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APOSTILA LIVRO INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL UNIFATECIE

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Prévia do material em texto

Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
OLIVEIRA, Irení Alves de.
Introdução ao Serviço Social. Irení. Alves de Oliveira.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 68 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
AUTORA
Prof.ª Esp. Irení Alves de Oliveira 
Assistente Social. Supervisora Acadêmica com programa de treinamento e 
acompanhamento de equipe de supervisores acadêmicos e Professora formadora da 
disciplina de estágio supervisionado curricular obrigatório. 
INFORMAÇÕES RELEVANTES:
• Especialista em Docência no Ensino Superior - Unicesumar (2016)
• Tecnóloga em Marketing - Unicesumar (2016)
• Bacharel em Serviço Social (2015)
• Pós-Graduanda em Design Thinking e Criatividade nas Organizações - Unicesumar 
• Pós-Graduanda em MBA em Coaching aplicado à Gestão de Pessoas - Unicesumar 
• Professora Formadora EAD - Unicesumar 
• Supervisora Acadêmica - Unicesumar
• Link do Currículo na Plataforma Lattes: 
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8088409A4
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8088409A4
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja bem- vindo(a)!
Caro(a) aluno(a) é um enorme prazer trabalhar com você a disciplina de Introdução 
ao Serviço Social, pois tenho certeza que os assuntos abordados neste livro é de extrema 
importância para a sua formação acadêmica e profissional. A construção deste material tem 
com finalidade compreender o Serviço Social na contemporaneidade abordando assuntos 
relevantes tanto para o processo formativo quanto na condução do exercício profissional. 
Sendo assim, na unidade I vamos conhecer o que vem a ser o Serviço Social, suas 
origens e conceitos, considerado aspectos importantes na compreensão das relações de 
trabalho e no surgimento da questão social no Brasil, destacando o papel do Estado e das 
instituições religiosas antes do Serviço Social se regulamentar enquanto profissão. Já na 
unidade II será apresentado os órgãos representativos que são o Conselho Federal de 
Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e às normas 
que regulamenta como o Código de Ética do Serviço Social; Constituição de 1988, mais 
especificamente sobre o artigo 203 e 204 e Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). 
Na unidade III iremos discutir sobre a formação, as competências e habilidades, 
também será apresentado sobre os objetos de trabalho do assistente social, o mercado de 
trabalho e o Projeto Ético Político da profissão. Por fim na unidade IV abordaremos o Serviço 
Social na contemporaneidade a proposta será de abordar assuntos atuais e relevantes na 
formação compreendendo que o profissional em Serviço Social precisa conhecer todos os 
conceitos que serão tratados ao longo deste livro, para que possa ficar atento aos assuntos 
contemporâneos postos na sociedade. 
Espero que o conteúdo deste livro contribua no seu crescimento enquanto futuro(a) 
assistente social. Bons estudos e até a próxima. 
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Serviço Social: Histórico e Conceito
UNIDADE II ................................................................................................... 20
Normas e Órgãos Reguladores
UNIDADE III .................................................................................................. 35
Assistência Social: Identidade Profissional
UNIDADE IV .................................................................................................. 51
O Serviço Social na Contemporaneidade
6
Plano de Estudo:
 
● O que é Serviço Social: origens e conceito.
● As relações de trabalho e o surgimento da “questão social” no Brasil.
● Antecedentes do Serviço Social no Brasil: o Estado e o papel das instituições reli-
giosas.
 
 
Objetivos de Aprendizagem:
 
● Compreender o que é o serviço social a partir da origem e do conceito.
● Entender as relações de trabalho e como a questão social surgiu no Brasil.
● Apresentar como o Estado, instituições religiosas antecederam no país e no 
Serviço Social.
UNIDADE I
Serviço Social: Histórico e Conceito
Professora Esp. Irení Alves de Oliveira
7UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a) você deve estar se perguntando, mas o que é o Serviço Social, 
qual a sua origem e a relação com a igreja católica e o Estado?
