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1 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Riscos zoonóticos Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Diagnóstico Controle e profilaxia Influenza aviária Zoonose. Doença de notificação obrigatória. 100% de morbidade e mortalidade. Altas perdas econômicas. Não é erradicável, fica em reservatórios naturais (pássaros migratórios) e alta taxa de mutação. Família: Orthomyxoviridae. Vírus Influenza tipo A. Tipo A: humanos, mamíferos e aves. Tipo B Tipo C Proteínas de superfície: hemaglutinina e neuraminidase. Sensível aos solventes orgânicos e detergentes. Calor, luz UV, irradiação gama, pH extremos, ambientes secos. Em ambientes frios, sobrevive por mais de 100 dias. Em lagos e locais que servem de bebedouros vivem curtos períodos. Utiliza proteína de membrana para inserir na célula hospedeira. Dentro de um animal, o vírus sofre modificações, tornando-o mais ou menos patogênico. A infecção em humanos é rara, porém ao passar pelos suínos, o vírus adquire uma característica que o possibilita infectar humanos. Humano em contato com animais, aspira o vírus. Porta de entrada: sistema respiratório. Via de transmissão: aves aquáticas, água contaminada, contato com aves migratórias. Via de eliminação: secreções respiratórias e fezes. Além de agua, matéria orgânica, cama, equipamentos, carros, caminhões, roupas, sapatos, mãos, cabelos, vetores. HD: humanos, mamíferos e aves. Acredita-se que a disseminação desse vírus ocorre, principalmente, por meio de aves migratórias. A patogenicidade depende da estirpe viral, idade, espécie, infecções concorrentes, estado nutricional da ave. Lesões não são patognomônicas – lise celular, produção exagerada de citocinas, isquemia e CID. Vírus de alta patogenicidade (HPAI): sinais clínicos clássicos seguidos de mortalidade, até 100%. Produz lesões edematosas, hemorrágicas e necróticas em órgãos e pele. Vírus de patogenicidade moderada (LPAI): entre 50-70% de mortalidade e alta morbidade. Lesões comumente restritas ao trato respiratório. Cavidade peritoneal: petéquias na gordura abdominal e na superfície dos intestinos. Traqueia: edemaciada com acumulo de exsudato e hemorrágica. Ovários: sofrem regressão, apresentando folículos hemorrágicos, atrésicos e necróticos. Cabeça: edema, cristas e barbelas cianóticas, conjuntiva congesta e hemorrágica. Tosse, Espirros, Corrimentos nasais, Queda na postura, Diarreia, Depressão, Redução do apetite, Cianose, Sinais neurológicos. Sinais clínicos, histórico. Laboratorial: isolamento e identificação viral (em ovos embrionados); sorologia (ELISA, HI, fixação de complemento, inibição da neuramidase); molecular. Diferencial: Newcastle, laringotraqueite, bronquite, e demais doenças respiratórias. Brasil não apresenta essa doença – alta biosseguridade. Biossegurança. Fonte de agua fechada. Caixas d´agua limpa. Uso de cloro no tratamento da água (ácido hipocloroso). Bebedouro tipo nipple. Compostagem das aves mortas. Conscientização do produtor e viajante. Granjas fechadas. Vacinação é impraticável quando não há a doença, até por conta da grande variação viral. Foco: sacrifício imediato de todas as aves e suínos. Eliminação das carcaças e resíduos. 2 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Sinonímias Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia/alterações anatomopatológicas Sinais clínicos Controle e profilaxia Diagnóstico Newcastle Grande importância na avicultura comercial. Caso uma granja seja positiva, ocorre paralização de toda exportação de carne. Brasil é livre. Vacinação não é obrigatória. Geralmente aves de vida longa são vacinadas. Devido a biossegurança alta. Notificação compulsória dos focos da doença. Pseudopest e aviária, Pneumoenc efalite aviária. Família Paramixoviridae. Gênero Avulavirus (Orthoavulavirus). Estirpe de APMV-I. Vírus RNA envelopado, fita simples, presença de núcleo capsídeo com projeções (espículas): estruturas que favorecem o contato do vírus com as células do HD: neuramidases, hemaglutininas, glicoproteínas. Possível utilizar para provas de diagnóstico. Índice de patogenicidade acima de 0,7. Cepas: 1. lentogênica: letal para o embrião em 3-4 dias. Cepas com vacinas vivas. 2. mesogênicas: 3-5 dias. Não são tão letais. 3. velogênicas: 2-4 dias. Mortalidade antes de 24hrs quando há contaminação bacteriana. Altamente infecciosa e contagiosa. Alta mortalidade e morbidade. Porta de entrada: oral, nasal e cloaca. Via de transmissão: aerossóis, poeira, fômites, vetores mecânicos e biológicos (água -não se multiplica, mas a umidade favorece sua permanência; alimentos, seres humanos – pelos calçados, roupas – veículos). Via de eliminação: fezes, corrimento naso-ocular. HD: aves comerciais, pombos, aves silvestres. Em humanos pode provocar conjuntivite severa, fácil de ser tratado. Ocorrência: Brasil é livre. Suscetibilidade: sensível aos desinfetantes comuns devido ao seu envelope lipoproteico, aquecimento. O vírus permanece na carcaça por várias semanas. Virion adsorve na superfície da célula, perde seu envelope e seus componentes entram na célula. Virion desaparece dentro da célula por mais ou menos 3 horas. 4 horas pós-infecção começa a liberação do vírus. Vírus tem propriedades de hemaglutinação O vírus, portanto, provoca hemólise, hemorragias de pró-ventrículo e tonsilas (forma viscerotrópica), congestão, principalmente de traqueia (diferenciar lesão post mortem de ante mortem – se for feita uma tentativa de limpeza e o sangue não sair, quer dizer que é ante mortem → congestão). Lesões endoteliais do sistema nervoso e demais órgãos. Edema tecido subcutâneo na região do pescoço, peritraquela e entrada do tórax, dificultando a alimentação. SNC: congestão, processos degenerativos, infiltrado perivascular linfocitário. Lesões no embrião: hemorragias generalizadas, posterior do crânio principalmente, congestão e hemorragia do saco vitelínico e congestão e hemorragia petequial da pele. Embrião morre. 3 formas clinicas: respiratória, nervosa e viscerotrópica. Primeiros sinais que aparecem na ave infectada são respiratórios, devido a multiplicação do vírus no trato respiratório superior e inferior. Corrimento naso-ocular, espirro, ronqueira (muco na traqueia – ação da neuramidase no epitélio promovendo descamação), dispneia, estica o pescoço em busca de ar, pneumonia e aerosaulite são raras (infecção oportunista – mas como quadro é agudo, não há tempo para isso). Sinais viscerotrópico ocorrem em seguida do aparecimento dos sinais respiratórios. Provoca hemorragias (traqueia, pró-ventrículo, tonsilas cecais, moela) e diarreia esverdeada (destruição das células do epitélio). Hepatomegalia. ID apresenta hemorragias puntiformes, úlceras, enterite catarral e hiperplasia dos agregados linfoides. Cecos, hemorragia necrose e até ulceração. Proctite e cloacite. Boca e faringe com muco fétido (regurgitação), congestão da mucosa, formação de pseudomembranas. Sinais neurológicos são mais tardios. Torcicolo, opistótono, gira em círculos, anda para trás, incoordenação, tremor, ataxia. Sinais comuns: corrimento naso-ocular, diarreia esverdeada, sintomatologia nervosa e ALTA MORTALIDADE, principalmente em aves jovens. Quadro depende das condições das aves, idade, programa de vacinação, cepa viral. Vírus mais brando pode causar apenas forma respiratória. Sintomas gerais: aves tristes, asascaídas, principalmente em aves jovens, sonolência, olhos semicerrados, diarreia branco amarelada a esverdeada, pode também ser sanguinolenta. Galinhas apresentam queda brusca de postura, ovos de casca mole. Vacinação – vias de aplicação ocular, oral (na água – ingerir em 1h), spray, IM. Necessidade da vacinação viva anteriormente a aplicação de uma vacina inativada, pois assim garantimos uma resposta primária local para que haja posteriormente uma resposta adequada a vacina inativa, visto que a qualidade da resposta da vacina inativada é ruim. A vacina viva sozinha não é suficiente, pois como o agente é atenuado, fica pouco tempo no organismo, garantindo apenas uma imunidade temporária, assim, para aves de vida longa, é necessário um “reforço” com a vacina inativada, que libera os anticorpos aos poucos, garantindo imunidade mais prolongada para cobrir o período de vida útil de produção do animal Em regiões perigosas é possível fazer no 1 dia, 8 dias, 30 dias. Falha vacinal: horário, diluição, qualidade da água e quantidade ingerida, presença de agua sem vacina nos encanamentos. Em spray, depende do tamanho da partícula. Vacina in-ovo, 18 dias, deve ser vacina vetorizada, se for viva mata o embrião. Em aves de postura é melhor vacinar manualmente pois serão utilizadas apenas as fêmeas. Biossegurança. Limpeza e desinfecção. Descarte de animais mortos. Telagem da granja para evitar contato das aves comerciais com pombos e aves silvestres. Sintomas: Mortalidade alta, sinais respiratórios e diarreia esverdeada. Hemorragia de traqueia. Histórico: vacinação, quadro agudo ou não. Provas laboratoriais: inoculação de amostras em ovo embrionado. Sorologia (ELISA, soroneutralizaçã o). RT-PCR de tecidos moles, traqueia, orofaringe e cloaca. Monitoria sorológica do lote. Diagnósticos diferenciais: doenças respiratórias (bronquite, coriza, micoplasmoses), micotoxicose, intoxicações), deficiência de vitamina E (sinais neurológicos). 