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Direitos Humanos

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Direitos Humanos 
Conceito: O conjunto de direitos e garantias assegurados nas declarações e tratados 
internacionais de direitos humanos. Conjunto de direitos considerado indispensável 
para vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. “Dá-se o nome de 
liberdades públicas, de direitos humanos ou individuais àquelas prerrogativas que tem 
o indivíduo em face do Estado.” 
Das categorias e Gerações de Direitos Humanos 
As dimensões ou gerações de DH: A doutrina menciona 3 dimensões clássicas dos DH: 
Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 
LIBERDADE: protege os direitos civis e políticos individuais (liberdade, vida e 
segurança); 
IGUALDADE: protege os direitos econômicos, sociais, culturais e trabalhistas; 
FRATERNIDADE: também conhecida como “princípio da solidariedade”, protege os 
direitos difusos como meio ambiente, consumidor e desenvolvimento. 
A Classificação dos direitos humanos quanto a natureza dos mesmos restou 
fragmentada em dois campos que os próprios tratados internacionais criaram uma 
classificação: a existência de direitos civis e políticos, por um lado e de direitos 
econômicos, sociais e culturais por outro. 
Direitos Civis e Políticos: em regra são direitos relacionados à vida, liberdade e 
participação política dos cidadãos. Também em regra exigem uma atitude negativa dos 
Estados, que não podem coibir a liberdade e nem proibir a manifestação política de 
seus nacionais. Mas, em alguns momentos impõe aos Estados certos deveres positivos, 
como a promoção de eleições periódicas pelos Estados (art. 25 do PDCP). 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: são os denominados direitos sociais, como 
direito à alimentação, saúde, educação e habitação, que por sua vez, obrigam os 
Estados a exercerem prestações positivas, isto é, deverão proporcionar aos cidadãos 
serviços e bens públicos destinados ao cumprimento de condições materiais 
suficientes de existência. 
Há também prestações negativas como a não interferência no direito à sindicalização 
(art. 8º do PIDCP). 
Uma classificação tradicional dos direitos humanos é aquela que os divide em gerações 
ou dimensões segundo a doutrina mais atual. 
Direitos de 1º Dimensão ou Geração: nasceu nas revoluções burguesas dos séculos 
XVII E XVIII e envolvem os direitos de autonomia, defesa e participação, possuindo 
característica de distribuição de competências entre o Estado e o indivíduo. 
Essa geração refere-se aos direitos civis e políticos, também chamados de direitos de 
liberdade. As liberdades públicas negativas que buscavam a abstenção estatal, a não 
interferência do poder público na esfera dos interesses privados. 
Direitos de 2º Dimensão ou Geração: Decorrente dos movimentos sociais do século 
XIX e XX, demandavam um papel ativo e interventivo do Estado. Também considerados 
direitos prestacionais, alcançam os direitos econômicos, sociais e culturais pautados 
pelo direito da igualdade. 
Direitos de 3º Dimensão ou Geração: São os denominados direitos de solidariedade 
ou direitos globais, que incluem o direito ao desenvolvimento, o direito a um ambiente 
sadio e ecologicamente equilibrado, o direito à paz, o direito à autodeterminação dos 
povos e o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade. São 
denominados os direitos transindividuais. 
Direitos de 4º Dimensão ou Geração: são os direitos decorrentes da globalização 
política e que correspondem à fase de institucionalização do Estado Social. Direitos dos 
povos. 
5º Dimensão Futuro dos Indivíduos – Paz Universal. 
6º Dimensão Futuro dos Indivíduos – Acesso à água. 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
INERÊNCIA: os DH pertencem a todos os seres humanos; são inerentes aos seres 
humanos. 
UNIVERSALIDADE: não importa a raça, a cor, o sexo, a origem, a condição social, a 
língua, a religião ou opção sexual; 
TRANSNACIONALIDADE: não importa o local em que esteja o ser humano; 
INDIVISIBILIDADE: os DH não são fracionados; implica em unicidade, assegurando não 
ser possível se reconhecer apenas alguns direitos humanos (atenção aos direitos 
sociais). 
UNIVERSALISMO X RELATIVISMO CULTURAL 
A concepção universal dos direitos humanos delineada pela Declaração Universal de 
1948 e reafirmada pela Declaração de Viena de 1993 sofreu e ainda sofre fortes 
resistências dos adeptos do movimento do relativismo cultural. 
Para os relativistas, a noção de direito está estritamente relacionada ao sistema 
político, econômico, cultural, social e moral vigente em determinada sociedade. 
Segundo os relativistas cada cultura possui o seu próprio discurso acerca dos direitos 
fundamentais, que está relacionado às específicas circunstâncias culturais e históricas 
de cada sociedade. Nesse sentido, acreditam os que se filiam ao relativismo cultural, 
que o pluralismo cultural impede a formação de uma moral universal, tornando-se 
necessário que se respeitem as diferenças culturais apresentadas por cada sociedade, 
bem como seu peculiar sistema moral. 
No olhar relativista há o primado do coletivismo. Isto é, o ponto de partida é a 
coletividade, e o indivíduo é percebido como parte integrante da sociedade. Já na ótica 
universalista, há o primado do individualismo. O ponto de partida é o indivíduo, sua 
liberdade e autonomia (a dignidade humana como elemento individualista), para que, 
então, se avance na percepção dos grupos e das coletividades. 
INTERDEPENDÊNCIA: muitas vezes para o exercício de um dir. humano, passa-se 
obrigatoriamente pelo anterior de outra geração/dimensão. 
INDISPONIBILIDADE: o ser humano não pode abrir mão, dispor de um direito humano, 
por ser inerente a ele e nem os Estados podem suprimi-los, a partir do momento que 
os reconhece. 
IMPRESCRITIBILIDADE: um direito humano não prescreve por decurso de prazo. 
Atualmente a majoritária jurisprudência do STJ está aplicando a imprescritibilidade dos 
direitos humanos. 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO. 
REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. REGIME 
MILITAR. DISSIDENTE POLÍTICO PRESO NA ÉPOCA DO 
REGIME MILITAR. TORTURA. DANO MORAL. FATO 
NOTÓRIO. NEXO CAUSAL. NÃO INCIDÊNCIA DA 
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - ART. 1º DECRETO 
20.910/1932. IMPRESCRITIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL 
Nº 1.165.986 - SP (2008/0279634-1) RELATOR: MINISTRO 
LUIZ FUX. Julgado em 16/11/2010. 
 
INDIVIDUALIDADE: podem ser exercidos por apenas um indivíduo. 
COMPLEMENTARIEDADE: os direitos humanos devem ser interpretados em conjunto, 
não havendo hierarquia entre eles. 
INVIOLABILIDADE: esses direitos não podem ser descumpridos por nenhuma pessoa 
ou autoridade. 
IRRENUNCIABILIDADE: são irrenunciáveis estes direitos. 
INTERRELACIONARIEDADE: os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter-
relacionam, possibilitando às pessoas escolher entre o mecanismo de proteção global 
ou regional não havendo hierarquia entre eles. 
HISTORICIDADE: estão vinculados ao desenvolvimento histórico e cultural do ser 
humano. 
VEDAÇÃO DO RETROCESSO OU DO REGRESSO: uma vez estabelecidos os direitos 
humanos, não se admite o retrocesso visando sua limitação ou diminuição. 
PREVALÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA: na solução de um caso concreto deve 
prevalecer a norma mais benéfica para a vítima da violação dos direitos humanos. 
A TUTELA INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA E SEUS TRÊS EIXOS DE PROTEÇÃO 
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS: proteção do ser humano em 
todos os aspectos, englobando direitos civis e políticos, direitos sociais, econômicos, 
culturais e os direitos transindividuais. 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS: age na proteção do refugiado, desde a 
saída do seu local de residência, concessão do refúgio e seu eventual término. 
O DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO 
Foca na proteção do ser humano na situação específica dos conflitos armados 
(internacionais ou não internacionais – guerras civis). 
É também conhecido como o direito internacional da guerra, pois precede a própria 
formação do direitointernacional dos direitos humanos. Surge a partir da iniciativa do 
suíço Henri Dunant que, após presenciar o massacre e a desumana situação de feridos 
na Batalha de Solferino (1859), ocorrida em solo italiano, decide criar a Cruz Vermelha 
e iniciar uma campanha internacional para a proteção dos militares feridos e doentes. 
