Buscar

Efeitos dos Contratos - efeitos em relação a terceiros

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

EFEITOS DOS CONTRATOS
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
CONCEITO E NOÇÕES GERAIS
Defeito oculto que impede a fluição da coisa ou diminui substancialmente o seu valor.
Previsto no art 441 do CC:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Esse vício compromete a comutatividade do contrato, o artigo fala de coisa, no caso, de obrigação de dar coisa certa ou incerta. Há um problema quanto a qualidade esperada através de um contrato comutativo (logo oneroso), se esse bem tem um defeito óculos que impede sua utilização ou diminui a sua utilização esperada, gera um DIREITO POTESTATIVO a essa pessoa prejudicada a ponto dela poder redibir (rescindir o contrato) ou, permanecer com a coisa e pedir um abatimento. 
VÍCIO e ERRO (vício de consentimento) não são a mesma coisa!!!! No erro eu adquiro alguma coisa porque estou equivocado (falsa percepção da realidade); no vício eu compro algo que eu realmente queria, o que há de errado não é a coisa e sim o funcionamento dela. 
Vício Redibitório não se confunde com Responsabilidade Civil 🡪 quando há vício redibitório eu sequer preciso provar se houve culpa ou dolo, o simples fato de ter havido o defeito que inviabilizou o uso da coisa ou diminuiu significativamente o seu valor substancial. Se eventualmente desse vício deflagrar algum tipo de dano, e com dolo comprovado aí sim surge a responsabilidade civil. 
· Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
FUNDAMENTO 
A doutrina explica que é a ideia do princípio da confiança porque quebra a ideia de comutatividade. Ideia de que eu estou pagando por alguma coisa e quero receber algo proporcional ao que eu pago, porque se tem algum defeito no uso habitual ou em seu valor substancial, eu não pagaria esse valor se soubesse que tinha aquele defeito. // não é só inutilização do bem, mas também do valor a ele agregado (exemplo da mulher que comprou um carro sem saber que era de sinistro, pois esse último obviamente vale menos). 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
INCIDÊNCIA 
A aplicação mais usual desses vícios se dá nos contratos onerosos comutativos (compra e venda é o mais usual). 
· Enunciado 583 da 7ª Jornada → O art. 441 do Código Civil deve ser interpretado no sentido de abranger também os contratos aleatórios, desde que não inclua os elementos aleatórios do contrato. 
Falamos que em alguns contratos há uma parte aleatória e outra não, é a questão do reajuste do valor do plano, que obedece a ideia de comutatividade. Essa parcela não é aleatória, e sim comutativa. Nessa situação, não posso falar de vício redibitório em relação à parte aleatória!!!!
O PU do art. 441 fala da possibilidade de incidência de vício redibitório nas doações onerosas (não é nenhuma doação, tem que ser a onerosa).
REQUISITOS 
· COISA RECEBIDA ATRAVÉS DE CONTRATO COMUTATIVO OU DOAÇÃO MODAL/REMUNERATÓRIA/ONEROSA  
Contratos e doações onerosas são os NJs que cabem vícios redibitórios. 
DOAÇÕES ONEROSAS: 
· DOAÇÃO COM ENCARGO: Uma vez que o sujeito não executa o encargo, ele não pode desfrutar a liberalidade, no caso a doação, sendo que, o encargo pode ainda ser uma condição suspensiva. Ou seja, o sujeito se compromete a fazer algo, tendo um dispêndio econômico. Ainda que exista um equilíbrio entre o que faz – o que recebe em troca, existe uma conduta dela. Se esse sujeito recebe algo mediante o cumprimento de um encargo, ela pode redimir. 
· DOAÇÃO REMUNERATÓRIA: Aquela que se faz em contemplação de um serviço feito, que não pode ser mais cobrado, mas, você quer pagar aquela pessoa doando algo, como numa divida de gratidão. O que exceder ao pagamento é considerado a doação, o valor correspondente é remuneração. E sobre isso também poderia incidir o vício redibitórios.  
· 
· DEFEITO OCULTO 
Se o vício é visualizado de forma fácil, não se poderia dizer que era um vício oculto.  
Nas relações cíveis e empresariais, uma vez que podem ser aparentes nas relações de consumo (mas essas não são abrangidas). 
VÍCIOS QUE PARECEM APARENTES MAS NÃO SÃO: 
· O sujeito compra 500 caixas de azulejo, abre a primeira e vê que está tudo ok, mas não sabe que as outras 499 estão quebradas. Esse vício não é aparente. 
