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DISCIPLINA DE ANATOMIA I PROFESSORES ODALÍCIO SIQUEIRA, RAFAEL RODRIGUES e REGINA CAUDURO AO ESTUDANTE DE MEDICINA “NOVIÇO” (CALOURO) A instrução médica é apenas uma parcela da educação médica; esta é essencialmente uma autoeducação, pois também aqui se aplica o princípio de que “cada Homem consciente é, antes de tudo, ainda que orientado, o resultado do que fez, ele mesmo para si próprio”. Importa mais a atitude que o êxito; mais o que se pretende ao que se consegue, porque o que se pretende e a atitude depende de nós, muito mais que o próprio êxito. Vocação médica envolve um complexo imponderável de atributos, componentes de uma particular motivação interior, que é a busca e a pergunta a si mesmo sobre o que deseja ser; é possuir a denominada atitude caritativa, quem a sente e a adota, não vive para si e para os outros, mais do que isso, nas palavras do psicólogo, “vive em si e nos demais”, cujas alegrias e tristezas passam a estruturar as próprias. Motivação interior que completa e ultrapassa (e vem antes) a motivação exterior que é vegetativa e digestiva da simples aplicação prática. A atmosfera dos estudos médicos deve ser de liberdade intelectual, como todo estudo; mas de liberdade disciplinada pelo respeito mútuo, porque todos os atos universitários se caracterizam pela liberdade e disciplina individuais que se encerram. O estudo médico é um compromisso que parte do âmbito individual e alcança o meio social. Por isso, a medicina deve visar mais a pessoa que a doença, baseado no postulado que a “saúde é função e força social”. Em outras palavras, a medicina não anula ou não esquece no doente à pessoa e sim antepõe essa à doença, pois o doente não é mera unidade estatística, mas inclui um mundo afetivo. A medicina humana, pois, não é fria medicina experimental, mas sendo humana, é ao mesmo tempo individual, familiar, social e universal. A vida do médico, como toda vida útil e boa, deve ser guiada pelo conhecimento, mas inspirada no amor; do contrário, será o médico um Homem tecnicamente evoluído, mas espiritualmente atrofiado. A cultura exclusivamente científica não satisfaz e incute o pavor. É natural nos bem formados, indagar sobre as relações de conhecimento com problemas da vida integral, que culmina no drama da morte, experiência a que estamos todos subordinados e pela qual passamos uma só vez, de modo irreversível. O futuro médico deve ser honesto, mas também competente; porque a ignorância de hoje favorece a desonestidade de amanhã. O ser honesto em medicina requer também competência, cuja falta é muitas vezes causa de desonestidade, ainda quando, os incultos não percebam suas responsabilidades e incompetência. Pelo fato de ser um estudante, não se exime de suas responsabilidades de Homem, lembrando que o renome e prestígio de uma Faculdade dependem também dos alunos e ex- alunos, na sua atuação e competência. O próprio erro deve ser visto como desafio para aceitá-lo e vencê-lo. Medicina é provação, renúncia, serenidade, bondade, tolerância, compreensão, competência, honestidade e respeito à vida humana, física e espiritual, mas requer ainda sensibilidade moral e social. Semanticamente a profissão envolve o “físico (natureza a conhecer), o médico (medicar, curar) e o doutor (ensinar)”. A formação da personalidade médica ciente e consciente principia no estudo anatômico, no cadáver indigente, do abandonado, sem lar, que nada teve e tudo dá no anonimato, e se completa no vivo doente e humilde; plasma-se assim, na morte e no sofrimento de indivíduos unidos, antes e depois da morte, na fraternidade da Família Humana. Morto ou doente, traduzindo o profundo significado espiritual e humano da Medicina, fundamentado numa filosofia moral mais sentida que codificada. Esperamos que cada aluno, futuro médico, perceba e compreenda intimamente o severo compromisso que assumiu para consigo mesmo, seus familiares, a sociedade e a própria humanidade. Se assim for, não haverá decepções de sua e de nossa parte. Texto do Prof. Dr. Renato Locchi (1961) INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA A etimologia da palavra anatomia tem origem grega: ana (corpo), tomé (cortar). Dissecar é seu correspondente em latim: dis (em partes), secare (cortar). O conhecimento da Anatomia é obtido de diversas maneiras como: dissecação, exames de imagens, palpação, anatomia de superfície, observações de peças e cadáveres dissecados e, em alguns casos modelos artificiais. Contudo, devemos lembrar que a morte, junto aos fixadores (formaldeído ou glicerina), modifica em maior ou menor proporção a aparência normal dos órgãos. Fato relevante, pois no estudo da Anatomia, os materiais confeccionados pelo homem, que simbolizam de maneira didática o corpo humano (como por exemplo, os modelos plásticos de ossos, articulações, vísceras e etc.), devem apenas ter o caráter de complemento didático, e não ser utilizado como a base total do aprendizado, levando em consideração que o cadáver já apresenta alterações estruturais em relação ao vivente. Os modelos plásticos não exaltam de maneira fidedigna o corpo humano. Como ciência, a Anatomia é a área que estuda a constituição e desenvolvimento dos seres organizados, ou de maneira ampla, tratada como uma ciência morfológica (morfo – forma, logia - estudo), relacionando a forma estrutural com a função. Atualmente, a microscopia é estudada por disciplinas específicas (Biologia Celular e a Histologia), que se originaram da Anatomia. A macroscopia se tornou um sinônimo da Anatomia nos cursos da Saúde. Para o estudo morfológico do corpo humano, o material utilizado é o cadáver ou as peças cadavéricas. Esse material merece todo nosso respeito e cuidado, sendo insubstituível e de grande valia para o aprendizado da Anatomia. Carl von Roktanski (1804-1878), médico e estudioso da anatomia patológica, dissector obsessivo da época, chegando a uma marca histórica de 60.000 necropsias, deixou-nos uma das máximas da anatomia: a meditação ao cadáver desconhecido. AO CADÁVER DESCONHECIDO: “Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que esse corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi amado e sentiu saudades de outros que partiram, esperou um amanhã feliz, e agora jaz na fria lousa, sem que por ele se derramasse uma lágrima si quer, sem que houvesse uma só prece, seu nome só Deus o sabe, mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente.” Carl von Roktanski (1804-1878) Devido ao conceito amplo da Anatomia, o ser organizado pode ser estudado empregando diversos métodos, tais como: Anatomia sistêmica ou descritiva: estuda as estruturas que contribuem para a formação dos sistemas orgânicos. Anatomia topográfica ou regional: estuda as estruturas situadas em uma determinada região do corpo, englobando diferentes sistemas. A riqueza de informações permite o estudante relacionar os diversos sistemas encontrados em cada região. Essas informações são valiosas para o exame físico (inspeção e palpação) e aplicações cirúrgicas. O método de estudo utilizado é a dissecção. Anatomia da imagem: estuda as estruturas por meio de exames de imagem (radiografia, ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética). Esse conhecimento é importante para interpretação dos exames complementares, que servem como subsídios para o diagnóstico. Anatomia de superfície: procura identificar as estruturas anatômicas localizadas abaixo da pele. Importante para o exame físico do paciente: identificação de pulso arterial, trajeto das veias e nervos, localização de estruturas musculoesqueléticas e vísceras. Os recursos utilizados são: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Anatomia do desenvolvimento:estuda a constituição do ser organizado nas diversas fases do desenvolvimento, apresentando as características anatômicas de cada período. Anatomia clínica: relaciona as estruturas anatômicas com aplicações clínicas, preparando o estudante para estabelecer uma analogia dos processos fisiopatológicos das doenças com os aspectos anatômicos. CONCEITO DE NORMAL, VARIAÇÃO ANATÔMICA, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE O conceito de normal em anatomia significa uma constância da forma, posição, relação e frequência de estruturas corpóreas (exemplo: o pulmão direito normalmente apresenta três lobos: superior, médio e inferior). Convém ressaltar que o termo normal é empregado pelos profissionais da saúde, referindo-se ao indivíduo sem doença. Diferenças morfológicas são encontradas entre os organismos de uma forma geral e as alterações das estruturas corpóreas normais podem, ou não acarretar prejuízos funcionais. Sendo assim, a variação anatômica é uma alteração do padrão normal, que não acarreta prejuízo funcional (e.g: aproximadamente 1% da população apresenta uma variação do pulmão direito, este se encontra dividido em quatro lobos, tendo o acréscimo do lobo ázigo, resultado da curva que a veia ázigo faz sobre o ápice do pulmão e não sobre o hilo pulmonar). Alguns fatores estão relacionados com as variações anatômicas: idade (anatomia do desenvolvimento); dimorfismo sexual (a quantidade de gordura subcutânea se acumula em regiões distintas nos gêneros); etnia (o comprimento da medula espinal nos afrodescendentes é maior em comparação com a dos caucasianos) e biótipo (são diferenças físicas, geralmente hereditárias, que podem ser alteradas por fatores ambientais). Os biótipos são classificados em: Longilíneo: apresenta pescoço longo, tórax estreito e predominante sobre o abdome, membros delgados e compridos; Brevelíneo: pescoço curto, tórax largo, sendo