Com o sucesso obtido na sua empreitada em 1864 foi aprovada a primeira Convenção 
de Genebra. 
A 1º Convenção de Genebra, sucederam-se diversas outras: 
1) Segunda Convenção de Genebra – 1907, que visou a proteção de feridos, enfermos 
e náufragos das forças armadas do mar; 
2) Terceira Convenção de Genebra – 1929, que instituiu regime jurídico e proteção dos 
prisioneiros de guerra; 
3) Quarta Convenção de Genebra – 1949, que revisou as convenções anteriores e 
acrescentou a proteção em relação aos civis, inclusive em territórios ocupados. 
Às Convenções de Genebra, seguiram-se três protocolos: 
A) Protocolo I de 1977 – proteção das vítimas dos conflitos armados internacionais, 
considerando que conflitos armados contra dominação colonial, ocupação estrangeira 
ou regimes racistas devem ser considerados como conflitos internacionais; 
B) Protocolo II de 1977 – proteção de vítimas em conflitos armados não internacionais 
(guerras civis); 
C) Protocolo III de 2007 – adiciona o emblema do cristal vermelho ao lado da cruz 
vermelha e do crescente vermelho. 
Assim, o Direito Humanitário não visa impedir a guerra, mas tão somente 
regulamentar o uso da força e da violência uma vez que o conflito armado é 
deflagrado. 
Princípios de Direito Internacional Humanitário: 
A) Princípio da Humanidade: De acordo com esse princípio, a dignidade humana deve 
ser preservada por mais precária e gravosa que seja a situação; 
B) Princípio da Necessidade: os bens civis devem ser respeitados e não podem ser 
alvos de ataques e retaliações; 
C) Princípio da Proporcionalidade: as partes devem utilizar de seus recursos bélicos de 
forma proporcional a superar e vencer a parte adversa, rejeitando-se um malefício 
superior aos ganhos militares pretendidos. 
O COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA (CICV) 
A principal entidade responsável pelo monitoramento do cumprimento do direito 
internacional humanitário pelos Estados é o CICV, em realidade, uma organização 
independente e não-governamental cujo status e prerrogativas são reconhecidos nas 
próprias Convenções de Genebra. 
O CICV visa defender e amparar as vítimas de guerras e catástrofes naturais, além de 
auxiliar no contato com familiares e na busca por desaparecidos. 
Embora não prevejam um órgão internacional voltado para aplicação de sanções, os 
tratados que compõem o direito internacional humanitário podem ser invocados 
perante a CIJ e o TPI. 
Deste modo, o desenvolvimento do direito internacional humanitário é considerado 
como um dos precedentes históricos para a internacionalização dos direitos humanos. 
O DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS 
O direito internacional dos refugiados também decorre de um “Convenção de 
Genebra”, que, a não ser pelo nome, não se identifica com aquelas relacionadas ao 
direito internacional humanitário. 
O principal instrumento do direito internacional dos refugiados é a Convençãodas 
Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, adotada em 28/07/1951 e com 
vigência a partir de 22/04/1954. 
Essa Convenção definia o que se compreendia como refugiado e ao mesmo tempo 
estipulava regras para a sua proteção e a concessão de asilo político pelos Estados-
membros. Contudo, ela possuía uma grave limitação de tempo: somente se aplicava 
aos refugiados em relação a eventos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951. A esse 
condicionamento denominou-se “reserva temporal”. 
Após um período de discussões internacionais, foi elaborado o Protocolo relativo ao 
Estatuto dos Refugiados que entrou em vigor em outubro de 1967. Com esse 
protocolo, deixaram de existir limitações geográficas e temporais para o 
reconhecimento do status de refugiado a determinadas categorias de pessoas, 
buscando-se agora conferir efetiva proteção a todos aqueles que se deslocam em 
razão de uma crise política. 
Refugiado: é todo o indivíduo que, em decorrência de fundados temores de 
perseguição, seja relacionado a sua raça, religião, nacionalidade, associação a 
determinado grupo social ou opinião política e também por fenômenos ambientais, 
encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode 
ou não quer regressar a ele. 
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) foi criado em 
1949 e é órgão integrante do Sistema da ONU responsável por garantir e assegurar 
aos refugiados a observância dos seus direitos e por monitorar e acompanhar os 
movimentos de refugiados no globo. 
No Brasil, o direito dos refugiados foi regulamentado pela Lei nº 9.474/1997, que 
também criou o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), órgão colegiado 
vinculado ao Ministério da Justiça. 
De acordo com o art. 1º dessa lei, será reconhecido como refugiado todo indivíduo 
que: 
Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: 
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, 
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de 
nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; 
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência 
habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias 
descritas no inciso anterior; 
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar 
seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. 
Art. 2º Os efeitos da condição dos refugiados serão extensivos ao cônjuge, aos 
ascendentes e descendentes, assim como aos demais membros do grupo familiar que 
do refugiado dependerem economicamente, desde que se encontrem em território 
nacional. 
O direito dos refugiados visa defender o ser humano em uma de suas condições mais 
fragilizadas: quando encontra-se desvinculado de sua terra natal e em ameaça de 
violência (seja física, psicológica ou econômica) caso a ela retorne. 
SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS 
AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
1- CILINDRO DE CIRO (539 AC, BABILÓNIA) 
Em 539 a.C., os exércitos de Ciro, O Grande, o primeiro rei da antiga Pérsia, 
conquistaram a cidade da Babilônia. Mas foram as suas ações posteriores que 
marcaram um avanço muito importante para o Homem. Ciro libertou os escravos, 
declarou que todas as pessoas tinham o direito de escolher a sua própria religião, e 
estabeleceu a igualdade racial. Estes e outros decretos foram registados num cilindro 
de argila na língua acádica em escrita cuneiforme. 
O Cilindro de Ciro como é hoje conhecido, foi descoberto em 1879 e a ONU traduziu o 
seu conteúdo em 1971 para todas as suas línguas oficiais. O Cilindro de Ciro é 
considerado a primeira declaração de direitos humanos, ao permitir que os povos 
exilados na Babilônia regressassem à suas terras de origem. 
O Cilindro de Ciro (declaração de boa governança) foi agora reconhecido como a 1º 
carta de direitos humanos do mundo. Está traduzido nas 6 línguas oficiais da ONU e é 
análogo aos quatro primeiros artigos da Declaração Universal dos 
Direitos do Homem. 
A IDADE MÉDIA E A IDADE MODERNA 
Na idade média o poder dos governantes era ilimitado, pois era fundado na vontade 
divina (Clero e a nobreza). 
Surgimento dos primeiros movimentos de reivindicação de liberdades a determinados 
estamentos, como a Declaração das Cortes de Leão adotada na Península Ibérica em 
1188 (Reino de Espanha) e a Magna Carta inglesa de 1215. 
A Carta Magna (1215) foi possivelmente a influência inicial mais significativa no amplo 
processo histórico que conduziu o constitucionalismo ocidental hoje conhecido. Em 
1215 depois de que o Rei João Sem-terra da Inglaterra violouum número de leis 
antigas e costumes pelos quais a Inglaterra tinha sido governada, seus súditos, 
principalmente os barões revoltados com as arbitrariedades do seu soberano, 
forçaram o rei a assinar a Magna carta que enumera o que mais tarde veio a ser 
considerados como direitos humanos. Entre eles estava o direito da igreja de ser livre 
da interferência governamental, os direitos de todos os cidadãos livres de possuir e 
herdar a propriedade e ser protegidos de impostos excessivos. Os princípios do devido 
processo legal e igualdade da lei, bem como determinações que proibiam o suborno e 
a má conduta oficial. 
MAGNA CARTA (1215, INGLATERRA) 
A Magna Carta é um documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas de 
Inglaterra. Com este documento os monarcas tiveram que renunciar a certos direitos, 
respeitar determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que a vontade do 
rei estaria sujeita à lei. Impediu assim o exercício do poder absoluto pelos monarcas e 
é amplamente visto como um dos documentos legais mais importantes no 
desenvolvimento da democracia moderna. A Magna Carta consagra, entre outros, o 
direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade e serem 
protegidos de impostos excessivos; o direito das viúvas que possuíam propriedade a 
decidir não voltar a casar; o estabelecimento dos princípios processuais e a igualdade 
perante a lei e o direito da igreja de estar livre da interferência do governo. Contém 
ainda provisões que proíbem o suborno e a má conduta oficial. 
