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FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO! INSTRUÇÕES GERAIS ● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas. ● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito. ● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher o cartão- resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado. – Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE): marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa. Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta em caso de respostas erradas. – Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha: marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA • Nas questões a seguir, marque, para cada uma, a única opção correta, de acordo com o respectivo comando. Para as devidas marcações, use a Folha de Respostas, único documento válido para a correção da sua prova. • Em seu caderno de prova, caso haja opção(ões) constituída(s) pela estrutura Situação hipotética:... seguida de Assertiva:..., os dados apresentados como situação hipotética deverão ser considerados premissa(s) para o julgamento da assertiva proposta. • Eventuais espaços livres – identificados ou não pela expressão “Espaço livre” – que constarem deste caderno de prova pode- rão ser utilizados para rascunhos. � Baseado no formato de prova � aplicado pela banca Cebraspe BLOCO I LÍNGUA PORTUGUESA MÁRCIO WESLEY Leia o texto I e responda aos itens de 1 a 10. Texto I 1 Os sinais detectáveis da mentira são demonstrados quando a recompensa ou a punição envolvidas não são tri- viais, então na verdade algo está em jogo para o mentiroso, e ele realmente se importa com o êxito ou o fracasso da 5 mentira. Então, quem está tentando mentir também está emo- cionalmente empenhado na mentira, e é esse compromisso com a mentira que suscita muitos dos sinais que um leitor de mentes procura. Identificar os sinais é um ponto, mas o pro- blema de saber o que eles significam continua. 10 Existem duas mensagens rivais em qualquer mentira: a verdade e a falsidade. A palavra “mentira” concentra-se na falsidade, mas ambas são de fato importantes. A habili- dade de distingui-las também é importante. Como estamos sempre revelando mensagens diferentes em toda a nossa 15 comunicação, não apenas com as nossas palavras, a men- tira é, de fato, uma tentativa mais ou menos bem-sucedida de controlar essas mensagens. Do mesmo modo como exa- minamos as expressões faciais, a mentira é uma tenta- tiva de esconder ou mascarar certa mensagem sob outra. A 20 capacidade de perceber se alguém está mentindo é uma ques- tão de prestar atenção aos elementos da nossa comunicação que não temos muita habilidade para controlar. Quem diz a verdade expressa a sua comunicação conscientemente con- trolada do mesmo modo como manifesta as suas expressões 25 inconscientes. Mas, se conseguirmos detectar alguma desar- monia no que é expresso, entre o que as mãos e as palavras comunicam, por exemplo, poderemos suspeitar que há duas mensagens diferentes envolvidas. Procuramos sinais contra- ditórios, indícios inconscientes que falem outra coisa além 30 da mensagem expressa conscientemente. Os sinais difíceis de controlar expressam os nossos verdadeiros pensamentos e sentimentos. Fexeus, Henrik. A arte de ler mentes: como interpretar gestos e influenciar pessoas sem que elas percebam. Tradução de Daniela Barbosa Henriques. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013, p. 86. No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue os itens seguintes. 1 A ideia central do texto consiste em mostrar a mentira como soma de verdade e falsidade, ambas importantes para o su- cesso no controle de nossa comunicação verbal e não verbal. 2 Segundo o texto, o que não pode ser controlado em nossa expressão corporal manifesta o verdadeiro pensamento ou sentimento. 3 De acordo com o texto, quando uma recompensa ou punição é banal, a mentira não pode ser detectada. 4 A correção gramatical do trecho “A habilidade de distingui- -las também é importante.” (l. 12-13) e suas informações seriam mantidas caso ele fosse reescrito da seguinte forma: “tal qual o é a habilidade de as distinguir.”, substituindo-se o ponto após “importantes” (l. 12) por vírgula. 5 No trecho “poderemos suspeitar que há duas mensagens dife- rentes envolvidas” (l. 27-28), a substituição da forma verbal “poderemos” por “poderíamos” prejudica a correção grama- tical do texto, embora não altere o seu sentido original. 6 O termo “muitos dos sinais” (l. 7) exerce a função de objeto direto da forma verbal “suscita” (l. 7), além de ser o refe- rente do objeto direto da forma verbal “procura” (l. 8), que está elíptico. 7 No trecho “se alguém está mentindo” (l. 20), a palavra “se” introduz oração com sentido hipotético acerca do tre- cho anterior. 8 A inserção da preposição “de” imediatamente após “sus- peitar” (l. 27) preserva os sentidos textuais e sua correção gramatical. 9 O emprego de acento gráfico nas palavras “detectáveis” (l. 1), “êxito” (l. 4) e “indícios” (l. 29) justifica-se pela mesma regra de acentuação gráfica. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA 10 O texto pode ser enquadrado no tipo dissertativo, haja vista a exposição de sinais que se pode procurar observar a fim de detectar uma mentira, em uma apresentação objetiva. Leia o texto II e responda aos itens de 11 a 21. Texto II 1 Terminada a cantiga, ele deu início à coleta. Começou pelos russos, que contribuíram generosamente, depois subiu os degraus. Agora, ali em cima, mostrava-se tão humilde quanto tinha sido atrevido durante a exibição. Curvando-se 5 em reverências, esgueirava-se por entre as mesas, e um sor- riso perfidamente servil deixava à mostra seus dentes fortes, mas ainda assim as duas rugas persistiam ameaçadoras entre as sobrancelhas. As pessoas examinavam com curiosidade e certa repulsa a estranha criatura que recolhia seu sustento, 10 atirando com as pontas dos dedos moedas em seu chapéu, com cuidado para não tocá-lo. A supressão da distância física entre o comediante e a distinta plateia, por mais que o espetá- culo tenha agradado, cria sempre certo embaraço. O homen- zinho o sentia e procurava desculpar-se por meio de uma 15 atitude servil. Aproximou-se de Aschenbach e com ele veio o cheiro, com o qual ninguém ao redor parecia preocupar-se. � — Ouve — disse osolitário, em voz abafada, quase mecanicamente —, estão desinfetando Veneza. Por quê? O bufão respondeu com voz rouca: 20 — Por causa da polícia, ora! É regulamento, meu senhor, com este calor e o siroco. O siroco oprime. Não é bom para a saúde... — Falava como se estivesse surpreso por alguém perguntar uma coisa dessas, e demonstrava com a palma da mão o quanto o siroco era opressivo. 25 — Quer dizer que não há epidemia em Veneza? — per- guntou Aschenbach, bem baixo, entre dentes. As feições musculosas do bufão se contraíram numa cômica careta de perplexidade. � — Uma epidemia?! Será a nossa polícia uma epidemia? 30 O senhor está brincando! Uma epidemia! Ora, essa é boa! Uma medida preventiva, procure entender! Uma determina- ção da polícia para combater de imediato os efeitos do calor sufocante... — gesticulava. � — Está bem — disse Aschenbach, mais uma vez em 35 voz baixa e laconicamente, e deixou cair rapidamente uma gorjeta exorbitante no chapéu estendido. Depois, fechando os olhos, fez sinal ao homem para que se afastasse. Este obede- ceu, arreganhando os dentes num sorriso e fazendo mesuras. Mas, ainda antes de ter alcançado a escada, dois empregados 40 do hotel precipitaram-se sobre ele e, com os rostos quase colados ao seu, submeteram-no a um rigoroso interrogató- rio em surdina. Ele encolhia os ombros, protestava, jurava ter mantido silêncio; era óbvio. Liberado, voltou ao jardim e, depois de breve confabulação com os seus sob a lâmpada 45 de arco, adiantou-se uma vez mais, para uma canção de des- pedida. Mann, Thomas. Morte em Veneza. Tradução Eloísa Ferreira Araújo Silva. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011. A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto II, julgue os próximos itens. 11 De acordo com o texto, após aquela cantiga, ao aproximar- -se da plateia para recolher contribuições, o bufão provocou eventual e indesejado embaraço para sua plateia. 12 O personagem Aschenbach é caracterizado no texto como solitário, de pouca estatura e, depreende-se, não morador de Veneza. 13 Sem prejuízo do sentido original do texto, a conjunção “mas” (l. 7) poderia ser substituída por não obstante. 14 O advérbio “laconicamente” está empregado, na linha 35, com o mesmo sentido de “sucintamente”. 15 No trecho “perguntou Aschenbach, bem baixo, entre dentes” (l. 25-26), as vírgulas foram empregadas para marcar a inter- calação do segmento “bem baixo”. 16 No trecho “e um sorriso perfidamente servil deixava à mostra seus dentes fortes” (l. 5-6), a ocorrência do sinal indicativo de crase justifica-se por haver preposição “a” regida pela forma verbal “deixava” e artigo definido “a” diante do substantivo feminino “mostra”. 17 Sem prejuízo da correção gramatical, a forma verbal “cria” (l. 13) poderia ser substituída por criam, por referir-se a um sujeito composto. 18 Infere-se da situação apresentada no texto que não era permi- tido falar com os hóspedes do hotel. 