menor que o abdome, e membros grossos e curtos; Mediolíneo: apresenta características intermediárias entre os dois tipos anteriores. As alterações do padrão normal que causam prejuízo à função, no entanto compatíveis com a vida, são denominadas de anomalias. Exemplos: a fenda palatina, resultado do desenvolvimento inadequado do palato ósseo (não ocorrendo fusão entre as maxilas e os ossos palatinos); a ausência dos membros (amelia). As monstruosidades são alterações do padrão normal tornando o organismo incompatível com a vida ou apenas com sobrevida. Exemplos: anencefalia (ausência do cérebro), ciclopia (as vesículas ópticas se fundem), o recém-nascido apresenta apenas um olho. O campo de estudo das monstruosidades é denominado de Teratologia (do grego terato – monstro). DIVISÃO DO CORPO HUMANO O corpo humano pode ser dividido em regiões, facilitando a localização dos órgãos, descrições de ferimentos e aparelhos acoplados ao corpo. Cabeça: dividida em áreas relacionadas com a proteção do encéfalo: fronte (parte anterior), área occipital (parte posterior), área temporal (lateralmente); áreas relacionadas com a face: olhos, bochechas, nariz, boca e mento (queixo); e região das orelhas; Pescoço: sua parte anterolateral é dividida em trígonos e, a parte posterior é referida como nuca (região nucal); Tronco: relativo à grande área corpórea, dividida em: tórax (peito, parte compreendida entre o pescoço e o abdome), abdome (parte entre o tórax e a pelve), pelve (porção inferior ao abdome, transição entre tronco e membros inferiores), períneo (área inferior à pelve, entre as coxas) e dorso (região posterior do tronco entre o pescoço e as nádegas); Membros superiores: divido em raiz e parte livre. A raiz é a região fixada ao tronco, representada pelo ombro e axila. A parte livre é representada pelo braço, cotovelo, antebraço, punho e mão. A mão é dividida em carpo, metacarpo e dedos (artelhos, nas mãos são denominados de quirodáctilos – quiro: mão, dactilo: dedo). A palma da mão (ou região volar) é subdividia em regiões tenar e hipotenar (áreas lateral e medial da palma da mão, respectivamente), a parte posterior da mão é denominada de dorso; Membros inferiores: também dividido em raiz e parte livre. A raiz compreende a articulação do quadril e as nádegas. A parte livre é representada pela coxa, joelho, perna (sura ou crura), tornozelo e pé. O pé é dividido em tarso, metatarso e dedos (artelhos, nos pés são denominados de pododáctilos – podo: pé, dactilo: dedo). A planta do pé está em contato com o solo e o dorso é a parte superior; Além dessa divisão, encontramos no corpo humano cavidades, sendo: craniana, torácica e a abdominopélvica (cavidade abdominal e pélvica). A tabela -1 ilustra sinteticamente o conteúdo das cavidades. Tabela 1 - Cavidades do corpo humano CAVIDADE CONTEÚDO Craniana Encéfalo, nervos cranianos, vasos sanguíneos, meninges e líquido cerebrospinal. Torácica Pulmões, pleuras, coração, pericárdio, vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos, nervos, traqueia, esôfago e timo. Abdominal Esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso, pâncreas, fígado, vesícula biliar, baço, vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos, rim e ureter. Pélvica Ureter, bexiga urinária, uretra, órgãos genitais masculinos e femininos internos e parte do intestino grosso. POSIÇÃO FUNDAMENTAL PARA ESTUDO E DESCRIÇÃO E TERMINOLOGIA ANATÔMICA (POSIÇÃO ANATÔMICA) A posição fundamental para estudo e descrição é a posição anatômica. É utilizada universalmente para a descrição das estruturas no cadáver e no vivente e é caracterizada como: • Indivíduo em posição ortostática com o tronco ereto; • Cabeça voltada anteriormente com o olhar dirigido para o horizonte (plano órbito-meático ou plano de Frankfurt, linha imaginária traçada abaixo da margem infra orbital até a margem superior do meato acústico externo); • Membros superiores pendentes lateralmente ao tronco, com as palmas das mãos voltadas anteriormente; • Membros inferiores justapostos, com os dedos dos pés voltados anteriormente. Para normatizar o estudo é necessária, além da posição anatômica, a utilização de uma terminologia universal. A terminologia anatômica padroniza os termos utilizados para a descrição de todas as estruturas corpóreas. O idioma oficial é o latim, e sua tradução é permitida. Cerca de 5000 termos são empregados. Os termos contêm informações que auxiliam a memorização, podendo indicar a forma (martelo, bigorna e estribo), localização (músculo tibial anterior, tuba auditiva, tuba uterina), função (músculo flexor longo dos dedos), ou critérios mistos (forma e localização – músculo orbicular do olho, músculo orbicular da boca). A utilização de epônimos (nomes de pessoas) foi abolida, não se utiliza termos como: tendão de Aquiles, ângulo de Louis, trompa de Eustáquio, e sim: tendão do calcâneo, ângulo do esterno, tuba auditiva, respectivamente. Entretanto, clinicamente os epônimos ainda são utilizados, para as estruturas corpóreas, instrumentais e técnicas de tratamento ou operatórias. PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO Tendo como referência a posição anatômica, tangenciam-se à superfície corpórea, planos que demarcam o corpo ou parte desse, esses planos são denominados planos de delimitação. Encontramos seis planos: quatro verticais e dois horizontais. Os planos verticais são: Plano anterior, tangente à parte anterior do corpo. Plano posterior, tangente à parte posterior do corpo. Plano lateral direito e plano lateral esquerdo,tangentes às partes laterais do corpo. Os planos horizontais são: Plano superior e plano inferior tangentes à parte superior e inferior do corpo, respectivamente. PLANOS DE SECÇÃO DO CORPO HUMANO Os planos de secção (ou de corte) dividem o corpo humano e são paralelos aos planos de delimitação. São quatro os planos de secção: dois planos sagitais, um plano horizontal e um plano frontal. Os planos sagitais, divididos em: plano sagital mediano e planosagital paramediano. O plano sagital mediano é paralelo aos planos laterais de delimitação, divide o corpo humano ao meio, em duas metades semelhantes (direita e esquerda). O plano sagital paramediano é paralelo ao plano sagital mediano, dividindo o corpo em metades distintas. Os cortes sagitais paramedianos se estendem do plano sagital mediano até o plano lateral (direito ou esquerdo). O plano horizontal (transversal ou axial) é paralelo aos planos superior e inferior de delimitação, divide o corpo humano em partes superior e inferior. Os cortes horizontais se estendem entre os planos superior e inferior. O plano frontal (coronal) é paralelo aos planos anterior e posterior de delimitação, dividindo o corpo humano em partes anterior e posterior. Os cortes frontais se estendem entre os planos anterior e posterior. EIXOS DO CORPO HUMANO Os eixos do corpo humano são linhas imaginárias que ligam os planos de delimitação. Quando esses eixos atravessam uma articulação permitem movimentos específicos. Podemos dividir os eixos em duas categorias: eixo homopolar (que tocam pontos correspondentes no corpo), denominado de eixo transversal; e eixos heteropolares (que tocam pontos distintos no corpo), representados pelos eixos longitudinal e sagital. O eixo transversal (látero-lateral) se estende entre os planos laterais direito e esquerdo. Esse eixo permite movimentos de flexão e extensão. O eixo longitudinal (súpero-inferior) é o maior eixo do corpo, estende-se do plano superior ao plano inferior. Permite movimentos de rotações medial e lateral. O eixo sagital (anteroposterior) se estende entre os planos anterior e posterior. Esse eixo permite os movimentos de abdução e adução. TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO DO CORPO HUMANO A localização, descrição e a relação que um órgão tem com o outro (sintopia) é descrita por meio de termos padronizados. Podemos analisar a distribuição de órgãos, suas partes ou relações nos três eixos (sentidos). Para cada sentido utilizamos termos específicos: Estruturas medianas são aquelas situadas sob o plano de secção sagital mediano. Exemplo: o esterno, as vértebras, a traqueia, o nariz, a sínfise púbica são estruturas localizadas sob o plano sagital mediano. No eixo transversal, podemos observar e comparar as estruturas utilizando os termos: medial, intermédio e lateral. Medial: é a estrutura mais próxima do plano sagital mediano (consequentemente mais afastada do plano lateral). Lateral: é a estrutura mais próxima do plano lateral (consequentemente mais afastada do plano sagital mediano). Intermédio: é a estrutura que está posicionada entre uma lateral e outra medial (esse termo só é utilizado quando comparamos três estruturas). Exemplo: na região anterior da coxa temos o feixe vasculonervoso (composto por uma artéria, uma veia e um nervo). O nervo femoral é lateral (mais próximo do plano lateral), a veia femoral é medial (mais próxima do plano sagital mediano) e a artéria ocupa a posição intermédia (está entre o nervo e a veia); no tarso (pé), os ossos cuneiformes estão dispostos no eixo transversal, denominados de cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral. No eixo sagital, podemos observar e comparar as estruturas utilizando termos: anterior, médio e posterior. Anterior: é a estrutura que está mais próxima do plano anterior (consequentemente mais distante do plano posterior). Posterior: é a estrutura que está mais próxima do plano posterior (consequentemente mais distante do plano anterior). Médio: é a estrutura que está posicionada entre uma anterior e outra posterior (esse termo só é utilizado