Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO N. 3, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 Consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde. Tratar de redes é tratar do nosso país, em relação ao SUS, no contexto mais atual possí- vel. As redes constituem a forma de organização do Brasil, com um conjunto de pontos que formam a poliarquia, em que existem diversos pontos de ação e atenção à saúde buscando garantir ao indivíduo o acesso a diferentes graus de densidade tecnológica. Se for possível fazer o que está no papel, a integralidade será alcançada. As redes de atenção à saúde são objeto de discussão desde a criação do SUS. Caminhando a passos lentos, o país chegou à organização existente hoje, que não é a mais desejada. Em provas, toda vez que for falado em redes, deve haver a associação com garantia da integralidade. Todos os pontos da rede têm a mesma importância. Além disso, os pontos devem ser interligados e se comunicar, já que uma rede só é potente se consegue ter inte- ração com os pontos de atenção, interação essa que se dá pela lógica da atenção primária. Art. 1º As redes temáticas de atenção à saúde, as redes de serviço de saúde e as redes de pes- quisa em saúde do sistema único de saúde (SUS) obedecerão ao disposto nesta portaria. Art. 2º As diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do SUS obedece- rão ao disposto no Anexo I. Art. 3º São Redes Temáticas de Atenção à Saúde (classifica as redes): I – Rede Cegonha; II – Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE); III – Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas; IV – Rede de Atenção Psicossocial (RAPS); V – Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Art. 4º São Redes de Serviço de Saúde: I – Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso; II – Redes Estaduais de Assistência a Queimados; III – Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde; IV – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador; V – Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação sobre Medicamentos (REBRACIM); VI – Rede de Escolas Técnicas e Centros Formadores vinculados às instâncias gestoras do Siste- ma Único de Saúde (RETSUS); 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S VII – Rede de Ensino para a Gestão Estratégica do Sistema Único de Saúde (REGESUS); VIII – Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS). Art. 5º São Redes de Pesquisa em Saúde: I – Redes Nacionais de Pesquisa em Saúde (RNPS); II – Rede Nacional de Pesquisa sobre Política de Saúde (RNPPS); III – Rede Nacional de Pesquisa Clínica (RNPC) em Hospitais de Ensino; IV – Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer (RNPCC); V – Rede Nacional de Pesquisa em Doenças Cardiovasculares (RNPDC); VI – Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC); VII – Rede Nacional de Pesquisas em Doenças Negligenciadas (RNPDN); VIII – Rede Nacional de Pesquisas em Acidente Vascular Cerebral (RNPAVC); IX – Rede Nacional de Especialistas em Zika e Doenças Correlatas (RENEZIKA); X – Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA); XI – Políticas Informadas por Evidências (Evidence-Informed Policy Network – EVIPNET). ANEXO I – DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS Por que organizar a rede de atenção à saúde no SUS As redes temáticas são muito importantes e costumam cair em provas. Porém, para entendê-las, é preciso conhecer a rede no geral. Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcançados pelo SUS nos últimos anos, torna-se cada vez mais evidente a dificuldade em superar a intensa fragmentação das ações e serviços de saúde e qualificar a gestão do cuidado no contexto atual. Falar de rede é falar de compartilhamento, de uma engrenagem que deve funcionar em harmonia. A rede é montada para superar a fragmentação, que é a lógica em que cada ponto faz a sua parte, como se o paciente fosse “fatiado”. A ideia é que esses pontos estejam arti- culados de forma contínua, de maneira que, quando um indivíduo precisar de um ponto de atenção à saúde, haja uma comunicação que melhore a qualidade do acesso e reduza riscos de problemas. É difícil superar a fragmentação. Ela é histórica e está impregnada na sociedade brasi- leira. Quando é bem sucedida, ajuda com que paciente não seja jogado de um ponto para outro e não fique perdido entre as diferentes especialidades médicas, sem saber a quem procurar em caso de um problema e a quem mostrar exames. 10m 15m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S O modelo de atenção à saúde vigente é fundamentado nas ações curativas (modelo bio- médico), centrado no cuidado médico e estruturado com ações e serviços de saúde dimen- sionados a partir da oferta, baseado na lógica da doença, e não da saúde. É um sistema enraizado na cultura médica brasileira, tem se mostrado insuficiente para dar conta dos desa- fios sanitários atuais e é insustentável para os enfrentamentos futuros. Nos planos de saúde, por exemplo, quando a pessoa tem um problema, ela mesma define o que precisa e percebe a sua sintomatologia. Ela procura, então, o especialista que vai, dentro desse ponto de vista hegemônico, melhorar a sua condição de saúde. Essa visão tem se mostrado falha e é alvo de críticas. Falta, para citar um ponto, saber por que aquele indivíduo teve o problema, em que situa- ção ele vive, como trabalha, quais são as relações que ele tem. O não conhecimento dessas informações pode atrapalhar o alcance da garantia da integralidade. O cenário brasileiro é caracterizado pela diversidade de contextos regionais com marcan- tes diferenças socioeconômicas e de necessidades de saúde da população entre as regiões, agravado pelo elevado peso da oferta privada e seus interesses e pressões sobre o mercado na área da saúde e pelo desafio de lidar com a complexa inter-relação entre acesso, escala, escopo, qualidade, custo e efetividade, que demonstram a complexidade do processo de constituição de um sistema unificado e integrado no país. Há o questionamento: por que o SUS não dá certo? Vamos imaginar que exista 100% da cobertura da atenção primária, com médicos e equipe em trabalho de 40 horas semanais e que a população tenha todos os medicamentos necessários, e não só os essenciais, disponí- veis. Quase toda a população tem interesse em que isso aconteça, mas é quase impossível se tornar realidade. Há um mercado que gira em torno dos remédios e dos serviços que não são ofertados pelo SUS e do fato de o poder público não conseguir desencharcar os níveis secundários e terciários de saúde. Consequentemente, a organização da atenção e da gestão do SUS expressa o cenário apresentado e se caracteriza por intensa fragmentação de serviços, programas, ações e práticas clínicas demonstrado por: (1) lacunas assistenciais importantes; (2) financiamento público insuficiente, fragmentado e baixa eficiência no emprego dos recursos, com redução da capacidade do sistema de prover integralidade da atenção à saúde. O SUS sempre teve problemas de orçamento; 20m 25m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S (3) configuração inadequada de modelos de atenção, marcada pela incoerência entre a oferta de serviços e a necessidade de atenção, não conseguindo acompanhar a tendência de declínio dos problemas agudos e de ascensão das condições crônicas. As ações não estão de acordo com a necessidade da população; (4) fragilidade na gestãodo trabalho com o grave problema de precarização e carência de profissionais em número e alinhamento com a política pública. Não adianta ter profissionais em quantidade se eles não têm perfil para trabalhar no sistema público e as condições de trabalho forem ruins; (5) a pulverização dos serviços nos municípios; e (6) pouca inserção da Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano dos serviços de atenção, especialmente na Atenção Primária em Saúde (APS). ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde II SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE II Considera-se, ainda, o atual perfil epidemiológico brasileiro, caracterizado por uma tripla carga de doença que envolve a persistência de doenças. Fazem parte dessa tríplice as doenças parasitárias, as infecciosas e as de desnutrição. São problemas ligados a más condições de vida e ao perfil relacionado à pobreza. ATENÇÃO Componente de problemas de saúde reprodutiva com mortes maternas e óbitos infantis por causas consideradas evitáveis. Há também o desafio das doenças crônicas e seus fatores de risco como: sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada e obesidade, e o crescimento das causas externas em decorrência do aumento da violência e dos acidentes de trânsito, chamadas de doenças da modernidade. O Brasil vai acumulando perfis de adoecimento, que perpassam desde os países subde- senvolvidos até o link da modernidade. O país não consegue passar para um cenário sem eliminar o outro. As novas doenças aparecem e as antigas não são combatidas. Doenças aparecem pelos novos modos de produção e pelas mudanças do perfil demográ- fico da população, trazendo a necessidade de ampliação do foco da atenção para o manejo das doenças e das condições crônicas, mas atendendo, concomitantemente, às condições agudas. A atenção primária em saúde tem importância na rede, porque lidar com doença ou condição crônicas requer cuidado longitudinal, criação de vínculo, mudança de comporta- mento. A atenção primária deve ser bastante organizada e a retaguarda da atenção secun- dária e terciária deve ser coesa e que garanta o apoio matricial às equipes de referência. Superar os desafios e avançar na qualificação da atenção e da gestão em saúde requer forte decisão dos gestores do SUS, enquanto protagonistas do processo instituidor e organi- zador do sistema de saúde. Porém, eles não são os únicos atores. O controle social nasce com o intuito de acompanhar a execução das políticas de saúde. Então, o povo também deve lutar para ter um serviço médico de qualidade, a saúde é um direito fundamental garantido na Constituição. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde II SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Essa decisão envolve aspectos técnicos, éticos e culturais. Mas, principalmente, implica o cumprimento do pacto político cooperativo entre as instâncias de gestão do sistema, expresso por uma “associação fina da técnica e da política”, para garantir os investimentos e recursos necessários à mudança do cenário. Não basta colocar no papel o modelo ideal de saúde se não há recursos para colocá-lo em prática. A solução está em inovar o processo de organização do sistema de saúde, redirecio- nando suas ações e serviços no desenvolvimento da RAS para produzir impacto positivo nos indicadores de saúde da população. A partir da rede, é possível garantir o cuidado integrado e identificar as potencialidades e as fragilidades do sistema. Experiências têm demonstrado que a organização da RAS, tendo a APS como coordena- dora do cuidado e ordenadora da rede, se apresenta como um mecanismo de superação da fragmentação sistêmica. O papel da atenção primária dentro da rede é muito forte. Para uma atenção primária dar certo, ela tem de cumprir atributos. Em relação à rede, ela tem papéis fundamentais. O primeiro deles é ser o grande centro de comunicação, justamente porque se entende que a atenção primária está próxima da vida dos indivíduos, é ela quem conhece as pessoas. É importante que o profissional que atendeu o paciente na especialidade ou na urgência mande uma comunicação relatando o que foi feito com essa pessoa, para que a continui- dade, que é feita na atenção primária, não sobreponha procedimentos. Outro papel é ser ordenadora da rede. Significa um filtro, com a atenção primária referen- ciando apenas os usuários que realmente necessitam do outro ponto da atenção. São mais eficazes, tanto em termos de organização interna (alocação de recursos, coor- denação clínica etc.), quanto em sua capacidade de fazer face aos atuais desafios do cenário socioeconômico, demográfico, epidemiológico e sanitário. No Brasil, o debate em torno da busca por maior integração adquiriu nova ênfase a partir do Pacto pela Saúde (Portaria n. 399/2006), que contempla o acordo firmado entre os ges- tores do SUS e ressalta a relevância de aprofundar o processo de regionalização e de orga- nização do sistema de saúde, com diálogo e compartilhamento, sob a forma de Rede como estratégias essenciais para consolidar os princípios de Universalidade, Integralidade e Equidade, se efetiva em três dimensões: 10m 15m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde II SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S • Pacto pela vida: compromisso com as prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. • Pacto em defesa do SUS: compromisso com a consolidação dos fundamentos políti- cos e princípios constitucionais do SUS. • Pacto de gestão: compromisso com os princípios e diretrizes para a descentraliza- ção, regionalização, financiamento, planejamento, programação pactuada e integrada, regulação, participação social, gestão do trabalho e da educação em saúde. O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço regional como lócus privilegiado de construção das responsabilidades pactuadas, uma vez que é esse espaço que permite a integração de políticas e programas por meio da ação conjunta das esferas federal, estadual e muni- cipal. A regionalização é importante, pois leva a ação para mais perto da população. Conceitos A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. Quando os esforços são somados, teremos todos os espaços fazendo a sua parte dentro da sua especificidade, mas com objetivo comum. Os pontos dialogam entre si, com a atenção primária como ponto central de comunicação e ordenadora da rede. A rede é poligárquica, quebrando a antiga lógica de hierarquização. Todos os pontos são igualmente importantes. O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária e eficiência econômica. ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudoem vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde III SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE III A rede de atenção à saúde pressupõe poliarquia; conjunto articulado de ações e serviços de saúde que tem como objetivo garantir a integralidade da assistência. Esse conceito está previsto na Portaria n. 4.279, e Decreto n. 7.508, todos com a mesma lógica: somar esforços no cuidado integral de acordo com a necessidade de cada indivíduo. A rede caracteriza-se: • Pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na atenção primária à saúde (APS). As relações horizontais acontecem quando pontos com o mesmo grau de densidade tecnológica se comunicam com os pontos de atenção e o centro de comunicação à atenção primária de saúde. • Pela centralidade nas necessidades em saúde de uma população, pela responsabili- zação na atenção contínua e integral. ATENÇÃO No SUS, nada é centralizado, exceto as necessidades em saúde. É preciso ler a questão inteira antes de descartá-la. • Pelo cuidado multiprofissional: é importante superar a lógica de fragmentação em prol da multiprofissional, com saberes interdisciplinares para lidar com a complexidade do conceito ampliado de saúde. • Pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos. Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível de atenção, enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de saúde, a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção. A lógica da rede é ter como base a atenção primária, no centro de comunicação, como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede. Logo, a atenção primária tem um papel muito importante no que tange à organização em rede, justamente por estar próxima à população. 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde III SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Não se pode imaginar, por exemplo, uma rede que tenha como ponto mais impactante o nível terciário, pois espera-se que as pessoas não precisem dele. Ademais, a atenção primá- ria é o espaço mais adequado à garantia da vigilância em saúde, no qual se observa indica- dores, mudanças na vida e na forma de viver da população. Pontos de atenção à saúde são como espaços em que se ofertam determinados serviços de saúde, por meio de um produto singular. São exemplos de pontos de atenção à saúde: • Os domicílios: inclusive, há previsão em lei orgânica. Até o momento, a Portaria n. 825/2016 prevê o atendimento e internação domiciliar; • As unidades básicas de saúde: unidade básica, no momento, é aquela estrutura que não tem uma equipe de saúde da família; • As unidades ambulatoriais especializadas; • Os serviços de hemoterapia e hematologia; • Os centros de apoio psicossocial; • As residências terapêuticas, entre outras. De acordo com o perfil da comunidade, podemos ter mudanças, ampliação ou extinção dos pontos de atenção. Os hospitais podem abrigar distintos pontos de atenção à saúde, dentro da lógica do nível secundário, da especialidade: • O ambulatório de pronto atendimento; • A unidade de cirurgia ambulatorial; • O centro cirúrgico; • A maternidade • A unidade; • A maternidade • A unidade de terapia intensiva; • A unidade de hospital/dia, entre outras. Ele deve conseguir arcar com a demanda dos níveis secundário e terciário. 