19 O trecho “— Quer dizer que não há epidemia em Veneza? — perguntou Aschenbach, bem baixo, entre dentes.” (l. 25-26) pode ser reescrito em discurso indireto, com as mesmas in- formações, da seguinte maneira: Aschenbach perguntou, bem baixo, entre dentes, se queria dizer que não havia epidemia em Veneza? 20 O complemento verbal de “obedeceu” (l. 37-38) está elíptico, mas poderia ser expresso correta e coerentemente na escrita: “Este obedeceu o sinal de afastar-se”. Considerando o texto II e o Manual de Redação da Presidência da República, 3ª edição, de 27/12/2018, julgue o item a seguir. 21 Nas linhas 20 e 21, o trecho “É regulamento, meu senhor, com este calor e o siroco.” encerra o vocativo “meu senhor”. Supondo que se dirija a um delegado de polícia, esse vocativo deveria ser substituído por “Vossa Excelência” ou “Doutor”. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO RAPHAEL SPYERE Acerca dos Poderes Administrativos e seu exercício, julgue as questões a seguir. 22 Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os di- reitos fundamentais de reunião ou de manifestação em locais públicos depende de comunicação oficial prévia às autorida- des competentes, sob pena, do contrário, incorrer-se em exer- cício irregular de direito. 23 Atos sancionatórios são as punições aplicadas pela Adminis- tração àqueles que, situados fora de sua esfera, descumprem normas administrativas, excluindo‐se, dessa espécie, as san- ções funcionais aplicadas a agentes públicos. Com a fusão de certos ministérios, entre eles o Ministério da Pre- vidência Social e o Ministério da Fazenda, criou-se o Ministério da Economia. Sobre esse evento jurídico e as distribuições de competências públicas nas entranhas da Administração, julgue os itens subsecutivos. 24 A fusão dos referidos órgãos é resultado da centralização de competências. 25 Conside que o Ministério da Economia venha a ser extinto e, com isso, os Ministérios da Previdência Social e da Fazenda venham a ser recriados. Nesse caso, ocorre a descentralização de competências. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL RICARDO BLANCO Julgue os itens a seguir. 26 De acordo com o STF, é possível cumprir ordem judicial du- rante a noite, no escritório profissional, durante uma investi- gação criminal para instalar escutas ambientais. 27 A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpe- centes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência. 28 Aos portugueses com residência permanente no País, se hou- ver reciprocidade em favor de brasileiros, serão naturalizados brasileiros. 29 Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, du- rante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL DEUSDEDY SOLANO Analise a situação hipotética a seguir e julgue a assertiva. 30 Fátima foi presa em flagrante pela prática de falsificação de moeda (art. 289 do CP). O delegado federal que presidiu a autuação após ter recebido “notitia criminis” deixou de en- tregar à presa a nota de culpa. Nesse caso, é correto afirmar que, após a alteração legislati- va com a obrigatoriedade da audiência de custódia no prazo de 24 horas, não se faz mais necessária a entrega da nota de culpa a Fátima. Conforme dispõe o Código de Processo Penal, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas até a chegada dos peritos crimi- nais, e determinar a realização de exames e perícias. Em relação a esse tema, julgue o item a seguir. 31 Se existir mais de um local, objeto ou pessoa a ser alvo da realização do exame de corpo de delito, terão prioridade ca- sos de crime que envolvam violência doméstica e familiar contra mulher ou violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. À luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em rela- ção à eficácia e nulidade da prova, julgue o item a seguir. 32 É válido e revestido de eficácia probatória o testemunho prestado por policiais envolvidos em ação investigativa ou responsáveis por prisão em flagrante, quando estiver em har- monia com as demais provas dos autos e for colhido sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Analise a situação hipotética a seguir e julgue as duas asserti- vas de acordo com a Lei de regência, doutrina e jurisprudência dominantes. Josilda e Fábio foram presos em flagrante pela prática de crime federal, praticado em concurso de agentes. Josilda foi liberada pelo juiz na audiência de custódia, que revogou a prisão dela com arbitramento de fiança. Contra Fábio, foi decretada prisão preven- tiva na mesma audiência de custódia, logo após requerimento do Ministério Público. 33 Nesse caso é correto afirmar quea prisão de Fábio foi ilegal, pois como o crime ocorreu em concurso de pessoas, se Jo- silda foi colocada em liberdade, Fábio, que foi autuado pela mesma infração penal, consequentemente, teria direito à li- berdade provisória. 34 Como um dos indiciados (Josilda) está solto, o prazo para a autoridade policial concluir o inquérito policial será de 30 (trinta) dias, prorrogável pelo prazo que o juiz marcar. about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA LEGISLAÇÃO ESPECIAL RAFAEL DE OLIVEIRA/ADRIANE SOUSA/EDUARDO GALANTE/ALICE ROCHA/WALLACE FRANÇA/ LEANDRO ERNESTO 35 Segundo a Lei n. 12.037/2009, apenas o Ministério Público e a parte interessada poderão requerer ao juiz competente, no caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. Julgue o item a seguir nos termos da Lei n. 8.069/1990 e de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores: 36 O agente maior de idade que pratica tráfico de drogas junto de menor de 18 anos responde por esse delito em concurso formal com a corrupção. Nos termos da Lei n. 7.116/1983, que assegura validade nacional das Carteiras de Identidade, regula sua expedição e dá outras pro- vidências, julgue o item a seguir. 37 A Carteira de Identidade emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios tem fé pú- blica e validade em todo o território nacional. Julgue o item a seguir a respeito da Lei n. 13.445/2017. 38 No Brasil, estrangeiros originários de países de língua portu- guesa residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal poderão ser brasileiros naturalizados desde que requeiram. 39 Conforme consta na Lei n. 11.343/2006, um dos objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SIS- NAD – é contribuir para a inclusão social do cidadão, vi- sando torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados. Leia a seguinte situação hipotética e julgue a assertiva a seguir à luz do Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003). João possui porte de arma de fogo de acordo com as determina- ções legais e regulamentares. Em um fim de semana, ele decide sair com seus amigos – Márcio e Caio. Após beberem em excesso, João, que se encontrava embriagado e portando a arma municiada, foi abordado pela polícia. 40 A autorização de João quanto ao porte de arma de fogo per- derá sua eficácia de imediato. Considere a seguinte situação hipotética e julgue a assertiva a seguir à luz da Lei n. 10.446/2002. Paulo, por motivos políticos, comete o crime de cárcere privado contra Luís Artur. 41 A Polícia Federal poderá conduzir as investigações tendo em vista expressa disposição do caso na lei que trata da repres- são uniforme. Considerando as disposições da Lei n. 9.605/1998 (crimes contra o meio ambiente), suas alterações posteriores e a jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item seguinte. 42 A Constituição Federal condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea perse- cução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. ESTATÍSTICA THIAGO CARDOSO Considere o fluxo total de passageiros registrados no ano de 2019 nos maiores aeroportos do Brasil. Aeroporto Passageiros Guarulhos 42,2 milhões Congonhas 22,3 milhões Brasília 16,6 milhões Galeão 13,5 milhões Confins 10,7 milhões Viracopos 10,2 milhões 43 O fluxo médio de passageiros nesses aeroportos é superior a 20 milhões. 44 O fluxo mediano de passageiros é superior a 15 milhões. 45 A tabela em questão descreve a distribuição de frequências da quantidade de passageiros que atravessam os aeropor- tos por ano. 46 Essa amostra de aeroportos foi construída com base em um procedimento de amostragem aleatória simples. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA Considere o seguinte gráfico, que mostra a distribuição de uma variável estatística. 47 O gráfico mostra uma série geográfica. Considere os seguintes dados sobre a idade ao morrer das pessoas em dois bairros de uma cidade hipotética. Bairro Idade Média ao Morrer Desvio Padrão X 55 10 Y 78 5 Considere que a idade média ao morrer seja uma variável aleatória com distribuição normal em ambos os bairros que, para a distri- buição normal padrão, sejam conhecidos os seguintes valores: P (Z < 1,28) = 90% P (Z < 1,64) = 95% P (Z < 1,96) = 97,5% P (Z < 2,60) = 99,5% Sabendo que a idade para a aposentadoria por idade é igual a 65 anos, julgue os seguintes itens. 48 A probabilidade de uma pessoa que mora no bairro X conse- guir a aposentadoria por idade é inferior a 10%. Considere a seguinte situação hipotética e julgue o item a seguir. Um pesquisador estranhou a média da idade ao morrer dos habi- tantes do bairro X, e, por isso, criou uma amostra aleatória simples com 16 pessoas. Nessa amostra aleatória, o pesquisador concluiu que a média de idade do grupo era igual a 59 anos. 49 Considerando um grau de confiança de 95%, a hipótese de que a média da idade ao morrer dos habitantes do bairro X seja menor que 55 anos deve ser rejeitada. 