Considera-se que a Magna Carta é o primeiro capítulo de um longo processo histórico 
que levaria ao surgimento do constitucionalismo. 
- Renascimento e reforma protestante: crise da Idade Média deu lugar ao surgimento 
dos Estados Nacionais absolutistas e a soc. estamental (dividida por estamentos, o que 
impedia a ascensão social) medieval foi substituída pela forte centralização do poder 
na figura do rei. Com a erosão da importância dos estamentos (igreja e senhores 
feudais), surge a ideia da igualdade de todos submetidos ao poder absoluto do rei, o 
que não exclui a opressão e a violência, como o extermínio perpetrado contra 
indígenas na América. 
O Século XVII: o Estado Absolutista foi questionado, em especial na Inglaterra. A busca 
pela limitação do poder é consagrada na Petition Of Rights de 1628. 
A Petição de Direitos afirmou 4 princípios: Nenhum tributo pode ser imposto sem o 
consentimento do Parlamento; Nenhum súdito pode ser encarcerado sem motivo 
demonstrado (a reafirmação do direito de habeas corpus); Nenhum soldado poder 
aquartelado nas casas dos cidadãos; A Lei Marcial não pode ser usada em tem de paz. 
A edição do habeas Corpus Act (1679) formaliza o mandado de proteção judicial aos 
que haviam sido injustamente presos, existente tão somente no direito 
consuetudinário inglês (common law). 
Em 1689 (após a Revolução Gloriosa): edição da “Declaração Inglesa de Direitos”, a 
“Bill of Rights” (1689), pelo qual o poder autocrático dos reis ingleses é reduzido de 
forma definitiva. 
PETIÇÃO DE DIREITO (1628, INGLATERRA) 
A petição de Direito é um documento produzido pelo Parlamento Inglês em resposta à 
situação que o país atravessava: o Rei Carlos I, perante a rejeição do Parlamento em 
financiar a sua política exterior, exigia empréstimos forçados, aquartelava as tropas 
nas casas dos súbditos como medida econômica e impressionava os seus opositores 
políticos. 
Estas políticas produziram no Parlamento uma hostilidade ao Rei e ao Duque de 
Buckingham, levando a redação da Petição de Direito que se baseia em estatutos e 
cartas anteriores e que afirma quatro princípios: 
1) Nenhum tributo pode ser imposto sem o consentimento do Parlamento, 
2) Nenhum súbdito pode ser encarcerado sem motivo demonstrado (a reafirmação do 
direito de habeas corpus) 
3) Nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos 
4) A Lei Marcial não pode ser usada em tempo de paz 
Em 1701: aprovação do Act of Settlement, que enfim fixou a linha de sucessão da 
coroa inglesa, reafirmou o poder do Parlamento e da vontade da lei, resguardandose 
os direitos dos súditos contra a volta da tirania dos monarcas. 
DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS EUA (1776) 
A Declaração da Independência dos Estados Unidos da América foi o documento no 
qual, as treze Colônias na América do Norte declararam a sua independência da Grã-
Bretanha e onde justificam este ato. Esta declaração foi aprovada pelo Congresso dos 
EUA no dia 4 de julho de 1776, dia que ainda hoje se celebra como o Dia da 
Independência dos EUA. 
Filosoficamente, a Declaração acentuou dois temas: os direitos individuais e o direito 
de revolução. Estas ideias tornaram–se largamente apoiadas pelos americanos e 
também se difundiram internacionalmente, influenciando em particular a Revolução 
Francesa. A Declaração de Independência inspirou ainda documentos de direitos 
humanos em todo o mundo. 
A CONSTITUIÇÃO DOS EUA (1787) E A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS (1791) 
Escrita durante o verão de 1787 em Filadélfia, a Constituição dos Estados Unidos da 
América é a lei fundamental do sistema federal do governo dos Estados Unidos e um 
documento de referência do mundo Ocidental. Esta é a mais antiga constituição 
nacional escrita que está em uso e que define os órgãos principais de governo e suas 
jurisdições e os direitos básicos dos cidadãos. 
As dez primeiras emendas da Constituição, que constituem a Declaração dos Direitos 
(Bill of Rights), entraram em vigor no dia 15 de dezembro de 1791, limitando os 
poderes do governo federal dos Estados Unidos e protegendo os direitos de todos os 
cidadãos, residentes e visitantes no território americano. 
A declaração dos Direitos protege a liberdade de expressão, a liberdade de religião, o 
direito de guardar e usar armas, a liberdade de reunião e a liberdade de petição. 
Proíbe a busca e detenção sem razão, o castigo cruel e insólito e autoincriminação 
forçada. 
Entre as proteções legais que proporciona, a Declaração dos Direitos proíbe que o 
Congresso faça qualquer lei que regule a escolha da religião e proíbe o governo federal 
de privar qualquer pessoa da vida, da liberdade ou da propriedade sem os devidos 
processos legais. 
A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (1789, FRANÇA) 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é o documento culminante da 
Revolução Francesa, que define os direitos individuais e coletivos dos homens (tomada 
a palavra na acepção de "seres humanos") como universais. Influenciada pela doutrina 
dos "direitos naturais", os direitos dos homens são tidos como universais: válidos e 
exigíveis a qualquer tempo e em qualquer lugar, pois pertencem à própria natureza 
humana. 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi adotada pela Assembleia 
Constituinte Nacional apenas seis semanas depois da tomada da Bastilha, que pôs fim 
à monarquia absoluta e abriu caminho ao estabelecimento da primeira República 
Francesa. A Declaração proclama que todos os cidadãos devem ter garantidos os 
direitos de “liberdade, propriedade, segurança, e resistência à opressão”. Argumenta 
que os direitos só podem ser limitados quando estiver em causa o usufruto dos 
mesmos direitos por outras pessoas: “… o exercício dos direitos naturais de cada 
homem tem só aquelas fronteiras que asseguram a outros membros da sociedade o 
desfrutar destes mesmos direitos”. 
Portanto, a Declaração vê a lei como “uma expressão da vontade geral”, que tem a 
intenção de promover esta igualdade de direitos e proibir “ações prejudiciais para a 
sociedade”. 
OS DIREITOS HUMANOS ANTES DA ONU 
A Liga das Nações foi uma organização internacional criada em abril de 1919, quando a 
Conferência de Paz de Paris adotou seu pacto fundador, posteriormente inscrito em 
todos os tratados de paz. 
Ainda durante a Primeira Guerra Mundial, a ideia de criar um organismo destinado à 
preservação da paz e à resoluçãodos conflitos internacionais por meio da mediação e 
do arbitramento já havia sido defendida por alguns estadistas, especialmente o 
presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. Contudo, a recusa do Congresso 
norte-americano em ratificar o Tratado de Versalhes acabou impedindo que os Estados 
Unidos se tornassem membro do novo organismo. 
Com fim da 1º guerra mundial (1914-1918), os países vencedores se reuniram em 
Versalhes, no subúrbio de Paris na França, em janeiro de 1919 para firmar um tratado 
de paz, o Tratado de Versalhes. Um dos pontos do tratado era a criação de um 
organismo internacional que tivesse como finalidade assegurar a paz num mundo 
traumatizado pelas dimensões do conflito que se encerrara. 
Em 15/11/1920, teve lugar em Genebra/Suíça, a 1º Assembleia Geral da Liga das 
Nações. Os objetivos da organização eram impedir as guerras e assegurar a paz, a 
partir de ações diplomáticas, de diálogos e negociações para a solução dos litígios. 
Porém, infelizmente não se conseguiu impedir a 2º guerra. A Liga das nações segundo 
a profa. dra. Flávia Piovesan: tinha como finalidade promover a cooperação, paz e 
segurança internacional, condenando agressões externas contra a integridade 
territorial e a independência política dos seus membros. 
O Brasil aderiu desde o início à Liga das Nações, porém por ato isolado do presidente 
da República Artur Bernardes que após seis anos se desligou (denunciou) do tratado 
sem a anuência do Congresso Nacional. Já os Estados Unidos não ratificaram o tratado. 
