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APOSTILA I DE BIOFISICA SANTOS, J. S. 1. INTRODUÇÃO A biofísica busca enxergar o ser vivo com um corpo, que ocupando lugar no espaço, e transformando energia, existe num meio ambiente o qual interage com este ser. Aspectos elétricos, gravitacionais, magnéticos e mesmo nucleares estão na fundamentação de vários fenômenos biológicos, e, portanto, podem ser tratados pelos conhecimentos das ciências físicas. Seu principal intuito é entender os princípios Físicos e junto com outras ciências conseguir desenvolver equipamentos de medidas dos fenômenos biológicos. 2. EQUILIBRIO HIDROELETROLITICO Organização da água: Um dipolo é a diferença de carga existente entre átomos separados por uma determinada distância. Na água, o dipolo se forma pela diferença de eletronegatividade dos átomos que formam a molécula de H2O. A estrutura da molécula de água é mais ou menos assim: Como o oxigênio é bastante eletronegativo, e o hidrogênio é pouco eletronegativo, ocorre uma diferença de cargas. O fato de os átomos de hidrogênio estarem localizados para um lado da molécula de o oxigênio para o outro forma o dipolo, pois assim há diferença de carga de átomos separados por uma certa distância. As moléculas de água nos três estados físicos: No estado SOLIDO, as moléculas de água: • Estão fortemente ligadas entre si; • Apresentam uma pequena liberdade de movimento, pois vibram em posições praticamente fixas. No estado LIQUIDO, as moléculas de água: • Não ficam tão próximas entre si como no estado sólido; • Movimentam-se mais intensamente, deslizando umas sobre as outras. No estado de GASOSO, as moléculas de água apresentam: • Grande distância umas das outras, se comparadas com essas mesmas moléculas nos estados sólidos e líquidos; • Movimento totalmente desordenado, chocando-se intensamente sobre si. Importância/características da água: Solvente universal; Poder de coesão e tensão superficial; Controle acidobásico; Controle de reações bioquímicas; Aquisição e eliminação de substâncias, Transporte de nutrientes, Termorregulação, auxilia na estrutura celular... Distribuição da água: A água do organismo está distribuída em dois grandes compartimentos: o intracelular e o extracelular. A água do interior das células (líquido ou compartimento intracelular) corresponde a cerca de 40% do total do peso do indivíduo, enquanto a água do líquido extracelular corresponde a 20%. O compartimento extracelular corresponde à água do plasma sanguíneo (4%) e à água do líquido intersticial (16%). 3. ELETROLITOS São todas as substâncias que dissociadas ou ionizadas originam íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions) pela adição de um solvente ou aquecimento. Desta forma torna-se um condutor de eletricidade. No organismo animal, os principais eletrólitos são: • Sódio (Na+) • Potássio (K+) • Cloreto (Cl-) • Cálcio (Ca2+) • Magnésio (Mg2+) • Bicarbonato (HCO3-) • Fosfato (PO42-) • Sulfato (SO42-). Os eletrólitos encontram-se dissolvidos nos três principais compartimentos de água corpórea: o líquido no interior das células (intracelular), o líquido no espaço que circunda as células (extracelular) e o sangue (na realidade, os eletrólitos solubilizam-se no soro - parte líquida do sangue). O sódio, o potássio e o cloro são componentes essenciais de fluidos corporais, como sangue e urina e, ajudam a regular a distribuição de água ao longo do organismo além de desempenhar um papel importante no equilíbrio ácido básico. Mudanças nos organismos causados pelo desequilíbrio dos eletrólitos: • Desidratação: É a perda de solvente sem perda de soluto. Ocorrência:- Evaporação cutânea (perspiração insensível) – perda de água pela pele e respiração; Diabete insípido –pequena perda de soluto; Insolação; Diarreia. • Perda de eletrólitos: Quando existe um desequilíbrio entre eles, as funções eletroquímicas do organismo começam a parar de funcionar. • Hiper-hidratação: ocorre quando a ingestão de água é maior que sua eliminação. Este excesso de água provoca uma diluição excessiva do sódio presente na corrente sanguínea. Ex: intoxicação aquosa, casos de cirurgia/anestesia extensa, hormônios antidiuréticos; pode ter sintomas como vômitos, ficar confuso. pode ser sinal de diabetes, infecção na bexiga... Interações intermoleculares: Ligações de hidrogênio entre as moléculas de água. Pode-se observar que o hidrogênio (carga positiva) atrai o oxigênio (carga negativa) das moléculas de água vizinhas. Assim, ocorre a ligação de hidrogênio, onde cada molécula de água fica circundada por outras quatro moléculas de água. Este tipo de força intermolecular é responsável por alguns fenômenos interessantes como a tensão superficial da água, que permite que alguns insetos andem sobre ela. 4.1 PROPRIEDADES MACROSCOPICAS DA ÁGUA Densidade: É a quantidade de massa por unidade de volume é definida. Calor Especifico É a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1 g de água em 1°C; Proteção contra mudanças bruscas de temperatura. Calor de vaporização É a quantidade de energia necessária para alterar um grama de uma substância no estado líquido para gasoso a uma temperatura constante. Vantagens: Desidratação reduzida (energia); Controle da temperatura do corpo; Eliminação pela