quando comparamos três estruturas). Exemplos: se compararmos o osso esterno, o coração e a coluna vertebral, teremos: o esterno é anterior (mais próximo do plano anterior), a coluna vertebral é posterior (mais próxima do plano posterior) e o coração ocupa a posição média (entre o esterno e a coluna vertebral); se observarmos a bexiga, o útero e o reto, teremos a seguinte relação: a bexiga é anterior, o reto posterior e o útero médio. Para o eixo longitudinal utilizamos termos específicos para a cabeça, pescoço e tronco (superior, médio e inferior); e termos específicos para os membros superiores e inferiores (proximal, médio e distal). Superior: é a estrutura que está mais próxima do plano superior (consequentemente mais distante do plano inferior). Para estruturas encontradas na cabeça, pescoço e tronco o sinônimo utilizado para superior é cranial. Inferior: é a estrutura que está mais próxima do plano inferior (consequentemente mais distante do plano superior). Para estruturas encontradas na cabeça, pescoço e tronco o sinônimo utilizado para inferior é caudal. Média: é a estrutura que está posicionada entre uma superior e outra inferior (esse termo só é utilizado quando comparamos três estruturas). Exemplo: três projeções ósseas são encontradas na cavidade nasal, denominadas de conchas nasais superior, média e inferior. O pulmão direito é dividido em três lobos (partes), o lobo superior, lobo médio e lobo inferior. Proximal: é a estrutura que está mais próxima da raiz (ombro para os membros superiores e quadril para os membros inferiores). Distal: é a estrutura que está mais distante da raiz dos membros. Médio: é a estrutura posicionada entre uma proximal e outra distal. E.g: as falanges estão dispostas no eixo longitudinal, por serem ossos pertencentes aos membros, são denominadas de falanges proximal, média e distal; se compararmos o cotovelo, o antebraço e a mão teremos: o cotovelo proximal (mais próximo da raiz), a mão distal (mais distante da raiz) e o antebraço em posição média. Termos especiais, não associados aos eixos do corpo humano, são utilizados para descrição: Superficial: são estruturas mais próximas à superfície do corpo humano (acima da fáscia muscular). Exemplo: a veia cefálica é uma veia superficial do membro superior. Profundo: é empregado para estruturas que estão localizadas mais distantes da superfície corpórea (abaixo da fáscia muscular). Exemplo: a veia braquial é uma veia profunda do braço. Interno: designado para uma estrutura localizada dentro de uma cavidade ou, a parte de um órgão voltada para o interior desta cavidade (e.g: o músculo papilar do coração está localizado na parte interna dos ventrículos; a face interna da costela está voltada para o conteúdo da cavidade torácica). Externo: utilizado para as estruturas localizadas fora de uma cavidade ou, a parte do órgão voltada para o exterior desta cavidade (e.g: o epicárdio é a camada externa do coração; a face externa da costela está em contato com os músculos do tórax). Para estruturas do sistema digestório, podem ser utilizados termos como oral ou aboral, próximo ou distante da boca, respectivamente. No embrião o temo rostral é utilizado para indicar as estruturas que estão próximas à extremidade frontal (correspondente à região esternal, e nos estágios pós-embrionários é representado pela boca e nariz). No sistema circulatório, utilizam-se termos como montante de um vaso (parte de origem do vaso) e jusante de um vaso (parte terminal do vaso). Com as informações básicas deste capítulo podemos dar início ao estudo da anatomia propriamente dita. OSTEOLOGIA (estudo dos ossos) Ossos são estruturas esbranquiçadas do nosso corpo. São rígidos (característica conferida pela substância óssea compacta), e flexíveis (conferido pela substância óssea esponjosa). Os ossos são vascularizados, o sangue transporta uma grande quantidade de cálcio para o osso (o que o difere da cartilagem), tornando-o calcificado (mineralizado). Os ossos são revestidos internamente e externamente por membranas de tecido conjuntivo, especializadas, denominadas respectivamente de endósteo e periósteo. Essas membranas participam de diversas funções, que veremos posteriormente. Uma das funções é conferir sensibilidade. Oconjunto de ossos e cartilagens unidos (articulados) forma o esqueleto. O esqueleto possui diversas funções, entre elas: - proteção de órgãos vitais; - sustentação do corpo; - armazenamento de íons como cálcio e fósforo; - atua como alavancas, movimentada pelos músculos, deslocando segmentos do corpo; - hematocitopoiese, formação de células do sangue, por meio da medula óssea (vermelha). DIVISÃO DO ESQUELETO O esqueleto humano adulto é formado em média por 206 ossos. Didaticamente o esqueleto é dividido em: esqueleto axial e esqueleto apendicular. O esqueleto axial (do latim axis = eixo) é formado pelos ossos que estão no eixo do corpo. São eles: ossos do crânio (28 ossos); ossos da coluna vertebral (26 ossos); costelas (24 ossos), esterno (1 osso) e hióide (1 osso). No esqueleto axial totalizamos 80 ossos. O esqueleto apendicular (apêndice, do latim appendix = o que pende), forma o esqueleto dos membros superiores e inferiores. Os ossos dos esqueletos apendiculares superiores são: nos braços - úmero (2), nos antebraços – rádio (2) e ulna (2), nas mãos e dedos – carpo (16), metacarpo (10) e falanges (28). Os ossos dos esqueletos apendiculares inferiores são: nas coxas – fêmur (2), nas pernas – tíbia (2) e fíbula (2), nos joelhos – patelas (2), nos pés e dedos – tarso (14), metatarso (10) e falanges (28). O esqueleto axial é unido com os esqueletos apendiculares pelos cíngulos. Os cíngulos são constituídos por ossos que estabelecem esta ligação, além de outras estruturas como músculos e ligamentos. São eles: o cíngulo do membro superior, formado pelas escápulas (2) e clavículas (2); e o cíngulo do membro inferior, formado pelos ossos do quadril (2). CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Podemos estabelecer critérios para classificar os ossos de acordo com sua forma, levando em consideração suas dimensões (comprimento, largura e espessura). A classificação quanto à forma segue abaixo: - Ossos longos: possuem o comprimento maior que a largura e espessura. Ex: úmero, rádio, ulna, fêmur, metacarpos, falanges. Os ossos longos apresentam características anatômicas específicas. Observa-se nesses ossos duas extremidades, unidas por uma haste central. As extremidades são denominadas de epífises (proximal e distal), e a haste é denominada de diáfise ou corpo do osso. No interior das epífises encontra-se substância óssea esponjosa, enquanto que na diáfise, essa substância é escassa, formando um canal, denominado de canal medular, canal este que abriga a medula óssea. - Ossos curtos: nenhum das dimensões é predominante, o comprimento, a largura e a espessura são semelhantes. Ex: ossos do carpo e do tarso. - Ossos laminares: apresentam o comprimento e largura equivalente e predominante sobre a espessura. Ex: escápula e osso do quadril. - Ossos alongados: possuem o comprimento maior que a largura e espessura, são semelhantes aos ossos longos, porém não possuem canal medular. Ex: clavículas e costelas. Alguns ossos apresentam características particulares, não se encaixando no tipo de classificação quando sua forma. São eles: - Ossos irregulares: apresentam forma complexa, com diversas projeções, não possuindo uma forma geométrica bem definida. Ex: vértebras, maxila, temporal, mandíbula. - Ossos pneumáticos: são ossos que apresentam em seu interior uma cavidade, que é preenchida por ar. Essas cavidades são revestidas por mucosa, recebendo o nome de seios (do latim sinus = bolso). Os ossos pneumáticos são: frontal, maxila, esfenóide, etmóide e temporal. - Ossos sesamóides (do grego sesamen = semente): desenvolvem-se entre tendões e ligamentos. Ex: patela. TIPOS DE SUBSTÂNCIAS ÓSSEAS O tecido ósseo se dispõe de uma maneira particular, para garantir a rigidez e a flexibilidade. Desta forma, os ossos são capazes de suportar forças de tração, compressão e cisalhamento. Esse arranjo é conferido pelas substâncias ósseas que formam os ossos: substância compacta e esponjosa. A substância compacta é externa, o tecido ósseo forma lâminas fortemente unidas, sem deixar espaços (rigidez). Na substância óssea esponjosa, o tecido ósseo se organiza formando espaços entre suas lâminas (criando o aspecto de esponja), garantindo a flexibilidade. Na substância óssea esponjosa encontramos a medula óssea vermelha, produtora das células do sangue. Nos ossos longos a substância óssea esponjosa é predominante no interior das epífises, enquanto que na diáfise predomina a substância compacta. Nos ossos curtos a substância compacta forma a camada externa e, internamente o osso é preenchido por substância esponjosa. Nos ossos laminares do crânio, encontramos duas lâminas de substância óssea compacta (interna e externa), e entre essas lâminas a substância óssea esponjosa, denominada de díploe. MEDULA ÓSSEA A medula óssea pode ser: vermelha (ou rubra), encontrada nas substâncias esponjosas dos ossos, essa medula é produtora das células do sangue; ou amarela (flava), encontrada apenas no canal medular dos ossos longos (no interior da diáfise). CRESCIMENTO ÓSSEO O crescimento do osso ocorre em comprimento e em espessura. Os ossos começam a se formar na vida fetal, primeiramente são moldes de cartilagens. Com a chegada do vaso sanguíneo, esse molde de cartilagem começa a receber cálcio e a se ossificar. No nascimento, durante a infância e até o final da puberdade, os ossos mantêm áreas com cartilagem (formada no embrião). Essa cartilagem é denominada de cartilagem epifisial, que promove o crescimento em comprimento dos ossos. O crescimento em espessura é realizado pelo periósteo. O periósteo é a membrana que reveste a face externa dos ossos. Possui duas lâminas, uma interna e outra externa. A lâmina interna do periósteo é denominada de osteogênica (formadora de osso). As células ósseas criadas pela lâmina interna do periósteo são incorporadas na superfície do osso, provocando seu espessamento. Ocorre uma constante produção e absorção do tecido ósseo, esse estudo é realizado com maiores detalhes na histologia. A lâmina externa, ou fibrosa, do periósteo recebe a fixação dos tendões, os vasos sanguíneos e nervos. OSSIFICAÇÃO No embrião membranas conjuntivas ou modelos de cartilagem dos futuros ossos encontram-se em desenvolvimento. Com a chegada de sangue, esses modelos de cartilagem iniciam o processo denominado de ossificação óssea. O processo de ossificação dos ossos ocorre no início da idade fetal (começo do terceiro mês de gestação). O primeiro osso a iniciar o processo de ossificação é a clavícula. Podemos classificar o processo de ossificação dos ossos em dois tipos: ossificação intramembranácea e ossificação endocondral. - ossificação intramembranácea: denominada desta maneira por surgir no interior de membranas de tecido conjuntivo. Os ossos: frontal, parietal, parte do occipital, temporal, maxila e mandíbula sofrem o processo de ossificação intramembranácea. A região destes ossos que contém o tecido conjuntivo é denominada de centro de ossificação primária e, neste local as células se diferenciam em osteoblastos, que sintetizam o osteóide. No crânio do recém-nascido as regiões de tecido conjuntivo constituem os fontículos (fontanelas). - ossificação endocondral: modelos de cartilagem hialina sofrem esse processo de ossificação, com a chegada dos vasos sanguíneos (centros de ossificações), dividida em duas etapas. A ossificação endocondral é um processo complexo, faremos apenas uma descrição sucinta do assunto. Na primeira etapa os condrócitos (células cartilagíneas) hipertrofiam e sua matriz cartilagínea é reduzida, levando a apoptose. Na segunda etapa ocorre invasão por capilares e células osteoprogenitoras nos espaços deixados pelos condrócitos. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblasto, depositando posteriormente o osteóide. Desta maneira, o tecido ósseo é formado onde havia tecido cartilagíneo.TERMINOLOGIA UTILIZADA NO ESTUDO DA OSTEOLOGIA O estudo dos detalhes anatômicos de cada osso requer tempo e paciência. Muitas estruturas se relacionam com o esqueleto. A musculatura esquelética fixa-se nos ossos; vasos e nervos transitam próximos de sua superfície; ligamentos prendem-se nas extremidades ósseas; algumas vísceras usam os ossos como ponto de apoio. Devido a isso os ossos apresentam marcações, elevações, protuberâncias, áreas abertas para passagens de feixes vasculonervosos, sendo denominado de acidentes ósseos. Para facilitar o estudo e a compreensão dos acidentes ósseos, abaixo temos uma lista com os principais termos utilizados em osteologia: • Linha – margem óssea suave; • Crista – margem óssea proeminente; • Tubérculo – pequena saliência arredondada; • Tuberosidade – média saliência arredondada; • Trocanter – grande saliência arredondada; • Maléolo – saliência óssea semelhante à cabeça de um martelo; • Espinha – projeção óssea afilada; • Processo – projeção óssea; • Ramo – processo alongado; • Faceta – superfície articular lisa e tendendo a plana; • Fissura – abertura óssea em forma de fenda; • Forame – abertura óssea arredondada; • Fossa – pequena depressão óssea; • Cavidade – grande depressão óssea; • Sulco – depressão óssea estreita e alongada; • Meato – canal ósseo; • Côndilo – proeminência elíptica que se articula com outro osso; • Epicôndilo – pequena proeminência óssea situada acima do côndilo; • Cabeça – extremidade arredondada de um osso longo, geralmente separada do corpo do osso por meio de uma região estreitada, denominada colo. ROTEIRO PRÁTICO ESQUELETO AXIAL COLUNA VERTEBRAL Canal vertebral Forames intervertebrais CARACTERÍSTICAS DE UMA VÉRTEBRA TÍPICA Corpo vertebral Forame vertebral Arco vertebral Pedículo do arco vertebral Lâmina do arco vertebral Processo espinhoso Processo transverso Processo articular superior Processo articular inferior VÉRTEBRAS CERVICAIS (CI-CVII) Forame transversário ATLAS (CI) Face articular superior Face articular inferior Arco anterior do atlas Tubérculo anterior Arco posterior do atlas Tubérculo posterior ÁXIS (CII) Dente do áxis VÉRTEBRA PROEMINENTE (CVII) VÉRTEBRA TORÁCICA (TI-TXII) Fóvea costal superior Fóvea costal inferior Fóvea costal do processo transverso VÉRTEBRAS LOMBARES (LI-LV) SACRO (SI-SV) Base do sacro Promontório Asa do sacro Processo articular superior Parte lateral do saro Face auricular Tuberosidade do sacro Face pélvica Forames sacrais anteriores Face dorsal Crista sacral mediana (resultado da fusão dos processos espinhosos) Forames sacrais posteriores Canal sacral Hiato sacral CÓCCIX (COI-COIV) ESQUELETO DO TÓRAX COSTELAS (I-XII) Costelas verdadeiras (I-VII) Costelas falsas (VIII-X) Costelas flutuantes (XI-XII) Cartilagem costal Cabeça da costela Colo da costela Corpo da costela Tubérculo da costela Ângulo da costela Sulco da costela (situado junto à margem inferior da costela) ESTERNO Manúbrio do esterno Ângulo do esterno Corpo do esterno Processo xifóide CAIXA TORÁCICA Defina cavidade torácica Abertura superior do tórax Abertura inferior do tórax Espaço intercostal Ângulo infraesternal CRÂNIO NEUROCRÂNIO Calvária Lâmina externa Díploe Lâmina interna Cavidade do crânio Base interna do crânio Fossa anterior do crânio Fossa média do crânio Fossa posterior do crânio Fontículos Fontículo anterior Fontículo posterior Fontículo ântero-lateral Fontículo póstero-lateral OSSOS Frontal (1) Occipital (1) Esfenóide (1) Etmóide (1) Parietal (2) Temporal (2) VISCEROCRÂNIO Nasal (2) Lacrimal (2) Zigomático (2) Maxila (2) Concha nasal inferior (2) Palatino (2) Vômer (1) Mandíbula (1) SEIOS PARANASAIS Seio frontal Seio maxilar Seio esfenoidal Células etmoidais BASE INTERNA DA CAVIDADE DO CRÂNIO FOSSA ANTERIOR DO CRÂNIO Crista etmoidal Lâmina cribriforme do etmóide FOSSA MÉDIA DO CRÂNIO Sela turca (Fossa hipofisária aloja a hipófise) Canal óptico Fissura orbital superior Forame redondo Forame oval Forame espinhoso Canal carótico FOSSA POSTERIOR DO CRÂNIO Forame magno Canal do nervo hipoglosso Forame jugular Fossa cerebelar Meato acústico interno BASE EXTERNA DO CRÂNIO Côndilo do occipital Processo pterigóide Forame oval Forame espinhoso Processo estilóide Forame estilomastóideo Processo mastóide Meato acústico externo Forame jugular VISCEROCRÂNIO Órbita Margem supra-orbital Margem infra-orbital Canal lacrimonasal Parte óssea do septo nasal Lâmina perpendicular do etmóide Vômer Conchas nasais superior, média (partes do osso etmóide) e inferior Parte óssea do palato duro Processo patatino da maxila Lâmina horizontal do palatino MANDÍBULA Corpo da mandíbula Ramo da mandíbula Ângulo da mandíbula Processo coronóide Processo condilar OSSÍCULOS DA AUDIÇÃO Martelo, Bigorna e Estribo. OSSO HIÓIDE ESQUELETO APENDICULAR OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR ESCÁPULA Margens medial, lateral e superior Ângulo inferior Fossa subescapular Espinha da escápula Fossa supra-espinal Fossa infra-espinal Acrômio Cavidade glenoidal Processo coracóide CLAVÍCULA Extremidade esternal Corpo da clavícula Extremidade acromial Tubérculo conóide ÚMERO Cabeça do úmero Colo anatômico Tubérculo maior Tubérculo menor Sulco intertubercular Colo cirúrgico Corpo do úmero Tuberosidade do músculo deltóide Côndilo do úmero Tróclea do úmero Capítulo do úmero Fossa do olécrano Fossa coronóidea Epicôndilo medial Sulco do nervo ulnar Epicôndilo lateral RÁDIO Cabeça do rádio Circunferência articular Colo do rádio Corpo do rádio Tuberosidade do rádio Processo estilóide do rádio Incisura ulnar Face articular carpal ULNA Olécrano Incisura troclear Processo coronóide Tuberosidade da ulna Incisura radial Corpo da ulna Cabeça da ulna Processo estilóide da ulna OSSOS CARPAIS Fileira proximal: Escafóide Semilunar Piramidal Pisiforme Fileira distal: Trapézio Trapezóide Capitato Hamato (hâmulo do hamato) OSSOS METACARPAIS (I-V) Base metacarpal Corpo metacarpal Cabeça metacarpal OSSOS DOS DEDOS (I-V) Falanges proximal, média e distal OSSOS DO MEMBRO INFERIOR OSSO DO QUADRIL Acetábulo Fossa do acetábulo Incisura do acetábulo Face semilunar Forame obturado Ramo isquiopúbico ÍLIO Asa do ilío Crista ilíaca Tubérculo ilíaco Espinha ilíaca ântero-superior Espinha ilíaca ântero-inferior Espinha ilíaca póstero-superior Espinha ilíaca póstero-inferior Fossa ilíaca Linha arqueada Face auricular Tuberosidade ilíaca ÍSQUIO Corpo do ísquio Túber isquiático Espinha isquiática PÚBIS Corpo do púbis Tubérculo púbico Face sinfisial Ramo superior do púbis Eminência iliopúbica Linha pectínea do púbis FÊMUR Cabeça do Fêmur Fóvea da cabeça do Fêmur Colo do fêmur Trocanter maior Trocanter menor Crista intertrocantérica Corpo do Fêmur Linha áspera tuberosidade glútea Face poplítea Côndilo medial Epicôndilo medial Côndilo lateral Epicôndilo lateral Face patelar Fossa intercondilar PATELA Base da patela Ápice da patela Face articular TÍBIA Côndilo medial Côndilo lateral Face articular superior Eminência intercondilar Tubérculos intercondilares lateral e medial Corpo da tíbia Tuberosidade da tíbia Margem anterior Maléolo medial Incisura fibular FÍBULA Cabeça da fíbula Ápice da cabeça da fíbula Colo da