· DEFEITO GRAVE
Preserva a ideia da proteção do contrato.  
Doutrina mais moderna acredita que o sujeito só tem o direito de rescindir o contrato se não puder de fato  ficar com o bem. Mas, Vicente se coloca contra isso, ele acha que o prejudicado tenha o direito de escolher se quer desistir do contrato ou permanecer com o bem com o valor abatido (OLHAR AÇÕES EDILICIAS). 
· DESCONHECIMENTO DO ADQUIRENTE 
· PRE EXISTÊNCIA DE DEFEITO
O PROBLEMA É PROVAR.  
Quando eu adquiro um produto defeituoso, e ele da problema já comigo, eu preciso provar que aquele defeito já existia antes, não porque eu usei inadequadamente.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
AÇÕES EDILÍCIAS 
Relativa ao direito de redibir a coisa ou de ficar e pedir abatimento. O bem não está inutilizado.  
Elas são de escolha do adquirente prejudicado, ele vai poder escolher, é um direito potestativo. 
CRISTIANO CHAVES: Só há possibilidade pedir a redibição se não há como resolver o defeito e pedir o abatimento.  Essa é uma ideia minoritária. Não haveria uma correlação entre o dano e a necessidade de troca. 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato ( art. 441 ), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
 
· REDIBITÓRIA 
O prejudicado devolve o bem e recebe seu dinheiro de volta. 
· ESTIMATÓRIA 
O prejudicado fica com o bem e é estimado o valor do prejuízo dele para que seja deduzido do valor pago. 
PRAZOS DECADENCIAIS
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Não é necessário que o quem deu a coisa saiba do defeito, de qualquer jeito ele terá que ressarcir. Mas, se sabia, pagara perdas e danos pelo dolo omissivo.
Ainda que os prazos processuais só contem em dias uteis, esse prazo decadencial é material logo é uma contagem corrida.
· 1º CASO: SE O ADQUIRENTE NÃO ESTAVA NA POSSE DO BEM (Art 445 primeira parte)
Aqui, o vício é de fácil constatação, embora oculto; embora nessa primeira parte o adquirente não tenha a posse do bem.
Se for móvel, conta 30 dias a partir da entrega efetiva. Se for imóvel, oprazo é de 1 ano
	NATUREZA DO BEM
	PRAZO PARA PROPOR AÇÃO
	CONTAGEM DECADÊNCIA
	MÓVEL 
	30 dias
	Entrega efetiva 
	IMÓVEL 
	1 ano
	Entrega efetiva 
· 2º CASO: O ADQUIRENTE JÁ ESTAVA NA POSSE DO BEM (Art 445 parte final)
	NATUREZA DO BEM
	PRAZO PARA PROPOR AÇÃO
	CONTAGEM DECADÊNCIA
	MÓVEL 
	15 dias 
	Alienação 
	IMÓVEL 
	6 meses
	Alienação
· 3º CASO: DEFEITOS QUE SÓ PODEM SER CONSTATADOS FUTURAMENTE (Art 445 §1º)
Situações em que o sujeito só vai perceber o vício mais tarde, como, por exemplo, quando se compra uma máquina que precisa ser instalada, o defeito só será percebido quando a máquina for instalada. 
No caso do bem ser móvel e o problema só ocorre mais adiante 🡪 Nessa situação, não dá pra dizer que dá pra constatar o vicio imediato porque vai haver um lapso temporal entre o momento em que a coisa é entre à pessoa e o momento em que ela vai utilizar essa coisa. (O grande detalhe aqui é que como eu não vou poder estender essa garantia ao infinito, a lei estabeleceu um limite para o surgimento do problema. Cria-se um lapso temporal para que o problema possa se manifestar). 
	NATUREZA DO BEM
	PRAZO PARA SURGIMENTO DO VICIO
	CONTAGEM DA DECADÊNCIA
	PRAZO PARA PROPOR AÇÃO
	MÓVEL 
	180 dias
	Ciência do vício 
	30 dias
	IMÓVEL 
	1 ano
	Ciência do vício 
	1 ano 
· 4º CASO: SEMOVENTES (Art 445 §2º)
Em relação aos animais aplicam-se os 180 dias do prazo para surgimento do vício e o prazo para ação são 30 dias (bem móvel do 3º caso). 