50 O teste citado no item anterior é unilateral à direita. Considere que a análise da quantidade de nitrato de uma amostra de água extraída de um aquário tenha apresentado os seguintes resultados (em ppm): 18; 20; 16; 20; 21. 51 A estimativa não tendenciosa para o desvio padrão do teste é igual a 2 ppm. 52 A moda da distribuição é igual a 20 ppm. RACIOCÍNIO LÓGICO MARCELO LEITE 53 A negação da proposição “Todo encontro com o advogado deverá ser gravado” é corretamente expressa por “Nenhum encontro com advogado deverá ser gravado”. Considere a proposição Q: Q: Se o suspeito não foi delatado, então ele foi liberado. 54 A proposição Q é equivalente a “Se o suspeito não foi libera- do, então ele foi delatado”. 55 Se P e Q são proposições lógicas simples, então a proposição composta S = P→ (P v Q) é uma tautologia, isso é, indepen- dentemente dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor lógico de S será sempre V. 56 A negação da proposição “Os policiais federais que traba- lham neste departamento enobrecem o nome da Polícia e os cidadãos que são beneficiados pelo serviço da Polícia Fe- deral são gratos” é corretamente expressa por “Os policiais federais que trabalham neste departamento não enobrecem o nome da Polícia e os cidadãos que são beneficiados pelo serviço da Polícia Federal não são gratos”. Considere que, em certo jogo de azar, a pessoa deverá escolher aleatoriamente quatro dezenas que poderão ser escolhidas entre as dezenas 01, 02, 03, ..., 30. O processo de sorteio é constituído pela colocação de 30 bolas idênticas, numeradas de 01 a 30, em um globo e em seguida três bolas serão sorteadas aleatoriamente, sem reposição. Será considerado o ganhador aquele que acertar as dezenas das três bolas sorteadas, independente da ordem sorteada. Com base nessas informações, julgue os itens a seguir. 57 A quantidade de trios de dezenas que podem ser sorteadas é igual . 58 Lúcio participou deste jogo de azar, então a chance de que ele seja um dos ganhadores é igual a . Considere que em certo departamento da Polícia Federal foram atendidos hoje 120 cidadãos, sendo que 70 procuram o departa- mento para emitir o passaporte, enquanto 60 foram a esse local para emitir o documento de antecedentes criminais. Sabe-se que os 120 cidadãos que procuraram esse departamento realizaram pelo menos um dos serviços citados. Em relação aos cidadãos que procuraram o departamento da Polícia Federal hoje, pode-se afirmar que: 59 Mais de oito emitiram tanto o passaporte quanto o documento de antecedente criminal. 60 Setenta pessoas procuraram esse departamento para emitirem apenas passaporte. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA BLOCO II INFORMÁTICA FABRÍCIO MELO/MAURÍCIO FRANCESCHINI/JÓSISALVES/JEFERSON BOGO Sobre conhecimentos relacionados ao Windows e Linux, idioma português, configuração padrão, julgue os itens 61 e 62. 61 O núcleo Linux -kernel- é um núcleo monolítico de código aberto para sistemas operacionais tipo UNIX. Foi desenvol- vido para ambos os sistemas computacionais, seja compu- tadores pessoais ou servidores, normalmente na forma de distribuições Linux, e embarcados em diversos dispositivos como roteadores, pontos de acesso sem fio, PABXs, recepto- res de televisão, Smart TVs, DVRs e dispositivos de armaze- namento em rede. 62 O Windows suporta dois tipos de atalhos: “hard link” e “sym- bolic link”. O hard link associa dois ou mais nomes de arqui- vos ao mesmo inode. Sempre que um dos usuários modificar o conteúdo do seu arquivo, as mudanças serão automatica- mente percebidas pelos outros, uma vez que seus arquivos apontam para a mesma área em disco. Já o symbolic link representa arquivos que funcionam como ponteiros para ou- tros arquivos. Esse arquivo especial é armazenado como uma representação textual do caminho do arquivo referenciado. Quando um symbolic link é acessado, o sistema verifica por meio das informações contidas em seu inode que ele é do tipo symbolic link. Após isso, recupera a identificação do ar- quivo original e realiza as operações solicitadas diretamente sobre ele. Sobre conceitos e ferramentas relacionados à Internet e Intranet, julgue os próximos itens. 63 Um servidor de e-mail local, utilizado somente em uma Intra- net, jamais poderá ser acessado de um local remoto. 64 O protocolo ARP (Protocolo de Resolução de Endereço) tem um papel fundamental entre os protocolos da camada Internet da suíte TCP/IP, porque permite conhecer o endereço físico de uma placa de rede que corresponde a um endereço IP. Já o protocolo RARP (Protocolo de Resolução de Endereço Re- verso) faz o contrário: permite conhecer o endereço IP corres- pondente ao MAC ADDRESS. 65 O NFC (Near Field Communication) – IEEE 802.11 – é uma tecnologia que permite a troca de informações sem fio e de forma segura entre dispositivos compatíveis que estejam pró- ximos um do outro. Ou seja, logo que os dispositivos estejam suficientemente próximos, a comunicação é estabelecida au- tomaticamente, sem a necessidade de configurações adicio- nais. O seu uso vem se popularizando nos smartphones para a realização de pagamentos por meio das digital wallets. Considere a seguinte situação hipotética e julgue o item a seguir. Uma empresa de rastreadores veiculares convidou uma empresa concorrente (mesmo ramo de negócio) para desenvolver e hospe- dar um sistema de banco de dados na nuvem computacional. Para um bem sucedido projeto, a empresa avaliou que um parceiro com os mesmos objetivos de negócios e dividindo o mesmo modelo de implementação faria com que os custos diminuíssem substan- cialmente. 66 O modelo de implementação de nuvem que será adotado por ambas as empresas é de nuvem comunitária. 67 Com foco no trabalho de equipes à distância, o Google Workspace traz ferramentas colaborativas que permitem que funcionários de uma mesma empresa possam trabalhar em uma planilha, apresentação ou texto compartilhando suas ideias pela sala de bate-papo ou utilizando a conferência de vídeo ao mesmo tempo. 68 No Internet Explorer, por meio da combinação de teclas CTRL+SHIFT+P é possível acessar o recurso navegação In- Private, que proverá a abertura de uma nova janela de nave- gação privativa, que evita, por exemplo, que cookies sejam armazenados no computador após a navegação. Em relação a conceitos de proteção e segurança, noções de vírus, worms, pragas virtuais e aplicativos para segurança, julgue os pró- ximos itens. 69 Em um sistema de segurança, um falso positivo ocorre, por exemplo, quando uma página legítima é classificada como phishing, ou uma mensagem legítima é considerada spam, ou um arquivo é erroneamente detectado como estando infec- tado ou um firewall indica como ataques algumas respostas dadas às solicitações feitas pelo próprio usuário. 70 O comando chmod o=r arquivo.txt acrescenta a permissão de leitura aos usuários que não sejam o dono do arquivo.txt nem pertençam ao grupo do dono, mantendo as demais per- missões que já possuam. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA 71 As permissões rwxrw-r-- de um determinado arquivo, exi- bidas ao se executar o comando ls -s, indicam que o dono do arquivo possui permissão octal 7, o grupo do dono possui permissão 6 e os demais usuários possuem permissão 4. 72 O protocolo DNS tem a função de traduzir os endereços URL, digitados na barra de endereços de um browser, para endereços IP, visto que os roteadores não traduzem tais ende- reços. O processo inverso de converter endereços IP em URL é feito pelo protocolo DNS Reverso. 73 As ameaças cibernéticas vêm crescendo em seu potencial tec- nológico, de forma que alguns tipos de vírus de computador são capazes de sofrer mutações após criados, o que dificulta ainda mais a detecção por meio dos antivírus. 74 As conexões via VPN permitem que usuários da Internet te- nham acesso a redes privadas como se estivessem fisicamen- te nelas, porém de forma virtual, desde que tenham permis- sões concedidas para essa finalidade. 75 A forma mais rápida de transmissão de dados atualmente são os meios não guiados, especialmente as ondas de satélite, que enviam os dados da Terra ao Espaço em frações de milésimos de segundos e vice-versa. 76 No Microsoft Excel 365, o recurso Rastrear Dependentes aponta, por meio de setas, as células que afetam a fórmula da célula que está selecionada no momento. 77 O recurso Versalete, do MS Word 365, permite formatar as fontes com estilo tipográfico com efeitos de sombreamento e/ou brilho. 78 O Windows 10 permite projetar nativamente a tela do compu- tador em outro dispositivo, como em uma SmarTV. Para isso, basta estar conectado à mesma rede do dispositivo e pressio- nar as teclas WIN+K, o que exibirá uma lista de dispositivos disponíveis para conexão. 79 Ao tentar acessar um determinado domínio na Internet após digitar a URL corretamente, o policial federal recebeu uma mensagem HTTP do grupo 5xx. Lembrando das aulas de re- des de computadores, ele entendeu que havia algo de errado com o servidor web que hospeda as páginas daquele domínio. 80 A apresentação prévia entre entidades comunicantes por meio da camada de transporte ocorre com o método conhecido como Three-Way Handshake utilizado pelo protocolo UDP. 81 A camada física se subdivide em duas camadas: a subcama- da MAC (Media Access Control) e a subcamada LLC (Link Logical Control). 