As eleições para o congresso americano (Senado) em 1918 deram a vitória ao Partido 
Republicano que era oposição ao Presidente Woodrow Wilson, portanto o Partido 
Republicano que assumiu o controle do Senado por duas vezes bloqueou a ratificação 
do tratado de Versalhes, favorecendo o isolamento do país opondo-se à Sociedade das 
Nações. 
Assim, os Estados Unidos nunca aderiram à Sociedade das Nações e negociaram em 
separado uma paz com a Alemanha: o Tratado de Berlim de 1921, que confirmou a 
pagamento de indenizações e de outras disposições do Tratado de Versalhes, mas 
excluiu explicitamente todos os assuntos relacionados com a Sociedade das Nações. 
Sem a participação americana e não possuindo forças armadas próprias, o poder de 
coerção da Liga das Nações baseava-se apenas em sanções econômicas e militares. Sua 
atuação foi bem-sucedida no arbitramento de disputas nos Bálcãs e na América Latina, 
na assistência econômica e na proteção a refugiados, na supervisão do sistema de 
mandatos coloniais e na administração de territórios livres como a cidade de Dantzig. 
Mas, ela se revelou impotente para bloquear a invasão japonesa da Manchúria (1931), 
a agressão italiana à Etiópia (1935) e o ataque russo à Finlândia (1939). Em abril de 
1946, o organismo se autodissolveu, transferindo as responsabilidades que ainda 
mantinha para a recém-criada Organização das Nações Unidas, a ONU. 
A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO 
A OIT foi criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira 
Guerra Mundial. A sua constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes 
(1919). Fundou-se sobre a convicção primordial de que a paz universal e permanente 
somente pode estar baseada na justiça social. É a única das agências do Sistema das 
Nações Unidas com uma estrutura tripartite, composta de representantes de governos 
e de organizações de empregadores e de trabalhadores. A OIT é responsável pela 
formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho (convenções e 
recomendações). 
As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer 
parte de seu ordenamento jurídico. O Brasil está entre os membros fundadores da OIT 
e participa da Conferência Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião. Na 
primeira Conferência Internacional do Trabalho, realizada em 1919, a OIT adotou seis 
convenções. 
Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão e da 2º Guerra Mundial, a OIT adotou 
a Declaração da Filadélfia como anexo da sua Constituição. A Declaração antecipou e 
serviu de modelo para a Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (DUDH). 
Em junho de 1998 (86º sessão) foi adotada a Declaração da OIT sobre os Princípios e 
Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento. O documento é uma 
reafirmação universal da obrigação de respeitar, promover e tornar realidade os 
princípios refletidos nas Convenções fundamentais da OIT, ainda que não tenham sido 
ratificadas pelos Estados-membros. 
Atualmente a OIT estabeleceu um patamar mínimo de proteção dos trabalhadores e 
conseguiu identificar os sujeitos de proteção, tais como crianças, gestantes e idosos. 
A OIT tem sede em Genebra/Suíça. 
DIREITO HUMANITÁRIO 
As Convenções de Genebra (1949) e seus Protocolos Adicionais são a essência do 
Direito Internacional Humanitário (DIH), o conjunto de leis que rege a conduta dos 
conflitos armados e busca limitar seus efeitos. Eles protegem especificamente as 
pessoas que não participam dos conflitos (civis, profissionais de saúde e de socorro) e 
os que não mais participam das hostilidades (soldados feridos, doentes, náufragos e 
prisioneiros de guerra). Os sistemas de Direitos Humanos: 
Sistema Universal: composto pela Carta da ONU (1945), Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (1948) e Pactos Internacionais (1966) docs tb chamados de Carta 
Internacional de Direitos Humanos (International Bill of Rights). 
Sistemas Regionais: temos 3 – Europeu, Americano e Africano. Para cada sistema 
regional temos um documento de referência. 
Europeu – Convenção Europeia de DH (1950); Americano – Convenção Americana 
sobre DH (1969) conhecida como pacto de São José da Costa Rica; Africano – Carta 
Africana de DH e carta dos povos (1981). 
O nosso sistema regional é o americano filiado a OEA. A convenção Americana Sobre 
os DH, conhecida como Pacto de São José da Costa Rica, é o documento mais 
importante de DH no âmbito do sistema regional. 
QUANTO A ORIGEM DA ONU 
Organização das Nações Unidas foi um nome concebido pelo então Presidente dos 
EUA, Franklin Roosevelt utilizado pela primeira vez na Declaração das Nações Unidas 
de 12 de janeiro de 1942, quando os representantes de 26 países assumiram o 
compromisso de que seus governos continuariam a lutar contra as potências do Eixo. 
A Carta das Nações Unidas foi elaborada pelos representantes de 50 países presentes à 
Conferência sobre Organização Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de 
abril a 26 de junho de 1945, a Polônia não teve representante na conferência, mas 
assinou a declaração posteriormente e se tornou o 51º país fundador das nações 
unidas. 
As Nações Unidas, entretanto, começaram a existir oficialmente em 24 de outubro de 
1945, após a ratificação da Carta pela China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a 
ex-União Soviética, bem como pela maioria dos signatários. Por isso, no dia 24 de 
outubro é comemorado em todo o mundo o "Dia das Nações Unidas". 
A ONU é fruto da incompetência do órgão anterior, denominado Sociedade das Nações 
(ou Liga das Nações). A ONU surge depois da 2º guerra mundial, em 26/06/1945, após 
o término da Conferência de São Francisco. Os propósitos da ONU são basicamente 
manter a paz e a segurança internacionais. 
A ONU tem 51 países como membros fundadores, incluso o Brasil, atualmente a ONU 
tem 193 países membros, sendo o último país que se integrou o Sudão Sul. Trata-se de 
uma organização internacional intergovernamental. Trata-se de uma organização 
vocacional mundial, cujo objetivo inicial é evitar uma 3º guerra mundial e promover a 
Paz. 
A criação da ONU junto com suas agências e órgãos especializados, iniciou uma nova 
ordem mundial, criando novas condutas e padrões internacionais. As Nações Unidas 
são regidas por uma série de propósitos e princípios básicos aceitos por todos os 
Países-Membrosda Organização. 
Os propósitos das Nações Unidas são (art. 1º): 
Manter a paz e a segurança internacionais; 
Desenvolver relações amistosas entre as nações; 
Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de caráter 
econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos 
humanos e às liberdades fundamentais; 
Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para a consecução desses 
objetivos comuns. 
Já as ações das nações unidas serão efetuadas respeitando os seguintes Princípios (art. 
2º): 
A Organização se baseia no principio da igualdade soberana de todos seus membros; 
Todos os membros se obrigam a cumprir de boa fé os compromissos da Carta; 
Todos deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo 
que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais; 
Todos deverão abster-se em suas relações internacionais de recorrer à ameaça ou ao 
emprego da força contra outros Estados; 
Todos deverão dar assistência às Nações Unidas em qualquer medida que a 
Organização tomar em conformidade com os preceitos da Carta, abstendo-se de 
prestar auxílio a qualquer Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo 
preventivo ou coercitivo; 
Cabe às Nações Unidas fazer com que os Estados que não são membros da 
Organização ajam de acordo com esses princípios em tudo quanto for necessário à 
manutenção da paz e da segurança internacionais; 
Nenhum preceito da Carta autoriza as Nações Unidas a intervir em assuntos que são 
essencialmente da alçada nacional de cada país. 
QUANTO AOS MEMBROS DA ONU (art. 3 ao art. 6) 
Segundo o art. 3º, da Carta das Nações, chamam-se Membros-Fundadores ou originais 
das Nações Unidas os países que assinaram a Declaração das Nações Unidas de 1º de 
janeiro de 1942 ou que tomaram parte da Conferência de São Francisco, tendo 
assinado e ratificado a Carta. 
O Brasil é um dos Membros-Fundadores da ONU. O direito de tornar-se membro das 
Nações Unidas cabe a todas as nações amantes da paz que aceitarem os compromissos 
da Carta e que, a critério da Organização, estiverem aptas e dispostas a cumprir tais 
obrigações (art. 4º, §1º). Países que não fazem ainda parte da Organização podem 
ingressar nas Nações Unidas por decisão da Assembleia Geral mediante recomendação 
do Conselho de Segurança (art. 4º, § 2º). 
A Suspensão de um membro da ONU é regulada pelo art. 5º da Carta das Nações e a 
expulsão pelo art. 6 da Carta das Nações. 