3 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Controle Bronquite infecciosa das galinhas Doença viral de caráter agudo, altamente contagiosa e infecciosa Existe um programa de vacinação no Brasil., não obrigatória . Ordem: Nidovirales Família: Coronaviridae Gênero: Gammacoronavirus. Alta capacidade de mutação. Vírus RNA envelopado. Envelope possui espículas. Existem diversos sorotipos, a mudança ocorre principalmente nessas espículas. Projeções de membrana S1 e S2. S1 – induz a produção de anticorpos (inibidores da hemaglutinação, neutralizantes). Essa projeção sofre recombinações que resultam em novos sorotipos. Glicoproteínas de membrana tem importância no processo de recombinação natural entres os diferentes sorotipos do vírus. Acomete traqueia, intestinos, oviduto e rins. Porta de entrada: Via de transmissão: contato direto ou indireto, acrossóis, água de bebida, aves convalescentes (eliminam o vírus por certo tempo). Via de eliminação: principalmente ocorre pelo trato respiratório. Secreção naso-ocular por até 4 semanas, e fezes. Vetores: HD: acomete aves de qualquer idade e linhagem. É típica de galinhas. HI: Ocorrência: Sensibilidade do vírus: facilmente inativado por desinfetantes, porem caso a biossegurança não seja muito bem- feita o vírus consegue permanecer no ambiente. Período de incubação 18h 0 36h, até 11 dias. Se desenvolve no citoplasma celular por um processo de brotamento em cisternas ou vesículas, incorporando o material da membrana intracitoplasmática à sua capa externa. Patogenicidade: vírus se replica principalmente no trato respiratório, mas acomete também intestino, rins e oviduto. Sintomas variam entre as cepas e condições gerais das aves. Caracterizando-se por estertores traqueais, tosse e espirros. Ocasionalmente observa-se corrimento naso-ocular, aumento dos sinus, aves tristes, amontoadas. Redução do consumo de ração e de ganho de peso. Dificuldade respiratória e obstrução de traqueia, principalmente em aves muito jovens. Queda de postura, levando a perdas econômicas. Provoca queda na produção de ovos (10 a 50%). Caso a ave se contaminada no início da vida, quando ela atinge o período de postura ela não bota ovos (falta de desenvolvimento do oviduto). Não há lesões internas, apenas quando ocorrem infecções secundárias, por exemplo por microrganismos oportunistas como o Mycoplasma e Echerichia coli. Existe ainda a forma renal da doença. Aves em crescimento: principalmente frango de corte, 5 a 6 semanas de vida. Estertores traqueias, tosse e espirros, pouco perceptível. Caso haja comprometimento renal as alterações visíveis ocorrência em 4 a 5 semanas. Observa-se diarreia branca intensa, cama molhada, odor de amônia, mortalidade e morbidade acentuada – nefrite-nefrose. Acomete parte do lote, aumentando nos surtos futuros. Aves adultas: principalmente de postura. Estertores, tosse, espirros, difícil de observar. Queda de postura, podendo chegar a 50% de queda da postura. Aves afetadas durante o crescimento, há queda de postura persistente. Alterações no oviduto – ovo: casca mole, casca rugosa ou sem casca, albúmem aquoso, membranas internas frágeis, aspecto de ovo velho. Final de produção: drástica redução de postura e perda de penas. Início de postura: pequena queda de postura e recuperação rápida após cessarem os sintomas respiratórios, quando a ave tem boas condições nutricionais. Alterações anatomopatológicas: exsudato seroso, catarral ou mucoso na traqueia, cavidades dos sinos e passagem nasal. Macroscopia: Sacos aéreos opacos com ou sem material caseoso, quando ocorre infecção secundária. Ave morta, jovem: material caseoso na porção baixa da traqueia e brônquios. Ave viva: gema na cavidade abdominal, exsudato seroso ou catarral na traquéia e atrofia do oviduto e ovários. Nefrite-nefrose: aumento expressivo de volume dos rins, coloração esbranquiçada, túbulos e ureteres distendidos com cristais de ácido úrico. Microscopia: Pequenas áreas de pneumonia podem ser visualizadas ao redor dos brônquios. Alterações no embrião: primeiras passagens, mortalidade pequena, nanismo de alguns embriões, sobrevivência de 90% ou mais no 19o dia de incubação. Sucessivas passagens aumentam a mortalidade. Histórico da granja. Sintomas e lesões. Sorologia: ELISA, SN, HI. PCR. Isolamento: OE (passagens cegas), muito caro. Diagnósticos diferenciais: new castle, metapneumovírus , EDS, coriza, DCR. Frangos jovens – Gumboro (apenas nefrose e lesões de Bursa). Medidas gerias de higiene, limpeza e desinfecção. Aspersão em galpão de frangos de corte. Programa vacinal: vacinas vivas e vacinas inativadas. 4 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Controle e profilaxia Doença de Gumboro Doença infecciosa aguda, altamente contagiosa, que acomete aves jovens com predileção pelos tecidos linfoides, principalmente a Bursa. Assemelha-se com a bronquite infecciosa das galinhas, apresentação renal. Brinaviridae Avibirnavírus Vírus RNA não envelopado. Altamente resistente ao meio ambiente. Apresenta diversas proteínas virais, a VP2 é a proteína do capsídeo que determina variação antigênica e é o alvo dos anticorpos. Dois sorotipos: Tipo 1 vírus patogênico; tipo 2 é apatogênico. Não há imunidade cruzada.Porta de entrada: via oral, cloaca, oro-naso- ocular. Chega ao intestino, fígado e Bursa. Via de transmissão: ração, agua, poeira contaminadas com fezes infectadas. Vetores mecânicos (cascudinhos – devido reutilização das camas). Via de eliminação: fezes. HD: apenas galinhas. Sensibilidade do vírus: inativo por iodo, cloraminas e sabões alcalinos, exposição por um tempo. Mas é muito resistente. 3-6 semanas: período de maior susceptibilidade – doença clínica. Abaixo de 3 semanas: doença subclínica, imunossupressão. Doença clínica: mortalidade elevada. Período de incubação 1-3 semanas. Faixa etária: 3-6 semanas ou mais. Sinais aparecem em 2-3 dias e lesões na Bursa em 24hr. Bicagem de cloaca (coceira), penas sujas ao redor da cloaca, diarreia branca, aquosa, anorexia, depressão, tremores, prostração severa, desidratação e morte (3-4 dias após inicios dos sintomas). Doença subclínica: ocorrência em jovens 0-2 semanas. Animal imunossupressão severa devido ao acometimento da Bursa (severa redução da burca). Perda de produção, vacinações ineficazes, doenças oportunistas (dermatite gangrenosa, colibacilose, hepatite por corpúsculo de inclusão). Refugagem, desigualdade do lote, desempenho ruim, frequentemente surgem problemas respiratórios. Macroscopia: aves que morrem apresentam-se desidratadas com manchas escuras no peito e coxa. Hemorragias nas coxas e músculos peitorais. Rins aumentados de volume, esbranquiçados, túbulos renais distendidos por acumulo de uratos (decorrente de desidratação acentuada). Hemorragia entre moela e pró- ventrículo (também ocorre na doença de new castle) 2 a 4 dias após infecção, a Bursa aumenta muito de volume por edema e hiperemia, 5 dia após infecção ocorre regressão e atrofia atingindo 1/3 do tamanho. Presença de transudato gelatinoso, amarelado, sobre a serosa. Microscopia: BURSA: 1 dpi: degeneração e necrose de linfócitos na área medular dos folículos linfócitos são substituídos por heterofilos, debris celulares e células do SER. Histórico da granja, clinico e lesões. O principal é a histologia do rim (nefrose, diagnóstico diferencial com bronquite), fígado (Gumboro não causa lesões no fígado, porem deve-se fazer diagnóstico diferencial com micotoxicose) e Bursa. Diagnósticos diferenciais: micotoxicose, NC, bronquite, marek, rinovírus, anemia infecciosa das galinhas (vem do lote de reprodutoras). Vacinação, higiene, destino de cama e animais mortos. Programa vacinal: reprodutoras, para promover imunidade passiva, além de vacinar todos os animais. IMUNIDADE: ELISA e IF: detectam ambos os sorotipos. VP2 apresenta a maioria dos Ags associados com proteção. Vacinas protegem bem as aves. Imunidade passiva. Imunidade ativa. 