5m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde III SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S ATENÇÃO Todos os pontos de atenção a saúde são igualmente importantes para que se cumpram os objetivos da rede de atenção à saúde e se diferenciam, apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que os caracterizam. Para assegurar seu compromisso com a melhora de saúde da população, integração e articulação na lógica do funcionamento da RAS, com qualidade e eficiência para os serviços e para o Sistema, faz-se necessária a criação de mecanismos formais de contratualização entre os entes reguladores/financiadores e os prestadores de serviço. É necessária a responsabilidade, principalmente quando essa rede é composta por muni- cípios diferentes. Quando uma região de saúde é criada, a qual é um espaço geográfico constituído pelo agrupamento de municípios limítrofes, deverá existir uma rede de atenção à saúde. Cada município se comprometerá, no contrato organizativo, a ofertar o serviço que é necessário naquela região de saúde. Para se configurar a região, é preciso esse somatório, que no mínimo constituem os pontos da rede. Na região de saúde, deve existir: • atenção primária; • urgência; • emergência; • atenção ambulatorial especializada e hospitalar; • vigilância em saúde; e • a atenção psicossocial. Quando esses contratos abrangem todos os pontos de atenção da rede, o Sistema passa a operar em modo de aprendizagem, ou seja, a busca contínua por uma gestão eficaz, efi- ciente e qualificada, de forma a proporcionar a democratização e a transparência ao SUS. A contratualização/contratos de gestão, nesse contexto, pode ser definida como o modo de pactuação da demanda quantitativa e qualitativa na definição clara de responsabilidades, de objetivos de desempenho, incluindo tanto os sanitários, quanto os econômicos, dessa negociação resulta um compromisso explícito entre ambas as partes. 10m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde III SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Esse processo deve resultar, ainda, na fixação de critérios e instrumentos de acompa- nhamento e avaliação de resultados, metas e indicadores definidos. Dentre os objetivos da contratualização, destacam-se: • Melhorar o nível de saúde da população; • Responder com efetividade às necessidades em saúde; • Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das despesas de origem pública com a saúde; • Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, maximizando o nível de bem-estar; • Coordenar as atividades das partes envolvidas; • Assegurar a produção de um excedente cooperativo; • Distribuir os frutos da cooperação; • Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e • Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, financiamento, desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir adequados níveis de informação ao cidadão. Para atingir esses objetivos, as partes os adotam em três áreas de aplicação, que são: • cuidados primários; • atenção especializada (ambulatorial e hospitalar); e • cuidados de urgência e emergência. A inovação desse modelo de contrato de gestão está em contratualizar a saúde e não apenas cuidados de saúde, obtendo macroeficiência para o conjunto do sistema, e para a superação de problemas cruciais, como: • Passar de uma abordagem populacional para uma contratualização de âmbito da região de saúde isolada (deve-se passar a população potencial, pois todos podem precisar do atendimento em hospitais ou centros de saúde), seguindo critérios de ads- crição da população estratificada por grau de risco, e abordando os diversos estabele- cimentos de saúde em termos de uma rede de cuidados; • O contínuo aumento dos gastos para a prestação de serviços de alto custo devido ao tratamento tardio de condições e agravos sensíveis à APS, pela introdução de fer- ramentas de microgestão e incentivos financeiros para pagamento por desempenho individual e institucional. 15m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde III SAÚDE PÚBLICA (2021) AN O TA ÇÕ E S – Um exemplo de condições sensíveis à atenção primária é a amputação do pé de um diabético, já que se ela tivesse uma cobertura adequada, humanizada e integral, isso não aconteceria; – Atualmente, o financiamento da saúde não paga o profissional por produto. Exis- tem formas de financiamento do governo federal que ainda são por procedimentos, inclusive, a própria atenção primária mudou o financiamento e algumas ações são quantitativas. Todavia, no SUS como um todo, não existe pagamento por desempe- nho, mas pagamento ao município por desempenho. A gestão local pode repassar o incentivo por cobertura e atendimento aos profissionais. • Promover a participação efetiva do cidadão e da comunidade no processo de con- tratualização, nomeadamente por mieo da participação organizada e permanente. O controle social, no Brasil, é falho. Existem conselhos que só existem para que sejam cumpridos os requisitos para recebimento de recursos. Considerando a necessidade de fortalecimento da APS vigente, no que se refere à prática dos seus atributos essenciais, a contratualização das ações de saúde, a partir do primeiro nível de atenção, tem sido apontada como um instrumento potente para induzir responsabili- zação e qualidade, sempre no sentido de alcançar melhores resultados em saúde. ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 20m 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde IV SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE IV Adicionalmente, criar estratégias de articulação como: • A análise da situação de saúde: inclusive, é um dos pontos da Política Nacional de Vigilância em Saúde. Trata-se de entender os indicadores epidemiológicos, da vida, do trabalho, como eles acontecem, não apenas no território geográfico. Traz melhores resultados porque, a partir da análise, identificam-se os problemas e priorizam-se as ações, com fundamento em objetivos e metas; • A interoperabilidade entre os vários sistemas de informação: se os sistemas não se comunicarem, alimentá-los será burocrático. Com o prontuário eletrônico e o cartão do SUS, é possível verificar os dados do paciente em qualquer sistema no país; • A existência de complexos reguladores: a demanda não é por ordem cronológica, mas leva em consideração, principalmente, o critério de risco e vulnerabilidade; • As ações de educação permanente e de educação popular em saúde e o planeja- mento participativo são igualmente importantes para superar para a implementação de um modelo de atenção de saúde pautado na defesa da vida (conceito ampliado de saúde). Reforça-se a necessidade de envolver a comunidade na decisão, planeja- mento e execução, observação e acompanhamento do que é feito pelo Poder Público. TRABALHO VIVO O trabalho vivo reside principalmente nas relações que são estabelecidas no ato de cuidar (subjetividade). É o momento de se pensar o projeto terapêutico singular (PTS), com base na escuta e na responsabilização com o cuidado. Deve-se levar em consideração que a maioria dos problemas de saúde não são somente fisiológicos, mas consequências dos determinantes e condicionantes da saúde. O projeto terapêutico singular surgiu na saúde mental, e foi agregado à atenção à saúde como um projeto no qual são eleitos indivíduos ou famílias, a partir de um certo número de problemas e do seu impacto. Eles precisam querer aderir ao projeto. O foco do trabalho vivo deve ser as relações estabelecidas no ato de cuidar, que são: • O vínculo; • A escuta (acolhimento); 5m 10m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde IV SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S • A comunicação: é preciso quebrar a lógica de que o profissional de saúde é o dono do saber, e o paciente, aquele que recebe o cuidado. A comunicação adequada faz com que o paciente se corresponsabilize pelo seu cuidado e tenha mais autonomia; e • A responsabilização com o cuidado. Os equipamentos e o conhecimento estruturado devem ser utilizados a partir desta rela- ção e não o contrário, como tem sido na maioria dos casos. Hoje, utilizamos densidade tecnológica antes de criar vínculos. É necessário utilizar a relação antes do equipamentos, melhorando a forma de se relacionar com os usuários, os quais são sujeitos passivos pois historicamente foram assim constituídos. É necessário a construção de sujeitos ativos 15m ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 20m 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE V FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (QP) Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam ser considerados: • Economia de escala É a capacidade que uma rede tem de ofertar, ao longo do tempo, mais ações e serviços sem, necessariamente, aumentar o custo. • Qualidade Deve estar presente não só no cuidado, mas também no acesso ao atendimento, que requer quantidade e qualidade; organização do cuidado; acolhimento e classificação de risco; referência e contrarreferência. • Suficiência A rede de atenção deve ser constituída por pontos de atenção que consigam garantir a integralidade. Então, a RAS deve ser pensada na lógica da necessidade do indivíduo e da comunidade, a fim de conseguir ser suficiente para que o indivíduo não precise buscar outros espaços, ou seja, ela deve garantir tudo que determinada comunidade necessita. • Acesso O acesso deve ser garantido, inclusive o transporte sanitário, que é a garantia de que o poder público vai assegurar o deslocamento desse indivíduo para outro ponto ou outro muni- cípio, a fim de que ele complete o seu cuidado. • Disponibilidade de recursos e Economia de escala Não adianta falar em redes sem falar em recursos nem falar em SUS se não falar em recurso adequado. Qualidade e acesso são a lógica fundamental na organização da rede de atenção à saúde. Para que isso aconteça, é necessário desenvolver um trabalho cada vez mais vivo, baseado na humanização do cuidado em saúde. 