A suspensão de algum Estado-Membro pode ocorrer quando o Conselho de Segurança 
tomar medidas preventivas ou coercitivas contra ele, cabendo a expulsão sempre que 
houver uma violação persistente dos preceitos da Carta. O exercício dos direitos e 
privilégios de um membro que tenha sido suspenso pode ser restabelecido pelo 
Conselho de Segurança. Porém, desde 1945, nenhum PaísMembro da ONU foi 
suspenso ou expulso da Organização. 
IDIOMAS 
Os seis idiomas oficiais da Assembleia Geral das Nações Unidas são: inglês, francês, 
espanhol, árabe, chinês e russo. Os idiomas oficiais nos outros órgãos principais 
variam. No Conselho de Segurança, por exemplo, eles são apenas cinco: inglês, 
francês, espanhol, chinês e russo. 
EMENDAS À CARTA (ARTS. 108 E 109) 
Emendas à Carta entram em vigor uma vez aprovadas pelo voto de dois terços da 
Assembleia Geral e ratificadas por dois terços dos Estados-Membros das Nações 
Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de Segurança. Até o 
momento, todas as reformas incorporadas à Carta se relacionam com o número de 
integrantes do Conselho de Segurança e do Conselho Econômico e Social. Tais 
mudanças visam tornar mais adequada a representação naqueles órgãos, pois o 
número de Estados-Membros da ONU quase quadruplicou desde sua fundação. 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948) 
A DUDH é o 1º documento universal elaborado pela ONU. É composta de um 
preâmbulo e 30 artigos. Trata-se de uma recomendação do Conselho Econômico e 
Social da ONU, feita pela Comissão de DH à Assembleia Geral da ONU que efetuou 
uma resolução recomendando o texto aos seus membros. No entanto o seu alcance é 
de norma jus cogens (norma imperativa aceita por todos as nações). Foi adotada e 
proclamada pele Res. 217-A da III Assembleia Geral em 10/12/1948. 
O Preâmbulo reconhece a DIGNIDADE DA PESSOA como núcleo da DUDH. A DUDH 
surge como exigência moral da humanidade para impedir que os atos bárbaros 
cometidos nas duas guerras mundiais não se repitam mais. Por não possuir status de 
tratado internacional, após a promulgação da DUDH, iniciou-se o árduo trabalho de 
juridicizar os direitos humanos na esfera internacional. 
A estrutura da DUDH se baseia no Código de Napoleão, em que há um preâmbulo e 
princípios gerais introdutórios. Os arts. 1º e 2º inserem as ideias mestras da 
declaração, com referência aos princípios da dignidade, liberdade, igualdade e 
fraternidade. 
Na mesma senda podemos dividir a DUDH em 4 partes: 
1º parte: arts. 3 ao 11, que se referem aos direitos individuais; 
2º parte: arts. 12 ao 17, referem-se aos direitos do indivíduo e de participação política; 
3º parte: arts. 18 a 21, refere-se às liberdades políticas, públicas e religiosas, como 
liberdade de associação; 
4º parte: arts. 22 a 28 referem-se aos direitos econômicos, sociais e culturais. 
Os arts. 29 e 30 servem como um fechamento que dá sistematicidade e força a DUDH, 
declarando o dever do indivíduo perante a sociedade e a proibição do uso dos direitos 
contra os fins das Nações Unidas. 
A DUDH nos seus artigos traz proteções aos direitos humanos de 1º e 2º dimensão, ou 
seja, direitos de liberdade e igualdade. 
Princípio da Igualdade Material (Isonomia) 
Artigo 1º - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. 
São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com 
espírito de fraternidade. 
Artigo 2º - I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades 
estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, 
sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, 
riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou 
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um 
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer 
outra limitação de soberania. 
Os dois artigos anteriores consagram o Direito a Igualdade e a Vedação à 
Discriminação. 
Artigo 3º - Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
DIREITOS HUMANOS ESSENCIAIS (Art. 1 ao Art. 3) 
Direito a Igualdade; 
Direito à Vida; 
Direito à Liberdade; 
Direito à Segurança; 
Direito à Propriedade. (Art. 17 da DUDH); 
Da Vedação à escravidão e à tortura, tratamento ou castigo cruel, desumano ou 
degradante. 
Artigo 4º - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico 
de escravos serão proibidos em todas as suas formas. 
Artigo 5º - Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, 
desumano ou degradante. 
Princípio da Igualdade formal (igualdade perante ou frente a lei) 
Artigo 6º - Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como 
pessoa perante a lei. 
Artigo 7º - Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual 
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que 
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. 
Garantias Processuais 
Este artigo regula o devido processo legal e o acesso a remédios que garantam o 
respeito e a aplicação dos direitos humanos. 
Artigo 8º - Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes 
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais quelhe sejam 
reconhecidos pela constituição ou pela lei. 
Artigo 9º - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
Princípio da Igualdade no Processo, da Atuação Imparcial do Julgador e da 
Publicidade dos Atos Processuais 
Artigo 10. - Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e 
pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus 
direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. 
Princípio da Presunção da Inocência e da Irretroatividade da Lei Penal 
Artigo 11. 
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido 
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em 
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias 
necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não 
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será 
imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao 
ato delituoso. 
GARANTIAS PROCESSUAIS DA DUDH: 
1) Devido processo legal; 
2) Vedação à prisão, detenção e exílio arbitrários; 
3) Igualdade no processo; 
4) Imparcialidade do julgador; 
5) Publicidade dos atos processuais; 
6) Princípio da presunção da inocência; 
7) Princípio da irretroatividade da lei penal. 
Direito à intimidade e à vida privada e à inviolabilidade domiciliar 
Artigo 12 
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou 
na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem 
direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. 
Direito de Ir e Vir 
Artigo 13 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das 
fronteiras de cada Estado. 
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este 
regressar. 
Direito de transitar pelo país; 
Direito de deixar o país livremente; 
Direito de regressar ao país quando desejar. 
Direito de Asilo 
Artigo 14. 
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em 
outros países. 
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada 
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das 
Nações Unidas. 
Atenção – Não poderá ser invocado o Direito de Asilo quando: 
Crimes de direito comum; 
Atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
Direito de Nacionalidade 
Artigo 15. 
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de 
mudar de nacionalidade. 
Direito de Constituir Família 
Artigo 16 
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, 
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. 
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos 
nubentes. 
Direito de Propriedade 
Artigo 17. 
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. Direito à liberdade de 
expressão, pensamento, religião e opinião. 
Artigo 18 - Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e 
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de 
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela 
observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. 
Artigo 19 - Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito 
inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e 
transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de 
fronteiras. 
Direito de reunião e associação 
Artigo 20 
1. Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. 
Direitos Políticos e Direito à proteção do Estado 
Artigo 21 
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou 
por intermédio de representantes livremente escolhidos. 
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será 
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou 
processo equivalente que assegure a liberdade de voto. 
Artigo 22 
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à 
realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a 
organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais 
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. 
Direitos Trabalhistas 
Artigo 23. 
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições 
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual 
trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, 
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a 
dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção 
social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção 
de seus interesses. 
Artigo 24 
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de 
trabalho e férias periódicas remuneradas. 
1) Direito ao trabalho (emprego); 
2) Liberdade de escolha de emprego; 
3) Condições justas e favoráveis de trabalho; 
4) Proteção contra o desemprego; 
5) Igualdade de remuneração para igual trabalho; 
6) Direito a remuneração justa e satisfatória; 
7) Liberdade de associação em sindicatos; 
8) Direito à repouso e lazer; 
9) Direito à jornada limitada; 
10) Direito a férias. 
Direitos Sociais: Vida digna, proteção a maternidade e a infância 
Artigo 25 
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família 
saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os 
serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, 
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de 
seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. 
Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção 
social. 
DIREITO À EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO 
Artigo 26. 
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos 
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução 
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta 
baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade 
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades 
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre 
todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações 
Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será 
ministrada a seus filhos. 
QUANTO AO DIREITO À EDUCAÇÃO 
GRAU ELEMENTAR – Gratuita – Obrigatória; 
GRAU FUNDAMENTAL – Gratuita; 
GRAU TÉCNICO PROFISSIONAL – Acessível a todos; 
GRAU SUPERIOR – Baseada no mérito. 