5 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Apenas a doença de mareck tem vacinação obrigatória no Brasil NEOPLASIAS Enfermidades que possuem em comum a formação de tumores. Sob o ponto de vista economica considera-se três enfermidades: Doença de Marek (herpesvírus), Leucoses (retrovírus) e Reticuloendoteliose (retrovírus). Essa última nem sempre tem carater neolásico proliferativa, mas induz a imunossupressão em grande número de espécies de aves. IBV – Bronquite infecciosa PVA – Pneumovirose aviária MG – Mycoplasma gallisepticum COR – Coriza infecciosa ILT – Laringotraqueite infecciosa NC – Newcastle IA – Influenza aviária 6 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Achados post morten Diagnósticos Controle e profilaxia Doença de Marek Doença de alterações nervosas. Distribuiç ão mundial. Herpesvírus. Vírus DNA. Possui envelope. Altamente associado à célula epitelial – fora da célula ele perde sua característica infectante. Folículos da pena são onde ocorre a multiplicação do vírus e disseminação pelo ambiente. Vive muito tempo no ambiente, quando associado à célula. Infecção produtiva, isto é, produz partículas virais nos folículos das penas. Infecção produtiva restritiva (não desencadeia doença), virion não envelopado. Existem 3 sorotipos: Sorotipo 1 – virulento. Sorotipo 2 – não virulento. Sorotipo 3 – encontrado em perus, vírus atenuado. É o sorotipo utilizado para a fabricação de vacinas. Cultivo para produção de vacinas e estudos laboratoriais: fibroblasto de embrião de galinha. Inoculação no saco da gema. Porta de entrada: respiratória. Via de transmissão: ar, partículas em suspensão, poeira dos galpões. Via de eliminação: descamação epitelial dos folículos da pena. HD: galinha, as vezes ocorre em codornas, faisão, perus. PI: doença clínica em 4 semanas. A excreção viral permanece de 1 a 3 semanas pós infecção. Vírus aspirado, chega aos pulmões onde sofre fagocitose. Ele possui efeito citolítico no baço, bursa e timo. O vírus atua sobre: Células B: alvo primário. Células T: atinge em menor número; as que sobram são refratárias. A fase citolítica provoca reação inflamatória intensa. Em seguida pode haver uma fase de latência, mas não é comum. Fase produtiva: segunda onda de efeito citolítico (linfomas e FFE), necrose focal, reação inflamatória. Paralisia progressiva assimétrica, conforme nervo afetado. Diarreia, devido ao comprometimento dos nervos associados ao TGI. Perda de peso. Olhos com pupila deformada/esbranquiçada. Morbidade e mortalidade variável, depende do número de animais acometidos. A mortalidade é consequência de inanição e falta de consumo de água. Ocorre entre 8 a 9 semanas de vida. Tem sido comum em aves adultas. Enfermidade imunossupressora, devido a destruição das células do sistema imune (células B e T). Macroscopia: Nervos: geralmente unilateral. Aumentados de volume, amarelo acinzentado, perda das estrias transversais. Linfomas: gônadas, pulmão, fígado, baço, rins, mesentério, próventriculo, pâncreas, m. Esquelético, coração, intestinos, íris e pele. Íris: opacidade e alteração, deformação, arteriosclerose. Próventrículo: aumentado de volume. *lesões no proventriculo e íris ajudam a diferenciar da leucose. Além dos sinais neurológicos. Microscopia: Nervos: proliferação de massas de linfoblastos. Ocorre desmielinização, proliferação das células de Schwan. Observa- se presença de pequenos linfócitos, plasmócitos, edema e as vezes macrófagos (inflamação). Linfomas: proliferação difusa de pequenos e médios linfócitos, linfoblastos e células reticulares primitivas plasmócitos são raros. Pele: ao redor do folículo da pena, células de caráter inflamatório e linfoproliferativo. Sintomas. Lesões (pele, nervos, ocular, pró-ventrículo). Histórico (origem das aves, vacinação, animal não come, não bebe água, penas arrepiadas, etc.). Essa doença não é observada em aves com menos de 4 semanas de vida. Isolamento viral. PCR (diferencia cepas patogênicas de vacinais). Imunofluorescência. ELISA. Teste imunohistoquimica e PCR podem definir o diagnóstico. Histopatológico, mais simples e comum de ser realizado no campo. Citologia. Diagnóstico diferencial: leucose linfoide; Doenças imunossupressoras e tifo aviário (devido ao aumento de volume dos órgãos – coletar fígado e baço principalmente para realizar cultivo de bactérias). Limpeza, higiene, vazio sanitário. Em todos os planteis as aves devem ser vacinadas com 1 dia de vida ou no ovo. Apenas uma dose. A vacina evita o desenvolvimento de tumores. Vacinação associada àcélulas (conservada com nitrogênio líquido) e vacina liofilizada (livre de células, armazenada em geladeira). Programas vacinais: frangos de corte (diluição da vacina) e aves de vida longa. Falhas na vacinação: vacinação muito rápida; diluição da vacina; armazenamento inadequado; preparo inadequado; diluente contaminado; variação de pH (adição de antibiótico). 7 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Controle e profilaxia Leucoses Distribuição mundial. Doença com disseminação genética; a incidência tem sido devido a “falhas” nas linhas puras. Neoplasias malignas ou benignas transmitidas entre as aves. Leucose linfoide (mais comum); mielocitomatose (matrizes de corte); mixosarcoma (aves de postura). Retrovírus. Vírus RNA. Vírus encapsulado. Membros da família possuem a enzima transcriptase reversa, enzima necessária para a formação do DNA proviral. O DNA proviral é integrado no genoma da célula hospedeira durante a replicação viral. Facilmente inativado por desinfetantes. Existem diversas cepas: J – associado com a mielocitomatose. Cada cepa pode causar mais que um tipo de tumor. Porta de entrada: Via de transmissão: embriões infectados congenitamente. A transmissão é maior em fêmeas com 18 meses de vida que aos 2-3 anos. Exógena – transmissão horizontal de partículas virais, dificilmente evolui para forma clínica. Autógena – transmissão vertical (genética/congênita). Forma mais importante. Via de eliminação: saliva e fezes. HD: galinhas. PI: longo. Enfermidade ocorre acima de 14 semanas de vida (no início da fase adulta) naquelas aves infectadas aos 14 primeiros dias de vida. Raramente a doença ocorre antes de 14 semanas de vida. Suscetibilidade: a resistência à infecção aumenta com a idade. A infecção até a 3 semana de vida leva ao desenvolvimento da doença, animais infectados após esse período provavelmente não desenvolverão a doença. Fêmeas são mais susceptíveis que os machos. Formação de DNA provirus que permanece linearmente integrado ao genoma da célula hospedeira (ave sempre apresentará o DNA viral em seu genoma). Subsequentemente os genes provirais são transcritos em RNA para formar os precursores e as proteínas finais que constituirão o virion. A penetração na célula depende de receptores na membrana celular, específicos para cada vírus. Aves adultas: Inapetência, apatia, tristeza, diarreia, desidratação, etc. Morbidade e mortalidade altas. Queda de postura. Aves podem apresentar mais de um tipo de leucose. Leucose linfoide: tumores visíveis a partir de 4 meses de vida (ave adulta). Macroscopia: afeta fígado (intenso aumento de volume), baço e bursa (animal adulto não deve ter bursa – nesse caso há uma proliferação intensa de células neoplásicas, de forma que o animal adulto aparenta ter uma bursa enorme, entretanto sua constituição interna difere de uma bursa normal). Outros órgãos afetados: rim, pulmão, gônadas, coração, medula óssea, mesentério. Tumor macio liso brilhante. Ao corte coloração cinza amarelada e raramente apresenta áreas de necrose. Microscopia: tumor consiste de agregados linfoides. Células da bursa – são alvo de transformações neoplásicas, as células neoplásicas tomam o lugar do tecido do órgão. Sintomas, histórico (como a doença é de origem genética, das aves de linhagem pura, a doença não vai estar contida a apenas uma granja, mas sim a todas que compraram aves de um mesmo local já contaminado), histopatologia. Provas laboratoriais (estudos de cepas dos subgrupos): Isolamento viral, PCR, ELISA. Diagnóstico diferencial: ave adulta – leucose; ave jovem – doença de Marek. Controle feito na seleção das linhagens reprodutoras puras, que não estão infectadas – aves refratárias à doença. 