82 Um firewall UTM possui vários recursos e sistemas de defesa agregados em um único equipamento. Dentre esses recursos, podemos citar IDS, VPN, antimalware, dentre outros. 83 O Hadoop possui um sistema de arquivos distribuído que ar- mazena os dados em um esquema de dicionário: cada dado é armazenado com uma chave/valor. 84 Devido à sua estrutura rígida e pré-definida, os dados não es- truturados são armazenados em bancos de dados relacionais. 85 Um relacionamento entre mais de três entidades em banco de dados é conhecido como relacionamento ternário. 86 O Market Basket Analysis (MBA), ou Análise de cesta de mercado, é uma técnica de mineração de dados que faz uso de regras de agrupamento (clusterização). 87 Ao atributo cujos valores são obtidos de valores de outro atri- buto, chamamos, em banco de dados, de atributo derivado. 88 Considerando o Word 2019 – configuração padrão, idioma português Brasil, para que o usuário possa, por exemplo, aplicar negrito a todo o texto ele pode, respectivamente, rea- lizar os seguintes atalhos: CTRL+A e CTRL+N. 89 Alguns programas, embora normalmente sejam malwares (programas maliciosos) e utilizados, por exemplo, para cap- turar dados de forma não autorizada, podem, em alguns con- textos, ser utilizados de forma lícita. Os sniffers podem ser citados como exemplo de spywares que podem ser utilizados licitamente.90 O modelo TCP/IP é usado como padrão tanto na Internet, que é considerada uma rede pública, como em uma Intranet, que é uma rede privada. Embora compartilhem a mesma tecno- logia, não é possível interligar uma Intranet à Internet por questões de segurança. 91 Quando um usuário envia um e-mail para vários contatos e insere os respectivos endereços nos campos “Para” e “Cc”, se algum dos destinatários usar a opção “Responder a todos” todos os participantes, incluindo o remetente, receberão uma cópia da mensagem. Para evitar esse tipo de situação, o re- metente poderia incluir todos os endereços no campo “Cco”. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA 92 Um usuário está navegando na Internet usando o browser Google Chrome. Nessa situação, se ele estiver em uma Intra- net, deve usar um navegador específico para acessar o conte- údo da rede interna, uma vez que há uma incompatibilidade de tecnologia entre a Internet e a Intranet. 93 Jeferson Bogo, agente da PF, está utilizando um computador com o Windows 10 – configuração padrão, português Brasil, na sua seção. Ao arrastar, usando o botão esquerdo do mouse, um arquivo armazenado na Biblioteca Documentos para um pen drive, reconhecido com a letra “E:”, mantendo pressiona- da a tecla SHIFT, esse arquivo será movido para o pen drive. 94 Jeferson Bogo, agente da PF, criou uma biblioteca no Windo- ws 10 – configuração padrão, português Brasil, denominada “Alterações nos Plantões 2021”, que está vinculada à pasta armazenada no seguinte caminho “C:\usuários\Jeferson\ documentos\PF\ Alterações nos Plantões 2021”. Outro usuá- rio, ao usar o computador, acabou excluindo a biblioteca “Al- terações nos Plantões 2021”. Nesse caso, todos os arquivos armazenados na pasta “Alterações nos Plantões 2021”, no ca- minho citado, não foram apagados. 95 No sistema operacional Linux, usando um shell, é possível alterar as permissões de uma pasta ou de um arquivo. Um usuário que deseje alterar as permissões de um arquivo cha- mado PF_2021 para que o dono possa ler, escrever e modi- ficar, o grupo apenas ler e os outros não tenham nenhuma permissão, pode digitar o comando chmod 740 PF_2021, e posteriormente teclar Enter. 96 A licença GPL (General Public License – licença pública ge- ral) é uma das que pode ser aplicada aos softwares livres. Ela estabelece, entre outras liberdades, que todo software livre deve ser distribuído gratuitamente e permitir acesso ao seu código fonte. BLOCO III BIOLOGIA ARIADNE BRANCO 1 A eficiência nas buscas e reconhecimento das víti- mas do rompimento da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, apresenta índices que superam até o de catástrofes como o atentado terrorista que fez ruir as 5 Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. É preciso considerar, porém, que as condições dos dois tipos de tragédias são bem diferentes, uma vez que, no atentado, a explosão e os incêndios que se seguiram contribuem para destruir vestígios corpóreos, como 10 fragmentos de DNA, arcadas dentárias entre outros. A lama de Brumadinho, de certa forma, ajuda a preservar restos mor- tais, sendo que vários corpos foram encontrados praticamente completos depois de quase um ano do rompimento. Mateus Parreiras, Estado de Minas Gerais, 31/12/2019. (com adaptações) Quanto ao tema abordado no texto anterior, julgue os itens a seguir. 97 A molécula de DNA, citada no texto, consiste em duas ca- deias de nucleotídeos dispostas em hélice, sendo que essas cadeias são paralelas. 98 A alta temperatura, em casos como o citado anteriormente, promove o rompimento das ligações de hidrogênio que unem as bases nitrogenadas. 99 As ligações entre Adenina e Timina são mais resistentes do que as ligações que ocorrem entre Guanina e Citosina. 100 Frequentemente, em casos como os citados no texto, o DNA presente nas mitocôndrias é utilizado como ferramenta para identificação. Além dessa característica, a organela em ques- tão apresenta uma dupla membrana, cuja face externa é o lo- cal onde acontece a fosforilação oxidativa. 101 Características como a presença de dupla membrana, genoma próprio e um mecanismo de autorreprodução por fissão sus- tentam a teoria da origem endossimbiótica das mitocôndrias. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA No que se refere à divisão celular, com base na imagem a seguir, julgue o próximo item. http://coofarm.fmns.ru.nl/celbiologie/gallery. 102 A imagem apresenta uma célula em divisão celular na fase em que os cromossomos atingem o grau máximo de condensação. 103 A fase que antecede a apresentada na imagem é caracterizada pelo encurtamento dos microtúbulos do fuso, promovendo a separação das cromátides-irmãs em função de os cromosso- mos estarem ligados às fibras dos dois polos celulares. 104 Na etapa de segmentação, o zigoto divide-se rápida e segui- damente por mitose, originando um aglomerado maciço de células conhecidas como blastômeros. FÍSICA HÉRICO AVOHAI Ondas são perturbações que ocorrem a partir de diferentes proces- sos iniciais que se propagam transportando energia de um ponto para outro. Em relação a esses processos ondulatórios, julgue os itens a seguir. 105 Tanto as ondas eletromagnéticas quanto as ondas sonoras propagam-se no vácuo. 106 Somente uma parte do espectro eletromagnético, cujo com- primento de onda estende-se entre 400 nm e 700 nm, é visível a olho nu. 107 O comprimento de onda e a frequência de uma onda são gran- dezas diretamente proporcionais. Temporais desta semana provocaram média de 763 raios por dia no DF Por Mara Puljiz, G1 DF 28/01/2021 06h21 1 Os temporais registrados na terça (25) e na quarta-feira (26) no Distrito Federal vieram acompanhados não só de ventos fortes, de até 70 quilômetros por hora, mas também de raios. Foram 1.526 descargas elétricas registradas nesses dois dias. 5 Os dados são do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número equivale a 25% do total de raios que caíram na capi- tal de 1º a 26 de janeiro. Foram 5.918 registros no período. � Segundo Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat, a 10 alta quantidade de raios registrada nesses dois dias é rara. "Eu não me lembro de ter visto uma situação tão severa em Brasília, com tantos raios. É um valor muito, muito alto. Nor- malmente, as tempestades produzem em torno de 100 raios � por dia. Tempestades acima de 500 raios são extrema 15 mente fortes", analisa. Fotografia 1: Raios registrados na região do Lago Paranoá – Foto: Reprodução/TV Globo Considerando o fenômeno da eletrização, a lei de Coulomb, a carga do elétron igual a 1,6x10-19 C e que um raio tenha fluxo de cargas elétricas entre o chão e uma nuvem, distantes 2 quilô- metros, igual a 32.000 coulomb por segundo (C/s), sendo que a descarga elétrica dure aproximadamente 10-8 segundos, julgue os itens subsecutivos. 108 No referido intervalo de tempo, 2.1015 elétrons fluíram entre a nuvem e o chão. 109 Se considerarmos o sistema nuvem-terra de área 20 km2 e a permissividade do ar igual a 9,10-12 F/m como um capacitor de placas paralelas carregado, a capacitância desse sistema será igual a 9 . 10-8 F. A respeito da espectroscopia de absorção molecular, julgue os itens a seguir. 110 Na fosforescência e fluorescência, a luz continua a ser emi- tida mesmo após o término da radiação incidente sobre o elemento. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA 111 Na fluorescência, o comprimento de onda emitido é maior que o comprimento de onda da absorção. 