Direitos Culturais 
Artigo 27 
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, 
de fruir as artes e de participar do processo científico e de seusbenefícios. 
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes 
de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. 
Artigo 28 
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e 
liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. 
Artigo 29 
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno 
desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às 
limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido 
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas 
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos 
contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas. 
Direitos Sociais na DUDH: 
Direito do Trabalho; 
Direito de uma garantia de vida socialmente digna; 
Proteção à maternidade e infância; 
Direito à instrução; 
Direito de participação dos bens culturais. 
Interpretação ampla e integradora da DUDH 
Artigo 30 
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o 
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer 
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e 
liberdades aqui estabelecidos. 
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS 
Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos - PIDCP (1966) – Res. 2.200-A da XXI 
Assembleia Geral da ONU em 16/12/66. Entrou em vigor em 23/03/76. 
O Brasil o aderiu em 24/01/1992, tendo o Dec. n. 592 de 06/07/92 promulgado o pacto 
na íntegra. 
O PIDCP disciplina a autodeterminação dos povos e a livre disposição de seus recursos 
naturais e riquezas; o compromisso dos Estados de implementar os direitos previstos; 
os direitos e deveres propriamente ditos; os mecanismos de supervisão, cujo destaque 
é o Comitê de DH; as regras de integração com os dispositivos da Carta da ONU e as 
normais referentes a ratificação e entrada em vigor. 
O PIDCP possui 53 artigos divididos em seis partes. 
Na Parte I temos a estipulação constante no art. 1º, onde restam destacados o direito 
a autodeterminação dos povos e a livre disposição de recursos naturais e riquezas. 
ARTIGO 1 
1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, 
determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu 
desenvolvimento econômico, social e cultural. 
2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente se 
suas riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da 
cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do 
Direito Internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus meios de 
subsistência. 
3. Os Estados Partes do presente Pacto, inclusive aqueles que tenham a 
responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, 
deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito, 
em conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas. 
Na Parte II o pacto estabelece o Compromisso dos Estados de garantir os direitos 
previstos e hipóteses de derrogação de certos direitos (art. 2º ao art. 5º). 
ARTIGO 2 
1. Os Estados Partes do presente pacto comprometem-se a respeitar e garantir a todos 
os indivíduos que se achem em seu território e que estejam sujeitos a sua jurisdição os 
direitos reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma por motivo de 
raça, cor, sexo. língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional 
ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer condição. 
3. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a: 
a) Garantir que toda pessoa, cujos direitos e liberdades reconhecidos no presente 
Pacto tenham sido violados, possa DISPOR de um recurso efetivo, mesmo que a 
violência tenha sido perpetra por pessoas que agiam no exercício de funções oficiais; 
b) Garantir que toda pessoa que interpuser tal recurso terá seu direito determinado 
pela competente autoridade judicial, administrativa ou legislativa ou por qualquer 
outra autoridade competente prevista no ordenamento jurídico do Estado em 
questão; e a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; 
Esta parte do pacto também traz a possibilidade da suspensão das obrigações 
decorrentes do PIDCP em situações excepcionais que ameacem a existência da nação e 
sejam proclamadas oficialmente, desde que as medidas não sejam incompatíveis com 
as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não 
acarretem discriminação. 
ARTIGO 4 
1. Quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam 
proclamadas oficialmente, os Estados Partes do presente Pacto podem adotar, na 
estrita medida exigida pela situação, medidas que suspendam as obrigações 
decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas não sejam incompatíveis com 
as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não 
acarretem discriminação alguma apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião 
ou origem social.” 
2. A disposição precedente não autoriza qualquer suspensão dos artigos 6, 7, 8 
(parágrafos 1 e 2) 11, 15, 16, e 18. 
3. Os Estados Partes do presente Pacto que fizerem uso do direito de suspensão 
devem comunicar imediatamente aos outros Estados Partes do presente Pacto, por 
intermédio do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, as disposições que 
tenham suspendido, bem como os motivos de tal suspensão. Os Estados partes 
deverão fazer uma nova comunicação, igualmente por intermédio do Secretário-Geral 
da Organização das Nações Unidas, na data em que terminar tal suspensão. 
Os direitos previstos nos art. 6º (direito a vida), art. 7º (direito de não ser submetido a 
tortura), art. 8º (direito a não ser submetido a escravidão e servidão), art. 11 (direito 
de não ser preso apenas por não cumprir obrigação contratual), art. 15 (direito a não 
ser condenado por atos ou omissões não definidos como Crime e de não ser 
submetido a pena mais grave do que a aplicável na época da realização do delito), art. 
16 (direito ao reconhecimento da personalidade jurídica) e art. 18 (direito a liberdade 
de pensamento, consciência e religião), não podem ser suspensos na hipótese do art. 
4º e também não serão admitidas restrições ou suspensão destes direitos 
expressamente reconhecidos. 
ARTIGO 5 
1. Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de 
reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a 
quaisquer atividades ou praticar quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os 
direitos ou liberdades reconhecidas no presente Pacto ou impor-lhe limitações mais 
amplas do que aquelas nele previstas. 
2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos 
fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer Estado Parte do presente Pacto 
em virtude de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob pretexto de que o 
presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau. 
A Parte III temos os direitos efetivamente reconhecidos (arts. 6º ao art. 27). 
ARTIGO 6 
1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Esse direito deverá ser protegido pela 
lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida. 
2. Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta 
apenas nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na 
época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições do 
presente Pacto, nem com a Convenção sobra a Prevenção e a Punição do Crime de 
Genocídio. Poder-se-á aplicar essapena apenas em decorrência de uma sentença 
transitada em julgado e proferida por tribunal competente. 
3. Quando a privação da vida constituir crime de genocídio, entende-se que nenhuma 
disposição do presente artigo autorizará qualquer Estado Parte do presente Pacto a 
eximir-se, de modo algum, do cumprimento de qualquer das obrigações que tenham 
assumido em virtude das disposições da Convenção sobre a Prevenção e a Punição do 
Crime de Genocídio. 
4. Qualquer condenado à morte terá o direito de pedir indulto ou comutação da pena. 
A anistia, o indulto ou a comutação da pena poderá ser concedido em todos os casos. 
5. A pena de morte não deverá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas 
menores de 18 anos, nem aplicada a mulheres em estado de gravidez. 
6. Não se poderá invocar disposição alguma do presente artigo para retardar ou 
impedir a abolição da pena de morte por um Estado Parte do presente Pacto. 
ARTIGO 7 
Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, 
desumanos ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu 
livre consentimento, a experiências médicas ou científicas. 
ARTIGO 8 
1. Ninguém poderá ser submetido á escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, 
em todos as suas formas, ficam proibidos. 
2. Ninguém poderá ser submetido à servidão. 
3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios; 
b) A alínea “a” do presente parágrafo não poderá ser interpretada no sentido de 
proibir, nos países em que certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos 
forçados, o cumprimento de uma pena de trabalhos forçados, imposta por um tribunal 
competente; 
c) Para os efeitos do presente parágrafo, não serão considerados "trabalhos forçados 
ou obrigatórios": 
I) qualquer trabalho ou serviço, não previsto na alínea b) normalmente exigido de um 
indivíduo que tenha sido encarcerado em cumprimento de decisão judicial ou que, 
tendo sido objeto de tal decisão, ache-se em liberdade condicional; 
II) qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção por 
motivo de consciência, qualquer serviço nacional que a lei venha a exigir daqueles que 
se oponham ao serviço militar por motivo de consciência; 
III) qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que ameacem 
o bem-estar da comunidade; 
IV) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. 
ARTIGO 9 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. Ninguém poderá ser 
preso ou encarcerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de liberdade, 
salvo pelos motivos previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela 
estabelecidos. 
2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informada das razões da prisão e 
notificada, sem demora, das acusações formuladas contra ela. 
3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser 
conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a 
exercer funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser 
posta em liberdade. A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não 
deverá constituir a regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias 
que assegurem o comparecimento da pessoa em questão à audiência, a todos os atos 
do processo e, se necessário for, para a execução da sentença. 
4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade por prisão ou encarceramento 
terá o direito de recorrer a um tribunal para que este decida sobre a legislação de seu 
encarceramento e ordene sua soltura, caso a prisão tenha sido ilegal. 