fíbula Corpo da fíbula Maléolo lateral Face articular do maléolo lateralFossa do maléolo lateral OSSOS TARSAIS TÁLUS Cabeça do tálus Colo do tálus Tróclea do tálus Processo lateral do tálus Processo posterior do tálus CALCÂNEO Tuberosidade do calcâneo Sustentáculo do tálus NAVICULAR CUNEIFORMES (medial, intermédio e lateral) CUBÓIDE Tuberosidade do cubóide OSSOS METATARSAIS (I-V) Base metatarsal Corpo metatarsal Cabeça metatarsal Tuberosidade do primeiro metatarsal Tuberosidade do quinto metatarsal OSSOS DOS DEDOS (I-V) Falanges proximal, média e distal. PELVE ÓSSEA (OSSOS DO QUADRIL + SACRO + CÓCCIX) Abertura superior da pelve Abertura inferior da pelve Ângulo subpúbico Pelve maior Pelve menor Cavidade pélvica Articulação sacroilíaca Sínfise púbica ARTROLOGIA Articulação, do latim (articulatio = junção), é o local onde ocorre a união morfofuncional dos tecidos rígidos (ossos, cartilagens e dentes) do esqueleto. A união é estabelecida pelo tecido interposto. Este tecido confere a característica anatômica e funcional da articulação, podendo permitir ou não movimentos, ou seja, articulações não são sinônimos de movimento. Três tipos de tecido interposto conferem a união do esqueleto. São eles: tecido fibroso, tecido cartilagíneo e o líquido sinovial. Dessa forma, podemos classificar as articulações em três tipos, sempre associadas ao tecido interposto: Tecido interposto Tipo de articulação Mobilidade Fibroso Fibrosas (sinartroses) Imóveis (micro movimentos) Cartilagíneo Cartilaginosas (anfiartroses) Semimóveis Líquido sinovial Sinoviais (diartroses) Móveis CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS ESPECÍFICAS DOS DIFERENTES TIPOS DE ARTICULAÇÕES ARTICULAÇÕES FIBROSAS São formadas pela presença do tecido fibroso interposto às peças rígidas do esqueleto. Sinartrose foi um termo bastante utilizado para descrever essa categoria articular, levando em consideração sua mobilidade, imóvel (ou apenas micro- movimentos de ajuste, não perceptíveis ou visíveis). Os tipos de articulações fibrosas são divididos em duas classes: suturas e sindesmoses. Suturas (= costura) são articulações fibrosas encontradas exclusivamente no crânio. O contato entre os ossos é quase que direto, com uma pequena interposição de tecido fibroso. As suturas podem ser classificadas quanto sua forma: sutura serrátil, quando as margens dos ossos são unidas por uma série de saliências em forma de serra (ex: suturas sagital, coronal e lambdóide); sutura plana, quando a união é realizada por superfícies ósseas interpostas de forma retilínea (ex: suturas internasal, palatina mediana e palatina transversa); sutura escamosa, formada pela sobreposição dos ossos, encaixe ósseo em forma de bisel, (ex: sutura temporoparietal). As suturas conferem resistência ao crânio, pois permitem micro movimentos que auxiliam a dissipar forças aplicadas ao crânio. Também estão envolvidas com o processo de crescimento craniano. Ao passar dos anos, as suturas se calcificam, da face interna para a face externa do crânio, esse processo é denominado de sinostose. No crânio do recém-nascido, em locais específicos, há grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso, formando os fontículos (“moleiras”). Essa formação confere flexibilidade ao crânio do recém-nascido, que durante o parto normal, permite a aproximação e até mesmo a sobreposição dos ossos da calota craniana, diminuindo o diâmetro cefálico. Seis fontículos, normalmente, estão presentes ao nascimento. Dois são medianos (anterior e posterior) e quatro são laterais (ântero-lateral e póstero-lateral). Em mais de 90% das crianças normais, o fontículo anterior está fechado por volta dos dois anos de idade. Os fontículos póstero-laterais estão também obliterados por volta do segundo ano; contudo, os fontículos posterior e ântero- laterais se obliteram por volta do início do sexto mês, após o nascimento. O fechamento precoce dos fontículos e das suturas confere uma condição clínica, de caráter genético, denominado de craniossinostose. Sindesmoses (do grego: syn = junto; desmós = ligamento): são articulações fibrosas, que apresentam grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso, formando verdadeiras membranas entre os ossos. São encontradas entre os ossos do antebraço, sindesmose radioulnar; e entre os ossos da perna, sindesmose tibiofibular. A disposição do tecido fibroso que forma as sindesmoses é em ziguezague, permitindo assim uma distribuição de forças de impacto e compressão entre os ossos da perna e do antebraço. A articulação entre o alvéolo dental e o dente é uma sindesmose (dentoalveolar) com pouca quantidade de tecido conjuntivo fibroso, conhecida anteriormente com gonfose (do grego: gomphos = prego), sendo o dente uma estrutura cônica encaixada em uma cavidade. ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS São formadas por tecido interposto cartilagíneo entre as peças ósseas. São articulações semi-móveis, que antigamente, eram conhecidas como anfiartroses. O tecido cartilagíneo interposto pode ser de dois tipos: cartilagem hialina, que forma as articulações do tipo sincondroses e; tecido fibrocartilagíneo, formando as articulações do tipo sínfise. Sincondroses (do grego: syn = junto; chondros = cartilagem): são articulações temporárias, com o avançar da idade, a cartilagem hialina que realiza a união das peças ósseas é substituída integralmente por osso. São divididas em intraósseas e interósseas. As intraósseas são encontradas nos ossos longos, nas metáfises (cartilagem epifisial). As interósseas estão localizadas no crânio, sendo a maior e principal a esfenocciptal. As sincondroses permitem o crescimento dos ossos, sendo articulações temporárias do corpo. Sínfises (do grego: syn = junto; physis = sulco, crescimento): são articulações formadas pela união de ossos por meio de tecido fibrocartilagíneo. Observadas entre os ossos púbicos e os corpos vertebrais, formando respectivamente as: sínfise púbica e sínfises intervertebrais. Sínfise púbica, ou disco interpúbico, é uma fibrocartilagem espessa, interposta entre as faces sinfisiais dos ossos púbicos. Essa articulação é reforçada por dois ligamentos: púbico superior e inferior. Confere uma pequena mobilidade entre os ossos púbicos, garantindo melhor distribuição de forças compressivas. Durante a gestação, o hormônio relaxina está circulante. Esse hormônio provoca alterações na estrutura ligamentar e, aumenta a mobilidade da sínfise púbica, tornando possível, durante o parto normal, o afastamento dos ossos ilíacos, promovendo o aumento transversal da abertura inferior da pelve. Sínfise intervertebral, ou disco intervertebral, são fibrocartilagens que unem os corpos vertebrais entre o áxis e o sacro. A sínfise intervertebral possui uma estrutura complexa, sua parte externa é formada por lamelas fibrosas dispostas em várias camadas oblíquas, denominada de anel fibroso. Internamente, encontra-se uma gelatina, formada quase que totalmente por água, o núcleo pulposo. A sínfise intervertebral aumenta de espessura de superior para inferior, garantindo absorção do impacto na coluna vertebral. O núcleo pulposo, desliza durante a inclinação produzida pelas vértebras, produzindo boa parte do movimento vertebral. A hérnia de disco afeta a integridade da sínfise intervertebral, geralmente ocorre por movimento inadequado entre as vértebras, de forma repetitiva. O anel fibroso pode ser protraído (protrusão discal) ou, pode romper e o núcleo pulposo extravasar (hérnia exclusa). Ambos, geralmente, afetam os nervos espinais, causando sintomas neurológicos como formigamento (parestesia) e diminuição da força muscular (paresia). ARTICULAÇÕES SINOVIAIS (DIARTROSES) A estrutura anatômica das articulações sinoviais é extremamente complexa quando comparada com qualquer outro tipo de articulação. Por envolver um tecido interposto líquido, a articulação sinovial necessita de estruturas que mantenham esse líquido entre as peças óssease, outras estruturas que tornem estáveis esses meios de união, já que o líquido sinovial confere grande mobilidade. O líquido sinovial, ou sinóvia (do grego: syn = junto; oón = ovo), é um líquido viscoso e transparente, que confere a união entre as peças ósseas, tornando móvel a articulação. Sua composição (que inclui um ultrafiltrado do sangue, o ácido hialurônico), evita o atrito. O líquido sinovial possui a função de nutrir a cartilagem articular das articulações sinoviais por embebição. Os componentes das articulações sinoviais, além do líquido sinovial, são: face articular, cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. Face articular: é a superfície lisa e polida do osso, que entre em contato com o outro osso, formando a articulação sinovial (ex: na articulação do ombro, as faces articulares são: a cavidade glenoidal da escápula e a cabeça do úmero). Cartilagem articular: cartilagem hialina que recobre as faces articulares. Desempenham o papel de amortecer o impacto. Nas áreas de maior impacto das articulações, a cartilagem torna-se mais espessa. São estruturas avasculares, dependendo quase que exclusivamente do líquido sinovial para receber nutriente. A condromalácea (amolecimento da cartilagem) é uma doença que afeta principalmente a articulação do joelho, causada pelo excesso de pressão entre a patela e o fêmur, essa doença avança para o desgaste da cartilagem, podendo em estágios mais avançados afetar a estrutura óssea articular. Cápsula articular: é uma membrana de dupla camada que envolve os ossos que participam da articulação sinovial. Sua camada externa é denominada de membrana fibrosa, esta envolve completamente os