sudorese. Tensão Superficial É um fenômeno que ocorre em todos os líquidos, ela se caracteriza pela formação de uma espécie de membrana elástica em suas extremidades. A água, por sua vez tem a maior Tensão Superficial dentre os outros líquidos. A tensão superficial da água é resultado das ligações de hidrogênio, ou seja, é resultado de forças intermoleculares causadas pela atração dos hidrogênios de determinadas moléculas de água com os oxigênios das moléculas de água vizinhas. *Força de atração na superfície é maior do que abaixo da superfície. Viscosidade Resistência de um fluido em deslocar-se. 4.2 PROPRIEDADES MICROSCOPICAS DA ÁGUA Substancia Iônica: Capaz de conduzir corrente elétrica. Substancia covalente: são aquelas que se formam quando átomos se ligam por meio de ligações covalentes. Ponte de hidrogênio Substancia Anfipática: Possui parte hidrofílica e parte hidrofóbica. Em meio aquoso se orientam com a parte covalente para dentro e a parte polar para fora. 5. TRANSPORTE ATRAVES DA MEMBRANA Membrana Celular: É a membrana que isola do meio exterior: a membrana plasmática. Seus componentes mais abundantes são fosfolipídios, colesterol e proteínas. É por isso que se costumam dizer que as membranas plasmáticas têm constituição lipoprotéica. Permeabilidade Seletiva: A membrana plasmática é formada por uma bicamada lipídica, tendo como principal componente moléculas de fosfolipídios, essa composição faz com que a membrana sirva de barreira para a entrada e saída de substâncias, as moléculas lipossolúveis passam facilmente, já as moléculas hidrossolúveis não. Transporte Ativo Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). É realizado por proteínas carreadoras e utiliza energia sob a forma de ATP para realizar o transporte de íons e outras substâncias através da membrana plasmática. TA 1°: O transporte ativo pode ser classificado em primário quando a proteína transportadora utiliza energia a partir de uma reação química exotérmica. Nele o fornecimento de energia vem da hidrólise do ATP através de ATPases específicas. *É importante salientar, que a energia necessária a esta mudança é proveniente da quebra da molécula de ATP (adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fosfato. • BOMBA DE SODIO E POTASSIO: A concentração de sódio é maior fora da célula (meio extracelular) enquanto a de potássio é maiordentro da célula (meio intracelular) e a manutenção dessas concentrações é realizada pelas proteínas que capturam os íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora das células. Fora da célula, as proteínas capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para dentro da célula. • TA 2°: também precisa desta energia, no entanto ela é obtida através de um transporte primário que está ocorrendo paralelamente a este. Quando há o transporte dos íons sódio para fora da célula por meio de transporte primário, forma-se, na maioria das vezes, um gradiente de concentração de sódio muito intenso. Esse gradiente representa um reservatório de energia, já que o excesso de sódio no exterior da célula, tende sempre a se difundir para o interior. Em condições adequadas, essa energia de difusão do sódio pode puxar outras substâncias junto com o sódio, através da membrana. Esse fenômeno recebe o nome de co-transporte; é uma das formas de transporte ativo secundário. Transporte Passivo Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nas duas faces da membrana. Não envolve gasto de energia. • DIFUSÃO SIMPLES: Consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de maior para o local de menor concentração, até estabelecer um equilíbrio. É um processo lento, exceto quando o gradiente de concentração for muito elevado ou as distâncias percorridas forem curtas. A passagem de substâncias, através da membrana, se dá em resposta ao gradiente de concentração. • DIFUSÃO FACILITADA: Íons e moléculas maiores e que não são lipossolúveis, como as de glicose, não conseguem atravessar a membrana espontaneamente, ou fazem esse movimento com velocidade muito baixa, em razão de tais propriedades (permeabilidade seletiva). Diante dessas condições, se ligam a proteínas de membrana (permeasses) para cumprirem este papel. • Solução em relação a hemácia – Osm 0,3 = ISOTONICA; Osm 0,6 = HIPERTONICA; Osm 0,1 = HIPOTONICA. 6. EQUILIBRIO ACIDO – BASICO É a regulação da concentração do íon-hidrogênio nos líquidos corporais. A [H+] nas células e líquidos biológicos influencia a velocidade das reações químicas, a forma e função das enzimas assim como de outras proteínas celulares e a integridade das células. O H+ de uma solução é quantificada em unidade de Ph. Homeostasia: equilíbrio entre a entrada ou produção de íons hidrogênio e a livre remoção desses íons do organismo. A água funciona tanto como ácido como base: H2O + H2O → OH+ + H3O+ Se ocorrer o aumento de H+, aumentando sua concentração na solução, vai haver uma diminuição do ph e consequentemente o meio ficara mais ácido – ocorrera uma ACIDOSE. Do mesmo modo se ocorrer o aumento do OH-, aumentando sua concentração na solução, vai haver um aumento do ph e consequentemente o meio ficar mais básico – ocorrera uma ALCALOSE. No ph sanguíneo: oxidação da glicose: libera H+; quebra de aminoácidos nos músculos: libera NH4 OU