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Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC Gilberto Kassab Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento - SEPED Jailson Bittencourt de Andrade Coordenação Geral de Gestão de Ecossistemas - CGEC Andrea Ferreira Portela Nunes Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Hernan Chaimovich Guralnik Diretoria de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde – DABS Marcelo Marcos Morales Coordenação Geral do Programa de Pesquisa em Ciências da Terra e do Meio Ambiente – CGCTM Onivaldo Randig Coordenação do Programa em Gestão de Ecossistemas – COGEC Fernando da Costa Pinheiro Programa de Pesquisa em Biodiversidade Marcia Aparecida de Brito Marisa de Araújo Mamede Realização Redes de Pesquisa do Programa de Pesquisa em Biodiversidade, PPBio, coordenadas por Helena de Godoy Bergallo, Guarino Rinaldi Colli, Geraldo Wilson Afonso Fernandes, Luis Fernando Pascholati Gusmão, William Ernest Magnusson, Valerio De Patta Pillar, Rui Cerqueira Silva; e Rede Temática de Pesquisa em Modelagem Ambiental da Amazônia, Geoma, coordenada por Helder Lima de Queiroz Organizadores Ariane Luna Peixoto, José Roberto Pujol Luz e Marcia Aparecida de Brito Revisão de linguagem Mariana Ferraz Projeto gráfico e diagramação Mary Paz Guillén Impressão Editora Vozes © Os direitos de reprodução da obra (copyright) pertencem ao MCTIC; os direitos autorais pertencem aos seus autores que também cederam as fotos contidas na obra, acrescidas de fotos de colaboradores que gentilmente as cederam. Catalogação na Fonte Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/ Biblioteca Barbosa Rodrigues (CRB-7 5117) P379c Peixoto, Ariane Luna (org.). Conhecendo a biodiversidade / Organizadores Ariane Luna Peixoto, José Roberto Pujol Luz, Marcia Aparecida de Brito. – Brasília: MCTIC, CNPq, PPBio, 2016. 196 p. : il. color. ; 20 x 25cm. ISBN 978-85-63100-08-5 1. Biodiversidade. 2. Ecossistemas tropicais. 3. Biomas. 4. Brasil. I. Luz, José Roberto Pujol. II. Brito, Marcia Aparecida de. III.Título. CDD 577.0981 Brasília 2016 organizadores Ariane Luna Peixoto Jose Roberto Pujol luz Marcia aparecida de Brito ´ prefacio´ As decisões sobre intervenções humanas no meio ambiente envolvem questões para as quais não há, na maioria das vezes, respostas imediatas e fáceis, tampouco certeza de que a solução escolhida esteja correta ou dê os resultados esperados. O fato de se co- nhecer relativamente pouco dos ecossistemas, particularmente nos trópicos, não deve ser razão para coibir oportunidades de desenvolvimento, nem para fazê-lo de modo de- senfreado sem qualquer preocupação e responsabilidade com princípios de conserva- ção e proteção ao ambiente. Em situações complexas, como é o caso da gestão em biomas e ecossistemas tropicais, algumas decisões podem ter melhor qualidade se seus efeitos forem monitorados de modo a permitir, por um lado, ajustes de decisões já tomadas, e por outro, a implemen- tação de correções e mitigações por danos eventuais e não previstos. O monitoramento instala um círculo virtuoso que promove o aprendizado de forma escalonada, diminui a incerteza e aprimora o processo da tomada de decisões. A ciência pode desempenhar um papel central se estiver sendo gerada para o aprofun- damento da base de conhecimento em áreas específicas, mas, sobretudo, se tiver o pro- pósito de auxiliar a reduzir incertezas que pautam o processo de decisão. Não se advoga aqui que a ciência deva ser cooptada pela política pública e abdique de sua independên- cia, mas que observe suas possibilidades como atividade de interesse social voltada ao bem-estar da coletividade, oferecendo elementos essenciais aos processos decisórios. Mas como colaborar com esses elementos ditos essenciais se o meio ambiente é com- plexo e não há domínio de conhecimento, pelo menos de forma ordenada, que possa ser ofertada no prazo compatível com o que as decisões sobre políticas públicas requerem? Essa foi a principal motivação para a constituição de inúmeros programas de longa du- ração para o meio ambiente em todo o mundo. O somatório de experiências adquiridas com esses programas demonstra que eles tiveram algum sucesso quando realizaram quatro atividades centrais. A primeira é a realização de pesquisa de alta qualidade e com protocolos que permi- tissem gerar informação e conhecimento que fossem agregáveis e que, portanto, per- mitissem alimentar modelos preditivos. Esses modelos foram essenciais para apoiar o planejamento de intervenções, o monitoramento das intervenções e a avaliação de seus impactos. Essa experiência consolida a pesquisa colaborativa de grande escala que vem permitindo apoiar o desenvolvimento e implantação de decisões em acordos internacio- nais. No centro da “policy community’’ desses acordos internacionais estão membros da academia que, ademais de suas competências específicas, são capazes de trabalhar em escalas regionais e globais. A segunda atividade é o compromisso de assegurar que os dados primários de cada pesquisa estejam armazenados em sistema de informação permanente que seja insti- tucionalizado e não em bancos de dados pessoais. Esse sistema de informação deve ser regido por uma política de acesso a dados, com a qual cada pesquisador integrante é compromissado, e que privilegie o gerador do dado para realizar sua publicação dentro de um limite estabelecido de tempo, a partir do qual o dado deve ficar aberto para os demais usuários, resguardado os casos de sigilo definidos em comitê. A terceira é realização de reuniões periódicas de um conselho de governança que pos- sua representação e representatividade equilibrada de diferentes segmentos, entre eles membros da academia e tomadores de decisão tanto do setor privado quanto do go- vernamental. Esses conselhos são essenciais para aprovarem os planos do programa, monitorarem seus resultados, articularem iniciativas assemelhadas para catalisar ações conjuntas e analisarem relatórios de avaliações independentes. A última, mas não menos importante, é a atividade de disseminação de resultados orientada a diferentes públicos, dentre eles o científico, o público leigo, e o público técni- co. Assim, os resultados precisam ir além de livros e artigos científicos, desdobrando-se em brochuras, vídeos e outros meios de comunicação. Essa foi a filosofia que nos pautou para conceber e implementar, em 2004, o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). Além das funções próprias de planejamento, apoio à pesquisa e avaliação de seus resultados, o PPBio nasceu com o viés de mobilizar e contagiar programas já existentes com a obsessão de amplificar os usos de dados e in- formações primárias geradas por cada pesquisador da área de biodiversidade, evitando que dados similares viessem a ser recoletados por ocasião do início de cada nova linha de pesquisa. As fontes de recursos para o PPBio vieram de diferentes instituições, ainda que majoritariamente governamentais, e também de entidades internacionais, como é o caso do Global Environment Facility (GEF) que apoiou a implantação do Sistema de In- formação para a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Esse sistema é gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e armazena as bases de dados do Programa e de outros que porventura queiram perenizar suas bases de dados. Decorrido pouco mais de uma década de atividades, o PPBio gerou resultados científi- cos brilhantes, formou uma quantidade respeitável de novos pesquisadores e perenizou seu acervo de dados que, segundo vários meios de comunicação, têm possibilitado ações de apoio ao processo de tomada de decisões em políticas públicas. A organização