Partindo desta perspectiva, busquei sintetizar da forma mais clara possível sobre 
os assuntos que normalmente os estudantes do Serviço Social se faz e é evidente que se 
faça esses questionamentos, pois precisamos entender como tudo aconteceu. Assim, para 
que você possa compreender todo o contexto, dividi esta unidade em três momentos, os 
quais encontram da seguinte forma.
No primeiro momento, apresento o que vem a ser o Serviço Social, aqui, trago 
de uma forma breve sobre a atualidade até para que você possa entender como estará 
inserido na sociedade após a sua formação, depois destaco separadamente sobre a origem 
e o conceito da profissão, me aprofundei nas ideias de grandes autores referenciais da 
nossa profissão como Iamamoto, Yazbek e Montaño.
Já no segundo momento, apresentarei sobre as relações de trabalho que são 
consideradas importantes na vida do ser humano, mas que muitas vezes são implicadas 
pelo sistema capitalista que reage na busca por aumento da riqueza comprometendo as 
relações sociais gerando a desigualdade social e o que chamamos de questão social, objeto 
de trabalho dos assistentes sociais outro ponto abordado nesta unidade.
Por fim, apresento o Estado e o papel das instituições religiosas, antes do Serviço 
Social se regulamentar enquanto profissão. De um lado tínhamos o Estado que não se 
preocupava com a classe trabalhadora e do outro a igreja que buscava nas instituições um 
forma de ofertar as doutrinas religiosas. 
Desejo bons estudos e que aproveite o conteúdo desta unidade.
8UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
1 O QUE É SERVIÇO SOCIAL: ORIGENS E CONCEITO
O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho. 
Considerado como uma profissão liberal, dispondo de estatutos legais e éticos, os quais 
atribui autonomia em relação à condução do exercício profissional e por meio das dimensões 
teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, é que o assistente social torna-se 
habilitado para atuar tanto na esfera pública quanto na esfera privada, nos mais diversos 
campos sócio ocupacionais. 
A origem do Serviço Social sucedeu na sociedade capitalista madura, conceituado 
como especialização do trabalho coletivo a partir da articulação no processo de produção 
e reprodução das relações sociais, mas para entender a origem e o conceito do Serviço 
Social no Brasil é necessário apresentar de forma separada, conforme vejamos a seguir. 
1.1 ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL
De acordo com Montaño (2007) a base da profissão foi pautada no termo “ajuda”, 
encontrada nas obras de Tomás de Aquino e Vicente de Paula, primeiros precursores 
da assistênciasocial. Os estudos do autor supracitado foram embasados nas obras de 
grandes pensadores, como, Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, Natálio Kisnerman, Boris 
Alexis Lima, Ana Augusta de Almeida, Balbina Ottoni Vieira, José Lucena Dantas, entre 
9UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
outros, que em sua maioria enfatizaram que o Serviço Social antecedeu na caridade e na 
filantropia, tese tratada como perspectiva endogenista.
No entanto, o autor destaca que considerar a origem do Serviço Social exclusivamente 
pautada nas práticas da filantropia e da caridade é um tanto quanto arbitrárias, de fato as 
práticas exercidas tinha um cunho doutrinário, muitas vezes com base na ajuda e caridade, 
mas a origem do Serviço Social sucedeu a partir das desigualdades sociais (conhecida 
pelos profissionais como “questão social”), causadas a partir do período da Revolução 
Industrial.
Por tanto, a origem do 
Serviço Social enquanto profissão 
ficou marcada com a ascensão do 
capitalismo, principalmente no período 
de uma sociedade burguesa mais 
madura, a qual gera a desigualdade 
social e a divisão de classes, além 
da latente alienação e antagonismo 
social. E assim, surge a profissão de 
Serviço Social, articulada ao projeto 
hegemônico do poder burguês que tem 
estratégia de controle social e a ilusão de servir a sociedade.
