies reativas 
de O2 (peróxidos), envolvendo reações de transferência 
de elétrons. Um dos produtos do ciclo da peroxidase 
participa da ativação de prostaglandina. 
Para que a cicloxigenase converta o ácido araquidônico 
em prostaglandona, ela precisa de um produto da 
peroxidase. 
O composto 1 (forma ativa, formado na presença de 
peróxidos ou radicais livres) fornece elétrons para a 
cicloxigenase produzir prostaglandina e depois é 
inativada em composto 2. 
O intermediário 2 é a substancia que captura o elétron 
do composto 1 e vai fornecer pra cicloxigenase produzir 
prostaglandina. Acontece que o acetaminofeno parece 
ter uma atividade importante no processo de conversão 
do composto 1 em composto 2. 
O Acetaminofeno reduz a disponibilidade (quantidade) 
do composto 1, que é essencial pra síntese de 
prostaglandina na etapa metabólica da cicloxigenase, 
ou seja, se eu tiver pouca peroxidase no meio, o papel 
do acetaminofeno que é converter o composto 1 em 
composto 2, vai ser baixo. 
O efeito do acetaminofeno na inflamação depende da 
etapa do ciclo da peroxidase, já que quanto mais 
peroxidase eu tenho, maior a probabilidade do 
acetaminofeno exercer seu papel e estimular a 
transformação de composto 1 em composto 2. 
 
Diclofenaco: 
-Analgésico 
-Antipirético 
-Anti-inflamatório 
 
Farmacocinética e absorção: 
O diclofenaco é completamente absorvido dos 
comprimidos gastroerresistentes após sua passagem 
pelo estomago. 
Absorção após alimentação é retardada, mas 
concentração final é semelhante por demorar mais no 
estomago. Isso quer dizer que a alimentação não 
interfere na quantidade de diclofenado que vai ser 
absorvido, não interfere em sua concentração final, ele 
interfere na demora do inicio do efeito. Se ingere o 
fármaco após a alimentação, ele ficará mais tempo no 
estomago e irá demorar mais tempo pra ser absorvido, 
que é no intestino. 
 
Ligação de proteínas plasmáticas: 99,7% 
Biotransformação hepática 
Excreção urinária: cerca de 60%da dose administrada é 
excretada na urina como conjugado glicurônico da 
molécula intacta como metabólitos, a maioria dos quais 
são também convertidos a conjugados glicurônicos – 
aumentam a hidrossolubilidade do fármaco, pra que ele 
seja eliminado na urina mais facilmente. 
 
COXIBES – inibidores seletivos da COX-2 
 
 
Moléculas maiores, capazes de inibir apenas a COX-2. 
O primeiro inibidor da COX-2 foi o Rafecoxib ou Vioox. 
Pacientes com câncer de colon que usaram o Rafecoxib 
tiveram 2x mais ventos cardiovasculares, como IAM e 
AV, sendo retirado do mercado em 2004. 
Atualmente, o inibidor de COX-2 mais utilizado é o 
Celecoxib, mas também tem um elevado potencial de 
gerar risco cardiovascular 
Absorção: via oral – a administração com alimentos 
(refeição rica em gordura) retarda a absorção do 
colecoxibe resultando em um tempo máximo de 4 horas 
e aumenta a biodisponibilidade em cerca de 20% 
Ex: em condições normais, em uma alimentação não 
rica em gorduras, o paciente tomou um comprimido de 
100 mg de celecoxib e, normalmente, absorve 50% de 
disponibilidade. 
Se o paciente ingere o comprimido de 100mg antes ou 
após uma dieta rica em gorduras, ele aumenta a sua 
biodisponibilidade. A gordura do alimento interage 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
com a molécula do fármaco, possibilitando a passagem 
dele pela membrana plasmática. Os lipídeos interagem 
com o cilecoxibe o tornando uma molécula mais 
lipossolúvel. 
 
Biotransformação hepática: o metabolismo do 
celecoxibe é mediado principalmente pela via 
citocromo P450. 
 
Excreção hepática: o cilecoxibe é eliminado 
predominantemente por metabolismo hepático, com 
menos de 1% da dose excretada inalterada na urina. A 
excreção é via biliar, sai maior parte pelas fezes. 
 
Principais efeitos adversos: 
COX-1: ulceras peptídicas, sangramento GI, problemas 
renais. 
Seletivos de COX-2: hipertensão, IAM, problemas 
renais. 
OBS: Os efeitos gástricos na COX-1 são maiores que os 
de inibidores seletivos da COX-2 devido a maior 
interação entre COX-1 e produção do muco protetor. 
 