Essa lei especial que o código fala não existe. 
OBS.: aqui não estamos falando de prazo processual, e sim de direito material!!! Por isso que os dias uteis não são “importantes” para a contagem. Se o final do prazo cair num domingo, por exemplo, a ação tem que ser proposta até a sexta-feira antes do domingo. 
OBS.: prazo decadencial não é prorrogável!!!
EVICÇÃO 
IDEIAS INICIAIS
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Ocorre normalmente na compra e venda. É quando quem transfere o bem não tem legitimidade para isso, quem recebeu esse bem vai ser evictado, e vai invalidar o NJ, podendo quem teve seu bem evictado pedir perdas e danos (por quem vendeu). 
EVICTOR: PROPRIETÁRIO DO BEM 
EVICTO: QUEM PERDE O BEM 
TERCEIRO ALIENANTE: QUEM VENDE E NÃO PODE VENDER
E evicção é uma consequência do direito da propriedade do evictor → DIREITO DE SEQUELA: Tomar a coisa de quem esteja com ela de maneira injusta. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
EVICTO
Se eu comprei e não sabia que quem vendia não era o dono, eu posso pedir indenização também de quem me vendeu. Perceba que quem me vendeu vai poder ser processado pelo evictor e pelo evicto. 
Essa perda pode ser:
· Declarada pelo juiz 
· Em decisão administrativa. Exemplo: quando o Estado toma o bem porque o bem era produto de contrabando. No caso a pessoa compra a mercadoria e a secretaria da fazenda toma o bem.
Porem, observe que essa perda do bem pode ser parcial. Exemplo: alguém me vendo 100 tarefas de uma fazenda, mas, quem me vendeu só é dono de 80 tarefas. Assim, o dono dos 20% tem a opção de:
· INVALIDAR O CONTRATO 
· PEDIR RESSARCIMENTO POR AQUELA PARTE (art 455)
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Mas, se na situação das tarefas fosse algo como 2% do terreno, só terá a opção de ressarcir, não vai poder anular o NJ. Mas, essa análise é quantitativa e também de maneira qualitativa. Se esses 2% fosse onde esta a açude da fazenda, a pessoa vai ter a opção de invalidar o contrato. 
EXCEÇÃO
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
Se há um leilão em que eu coloco algo móvel a venda, se essa coisa móvel é colocada a venda e é vendida. A regra geral é que sendo ela vendida, o adquirente de boa fé se tornara proprietário ainda que quem transferiu não seja proprietário. É diferente se fosse um bem imóvel, que pode se procurar saber quem é o dono, num bem móvel não se tem esse controle. Nessa situação, é uma EXCEÇÃO A REGRA GERAL, ela não se aplica se tinha como se verificar que quem vende o carro é o real proprietário. Exemplo: se eu compro um carro, eu posso verificar no Detran quem é  proprietário, mesmo sendo vendido em hasta publica, tem como analisar (boa fé) quem é o dono. Assim, eu posso perder esse bem porque eu fui displicente em perceber que aquele não era o proprietário. 
Mas, se por exemplo, eu tivesse comprando moveis no leilão, eu não tinha como saber quem era o real proprietário,  assim, como comprei em hasta publica, esse bem não poderá ser evictado. 
ALEXANDRE CÂMARA: Uma vez que há o leilão, e surge o arrematante (quem compra no leilão) de um som que foi leiloado porque o juiz mandou que vendesse para que eu pagasse meu credor. Quem comprou, deposita um valor judicialmente e paga a quem eu devia. Assim, resolve-se a obrigação. Mas, depois se descobre que o som não era meu, era  de uma empresa, como fica essa situação? Como haverá a devolução do bem? Alexandre vai dizer que deve se cobrar isso de quem era o suposto dono, no caso eu, porque eu me beneficiei da exclusão da dívida, eu permiti algo que não era meu fosse executado, enganando quem comprou e meu credor que recebeu de quem comprou. Se eu não tiver condição de pagar, ele entende que o executado será o credor, já que ele foi beneficiado. 
CRISTIANO CHAVES: Entende que o Estado deveria arcar se por acaso nem eu e nem meu credor pudéssemos pagar. VICENTE NÃO CONCORDA. 
EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE NA EVICÇÃO 
As partes podem excluir a garantia da evicção a depender dos interesses envolvidos. Se nada for estabelecido, a regra geral é que poderá haver a evicção.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Por força da relação entre economia e direito, as partes podem acordar que se o sujeito perder o imóvel numa evicção, ele da uma garantia a mais. Exemplo: eu quero comprar de Raphael uma fazenda, mas, digo a ele que estou com medo de comprar pois sei que há uma discussão de quem é o bem, assim, eu posso garantir a Raphael que caso ele venha a ter o bem evictado, eu dobro o valor da indenização. Essa indenização eu já pagaria de qualquer jeito por conta da evicção. 
Mas perceba que eu também posso acordar que pagarei menos na indenização caso o bem venha a ser evictado. Como por exemplo numa situação que o sujeito vende o bem por um valor mais barato justamente por essa discussão da propriedade, e assim, AS PARTES ACORDAM que caso o bem seja evictado ele pagara um valor menor. 
Inclusive, as partes podem ainda estabelecer que caso o bem venha a ser evictado, não haverá pagamento de NADA, nem do valor do bem e nem indenização. 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Isso só pode ocorrer em contratos empresariais e contratos cíveis onde há PARIDADE entre as partes. Ambas tem que estar ciente do risco  e ASSUMIR O RISCO. 
A cláusula é invalida se o comprador não soube o risco da evicção ou não assumiu ele. Se não há EXPRESSA concordância da cláusula será apenas uma clausula de estilo (esta no contrato mas não vincula as partes). A clausula esta la, mas nela tem que estar escrito que o comprador CONCORDA com ela, sendo que esse risco que a pessoa esta correndo esta la expresso
REQUISITOS PARA CONFIGURAR A EVICÇÃO. 
·PERDA TOTAL OU PARCIAL. Se parcial, analisar o quanto e o que foi perdido. 
· AQUISIÇÃO ONEROSA OU DOAÇÃO COM ENCARGO 
· DESCONHECIMENTO QUE A COISA ERA ALHEIA E QUE HAVIA LITIGIO 
(Se sabia, a venda não é nula, ela é ineficaz. Pois, é um vício sanável com convalidação, se por exemplo o alienante compra do dono original a coisa, a venda que ele veio a me fazer estará convalidada)
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
OBS: Não importa se o evictor sabia ou não que o bem era dele. Exemplo: encontro o livro em minha casa mas o livro não era meu, não importa se eu sabia, mas pra quem compra importa saber se o livro era meu ou não pra vender. Eu vendi de boa fé, mas, o bem poderá ser evictado.  Mas, se o livro nota que o livro tem o nome de outra pessoa, e mesmo assim compra, ela não poderá alegar a evicção. 
DIREITOS DO EVICTO
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
EFEITOS DO CONTRATO EM RELAÇÃO A TERCEIROS
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO: 
Há uma relação entre 
· O ESTIPULANTE →Quem estipula
· PROMITENTE → Quem promete 
· BENEFICIÁRIO →Não participa da relação contratual, mas pode ser beneficiado 
MARIA HELENA DINIZ: É um contrato estabelecido entre duas pessoas onde o estipulante combina com o promitente vantagem patrimonial em proveito de terceiro beneficiário 
Exemplo: Seguro de vida. 
Seção III
Da Estipulação em Favor de Terceiro
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 .
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
REGRAS GERAIS
1. O estipulante pode indicar qualquer pessoa como beneficiário. E pode modificar o beneficiário → DIRETO POTESTATIVO 
O terceiro não tem legitimidade para definir regras contratuais. NÃO CRIA DIREITO SUBJETIVO, apesar de estar como beneficiário. 
EXCEÇÃO A ESSA REGRA: Se o estipulante colocar que o beneficiário pode interferir na relação. Exemplo: doação com encargo, e quem doa diz que a parte da renda da doação seja destinado ao meus sobrinha (beneficiário), mas, eu posso mudar para que não seja mais pro meu sobrinho e sim para uma instituição. Mas, se eu tiver permitido que meu sobrinho pudesse cobrar o cumprimento (execução) do contrato, eu não mais poderia alterar o beneficiário. A partir do momento que eu PERMITO COBRANÇA DA EXECUÇÃO eu gero expectativas legitimas e → gero um direito subjetivo e assim, não posso mais perdoar o devedor sem a concordância do beneficiário. 
2. O beneficiário pode recusar ser beneficiário. 
3. Como o contrato é firmado entre o estipulante e o promitente, o beneficiário não é necessário aferir capacidade sobre ele. E comumente esse beneficiário é incapaz, como, por exemplo, quando os pais colocam seus filhos como beneficiários do seu seguro de vida. Os contratantes não são as crianças, e sim os pais. 