SO4- → Aumentando o ph. OBS: A alteração do ph é prejudicial porque as enzimas corporais (proteínas) são sensíveis a variação de temperatura e ph, e assim perdem sua conformação e consequentemente sua função. Sistemas de Tampões: Tampão » qualquer substância que pode, reversivelmente, se ligar aos íons hidrogênio. Um tampão resiste às variações no pH porque ele contém tanto espécies ácidas para neutralizar os íons OH- quanto espécies básicas para neutralizar os íons H+. Regulação Renal: O Controle Renal Do Ph Sanguíneo Se Dá: 1. reabsorção do bicarbonato 2. excreção de ácidos – na forma de íons h+, na forma de h2po4, na forma de amônia. acidose metabólica: surge quando existe um excesso de h + não derivado do co2; •quando há perda de hco3- para o meio externo (perda urinária ou gastrintestinal). ALCALOSE METABOLICA: Surge quando há um aumento da reabsorção renal de base; Quando há perda de H+ para o meio externo. 7. PROPRIEDADES COLIGATIVAS Osmose: É a passagem de um solvente, através da membrana semipermeável, do meio menos concentrado (Hipotônico) para o meio mais concentrado (Hipertônico) afim de igualar as concentrações (Isotônicos). *O meio menos concentrado aumenta a concentração e o meio mais concentrado diminui. Ex: Quando um animal apresenta alguma enfermidade que envolva a perda de água em excesso (por exemplo, vômito, diarreia) esse equilíbrio desaparece e acontece o que conhecemos por desidratação; O tratamento da desidratação envolve a reposição de fluidos, conhecida como fluidoterapia. Osmolaridade: Concentração de partículas osmoticamente ativas em uma solução. Necessária para a pressão osmótica. Pressão osmótica: É a pressão aplicada na membrana afim de impedir que ocorra a osmose (impedir que o solvente atravesse). *FORÇA CONTRARIA A OSMOSE! Ex: O soro fisiológico deve ser isotônico em relação ao sangue, ou seja, ambos devem possuir a mesma pressão osmótica, Isso permite que as moléculas de água entrem e saiam dos glóbulos vermelhos com a mesma facilidade, garantindo seu funcionamento normal. OBS: Se aumentarmos muito a pressão osmótica, o solvente se desloca no sentido da solução mais concentrada para a menos concentrada, isolando-se assim, o soluto. Chama-se OSMOSE REVERSA. Ex: separar o sal da agua do mar. 8. TERMODINAMICA TERMO (calor) DINAMICA (força/movimento), ciência que trata das formas de energia (transformação de energia). Propriedades: Pressão, volume, temperatura, composição química e massa.) Bioenergética – Mesmo estudo acima, só que realizado nos seres vivos. Metabolismo: O metabolismo refere-se ao conjunto de reações bioquímicas que controla a síntese e a degradação de substâncias no nosso organismo. 1 – Obter energia, 2 – converter as moléculas de nutrientes para moléculas com características de cada célula, 3 – formar macromolecular (polissacarídeos), 4 – Sintetizar e Degradar. 1° Lei da termodinâmica - conservação da energia. Isso quer dizer que a energia em um sistema não pode ser destruída nem criada, somente transformada. 2° Lei da termodinâmica – Energia, espontaneamente, sempre se desloca de níveis mais altos para níveis mais baixos. OBS: De acordo com as duas leis, todo sistema que realiza um trabalho tem sua energia diminuída. Ex: Seres vivos envelhecem e morrem. Entalpia (H)- J/mol ou Cal/mol: É a quantidade de energia que se encontra nas substâncias e que pode ser alterada mediante reações químicas; Refere-se ao número e ao tipo de ligações entre os átomos de uma molécula, de forma que, quanto mais ligações tiver a molécula e quanto maior for a energia dessas ligações, maior é a ENTALPIA do sistema. Reações endotérmica – o sistema ganha calor (ΔH > 0) Reações exotérmicas – o sistema perde calor (ΔH < 0) ΔH = Hp – Hr ΔH = variação de entalpia Hp = entalpia do produto Hr = entalpia do reagente Entropia (S) – J/mol.K ou Cal/mol.K: É uma grandeza associada ao grau de desordem de um sistema, A “desordem” não deve ser compreendida como “bagunça” e sim como a forma de organização das moléculas no sistema. As mudanças de ENTROPIA em um sistema ou em uma reação química podem ser medidas a partir da variação da energia livre, segundo a equação de energia livre de Gibbs: ∆G = ∆H - T∆S ∆G – variação da energia livre do sistema (J/mol) ∆H – variação da ENTALPIA dos sistema (J/mol) T – Temperatura na qual é realizado o processo(K:0 ̊C =273 ̊K) ∆S – variação de ENTROPIA do sistema (J/ K̊) OBS: Quando não houver temperatura usar a temperatura universal 25C°. Valor de ΔG Natureza da reação Sentido da reação ΔG < 0 Exergônico Espontânea ΔG > 0 Endergônico Não espontâneo ΔG = 0 Equilíbrio ▬ ΔG’° (padrão bioquímico) - energia livre padrão, em condições prefixadas e numa concentração específica (1 M, pH 7 e T 25°C).Keq: constante de equilíbrio, ou seja, o momento de um a reação no qual mudanças químicas não m ai s acontecem de forma efetiva, Nessa condição a razão entre os reagentes é constante. Keq = [C] x [D] [A] x [B] Quando o sistema não se encontra em equilíbrio, os reagentes buscam o equilíbrio através de um a força impulsora, essa força é a variação padrão de energia livre ∆G°. Levando em consideração a constante de equilíbrio dos reagentes, Assim, ΔG’° e Keq relacionam-se entre si da seguinte maneira: ΔG’° = - 2,303.R.T.log Keq ATP: o ATP serve para favorecer reações químicas que não aconteceriam normalmente ou para acelerar reações que ocorreriam lentamente, sobretudo a função do ATP é estabelecer uma conexão ou acoplar reações exergônicas a reações endergônicas. O ATP sofre uma reação de hidrólise (qualquer reação química que envolva a quebra de uma molécula por ação da molécula de água). Ex: Glicose + Pi → Glicose-6-Pi + H2O ΔG’° = + 13,8 kJmol-1 ATP + H2O ↔ ADP + Pi ΔG’° = - 30,5 kJmol-1 Glicose + ATP → Glicose-6-Pi + ADP ΔG’° = - 16,7 kJmol- A fosforilação da glicose necessita de ∆G°´ = +13,8 k J mol-1. Essa reação é, portanto termodinamicamente desfavorável, contudo, por m ei o da hidrólise do ATP a reação se processa já que a hidrólise do ATP libera -30, 5 kJ mol-1. 