8 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Doenças epizooticas e patológicas entre leucose linfóide e doença de marek: Critérios Leucose linfóide Doença de Marek Idade 16 semanas 4 semanas Sinais clinicos de paresia e paralisia Ausente Normalmente presente Lesões macroscópicas Nervos periféricos Bursa de Fabricios Pele e músculos (tumores) Ausente Tumor nodular Normalmente ausente Normalmente presente Aumento difuso ou atrofia Pode estar presente Lesões microscópicas Infiltração no nervo periférico Tumor Infiltração cutânea de células linfóides Proliferação de células na Bursa Citologia de células linfóides Numero de células tumorais Ausente Nódulo Ausente Intrafolicular Linfoblastos uniformes 60-90% linf. T/3-25% linf Normalmente presente Infiltrado linfocitário nos tecidos Presente Interfolicular Células pleomórficas maduras e imaturas 91-99% linfocitos T e B 9 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Controle e profilaxia Laringotraqueíte infecciosa das galinhas Doença viral aguda do trato respiratório. Doença de notificação obrigatória. Pode ter alta mortalidade e morbidade, dependendo das circunstâncias e da região que está ocorrendo. Causa diminuição da produção de ovos e desempenho. Família: Herpesviridae. Sub-família: Alphaherpervirinae Espécie: Gallid herpesvirus. Dificilmente o vírus sai da célula depois de entrar. Possui envelope, sendo facilmente inativado por desinfetantes comuns. A dificuldade no controle se deve ao fato de que o vírus está sempre associado a uma matéria orgânica (como muco). Viabilidade: Liofilização; 4C em pH ideal por meses. A temperatura de -70C pode viver por anos. Faz replicação no núcleo. Porta de entrada: trato respiratório (narinas e boca). Principal sitio de replicação: traqueia. Em casos mais graves, acomete também os pulmões. Via de transmissão: horizontal (ave-ave), mecânico (restos de cama, carcaça contaminada). Via de eliminação: a eliminação ocorre por até 16 meses pós infecção. HD: galinha (corte e postura). Já foi identificado também em perus e faisões. Período de incubação: 48h a 12 dias. Período de latência: nervo trigêmeo ocular. Reativação do vírus: animal apenas portador do vírus, entretanto, algum fator estressor faz com que a doença apareça – início de postura, alta lotação, excesso de calor e frio, mudança de alimentação, ruídos, alta concentração de amônia, transporte, tratamento, vacinação. 6 a 12 dias pós infecção. Forma Epizoótica (severa): dispneia e tosse, inflamação mucoide a laringe e traqueia (com degeneração, necrose e hemorragia), expectoração de exsudato muco- sanguinolento, aerossaculite, pneumonia com inclusões intranucleares. Taxa de mortalidade 10 a 70%. Forma Enzoótica (subaguda): sonolência, sinusite, conjuntivite e traqueite, lacrimejamento e descarga nasal, edema, inflamação e congestão do epitélio da conjuntiva e seios infraorbitais, estertores. Mortalidade e morbidade depende do número de animais infectados. Queda na produção de ovos e desempenho. Macroscopia: hemorragia de traqueia, principalmente. Microscopia: perda das células produtoras de muco e infiltração de células inflamatórias; Formação de células multinucleadas; Descamação celular; Corpúsculo de inclusão. A histologia só é útil durante o quadro clinico da doença, depoisque o animal se recupera essas lesões desaparecem. Histórico e sinais clínicos. Isolamento e cultivo do vírus, exame histológico e métodos moleculares. Diagnósticos diferenciais: Doença de Newcastle; todas doenças respiratórias. Biossegurança: limpeza e desinfecção dos galões, controle de moscas, controle de ectoparasitas, destino adequado de carcaça e fezes (o mais rápido possível, evitando que esses materiais fiquem expostos), contato com animais selvagens, medidas de proteção a enfermidades imunossupressoras, nutrição adequada, evitar estresses. Controle de dejetos – tratamento térmico, fermentação, compostagem. Vacinação: Poedeiras – vacinar granja toda. 1 dose: 6 semanas (ocular). 2 dose: 14-16 semas (ocular ou na água). Frangos de corte – apenas se houver algum surto. *Vacina recombinante. 10 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Fungos e Micotoxicoses 1. Ação direta: Aspergilose: afeta principalmente pintinhos de um dia. Pulmão e sacos aéreos Favus: micose cutânea causada principalmente por Trichophyton. Candidíase: micoses dos órgãos digestivos produzindo exsudação diftérica desde o esôfago. Candida albicans. 2. Ação indireta: Micotoxicose: toxinas produzidas por fungos. Os fungos se desenvolvem em substrato como milho, trigo e cama, produzindo micotoxina Candidiase: Candida albicans, Associação de má higiene e imunossupressão. Se infiltra na mucosa e forma placas diftéricas, cor amarelada ou branco acinzentada. As placas são bastante aderetes, quando destacadas há presença de pus caseocremoso e pode ocorrer ulcerações de mucosa. Diagnóstico: isolamento do fungo. Casos cronicos: expessamento da parede da mucosa. Prevenção: higiene e evitar estresse. Aspergilose Aspergillus fumigatus – mais comum. A. Flavus, A. Nidulans, A. Niger. Predileção pelos sacos aéreos. Sensibilidade: diversas aves. Associação com incubação artificial. Ocorre em animais jovens (primeiros dias de vida), que não são imunocompetentes. Fontes de infecção: cama dos ninhos, casca de amendoin, cereais e milho com umidade acima de 13%. Fatores predisponentes: ovos sujos, umidade e calor, incubatório (armazenagem de ovos – umidade na casca permite entrada de particulas), excesso de antibióticos. OBS.: Depois de dois ou tres dias pode aspirar o fungo que dificilmente vai manifestar a doença, pois o organismo animal cria resistência contra a atuação do fungo no organismo, evitando o desenvolvimento da patologia. Porta de entrada: via respiratória. Contagio facil no nascedouro – movimentação de ar, umidade dentro do nascedouro. Mortalidade embrionária: na fase inicial ou no final. Esporo inalado – bronquios, bronquiolos e alveolos – implantação e brotamento – hifas – fluxo de celulas inflamatorias – granulomas aspergilicos. Há pneumonia focal, necrose multipla, formações nodulares, presença de mucos, fibrina, fragmentos leucocitários. Diagnóstico: histórico (pintinho nas 3 primeiras semanas de vida, dificuldade respiratória, refugagem, aumento de mortalidade), sinais, lesões (pulmões; traqueia e sacos aereos em aves que vivem mais), isolamento e identificação, histopatologia. Tratamento: antifungico não funciona bem. Polivitamínico. Melhorando a qualidade de vida, a cura ocorre naturalmente. Prevenção: manutenção dos ninhos, evitar ovos postos na cama, armazenamento no incubatorio deve seguir protocolos sanitarios criteriosos além disso tomar cuidado com mudanças bruscras de temperatura, higienização das maquinas incubadoras e nasceudouros. Micotoxicoses Micotoxina agride o animal em todas as fazes da vida. Leva a perdas nutricionais, pois o crescimento dos fungos nos alimentos diminui os seus nutrientes. Ocasiona também perdas zootecnicas; falhas vacinais; aparecimento de doenças oportunistas. 