EXCEÇÃO A ISSO: Art 793 → Concubinato. 
Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato.
O direito brasileiro não ira proteger o “amante.” Mas, o companheiro será protegido. 
Se eu for casado e não estiver separado de fato, eu não posso estabelecer ao meu concubino como beneficiário. 
4. Não pode haver uma obrigação ao beneficiário, se não, perderia a ideia de beneficiário.
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
Uma pessoa promete que um terceiro praticara um determinado ato.
Aquele que promete se responsabiliza pelo cumprimento do ato do terceiro.
Quem promete não tem vinculo contratual com a pessoa que eventualmente praticaria ao ato.
 
Essa situação é pouco usual. 
Seção IV
Da Promessa de Fato de Terceiro
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
NÃO CONFUNDIR COM REPRESENTAÇÃO: O representado não pode se furtar de cumprir o que o representante estabelece. Mas, se extrapolo os poderes que me foram deferidos, serei responsabilizada. 
QUEM PROMETE SE ISENTA DA RESPONSABILIDADE (439, paragrafo único) → Se eu faço a promessa envolvendo meu cônjuge/companheiro, e a promessa não é cumprida, e o regime da união estável/casamento for de comunhão total de bens, eu não serei responsabilizado. Pois, no momento que eu meu patrimônio fosse atingido, o cônjuge também seria atingido e isso não seria justo porque quem prometeu fui eu, e isso atingiria meu cônjuge. 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Situação em que alguém contrata com outrem, indicando que ela não será a pessoa a firmar o contrato. Haverá uma alteração subjetiva naquele NJ, o contrato já nasce com uma perspectiva de modificação do polo contratual (NÃO DO CONTEÚDO). 
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
EXEMPLO: Eu quero comprar um imóvel mas não quero me expor na negociação por algum motivo, então, eu peço a uma pessoa próxima que celebre a base do contrato, o contrato preliminar, e, essa pessoa já indique que uma nova pessoa celebrará o contrato definitivo. 
ESSA SITUAÇÃO É RELACIONADA COM O CONTRATO PRELIMINAR. Lembrando que o contrato preliminar não é um contrato, é uma obrigação de firmar um contrato definitivo em momento futuro.
PRAZO: Essa indicação deve ser feito no prazo de 5 dias, se outro prazo não for acordado. Esse prazo é decadencial (ate porque os prescricionais só estão no cc no art 205 e 206). 
Se eu indico quem assumira o contrato, haverá um efeito retroativo, sendo essa pessoa atingida desde o momento em que eu celebrei. 
SITUAÇÃO EM QUE QUEM CELEBRAO CONTRATO PRELIMINAR NÃO SERÁ LIBERADO:
· SE NÃO HÁ A NOMEAÇÃO/HÁ UM PROBLEMA NELA (art. 470) → O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários. Quem contratou de maneira preliminar será responsabilizado. Tem que haver muita confiança entre quem contrata originalmente e quem assumirá. 
· SE A PESSOA NOMEADA É INSOLVENTE NO MOMENTO DA NOMEAÇÃO (ART 471).
NÃO CONFUNDIR COM CESSÃO DE POSIÇÃO CONTRATUAL: Aqui, o contrato já nasce com a perspectiva de modificação, nessa situação da cessão não há essa ideia desde a origem.
Efeitos do contrato que extrapolam os contratantes: CDC
PROTEÇÕES AMPLIADAS
SITUAÇÕES ATINGIDAS:
1. TODOS QUE PARTICIPAM DA RELAÇÃO DE CONSUMO SE RESPONSABILIZAM → Consumidor que não firmou o contrato com uma parte, mas independentemente de não ter firmado esse contrato com essa parte ele pode pedir sua proteção contra essa. Exemplo: compro um notebook nas americanas e o produto dá defeito. E posso acionar tanto as americanas (responsabilidade tradicional – consumidor processando o contratante), quanto a marca que produziu o notebook.
Perceba que não contratei com a marca que produziu o computador e sim, com as Americanas, mas, aqui eu posso acionar devido à responsabilidade OBJETIVA e SOLIDARIA.
2. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO → A pessoa não é consumidora mas será beneficiada por ser vítima de uma relação de consumo.

Outros materiais