112 O fenômeno da fluorescência é dividido praticamente na ab- sorção para um nível de energia alto, em seguida retornando para um nível mais baixo e emissão de luz, a partir deste nível para outro mais baixo. QUÍMICA EDUARDO ULISSES O luminol (5-amino-2,3-dihidroftalazina-1,4-diona) e a sua pro- priedade quimioluminescente são conhecidos há muitos anos, porém apenas em 1937 foi aplicada na ciência forense para a iden- tificação de sangue. Esse mecanismoé complexo e baseia-se na emissão de luz por meio do processo de quimioluminescência, no qual ocorre uma reação de oxirredução na presença do ferro da hemoglobina e de peróxido de hidrogênio. Um dos possíveis mecanismos da reação do luminol está represen- tado a seguir e foi proposto por Albertine e colaboradores. Nessa proposta, um metal de transição que age como catalisador realiza a conversão do luminol em diazoquinona, que é então atacada pelo ânion proveniente do peróxido de hidrogênio hidrolisado, for- mando um endoperóxido, perdendo uma molécula de nitrogênio (N2) e formando então o diânion do ácido 3-aminoftálico, que já é produzido no estado excitado. Essa é a espécie que sofrerá libera- ção de fótons, gerando a quimioluminescência por meio da emis- são de luz, quando o elétron excitado pela reação retorna ao seu estado fundamental, que é dependente das condições reacionais, como pH, concentração dos reagentes e catalisador. Vasconcellos, F. A., et.al., Aplicação forense do luminou – Uma revisão, Rev. Cri- minalística e Medicina Legal, vol. 1, n.2, 2017. Acerca dos múltiplos aspectos relacionados ao assunto descrito, das representações estruturais e dos conceitos químicos envolvi- dos, julgue os itens a seguir. Dados: massas molares: Luminol = 177g/mol e 3-aminoftalato = 164g/mol. 113 O fenômeno da quimioluminescência pode ser explicado de forma satisfatória por meio do uso dos conceitos do modelo atômico de Ruthterford. 114 É correto afirmar que a molécula de luminol é planar. 115 O metal de transição, que participa da reação de quimiolumi- nescência, age no sentido de encontrar outro caminho reacio- nal com menor energia de ativação. 116 É correto afirmar que na reação em que o luminol se trans- forma em 3-aminoftalato ocorre uma reação de redução da espécie luminol. 117 Em uma análise forense utilizou-se 85g de luminol e peró- xido de hidrogênio em excesso, obtendo-se um rendimento final de 80%. Sendo assim, a quantidade de 3-aminoftalato formada na reação foi inferior a 60g. 118 É correto afirmar que o luminol é mais solúvel em solvente polar que o 3-aminoftalato. 119 Por meio dos dados apresentados, conclui-se que o metal par- ticipante do processo diminui a energia da reação. 120 A cadeia carbônica do luminol (5-amino-2,3-dihidroftalazi- na-1,4-diona) é corretamente classificada como fechada, ra- mificada, insaturada e heterogênea. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA PROVA DISCURSIVA FERNANDO MOURA • Nesta prova, faça o que se pede usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não será avaliado frag- mento de texto escrito em local indevido. • Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. • Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva. • Serão atribuídos ao domínio do conteúdo até 24,00 pontos, dos quais até 1,00 ponto será atribuído ao quesito apresentação (legibi- lidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado). Leia o texto a seguir. Entrou em debate, no campo político, proposta que, em tese, daria aos agentes públicos de segurança respaldo em suas ações contra a criminalidade. Trata-se do excludente de ilicitude, que é previsto no Código Penal desde 1940. O excludente isenta de responsabilidade cri- minal os policiais que matam durante as ações policiais. A proposta retoma a ideia das designações de “auto de resistência” e “resistência seguida de morte”, que foram abolidas pela Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, em 2012, e substituídas por “homicídio decorrente de intervenção policial”. O excludente de ilicitude seria aplicado, portanto, no caso dos agentes de segurança, quando, no confronto com a criminalidade – “no estrito cumprimento de dever legal” –, matam seus oponentes ou outras pessoas envolvidas na cena. http://olerj.camara.leg.br/retratos-da-intervencao/excludente-de-ilicitude (com adaptações). Considerando que o texto anterior tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: EXCLUDENTE DE ILICITUDE A POLICIAIS: CONFRONTO OU PREVENÇÃO? Ao elaborar seu texto, trate, necessariamente, dos seguintes aspectos: • Conceito de excludente de ilicitude; [valor: 5,00 pontos] • Quadro de letalidade policial no Brasil; [valor: 6,00 pontos] • Limites da legítima defesa e do cumprimento do dever; [valor: 6,00 pontos] • Posicionamento acerca do melhor modelo para a segurança pública brasileira: modelo de confronto ou modelo da prevenção/inves- tigação? [valor: 6,00 pontos] http://olerj.camara.leg.br/retratos-da-intervencao/excludente-de-ilicitude POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA Rascunho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PÚBLICO POLÍCIA FEDERAL PAPILOSCOPISTA GABARITO Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Gabarito E E C C E E E C E C E E C C E E E C E E Item 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Gabarito E E E E E C C E C E C C E E E E C C C C Item 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Gabarito E E E C E E C E E C C C E C C E C C C E Item 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 Gabarito C E E C E C C C C E C C C C E E E C C E Item 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 Gabarito E C C E E E C E C E C E C C C E E C E E Item 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 Gabarito C C E C E C E C C E C C E C C E E E E E https://questoes.grancursosonline.com.br POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA BLOCO I LÍNGUA PORTUGUESA MÁRCIO WESLEY Leia o texto I e responda aos itens de 1 a 10. Texto I 1 Os sinais detectáveis da mentira são demonstrados quando a recompensa ou a punição envolvidas não são tri- viais, então na verdade algo está em jogo para o mentiroso, e ele realmente se importa com o êxito ou o fracasso da 5 mentira. Então, quem está tentando mentir também está emo- cionalmente empenhado na mentira, e é esse compromisso com a mentira que suscita muitos dos sinais que um leitor de mentes procura. Identificar os sinais é um ponto, mas o pro- blema de saber o que eles significam continua. 10 Existem duas mensagens rivais em qualquer mentira: a verdade e a falsidade. A palavra “mentira” concentra-se na falsidade, mas ambas são de fato importantes. A habili- dade de distingui-las também é importante. Como estamos sempre revelando mensagens diferentes em toda a nossa 15 comunicação, não apenas com as nossas palavras, a men- tira é, de fato, uma tentativa mais ou menos bem-sucedida de controlar essas mensagens. Do mesmo modo como exa- minamos as expressões faciais, a mentira é uma tenta- tiva de esconder ou mascarar certa mensagem sob outra. A 20 capacidade de perceber se alguém está mentindo é uma ques- tão de prestar atenção aos elementos da nossa comunicação que não temos muita habilidade para controlar. Quem diz a verdade expressa a sua comunicação conscientemente con- trolada do mesmo modo como manifesta as suas expressões 25 inconscientes. Mas, se conseguirmos detectar alguma desar- monia no que é expresso, entre o que as mãos e as palavras comunicam, por exemplo, poderemos suspeitar que há duas mensagens diferentes envolvidas. Procuramos sinais contra- ditórios, indícios inconscientes que falem outra coisa além 30 da mensagem expressa conscientemente. Os sinais difíceis de controlar expressam os nossos verdadeiros pensamentos e sentimentos. Fexeus, Henrik. A arte de ler mentes: como interpretar gestos e influenciar pessoas sem que elas percebam. Tradução de Daniela Barbosa Henriques. Petrópolis,RJ: Vozes, 2013, p. 86. No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue os itens seguintes. 1 A ideia central do texto consiste em mostrar a mentira como soma de verdade e falsidade, ambas importantes para o su- cesso no controle de nossa comunicação verbal e não verbal. Errado. A ideia expressa na questão está mesmo contida no texto. O segundo parágrafo informa logo de início: “Existem duas men- sagens rivais em qualquer mentira: a verdade e a falsidade”. Em seguida, o texto mostra a importância de compreender a menti- ra como tentativa de controlar verdade e falsidade: “a mentira é uma tentativa de esconder ou mascarar certa mensagem sob outra”. Porém, o foco maior do texto não está em conseguirmos esse controle sobre nossa própria comunicação. O foco maior está em conseguirmos detectar os sinais de mentira em outras pessoas e saber o que significam essas tentativas de controle que as pessoas realizam. Assim, a finalidade do autor (a ideia central) é fornecer ferramentas para alguém detectar a desar- monia entre fala consciente (comunicação verbal) e expressões corporais inconscientes (comunicação não verbal); tal desar- monia revela a mentira e conduz aos verdadeiros pensamentos e sentimentos do interlocutor. A diferença entre o enunciado da questão e o texto é o foco: o texto focaliza a capacitação de alguém para detectar mentiras; a questão focaliza a capacidade de alguém de esconder a verdade ou a mentira por trás de uma fala consciente. 2 Segundo o texto, o que não pode ser controlado em nossa expressão corporal manifesta o verdadeiro pensamento ou sentimento. Errado. Apenas uma distorção do sentido textual: a última frase do texto informou: “Os sinais difíceis de controlar expressam os nossos verdadeiros pensamentos e sentimentos.” Note bem: o texto chamou de “sinais difíceis de controlar”. É diferente do enunciado da questão: “não pode ser controlado”. Aquilo que é difícil de controlar ainda pode ser controlado, mesmo com dificuldade. 