60% da ração de aves é composta de milho. A cama das aves é de origem vegetal (casca de amendoin e outras). Locais onde ocorre a produção de micotoxinas: no campo, durante o periodo de pré e pós colheita e no armaezanemento; e também no armazenamento na fábrica de processamento. Soja é naturalmente resistente a fungos, porém , com o melhoramento genético a soja perdeu essa caracteristica. Fatores que favorecem o desenvolvimento de fungos: umidade, temperatura, oxigenação, periodo de armazenamento, grau de contaminação e condições físicas do grão. Existe competinção ambiental entre fungos, assim, pode prevalecer um fungo que não produz micotoxina, porém ele consome o nutriente do milho e da soja. Consequencias: problemas locomotores, desnutrição, aumento da mortalidade, redução do valor nutritivo e retarda o crescimento. Aflatoxinas – cumarinas: Aspergiluus. Existem 17 compostos e derivados após metabolismo hepático. 11 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Patogenia: Micotoxina absorvida no intestino, segue para o sangue, fígado e causa hiperplasia do ducto biliar Fatores preponderantes sobre a micotoxicose: inibe síntese de ptn/ impede ação do RNAm, compromete atividade hepática, lise de hemácias, lise de células brancas, altera coagulação, reduz resposta imune, deficiência de vitaminas lipossolúveis. Sinais clinicos: sintomas gerais dose dependente, atraso no crescimento, queda de postura, doenças oportunistas, esteatorreia, mortalidade e morbidade, hemorragia cutânea (tem em Gumboro também). Diagnóstico: sintomas. Em frangos de corte está associado a um desenvolvimento ruim. Lesões; historico (origem do milho e armazenamento); detecção de micotoxina; hsitopatologia (diferencial para doença de Gumboro subclinico – colher material da bursa, figado e rim). Diagnóstico diferencial: intoxicações, doenças imunossupressoras (Gumboro), doenças com alta mortalidade. O aumento do rim é um diferencial com bronquite. 12 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Diagnóstico Controle e profilaxia Micoplasmose Doença oportunista. Doença que acomete principalmente o trato respiratório e articulações. Diminui a taxa de crescimento, produção e eclodibilidade de ovos. Provoca a condenação de carcaça quando há DCR complicada. Mycoplasma meleagridis, M. synociae e M. gallisepticum. O Mycoplasma gallisepticum – é o que mais causa danos. Bactérias cocóides, cocobacilar ou pleomórficas. Sem parede celular. Crescimento lento (3 a 10 dias a 37C). Colônia tem aspecto mamilar. Porta de entrada: trato respiratório superior e conjuntivas. Via de transmissão: horizontal (aerossóis, poeira, água, penas contaminadas, acasalamento) e vertical (via transovariana – ovo pode sofrer morte embrionária ou a ave cresce e vira uma portadora e fonte de transmissão). Os folículos ovarianos estão muito próximos aos sacos aéreos, logo, é assim que a bact. Chega aos folículos. HD: galinhas, perus e codorna – em qualquer idade. Além de aves silvestres, como faisões, perdizes, patos, gansos, flamingos e papagaios. Pode acometer, também, seres humanos – zoonoses. É comum a ocorrência de infecções mistas, por exemplo, ocorre uma infecção por algum agente, o qual abre portas para infecção por Mycoplasma, este, por sua vez,facilita as infecções por E.coli. PI: variável, de 1 a 3 semanas. Entrada do patógeno, aderência em mucosas do trato respiratório, digestivo e urogental – através da ativação de fatores como hemolisinas, fatores ciliostáticos, proteases e nucleases → a bactéria consegue interagir com as células do hospedeiro. O microorganismo consegue se esconder do sistema imune, devido a: presença de colesterol em sua membrana plasmática. O organismo do hospedeiro age de duas formas: destruição de tecido parasitado (lifotoxinas) e imunossupressão temporária (a bactéria, quando é reconhecida pelas células T, ação das linfotocinas, provoca ação mitótica e proliferação de células T supressoras). Na ausência de estresse e infecções secundárias, a infecção traqueal por MG é auto-limitante. Imunidade celular – imunidade efetiva. Resposta imune humoral é importante apenas para diminuir a severidade do quadro clinico. Aves recuperadas dos sinais clínicos podem: 1. Sofrer reinfecção – mas como já há anticorpos a eliminação é rápida e lesões traqueais são menos severas. 2. Portador – elimina o agente. Ac maternos diminuem a patogenicidade e aumentam as chances de sobrevivência. Doença crônica respiratória (DCR - Mycoplasma gallisepticum): provoca diminuição do consumo de ração, queda de peso e produção de ovos. Mortalidade é baixa quando a infecção é somente por MG. Quando ocorre infecção por MG e E. coli denomina-se DCR complicada, a qual causa mortalidade de 30% e condenação de carcaça. Nesse caso, ocorre: aerossaculite, pericardite e perihepatite. Ave apresenta exsudato catarral nas narinas, seios paranasais, traquéia e brônquios. Ave eleva o pescoço em busca de ar, estertores, secreção em narinas, ave apática, inflamação da terceira pálpebra e cegueira. Edema infraorbital, inflamação da traqueia, exsudato mucoso na traqueia, espumas no saco aéreo, pericardite fibrinopurulenta, pneumonia fibrinótica, saco aéreo gruda na musculatura, comprometendo toda a musculatura → condenação de carcaça Quando há sinusite nos perus, tem-se um edema infraorbital uni ou bilateral, animal para de comer e morre. Inicia-se com exsudato viscoso amarelo-cinzentado. Esse exsudato se torna caseoso e está presente em músculos e sacos aéreos, ocorre, também, hepatoesplenomegalia e na forma respiratória há aerossaculite. Sinovite infecciosa (Mycoplasma synoviae): sinais agudos (recuperação lenta e a sinovite pode permanecer para o resto da vida). Podem ser assintomáticas ou acometer o trato respiratório e provocar aerossaculite. A progênie apresenta: queda no ganho de peso, redução da eficiência alimentar e aumento dos casos de aerossaculite. Articulações de pena são os locais mais afetados No início ave apresenta cristas pálidas, claudicação, refugos. Em seguida: penas ficam eriçadas e as cristas encolhem; há edemas nos jarretes e na região plantar; calos no osso do peito; ave fica apática, desidratada e há diminuição do peso corporal; fezes esverdeadas; via respiratória afetada e ocorrência de estertores (4-6 dpi); aerossaculite. Histórico: vacinação, condições sanitárias da granja, idades multiplas, vazio sanitário, superlotação, estresse, produçã (postura), mortalidade. Sinais clinicos, anatomopatologia. Isolamento microbiológico e PCR. Diferencial – Reovirus, S. Typhymurium (também afeta articulações). MG não pode ter em reprodutoras eliminar o lote. MS pode ser tratado com antibioticoterapia, pode ter nas matrizes (não precisa eliminar o lote). Vacinas: reduzem a excreção e transmissão horizontal. Antimicrobianos: sensiveis as tetraciclinas, macrolídeos, quinolonas e tiamulina. Resistentes aos beta-lactâmicos. O antibióticos não eliminam o agente, apenas diminuem a manifestação clinica e a transmissão transovariana. Sensiveis a maioria dos desinfetantes. Vaniação somente é permitida para aves comerciais, sendo proibidia em reprodutores pois atrapalha o monitoramento. Biosseguridade: adquirir pintinhos provenientes de granjas livres de MG/MS; monitoria sorológica dos panteis reprodutores. 13 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Sinais clínicos e lesões Diagnóstico Controle e profilaxia Salmoneloses Importância para a saúde pública. S. enterica sbsp entérica sorovar Enteritidis S. bongori Bactéria intracelular. Pulorose: S. pullorum Tifo aviário: S. gallinarum. Paratifo aviário: diversas outras salmonelas. Historicamente a que mais tem caso em humanos é a S. Typhimurium. Pulorese – doença septicêmica. Aparece até a terceira semana de vida. Via de transmissão: transovariana, principal. Os pintinhos que se infectarem na granja, provavelmente, não irão desenvolver a doença. Hospedeiros: aves com incubação artificial. Aves leves são mais resistentes à enfermidade clínica. Tifo aviário – doença septicêmica e toxicêmica. Comum em aves adultas, falhas na biosseguridade. Mas pode afetar os animais em todas as idades. Via de transmissão: ave-ave; vertical é impossível. Fatores predisponentes para a transmissão: presença de ave morta, esterco, falta de higiene, uso de antimicrobiano. Pode ocorrer transmissão de uma granja reprodutora para uma comercial por meio do ser humano. A ave doente é uma fonte de infecção para o resto da vida. Hospedeiros: ave branca leve a mortalidade é nula, mas a S. gallinarum persiste por várias semanas. Ave vermelha pesada, se infecta e pode vir a óbito, a bactéria fica menos tempo no organismo (caso a ave consiga sobreviver). Paratifo aviário – infectam aves e outras espécies, como o ser humano zoonose. 