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Trabalho Curva de Phillips

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UFRRJ – ICSA – DCA 
Fundamentos de Macroeconomia
Curva de Phillips
 
Introdução
William Phillips (1914-1975) nasceu em Te Rehunga, Nova Zelândia, na Ilha do Norte do país, filho de pai agricultor e mãe professora. Antes de terminar os estudos, iniciou suas viagens, primeiro para a Austrália, trabalhando como caçador de crocodilos e diretor de cinema e, posteriormente, aos 23 anos, buscando viver na China e na Rússia, durante a invasão chinesa do Japão, chegando ao Reino Unido em 1938, onde estudou engenharia elétrica.
Após a Segunda Guerra Mundial, onde participou da Ásia e foi prisioneiro dos japoneses por três anos, voltou ao Reino Unido e iniciou seus estudos de sociologia na London School of Economics (LSE), passando para o estudo de economia quando se interessou pelas teorias do economista inglês John Maynard Keynes.
Em 1967, ele retornou à Austrália para trabalhar como professor de economia na Australian National University e faleceu em 4 de março de 1975.
Contribuições para a economia
Os estudos na área da Sociologia mudaram drasticamente os caminhos que Phillips iria percorrer. A partir daí,  passou a se interessar por tópicos de macroeconomia e em 1949, utilizando também seu conhecimento em engenharia, criou o MONIAC, um computador analógico composto por reservatórios de água representados por agregados macroeconômicos (entre eles renda nacional, consumo, importações, exportações), tubos e comportas que usava conceitos de hidráulica para demonstrar como o dinheiro fluía em uma economia.
No entanto, sua principal contribuição para as ciências econômicas foi um estudo publicado em 1958, no artigo The Relation between Unemployment and the Rate of Change of Money Wage Rates in the United Kingdom, 1861-1957. Nele, Phillips defendia que a inflação e o desemprego se relacionam de maneira inversa, ou seja, quando um aumento, o outro consequentemente irá diminuir e vice-versa.
A eficiência da “curva de Phillips”, como ficou popularmente conhecida esta teoria, foi comprovada em situações de expansão ou recessão da economia. Quando há mais empregos, os preços costumam subir, ou seja, a queda do desemprego resulta em aumento na inflação. O inverso também acontece, de acordo com o economista. Ao estudar períodos maiores do que esses momentos de expansão ou recessão, a curva costuma ser uma linha vertical, de maneira mais gradual.
Uma consideração é importante: o que chamamos de inflação é tratada no artigo de Phillips como a taxa de mudança dos salários nominais. A substituição foi feita por Samuelson e Solow, em 1960, quando aplicaram a relação da Curva de Phillips (esse nome foi dado pelos dois neste artigo) para os Estados Unidos.  
Surgimento da curva
O conceito da curva de Phillips surgiu na metade final do século anterior, em uma economia que se recuperava do pós-guerra e estava em crescimento constante ou em recessões pontuais. Ou seja, era um cenário no quais expansões e recessões aconteciam com frequência, principalmente nos países asiáticos, que se tornaram centros de produção mundial. A época também foi marcada por crescimento no comércio internacional.
Isso tornou mais complexo o cálculo da inflação e do desemprego. Agora, a inflação precisava ser calculada em escala global, não apenas local. O mesmo quando consideramos a taxa de emprego em cada país. Até a política monetária de cada país poderia afetar tanto a inflação quanto o desemprego.
Esta ligação entre inflação e desemprego decorre do fato de que, quanto maior a taxa de desemprego, menos renda é gerada na economia, seja porque menos empregos são criados, seja porque os empregos criados pagam menores salários. O resultado é uma menor demanda por bens e serviços. Quanto menor a demanda, menor o poder das empresas de aumentar os preços e maior a competição entre as empresas pelos consumidores remanescentes, o que aumenta o incentivo para que elas reduzam seus preços para aumentar a demanda por seus produtos.  
As novas questões do comércio internacional tornaram possível a aparição do estagflação durante a década de 1970, que tornou a curva de Phillips obsoleta. A estagflação se caracteriza pelo aumento na inflação consoante ao desemprego. Ou seja, tanto a inflação quanto o desemprego aumentaram, contrariando a ideia de que esses dois indicadores se relacionam de maneira inversa.