ossos da articulação. Pode apresentar reforços ligamentares. É bastante inervada e vascularizada. Durante os movimentos articulares a membrana fibrosa sofre deformação, as terminações nervosas encontradas nesta membrana enviam estímulos proprioceptivos para o sistema nervoso, informando a posição da articulação, ou a velocidade do movimento articular. Membrana sinovial, reveste a face interna da membrana fibrosa e a parte óssea que se localiza no interior da cápsula articular, com exceção da cartilagem articular. Extremamente vascularizada, a membrana sinovial possui a função de produzir e absorver o líquido sinovial, constantemente. O estímulo para a produção do líquido é o movimento articular. Nas imobilizações das articulações sinoviais, ocorre à diminuição na produção do líquido sinovial devido à ausência de movimento. Cavidade articular: é o espaço potencial existente no interior da cápsula articular (em exames de imagem como a radiografia é denominada de espaço articular). A cavidade articular é preenchida pelo liquido sinovial, em certas articulações pode apresentar elementos fibrocartilagíneos como os discos ou meniscos. Ligamentos: são feixes fibrosos, inelásticos, que se estendem entre os ossos envolvidos na articulação sinovial, conferindo união, estabilidade articular e limitando movimentos indesejáveis. Os ligamentos são divididos em categorias de acordo com sua localização em relação à cápsula articular, sendo: intracapsulares (no interior da cápsula, ex: ligamentos cruzados do joelho); capsulares (entrelaçado com a própria estrutura da cápsula, ex: ligamentos glenoumerais); e extracapsulares (por fora da cápsula, ex: ligamento colateral tibial). Os ligamentos recebem suprimento sangüíneo de artérias que circundam a articulação e, contém numerosos receptores proprioceptivos. Elementos acessórios das articulações sinoviais (meniscos, discos e lábios articulares): são estruturas de fibrocartilagens, encontradas em articulações sinoviais específicas, que devido a sua configuração óssea, necessitam de elementos que promovam a congrüência e estabilidade. Meniscos ou discos articulares: localizados na cavidade articular, interpostos aos ossos da articulação. A forma os difere, o disco é uma estrutura circular completa, sem apresentar orifício, enquanto que o menisco possui a forma de meia lua. Os meniscos são encontrados na articulação do joelho (dois em cada joelho), eles conferem a congrüência das faces articulares do fêmur (convexas), com as da tíbia (planas), garantindo estabilidade e participando na distribuição de cargas. Os discos são encontrados nas articulações: temporomandibulares, esternoclaviculares, acromioclaviculares (em algumas vezes) e radiocarpal. Lábios articulares: são estruturas fibrocartilagíneas encontradas nas margens da cavidade glenoidal (lábio glenoidal) e do acetábulo (lábio do acetábulo), que promovem o aumento das referidas cavidades, melhorando o encaixe e congrüência da articulação. CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA E FUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS: As articulações sinoviais apresentam grande liberdade de movimento, entretanto, o movimento específico de cada articulação ocorre devido ao formato geométrico das faces articulares, esse critério de classificação é o morfológico, com a seguinte nomenclatura empregada para as faces articulares: Planas: as faces articulares em contato são planas (não apresentam eixo de movimento), seu movimento é de deslizamento. Ex: entre os ossos do carpo (articulações intercarpais), entre os processos articulares das vértebras. Gínglimo: uma superfície articular possui o formato de carretel e, a outra e um arco escavado (incisura). Apresenta um eixo de movimento (monoaxais). Ex: na articulação do cotovelo, entre o úmero e a ulna (articulação umeroulnar), entre os ossos: tíbia, fíbula e tálus (articulação talocrural = tornozelo). Trocóidea: uma das superfícies articulares é circular, enquanto que a outra é uma incisura. Apresenta um eixo de movimento (monoaxiais). Ex: na articulação do cotovelo, entre a ulna e o rádio (articulação radioulnar proximal). Elipsóidea ou condilar: as superfícies possuem forma elíptica (ovóide) ou de côndilo (arredondada). Apresentam dois eixos de movimento (biaxiais). Ex: na articulação radiocarpal, entre o rádio e os ossos do carpo (escafóide e semilunar) é do tipo elipsóidea; no joelho, entre o fêmur e a tíbia (articulação tibiofemoral) é do tipo condilar. Selar: em forma de sela, uma superfície é côncava, a outra é convexa. Apresenta dois eixos de movimento (biaxiais). Ex: articulação carpometacarpal do polegar (entre o osso trapézio e o primeiro osso metacarpal), articulação esternoclavicular (entre o esterno e a clavícula). Esferóidea: uma das superfícies é em forma de esfera, enquanto que a outra é uma cavidade. Apresenta três eixos de movimento (triaxiais). Ex: articulação do ombro, entre o úmero e a escápula; articulação do quadril, entre o osso do quadril e o fêmur. MOVIMENTOS E EIXOS DO CORPO Os movimentos do corpo humano são conferidos pelos eixos do corpo. Os eixos estão presentes nas articulações sinoviais. Cada eixo possibilita dois movimentos (antagônicos), a mobilidade de cada articulação dependerá de quantos eixos ela possuir, estabelecendo assim a classificação funcional. As articulações que não possuem eixo são as não axiais, apresentando um eixo as monoaxiais, dois eixos biaxiais e, três eixos triaxiais. Movimentos articulares: recebem nomes específicos de acordo com o tipo de deslocamento dos ossos, denominados de: Flexão: movimento angular, caracterizado pela aproximação das partes ósseas. Esse movimento ocorre no eixo transversal. Extensão: movimento angular, caracterizado pelo afastamento das partes ósseas. Esse movimento ocorre no eixo transversal. Abdução: movimento angular, sendo que o seguimento do corpo se afasta do plano sagital mediano. Esse movimento ocorre no eixo sagital. Adução: movimento angular, em que o seguimento do corpo se aproxima do plano sagital mediano. Esse movimento ocorre no eixo sagital. Rotação: o osso se desloca em torno do eixo central. Se a face do osso girar em direção ao plano sagital mediano, temos uma rotação medial,se girar em direção ao plano lateral essa é chamada de rotação lateral. Esses movimentos são realizados no eixo longitudinal Circundução: é a somatória dos movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. Pronação e supinação: movimentos realizados no antebraço. Dependem da mobilidade das articulações radioulnares proximal e distal. A pronação (do latim pronare = virar para baixo) é o movimento em que as palmas das mãos são direcionadas posteriormente (referente à posição anatômica). Supinação (do latim supinare = suplicar) é o movimento em que as palmas das mãos estão voltadas anteriormente. Flexão dorsal e flexão plantar: são termos empregados para os movimentos da articulação talocrural (tornozelo). A flexão dorsal é a aproximação do dorso do pé em relação à parte anterior da perna (ponta dos pés para cima). Flexão plantar é o afastamento do dorso do pé em relação à parte anterior da perna (ponta dos pés para baixo). Inversão e eversão: movimentos realizados entre as articulações intertarsais (principalmente entre as articulações: talocalcânea e talocalcaneonavicular). O movimento de inversão ocorre quando a margem medial do pé é elevada e a planta do pé volta-se para o plano sagital mediano. Na eversão, ocorre a elevação da margem lateral do pé, direcionando a planta do pé para o plano lateral. ARTICULAÇÕES ARTICULAÇÕES FIBROSAS – TIPO SINDESMOSE Coluna Vertebral Ligamento longitudinal anterior Ligamento longitudinal posterior Ligamento supra-espinal Ligamentos interespinais Ligamentos intertransversários Ligamentos amarelos (entre as lâminas vertebrais) Ligamento nucal (ver no Atlas) Crânio Sutura coronal (tipo serrátil) Sutura sagital (tipo serrátil) Sutura lambdóidea (tipo serrátil) Sutura escamosa (tipo escamosa) Sutura frontonasal (tipo plana) Sutura internasal (tipo plana) Sutura intermaxilar (tipo plana) Sutura palatina mediana (tipo plana) ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS Coluna Vertebral Sínfise intervertebral Discos intervertebrais Anel fibroso Núcleo pulposo Esterno Sínfise manubrioesternal Sínfise xifoesternal Crânio Sincondrose esfenoccipital Sincondroses intraoccipitais ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Crânio e Coluna vertebral Articulação atlantoaxial mediana (Tipo trocóide) Ligamento transverso do atlas Articulações entre os processos articulares (Tipo plana) Articulação lombossacral (Tipo plana) Ligamento iliolombar Articulação temporomandibular (=ATM) Articulação atlantoccipital ARTICULAÇÕES DO MEMBRO SUPERIOR ARTICULAÇÕES DO CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR Ligamento coracoacromial (art. fibrosa – tipo sindesmose) Articulação acromioclavicular (Art. sinovial plana) Ligamento acromioclavicular Ligamento coracoclavicular Articulação esternoclavicular (Art. sinovial selar) ARTICULAÇÕES DA PARTE LIVRE DO MEMBRO SUPERIOR Articulação do ombro (Art. sinovial esferóide) Cápsula articular Ligamentos glenoumerais Ligamento coracoumeral Lábio glenoidal Articulação do cotovelo (Art. sinovial gínglimo) Articulação umeroulnar Articulação umerorradial Cápsula articular Ligamento colateral da ulna Ligamento colateral do rádio Articulação radiulnar proximal (Art. sinovial trocóide) Ligamento anular do rádio Membrana interóssea do antebraço (Art. fibrosa – sindesmose) Articulação radiulnar distal (Art. sinovial plana) Articulação radiocarpal (Art. sinovial elipsóide) Ligamento colateral ulnar do carpo Ligamento colateral radial do carpo Articulação carpometacarpal do polegar (Art. sinovial selar) Articulações metacarpofalângicas (Arts. sinoviais elipsóide) Articulações interfalângicas da mão (Arts. sinoviais gínglimo) ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR ARTICULAÇÕES DO CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR Sínfise púbica (Art. cartilagínea – sínfise) Articulação sacroilíaca (Art. sinovial plana) Ligamento sacroilíaco anterior Ligamento sacroilíaco posterior Ligamento sacrotuberal Ligamento sacroespinal Forame isquiático maior Forame isquiático menor ARTICULAÇÕES DA PARTE LIVRE DO MEMBRO INFERIOR Articulação do quadril (Art. sinovial esferóide) Cápsula articular Ligamento iliofemoral Ligamento isquiofemoral Ligamento pubofemoral Ligamento da cabeça do Fêmur Lábio do acetábulo Articulação do joelho (Art. sinovial condilar) Menisco lateral Ligamento meniscofemoral posterior Menisco medial Ligamento cruzado anterior Ligamento cruzado posterior Ligamento colateral fibular Ligamento colateral tibial Ligamento da patela Corpo adiposo infrapatelar Articulação tibiofibular (Art. sinovial plana) Membrana interóssea da perna (Art. fibrosa – sindesmose) Sindesmose tibiofibular (Art. fibrosa - sindesmose) Ligamento tibiofibular anterior Ligamento tibiofibular posterior Articulação talocrural (=Tornozelo) (Art. sinovial gínglimo) Ligamento colateral medial Parte tibionavicular Parte tibiotalar anterior Parte tibiocalcânea Parte tibiotalar posterior Ligamento colateral lateral Ligamento talofibular anterior Ligamento talofibular posterior Ligamento calcaneofibular Articulação talocalcânea (Art. sinovial plana) Articulações interfalângicas do pé (Arts. sinoviais gínglimo) MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR Músculos do Ombro M. deltóide M. supra-espinal M. infra-espinal M. redondo maior M. redondo menor M. subescapular Músculos do braço Compartimento anterior do braço M. bíceps braquial Cabeça longa Cabeça curta M. braquial M. coracobraquial Compartimento Posterior do braço M. tríceps braquial Cabeça longa Cabeça lateral Cabeça medial Músculos do Antebraço Compartimento Anterior do antebraço Músculos Superficiais M. pronador redondo M. flexor radial do carpo M. palmar longo M. flexor ulnar do carpo M. flexor superficial dos dedos Músculos Profundos M. flexor profundo dos dedos M. flexor longo do polegar M. pronador quadrado Compartimento Posterior do antebraço Músculos Superficiais M. braquiorradial M. extensor radial longo do carpo M. extensor radial curto do carpo M. extensor dos dedos M. extensor do dedo mínimo M. extensor ulnar do carpo Músculos Profundos M. supinador M. abdutor longo do polegar M. extensor curto do polegar M. extensor longo do polegar M. extensor do indicador Músculos da Mão Mm. interósseos palmares Mm. interósseos dorsais Mm. lumbricais Região Tenar M. abdutor curto do polegar M. flexor curto do polegar M. oponente do polegar M. adutor do polegar Região Hipotenar M. abdutor do dedo mínimo M. flexor curto do dedo mínimo M. oponente do dedo mínimo Retináculo dos músculos flexores Retináculo dos músculos extensores Aponeurose palmar MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR Músculos da Coxa Compartimento Anterior M. sartório M. iliopsoas M. psoas maior M. ilíaco M. quadríceps femoral M. reto da coxa M. vasto medial M. vasto lateral M. vasto intermédio Compartimento Medial M. pectíneo M. grácil M. adutor longo M. adutor curto M. adutor magno Compartimento Posterior M. bíceps femoral Cabeça longa Cabeça curta M. semitendíneo M. semimembranáceo Músculos da Região Glútea M. glúteo máximo M. glúteo médio Fáscia lata M. glúteo mínimo M. tensor da fáscia lata M. piriforme M. gêmeo superior M. gêmeo inferior M. obturador interno M. quadrado femoral M. obturador externo Músculos da perna Compartimento Anterior M. tibial anterior M. extensor longo dos dedos M. extensor longo do hálux Compartimento Lateral M. fibular longo M. fibular curto Compartimento Posterior Músculos Superficiais M. tríceps sural M. gastrocnêmio– Cabeça medial M. gastrocnêmio – Cabeça lateral M. sóleo Tendão calcâneo Músculos Profundos M. plantar M. poplíteo M. tibial posterior M. flexor longo dos dedos M. flexor longo do hálux MÚSCULOS DO PÉ Músculos do dorso do pé M. extensor curto dos dedos M. extensor curto do hálux Mm. interósseos dorsais Músculos da planta do pé Aponeurose plantar Grupo medial M. Abdutor do hálux M. flexor curto do hálux M. adutor do hálux Grupo lateral M. abdutor do dedo mínimo M. flexor curto do dedo mínimo M. oponente do dedo mínimo Grupo Intermédio M. flexor curto dos dedos M. quadrado plantar Mm. lumbricais Mm. interósseos plantares MÚSCULOS DA FACE (MÍMICA) M. occipitofrontal Ventre frontal Ventre occipital M. orbicular do olho M. orbicular da boca M. abaixador do ângulo da boca M. abaixador do lábio inferior M. zigomático maior M. levantador do lábio superior M. levantador do lábio superior e da asa do nariz M. bucinador MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO M. masseter M. temporal M. pterigóideo lateral M. pterigóideo medial MÚSCULOS DO PESCOÇO M. platisma M. esternocleiomastóideo M. escaleno anterior M. escaleno médio M. escaleno posterior Mm. suboccipitais M. reto posterior maior da cabeça M. reto posterior menor da cabeça M. oblíquo superior da cabeça M. oblíquo inferior da cabeça MÚSCULOS DO DORSO M. trapézio M. latíssimo do dorso M. rombóide maior M. rombóide menor M. levantador da escápula M. serrátil posterior superior M. serrátil posterior inferior M. eretor da espinha M. iliocostal M. longuíssimo M. espinal Aponeurose toracolombar M. esplênio da cabeça M. esplênio do pescoço M. semiespinal da cabeça MÚSCULOS DO TÓRAX M. peitoral maior M. peitoral menor M. serrátil anterior Mm. intercostais externos Mm. intercostais internos M. diafragma Parte lombar do diafragma Pilar direito Pilar esquerdo Parte costal do diafragma Parte esternal do diafragma Hiato aórtico Hiato esofágico Centro tendíneo Forame da veia cava inferior MÚSCULOS DO ABDOME M. reto do abdome Intersecções tendíneas Bainha do músculo reto do abdome Lâmina anterior da bainha Lâmina posterior da bainha M. oblíquo externo do abdome Ligamento Inguinal M. oblíquo interno do abdome M. transverso do abdome Linha Alba Canal inguinal M. quadrado do lombo NARIZ E CAVIDADE NASAL Ossos nasais Maxilas Cartilagem alar maior Septo nasal (partes óssea, cartilagínea e membranácea) Lâmina perpendicular do etmóide Vômer Cartilagem do septo nasal Narinas Vestíbulo nasal Limiar nasal Concha nasal superior Meato nasal superior Concha nasal média Meato nasal médio Bolha etmoidal Hiato semilunar Concha nasal inferior Meato nasal inferior Cóanos SEIOS PARANASAIS Seio frontal Seio maxilar Seio esfenoidal Células etmoidais FARINGE Parte nasal da faringe Toro tubário Prega salpingofaríngea Prega salpingopalatina Óstio faríngeo da tuba auditiva Tonsila faríngea Parte oral da faringe Pregas glossoepiglóticas mediana e laterais Valécula epiglótica CARTILAGENS DA LARINGE Cartilagem tireóidea Proeminência laríngea Lâminas direita e esquerda Incisura tireóidea superior Cornos superior e inferior Cartilagem cricóidea Arco da cartilagem cricóidea Lâmina da cartilagem cricóidea Cartilagem aritenóidea Cartilagem epiglótica ARTICULAÇÕES DA LARINGE (identificar localização) Articulação cricotireóidea Articulação cricoaritenóidea MEMBRANAS E LIGAMENTOS DA LARINGE Membrana tireo-hióidea Ligamento cricotireóideo mediano Ligamento cricotraqueal MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LARINGE M. cricotireóideo M. cricoaritenóideo posterior M. aritenóideo oblíquo M. aritenóideo transverso CAVIDADE DA LARINGE Ádito da laringe Prega ariepiglótica Vestíbulo da laringe Prega vestibular Ventrículo da laringe Prega vocal Glote e rima da glote Cavidade infraglótica TRAQUÉIA Partes cervical e torácica Cartilagens traqueais Ligamentos anulares Parede membranácea Carina da traquéia ÁRVORE BRONQUIAL Brônquio principal direito Brônquio lobar superior Brônquio lobar médio Brônquio lobar inferior Brônquios segmentares Brônquio principal esquerdo Brônquio lobar superior Brônquio lobar inferior Brônquios segmentares PULMÃO Base do pulmão Ápice do pulmão Face costal Face mediastinal Impressão cardíaca (pulmão esquerdo) Impressão da aorta (pulmão esquerdo) Face diafragmática Face interlobar Hilo do pulmão Raiz do pulmão Lobo superior Língula do pulmão esquerdo Lobo médio do pulmão direito Lobo inferior Fissura oblíqua Fissura horizontal do pulmão direito Segmentos broncopulmonares PLEURA Pleura visceral Pleura parietal Cúpula da pleura Parte costal Parte mediastinal Parte diafragmática CAVIDADE PLEURAL Recesso costodiafragmático CORAÇÃO CONFIGURAÇÃO EXTERNA Base do coração Ápice do coração Face esternocostal Face pulmonar Face diafragmática Margem direita Sulco coronário ou atrioventricular Sulco interventricular anterior Sulco interventricular posterior Parede do átrio direito Aurícula direita Parede do átrio esquerdo Aurícula esquerda Parede do ventrículo direito Parede do ventrículo esquerdo VASOS DA BASE Veia cava superior Veia cava inferior Seio coronário Tronco pulmonar Artéria pulmonar direita Artéria pulmonar esquerda Veias pulmonares direitas Veias pulmonares esquerdas Aorta ascendente PERICÁRDIO Pericárdio fibroso Pericárdio seroso Lâmina parietal do pericárdio seroso Lâmina visceral do pericárdio seroso (=epicárdio) Cavidade do pericárdio CONFIGURAÇÃO INTERNA Septo interatrial Septo interventricular ÁTRIO DIREITO Músculos pectíneos Crista terminal