Em relação ao Brasil, Iamamoto (2006) destaca que a origem do Serviço Social 
esteve vinculada a iniciativas da igreja católica, as quais as chamadas “moças boazinhas” 
eram inseridas nos setores mais abundantes da sociedade, ou seja, vinculados à classe 
burguesa, para colocar em ação a sua missão política de apostolado social, juntamente às 
classes subalternas, em particular a família operária.
Yazbek Et. Al (2008) corrobora que a origem do Serviço Social no Brasil esteve 
ligada a um pensamento conservador (doutrinário) da igreja católica, tinha cunho de ação 
educativa, passando a atuar em entidades filantrópicas com o apoio do Estado, seguindo 
uma linha de prevenção aos problemas sociais, visto que a questão social culminou na 
Revolução Industrial e era vista como um problema causado pelo indivíduo que neste caso 
precisava de uma ação curativa, trabalhando a moral e a religiosidade. 
Iamamoto (2002, p.19) complementa que o “Serviço Social surge da iniciativa de 
grupos e frações de classes dominantes, que se expressam através da Igreja, como um 
dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo”. Com isso as assistentes sociais 
Imagem 1: Divisão de classes
10UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
acabava tendo contato direto com o operário, a qual atendia diretamente no seu ambiente 
de habitação para renovar a moral da família, atuando principalmente com as mulheres a 
as crianças por meio de ações individuais.
REFLITA 
O trabalho do assistente social se insere numa relação de compra e venda de mercado-
rias em que a sua força de trabalho é mercantilizada. Aí se estabelece uma das linhas 
divisórias entre a atividade assistencial voluntária, desencadeada por motivações pura-
mente pessoais idealistas e a atividade profissional.
 
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. RAUL de Carvalho. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: 
esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 16 ed. São Paulo. Cortez. 2006.
1.2 CONCEITO DO SERVIÇO SOCIAL
O processo de industrialização no Brasil teve início no século XX marcando 
profundamente a sociedade, com o desenvolvimento do capitalismo a todo vapor, cresce 
o número da classe operária nos centros urbanos e com isso o aumento da exploração 
do trabalho e a desigualdade social, condições propícias para o Serviço Social se 
profissionalizar, pois houve a necessidade de institucionalizar e legitimar como um dos 
recursos mobilizadores tanto do Estado quanto do capitalismo que tinha o suporte da igreja 
católica na perspectiva do enfrentamento da questão social.
Fato este que só foi efetivo no ano de 1930 pelo o ex-presidente Getúlio Vargas, que 
entendeu a questão social como dever do Estado e na intenção de legitimar a relação entre 
o capital e trabalho criou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o salário mínimo, as 
legislações sindicais e entre outras legislações, de cunho controlador e paternalista, o Estado 
transformou a questão social em um problema de administração, desenvolvendo políticas 
públicas e agências estatais, que se tornaram campos de atuação para os assistentes 
sociais (YAZBEK Et. Al, 2008, p. 8).
11UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
Não demorou muito para que a igreja católica se tornasse responsável pelo conjunto 
de ideias e conteúdos para o processo de formação das primeiras assistentes sociais, com 
isso surge no ano de 1932 o Centro de Estudo e Ação Social (CEAS) no estado de São 
Paulo, considerada a entidade fundadora e mantenedora das primeiras escolas de Serviço 
Social no Brasil, que aconteceu somente em 1936, mesclando as visões entre os estudos 
da França e Bélgica em uma perspectiva social, ética e técnica em relação à formação 
profissional.
12UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
2 AS RELAÇÕES DE TRABALHO E O SURGIMENTO DA “QUESTÃO SOCIAL” NO 
BRASIL
A evolução do capitalismo foi um marco para a sociedade e se analisarmos ao 
viés da profissão do Serviço Social pode-se considerar que a relação de trabalho em meio 
às mudanças do capitalismo trouxe grandes implicações, pois o modo de produção além 
de refletir diretamente no cotidiano dos indivíduos, as consequências foram irreversíveis, 
dentre as quais, o pauperização; o desemprego; a precarização nas condições de trabalho, 
sem contar na desigualdade social que foi gigantesca.