9. EQUILÍBRIO ÁCIDO – BASE A regulação dos líquidos do organismo compreende a manutenção de concentrações adequadas de água e eletrólitos e a preservação da concentração de íons hidrogênio dentro de uma faixa estreita, adequada ao melhor funcionamento celular. A manutenção da quantidade ideal de íons hidrogênio nos líquidos intracelular e extracelular depende de um delicado equilíbrio químico entre os ácidos e as bases existentes no organismo, denominado equilíbrio ácido-base. Quando a concentração dos íons hidrogênio se eleva (acidose) ou se reduz (alcalose), alteram-se a permeabilidade das membranas e as funções enzimáticas celulares; em consequência, deterioram-se as funções de diversos órgãos e sistemas. [H+] – influencia: a velocidade das reações químicas, a forma e função das enzimas e de proteínas celulares e a integridade das células Acidez e Ph: A acidez de uma solução pode ser expressa pela molaridade ou outra unidade de concentração. pH = - log [H+] o pH está relacionado com a [H+], portanto, um pH baixo corresponde uma acidose [H+] ↑ e um pH alto a uma alcalose [H+] ↓. Ácidos e bases fortes – são considerados fortes quando em soluções aquosas diluídas ionizam-se completamente. HCl → H+ + Cl- NaOH → OH- + Na+ pH = - log [H+] pOH = - log [OH-] Força do ácido e da base Expressa em pH – quanto menor o pH da solução ↑ a força do ácido; Obs1: Quanto maior o Ka mais ionizado (mais forte) será o eletrólito. Obs 2: Quanto menor o valor de Ka, maior será o valor correspondente de pK. pKa = - log Ka Calculo do ph e poh: Exemplo agua - [H+] = [OH-] = 1 . 10-7 mol/L pH = - log [H+] pOH = - log [OH-] pH = - log [10-7] pOH = - log [10-7-] pH = - log [10-7] pOH = - log [10-7] pH = - (-7) pOH = - (-7) pH = 7 pOH = 7 Sistemas tampões: Tampão » qualquer substância que pode, reversivelmente, se ligar aos íons hidrogênio. Um tampão é uma mistura de um ácido fraco e do seu sal, capaz de captar e libertar H+. Evita alterações na concentração de H+ e consequentemente alterações de pH, quando adicionadas pequenas quantidades de ácidos ou bases fortes. Poder tamponante de um sistema tampão pode ser definido pela quantidade de ácido forte que é necessário adicionar para fazer variar o pH de uma unidade. Todo o sistema ou processo que dependa do pH, está associado a um TAMPÃO: Ex.: • sistemas biológicos – sangue, sistemas enzimáticos; • reações químicas – reações de precipitação, reações eletródicas; • biotecnologia – lavagem de células, quebrar o DNA, eletroforese. O pH de uma solução tampão pode ser calculado pela Equação de Henderson- Hasselbalch: pH = pKa + log [sal] / [ácido Tampões biológicos Alguns dos principais tampões encontrados em animais superiores acham-se associados ao sistema sanguíneo e ao sistema renal. Tampão Bicarbonato: O íon bicarbonato é o principal responsável pelo tamponamento do sangue humano e é geralmente encontrado nos fluidos corporais na forma de bicarbonato de sódio. O bicarbonato mantém o pH do sangue numa faixa segura compreendida entre 7,35 e 7,45, restringindo às variações de pH para cima ou para baixo desses valores. O mais importante sistema tampão do organismo é o sistema tampão ácido carbônico/bicarbonato, pois atua diretamente na regulação do pH, portanto, os sistemas tampões têm como função preservar o pH sanguíneo em ótimo e os demais líquidos orgânicos. Quando um ácido é adicionado ao sangue, o bicarbonato do tampão prontamente reage a ele; a reação produz um sal, formado com o sódio do bicarbonato e o ácido carbônico. Essa reação diminui a quantidade de bases e altera a relação entre o bicarbonato e o ácido carbônico. Quando uma base invade o organismo, o ácido carbônico prontamente reage a ela, produzindo bicarbonato e água. O ácido carbônico diminui. Os rins aumentam a eliminação de bicarbonato ao invés do íon hidrogênio, reduzindo a quantidade de bicarbonato no organismo, para preservar a relação do sistema tampão. OBS: A enzima anidrase carbônica vai fazer, dependendo da quantidade de a ácido carbônico, dióxido de carbono e agua, ira fazer o deslocamento da reação. Muito ácido carbônico (ter mais ácido) a anidrase vai quebrar em CO2 e H2O; se a quantidade de ácido carbônico cair demais (ter mais base) a anidrase vai pegar o CO2 e H2O e transformar em acido carbônico. Controle Renal Do Equilíbrio Ácido-Básico Um mecanismo mais duradouro é realizado pelos rins, através da reabsorção de quase todo o bicarbonato filtrado e recuperação do HCO3 que foi consumido no processo de tamponamento de ácidos fixos. Este