VENTRÍCULO DIREITO Valva atrioventricular direita Cordas tendíneas Músculos papilares Trabécula septomarginal Trabéculas cárneas Valva do tronco pulmonar ÁTRIO ESQUERDO Músculos pectíneos (interior da aurícula esquerda) Válvula do forame oval VENTRÍCULO ESQUERDO Valva atrioventricular esquerda Cordas tendíneas Músculos papilares Trabéculas cárneas Valva da aorta PRINCIPAIS ARTÉRIAS Aorta é a maior e principal artéria do corpo humano, já que direta e indiretamente (através de ramos de seus ramos diretos) é responsável pela irrigação (nutrição) dos nossos tecidos. A aorta origina-se no ventrículo esquerdo, assume de início, direção ascendente e para a direita (aorta ascendente), volta-se a seguir para a esquerda e para trás, traçando uma curva (arco da aorta). Coloca-se então, por diante da coluna vertebral a qual acompanha até ao nível de L4 (aorta descendente), quando emite seus ramos terminais: artérias ilíacas comuns direita e esquerda. PARTE ASCENDENTE DA AORTA Artéria coronária direita Artéria coronária esquerda ARCO DA AORTA Tronco braquiocefálico Artéria carótida comum direita Artéria subclávia direita. Artéria carótida comum esquerda Artéria subclávia esquerda Artéria carótida interna Artéria carótida externa Artéria tireóidea superior Artéria lingual Artéria facial Artéria maxilar Artéria temporal superficial Artéria tireóidea superior Artéria vertebral Artéria torácica interna Artéria axilar Artéria toracoacromial Artéria torácica lateral Artéria subescapular Artéria circunflexa da escápula Artéria toracodorsal Artérias circunflexas anterior e posterior do úmero Artéria braquial Artéria. profunda do braço colateral ulnar superior Artéria radial Artéria ulnar Arco palmar superficial (formação = artéria. ulnar e ramopalmar superficial da artéria radial). Artérias digitais palmares comuns Artérias digitais palmares próprias Arco palmar profundo (formação = artéria radial e ramo palmar profundo da artéria ulnar) Artérias metacarpais palmares. Arco dorsal (formação = ramos carpais dorsais das artérias radial e ulnar) Artérias metacarpais dorsais Artérias digitais dorsais PARTE DESCENDENTE DA AORTA AORTA TORÁCICA AORTA ABDOMINAL Artéria frênica inferior Tronco celíaco Artéria gástrica esquerda Artéria esplênica Artéria hepática comum Artéria hepática própria Artéria mesentérica superior Artéria gonadal Artéria renal Artéria mesentérica inferior Artéria ilíaca comum Artéria ilíaca interna Artéria glútea superior Artéria obturatória Artéria glútea inferior Artéria pudenda interna Artéria ilíaca externa Artéria epigástrica inferior Artéria circunflexa profunda do ílio Artéria femoral Artéria femoral profunda. Artéria femoral profunda Artéria poplítea Artéria tibial anterior Artéria dorsal do pé Tronco tibiofibular. Artéria fibular Artéria tibial posterior Artéria plantar lateral Artéria plantar medial. ARTÉRIAS DO COROÇÃO Prof. Dr. Nader Wafae As artérias do coração procedem das artérias coronárias que frequentemente são duas: artérias coronárias direita e esquerda. Há relatos excepcionais na literatura, de uma e até quatro artérias coronárias; segundo alguns autores, uma terceira artéria coronária pode ser encontrada entre 30 e 54% dos casos, a maioria delas refere-se à artéria do cone emergindo diretamente da aorta. As artérias coronárias originam-se no início da parte ascendente da aorta, em regiões denominadas seios da aorta, situados entre a parede da artéria e as partes livres das válvulas semilunares. ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA A artéria coronária esquerda, única, origina-se no seio da aorta esquerdo, excepcionalmente seus ramos terminais podem se originar separadamente no mesmo seio. Segundo FORTE 1972, a origem da artéria coronária esquerda situa-se no terço médio do seio (95%), está incluso no seio (88%) e acima da margem livre da válvula semilunar (12%). Seu comprimento varia de 2 a 40mm e seu diâmetro está em torno de 5 a 10mm. Segundo BAPTISTA et al. 1991, a artéria coronária esquerda, de início coloca-se superficialmente no sulco coronário para terminar, após curto trajeto, dividindo-se em dois ramos (54%), três ramos (38%) ou quatro ramos (7%). Seus ramos terminais são: interventricular anterior (descendente anterior) e circunflexa; nos demais casos com 3 ou 4 ramos terminais, temos os ramos diagonais. Artéria Interventricular Anterior É um dos ramos terminais da artéria coronária esquerda, contorna lateralmente o tronco pulmonar para se colocar no sulco interventricular anterior, que percorrerá até o ápice; segundo JAMES 1961, a artéria pode terminar em sua parte anterior (17%), em sua parte posterior (23%) ou no terço distal do sulco interventricular posterior (60%). Para BAPTISTA e DIDIO 1990, seus ramos laterais distribuem-se pela parede do ventrículo direito (1 a 4), na seguinte seqüência: região do cone (71%), terço superior (21%) e terço médio (28%); pela parede do ventrículo esquerdo (4 a 6), na seguinte seqüência: terço superior (58%); terço médio (58%) e terço inferior (50%) e pela porção anterior do septo interventricular, os ramos septais (4 a 10). Em cerca de 12% dos casos observados, a artéria interventricular anterior supre o nó atrioventricular. As anastomoses entre seus ramos com àqueles originados da artéria coronária direita ocorrem na região do cone arterioso, do ápice, do septo interventricular e em alguns outros pontos da parede anterior do ventrículo direito. Artéria Circunflexa É o outro ramo terminal e constante da artéria coronária esquerda (99%) que, após sua origem, segue pelo sulco coronário posteriormente à aurícula esquerda, e dentro deste sulco, contorna a base do coração posicionando-se posteriormente, entre átrio e ventrículo esquerdos. Segundo JAMES 1961 sua terminação é variável: é considerada uma artéria curta quando termina na face esquerda (20%) ou no sulco coronário antes da cruz do coração (=cruzamento dos sulcos interatrial, coronário e interventricular posterior) (69%); uma artéria longa quando ultrapassa a cruz do coração (10%). Seus ramos são atriais, entre os quais segundo DIDIO 1995, encontramos a artéria do nó sinoatrial (30%) e ventriculares, que podem ser anteriores, posteriores e artéria marginal esquerda. Para JAMES 1961, em 10% dos casos observados o ramo terminal da artéria circunflexa foi a artéria interventricular posterior, originariamente ramo da artéria coronária direita. As anastomoses entre a artéria circunflexa e ramos da artéria coronária direita ocorrem ao nível do ápice e parede posterior do ventrículo esquerdo. ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA A artéria coronária direita origina-se no seio da aorta direito, é única mas pode ser dupla em 23% dos casos estudados (FORTE 1972). Segundo FORTE a artéria situa-se no terço médio do seio (74%), estando inclusa no seio (97%) e em 3% acima da margem livre da válvula semilunar. Logo após sua origem ocupa o lado direito do sulco coronário, contorna a margem direita e continua na parte posterior do sulco coronário, podendo terminar de várias maneiras: no sulco coronário antes da cruz do coração, continuar pelo sulco coronário atingindo a cruz do coração ou ultrapassar este limite, avançando portanto, no sulco entre átrio e ventrículo esquerdos ou até mesmo descer pelo sulco interventricular posterior. Desta forma, JAMES 1961 descreve que a artéria coronária direita termina na margem direita (2%), entre a margem direita e a cruz do coração (7%), ao nível da cruz do coração (9%), entre a cruz do coração e a face esquerda (64%) ou em plena face esquerda (18%). Artéria Interventricular Posterior É ramo terminal da artéria coronária direita em 90% dos casos (JAMES 1961), emite 2 a 3 ramos ventriculares posteriores e ramos septais; pode terminar na metade superior do sulco interventricular posterior (27%), na metade inferior desse sulco (37%) ou no ápice (26%). As anastomoses com a artéria interventricular anterior ocorrem no ápice ou entre seus ramos septais e com as artérias marginais somente no ápice. DRENAGEM VENOSA Prof. Dr. Nader Wafae DRENAGEM CARDÍACA A drenagem venosa do coração é efetuada de três formas: 1. Seio coronário: Localização: parte posterior e esquerda do sulco coronário ou atrioventricular (entre átrio e ventrículo esquerdos). Formação: É formado pela união das veias interventricular anterior (=cardíaca magna) e marginal esquerda. Tributárias: Vv. posterior do ventrículo esquerdo, interventricular posterior (=cardíaca média), oblíqua do átrio esquerdo e cardíaca parva (=marginal direita). Desembocadura: no átrio direito, próximo à desembocadura da veia cava inferior. 2. Veias cardíacas anteriores: Localização: na face esternocostal, à direita do sulco interventricular anterior. Formação: na parede anterior do ventrículo direito. Número e desembocadura: de 3 a 4 veias que desembocam diretamente no átrio direito. A veia marginal direita é uma destas, porém, pode desembocar no seio coronário, neste caso, percorre posteriormente o sulco atrioventricular ou coronário entre átrio e ventrículo direitos, sendo denominada nesta localidade de veia cardíaca parva. 3. Veias cardíacas mínimas: Localização: nas paredes das 4 câmaras cardíacas. Formação: na espessura das paredes das câmaras cardíacas. Desembocadura: na própria câmara em que se localizam. PRINCIPAIS VEIAS CABEÇA Veia temporal superficial Veia facial Veia maxilar Veia retromandibular Veia jugular externa Veia jugular interna Veia vertebral Veia tireóidea inferior MEMBRO SUPERIOR Veias superficiais Rede venosa dorsal da mão Veia cefálica Veia basílica
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