2 dpi o pintinho já elimina a bactéria. Via de transmissão: via transovariana ou via cloaca. Fonte de infecção: ração (farinha de origem animal), ave- ave, água. A transmissão horizontal (ave-ave) é favorecida por idades múltiplas, alta densidade, aves de fundo de quintal. Vetores: mecânicos e biológicos – cascudinho. Hospedeiros: aves, roedores e alguns repteis (tatu, cagado, jacaré, etc.). Causa doença em ave branca e vermelha. Nos primeiros dias pode confundir com a pulorose. Bactéria se localiza no trato digestório, por onde é grandemente eliminada. Pulorese: Sintomas gerais – diarreia branca (que na verdade é urina) a amarelada (há degeneração do epitélio do rim). Animais encorujados. Morbidade e mortalidade depende do número de ovos que foram infectados. Lesões articulares. Alterações de moela. Bactéria se aloja no ovário. Tifo aviário: Rim amarelado, pericardite, lesão no fígado (fígado abaulado), pode haver hidropericardio (comum, també, em doenças tóxicas como fedegoso no milho), aumento do baço, nefrose. Ovários alterados (atrofia – reação do organismo à septicemia). Paratifo aviário: A septicemia pode aparecer, mas a principal implicação está no ceco. A bactéria pode chegar no ceco pelo bico ou pela cloaca. Uma de vez no ceco, a bactéria é eliminada em grande quantidade nas fezes. Ceco fica com cor verde – achocolatado. Lesões hepáticas, pontos necróticos. Alterações de ovário, animal para de botar. A transmissão transovariana pode ocorrer durante alguns momentos. Pulorese: Histórico (pintinhos jovens, até 3 semana de vida, vindos de incubatório), sintomas (diarreia branca) e lesões (alterações em moela, processos inflamatórios no miocárdio, não é comum uma alteração de ovário, mas a bacteria pode se armazenar nele). Isolamento e identificação (fígado, baço e cérebro e cerebelo para diferencial com encefalomielite). Diferencial: aspergilose, encefalomielite. Tifo aviário: Histórico, sinais, lesões. Isolamento e identificação (fígado e baço). Paratifo aviário: Monitoria – deve ser feita paraservir de base da avaliação dos procedimentos de biossegurança. Utiliza suabe de cloaca (pouco feito) ou de arrasto (propé). Avos/bisavos positivo – eliminar lote. Exames bacteriológicos/sorológicos. Isolamento e identificação. Métodos de amostragens. PCR – não identifica todas as espécies de Salmonella. Deve-se fazer o isolamento para a identificação. Pulorose: Teste de pulorose em aves reprodutoras (em aves vacinadas contra SE o teste será positivo). Lotes de reprodutoras positivos precisam ser sacrificados. Tifo aviário: Encontrada S. gallinarum em granjas de reprodutoras deve-se eliminar o núcleo. Já em granjas comerciais não é obrigado eliminar o lote, porém, a presença dessa bactéria gera grande percas econômicas. Prevenção: higiene, limpeza, desinfecção, retirada e destino de carcaça, vacinação (vacina viva 9R). Nas reprodutoras é feito monitoria sorologica do lote para Sp e Sg. Tira-se sangue de mais ou menos 350 aves por galpão para monitoria. A vacina atrapalharia essa monitoria intensa, já q o lote positivo deve ser eliminado. Paratifo aviário: Pintos de um dia livre de Salmonella spp. Monitoria. Limpeza e desinfecção. Idade única. Vazio sanitários. Destino rápido e correto dos animais mortos. Tratamento da cama. Evitar agua parada, lama, mato e lixo. Controle de qualidade de água e ração. Caiação ao redor dos galpões. Controle de moscas, insetos, endo e ectoparasitas, cascudinho e roedores. Ser humano é um veículo importante! Monitoria (bacteriologia e sorologia). Ovos para incubação – fazer fumigação, não incubar ovos sujos. Realizar limpeza, desinfecção e fumigação do incubatório, além de monitoria ambiental. 14 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Monitoria sorológica e diagnóstico microbiológico de Salmonella spp. e Mycoplasma spp. 1. Salmonella spp. ELISA - reação Ag-Ac detectaveis atraves de reações enzimáticas. Detecção de resposta sorológica a parasitas, bactérias e vírus. Possivel avaliar se há uma infecção (Ag/Ac) e também a resposta vacinal (Ac) do animal. Caracteristicas: alta sensibilidade, alta especificidade, entretanto, a mão-de-obra deve ser especializada. ELISA direto: procura antígeno ELISA indireto: procura anticorpos. ELISA sandíche. ELISA de competição. Na avicultura utiliza-se muito ELISA indireto: Conceitos para interpretação de resultados: Monitoria sorológica: se baseia na resposta humoral importante na proteção (IBV, IBD, NCD, RED, EM, etc.). Para outras enfermidadidade (Salmonella, MG, MS e IA), detecção de anticorpos em aves vacinadas. É importante saber o historico de vacinações, sinais clinicos, alterações anatomopatológicas e idade dos animais (imunidade passiva). Muitas vezes se confude infecção ativa com resposta vacinal – geralmente as infecções tem maior titulação. Quando a titulação está abaixo do esperado após a vacinação, indica que a vacinação foi inadequada (seja no momento da administração ou na qualidade da vacina). Titulação acima do esperado de uma resposta vacinal, indica-se que há uma possivel infecção. Titulo elevado + redução %CV + ausencia de vacinação – indica que há desafio. Quando temos um matrizeiro ou avozeiro positivo na sorologia é indicativo que as aves estão tendo algum desafio. Tipos de monitoria: a. Passiva – enfermidade ou produção abaixo, apenas realiaza quand há um problema. b. Ativa – programada. Certificar a ausencia de patógeno em reprodutoras ou detectar desafios subclínicos. É determinada uma linha basal (baseline), que estabelece a quantidade de Acs que é normal. hhInterpretar eficácia da vacinação. OBS.: Baseline, pode ser baseada nos dados de um laboratório, entretanto, se você for responsável por uma granja é possivel montar uma linha basal específica para sua granja. Conceitos – ELISA: A. Média da titulação (GMT): quantidade de anticorpos. B. Tempo: tempo de persistência do anticorpo. Vacinação inadequada os titulos diminuem rapidamente. C. %CV: uniformidade da vacinação. CV alto – vacinação desuniforme, pintinhos de reprodutoras de idades diferentes (titulação mais desuniforme), amostras colhidas precocemente. CV baixo – vacinação uniforme. 1a dose de vacinas vivas: soroconversão mais importante que %CV, assim, nesse momento é melhor que o animal esteja positivo. GMT + %CV – deve ser analisado junto com o tipo de ave, idade, programa vacinal, sinais clínicos, achados anatomopatológicos, etc. Não se vacina matrizes contra Mycoplasma spp. 15 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Ao avaliar uma granja de reprodutoras, espera-se que todas as amostras sejam negativas. Caso haja resposta sorológica positiva, os animais provavelmente estão apresentando a doença e, assim, é preciso realizar outros exames para confirmação (ex. Microbiológico, anatomopatológico, etc.). Exame microbiológico Salmonella spp – bacilos gram-negativos; anaeróbios facultativos (se multiplicam por todo o frasco, região com e sem oxigênio), produzem gás a partir de glicose, não fermentam lactose e sacarose, maioria é movel (exceto S. pullorom e S. gallinarum). Colheita de amostras: suabe de arrasto (utilizando propé), suabe de fundo de caixa, fezes cecais, suabe cloacal, ovos bicados (não nascidos), mecônio, colheita de órgãos (baço, figado, coração, tonsilas cecais e ceco, ovários). Etapas: 1. Pré-enriquecimento: água peptonada tamponada – manutenção do pH e reativa o metabolismo bateriano. 