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Anestesia Inalatória

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W.B
Última atualização app: 16/12/2020
Anestesia Inalatória
Definição: A anestesia geral é definida pela técnica anestésica em que se promove
simultaneamente a inconsciência, a ausência de dor e o relaxamento muscular,
possibilitando a realização de qualquer procedimento cirúrgico. Ela pode ser realizada
com agentes inalatórios, venosos ou ambos. A primeira anestesia geral inalatória se deu
em 1846 no Massachusetts General Hospital, sendo utilizado éter etílico, o que
proporcionou uma grande redução na mortalidade pós-operatória, devido à diminuição
da dor e choque nas intervenções cirúrgicas.
Mecanismo
A técnica mais utilizada atualmente é a anestesia geral balanceada, em que se utiliza a
combinação de dois tipos de agentes (venosos e inalatórios).
A anestesia geral inalatória pura se baseia apenas no uso de agentes inalatórios para a
sua realização. É bastante utilizada em pacientes pediátricos. Realiza-se uma mistura de
gases anestésicos (oxigênio, ar comprimido ou protóxido e halogenado) administrados
através de uma máscara de ventilação ou tubo traqueal.
Em paciente adultos, a indução é feita através de agentes venosos e a manutenção é
realizada com agentes inalatórios.
Os anestésicos inalatórios ainda são muito utilizados na manutenção da anestesia geral,
principalmente devido a características, como: baixo custo operacional, rápida
recuperação anestésica, possibilidade de utilização como agentes únicos e precisão no
controle dos níveis de profundidade.
Técnica
O mais importante é levar em consideração a farmacologia dos anestésicos inalatórios,
principalmente em relação à concentração alveolar mínima (CAM), assim como os
coeficientes de partição dos mesmos.
CAM
Corresponde à concentração mínima de vapor nos pulmões necessária para a prevenção
de movimento (resposta motora) em 50% dos pacientes em resposta a um estímulo
cirúrgico álgico. Em termos simples, é usado para definir a "potência" dos agentes
inalatórios, pois quanto maior a sua CAM, maior quantidade do anestésico deve ser
administrada e menos potente ele é. Ou seja, a potência de um anestésico inalatório é
inversamente proporcional a sua CAM.
Coeficiente de Partição
Além da CAM, também devemos levar em consideração o coeficiente de partição que
define a solubilidade de um gás em um solvente. Nesse caso, temos o coeficiente de
partição óleo / gás, que prevê a potência do agente e é diretamente proporcional, e o
coeficiente de partição sangue / gás, que determina a velocidade de indução também
diretamente proporcional. A velocidade de indução através de agentes inalatórios
depende principalmente do padrão ventilatório e débito cardíaco. Quanto mais
ventilação, menor o tempo de indução; e quanto maior o débito cardíaco, maior o tempo
de indução.
Fatores que levam à indução mais lenta:
- Hipoventilação, aumento do débito cardíaco, doença pulmonar obstrutiva crônica.
Propriedades dos Anestésicos Inalatórios
Agentes Inalatórios
Óxido nitroso:
● Um dos primeiros gases a serem utilizados em procedimentos anestésicos. Também
conhecido como "gás do riso";
● Não é inflamável e tem um odor doce e agradável. Custo e toxicidade baixos;
● Entretanto, devido a algumas complicações, principalmente pulmonares, está caindo
em desuso no meio anestésico. Utilizado para fazer efeito de segundo gás, pode
provocar atelectasia pulmonar. Por isso, muitos profissionais preferem fazer uso de ar
comprimido;
● Poder analgésico grande. Tem um coeficiente de partição sangue-gás pequeno (0,47) e
é eliminado rapidamente. Porém, apresenta uma das maiores CAMs, em torno de 105;
● Deve-se ventilar o paciente com oxigênio a 100% após a interrupção de sua
administração para evitar hipoxemia;
● Contraindicado em casos de distensão abdominal, pneumotórax, embolia pulmonar,
obstrução do ouvido médio;
● Complicações de uso: hipotensão, náuseas e vômitos e neurite periférica.
Halotano:
● Apresenta CAM de 0,75 e coeficiente de partição sangue / gás aumentado (2,4);
● Metabolização 20% hepática. Latência e eliminação rápidas;
● Utilizado mais em pacientes pediátricos;
● Complicações do uso: arritmias cardíacas, hepatite por Halotano grave e hipertermia
maligna;
● Atualmente está caindo em desuso e sendo substituído pelo Sevoflurano.