3 De acordo com o texto, quando uma recompensa ou punição é banal, a mentira não pode ser detectada. Certo. A primeira frase do texto informa: “Os sinais detectáveis da mentira são demonstrados quando a recompensa ou a punição envolvidas não são triviais, então na verdade algo está em jogo para o mentiroso, e ele realmente se importa com o êxito ou o fracasso da mentira.” Ora, se, quando não são triviais, ou seja, não são banais a recompensa ou a punição envolvidas, os sinais detectáveis da mentira são demonstrados, então é verdade que, quando são banais a recompensa ou a punição, esses sinais de- tectáveis da mentira não são demonstrados e, consequentemen- te, a mentira não pode ser detectada. 4 A correção gramatical do trecho “A habilidade de distingui- -las também é importante.” (l. 12-13) e suas informações seriam mantidas caso ele fosse reescrito da seguinte forma: “tal qual o é a habilidade de as distinguir.”, substituindo-se o ponto após “importantes” (l. 12) por vírgula. Certo. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA O resultado produz a sequência: “...mas ambas são de fato im- portantes, tal qual o é a habilidade de as distinguir.” Nessa nova sequência, a expressão “tal qual” conserva o sentido do original “também”; o adjetivo “importante” é retomado pelo pronome “o” em “tal qual o é” (pronome oblíquo em função de predi- cativo do sujeito e com função coesiva anafórica); o sujeito de “é” continua sendo “a habilidade de as distinguir”, agora com a próclise facultativa “as distinguir” (sem palavra atrativa antes do verbo, fica facultativa a próclise ou a ênclise). 5 No trecho “poderemos suspeitar que há duas mensagens dife- rentes envolvidas” (l. 27-28), a substituição da forma verbal “poderemos” por “poderíamos” prejudica a correção grama- tical do texto, embora não altere o seu sentido original. Errado. É verdade que prejudica a correção gramatical, mas é falso di- zer que não altera o sentido. O texto original correlacionou tem- pos verbais em sentido prospectivo: se conseguirmos (futuro do subjuntivo, sentido de previsão hipotética de fatos posteriores ao momento da fala) detectar alguma desarmonia..., poderemos (futuro do presente, sentido de segurança sobre o resultado da concretização da previsão hipotética de “se conseguirmos”). A reescrita empregou o futuro do pretérito “poderíamos” (sentido de mera suposição ou hipótese condicionada sobre o resultado de “se conseguirmos”) — esta é a mudança de sentido. Por ou- tro lado, o erro gramatical está no desrespeito à correlação ver- bal: ao empregar “poderíamos”, será obrigatório alterar o verbo correlacionado para “se conseguíssemos” (pretérito imperfeito do subjuntivo, sentido de mera hipótese sobre possíveis resul- tados no passado). 6 O termo “muitos dos sinais” (l. 7) exerce a função de objeto direto da forma verbal “suscita” (l. 7), além de ser o refe- rente do objeto direto da forma verbal “procura” (l. 8), que está elíptico. Errado. É verdade que o termo “muitos dos sinais” exerce a função de objeto direto da forma verbal “suscita”. Vamos eliminar a par- tícula expletiva “é ... que” e analisar o trecho: “e esse compro- misso com a mentira suscita muitos dos sinais que um leitor de mentes procura”. Nesse trecho, vamos identificar as orações. Oração 1: e esse compromisso com a mentira suscita muitos dos sinais. Oração 2: que um leitor de mentes procura. Agora, vamos classificar tais orações. Oração 1: oração coordenada sindética aditiva para a oração antes desse trecho (e), além de oração principal para a oração 2. Oração 2: oração subordinada adjetiva restritiva para a oração 1. Na oração 1, o termo “esse compromisso com a mentira” exerce a função de sujeito da forma verbal “suscita”; para esse verbo, o termo “muitos dos sinais” exerce a função de objeto direto. Na oração 2, o termo “um leitor de mentes” exerce a função de sujeito da forma ver- bal “procura”; o pronome relativo “que” exerce a função de objeto direto de “procura”, ou seja, o objeto direto de “procura” não está elíptico, mas sim escrito (é o pronome “que”). De fato, o termo “muitos dos sinais” é mesmo o referente do objeto dire- to de “procura”, isto é, é o referente do pronome “que”. 7 No trecho “se alguém está mentindo” (l. 20), a palavra “se” introduz oração com sentido hipotético acerca do tre- cho anterior. Errado. A palavra “se” não introduziu sentido hipotético sobre o tre- cho anterior: a capacidade de perceber não foi condicionada a “se alguém está mentindo” — o ato de mentir aqui é tomado como real, e não como hipotético, porém a percepção desse ato pode ocorrer ou não ocorrer (sem condicionamento nesse “se”). A palavra “se” introduziu a oração que complementa o verbo da oração anterior: “perceber”. Vamos identificar as orações relevantes. Oração 1: A capacidade é uma questão. Oração 2: de perceber. Oração 3: se alguém está mentindo. Oração 4: de prestar atenção aos elementos da nossa comunicação. Agora vamos classificar essas orações. Oração 1: oração principal da oração 2 e da oração 3. Oração 2: oração subordinada substanti- va completiva nominal reduzida de infinitivo para a oração 1, e oração principal para a oração 3. Oração 3: oração subordinada substantiva objetiva direta para a oração 2. Portanto, a pala- vra “se” comportou-se como conjunção integrante, e não como conjunção condicional. 8 A inserção da preposição “de” imediatamente após “sus- peitar” (l. 27) preserva os sentidos textuais e sua correção gramatical. Certo. O verbo “suspeitar” pode ser empregado, com o mesmo sen- tido, como transitivo direto (O delegado suspeita o pior nes- sa investigação. Ele suspeita que o preso não esteja falando a verdade.) ou como transitivo indireto (O delegado suspeita do pior nessa investigação. Ele suspeita de que o preso não esteja falando a verdade.). Fontes: Luft, Dicionário prático de regên- cia verbal, e Dicionário Michaelis (https://michaelis.uol.com. br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/suspeitar/).9 O emprego de acento gráfico nas palavras “detectáveis” (l. 1), “êxito” (l. 4) e “indícios” (l. 29) justifica-se pela mesma regra de acentuação gráfica. Errado. A palavra “êxito” recebe acento gráfico pela regra das proparo- xítonas. A palavra “indícios” recebe acento gráfico por duas re- gras: pela regra de paroxítona terminada em ditongo crescente, e pela regra de proparoxítona eventual ou aparente (paroxítonas terminadas em ditongo crescente sofrem de instabilidade foné- tica: podem ser pronunciadas como paroxítonas, in.dí.cios, ou como proparoxítonas, in.dí.ci:os — aqui o ponto indica sepa- ração de sílabas, enquanto os dois-pontos indicam diérese op- cional, mas não separação silábica oficial, segundo a Academia https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/suspeitar/ https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/suspeitar/ POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA Brasileira de Letras). Já a palavra “detectáveis” recebe acento por apenas uma regra: apenas paroxítona terminada e ditongo decrescente (vogal “e” seguida de semivogal “i”) — somente as paroxítonas terminadas em ditongo crescente (semivogal pri- meiro, e depois vogal) é que podem ser consideradas também proparoxítonas eventuais. 10 O texto pode ser enquadrado no tipo dissertativo, haja vista a exposição de sinais que se pode procurar observar a fim de detectar uma mentira, em uma apresentação objetiva. Certo. O texto apresenta marcas que caracterizam dissertações: verbos predominantemente no presente, prevalência de substantivos abstratos. Além disso, houve poucos adjetivos, apenas com va- lor objetivo/informativo, e não valor subjetivo/opinativo. Por outro lado, de fato o texto expôs sinais que se pode observar no mentiroso a fim de detectar uma mentira: a presença da primei- ra pessoa plural (nós) aparece do lado do observador (eu, nós) que procura detectar uma mentira, enquanto a terceira pessoa (ele, ela, eles, elas) aparece nas referências a quem tenta mentir — esse uso da terceira pessoa, somado com os adjetivos objeti- vos, caracteriza uma apresentação objetiva. Leia o texto II e responda aos itens de 11 a 21. Texto II 1 Terminada a cantiga, ele deu início à coleta. Começou pelos russos, que contribuíram generosamente, depois subiu os degraus. Agora, ali em cima, mostrava-se tão humilde quanto tinha sido atrevido durante a exibição. Curvando-se 5 em reverências, esgueirava-se por entre as mesas, e um sor- riso perfidamente servil deixava à mostra seus dentes fortes, mas ainda assim as duas rugas persistiam ameaçadoras entre as sobrancelhas. As pessoas examinavam com curiosidade e certa repulsa a estranha criatura que recolhia seu sustento, 10 atirando com as pontas dos dedos moedas em seu chapéu, com cuidado para não tocá-lo. A supressão da distância física entre o comediante e a distinta plateia, por mais que o espetá- culo tenha agradado, cria sempre certo embaraço. O homen- zinho o sentia e procurava desculpar-se por meio de uma 15 atitude servil. Aproximou-se de Aschenbach e com ele veio o cheiro, com o qual ninguém ao redor parecia preocupar-se. � — Ouve — disse o solitário, em voz abafada, quase mecanicamente —, estão desinfetando Veneza. Por quê? O bufão respondeu com voz rouca: 20 — Por causa da polícia, ora! É regulamento, meu senhor, com este calor e o siroco. O siroco oprime. Não é bom para a saúde... — Falava como se estivesse surpreso por alguém perguntar uma coisa dessas, e demonstrava com a palma da mão o quanto o siroco era opressivo. 