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S A ECONOMIA DE ESCALA Ocorre quando os custos médios de longo prazo diminuem à medida que aumenta o volume das atividades e os custos fixos se distribuem por um maior número dessas ativida- des, sendo o longo prazo um período de tempo suficiente para que todos os insumos sejam variáveis. Dessa forma, a concentração de serviços em determinado local racionaliza custos e otimiza resultados, quando os insumos tecnológicos e humanos relativos a esses serviços inviabilizam sua instalação em cada município isoladamente. Aqui, é a lógica da região de saúde: quando um município consegue dar conta de ofer- tar determinada ação e serviço dentro de uma região, isso é muito mais lógico em relação à economia do que aquilo que será gasto implantando aquela ação e serviço em todos os municípios. Por esse motivo, a região de saúde se baseia na economiade escala, pois, muitas vezes, instalar ações e serviços em um município de forma isolada é mais difícil do que ofertar e melhorar aquele que já tem determinado serviço dentro da rede. QUALIDADE Um dos objetivos fundamentais do sistema de atenção à saúde e da RAS é a qualidade na prestação de serviços de saúde. A qualidade na atenção em saúde pode ser melhor com- preendida com o conceito de graus de excelência do cuidado que pressupõe avanços e retro- cessos nas seis dimensões, a saber: • Segurança – reconhecer e evitar situações que podem gerar danos enquanto se tenta prevenir, diagnosticar e tratar; Esse ponto está ligado à prevenção quaternária, que é quando se evitam danos, e aos princípios bioéticos da beneficência e o da não maleficência. • Efetividade – utilizar-se do conhecimento para implementar ações que fazem a dife- rença, que produzem benefícios claros aos usuários; • Centralidade* na pessoa – usuários devem ser respeitados nos seus valores e expec- tativas, e serem envolvidos e proativos no cuidado à saúde; 5m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S Obs.: � *Cuidado centrado no indivíduo, e não nos sintomas. Isso significa que devemos olhar a pessoa como um todo, e não apenas como a sintomatologia que ela traz ou não traz. • Proatividade: quando os profissionais de saúde estão envolvidos e desenvolvendo um trabalho vivo, eles são proativos, criando vínculos e estimulando os indivíduos a se tornarem sujeitos ativos em seu processo de cuidar. O resultado é belíssimo quando uma orientação dada pelo profissional de saúde faz com que a pessoa fre- quente menos a unidade de saúde em virtude de ela conseguir entender até que ponto ela pode resolver seu problema e o momento certo para procurar o serviço de saúde. • Pontualidade – cuidado no tempo certo, buscando evitar atrasos potencial- mente danosos; A pontualidade não se refere somente ao tempo, mas à precisão no uso de conhecimento técnico do profissional de saúde para não deixar passar uma situação que pode ser resolvida e, caso não seja, cause maior dano ao paciente. • Eficiência – evitar desperdício ou ações desnecessárias e não efetivas, e • Equidade – características pessoais, como local de residência, escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, não devem resultar em desigualdades no cuidado à saúde. A qualidade deve ser também pensada em prol do indivíduo. SUFICIÊNCIA Significa o conjunto de ações e serviços disponíveis em quantidade e qualidade para atender às necessidades de saúde da população e incluir cuidados primários, secundários, terciários, reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com qualidade. A quantidade de pontos de atenção, oferta e cuidado deve oferecer qualidade. Desse modo, para garantir suficiência, é necessário se atentar tanto à quantidade quanto à quali- dade. Além disso, deve-se ofertar desde os cuidados de promoção à saúde até os cuidados paliativos. 10m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S ACESSO Ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais, socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. Deverão ser estabelecidas alternativas específicas na relação entre acesso, escala, escopo, qualidade e custo, para garantir o acesso, nas situações de popu- lações dispersas e de baixa densidade populacional (1), com baixíssima oferta de serviços. Ex.: Na criação de regiões de saúde ou de distritos sanitários em municípios, devemos levar em consideração as características dos municípios que comporão as regiões de saúde a fim de facilitar o acesso. Por esse motivo, os municípios devem ter características seme- lhantes, para que, culturalmente, as pessoas consigam transitar sem passar por nenhum tipo de discriminação. (1) Essa é uma lógica de muitas regiões interioranas, onde há populações com muita necessidade de cuidado, mas há uma extensão territorial muito grande por conta da tipologia desses municípios. É um desafio muito grande, assim como quando se trata de populações ribeirinhas. Ausência de barreiras geográficas: ausência de barreiras no momento em que o indiví- duo entra no sistema. A barreira pode ser, por exemplo, uma via de mão dupla sem sinaliza- ção/passagem de pedestres adequada. Inclusive, pode acontecer de uma barreira ser mais impactante na saúde do usuário do que a distância da unidade. Acesso pode ser analisado por meio da disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do serviço pelos usuários: • A DISPONIBILIDADE Diz respeito à obtenção da atenção necessária ao usuário e sua família, tanto nas situa- ções de urgência/emergência quanto de eletividade (situações de agendamento). • A COMODIDADE Está relacionada com o tempo de espera para o atendimento, a conveniência de horá- rios, a forma de agendamento, a facilidade de contato com os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros. 15m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S • A ACEITABILIDADE Está relacionada com a satisfação dos usuários quanto à localização e à aparência do serviço, a aceitação dos usuários quanto ao tipo de atendimento prestado e, também, a acei- tação dos usuários quanto aos profissionais responsáveis pelo atendimento. • DISPONIBILIDADE DE RECURSOS É outro fator importante para o desenvolvimento da RAS. Recursos escassos, sejam humanos ou físicos, devem ser concentrados, ao contrário dos menos escassos, que devem ser desconcentrados. Se há recursos escassos, estes devem ser concentrados para facilitar o acesso; já no caso de recursos não escassos, estes devem ser desconcentrados também para melhorar o acesso. Assim, a lógica de disponibilidade de recursos deve ser avaliada por quem entende de gestão, epidemiologia e planejamento em saúde. INTEGRAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL (QP) Já faz alguns anos que esse tema tem sido muito cobrado nas provas de residência e nas provas das Fundações Carlos Chagas, Getúlio Vargas e Cespe/Cebraspe. Na construção da RAS, devem ser observados os conceitos de integração vertical e hori- zontal, que vêm da teoria econômica e estão associados às concepções relativas às cadeias produtivas. Integração Vertical Consiste na articulação de diversas organizações ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada, sendo complementar (agre- gando resolutividade e qualidade neste processo). No nosso caso, é quando lidamos com ações diferentes e com graus de densidades tec- nológicas diferentes. São complementares justamente porque um complementa o outro por serem diferentes. 