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Tipos Textuais na Linguagem Jurídica

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Linguagem Jurídica
Aula 4 - Organização da Tipologia Textual:
Narração, Descrição, Dissertação-Expositiva,
Dissertação-Argumentativa, Injunção
INTRODUÇÃO
Estudaremos a importância da descrição e da narrativa na elaboração do laudo pericial criminal após o término dos
procedimentos adotados pela perícia, pois ele é composto pela narração e descrição da imagem do corpo, do local
onde o corpo foi encontrado e de outras evidências de grande relevância, ou seja, narrado e descrito detalhadamente
para que o promotor de justiça seja capaz de compreender as circunstâncias do fato consumado. 
No Termo de Acordo, ao �nal de uma sessão ou mais de mediação de con�ito, perceberemos também a presença do
entrecruzamento desses dois tipos de texto. Destacaremos também a importância da coesão e coerência na produção
da narrativa.
OBJETIVOS
Explicar que a tipologia textual apresenta propriedades linguísticas intrínsecas, como o vocabulário, relações lógicas,
tempos verbais, construções frasais e outras características que a de�nem;
Identi�car as especi�cidades da tipologia textual para escrever com pro�ciência textos diversos;
Descrever a produção de diversos tipos textuais;
Identi�car as principais características dos elementos do texto narrativo e descritivo.
TIPOLOGIAS TEXTUAIS: TIPOS DE TEXTOS
O tipo de texto é determinado pelo modo de se estabelecer a interação entre texto e leitor.
Isso signi�ca que o tipo é caracterizado pela sua organização discursiva, ou seja, natureza linguística de sua
construção teórica, como por:
Seus tempos verbais;
Aspectos lexicais e sintáticos;
Relações entre seus elementos.
Os principais tipos textuais são:
Dissertativo-expositivo;
Dissertativo-argumentativo;
Narrativo;
Descritivo; e
Injuntivo.
ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA DA NARRATIVA
A narrativa apresenta fatos em sequência e decorrentes de uma relação de causa consequência, isto é, um fato causa
uma consequência que dá origem a outro fato, e assim por diante. 
Isso signi�ca a�rmar que entre uma ação e outra, entre um fato e outro, há um lapso temporal.
É a indicação de transcurso do tempo a
tarefa principal do autor da narrativa, depois
de selecionar os fatos narrados.
Os fatos são vividos por personagens, em determinado tempo e lugar, e apresenta um narrador que, diante dos fatos
narrados, pode assumir dois pontos de vista, por exemplo: 
O de narrador-personagem; ou
O de narrador-observador.
Mas, como percebemos, o texto é muito mais do que uma simples sequência de enunciados. Cada estilo de texto
envolve conteúdo, função social, organização linguística e componentes estruturais especí�cos que o de�nem e o
diferenciam dos demais.
TEXTO NARRATIVO
O texto narrativo é uma variedade do discurso que tem como função relatar um acontecimento, estabelecer um ato
comunicativo em que o emissor se projeta no texto na �gura do narrador, que é o principal responsável pelo enredo. 
A estrutura da narrativa, é que dá sustentação à história, o desenrolar dos acontecimentos dentro das ações, ou melhor,
a organização sintática e interação dos elementos da narrativa em função da comunicação.
Uma das características da narrativa é a de que ela pode ser “real” ou “imaginária”, sem perder o seu poder como
história.
Atenção
, Para ler mais sobre o assunto, clique aqui (galeria/aula4/docs/texto_narrativo.pdf).
Sequências narrativas são atravessadas por uma sucessão de episódios que se desenrolam em um determinado
momento e com a presença de personagens ou sujeitos. 
A narrativa, portanto, caracteriza-se da seguinte forma:
• Pela referência a uma realidade ausente no momento da produção do discurso, que é necessário criar ou recriar;
• Por uma disposição sequencial de ações e de acontecimentos ligados entre si por relações conceituais variadas
(causa, �nalidade, proximidade temporal.);
• Pelo recurso a certos elementos linguísticos, como organizadores temporais, certos tempos verbais (nomeadamente
o Pretérito Perfeito e Pretérito Imperfeito do Indicativo) e auxiliares de aspecto que acrescentam à estrutura temporal
do discurso informações relativas ao modo como as ações se desenrolam;
• Pela presença de uma estrutura que corresponde a um conjunto organizado de acontecimentos e de estados e que
permite prever o que se vai passar em qualquer momento da história.
Na realidade, o texto narrativo é um relato centrado em um acontecimento real ou imaginário. 