25 — Quer dizer que não há epidemia em Veneza? — per- guntou Aschenbach, bem baixo, entre dentes. As feições musculosas do bufão se contraíram numa cômica careta de perplexidade. � — Uma epidemia?! Será a nossa polícia uma epidemia? 30 O senhor está brincando! Uma epidemia! Ora, essa é boa! Uma medida preventiva, procure entender! Uma determina- ção da polícia para combater de imediato os efeitos do calor sufocante... — gesticulava. � — Está bem — disse Aschenbach, mais uma vez em 35 voz baixa e laconicamente, e deixou cair rapidamente uma gorjeta exorbitante no chapéu estendido. Depois, fechando os olhos, fez sinal ao homem para que se afastasse. Este obede- ceu, arreganhando os dentes num sorriso e fazendo mesuras. Mas, ainda antes de ter alcançado a escada, dois empregados 40 do hotel precipitaram-se sobre ele e, com os rostos quase colados ao seu, submeteram-no a um rigoroso interrogató- rio em surdina. Ele encolhia os ombros, protestava, jurava ter mantido silêncio; era óbvio. Liberado, voltou ao jardim e, depois de breve confabulação com os seus sob a lâmpada 45 de arco, adiantou-se uma vez mais, para uma canção de des- pedida. Mann, Thomas. Morte em Veneza. Tradução Eloísa Ferreira Araújo Silva. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011. A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto II, julgue os próximos itens. 11 De acordo com o texto, após aquela cantiga, ao aproximar- -se da plateia para recolher contribuições, o bufão provocou eventual e indesejado embaraço para sua plateia. Errado. O embaraço ocorreu, de fato, e é mesmo indesejado; por isso, o bufão tentava demonstrar alguma desculpa por meio do sor- riso e da atitude servis. Porém, esse embaraço indesejado não foi caracterizado como eventual no texto. Lemos no primeiro parágrafo: “A supressão da distância física entre o comediante e a distinta plateia, por mais que o espetáculo tenha agradado, cria sempre certo embaraço." Notemos o advérbio “sempre”, que informa que o embaraço está sempre presente quando o comediante/bufão se aproxima fisicamente de sua plateia. 12 O personagem Aschenbach é caracterizado no texto como solitário, de pouca estatura e, depreende-se, não morador de Veneza. Errado. Aschenbach é caracterizado, sim, como solitário: o trecho “dis- se o solitário” (2º parágrafo) refere-se a ele. A pergunta dele em “Quer dizer que não há epidemia em Veneza?”, a surpresa do bufão com essa pergunta que lhe pareceu estranha, e a in- formação textual de que Aschenbach estava em um hotel nessa cidade permitem depreender (inferir, isto é, visualizar uma pos- sibilidade com base em indícios do texto) que Aschenbach não morava em Veneza. Porém, a pouca estatura foi informada no texto acerca do comediante/bufão, e não acerca de Aschenbach: “O homenzinho” referido no 1º parágrafo é esse comediante. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA 13 Sem prejuízo do sentido original do texto, a conjunção “mas” (l. 7) poderia ser substituída por não obstante. Certo. A conjunção “mas” foi empregada em seu sentido básico ad- versativo: antes dessa conjunção, temos o sentido de um sorriso falsamente servil com dentes à mostra, e depois temos o sentido de rugas ainda ameaçadoras. Ou seja, o sorriso pretendia evitar aparência de ameaça, mas as rugas ainda mantiveram imagem de ameaça. Com sentido adversativo, é correto substituir “mas” por “não obstante”. Cuidado: a expressão “não obstante” pode ser empregada como adversativa ou como concessiva (ela “joga nesses dois times” de conjunções e locuções). 14 O advérbio “laconicamente” está empregado, na linha 35, com o mesmo sentido de “sucintamente”. Certo. Os dicionários Michaelis, Porto, Houaiss, Aurélio e Bechara registram o adjetivo “lacônico” com sentido de “breve, sucinto, que se expressa em poucas palavras”. Dessa forma, o advérbio correspondente “laconicamente” significa mesmo “brevemen- te, sucintamente”. 15 No trecho “perguntou Aschenbach, bem baixo, entre dentes” (l. 25-26), as vírgulas foram empregadas para marcar a inter- calação do segmento “bem baixo”. Errado. Não existe intercalação nesse trecho. Vamos analisar sintatica- mente. Para a forma verbal “perguntou”, o sujeito é “Aschen- bach”; o objeto direto dessa forma verbal está representado pela fala em discurso direto logo antes: “Quer dizer que não há epi- demia em Veneza?” Já o termo “bem baixo” informa o modo como o sujeito perguntou: trata-sede adjunto adverbial de modo; e o termo “entre dentes” informa também modo como o sujeito perguntou: trata-se de outro adjunto adverbial de modo. Sendo assim, a vírgula logo após “baixo” separou termos de mesma função sintática (enumeração); já a vírgula após “As- chenbach” é facultativa por ocorrer diante de adjuntos adver- biais escritos em ordem direta no final de oração. O trecho po- deria ser escrito corretamente de outras maneiras: (1) perguntou Aschenbach, bem baixo e entre dentes [com a conjunção “e” no lugar da vírgula entre os dois termos de mesma função sintáti- ca] ou (2) perguntou Aschenbach bem baixo, entre dentes [sem a vírgula facultativa antes dos adjuntos adverbiais escritos em ordem direta no final de oração]. 16 No trecho “e um sorriso perfidamente servil deixava à mostra seus dentes fortes” (l. 5-6), a ocorrência do sinal indicativo de crase justifica-se por haver preposição “a” regida pela forma verbal “deixava” e artigo definido “a” diante do substantivo feminino “mostra”. Errado. A forma verbal “deixava” não regeu preposição. Trata-se de verbo empregado como transitivo direto. Seu objeto direto foi o termo “seus dentes fortes”, seu sujeito foi o termo “um sorriso perfidamente servil”. A justificativa para ocorrência do sinal in- dicativo de crase não dependeu da regência verbal. A justifica- tiva para esse sinal de crase encontra-se no emprego de locução adjetiva feminina “à mostra”. Trata-se de locução adjetiva, por- que exerce função sintática de predicativo do objeto direto: a locução feminina “à mostra” informa estado/situação do objeto direto “seus dentes fortes”. Então, cabe aqui a regra de empre- gar obrigatoriamente sinal de crase em locuções femininas em geral: locução adjetiva, locução adverbial, locução prepositiva e locução conjuntiva. Nas locuções, a preposição “a” já ocorre como parte necessária da própria locução; essa preposição não é resultado de regência. 17 Sem prejuízo da correção gramatical, a forma verbal “cria” (l. 13) poderia ser substituída por criam, por referir-se a um sujeito composto. Errado. O sujeito da forma verbal “cria” é, no texto original: “A supres- são da distância física entre o comediante e a distinta plateia”. Nesse sujeito, existe apenas um núcleo: o substantivo “su- pressão”, no singular. Existe aí o complemento nominal: “da distância física entre o comediante e a distinta plateia”. Nesse complemento nominal, o núcleo é “distância”, com os adjuntos adnominais: “física” e “entre o comediante e a distinta plateia”. Conclusão: o sujeito é simples e possui núcleo no singular (su- pressão). Portanto, o verbo só pode assumir a forma singular “cria”, e não a forma plural “criam”. Além disso, o núcleo desse sujeito não indica coletivo nem partitivo, que permitiriam con- cordar o verbo com algum adjunto adnominal. 18 Infere-se da situação apresentada no texto que não era permi- tido falar com os hóspedes do hotel. Certo. O personagem bufão “esgueirava-se por entre as mesas” (1º parágrafo) e se aproximou de Aschenbach [aqui inferimos que este estava em uma das mesas]. Aschenbach falou em voz bai- xa, entre dentes. Ao sair, o bufão foi abordado por dois empre- gados do hotel (último parágrafo) e jurou ter mantido silêncio; só então foi liberado. Esses indícios permitem inferir que não era mesmo permitido falar com os hóspedes do hotel. 19 O trecho “— Quer dizer que não há epidemia em Veneza? — perguntou Aschenbach, bem baixo, entre dentes.” (l. 25-26) pode ser reescrito em discurso indireto, com as mesmas in- formações, da seguinte maneira: Aschenbach perguntou, bem baixo, entre dentes, se queria dizer que não havia epidemia em Veneza? Errado. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA Quase tudo correto. Apenas um detalhe errado: o sinal de in- terrogação deve ser retirado ao transformar a pergunta original (discurso direto, pergunta direta) em um discurso relatado (dis- curso indireto, pergunta indireta). O presente do indicativo ori- ginal na pergunta direta (quer, há) foi corretamente convertido em pretérito imperfeito do indicativo (queria, havia), segundo a regra de transformação entre discurso direto e discurso in- direto (Cunha & Cintra, Nova Gramática do Português Con- temporâneo). 20 O complemento verbal de “obedeceu” (l. 37-38) está elíptico, mas poderia ser expresso correta e coerentemente na escrita: “Este obedeceu o sinal de afastar-se”. Errado. Ocorreu apenas um erro: o verbo “obedecer” é registrado ofi- cialmente como transitivo indireto; ele rege a preposição “a”. Correção: Este obedeceu ao sinal de afastar-se. Considerando o texto II e o Manual de Redação da Presidência da República, 3ª edição, de 27/12/2018, julgue o item a seguir. 