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ANEURISMA DE AORTA: O aneurisma da aorta é uma dilatação irreversível que excede seu diâmetro normal para idade e peso. É denominado aneurisma quando o diâmetro transversal da aorta exceder em uma vez e meia o diâmetro normal. • Aneurisma fusiforme: toda a circunferência da aorta se encontra acometida e dilatada. • Aneurisma sacular: a dilatação é restrita a uma porção da parede aórtica, estando o restante da circunferência normal. • Pseudo-aneurisma: a dilatação da aorta não envolve a íntima. EPIDEMIOLOGIA: 50-60% dos aneurismas de aorta torácica comprometem a aorta ascendente, de 30-40% a descendente, 10% o arco e 10% apresentam comprometimento da porção toracoabdominal. Fatores predisponentes: tabagismo, hipertensão, aterosclerose e desordens genéticas, infecciosas (sífilis) e congênitas (valva aórtica bivalvulada). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Aproximadamente 75% dos aneurismas de aorta são assintomáticos. • Quando sintomáticos podem se manifestar como dor torácica, lombar ou abdominal, com ou sem estabilidade hemodinâmica. Em casos de ruptura da aorta podem ou não ocorrer exteriorização do sangramento, tamponamento cardíaco, hemotórax, hemomediastino, sangramento para o retroperitônio, sinal de Einstein, hematêmese, hemoptise e hemoptoicos. • Quando houver comprometimendo da valva aórtica com insuficiência valvar, o paciente pode apresentar IC. • Podem ocorrer: síndrome da veia cava superior, disfagia, insuficiência respiratória, disfonia e fenômenos embólicos (AVE, infarto do miocárdio, dos vasos abdominais ou isquemia de membros). TRATAMENTO: • Tratamento clínico: visa à prevenção do crescimento do aneurisma e suas complicações de ruptura e dissecção. • Tratamento medicamentoso: objetiva o controle da PA, da FC, do perfil lipídico, além da suspensão do tabagismo. • São usados: beta-bloqueadores, IECA, estatinas. • Os pacientes devem evitar exercícios isométricos e levantamento de peso, pois promovem aumento da pressão intratorácica e da PA. Os exercícios aeróbicos geralmente são seguros. • O tratamento cirúrgico é profilático pois tenta evitar a ruptura da aorta e suas consequências. Aneurismas de aorta torácica assintomáticos devem ter tratamento cirúrgico quando o diâmetro exceder 5cm (baixa mortalidade). O tratamento cirúrgico deve considerar o risco de ruptura associado às comorbidades e à etiologia do aneurisma. DISSECÇÃO DE AORTA: É um evento patológico agudo, caracterizado pela delaminação da camada média, a partir de uma ruptura da íntima e criação de uma falsa luz por onde o sangue corre paralelamente à luz verdadeira. A ruptura da camada íntima ocorre principalmente nos pontos de fixação do vaso (maior tensão superficial), ou seja, na junção sinotubular e no istmo da aorta. Dissecção aguda: tempo de início menor que 2 semanas. CLASSIFICAÇÕES: CLASSIFICAÇÃO DE DEBAKEY: • Tipo I: há acometimento da aorta ascendente com delaminação no arco aórtico e aorta descendente. • Tipo II: a delaminação se restringe à aorta ascendente. • Tipo III: a delaminação se estende a partir da artéria subclávia esquerda em direção ao diafragma (IIIa) ou até o abdome (IIIb). CLASSIFICAÇÃO DE DAILY: • Stanford tipo A: há comprometimento da aorta ascendente. • Stanford tipo B: o acometimento é a partir da artéria subclávia esquerda ou quando a delaminação acomete o arco aórtico, sem comprometimento da aorta ascendente. É necessário o conhecimento dessas classificações em razão da diferença de comportamento da moléstia conforme sua localização e tempo do acometimento. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • A maioria dos pacientes apresenta dor intensa, de início súbito, de caráter migratório e geralmente descrita como sensação de rasgamento ou pontada. • A localização inicial da dor sugere o local de início da dissecção. Nas dissecções proximais, a dor começa no precórdio, irradia pro pescoço, braços e mandíbula. Nas dissecções distais há dor nas costas, irradiada para o dorso, abdome ou membros inferiores. • O comprometimento da valva aórtica ocorre em 2/3 dos pacientes com dissecção proximal e é acompanhada de dispneia, pela IC secundária à regurgitação da aorta. • O tamponamento cardíaco pode estar presente, varia com a brevidade do diagnóstico e o encaminhamento do paciente para correção cirúrgica. • Pode haver ruptura da aorta abdominal ou descendente, manifestada através de hemotórax, hemoperitônio ou sangramento para o retroperitônio. DIAGNÓSTICO: Há a necessidade de diagnóstico preciso e imediato, bem como a identificação do segmento da aorta acometido. • Ecocardiograma transesofágico: alta sensibilidade e especificidade para a identificação e classificação da dissecção da aorta. É exame de fácil acesso, rápido de ser realizado e permite avaliação da valva aórtica, do derrame pericárdico e da função ventricular. • Angiotomografia: pode ser realizada em casos agudos pela sua sensibilidade, especificidade e velocidade de realização. TRATAMENTO: • As dissecções agudas proximais (tipos I e II de DeBakey ou Stanford tipo A) deverão sempre ser encaminhadas para cirurgia o mais precocemente possível. • Dissecções distais (tipo III de DeBakey ou Stanford tipo B) devem ser mantidas em tratamento medicamentoso, exceto quando associada à complicações (ruptura, isquemia visceral, medular ou de MMII) – propranolol, atenolol, enalapril e estatinas são as drogas mais usadas. • Quando a dissecção for crônica, as indicações do tratamento cirúrgico serão as utilizadas para os aneurismas de aorta.
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