Marque os elementos mais importantes quanto à comunicação e estrutura do texto narrativo:
Narrador, personagem, espaço e con�ito.
Personagem, espaço, tempo e autor.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON831/galeria/aula4/docs/texto_narrativo.pdf
Espaço, tempo, autor e con�ito.
Narrador, personagem, espaço e tempo.
Justi�cativa
Como qualquer tipo de texto, a história apresenta características próprias que garantem a sua identi�cação e
compreensão por parte do leitor. Essas características referem-se às convenções que envolvem a estrutura geral do
texto. 
Essa estrutura abrange uma organização estilística/linguística que de�ne a história como um tipo narrativo distinto dos
demais. 
Ainda no caso da narrativa, a progressão temática organiza-se ao longo da narração por meio da seguinte estrutura:
SITUAÇÃO INICIAL
Onde o narrador expõe o assunto sobre o qual vai escrever, apresenta as personagens, conta o que elas desejam fazer e descreve
o lugar onde os fatos acontecem.
DESENVOLVIMENTO
É a parte central do texto em que a história vai sendo contada na ordem dos episódios em que as personagens atuam, fazem,
pensam e se expressam.
CONCLUSÃO
É o encerramento no qual ocorre o desenlace dos acontecimentos, incluindo a resolução dos con�itos gerados no decorrer da
história.
Atenção
, Os acontecimentos, ao longo da história, são interligados pelos elementos da narrativa, de modo que cada elemento
desempenha uma função na construção do texto como unidade de sentido.
O narrador
O narrador, por exemplo, é o principal elemento para que a narrativa aconteça, é ele quem
relata a ação, quem passa para o leitor as emoções, os pensamentos e os sentimentos das
personagens.
As personagens
As personagens são os seres que atuam, isto é, que vivem o enredo e que podem ser
classi�cadas de diversas formas, nomeadamente quanto ao papel desempenhado na
história.
O espaço da narrativa
Quanto ao espaço da narrativa, o autor refere-se ao local físico por onde circulam as ações
das personagens, enquanto o ambiente concebe uma visão de lugar mais ampla que vai
além das características físicas até às características socioeconômicas, culturais, morais e
psicológicas nas quais estão situadas as personagens.
A ação narrativa
Assinalamos que a ação narrativa é um elemento primordial e é desenvolvida em episódios. 
Entendemos por ações o desenrolar dos acontecimentos em uma sequência linear dos
enunciados que compõem a história. 
Quanto à estrutura das ações, ela depende da intenção, da originalidade do autor e do que
se pretende escrever.
O tempo
Relativamente, o elemento tempo, dentro de uma narração, se manifesta em diferentes
níveis:
Tempo externo - em primeiro lugar, nela observamos o tempo externo, a época em que se
passa a história, o qual pode ser diferente do período da sua produção. Dessa forma, um
enredo pode retratar um tempo passado ou projetar um tempo futuro como resultado da
imaginação do autor.
Duração da história - outro aspecto do tempo diz respeito à duração da história: ela pode
ocorrer em um curto ou longo período de tempo.
Conclusão
Podemos concluir, portanto, que a narrativa pode ser real ou imaginária, sem perder o seu
poder como história e não só tem um começo, um meio e um �m, mas também uma ordem
cronológica que, de algum modo, mantém relações entre os fatos. 
No caso do texto �ctício, o narrador organiza os elementos da narrativa no sentido de
simular, de �ngir uma história que re�ita uma dada realidade. 
O universo da �cção apresenta-nos uma realidade que não é verdadeira, mas que é possível
ser plausível e por isso a aceitamos como real.
Componentesda narração
Destacamos, ainda, que os componentes da narração são os mesmos para qualquer tipo de
narrativa, sendo real ou imaginária. 
Inclusive, reiteramos que o estabelecimento da coesão textual nas narrativas de história
pode dar-se por meio das relações entre os tempos verbais nas diversas partes do texto, ou
seja, a transição temporal é extremamente importante para a evidência da relação
coesão/coerência em um texto narrativo. 
Desse modo, a organização dos eventos ou fatos gira em torno de um tema que deve ser
mantido na totalidade da narrativa.
COESÃO E COERÊNCIA: PRODUÇÃO DA NARRATIVA
A coesão e coerência são fundamentais na produção da narrativa.
Estudamos na aula 3 que as formas de coesão dizem respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se
estabelecem, entre segmentos do texto, diversos tipos de relações sintáticas, semânticas e/ou pragmáticas, à medida
que se faz o texto progredir.