último processo é obtido através da excreção de uma quantidade equivalente de H+ na urina. Para cada molécula de bicarbonato consumida, o rim reabsorve ou regenera uma nova molécula de bicarbonato. A urina torna-se ácida pela reabsorção das substâncias alcalinas ou pela adição de ácido ao fluido tubular. Reabsorção Tubular do Bicarbonato Filtrado: Como o sódio e outros solutos, o bicarbonato é filtrado livremente pelo glomérulo. Em adultos, cerca de 4.500 mEq de bicarbonato são filtrados por dia. Se houvesse perdas de bicarbonato, mesmo que pequenas em relação ao total, os estoques seriam rapidamente esgotados. Isto é evitado pela existência de uma grande avidez tubular pela reabsorção de bicarbonato, que ultrapassa 99,9% do bicarbonato filtrado, ou seja, apenas 2 mEq de bicarbonato são excretados por dia. Recuperação do Bicarbonato: Quando o bicarbonato é ativado pelo sistema bicarbonato, presente na luz tubular, se junta ao hidrogênio formando ácido carbônico que se dissocia formando CO2 e H2O. A agua é eliminada pelos rins enquanto o CO2 se difunde para as células renais e logo se junta com outra molécula de agua formando o ácido carbônico e hidrogênio. O bicarbonato formado vai para os capilares por meio de transporte ativo secundário, enquanto o hidrogênio vai para a luz tubular para se juntar com uma molécula de bicarbonato e ser recuperado. Regeneração do Bicarbonato: Quando há um aumento na quantidade de CO2 nos capilares peritubulares, ocorre a difusão do CO2 para as células, dentro delas o CO2 se juntara com uma molécula de agua formando o ácido carbônico;esta ira se dissociar formando bicarbonato e hidrogênio. O bicarbonato será levado pelos capilares por meio do transporte ativo secundário para a atuação no organismo, enquanto o hidrogênio vai para a luz tubular. Tampão Proteína: As proteínas estão entre os tampões mais abundantes no corpo devido às suas concentrações elevadas, especialmente no interior das células. Nas hemácias a hemoglobina é um tampão importante. Aproximadamente 60 a 70% do tamponamento químico total dos líquidos corporais se dá no interior das células e grande parte resulta das proteínas intracelulares. Entretanto, exceto no caso das hemácias, a lentidão com que o H+ e o HCO3 - se movem através das membranas celulares muitas vezes retarda por muitas horas a capacidade máxima de as proteínas tamponarem anormalidades acidobásicas extracelulares. Além das concentrações elevadas de proteínas nas células, um outro fator que contribui para seu poder de tamponamento é o fato de os PHs de muitos desses sistemas de proteínas serem bem próximos de 7,4. O tampão proteína vai depender da proteína (obvio) e vai atuar no sangue (hemoglobina) e lá ele vai consumir quantidades de ácidos e bases pra manter o pH neutro. Tampão Fosfato: O sistema tampão fosfato, formado pelo fosfato de sódio e ácido fosfórico é eficaz no plasma, no líquido intracelular e nos túbulos renais onde se concentra em grande quantidade. Apesar de o sistema tampão operar em uma faixa boa da curva tampão, sua concentração no líquido extracelular é 12 vezes menos do que o do tampão bicarbonato. Por isso, sua capacidade de tamponamento total no líquido extracelular é bem menor que a do sistema bicarbonato. Por outro lado, o tampão fosfato é especialmente importante nos líquidos tubulares dos rins, por duas razões: 1° o fosfato fica geralmente muito concentrado nos túbulos, aumentando a capacidade de tamponamento do sistema fosfato. 2° o líquido tubular geralmente é mais ácido do que o líquido extracelular, trazendo a faixa de operação do tampão mais próximo ao pK (constante de acidez) do sistema. O tampão fosfato também é muito importante nos líquidos intracelulares, visto que a concentração de fosfato nesses líquidos é muitas vezes maior que a dos líquidos extracelulares e, também, pelo fato de o pH do líquido intracelular estar geralmente mais próximo ao pK do sistema tampão fosfato do que o pH do líquido extracelular. Distúrbios do pH sanguíneo: A homeostasia ácido-básico normal e fisiológica resulta do empenho coordenado desses dois órgãos – pulmões e rins – e as alterações no equilíbrio ácido-básico ocorrem quando um ou ambos os mecanismos de controle estão prejudicados, alterando assim [HCO3¯] ou a PCO2 do líquido extracelular. Quando as alterações no equilíbrio ácido-básico resultam de uma mudança na [HCO3¯] (primária) no líquido extracelular são chamadas de alterações metabólicas ácido-básico. Acidose metabólica: Se deve à adição de ácido ou perda de base (bicarbonato) pelo filtração diminuída de HCO3 = ↓ ph. Causas: cetose, diabetes, acidose láctica ruminal; diarreia. ↓ bicarbonato por reação com ácido adicionado ou perda direta = acidemia ↑PCO2 por reação da base com o bicarbonato + queda do pH: • Leva à aumento da ventilação alveolar (compensação); PCO2 não se altera pela reação com o tampão; PCO2 diminuirá como resultado da compensação respiratória da queda de pH persistente. Compensação pela queda da PCO2 traz relação entre base e ácido de volta ao normal; Hipobasemia persistirá até que haja correção renal. Acidose respiratória: Diminuição da ventilação alveolar = ↑PCO2 Causas: depressão de centros respiratórios no SNC; impedimento aos movimentos respiratórios. ↓pH. Ação