21 Nas linhas 20 e 21, o trecho “É regulamento, meu senhor, com este calor e o siroco.” encerra o vocativo “meu senhor”. Supondo que se dirija a um delegado de polícia, esse vocativo deveria ser substituído por “Vossa Excelência” ou “Doutor”. Errado. A expressão “Vossa Excelência” é um pronome de tratamento; não é um vocativo. Não cabe esse pronome de tratamento para um delegado de polícia. Conforme o Manual de Redação da Presidência da República, o vocativo em questão deve ser “Se- nhor Delegado,”, e o pronome de tratamento é apenas “Senhor” ou “Vossa Senhoria”. Em apoio a esta norma, existe o Decreto n. 9.758, de 11/4/2019. Além disso, segundo o mesmo Manual, a palavra “Doutor” não é pronome de tratamento nem vocativo, mas apenas um título acadêmico concedido a quem concluiu curso que faz jus a essa titulação. Segundo a Lei n. 12.830, de 20/6/2013, artigo 3º, o delegado recebe o tratamento protocolar (não é o mesmo que pronome de tratamento) dado a magistra- dos, membros da Defensoria Pública e do MP e advogados. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO RAPHAEL SPYERE Acerca dos Poderes Administrativos e seu exercício, julgue as questões a seguir. 22 Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os di- reitos fundamentais de reunião ou de manifestação em locais públicos depende de comunicação oficial prévia às autorida- des competentes, sob pena, do contrário, incorrer-se em exer- cício irregular de direito. Errado. Muito pelo contrário, o STF em recente decisão exarada nos autos do RE 806.339/SE (Rel. Ministro Edson Fachin, Julga- mento 28/12/2020) fixou a seguinte tese de repercussão geral: A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local. Nesses termos, a assertiva se acha ERRADA. 23 Atos sancionatórios são as punições aplicadas pela Adminis- tração àqueles que, situados fora de sua esfera, descumprem normas administrativas, excluindo‐se, dessa espécie, as san- ções funcionais aplicadas a agentes públicos. Errado. Quanto às espécies de atos administrativos, podem ser citados os atos normativos, ordinatórios, enunciativos, negociais e pu- nitivos/sancionatórios. A questão em si trata desses últimos: os atos punitivos. Atos punitivos são aqueles provenientes do exercício do poder disciplinar ou de polícia, podendo, por conseguinte, englobar tanto as sanções funcionais aplicadas aos agente públicos (ao contrário do que afirmado na questão e daí o seu ERRO), tal qual a demissão de um servidor público (Lei n. 8.112/1990, art. 127, III, e art. 132), e também os atos punitivos aplicados aos particulares situados fora da esfera da Administração Pú- blica, como as multas por violação das regras de trânsito, res- pectivamente. Reescrevendo a questão da forma correta, ficaria assim: Atos sancionatórios, ALÉM DAS punições aplicadas pela Adminis- tração àqueles que, situados fora de sua esfera, descumprem normas administrativas, ENGLOBAM AS SANÇÕES FUN- CIONAIS APLICADAS AOS AGENTES PÚBLICOS. POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA Com a fusão de certos ministérios, entre eles o Ministério da Pre- vidênciaSocial e o Ministério da Fazenda, criou-se o Ministério da Economia. Sobre esse evento jurídico e as distribuições de competências públicas nas entranhas da Administração, julgue os itens subsecutivos. 24 A fusão dos referidos órgãos é resultado da centralização de competências. Errado. A fusão dos ministérios corresponde à concentração de compe- tências, e não à centralização, como afirma o examinador. Nas palavras de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2017, p. 30): Alguns autores utilizam a expressão concentração adminis- trativa para descrever o fenômeno inverso (a desconcentra- ção): a situação em que uma determinada pessoa jurídica integrante da administração pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de unidades as respectivas competências. É importante enfatizar que os ministérios são órgãos da União, como não deixa dúvida o Decreto-Lei n. 200/1967, art. 4º, I. A União, em si, é a pessoa jurídica, enquanto os ministérios cita- dos são os órgãos que integram sua estrutura. Com a extinção dos Ministérios da Previdência e da Fazenda para formação do Ministério da Economia, tem-se, pois, a concentração. Reescre- vendo a questão da forma correta, teria-se o seguinte: “A fusão dos referidos órgãos é resultado da CONCENTRAÇÃO (e não centralização) de competências”. 25 Conside que o Ministério da Economia venha a ser extinto e, com isso, os Ministérios da Previdência Social e da Fazenda venham a ser recriados. Nesse caso, ocorre a descentralização de competências. Errado. Na verdade ocorre a desconcentração (e não descentralização, como alega o examinador), que é justamente o opostos de con- centração. Nas palavras de Marcelo Alexandrino e Vicente Pau- lo (2017, p. 29): Diferentemente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa, a desconcentração ocorre exclusivamen- te dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata- -se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica. Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração indireta distri- bui competências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. Vale repetir, desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica. Mais uma vez, é importante enfatizar que os ministérios são órgãos da União, como não deixa dúvida o Decreto-Lei n. 200/1967, art. 4º, I. A União, em si, é a pessoa jurídica, en- quanto os ministérios citados são os órgãos que integram sua estrutura. A recriação dos aludidos ministérios (órgãos) equiva- le à desconcentração de competências dentro da União (pessoa jurídica). NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL RICARDO BLANCO Julgue os itens a seguir. 26 De acordo com o STF, é possível cumprir ordem judicial du- rante a noite, no escritório profissional, durante uma investi- gação criminal para instalar escutas ambientais. Certo. De acordo com o STF é possível cumprir ordem judicial duran- te a noite, no escritório profissional, durante uma investigação criminal para instalar escutas ambientais. (INQ n. 2.424, STF). 27 A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpe- centes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência. Certo. Art. 144, § 1º, CF. A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru- turado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fa- zendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 28 Aos portugueses com residência permanente no País, se hou- ver reciprocidade em favor de brasileiros, serão naturalizados brasileiros. Errado. Art. 12, § 1º, CF. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos pre- vistos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti- tucional de Revisão nº 3, de 1994) 29 Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, du- rante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Certo. Art. 14, § 2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores os es- trangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art19 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm#art12%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm#art12%C2%A71 POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL DEUSDEDY SOLANO Analise a situação hipotética a seguir e julgue a assertiva. 30 Fátima foi presa em flagrante pela prática de falsificação de moeda (art. 289 do CP). O delegado federal que presidiu a autuação após ter recebido “notitia criminis” deixou de en- tregar à presa a nota de culpa. Nesse caso, é correto afirmar que, após a alteração legislati- va com a obrigatoriedade da audiência de custódia no prazo de 24 horas, não se faz mais necessária a entrega da nota de culpa a Fátima. Errado. É um dos direitos constitucionais do preso saber os motivos de sua prisão e os responsáveis, direito esse que é satisfeito com a entrega da nota de culpa (obrigatoriamente). Conforme o CPP: Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz compe- tente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de pri- são em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante re- cibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o mo- tivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. Conforme dispõe o Código de Processo Penal, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas até a chegada dos peritos crimi- nais, e determinar a realização de exames e perícias. Em relação a esse tema, julgue o item a seguir. 31 Se existir mais de um local, objeto ou pessoa a ser alvo da realização do exame de corpo de delito, terão prioridade ca- sos de crime que envolvam violência doméstica e familiar contra mulher ou violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. Certo. Art. 6º, CPP. Logo que tiver conhecimento da prática da infra- ção penal, a autoridade policial deverá: I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; Art. 158, Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envol- va: (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018) I – violência doméstica e familiar contra mulher; II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. À luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em rela- ção à eficácia e nulidade da prova, julgue o item a seguir. 32 É válido e revestido de eficácia probatória o testemunho prestado por policiais envolvidos em ação investigativa ou responsáveis por prisão em flagrante, quando estiver em har- monia com as demais provas dos autos e for colhido sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Certo. Jurisprudência em teses, edição
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