Ainda assim, vale considerar que a curva de Phillips continua um importante conceito na macroeconomia e ainda é válido quando analisamos períodos curtos de expansão ou recessão da economia.
Curva de Phillips correlaciona inflação e desemprego?
Essa teoria foi a primeira a facilitar o estabelecimento de metas de inflação ao relacioná-la com os níveis de desemprego em um país. Porém, com maior globalização e comércio internacional, novas variáveis tornaram o cálculo da inflação mais complexo. Isso possibilitou a aparição do estagflação, que tornou a curva de Phillips obsoleta.
Por outro lado, entender a teoria econômica é uma das melhores maneiras para compreender como a inflação funciona. Vale mencionar que a teoria ainda pode ser usada para estudar períodos de curto prazo, embora já não seja tão útil para prazos maiores. Pode-se destacar a crise global de 2008, em que uma versão atualizada da teoria passou a acompanhar o mercado e considerar as expectativas no âmbito internacional ao fazer a correlação da inflação e do desemprego.
Com a intensificação do processo de globalização e a difusão da produção de bens pelos países emergentes, o preço dos produtos industriais e agropecuários passou a ser determinado no mercado internacional destes produtos, não mais apenas no mercado interno de cada país. Isto significa que, hoje, a taxa de inflação desses bens em cada país é, em grande parte, determinada pela taxa de inflação internacional destes bens multiplicada pela variação da taxa de câmbio de cada país. Esses bens são denominados de bens comerciáveis, pois podem ser produzidos em um determinado lugar e consumidos em qualquer outro lugar do planeta.  
Para determinar a taxa de inflação dos bens comerciáveis, o que importa é a taxa de desemprego global (na verdade, o grau de utilização global do total de insumos) no conjunto de países produtores dos mesmos e não mais a taxa de desemprego de cada país individualmente. Ou seja, para os bens comerciáveis, a relação entre inflação e desemprego que realmente conta é a global. 
Porém, existe um outro grupo de produtos que são produzidos em um determinado lugar e somente podem ser consumidos onde são produzidos. Produtos como atendimento médico-hospitalar, seções de cinema, alimentação fora de casa, serviços habitacionais e domésticos, transporte, enfim, uma ampla gama de bens. São os chamados bens não comerciáveis ou serviços. As evidências empíricas mostram que mais de 60% da cesta de consumo das pessoas é composta por serviços.  
Como têm de ser produzidos e consumidos no mesmo lugar, os preços dos serviços são determinados por oferta e procura no lugar onde são produzidos e consumidos. Dessa forma, a relação inversa entre taxa de inflação de serviços e taxa de desemprego dentro de cada país se manteve praticamente inalterada, mesmo com a globalização.  
É dentro desse contexto que devemos analisar os efeitos da política monetária sobre a taxa de inflação. Um aumento da taxa de juros aumenta o custo do crédito, ao mesmo tempo em que torna a poupança mais atrativa. O resultado é uma queda da demanda por bens e serviços. Se a oferta de serviços permanece constante, a redução da demanda diminui a pressão inflacionária deste grupo de bens e, portanto, diminui a taxa de inflação na economia.  
Por outro lado, como o efeito de um aumento dos juros em um determinado país sobre a demanda global dos bens comerciáveis é relativamente pequeno, as decisões de política monetária adotadas em um único país têm pouco efeito sobre a taxa de inflação dos bens comerciáveis, exceto se gerarem algum efeito sobre a taxa de câmbio. A possível exceção a esta afirmação é a política monetária adotada pelo BancoCentral americano, o Federal Reserve, devido à importância relativa dos Estados Unidos na economia mundial.  
.  Nesse contexto, a relação entre inflação de serviços e taxa de desemprego ganha uma importância ainda maior, na medida em que este é o principal caminho (e, muitas vezes, o único) através do qual a política monetária poderá controlar a taxa de inflação
Conclusão
Portanto, pode-se concluir que a corrente principal das ciências econômicas reconhece a importância histórica da Curva de Phillips, e como sua principal contribuição para a macroeconomia. Ela contribuiu com o debate acerca da ilusão monetária, expectativas adaptativas e expectativas racionais, estagflação, e influenciou as políticas macroeconômicas nas décadas seguintes, tendo ainda hoje influência, ainda que menor, de maneira adaptada.
 
Nova Iguaçu - RJ 2021

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