20m ATENÇÃO 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S Integração Horizontal Consiste na articulação ou fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade*. É utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cobertura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde por meio de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em relação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da unidade). Obs.: � *Mesmo grau e densidade tecnológica. Diferentemente da integração vertical, que é utilizada para complementar, a horizontal é utilizada para otimizar. Quando se aumenta o rol de ações do mesmo tipo de natureza e especialidade, o atendi- mento é otimizado/acelerado, conseguindo-se gerir as filas de uma forma melhor. No tocante à integração vertical, os esforços são somados para garantir também a integralidade. PROCESSOS DE SUBSTITUIÇÃOPara que se consiga instituir e falar em rede, é necessário lembrar que precisamos subs- tituir tudo o que acontece pelo novo formato. Não é possível trabalhar nem ter um sistema de saúde organizado se dois modelos de atenção estão acontecendo no mesmo espaço. São definidos como o reagrupamento contínuo de recursos entre e dentro dos serviços de saúde para explorar soluções melhores e de menores custos, em função das demandas e das necessidades da população e dos recursos disponíveis. Esses processos são importantes para se alcançar os objetivos da RAS no que se refere a prestar A atenção certa No lugar certo Com o custo certo e No tempo certo. A substituição pode ocorrer nas dimensões da localização, das competências clínicas, da tecnologia e da clínica. Exemplos de processos de substituição: • Mudar o local da atenção prestada do hospital para o domicílio; 25m 7 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S • Transição do cuidado profissional para o autocuidado; • Delegação de funções entre os membros da equipe multifuncional etc. ATENÇÃO Qualquer processo de substituição deve ser precedido pela educação populacional em saúde e da educação em saúde, pois precisamos envolver as pessoas para que elas en- tendam e aceitem esse processo de mudança. REGIÃO DE SAÚDE OU ABRANGÊNCIA • Entender onde a rede começa e onde ela termina. A organização da RAS exige a definição da região de saúde, que implica a definição de seus limites geográficos e sua população e o estabelecimento do rol de ações e serviços que serão ofertados nessa região de saúde. Além do limite geográfico, é preciso definir também a população – não só em quantidade, mas também em estratos – para traduzir, por meio do diagnóstico situacional e de indicado- res, o perfil da população. Ao falarmos em região de saúde a partir do decreto, fica claro que, no contrato organiza- tivo da ação pública, teremos o rol de ações e serviços que serão ofertados nessa região. Via de regra, estabelece-se que, dentro da região da saúde, existirá uma ou mais redes de aten- ção à saúde, só não pode não ter nenhuma. Por esse motivo, existem os requisitos mínimos para a constituição de uma região de saúde. As competências e responsabilidades dos pontos de atenção no cuidado integral estão correlacionadas com a abrangência de base populacional, acessibilidade e escala para con- formação de serviços. A definição adequada da abrangência dessas regiões é essencial para fundamentar as estratégias de organização da RAS, devendo ser observadas as pactuações entre o estado e o município para o processo de regionalização e parâmetros de escala e acesso. A região de saúde é um agrupamento de municípios limítrofes que, em conjunto, oferta- rão uma ou mais redes de atenção à saúde, e que possuam os requisitos mínimos que garan- tam o cuidado integral à população dentro dessa região de saúde. 30m 35m 8 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde V SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S Níveis de Atenção Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos entes de governança da RAS. Estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados segundo as densidades tec- nológicas singulares. Nesses pontos de atenção, o que diferencia um ponto do outro é o grau de densidade tec- nológica que existe. Por isso que, durante muito tempo, os níveis de atenção eram mostrados por meio de uma pirâmide, pois eles partem de um ponto que tem menor grau de densidade tecnológica para um outro ponto com maior grau de densidade tecnológica. Variando do nível de menor densidade (APS), ao de densidade tecnológica intermedi- ária, (atenção secundária à saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção terciá- ria à saúde). Alguns autores trazem a atenção quaternária, que seriam ações feitas nos espaços hos- pitalares, no mesmo espaço da atenção terciária, mas que, por conta de características como financiamento e especificidade em relação a custos e tipo de conduta, caracterizam a aten- ção quaternária. Seriam as ações de transplantes, diálises e hemodiálises e a oncologia, que são ações que acontecem no espaço hospitalar, mas que, por essa especificidade, principal- mente na questão de recursos, por serem ações muito mais caras, que exigem um financia- mento diferenciado, foram colocadas por alguns autores como nível quaternário. O senso comum está nos três níveis: primário, secundário e terciário. Esses níveis vão depender da prova. Se for uma prova discursiva de residência, o exa- minador pode citar o nível quaternário, desde que tenha estudado os autores que tratam do assunto. ATENÇÃO ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VI SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENDIMENTO À SAÚDE VI NÍVEIS DE ATENÇÃO Durante muito tempo, estudamos os níveis de atenção a partir da imagem de uma forma piramidal. Essa imagem não está totalmente errada, mas ela é limitada no sentido de como propõe-se uma rede de saúde atualmente. O PULO DO GATO : Se a prova disser que uma organização da rede é piramidal, estará errado, mas se a pro- va trouxer a facilidade de visualização por meio de uma pirâmide, estará correto. O que é errado é afirmar que a forma de organização da rede é piramidal, mas a explicação que utiliza um triângulo, para observar a questão da hierarquização no tocante aos níveis por conta dos graus de densidade tecnológica, é muito mais fácil. A forma de organização das redes são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde ou forma de organização poliárquica. O motivo de a banca trazer a pegadinha da forma de organização piramidal é porque pas- samos por um processo de estudar as redes e os níveis de atenção observando uma rede hie- rarquizada. No entanto, essa hierarquização está relacionada com a densidade tecnológica. Desse modo, quando se fala em hierarquizar, não significa que se está colocando um nível acima do outro, no sentido de que um é mais importante do que o outro, ou que um determina as ações do outro, ou seja, não é uma relação de hierarquia por conta de que um manda no outro ou determina o que o outro vai fazer. Densidade tecnológica na pirâmide: 1. Na parte mais baixa da pirâmide, temos a atenção primária, que utiliza baixa densi- dade tecnológica. 2. No nível seguinte, temos o nível intermediário, que utiliza o grau intermediário de den- sidade tecnológica. 3. No nível mais alto, temos o nível terciário, que utiliza uma densidade tecnológica maior. 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VI SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Então, a lógica de organização da RAS em níveis de complexidade/atenção é justamente porque temos três clássicos pontos de atenção na rede: primário, secundário e terciário. Alguns autores, como já dito anteriormente, utilizam a atenção quaternária, pegando algu- mas ações que têm uma diferença muito grande em relação a recursos, que são as redes de transplantes, oncologia, diálise e hemodiálise, mas essas ações são feitas no espaço da atenção terciária, que são os grandes hospitais. Esse caminhar da rede vai se dar na forma de relação horizontal quando os pontos tive- rem as mesmas especificidadese as mesmas características e vão, conjuntamente, otimizar o cuidado do indivíduo; ou na articulação vertical, onde pontos com características diferentes irão se juntar para complementar o cuidado do indivíduo. • Para fins de questões mais complexas nas provas ou questões subjetivas, é funda- mental entender esse arranjo poliárquico das redes. São fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos entes de governança da RAS. Estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados segundo as densidades tec- nológicas singulares. Variando do nível de menor densidade (APS), ao de densidade tecnológica intermedi- ária (atenção secundária à saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção terciá- ria à saúde). • APS – no Brasil, equivale à atenção básica. As bancas cobram tanto a atenção básica quanto a atenção primária com o mesmo conceito. • Intermediária: atenção secundária, que é composta pelas ações de ambulatórios espe- cializados e de hospitais. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (QP) Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único para as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de atributos apresentados a seguir são essenciais ao seu funcionamento: 1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e pre- ferências que determinam a oferta de serviços de saúde; 5m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VI SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestam serviços de promoção, pre- venção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados paliativos e integram os programas focalizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos. ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VII SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE VII Via de regra, quando falamos em atributo, significa que, para considerar qualquer ação de qualidade, é necessário seguir alguns atributos. Isso acontece na atenção primária, na secundária e na terciária. Para que consigamos garantir e observar uma rede que é estru- turada com qualidade, ela precisa seguir este conjunto de atributos essenciais ao seu fun- cionamento. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (QP) Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único para as RAS, visto que vivemos em um país rico em diferenças regionais e iniquidades sociais. Contudo, as evidências mostram que o conjunto de atributos apresentados a seguir são essenciais ao seu funcionamento: 1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências, que determinam a oferta de serviços e saúde. O profissional deve conhecer o espaço territorial que ele atende, suas características, o quantitativo de pessoas que lá residem e as características da população. De fato, se o pro- fissional conseguir organizar as suas ações de acordo com os perfis do território e da popu- lação, ele vai consequentemente atingir mais facilmente o princípio da integralidade. 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que presta serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados paliativos e integra os programas focalizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos. Para que uma rede seja resolutiva, é necessário que ela tenha uma gama de estabeleci- mentos de saúde que cuidem desde de as ações de promoção até os cuidados paliativos e as ações que são destinadas às populações específicas. 3. Atenção primária em saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, inte- grando, coordenando o cuidado, e atendendo às suas necessidades de saúde. 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VII SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S É cediço que, a partir do Decreto n. 7.508, existem outras portas de entrada, mas a aten- ção primária não perde a característica de ser a principal, ou seja, a porta de entrada prefe- rencial da rede de atenção. Isso porque a atenção primária atua onde a população reside e, por isso, fica muito mais fácil entender que é o primeiro contato que o indivíduo tem com a rede de saúde. 4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado. Aqui já se trata de nível secundário. Não adianta ter uma rede maravilhosamente organi- zada no tocante à atenção primária, sendo que a atenção secundária vai estar em local dis- tante e de difícil acesso, gerando problemas ao indivíduo que faz uso da rede. Por exemplo, em uma região que tenha 10 unidades de saúde de atenção primária, é necessário pelo menos uma unidade de referência a nível especializado – secundário – jus- tamente para não criar mais barreiras de acesso ao usuário da rede. Nas grandes cidades, isso é um dilema em virtude da (des) organização da mobilidade urbana somada às condições financeiras da população. 5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integra- ção assistencial por todo o contínuo da atenção. Os mecanismos de coordenação são feitos pela atenção primária. No caso de um paciente fazer um exame que precisa ser analisado por um cardiologista, por exemplo, não é o usuário que irá buscar esse especialista, e sim o sistema. Isso serve para assegurar que o usuário não precise ir de um lugar para outro em busca de atendimento/apoio, aumentando os riscos de desenvolver situações indesejadas. Desse modo, a integralização é mais do que necessária. O que se espera é que o pri- meiro profissional que atende o paciente dê a ele o mínimo de garantia até que ele seja encaixado na agenda, os exames sejam marcados e os resultados saiam, pois, no SUS real, isso demora. Mesmo que muitas unidades já tenham laboratórios e meios de coleta, a demora ainda é grande 6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da população. 5m 10m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VII SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S O PULO DO GATO : Quando a palavra “centralizado/centrado” se referir ao indivíduo, família e/ou comunidade, a questão não deverá ser desconsiderada. O que não pode estar centralizado são os pla- nejamentos, as ações, as lógicas de diálogo e de compartilhamento. É preciso respeitar a individualidade, a ancestralidade, a cultura. As dores variam porque a questão da saúde é subjetiva, sendo preciso escutar e, para que o cuidado esteja centrado no indivíduo, na comunidade e na família, é necessário conhecer, e para conhecer é preciso saber escutar. Ressalta-se que o processo de cuidar é uma troca. 7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de saúde; definir objetivos e metas que devem ser cumpridos em curto, médio e longo prazo; articular as políticas institu- cionais; e desenvolver a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações.Quando se fala em sistema de governança único para toda a rede, é justamente para falar o mesmo linguajar, do contrário, será uma duplicidade de meios para fins idênticos. Deve-se ter o mesmo linguajar, principalmente quando essa rede estiver contemplada em uma região de saúde, visto que existem o contrato organizativo da ação pública e as políticas públicas que devemos seguir. 8. Participação social ampla. Não apenas nas instâncias ordinárias previstas em lei orgânica, que são os Conselhos e as Conferências, mas também de forma que os profissionais de saúde tenham cada vez mais a capacidade de estimular a comunidade a lutar pelos seus direitos, a se envolver e a lidar com o que é dela, que é o cuidado em saúde, e se tornar um sujeito cada vez mais ativo nesse processo. 9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico. Todos esses pontos de suporte da rede devem estar envolvidos. 10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede. 15m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VII SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S É inadmissível dizer que não há profissionais de saúde suficientes para constituir a rede, pois existem, sim. O que eles não têm são condições de trabalho adequadas e vínculos empregatícios que garantam a sua segurança. Para que uma rede funcione, é necessário ter profissionais com vínculos adequados, bons salários, estrutura de trabalho, condições mínimas para que o profissional faça o que é de sua atribuição. Quando tudo isso é alcançado, são necessários recursos humanos sufi- cientes em quantidade e em qualidade. 11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem étnica e outras variá- veis pertinentes. Essas informações constam no cartão do SUS, e a utilização cada vez maior de prontu- ários eletrônicos facilita essa lógica. Caso o indivíduo não consiga fazer o cartão do SUS, os dados serão identificados pelo CPF. 12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da rede; Registra-se que todo o financiamento e a organização do SUS são da responsabilidade das três esferas do governo, e não se pode esquecer do que consta na Constituição Fede- ral, que traz claramente que as ações e serviços de saúde serão financiados nos termos do artigo 195, com os recursos da Seguridade Social, da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Isto é, o financiamento e a gestão são compartilhados. Em 2012, com a regulamentação da EMC 29/2000, transformada em Lei Complemen- tar n. 141/2012, passou-se a ter um percentual mínimo de contrapartida para os Municí- pios, Estado e DF. Em 2015, com a alteração do artigo 198, também passou-se a ter o valor mínimo de contrapartida da União, que não foi contemplada na Lei de 2012, que ficou no mínimo de 15%. A contrapartida está prevista desde 1990, no art. 4º da Lei n. 8.141 como pré-requisito para o recebimento de recursos fundo a fundo. 13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e equidade em saúde; O conceito ampliado de saúde traz à tona a lógica de que a saúde não depende apenas dos setores de saúde. Saúde é algo subjetivo, ela envolve determinantes e condicionantes, está relacionada com o modo de viver e de trabalhar, com o acesso ou não aos serviços essenciais. 