Vimos também que a coesão referencial acontece ao retomar ou referir expressões presentes no discurso anterior
(anáfora) ou subsequente (catáfora). Por meio da estratégia de referenciação anafórica, é possível reativarmos os
referentes em um texto, formando-se cadeias coesivas.
Na narrativa, retomam-se referentes principais ou temáticos, por exemplo, protagonista e antagonista. 
Os mecanismos de coesão sequencial podem ocorrer por:
SEQUENCIAÇÃO TEMPORAL
O termo sequenciação temporal é utilizado para indicar o tempo do “mundo real”. Tal sequenciação pode ser obtida por
ordenação linear dos elementos, por meio de expressões que assinalam a ordenação ou a continuação das sequências temporais,
de partículas temporais (amanhã, logo) e de correlação dos tempos verbais.
CONEXÃO LÓGICA
Já a sequenciação por conexão se dá por meio do uso de operadores do tipo lógico, operadores discursivos e pausas.
Dessa maneira, a coerência e a coesão são elementos linguísticos que asseguram a estrutura do texto e estão
intimamente relacionadas no processo de produção e de compreensão.
Atenção
, Para ler mais sobre o assunto, clique aqui (galeria/aula4/docs/coesao_coerencia.pdf).
TEMPO CRONOLÓGICO
Fonte da Imagem: Shutterstock
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON831/galeria/aula4/docs/coesao_coerencia.pdf
É o tempo que transcorre na ordem linear, na ordem natural dos fatos do enredo (= calendário), do começo para o �nal. 
Chama-se tempo cronológico porque pode ser medido em horas, meses, anos, séculos.
Veja o exemplo de Quincas Borba, de Machado de Assis: 
Fonte da Imagem:
O ano era de 1840. Naquele dia — uma segunda-feira do mês de maio ― deixei-me estar alguns instantes na Rua da
Princesa. 
No dia seguinte, estava Rubião ansioso por ter ao pé de si o recente amigo da estrada de ferro, e determinou ir a Santa
Teresa, à tarde; mais foi o próprio Palha que o procurou logo de manhã.
ELEMENTOS DA NARRATIVA
Estudamos há pouco que toda narração transmite uma história que, organizada em um enredo, evolui no tempo e no
espaço. Os acontecimentos de uma narrati va se organizam em uma linha temporal. 
Vamos ler, agora, o poema em prosa de Manuel Bandeira:
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, conheceu
Maria Elvira na Lapa, — prostituída, com sí�lis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de
miséria. 
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura… Dava tudo
quanto ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria
escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim:
toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. 
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua
Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do
Mato, Inválidos… 
Por �m na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia
foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. 
(BANDEIRA, Manuel. “A tragédia Brasileira”. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1990.)
O poema narrativo de Manuel Bandeira, como notamos, possui todos os elementos da narrativa, como: enredo,
personagens, espaço, tempo:
Atenção
, Para ler mais sobre o assunto, clique aqui (galeria/aula4/docs/exemplo_narrativa.pdf).
VOCÊ SABIA?
A mediação de con�ito é um método conversacional que propicia aos mediados a oportunidade de retomarem o
diálogo e juntos construírem ou recuperarem condições de colaborar na solução de questões atuais e futuras. 
O maior desa�o para o mediador é ajudá-los a resgatar as experiências de colaboração e respeito que já tenham vivido
para construir narrativas atualizadas onde haja possibilidades de ajustes e acordos constantes. Sem uma nova
narrativa que sustente uma relação de con�ança, os acordos não ganham consistência e �rmeza.
Fonte: Shutterstock
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON831/galeria/aula4/docs/exemplo_narrativa.pdf
O texto descritivo não relata mudança de estado que ocorrem no tempo, apenas retrata as propriedades e aspectos
que os elementos descritos em um certo estado, tomando-os como se estivessem parados no tempo. 
O texto descritivo é um retrato, um recorte de uma paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o
leitor a imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a informação, como neste
exemplo:
No texto descritivo, podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que
dependem do ponto de vista de quem descreve). 
A descrição apresenta ainda algumas características, como:
PRESENÇA DE SUBSTANTIVOS
Marcam traços genéricos do objeto descrito.
PRESENÇA DE ADJETIVOS E LOCUÇÕES ADJETIVAS
Atribuem características especí�cas que permitem um detalhamento maior.