2. Colocação em estufa e enriquecimento seletivo: uso de meio de cultivo que dificulta o crescimento de outros microorganismos, associado com incubação em temperatura seletiva (37 oC para Salmonella), por cerca de 20 horas. Os tipos de meio são: Rappaport-Vassiliadis-Novobiocina – verde malaquita e cloreto de magnésio, os quais inibem a microbiota acompanhante. A peptona de farinha de soja estimula o crescimento da Salmonella. Caldo Selenito-Novobiocina – selenito de sódio, inibe coliforme e enterococos. Tetrationato – iodo, restringe coliforme. Sais de bile → Gram-positivos. Tetrationato-redutase – para Salmonella spp. (exceto SG, SP, SC, ST) e Proteus spp. Tetrationato verde brilhante – inibe Gram- positivas. Obs.: Salmonella tem a tretationato-redutase que quebra o tetrationato 3. Isolamento e seleção: os meios são: Ágar verde brilhante – pH 6,9; extrato de levedura e peptonas; verde brilhante inibe bactérias gram-positivas; lactose e sacores + vermelho de fenol (indicador). Proteus spp, as colônias são brancas a vermelhas, rodeadas por zonas vermelhas. Ágar MacConkey – Ágar XLT-4 – pH 7,4 4. Provas bioquímicas: 5. Sorologia: 2. Mycoplasma spp. Triagem (sorológicos): soroaglutinação rápida em placa (SAR); soroaglutinação lenta em tubo (SAL); inibição de hemaglutinação (HI), ensaio imunoenzimático (ELISA). Diagnósticos microbiológicos: isolamento em meio de cultura. Identificação através de: imunofluorescência indireta (IFI), imunofluorescência direta (IFD), inibição do metabolismo (IM), inibição do crescimento (CI), reação em cadeia da polimerase (PCR). OBS.: o crescimento é muito lente, assim, normalmente a técnica é associada a PCR. 16 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 a. Teste de triagem: ELISA. Teste de soroaglutinação rápida em placa (SAR) – menos complexo e sensível que o ELISA. Pode ocorrer falsos-nagativos e qualquer reação, mesmo somente em soro puro, deve ser consideradosuspeito. Detecção de IgM 3-5 a 70-80 dpi. Inibição da hemaglutinação (HI) – detecção de anticorpos IgG, 7-10 dpi e persistem por 6 meses. Necessita do teste micoplasmológico para identificar o agente. b. Isolamento e identificação: Material – suabes de traqueia, sacos aéreos, liquido sinovial e exsudato dos seios nasais. Ou coleta de tecidos lesados, como sacos aéreos, traqueia e exsudatos sinovial e ocular. Caldo Frey – 37oC. Ágar Frey – 37oC por 6 a 30 dias. Isolamento. Caracterização bioquímica. Imunofluorescência/imunohistoquímica/PCR. 3. Vacinações – existe para STM (viva e inativa), SE (viva e inativa) e SG. Para reprodutoras pode usar a inativada quando se trata de STM e SE. Para frangos de corte as vacinas tão bem no começo. OBS.: professor acredita que não deveriam ser usadas vacinas em reprodutoras. 17 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Diagnóstico Tratamento Controle e profilaxia Clostridioses Doença provocada por toxinas das bactérias Clostridium. Botulismo – C. botulinum Enterite necrótica – C. perfringens. Enterite ulcerativa - C. colinum Dermatite gangrenosa – C. perfringens e C. septicum. Doenças oportunistas. Neurotoxina do C. botulinum – intoxicação aguda. 7 tipos de acordo com os 8 tipos de toxinas que eles produzem: A, B e F – doença em seres humanos. A, C e E – doença em aves (mais comum o C nas aves). Gram-positiva, móveis e anaeróbia bem estrita. Produz esporos subterminais (ocasionalmente terminais em culturas velhas). Esporos são resistentes à dessecação e ao calor, são de fácil disseminação. Sobrevivem por tempo indeterminado. Toxina botulínica é a mais potente conhecida atualmente (pouca quantidade é suficiente para produzir doença grave) – toxinas neurotóxicas, e são liberadas na autólise da bactéria. Toxinas são termosensíveis e são resistente a ácidos pepsina e tripsina (não são destruídas na digestão). Porta de entrada: oral. Via de transmissão: direta (consumo de larvas ou carcaças contaminadas) ou indireta (toxina no bico do animal e ao beber água contaminam bebedouros, os animais sadios se contaminando bebendo água desses bebedouros). Via de eliminação: HD: todos os tipos de aves, com exceção dos urubus (tem susbtância sanguínea que neutraliza a toxina). Ocorrência: cosmopolita. São saprófitas. Presente em pastagens, vegetais, alimentos, carcaças, fezes, camas úmidas e outras desde que haja ambiente favorável (anaerobiose e material orgânico em decomposição). Além disso, está presente normalmente no TGI das aves. Surtos de botulismo ocorrem com mais frequência nos meses mais quentes e úmidos – a umidade favorece condições anaeróbicas. Criação com alta densidade animal, são comuns surtos localizados. Além disso, os surtos são frequentes após feriados prolongados, pois as aves morrem e ninguém está por perto para ver e retirar rapidamente essas caracças. PI: depende da quantidade de toxina ingerida – doses altas PI de 10 a 12h. Ingestão de matéria orgânica ou larvas presentes em carcaças e que contém as toxinas. Elas são absorvidas no TGI, chegam a corrente sanguínea e por fim nos neurônios. Onde bloqueiam a Ach, impedindo a passagem de impulsos nervosos na junção neuro- muscular (paralisia ascendente). Isso pode levar a paralisia respiratória e circulatória, levando a morte do animal. Toxina produzida em matéria orgânica deteriorada e anaerobiose. Larvas, crustáceos e insetos carreiam as toxinas para os animais. → A bactéria já está presente normalmente no IG dos animais, quando esses animais morrem a bactéria se multiplica muito e produz GARNDE QUANTIDADE de toxina (durante a autólise). Animais sadios se contaminam, principalmente, através da ingestão de larvas e insetos que estão presentes na carcaça e estão contaminados. Semelhantes em todas as aves de interesse econômico. Paralisia flácida de pernas, asas, pescoço e 3 pálpebra. Dificuldade de se movimentar – aves deitadas, com asas caídas e pescoço distendido e apoiado no chão. Dificuldade respiratória. Liquido escorrendo e acumulo de muco no bico. Diarreia. Morte – falência cardio-respiratória A mortalidade varia de acordo com a quantidade de toxina → grande quantidade de toxina resulta em ↑ mortalidade. Anamnese e histórico – proximidade com água (água favorece a anaerobiose). Não há lesões nos órgãos. Indicativo de botulismo é presença de larvas e material em decomposição no papo, proventriculo e moela. Sinais clínicos – paralisia flácida, principal. Detecção de toxina. Não existe tratamento específico. Soro com antitoxina botulínica – POREM É MUITO CARO E DEVE SER APLICADO MUITO RAPIDO – inviável em granjas. Não há imunização. Prevenção – manejo adequado – retirada de fontes de toxinas, isto é: Descarte rápido e adequado de carcaça (incineração, fossas antissépticas); remoção da cama após cada lote; limpeza e desinfecção de instalações; controle de moscas. Água + cama + matéria orgânica ótimas condições de anaerobiose. 18 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Tratamento Controle e profilaxia Clostridioses Doença provocada por toxinas das bactérias Clostridium. Botulismo – C. botulinum Enterite necrótica – C. perfringens. Enterite ulcerativa - C. colinum Dermatite gangrenosa – C. perfringens e C. septicum. C. Perfringes A e C – Clostridium de maior importância nos animais domésticos. Oportunista – sempre associado a um fator desencadeante. Enterotoxemia aguda – rápida multiplicação no intestino. Aparecimento súbito. Necrose da membrana mucosa do intestino delgado. Provoca rápida debilidade. Gram-positiva, podem formar pares e cadeias curtas. Anaeróbio – menos estrito dos Clostridium. Cultivo fácil. Esporos ovais centrais e subterminais. Habitat – vive em aves saudáveis no ceco e IG. Quando ocorre uma imunossupressão ou estresse essa bactéria se multiplica e migra para o ID onde causa lesões. Esporos resistente ao meio ambiente. C. perfringes tipo A – toxina alfa – morte e destruição celular. C. perfringes tipo C – toxina alfa e beta – letais e necrosantes. Porta de entrada: oral. Via de transmissão: ingestão de bactéria e toxina. Não há contágio entre aves, já que a bactéria normalmente já está presente no ceco e IG das aves. Ocorrência: difundida no mundo todo. O tipo A está normalmente presente no intestino de animais e humano, além do ar, solo, poeira, esterco e água. Sempre precisam de condição de anaerobiose. Mais frequente em frangos criados em cama (2-5 semanas de vida); poedeiras criadas em piso (3 a 6 meses de vida). Fatores predisponentes: animais alimentados com alta quantidade de fibras indigestíveis (trigo, cevada, centeio), rações com farinha de origem animal, presença de insetos no ambiente contaminado (cascudinho) necessariamente precisa da ocorrência