20m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VII SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S A saúde passou a ser um direito fundamental em 1988, mas, mesmo estando determi- nado na Carta Magna, esse direito não é respeitado em virtude da enorme iniquidade que existe no Brasil. Aqui são dois olhares: o da intersetorialidade e o da clínica ampliada, que é aquele em que os profissionais extrapolam o corpo, a biologia, o patológico e passam a olhar a pessoa inserida no seu modo de vida. 14. Gestão baseada em resultado. Se as ações planejadas não estão dando resultado, elas devem ser mudadas. O resul- tado é visto através do impacto nos indicadores de saúde. Por esse motivo, é preciso deter- minar metas durante todo o processo. A avaliação do usuário também é muito importante no processo de gestão participativa e no alcance de resultados. A integração dos sistemas de saúde deve ser entendida como um contínuo, e não como uma situação de extremos opostos entre integração e não integração. Ela deve ser entendida como um trilho que não está em linha reta, que vai ter percalços e problemas. Dessa forma, existem graus de integração que variam da fragmentação absoluta à inte- gração total. • Fragmentação absoluta: existem municípios que deixam o paciente “se virar” para alcançar o que ele realmente necessita. • Integração total: lógica organizada, onde os pacientes não precisam se humilhar para conseguir algo demorado. Por sua vez, a integração é um meio para melhorar o desempenho do sistema, de modo que os esforços justificam-se na medida em que conduzam a serviços mais acessíveis, de maior qualidade, com melhor relação custo-benefício e satisfaçam aos usuários (OPAS, 2009). A participação do usuário impacta diretamente nas mudanças que o gestor deve ofertar para garantir que o primeiro esteja também satisfeito. A lógica de satisfação do usuário não é apenas para a rede privada; a rede pública tem que começar a entender isso como um pro- cesso, não como uma caixinha de sugestões, até mesmo porque muitos pacientes ficam com vergonha de externar suas opiniões ou, muitas vezes, não sabem escrever. 25m 30m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VII SAÚDE PÚBLICA A N O TA ÇÕ E S Nesse contexto, é preciso promover a educação populacional e os processos de avalia- ção lúdicos e, além disso, buscar meios para identificar se a insatisfação com o serviço é algo pessoal – de algo que o usuário não conseguiu – ou de uma insatisfação relacionada com o todo no tocante ao serviço de saúde. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICROGESTÃO DOS SERVIÇOS A Rede de Atenção à Saúde ORGANIZA-SE a partir de um processo de gestão da clí- nica associado ao uso de critérios de eficiência microeconômica na aplicação de recursos mediante planejamento, gestão e financiamento intergovernamentais cooperativos, voltados para o desenvolvimento de soluções integradas de política de saúde. É preciso ampliar o objeto de trabalho da clínica para além das doenças, visando com- preender os problemas de saúde, ou seja, entender as situações que ampliam o risco ou a vulnerabilidade das pessoas. 35m ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE VIII PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICROGESTÃO DOS SERVIÇOS Microgestão é a gestão mais próxima do que está acontecendo. É a lógica de organizar a ação que está mais próxima, inclusive dos profissionais e dos indivíduos. Já a macrogestão está mais ligada à gestão versus políticas de saúde. A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a partir de um processo de gestão da clí- nica associado ao uso de critérios de eficiência microeconômica na aplicação de recursos mediante planejamento, gestão e financiamento intergovernamentais cooperativos, voltadospara o desenvolvimento de soluções integradas de política de saúde. A lógica de toda a nossa rede de atenção é ofertar cada vez mais com menos recursos. Entende-se que a lógica de referenciar deve ser por necessidade, e não apenas porque o indivíduo quer passar para outro profissional ou outro especialista. Lógica da gestão compartilhada: não existe nível de gestão que seja responsável por tudo. Ressalta-se que a Lei n. 8.080, em seus artigos 16, 17 e 18, dispõe acerca das atribui- ções específicas de cada esfera de governo. É preciso ampliar o objeto de trabalho da clínica para além das doenças*, visando com- preender os problemas de saúde, ou seja, entender as situações que ampliam o risco ou a vulnerabilidade das pessoas. *Ou seja, extrapolar o olhar para o sintoma e a doença e passar a fazer a gestão da clí- nica utilizando a vida da pessoa. É preciso entender que, mesmo em situações similares, cada pessoa continua sendo um infinito particular e exige dos profissionais de saúde um tra- tamento diferenciado. Além disso, cada pessoa vai externar o seu estado de saúde de forma subjetiva, não adianta tentar padronizar. Existem protocolos e diretrizes clínicas que servem para nortear, devendo os profissionais se adaptarem a cada um. Cada pessoa terá um risco maior de acordo com as suas características e com seu estilo de vida e de trabalho, ou seja, o risco também é subjetivo. Mesmo que existam riscos que estão relacionados com o todo, como a questão do saneamento, da alimentação, aqueles determinantes e condicionantes que aumentam o risco do adoecimento, há também aqueles que estão associados ao tipo de vida que o indivíduo leva. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Ex. 1: uma pessoa que trabalha utilizando muito a voz terá mais risco de desenvolver afonia do que uma pessoa que não usa tanto a voz. É essencial entender o processo de vida para não prejudicar a comunidade e os pacientes. Ex. 2: dois pacientes com tuberculose, um que vive em situação de rua e outro que tem onde morar, serão assistidos de formas diferentes. Os problemas ou condições de saúde estão em sujeitos, em pessoas, por isso a clínica do sujeito é a principal ampliação da clínica, que possibilita o aumento do grau de autonomia dos usuários, cabendo uma decisão compartilhada do processo terapêutico. A gestão da clínica aqui compreendida implica “a aplicação de tecnologias de microges- tão dos serviços de saúde com a finalidade de: (QP) a) assegurar padrões clínicos ótimos; b) aumentar a eficiência; c) diminuir os riscos para os usuários e para os profissionais; d) prestar serviços efetivos; e e) melhorar a qualidade da atenção à saúde”. Como subsídio à gestão da clínica, utiliza-se: A análise da situação de saúde em que o objetivo é a identificação e estratificação de riscos em grupos individuais expostos a determinados fatores e condições que os colocam em situação de prioridade para a dispensação de cuidados de saúde, sejam eles preventivos, promocionais ou assistenciais. Além de tudo isso, a análise da situação de saúde nos dá um parâmetro de dentro daquele grupo que está exposto a determinantes e condicionantes, podendo estratificar quem está em pior situação e utilizar o acolhimento com estratificação de risco. A lógica deverá ser sempre a da equidade, até porque a fila nunca vai deixar de existir. Ressalta-se que a fila é também uma forma de gestão, desde que ela seja organizada por critérios de risco e vulnerabilidade. Então, o que se faz ao ofertar mais a quem mais precisa e/ou está em pior situação é usar o princípio da equidade. A gestão clínica dispõe de ferramentas de microgestão que permitem integrar vertical- mente os pontos de atenção e conformar a RAS. Integração vertical: articular pontos da rede com ações diferenciadas, que se complementam. 10m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Integração horizontal: otimizar o cuidado porque são ações que têm características semelhantes. As ferramentas de microgestão partem das tecnologias-mãe, as diretrizes clínicas, para, a partir delas, desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas como a gestão da condição de saúde, gestão de casos, auditoria clínica e as listas de espera. A lista de espera é uma forma de gestão, mas não deve estar baseada apenas no crité- rio cronológico, ou seja, por ordem de chegada. Essa lista de espera deve ser organizada partindo-se do pressuposto de quem mais precisa, sendo necessário fazer a estratificação, classificar e organizá-la colocando primeiro aquele que tiver mais necessidade. DIRETRIZES CLÍNICAS Entendidas como recomendações que orientam decisões assistenciais, de prevenção e promoção, como de organização de serviços para condições de saúde de relevância sanitá- ria, elaboradas a partir da compreensão ampliada do processo saúde-doença, com foco na integralidade, incorporando as melhores evidências da clínica, da saúde coletiva, da gestão em saúde e da produção de autonomia. . As diretrizes clínicas estão previstas inclusive em lei orgânica, além dos protocolos tera- pêuticos, e são caminhos recomendados, válidos e aceitos cientificamente para lidar com situações de relevância sanitária. Ex.: o paciente com tuberculose com caso novo deverá seguir um tratamento de dois meses com drogas de ataque e mais quatro meses para a fase de manutenção, e isso vai variar de acordo com o peso. Desse modo, já se sabe o que vai ocorrer, mas não podemos dizer que todo paciente com tuberculose é igual. A diretriz norteia o atendimento porque determina a forma de diagnóstico, a forma de con- trole clínico e os critérios de alta. No entanto, a forma de lidar com cada paciente é diferen- ciada, pois cada paciente é um paciente, então a diretriz não protocola o paciente, mas