renal: Excreção de íons H+; Reabsorção de bicarbonato; Compensação pode resultar em retorno ao pH normal ou acidemia relativa; Correção completa só é possível com recuperação pulmonar. Alcalose metabólica: Se deve à adição de base ou perda de ácido pelo FEC = ↑pH Causas: vômito persistente, deslocamento de abomaso, deficiência de potássio; adição de lactato, citrato ou bicarbonato ao FEC ↑ bicarbonato = alcalemia Aumento no pH: Ocorre diminuição da ventilação alveolar; Leva a ↑PCO2 = ↑ produção de H2CO3; Restabelece relação base/ácido; Hiperbasemia persiste → ação renal. Alcalose Respiratória: Hiperventilação alveolar = ↓PCO2 Causas: estímulo anormal de centros respiratórios; ação reflexa da hipoxemia sobre receptores periféricos, ↑pH. Ação renal: ↓ da secreção de H+, ↑ da excreção do bicarbonato, Compensação pode trazer pH de volta ao normal, Correção final da alteração da PCO2 = recuperação da causa da hiperventilação. Acidose e alcalose são estados anormais resultantes de excesso de ácidos ou de bases no sangue. O pH normal do sangue deve ser mantido dentro de uma http://www.labtestsonline.org.br/glossary/ph faixa estreita (7,35-7,45) para o funcionamento adequado dos processos metabólicos e para a liberação de quantidades corretas de oxigênio nos tecidos. Acidose é um excesso de ácido no sangue, com pH abaixo de 7,35, e alcalose é um excesso de base no sangue, com pH acima de 7,45. Muitos distúrbios e doenças podem interferir no controle do pH do sangue, causando acidose ou alcalose. O metabolismo gera grandes quantidades de ácidos que precisam ser neutralizados ou eliminados para manter o equilíbrio ácido-base. A maior parte é constituída por ácido carbônico, formado pela reação entre dióxido de carbono (CO2) e água. São produzidos também, em menor quantidade, ácido lático, cetoácidos e outros ácidos orgânicos. Pulmões e rins são os principais órgãos envolvidos na regulação do pH do sangue. Os pulmões retiram ácido do corpo eliminando CO2. Variações da frequência respiratória mudam a quantidade de CO2 expirado e podem alterar o pH do sangue em segundos ou em minutos. Os rins excretam ácidos na urina e regulam a concentração de bicarbonato (HCO3-), uma base, no sangue. Alterações de pH devidos a aumento ou diminuição do HCO3- no sangue ocorrem mais devagar que alterações do CO2, e podem demorar horas ou dias. Os dois processos estão sempre em ação e mantêm um controle estrito do pH sanguíneo. Sistemas tampões, que resistem a alterações do pH, também contribuem para a regulação. Os principais tampões no sangue são a hemoglobina (nas hemácias), as proteínas plasmáticas, os bicarbonatos e os fosfatos. As quantidades absolutas de ácidos e de bases têm importância menor que o equilíbrio entre elas na manutenção do pH (veja Figura 1, abaixo). Acidose ocorre quando o pH cai abaixo de 7,35, e pode ser causada pelo aumento da produção ou diminuição da excreção de ácidos, ou aumento da excreção de bases. Alcalose ocorre quando o pH ultrapassa 7,45, e pode ser provocada pela perda de ácidos com vômitos prolongados ou desidratação, administração venosa ou ingestão de bases, ou hiperventilação (por aumento da eliminação de ácido sob a forma de CO2). Qualquer doença ou problema que afete os pulmões, os rins ou o metabolismo pode causar acidose ou alcalose. http://www.labtestsonline.org.br/glossary/metabolism 10. ESPECTROFOMETRIA É o método de análises ópticas mais usado nas investigações biológicas e físico-químicas. O espectrofotômetro é um instrumento que compara a radiação absorvida ou transmitida por uma solução. Um feixe de energia atravessa a solução e a sua absorção oferece informações sobre a qualidade e quantidade dos componentes do sistema. Conceitos fundamentais: A energia de radiação é medida em nm (nanômetros) → Letra grega λ (lambda) = comprimento de onda; A faixa mais utilizada do espectro vai do ultravioleta (200nm) até o infravermelho curto (1.000 nm); Faixa visível (percebida pelo olho humano): 40 0 a 750nm; Cor: ‘sensação psicofísica que associamos a umcomprimento de onda predominante’; Branco (mistura de cores que se anulam): refletem as todas as cores; Negro: absorve todas as cores. Transmitância: é a fração da luz incidente em um comprimento de onda específico, que passa por uma amostra de matéria. É a razão entre a intensidade da luz transmitida e a intensidade da luz incidente. Absorbância: É a capacidade do material em absorver radiações em frequência específica. A absorbância de uma substância em solução é diretamente proporcional a sua concentração e a espessura que a luz atravessa. Espectro de absorção: É uma forma de caracterização que permite verificar qual a faixa de comprimento de onda em que um dado composto apresenta sua maior afinidade de absorção. OBS: O melhor comprimento de onda para uma determinada solução é aquele no qual há maior absorção e, portanto, menor transmissão de luz; ou seja: maior absorbância e menor transmitância. Espectrofotometria Óptica Comprimento de onda corresponde a luz visível ou ultra-violeta, faixa entre aproximadamente 180 a 800 nm. Determinação da Concentração de Substâncias 1. Lei de Lambert: quando a concentração da substância é constante, absorção depende do comprimento do trajeto óptico. LUZ 2. Lei de Beer: a absorbância é diretamente proporcional a concentração da substância. LUZ Trocas Gasosas Principal interesse: O 2 e CO 2 , substrato e produto das vias de oxidação; principal processo: envolve difusão simples. Envolvimento do sistema circulatório (sanguíneo) e respiratório (pulmonar). Gás real Gás ideal se T Pressão de um gás: choque de moléculas do gás com o recipiente que o contém. ◦ Lei de Boyle: P V = Cte P1V1=P2V2 Modificação na temperatura, pressão e volume são fatores que altera o comportamento de um gás. Aspectos biológicos envolvem as leis físico-químicas que regem o comportamento dos gases: Leis de Dalton, Henry, Boyle, dos gases ideais e o princípio de Avogadro. O O2 no plasma: O oxigênio alveolar difunde para o sangue venoso, porque há diferença na pO2 entre um e outro compartimento e o sangue venoso é convertido à arterial, pela troca de CO2 por O2. Após o processo de difusão, ocorre o transporte de O2 para os tecidos, operação que pode ser efetuada de duas maneiras: ◦ Em solução ◦ Combinado com a Hemoglobina Trocas gasosas envolvendo sistema respiratório e sanguíneo Necessário, pois temos isolamento contra as variações externas. Cobertura impermeável aos gases; Superfície especializada para fazer estas trocas: Tecido alveolar nos pulmões Guelras. 1ª etapa Ventilação: renovação constante do ar alveolar; para manter PO2 e de CO2 nos alvéolos. Boca/nariz→ faringe → laringe →traqueia → brônquios → bronquíolos terminais → bronquíolos respiratórios → ductos alveolares → átrio alveolar → saco de ar → alvéolos. 2ª etapa Perfusão: passagem de um líquido através de um órgão. Mais especificamente a passagem de sangue pelo alvéolo pulmonar. 3ª etapa Difusão: do gás de um lado onde a concentração é maior para um lado de menor concentração. Fatores que poderiam afetar: solubilidade do gás, distância a percorrer, área da seção transversal, peso molecular do gás, viscosidade do líquido e temperatura do líquido. Efeito Bohr: É a tendência do oxigênio de deixar a corrente sanguínea quando a concentração de dióxido de carbono aumenta. Essa tendência facilita a liberação de oxigênio da hemoglobina para os tecidos e aumenta a concentração de oxigênio na hemóstase. Junto com o efeito de Haldane, que é a facilitação da eliminação de CO2, o efeito Bohr é um dos grandes reguladores de concentrações gasosas no sangue. Nos tecidos não-alveolares, o sangue recebe CO2 formado nos processos metabólicos desses tecidos. Isso faz com que hemoglobina libere o O2 para ligar-se ao CO2, pelo qual tem maior afinidade. Essa liberação de oxigênio aumenta sua disponibilidade para os tecidos. O contrário ocorre nos pulmões: quando o CO2 passa pelos alvéolos, a quantidade de O2 que se liga a hemoglobina aumenta, facilitando a entrada desse gás. Efeito de Haldane: É o aumento da tendência do dióxido de carbono de deixar o sangue conforme aumenta a saturação da hemoglobina pelo oxigênio. A saída de CO2 acontece nos alvéolos e é parte normal da ventilação. Acontece, pois, quando o oxigênio se liga a hemoglobina, há transformação do grupamento heme férrico num ácido mais forte. A acidificação da hemoglobina dificulta a ligação do dióxido de carbono e aumenta a quantidade de íons de hidrogênio na corrente sanguínea. Devido a menor ligação com a hemoglobina e ao ligamento do hidrogênio ao bicarbonato, dissociando-o em gás carbônico e água, a concentração sanguínea de CO2 aumenta. O aumento da concentração sanguínea de CO2 leva a um deslocamento do equilíbrio químico no sentido de o eliminar e facilitar sua difusão pelas membranas celulares. Como os gases são transportados? No homem e em outros mamíferos, cerca de 5 a 7% do gás carbônico liberado pelos tecidos dissolvem-se diretamente no plasma sanguíneo e assim é transportado até os pulmões. Outros 23% se associam a grupos amina da própria hemoglobina e de outras proteínas do sangue, sendo por elas transportados. A maior parte do gás carbônico liberado pelos tecidos (cerca de 70%) penetra nas hemácias e é transformado, por ação da enzima anidrase carbônica, em ácido carbônico, que posteriormente se dissocia nos íons H+ e bicarbonato. Os íons H+ se associam a moléculas de hemoglobina e de outras proteínas, enquanto os íons bicarbonato se difundem para o plasma sanguíneo, onde auxiliam na manutenção do grau de acidez do sangue. Um processo inverso ao que ocorre nos capilares dos tecidos acontece nos pulmões. Aí as moléculas de gás carbônico e os íons H+ se dissociam das proteínas. No interior das hemácias os íons H+ se combinam ao bicarbonato, reconstituindo o ácido carbônico. Este por ação da enzima anidrase carbônica, é, então, decomposto em gás carbônico e água. Leis fundamentais dos gases Lei de Boyle-Mariotte - “O volume de um gás é inversamente proporcional à pressão, mantida constante a temperatura”, ou seja, quanto maior a pressão, menor o volume e vice-versa. Essa equação explica as mudanças de pressão que o ar sofre ao sair e entrar dos pulmões. Lei de Gay-Charles-Lussac - “O volume de um gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta, mantida a pressão constante”, ou seja, com aumento da temperatura, há aumento de volume e vice-versa. V1 T2 = V2 T1 Esta lei permite verificar a variação de volume de um gás ao entrar e sair do pulmão. Lei