5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramento ilegais terá direito à 
repartição (Reparação ou indenização). 
ARTIGO 10 
1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e 
respeito à dignidade inerente à pessoa humana. 
2. a) As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstâncias 
excepcionais, das pessoas condenadas e receber tratamento distinto, condizente com 
sua condição de pessoa não-condenada. 
b) As pessoas processadas, jovens, deverão ser separadas das adultas e julgadas o mais 
rápido possível. 
3. O regime penitenciário consistirá num tratamento cujo objetivo principal seja a 
reforma e a reabilitação normal dos prisioneiros. Os delinquentes juvenis deverão ser 
separados dos adultos e receber tratamento condizente com sua idade e condição 
jurídica. 
ARTIGO 11 
Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação 
contratual. 
ARTIGO 12 
1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado terá o direito de 
nele livremente circular e escolher sua residência. 
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive de seu 
próprio país. 
3. os direitos supracitados não poderão em lei e no intuito de restrições, a menos que 
estejam previstas em lei e no intuito de proteger a segurança nacional e a ordem, a 
saúde ou a moral pública, bem como os direitos e liberdades das demais pessoas, e 
que sejam compatíveis com os outros direitos reconhecidos no presente Pacto. 
4. Ninguém poderá ser privado arbitrariamente do direito de entrar em seu próprio 
país. 
ARTIGO 13 
Um estrangeiro que se ache legalmente no território de um Estado Parte do presente 
Pacto só poderá dele ser expulso em decorrência de decisão adotada em 
conformidade com a lei e, a menos que razões imperativas de segurança nacional a 
isso se oponham, terá a possibilidade de expor as razões que militem contra sua 
expulsão e de ter seu caso reexaminado pelas autoridades competentes, ou por uma 
ou várias pessoas especialmente designadas pelas referidas autoridades, e de fazer-se 
representar com esse objetivo. 
ARTIGO 14 
1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as cortes de justiça. Toda pessoa 
terá o direito de ser ouvida publicamente e com devidas garantias por um tribunal 
competente, independente e imparcial, estabelecido por lei, na apuração de qualquer 
acusação de caráter penal formulada contra ela ou na determinação de seus direitos e 
obrigações de caráter civil. A imprensa e o público poderão ser excluídos de parte da 
totalidade de um julgamento, quer por motivo de moral pública, de ordem pública ou 
de segurança nacional em uma sociedade democrática, quer quando o interesse da 
vida privada das Partes o exija, que na medida em que isso seja estritamente 
necessário na opinião da justiça, em circunstâncias específicas, nas quais a publicidade 
venha a prejudicar os interesses da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida 
em matéria penal ou civil deverá torna-se pública, a menos que o interesse de 
menores exija procedimento oposto, ou processo diga respeito à controvérsia 
matrimoniais ou à tutela de menores. 
2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência 
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. 
3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualmente, a, pelo menos, 
as seguintes garantias: 
a) De ser informado, sem demora, numa língua que compreenda e de forma 
minuciosa, da natureza e dos motivos da acusação contra ela formulada; 
b) De dispor do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa e a 
comunicar-se com defensor de sua escolha; 
c) De ser julgado sem dilações indevidas; 
d) De estar presente no julgamento e de defender-se pessoalmente ou por intermédio 
de defensor de sua escolha; de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que 
lhe assiste de tê-lo e, sempre que o interesse da justiça assim exija, de ter um defensor 
designado ex-offício gratuitamente, se não tiver meios para remunerálo; 
e) De interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e de obter o 
comparecimento e o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas condições 
de que dispõem as de acusação;f) De ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não compreenda ou não fale 
a língua empregada durante o julgamento; 
g) De não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada. 
4. O processo aplicável a jovens que não sejam maiores nos termos da legislação penal 
em conta a idade dos menos e a importância de promover sua reintegração social. 
5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá direito de recorrer da sentença 
condenatória e da pena a uma instância superior, em conformidade com a lei. 
6. Se uma sentença condenatória passada em julgado for posteriormente anulada ou 
se um indulto for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos que 
provem cabalmente a existência de erro judicial, a pessoa que sofreu a pena 
decorrente desse condenação deverá ser indenizada, de acordo com a lei, a menos 
que fique provado que se lhe pode imputar, total ou parcialmente, a não revelação dos 
fatos desconhecidos em tempo útil. 
7. Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absorvido 
ou condenado por sentença passada em julgado, em conformidade com a lei e os 
procedimentos penais de cada país. 
ARTIGO 15 
Ninguém poderá ser condenado por atos omissões que não constituam delito de 
acordo com o direito nacional ou internacional, no momento em que foram 
cometidos. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no 
momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a 
imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se. 
2. Nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o julgamento ou a condenação de 
qualquer indivíduo por atos ou omissões que, momento em que forma cometidos, 
eram considerados delituosos de acordo com os princípios gerais de direito 
reconhecidos pela comunidade das nações. 
ARTIGO 16 
Toda pessoa terá direito, em qualquer lugar, ao reconhecimento de sua personalidade 
jurídica. 
ARTIGO 17 
1. Ninguém poderá ser objetivo de ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida 
privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas 
ilegais às suas honra e reputação. 
2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra essas ingerências ou ofensas. 
ARTIGO 18 
1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. 
Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua 
escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, 
tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de 
práticas e do ensino. 
2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir sua 
liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha. 
3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas à 
limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a 
ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas. 
4. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos 
países e, quando for o caso, dos tutores legais de assegurar a educação religiosa e 
moral dos filhos que esteja de acordo com suas próprias convicções. 
ARTIGO 19 
1. Ninguém poderá ser molestado por suas opiniões. 
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade 
de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza, 
independentemente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em 
forma impressa ou artística, ou por qualquer outro meio de sua escolha. 
3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente artigo implicará deveres e 
responsabilidades especiais. Consequentemente, poderá estar sujeito a certas 
restrições, que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se façam 
necessárias para: 
a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas; 
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral públicas. 
ARTIGO 20 
1. Será proibida por lei qualquer propaganda em favor da guerra. 
2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio nacional, racial ou religioso que 
constitua incitamento à discriminação, à hostilidade ou a violência. 
ARTIGO 21 
O direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito 
apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade 
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem pública, 
ou para proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos e as liberdades das demais 
pessoas. 
ARTIGO 22 
1. Toda pessoa terá o direito de associar-se livremente a outras, inclusive o direito de 
construir sindicatos e de a eles filiar-se, para a proteção de seus interesses. 
2. O exercício desse direito estará sujeito apenas ás restrições previstas em lei e que se 
façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança 
nacional, da segurança e da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral 
públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas. O presente artigo não 
impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desse direito por membros das 
forças armadas e da polícia. 
3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá que Estados Partes da 
Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à liberdade 
sindical e à proteção do direito sindical, venham a adotar medidas legislativas que 
restrinjam ou aplicar a lei de maneira a restringir as garantias previstas na referida 
Convenção. 
ARTIGO 23 
1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e terá o direito de ser 
protegida pela sociedade e pelo Estado. 
2. Será reconhecido o direito do homem e da mulher de, em idade núbil, contrair 
casamento e constituir família (art.46, PIDCP). 
3. Casamento algum será celebrado sem o consentimento livre e pleno dos futuros 
esposos. 
4. Os Estados Partes do presente Pacto deverão adotar as medidas apropriadas para 
assegurar a igualdade de direitos e responsabilidades dos esposos quanto ao 
casamento, durante o mesmo e por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, 
deverão adotar-se disposições que assegurem a proteção necessária para os filhos. 
ARTIGO 24 
1. Toda criança terá direito, sem discriminação alguma por motivo de cor, sexo, língua, 
religião, origem nacional ou social, situação econômica ou nascimento, às medidas de 
proteção que a sua condição de menor requerer por parte de sua família, da sociedade 
e do Estado. 
2. Toda criança deverá ser registrada imediatamente após seu nascimento e deverá 
receber um nome. 
3. Toda criança terá o direito de adquirir uma nacionalidade. 
ARTIGO 25 
Todo cidadão terá o direito e a possibilidade, sem qualquer das formas de 
discriminação mencionadas no artigo 2 e sem restrições infundadas: 
a) de participar da condução dos assuntos públicos, diretamente ou por meio de 
representantes livremente escolhidos; 
b) de votar e de ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por sufrágio 
universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a manifestação da vontade dos 
eleitores; 
c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país. 