sim o tratamento já validado cientificamente e, via de regra, internacionalmente. AS DIRETRIZES • As diretrizes desdobram-se em Guias de Prática Clínica/Protocolos Assistenciais; 15m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Existem diversos protocolos de cadernos da atenção básica, guias do Ministério de Saúde e de outras instituições governamentais e não governamentais. • Orientam as linhas de cuidado, e • Viabilizam a comunicação entre as equipes e serviços, programação de ações e padro- nização de determinados recursos. LINHAS DE CUIDADO (LC) Uma forma de articulação de recursos e das práticas de produção de saúde, orientadas por diretrizes clínicas entre as unidades de atenção de uma dada região de saúde, para a condução oportuna, ágil e singular dos usuários pelas possibilidades de diagnóstico e tera- pia, em resposta às necessidades epidemiológicas de maior relevância. Linha de cuidado é quando o profissional sabe que conhece o percurso de determinada situação e vai lidar com ela, conhecendo de forma mais oportuna, ágil e singular se ele se baseia nos protocolos clínicos para lidar com aquelas linhas de cuidado. Visa à coordenação ao longo do contínuo assistencial (longitudinal), por meio da pac- tuação/contratualização e a conectividade de papéis e de tarefas dos diferentes pontos de atenção e profissionais. Por esse motivo, para ter uma linha de cuidado, é preciso cada vez mais de articulação entre os pontos de atenção da rede. Pressupõem uma resposta global dos profissionais envolvidos no cuidado, superando as respostas fragmentadas. Além da microgestão e da clínica ampliada, as linhas de cuidado também são formas de romper a fragmentação do sistema. A implantação de LC deve ser a partir das unidades da APS (porque se está maispróximo do indivíduo), que têm a responsabilidade da coordenação do cuidado e ordenamento da rede. Vários pressupostos devem ser observados para a efetivação das LC, como: • Garantia dos recursos materiais e humanos necessários para a sua operacionalização; • Integração e corresponsabilização das unidades de saúde; 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S Diálogo no qual tanto o profissional quanto o indivíduo sejam responsáveis pelo tratamento. • Interação entre equipes; Equipes integradas = melhoramento de resultados. • Processos de educação permanente; A fim de que o profissional que atende tenha, dentro do seu trabalho, situações que vão fomentar o aprendizado. • Gestão de compromissos pactuados e de resultados. É preciso saber lidar com epidemiologia. Não adianta fazer e não ver resultados. Os resultados têm uma ligação muito forte com os indicadores de saúde e, consequente- mente, são abraçados pela epidemiologia. Tais aspectos devem ser de responsabilidade de grupo técnico, com acompanhamento da gestão regional. A gestão regional está próxima das situações que acontecem nos sistemas locais de saúde, nos distritos sanitários e nas próprias regiões de saúde, que são instituídas em con- junto com os municípios, pelos Estados. GESTÃO DA CONDIÇÃO DA SAÚDE É a mudança de um modelo de atenção à saúde focada no indivíduo, por meio de proce- dimentos curativos e reabilitadores* para abordagem baseada numa população adstrita, que identifica pessoas em risco de adoecer ou adoecidas, com foco na promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou a atenção adequada, com intervenção precoce, com vistas a alcançar melhores resultados e menores custos. *É preciso, mais uma vez, quebrar o olhar do modelo biomédico, que, infelizmente, ainda é o modelo hegemônico perpetuado e inclusive aceito pela população e pela comunidade. 20m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S A lógica de ser focada em procedimentos curativos e reabilitadores exige o mínimo de acompanhamento do indivíduo, e o máximo do acompanhamento da sua condição naquele momento. Ex.: o Sisab, Sistema Atual da Atenção Básica, tem o cadastro do domicílio e, nesse cadastro, tem as características de domicílio e as pessoas que vivem nesses domicílios, com informações acerca de iluminação, saneamento, abastecimento de água, além de várias outras situações que mostram o perfil socioeconômico. Se em uma casa moram 10 pessoas, serão 10 fichas de cadastro individual. . Nas fichas individuais, há um item de condições – hipertensão, diabetes, saúde mental, tabagismo, alcoolismo, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, câncer, pré-natal – que vai mostrar o perfil daquela comunidade, então, além de fazer a gestão da condição de saúde, é preciso também usar os sistemas de informação. Sua premissa é a melhoria da qualidade da atenção à saúde em toda a RAS. É preciso superar a lógica do modelo biomédico e trabalhar com a lógica de vigilância em saúde para quebrar essa fragmentação histórica na organização do Brasil. Para tanto, engloba o conjunto de pontos de atenção à saúde, com o objetivo de • Alcançar bons resultados clínicos • A custos compatíveis • Com base em evidência disponível na literatura científica. Literatura científica: protocolos e diretrizes clínicas que são baseadas em grandes deci- sões científicas. Pode ser definida como a gestão de processos de uma condição ou doença que envolve intervenções na promoção da saúde, na prevenção da condição ou doença e no seu trata- mento e reabilitação. A gestão dos riscos coletivos e ambientais passa pela vigilância, prevenção e controle das doenças, agravos e fatores de risco. Não há como olhar os riscos coletivos e ambientais sem falar em intersetorialidade, pois não é uma questão que depende apenas do setor saúde e, para que os outros setores este- jam envolvidos, é necessário conscientizar a comunidade/população para que ela se mobi- lize em relação à participação de todos os setores responsáveis e da sua própria participação nas mudanças. 25m 30m 7 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde VIII SAÚDE PÚBLICA (2021) O foco é: • A identificação oportuna de problemas de saúde na população; • A identificação das causas e fatores desencadeantes; Obs.: � ações de rastreamento e identificação das causas e fatores desencadeantes, tais como falta de saneamento e esgotos inadequados. • A descrição do comportamento do indivíduo na coletividade; • A proposição de medidas para o controle ou eliminação e o desencadeamento das ações. É preciso observar e conhecer todos os fatores para que seja feita a implementação de ações pertinentes em determinada localidade. Bons resultados são alcançados apenas quando há a mudança do perfil epidemiológico após a implementação das ações. 35m ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde IX SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S SUS – REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE IX GESTÃO DE CASO É um processo que se desenvolve entre o profissional responsável pelo caso e o usuário do serviço de saúde para planejar, monitorar e avaliar ações e serviços, de acordo com as necessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade e humani- zada (PNH). É possível haver diversas diretrizes, mas cada caso deverá ser avaliado individualmente. O planejamento será feito de acordo com a necessidade daquele indivíduo. A gestão de caso carrega esse olhar individualizado, considerando as particularidades de cada indivíduo. Seus objetivos são: a) atender às necessidades e expectativas de usuários em situação especial; b) prover o serviço certo ao usuário no tempo certo; c) aumentar a qualidade do cuidado; e d) diminuir a fragmentação da atenção: o olhar para o indivíduo especifica o cuidado para o caso, diminuindo a fragmentação da atenção. É, portanto, uma relação personalizada entre o profissional responsável pelo caso e o usuário de um serviço de saúde. AUDITORIA CLÍNICA Segundo BERWICK E KNAPP, 1990, há três enfoques principais de auditoria clínica: Auditoria implícita: que utiliza opinião de experts para avaliar a prática de atenção à saúde; por exemplo, um expert é contratado para avaliar o sistema de saúde de um municí- pio, de acordo com a percepção do profissional – não existem outros parâmetros envolvidos. Auditoria explícita: que avalia a atenção prestada contrastando-a com critérios pré-defi- nidos, especialmente nas diretrizes clínicas; por exemplo, um expert é contratado para reali- zar auditoria visando a aproximação dos padrões de determinado protocolo – para auditar a 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br SUS – Redes de Atenção à Saúde IX SAÚDE PÚBLICA (2021) A N O TA ÇÕ E S atenção primária é necessário levar a PNAB, os cadernos da atenção básica, conflitando a prática com a auditoria; quanto mais a prática se aproximar da teoria, o cenário se demonstra positivo. A auditoria nem sempre tem caráter punitivo, e sim elucidativo/educativo (salvo em caso de alocação irregular de recursos). O município pode ser auditado para melhorar:
Compartilhar