Efeitos adversos associados: 
 
Bloqueando a ação da COX-1, é bloqueado também a 
transformação do Ac araquidônico em prostaglandina. 
Com menos prostaglandina, se tem uma menor 
produção de muco, uma menor secreção de bicarbonato 
e uma redução do fluxo sanguíneo. 
- Uma menor produção de muco leva a uma menor 
proteção do epitélio gástrico ao ácido estomacal. 
-O bicarbonato é importante para neutralizar o H+, com 
sua redução, a chances de lesões gástricas causadas pelo 
acido são maiores. 
- A redução da prostaglandina leva a vasoconstrição. 
Com essa vasoconstricção, são levados menos 
nutrientes para a célula que já está sofrendo/sendo 
lesionada. 
 
Efeito adverso renal: 
 
O quadro mostra situações que tendem a reduzir a taxa 
de filtração glomerular. 
São duas situações que o nosso organismo consegue 
reverter produzindo vasoconstrictores (angiotensina, 
catecolamina, vasopressina... )que vão tentar aumentar 
o fluxo sanguíneo renal pra aumentar a taxa de filtração 
renal. 
Com o paciente sem uso de AINE: a cicloxigenase está 
trabalhando normalmente, as prostaglandinas estão em 
níveis normais, atuando no processo de vasodilatação. 
Essas prostaglandinas atuam antagonizando os efeitos 
intrarenais dos vasoconstrictores, balanceando a ação 
da catecolamina, vasopressina e angiotensina, 
mantendo a integridade renal normalizada. 
Paciente em tratamento de AINE: o fármaco esta 
inibindo a síntese de prostaglandina a nível renal, ou 
seja, esse mecanismo fica sem ação contraria ao 
vasoconstrictor. Há uma vasodilatação além do normal 
a nível renal porque está sem produzir prostaglandina, 
favorecendo a filtração glomerular e aumentando o 
potencial de toxicidade renal 
 
 
EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS: 
 
Nas plaquetas existe apenas COX-1, no endotélio COX-
2. 
A função fisiológica da COX-1 nas plaquetas é converter 
o ac araquidônico em tromboxano e iniciar a agregação 
plaquetária. 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
Ana Victoria Soares 2021.1 
 
A função fisiológica da COX-2 no endotélio é converter 
ac araquidônico em prostaciclina, que tem uma função 
anti-trombótica e vasodilatadora. 
 
NO ex 2: paciente está em uso de AINE seletivo de 
COX-2, ou seja, ele está bloqueando apenas a COX-2 e 
não a COX-1. A consequência disso é o desequilíbrio no 
balanceamento da hemostasia coagulatória. O 
individuo deixa de produzir prostaciclinas que são pro-
trombóticas e vasodilatadoras, mas não deixa de 
produzir tromboxanos, que são pró-coagulatórios. 
Prevalece a relação trombótica dos tromboxanos, com 
isso, se tem a maior probabilidade desse organismo 
formar trombos. 
 
ESCOLHA DO AINE ADEQUADO: 
Sempre que uma classe de fármaco tem muitas opções, 
como é o caso dos AINES, montar a racionalidade para 
escolha de um ou de outro é um pouco mais 
complicado. 
Devido a isso, alguns pontos importantes devem ser 
levados em consideração: 
-Eficácia 
-Custo-eficiência 
-Segurança: saberse o paciente teve algum evento ou 
risco 
-Outros fatores: medicamentos associados, adesão ao 
tratamento. 
 
CASO FINAL: 
Uma jovem de 16 anos de idade vai ao consultório 
médico devido a cólicas menstruais. Sua menarca foi 
aos 13 anos. Sua menstruaçãodura quatro a cinco dias, 
e ela tem cilos de 28 dias. Durante os primeiros dois a 
três dias de sua menstruação, ela afimra que tem cólicas 
muito fortes. As cólicas tem ocorrido desde a menarca e 
parecem ter piorado no último ano. Elas são tão fortes, 
as vezes, que ela perde suas atividades de rotina. Ela 
toma paracetamol e pílulas para ”cólica menstrual”, as 
quais não necessitam de prescrição, sem alívio 
adequado. A jovem não tem nenhuma história clínica 
significativa, não toma medicamentos regularmente e 
não é sexualmnete ativa. O exame é normal. Você avalia 
o problema como disminorreia primária e prescreve 
diclofenaco para ser usado quandonecessario. 
- Quais são os efeitos terapêuticos dos fármacos anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs)? antipiretico, 
analgesico e anti-inflamatório. 
- Qual é o mecanismo de ação anti-inflamatória não 
esteroidal (AINEs)? Inibição da cicloxigenases. 
 
OBS: qualquer aine deve ser ministrado no menor 
tempo possivel no menor tempo necessario. 
 
 
 
 
 
1-D.Os AINEs aumentam o tempo de sangramento. 
2-A 
3-C: O paracetamol produz um metabolico toxico que 
precisa da glutationa pra ser neutralizado e excretado. 
N-acetilcisteina é administrado como um farmaco, é um 
precussor da glutationa. Quando metabolizado, ele 
produz e disponibiliza glutationa para o organismo. 
Então aumenta a reserva de glutationa pra neutralizar 
o paracetamol que apaciente tomou.

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