de Dalton - “A pressão total de uma mistura de gases é igual à soma da pressão de cada componente”. Ptotal = P1 + P2 + P3 + ......... + Pn Essa equação permite calcular a pressão parcial dos gases, conhecendo-se o percentual de cada um ou conhecendo a pressão de cada gás, calcular sua quantidade. É importante para o cálculo da pressão do vapor de água e na formação de misturas gasosas. Lei de Henry - “O volume de um gás dissolvido em um líquido é proporcional à pressão do gás sobre o líquido, a um fator de solubilidade e ao volume do líquido”. Vg = P f Vl Trocas gasosas e o Sistema hemoglobina? O sistema respiratório é responsável por realizar as trocas gasosas entre o sangue e o ar que captamos através da respiração pulmonar. Os alvéolos pulmonares são recobertos por uma grande rede de capilares, que garante uma grande proximidade entre o sangue e o ar no interior dessas estruturas, favorecendo, assim, a difusão dos gases. O gás carbônico que se encontra em grande concentração no sangue dos capilares difunde-se para o ar alveolar. Já o gás oxigênio presente no ar difunde-se para o interior dos capilares. Esse processo é conhecido como hematose. O gás oxigênioque entra no sangue penetra nas hemácias, combinando-se com a hemoglobina. O transporte de oxigênio só é possível graças à presença dessa proteína, que é capaz de combinar-se com quatro moléculas de oxigênio e formar a oxiemoglobina. Ao chegar nos tecidos, o gás oxigênio desprende-se da oxiemoglobina e é utilizado pelas células no processo de respiração celular. Grande parte do gás oxigênio é transformada, nesse processo, em gás carbônico, que se difunde das células para os capilares. Ele é então levado pelo sangue até os pulmões onde se dirige para o interior dos alvéolos. É importante frisar que apenas parte do gás carbônico é transportada pela hemoglobina (carboemoglobina), sendo que a grande maioria é levada através do plasma na forma de íons bicarbonato. O processo de hematose ocorre constantemente no nosso corpo, assegurando, assim, a oxigenação de todos os nossos tecidos e a realização dos processos de respiração celular. CALCULO DE PH Fórmula para cálculo do pH e pOH de uma solução tampão pH = - log [H+] pH = - log 2.10-7 http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/calculo-ph-uma-solucao-tampao.htm pH = 7 – log 2 pH = 7- 0,3 pH = 6,7 OBS: A enzima anidrase carbônica vai fazer, dependendo da quantidade de a ácido carbônico, dióxido de carbono e agua, irá fazer o deslocamento da reação. Muito ácido carbônico (ter mais ácido) a anidrase vai quebrar em CO2 e H2O; se a quantidade de ácido carbônico cair demais (ter mais base) a anidrase vai pegar o CO2 e H2O e transformar em ácido carbônico. CONTROLE RENAL DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO Um mecanismo mais duradouro é realizado pelos rins, através da reabsorção de quase todo o bicarbonato filtrado e recuperação do HCO3 que foi consumido no processo de tamponamento de ácidos fixos. Este último processo é obtido através da excreção de uma quantidade equivalente de H+ na urina. Para cada molécula de bicarbonato consumida, o rim reabsorve ou regenera uma nova molécula de bicarbonato. A urina torna-se ácida pela reabsorção das substâncias alcalinas ou pela adição de ácido ao fluido tubular. Reabsorção Tubular do Bicarbonato Filtrado: Como o sódio e outros solutos, o bicarbonato é filtrado livremente pelo glomérulo. Em adultos, cerca de 4.500 mEq de bicarbonato são filtrados por dia. Se houvesse perdas de bicarbonato, mesmo que pequenas em relação ao total, os estoques seriam rapidamente esgotados. Isto é evitado pela existência de uma grande avidez tubular pela reabsorção de bicarbonato, que ultrapassa 99,9% do bicarbonato filtrado, ou seja, apenas 2 mEq de bicarbonato são excretados por dia. Recuperação do Bicarbonato: Quando o bicarbonato é ativado pelo sistema bicarbonato, presente na luz tubular, se junta ao hidrogênio formando ácido carbônico que se dissocia formando CO2 e H2O. A agua é eliminada pelos rins enquanto o CO2 se difunde para as células renais e logo se junta com outra molécula de agua formando o ácido carbônico e hidrogênio. O bicarbonato formado vai para os capilares por meio de transporte ativo secundário, enquanto o hidrogênio vai para a luz tubular para se juntar com uma molécula de bicarbonato e ser recuperado. Regeneração do Bicarbonato: Quando há um aumento na quantidade de CO2 nos capilares peritubulares, ocorre a difusão do CO2 para as células, dentro delas o CO2 se juntara com uma molécula de agua formando o ácido carbônico; esta ira se dissociar formando bicarbonato e hidrogênio. O bicarbonato será levado pelos capilares por meio do transporte ativo secundário para a atuação no organismo, enquanto o hidrogênio vai para a luz tubular. REFERENCIAS OKUNO, E., CALDAS, I.L., CHOW, C., 1986, “Física para Ciências Biológicas e Biomédicas”, Ed. Harbra DURAN J. E. R., 2003, “Biofísica – Fundamentos e Aplicações”, Ed. Peason HENEINE I. F., 2000, “Biofisica Básica”, Ed. Atheneu. HALLIDAY, D., RESNICK, R; WALKER J., 2008, "Fundamentos de Física”, Vol. 1 e 4, ed. LTC. -MOURÃO JÚNIOR, C.A.; ABRAMOV D.M., 2009, “Curso de Biofísica”, ed. GEN/Guanabara Koogan.
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