PREDOMÍNIO DE VERBOS DE LIGAÇÃO (COORDENAÇÃO DE IDEIAS) E DE VERBOS NO
PRETÉRITO IMPERFEITO
Permitem tornar “presente” o que já passou. O uso do presente do indicativo em uma descrição é para fazer com que aquilo que
se descreve apareça como um quadro vivo à nossa frente. Assim como, o emprego de metáforas e de comparações objetiva
materializar a imagem descrita.
Atenção
, Mas, na verdade, salvo as descrições técnicas ou cientí�cas, toda descrição revela, em maior ou menor grau, a impressão que o
autor tem daquilo que descreve, pois não existe texto sem intenção. 
Ressaltamos, ainda, que a descrição tem uma função persuasiva muito forte na narração e grande relevância na classi�cação da
conduta típica do crime, porque, por meio dela, temos a tipi�cação da conduta, a ocorrência de agravantes ou atenuantes,
descaracterização da tipi�cação da conduta (branda para gravosa ou vice-versa), além de dar maior esclarecimento e clareza à
conduta típica criminosa ou ao fato jurídico em si.
Vamos ler agora mais um texto descritivo para entendermos ainda mais a sua organização discursiva:
Os vizinhos tomaram todos os cuidados para preservar as evidências que observaram no local do crime. A porta da
sala estava parcialmente bloqueada por dois baús antigos. 
No piso, ao lado dos baús, os vizinhos observaram um par de óculos com armação de tartaruga. Observaram, ainda,
algo mais: no carpete à esquerda da entrada, havia duas pequenas peças de madeira, semelhantes a fragmentos de
um cabo de revólver partido. Manchas de sangue comprometiam todo o lugar. 
Fonte: Shutterstock
Mais tarde, à medida que outros policiais a�uíam ao local, a cena do crime era des�gurada. 
Os óculos com armação de tartaruga foram inadvertidamente removidos antes da chegada da perícia e colocados
sobre uma escrivaninha a dois metros de distância. Os dois fragmentos de cabo de revólver, inicialmente visualizados
junto à entrada a sala, estavam agora debaixo de uma cadeira em outro cômodo.Vários policiais pisavam sobre as disposições de sangue e acabavam por misturar as amostras, descon�gurar as
manchas e produzir outras em locais onde antes nada havia.
Por que podemos classi�car o texto acima como predominantemente descritivo?
Resposta Correta
No texto lido, constatamos que os Princípios Fundamentais da Perícia criminalística, que se referem à observação, à
análise, à interpretação, à descrição e à documentação da prova, foram prejudicados em razão da não criteriosa coleta
de dados (vestígios e indícios), que, geralmente, permitem estabelecer conjeturas sobre como se desenvolveu o fato,
formulando-se hipóteses coerentes sobre ele.
Fonte da Imagem: Shutterstock
A�nal, o trabalho do Perito começa inicialmente no local do crime, como prega o art. 6º do CPP: 
Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos
peritos criminais. 
Na descrição, o objetivo do enunciador é descrever o objeto, individualizá-lo, dizer como é, em um tempo referencial de
simultaneidade das situações.
Questão 1 
Leia o fragmento a seguir e responda à questão proposta: 
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, inconsoláveis. Indaguei de Virgília,
depois �camos a conversar uma meia hora. No �m desse tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu
muito e fechou-a com a mão trêmula.” (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
Considerando os tipos de textos, marque a a�rmação correta em relação ao texto acima:
A) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.
B) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens.
C) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos.
D) O texto não apresenta personagem-narrador.
E) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo.
Justi�cativa
Questão 2 
Leia, agora, os textos I e II. 
Texto 1 
“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar,
encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou
na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca,
moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton
Trevisan, Uma vela para Dario). 
Texto 2“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço para
movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão alegre acentuava
ainda mais.” 
Sobre a tipologia textual, pode-se dizer que a organização discursiva predominante nos textos acima é
respectivamente:
A) Narração – descrição
B) Descrição – narração
C) Dissertação – descrição
D) Descrição – dissertação
E) Narração– narração
Justi�cativa
Questão 3 
O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de Humberto de Campos: 
“A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde tomávamos chá, os ventiladores
ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente. Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da
Avenida. O céu escureceu, de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão,
abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da mesma corrente elétrica, os
ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar
de um grande voo.” 
Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer que a organização predominante é:
A) Argumentativa
B) Descritiva
C) Expositiva
D) Narrativa
E) Injuntiva
Justi�cativa
Questão 4 
Leia o fragmento abaixo: 
Quanto aos atributos intrínsecos do laudo pericial criminal, chamados de elementos essenciais, temos: limitação da
matéria e pronunciamento adstrito à questão ou questões propostas; meticuloso e e�ciente exame do campo
pre�xado; e escrupulosa referência à matéria periciada e imparcialidade absoluta de pronunciamento. 
Sobre a tipologia textual, pode-se dizer que a organização predominante no parágrafo acima é:
A) Argumentativa
B) Descritiva
C) Expositiva
D) Narrativa
E) Injuntiva
Justi�cativa
Questão 5 
Leia o texto a seguir: 
“Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa
ligação se manifeste por meio de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma cultura política
atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, associações de moradores, cooperativas, locais
para reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, encontro e
interação entre os concidadãos. 
A democracia neoliberal, com sua ideia de mercado über alles, nunca leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos,
ela produz consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma sociedade atomizada,
de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes. Em suma, o neoliberalismo é o inimigo
primeiro e imediato da verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o planeta, e
assim continuará no futuro previsível. 
MCCHESNEY, Robert W. Introdução. In: CHOMSKY, Noam. O lucro ou as pessoas? Neoliberalismo e ordem global. Pedro
Jorgensen Jr. (Trad.). 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004 (com adaptações). 
Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto acima:
A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória contemporânea da democracia neoliberal em direção a um
futuro previsível. 
B) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-
se contra os efeitos nocivos de um sobre o outro.
C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia
cujas ações atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares.
D) No texto, identi�ca-se uma parte narrativa, em que o autor relata o surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por
meio da qual o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia participativa.
E) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor apresenta suas impressões pessoais a respeito do
neoliberalismo e da in�uência norte-americana sobre o futuro da humanidade.
Justi�cativa
Questão 6 
Leia o fragmento abaixo e depois responda: 
“Encontrei-o à noitinha no salão, que servia de gabinete de trabalho, com a �lha e três visitantes: João Nogueira, uma
senhora de preto, alta, velha, magra, outra moça, loura e bonita. Estavam calados, em dois grupos, os homens
separados das mulheres. O Dr. Magalhães é pequenino, tem um nariz grande, um pince-nez e por detrás do pince-nez
uns olhinhos risonhos. Os beiços, delgados, apertam-se. Só se descolam para o Dr. Magalhães falar a respeito de sua
pessoa. Também quando entra neste assunto, não para. Naquele momento, porém, como já disse, conservavam-se
todos em silêncio. D. Marcela sorria para a senhora nova e loura, que sorria também, mostrando os dentinhos brancos.”
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. São Paulo: Martins, 1973. 
Considerando os tipos de textos, marque a a�rmação correta em relação ao texto acima:
A) Dissertação subjetiva
B) Descrição
C) Narração com alguns traços descritivos
D) Dissertação objetiva com alguns traços descritivos
E) Narração com alguns traços dissertativos
Justi�cativa
Questão 7 
Leia o texto a seguir e depois responda à questão abaixo. 
“Todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo ‘sentido’. Esse se percebe não nos pormenores de sua
história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem em um largo período de tempo.Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes secundários que o acompanham sempre e o
fazem, muitas vezes, confuso e incompreensível, não deixará de perceber que ele se forma de uma linha mestra e
ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, e dirigida sempre em uma determinada
orientação. É isto que se deve, antes de mais nada, procurar quando se aborda a análise da história de um povo, seja,
aliás, qual for o momento ou o aspecto dela que interesse, porque todos os momentos e aspectos não são senão
partes, por si só incompletas, de um todo que deve ser sempre o objetivo do historiador, por mais particularista que
seja.” 
Caio Prado Júnior (com adaptações). 
Sobre a tipologia textual, pode-se dizer que a organização predominante no parágrafo acima é:
A) Argumentativa
B) Descritiva
C) Expositiva
D) Narrativa
E) Injuntiva
Justi�cativa
Questão 7 
Leia o texto a seguir e depois responda à questão proposta abaixo. 
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas uma in�nidade de portas e janelas
alinhadas. (...) Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham o pé
na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante sensação de respirar sobre a terra. Da porta da
venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas, fazendo compras.” 
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 1989. p. 28-9. 
Sobre a tipologia textual, pode-se dizer que a organização do parágrafo acima apresenta elementos de:
A) Argumentação e descrição.
B) Narração e descrição.
C) Exposição e argumentação.
D) Narração e argumentação.
E) Injunção e descrição.
Justi�cativa
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