Enflurano:
● Possui uma absorção rápida pela árvore traqueobrônquica, apresentando CAM de 1,69
com oxigênio e de 0,57 com óxido nitroso a 70%;
● Pouco estímulo de secreção salivar;
● Tem metabolização hepática e eliminação principalmente pulmonar (80%) e renal;
● Atravessa a placenta;
● O uso concomitante com betabloqueadores pode gerar hipotensão arterial severa;
● Efeitos adversos: náuseas e vômitos, tremores e, em alguns casos, leucocitose e
aumento das transaminases plasmáticas.
Isoflurano:
● Causa bastante irritação da mucosa do trato respiratório, não devendo ser utilizado
como único agente de indução;
● Seu coeficiente de partição sangue / gás não é tão baixo (1,4) e possui uma CAM de
1,15;
● Muito relacionado a depressão respiratória, arritmias e hipotensão;
● Contraindicado em pacientes com história prévia de hipertermia maligna;
● Pode estar associado ao aumento de potássio no organismo;
● Não há estudos que comprovem segurança em mulheres grávidas.
Sevoflurano:
● Um dos anestésicos mais utilizados atualmente entre os profissionais anestesistas;
● Sua segurança em relação à toxicidade o torna escolha número 1 tanto para pacientes
adultos como pediátricos;
● Não apresenta irritação da mucosa oral, portanto é bastante tolerável em crianças;
● Possui uma CAM de 2,1 e um coeficiente de partição sangue / gás bem diminuído
(0,65), o que o torna um anestésico de latência baixa;
● Em crianças, o acordar pode se apresentar com bastante delírio e agitação;
● Pouquíssimo efeito sobre a analgesia, necessitando de grande suporte de medicação
analgésica pós-operatória.
Desflurano:
● Por apresentar o menor coeficiente de partição sangue / gás, em torno de 0,45,
torna-se o anestésico inalatório com menor latência;
● Possui, contudo, uma das maiores CAMs, em torno de 6, perdendo apenas para o óxido
nitroso, que possui uma CAM de 105;
● Sendo assim, tem uma latência baixa, porém necessita de altas concentrações para
gerar efeito anestésico satisfatório;
● Apresenta excelente estabilidade cardiovascular, sem alterar a função renal e o
metabolismo hepático;
● Sua eliminação se faz quase que totalmente pelo pulmão;
● Muito indicado para procedimentos de emergência, pacientes idosos, cardiopatas,
hepatopatas e nefropatas;
● Se não fosse o alto custo gerado, seria uma das melhores opções para anestesia
inalatória.
Analisador de gases:
● O analisador de gases é um aparelho que pode ser acoplado ao monitor
multiparâmetros ou que já vem instalado nos carrinhos mais modernos de anestesia e
que auxilia os anestesistas a avaliarem a quantidade de gás anestésico inalado pelo
paciente. É muito útil durante a extubação, pois demonstra com exatidão a quantidade
de gás presente no organismo;
● Ele tem a capacidade de monitorar as concentrações de oxigênio, gás carbônico, óxido
nitroso e dos anestésicos inalatórios;
● Seu mecanismo baseia-se no fato de que a mistura de gases absorve comprimentos
de ondas distintos do espectro da luz infravermelha. Com base nessa quantidade de
luz infravermelha absorvida pela mistura gasosa, um microprocessador calcula
continuamente a concentração de cada gás;
● Deve ser utilizado sempre que possível na realização de anestesia inalatória, porem
seu uso não é obrigatório.
Indicações
● Anestesia geral;
● Anestesia pediátrica;
● Broncoespasmo;
● Manutenção de anestesia geral
Contraindicações
As contraindicações estão mais relacionadas ao tipo de anestésico inalatório do que a
própria técnica em si. Portanto, deve-se escolher o anestésico mais indicado para cada
tipo de paciente em relação a sua condição clínica:
● Pacientes com hipertermia maligna;
● Usuários de cocaína ou estimulantes;
● Distúrbios de condução cardíaca;
● História de hipertermia maligna;
● Insuficiência hepática.Complicações
● Sialorreia;
● Broncoespasmo;
● Arritmias;
● Agitação ao despertar;
● Hiperalgesia;
● Hipertermia maligna;
● Instabilidade hemodinâmica;
● Depressão respiratória;
● Náuseas e vômitos pós-operatórios;
● Hepatite;
● Hipóxia.

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