ARTIGO 26 
Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação alguma, a 
igual proteção da Lei. A este respeito, a lei deverá proibir qualquer forma de 
discriminação e garantir a todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer 
discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de 
outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou 
qualquer outra situação. 
ARTIGO 27 
Nos Estados em que haja minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as pessoas 
pertencentes a essas minorias não poderãoser privadas do direito de ter, 
conjuntamente com outros membros de seu grupo, sua própria vida cultural, de 
professar e praticar sua própria religião e usar sua própria língua. 
A Parte IV cria mecanismos de supervisão e controle desses direitos (arts. 28 ao art. 
45), o pacto determina a criação do Comitê de Direitos Humanos, gue receberá 
relatórios sobre medidas adotadas para tornar efetivos os direitos civis e políticos e 
comunicações interestatais. 
ATENÇÃO! Na elaboração do Pacto Civil, um ponto litigioso principal foi a maneira de 
controlar a realização das suas disposições. Como se sabe, o Direito Internacional 
Público constrói-se conhecidamente de acordos voluntários. Quando Estados fecham 
voluntariamente um acordo, é também de se esperar que se comprometam em 
cumpri-lo. 
ARTIGO 28 
1. Constituir-se-á um Comitê de Diretores Humanos (doravante denominado o 
"Comitê" no presente Pacto). O Comitê será composto de dezoito membros e 
desempenhará as funções descritas adiante. 
O Comitê será integrado por nacionais dos Estados Partes do presente Pacto, os quais 
deverão ser pessoas de elevada reputação moral e reconhecida competência em 
matéria de direito humanos, levando-se em consideração a utilidade da participação 
de algumas pessoas com experiências jurídicas. 
3. Os membros do Comitê serão eleitos e exercerão suas funções a título pessoal. 
ARTIGO 32 
1. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos. Poderão, 
caso suas candidaturas sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. Entretanto, o 
mandato de nove dos membros eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois 
anos; imediatamente após a primeira eleição, o presidente da reunião a que se refere 
o parágrafo 4 do artigo 30 indicará, por sorteio, os nomes desses nove membros. 
2. Ao expirar o mandato dos membros, as eleições se realizarão de acordo com o 
disposto nos artigos precedentes desta parte do presente Pacto. 
ARTIGO 33 
1. Se, na opinião unânime dos demais membros, um membro do Comitê deixar de 
desempenhar suas funções por motivos distintos de uma ausência temporária, o 
Presidente comunicará tal fato ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, 
que declarará vago o lugar que o referido membro ocupava. 
2. Em caso de morte ou renúncia de um membro do Comitê, o Presidente comunicará 
imediatamente tal fato ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, que 
declarará vago o lugar desde a data da morte ou daquela em que a renúncia passe a 
produzir efeitos. 
ARTIGO 35 
Os membros do Comitê receberão, com a aprovação da Assembleia-Geral da 
Organização das Nações, honorários provenientes de recursos da Organização das 
Nações Unidas, nas condições fixadas, considerando-se a importância das funções do 
Comitê, pela Assembleia-Geral. 
ARTIGO 36 
O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas colocará à disposição do Comitê 
o pessoal e os serviços necessários ao desempenho eficaz das funções que lhe são 
atribuídas em virtude do presente Pacto. 
O recebimento e a avaliação dos relatórios dos Estados (art. 40 do Pacto Civil). 
ARTIGO 40 
1. Os Estados partes do presente Pacto comprometem-se a submeter relatórios sobre 
as medidas por eles adotadas para tornar efeitos os direitos reconhecidos no presente 
Pacto e sobre o processo alcançado no gozo desses direitos: 
a) Dentro do prazo de um ano, a contar do início da vigência do presente pacto nos 
Estados Partes interessados; 
b) A partir de então, sempre que o Comitê vier a solicitar. 
2. Todos os relatórios serão submetidos ao Secretário-Geral da Organização das 
Nações Unidas, que os encaminhará, para exame, ao Comitê. Os relatórios deverão 
sublinhar, caso existam, os fatores e as dificuldades que prejudiquem a implementação 
do presente Pacto. 
3. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas poderá, após consulta ao 
Comitê, encaminhar às agências especializadas interessadas cópias das partes dos 
relatórios que digam respeito a sua esfera de competência. 
4. O Comitê estudará os relatórios apresentados pelos Estados Partes do presente 
Pacto e transmitirá aos Estados Partes seu próprio relatório, bem como os comentários 
gerais que julgar oportunos. O Comitê poderá igualmente transmitir ao Conselho 
Econômico e Social os referidos comentários, bem como cópias dos relatórios que 
houver recebido dos Estados Partes do presente Pacto. 
5. Os Estados Partes no presente Pacto poderão submeter ao Comitê as observações 
que desejarem formular relativamente aos comentários feitos nos termos do 
parágrafo 4 do presente artigo. 
QUEIXA ESTATAL 
ARTIGO 41 
1. Com base no presente Artigo, todo Estado Parte do presente Pacto poderá declarar, 
a qualquer momento, que reconhece a competência do Comitê para receber e 
examinar as comunicações em que um Estado Parte alegue que outro Estado Parte não 
vem cumprindo as obrigações que lhe impõe o presente Pacto. As referidas 
comunicações só serão recebidas e examinadas nos termos do presente artigo no caso 
de serem apresentadas por um Estado Parte que houver feito uma declaração em que 
reconheça, com relação a si próprio, a competência do Comitê. O Comitê não receberá 
comunicação alguma relativa a um Estado Parte que não houver feito uma declaração 
dessa natureza. 
PROCEDIMENTO DE RECEBIMENTO DA QUEIXA ESTATAL: 
Art. 41, "a" até "h" e parágrafo 2°; Após o procedimento de recebimento da queixa, o 
caso não for solucionado, poderá ser buscada a solução do art. 42: Quando o Comitê 
de DH propõe com a anuência dos estados envolvidos a criação de uma Comissão ad 
hoc ou COMISSÃO, para buscar a conciliação entre as partes ou então não alcançado o 
acordo, elaborar uma relatório isento sobre a real situação do caso envolvendo as 
partes. 
ARTIGO 46 
Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento das 
disposições da Carta das Nações Unidas e das constituições das agências 
especializadas, as quais definem as responsabilidades respectivas dos diversos órgãos 
da Organização das Nações Unidas e das agências especializadas relativamente às 
questões tratadas no presente Pacto. 
ARTIGO 47 
Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento do 
direito inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena e livremente suas 
riquezas e seus recursos naturais. 
Comunicação Individual 
Na elaboração do Pacto Civil havia, desde o início, a questão de como as pessoas 
podem defender-se de violações dos direitos humanos. O acesso a um tribunal de 
direitos humanos, requisitado por países ocidentais, foi categoricamente rejeitado 
pelos países orientais. Esse problema ameaçou de fracassar toda a codificação do 
pacto de direitos humanos. 
Consequentemente, foi necessária a criação de um recurso individual, que não é parte 
do Pacto Civil. Decidiu-se criar um protocolo facultativo independente, que deve ser 
ratificado separadamente. 
O PIDCP possui dois protocolos facultativos. 
1) Protocolo Facultativo ao PIDCP que trata da competência do Comitê de DH para 
receber e examinar comunicações provenientes de indivíduos sujeitos à sua jurisdição 
que aleguem serem vítimas de uma violação, ratificado pelo Brasil em setembro de 
2009. 
2) Protocolo Facultativo ao PIDCP om vistas a abolição da pena de morte, adotado pela 
Res. 44/128 da Assembleia Geral da ONU em 15/12/89, ratificado pelo BR em 
setembro de 2009. 
PROTOCOLO FACULTATIVO AO PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E 
POLÍTICOS 
Os Estados Partes no presente Protocolo, Considerando que, para melhorar atender os 
propósitos do Pacto Internacional sobre Direitos e Políticos (doravante denominado 
<<o Pacto>>) e a implementação de suas disposições, conviria habilitar o Comitê de 
Direitos Humanos, constituído nos termos da Parte IV do Pacto (doravante 
denominado <<o Comitê>>), a receber e examinar, como se prevê no presente 
Protocolo, as comunicações provenientes

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