de outras doenças (imunossupressoras ou coccidiose, que causam injúrias na mucosa intestinal). Retardo no crescimento, conversão alimentar ruim, apatia, diminuição do apetite, fezes diarreicas escuras, com manchas de sangue, desidratação, escurecimento da musculatura peitoral e dificuldade de locomoção. Doença crônica: edema, hemorragias, necrose de membros posteriores. Subclínica: diminui taxade crescimento e eficiência alimentar. Diminuindo absorção de nutrientes. Macroscopia: geralmente confinadas no ID – pseudomembrana verde a amarelo na mucosa e lesões hemorrágicas, que se transformam em necróticas dentro de 5h. Cecos friáveis, distendidos, liquido acastanhado fétido e gases. Fígado hepatomegalia, congestão e focos esbranquiçados. Microscopia: severa necrose da mucosa intestinal, fibrina aglutinada aderida a fragmentos celulares, necrose congelativa circundada por heterofilos. Pode se estender até a submucosa e camada muscular. Degradação epitelial. Exposição da lâmina própria. Aves sobrevivente – modificação regenerativas: proliferação de células epiteliais nas criptas, alta quantidade de figuras mitóticas, vilos curtos e planos. Presença frequente de coccidias. Anamnese e histórico – doenças imunossupressoras, manejo alimentar inadequado, vazamento de água nas camas. Sinais clínicos e lesões – necrose dos intestinos. Detecção da toxina – teste de neutralização para detecção de toxinas. Diferencial com enterite ulcerativa e coccidiose. Eliminação da causa primária. Antibióticos – lincomicina, bacitracina de zinco, oxitetraciclinas, etc. Aplicação de promotores de crescimento – muito eficaz na estratégia de controle e prevenção: bacitracina de zinco, lincomicina, virginamicina. Entretanto, existe uma pressão muito grande para o não uso desses promotores, pois eles causam muita resistência a antimicrobianos. Alternativas: probióticos (estimulam queda do pH, produção de bacteriocinas, e peróxido de hidrogênio – não favorecem a proliferação do agente). Prebióticos. Enzimas que diminuem a viscosidade intestinal (não favorecem o crescimento de microrganismos patogênicos); Ácidos orgânicos (diminuem pH). Essas alternativas ajudam a amenizar a gravidade da doença. Controle das causas predisponentes: Controle de doenças imunossupressoras – Gumboro, coccidioses, micotoxicose, marek, anemia infecciosas, etc. Controle de insetos (cascudinho). Manejo das camas. Manejo do ambiente (densidade animal adequada, temperatura, ventilação – evitar estresse – fator imunossupressor). Qualidade da água e ração. 19 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Fisiopatogenia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Tratamento Controle e profilaxia Clostridioses Doença provocada por toxinas das bactérias Clostridium. Botulismo – C. botulinum Enterite necrótica – C. perfringens Enterite ulcerativa - C. colinum Dermatite gangrenosa – C. perfringens e C. septicum. Ocorre com menos frequência. Infecção aguda. Causando rápido aumento da mortalidade. Oportunista – precisa de fatores predisponentes. Gram-positivo, anaeróbio, bastonete móvel. Esporos escassos e subterminais. São muito resistentes a agentes químicos e mudanças físicas. Difícil isolamento. c. colinum – eliminado nas fezes. Porta de entrada: via oral. Via de transmissão: ingestão de alimento, água, carcaças e insetos contaminados. Via de eliminação: HD: codornas, frangos jovens, perus, aves selvagens. Menos comum em frangos e galinhas (são mais resistentes). Muito patogênica para as codornas. Muito associada a coccidiose e/ou disbiose – doenças imunossupressoras, falha no manejo alimenta, na ambiência, etc. Diarreia branca e aquosa. Sonolência, olhos parcialmente fechados. Inapetência. Encurvamento do corpo, pescoço retraído. Penas arrepiadas. Emagrecimento, atrofia do musculo peitoral. Aves assintomáticas – comum. Duração de aproximadamente 3 semanas – tem pico de mortalidade 5-14 dpi. Alta mortalidade em codornas. Macroscopia: ID com hemorragias puntiformes e ulceras pequenas (membranas amareladas e bordas hemorrágicas, que desaparecem com seu aumento. Ulceras aumentadas se unem e formam áreas de necrose). Perfurações são frequentes e podem levar a peritonite local ou difusa e aderência intestinal. Fígado – focos amarelados irregulares, focos acinzentados disseminados envoltos por halo amarelo pálido. Baço – aumentado, com hemorragia e congesto. Microscopia: intestino – descamação epitelial da mucosa, edema, infiltração linfocitárias, luz intestinal com células sanguíneas e fragmentos de mucosa. Ulceras recentes, com áreas necróticas, infiltração linfocítica e granulocitica até a submucosa. Necrose coagulativa, cariólise. Fígado – focos de necrose coagulativa e inflamação. Vasos sanguíneos próximos às lesões – obstruídos por trombos e bactérias. Anamnese e histórico – manejo alimentar ruim, má ambiência. Sinais clínicos – parecidos com enterite necrótica, aumento do fígado, aumento e congestão do baço. Imunofluorescência. Diagnóstico diferencial – coccidioses, enterite necrótica e histomoníase. Encontrar e eliminar causa primária – doenças imunossupressoras e outros fatores. Estreptomicina, bacitracina de zinco, furazolidona, clortetraciclina, lincomicina, etc. Integridade do sistema imune; Programas anticcocidanos; Limpeza e desinfecção; Troca de cama entre os lotes. 20 Letícia S. Goes (Ezalta) – UNESP Vet18 Agente etiológico Epidemiologia Sinais clínicos Achados post morten Diagnóstico Tratamento Controle e profilaxia Clostridioses Doença provocada por toxinas das bactérias Clostridium. Botulismo – C. botulinum Enterite necrótica – C. perfringens. Enterite ulcerativa - C. colinum Dermatite gangrenosa – C. perfringens tipo A, Staphyloococcus aureus e C. septicum. Podem estar isolados ou em conjunto – em conjunto a doença é mais grave. Doença associada a camas contaminadas e ambientes estressantes. Acomete principalmente aves jovens. Não ocorre com muita frequência. Causa necrose severa dos músculos e tecidos. C. spticum – bastonete anaeróbio, Gram-positivo. Esporos ovalados subterminais. Porta de entrada: necessária solução de continuidade para penetração dos agentes (ambiente anaerobiotico – produzem toxinas). Via de transmissão: meio ambiente contaminado com o patógeno, e cama ruim e suja. HD: principalmente frangos e perus. Principalmente aves jovens (17 dias a 20 semanas – maioria 4-8 semanas). Clostridios – presentes na cama, ração contaminadas, conteúdo intestinal, e outros ambientes anaerobióticos. Estão presentes em aves sadias e precisam de algum agente imunossupressor para provocar a doença. Staphylococcus – presente em pele e mucosa de aves. Além de incubatórios, granjas, plantas processadoras de carne. Enfermidade oportunista – doenças imunossupressoras, deficiências nutricionais (selênio, vitaminas C e D), coccidioses. Podem não ocorrer. Mortalidade aguda – não é comum que ocorra em grande quantidade de aves. Apatia, em graus variáveis. Inapetência. Lesões. Incoordenação motora (fraqueza das pernas e ataxia). Macroscopia: áreas afetadas na pele (geralmente que esteja em contato com a cama) – hemorrágicas, inflamadas, odor fétido, pele escura, geralmente sem penas, bolhas de gases no fluido e tecido subcutâneo. Fígado e rins edemaciados e escuros, áreas de necrose. Pulmões congestos. Bursa de Fabricius atrofiada em aves expostas, também, à doença de Gumboro. Microscopia: tecido subcutâneo com edema e enfisema, presença de bacilos basofílicos e/ou pequenos coccus. Músculos esqueléticos – congestão, hemorragia e necroses. Fígado com áreas pequenas e disseminadas de necrose coagulativa com bactérias no centro. Histórico e anamnese – doenças imunossupressoras,deficiências nutricionais (selênio, vitamina E e C), solução de continuidade. Lesões características – pele escura e sem penas. Administração de clortetraciclinas, oxtetraciciclinas, eritromicina, penicilina, sulfato de cobre. Controle de doenças imunossupressoras; Balanceamento nutricional; Limpeza e desinfecção das instalações, principalmente da cama. Prevenção – controle de causas predisponentes (doença SEMPRE está associada a alguma doença imunossupresora).
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