Marx (1989) destaca que a relação do homem com trabalho é o que transforma 
enquanto ser humano, mas o processo de trabalho criado pelo sistema do capitalista, nas 
condições de regulador de salários, impede que o trabalhador eleve o valor da sua força de 
trabalho e mesmo com todo esse descompasso é importante considerarmos que o modo de 
produção aproxima o ser humano dele mesmo, mas que a forma como ele é desenvolvido 
pode afastar criando conflitos nas relações de trabalho. 
Iamamoto (2008) destaca que o trabalho produtivo e a base de toda a troca por 
dinheiro em que o capital detém a força de trabalho humana para expandir seu lucro, 
enquanto o trabalhador usa desta força para reproduzir o valor que de fato pertencente ao 
capital, ou seja, tudo gira em torno do sistema capitalista e por mais que o trabalhador vende 
a sua força de trabalho para garantir o mínimo a sua sobrevivência ainda não é o suficiente, 
pois o capital dispõe da maior parte de todo o lucro da produção humana e à medida que o 
13UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
capitalismo expande a produção do trabalho se torna cada vez mais inalienável ao sistema, 
tendo o trabalho produtivo como um processo que repõem o capital e produz o consumo.
Contudo, este processo fez com que o capitalismo torna-se um sistema central 
e dominante nas relações de trabalho, um sistema concentrado em grandes margens de 
lucro reduzido em pequenos monopólios e exaustivamente rentável, caracterizando assim o 
capitalismo dos monopólios, um sistema subdesenvolvido capaz de sugar cada vez mais o 
modo de produção, a forma de trabalho e suas condições para produzir em alta escala, tudo 
isso por deter a força produtiva do trabalhador a seu favor, considerando que o trabalho e o 
produto é propriedade do capitalismo, com isso gera-se a chamada questão social.
SAIBA MAIS
A questão Social apreendida como um conjunto das expressões das desigualdades da 
sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social e cada vez 
mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos 
seus frutos mantém-se privada. 
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profis-
sional. 22 ed.São Paulo. Cortez. 2012.p. 27.
A questão social sempre esteve presente no processo das relações de trabalho. 
De acordo com Santos (2017) a questão social surge no Brasil no período da República 
Velha (1889 – 1930) com a superexploração da força de trabalho marcando o país com 
uma jornada de trabalho exaustiva e com salários degradantes, gerando manifestações 
por parte da classe trabalhadora devido à desigualdade social, período este que a questão 
social não era reconhecida com um dever estatal. 
A autora supracitada nos apresenta que no período do governo Vargas (1930 – 1945) 
a valorização da produção agroexportadora era considerada forte deixando as relações de 
trabalho uma lacuna seguida com a desigualdade social, com isso o governo regulamentou 
os direitos trabalhistas e sociais e passou a controlar por meio das entidades filantrópicas 
criadas para atender os problemas sociais.
Porém, foi no período do regime militar que a questão social se intensificou, pois 
tivemos uma forte repressão e criminalização contra as lutas sociais, com o aumento da 
14UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
burocracia estatal a desigualdade social cresceu, outro fator predominante foi à exclusão 
da classe trabalhadora no processo político decisório do país, com isso o capitalismo 
monopolista se desenvolveu fortemente. 
Ainda no período do regime militar tivemos salários reduzidos e um elevado número 
de desemprego, com isso o Serviço Social passa a se deparar com as mais diversas 
expressões da questão social, a qual reflete até os dias atuais, sendo este o objeto da 
profissão em meio ao processo de produção e reprodução nas relações sociais. 
De acordo com Iamamoto (2012, p. 28) “os assistente sociais trabalham com a 
questão social nas suas mais diversas expressões quotidianas”, sejam no trabalho, no 
âmbito familiar, na saúde, educação, habitação entre outros fatores que ocasionam os 
problemas sociais e que cabe ao assistente social atuar frente a estas situações.
15UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
3 ANTECEDENTES DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: O ESTADO E O PAPEL DAS 
INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS
Caro(a) aluno(a), de acordo com os nossos estudamos, o Serviço social surgiu 
no Brasil para atender as necessidades do sistema capitalista e do Estado, vinculada nas 
iniciativas da igreja católica os profissionais passaram a atuar nas expressões das questões 
sociais causadas nas relações antagônicas e contraditórias entre o capital e o trabalho. 
Partindo desta perspectiva é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade, 
porém, vamos entender o Estado e o papel das instituições religiosas antes do surgimento 
do Serviço social no Brasil. Cabe destacar que o Estado é o órgão que mais contrata 
profissionais para atuar frente às políticas públicas, seja na condução e ou elaboração, 
sendo este fundamental para que o Serviço Social se profissionalizar e se desvinculasse 
do cunho doutrinário e do modo conservador. 
Com o fim das oligarquias, a república velha foi importante para a formação do 
Estado brasileiro, uma vez que trouxe consigo inúmeros avanços políticos que se tornaria 
posteriormente importante para o Serviço Social. No início do século XX o Estado deveria 
ser o intercessor entre o capital e o trabalho, porém não assumiu as suas funções como 
deveria, com isso tivemos exploração da mão-de-obra e jornada de trabalho exaustivo, além 
da precarização, neste período não tinha uma legislação que respalda-se o trabalhador 
muito menos se tinha o Estado à compreensão de que a desigualdade social era um dever 
governamental.
16UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
Com isso, temos a igreja católica que realizava as chamadas ações sociais para 
atender a classe operária, além de promover o ensino e cultura baseado na doutrina religiosa, 
conduzido pelas moças boazinhas vinculadas a igreja católica. Como neste período a igreja 
não tinha o apoio do Estado, acabava realizando as ações na própria igreja e ou nos lares 
dos operários, que atuava na perspectiva da caridade, por meio da prática filantrópica e 
moralista. 
Mesmo o país sendo considerado um Estado laico, foi no governo Getulista que 
a igreja católica teve uma relação mais estreita com o ex-governo, levando uma grande 
massa da população a apoiar o governo e consequentemente tendo medidas a seu favor, 
como por exemplo, o decreto que permite o ensino religioso nas escolas públicas e a 
criação das instituições religiosas, consideradas como entidades filantrópicas para atender 
as necessidades da classe trabalhadora.
O papel das instituições religiosas era de ofertar serviços especializados para as 
pessoas consideradas desassistidas pelo governo e a criação das instituições religiosas 
passou a ser importante, tanto para a sociedade, quanto para a igreja, pois de um lado 
tínhamos aqueles que lutavam por uma causa e do outro aqueles que em um presente 
momento da vida necessitava de atenção. Mas nós enquanto assistentes sociais devemos 
nos respaldar nos direitos humanos e sociais, dando ao indivíduo autonomia sobre a sua 
vida e apresentando os seus direitos enquanto cidadão.
17UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a) no decorrer desta unidade estudamos que o Serviço Social é 
uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, que atua na perspectiva 
interventiva no processo das relações sociais, esta profissão dispõe de legislação que 
respalda os profissionais a partir do seu exercício profissional.
Porém, na origem do Serviço Social não tínhamos esta organização, isto porque o 
Serviço Social se originou no Brasil para atender as necessidades do sistema capitalismo 
tendo o Estado como um aliado, o qual buscou nos profissionais do Serviço Social uma 
forma de atender as necessidades da classe trabalhadora. Com o sistema capitalista as 
relações do trabalho se tornou frágil e com isso o trabalhador era o que mais sofria diante 
das opressões vividas, gerando diversas expressões da questão social, objeto principal 
para que o Serviço social se fortalecesse enquanto profissão.
De fato a origem e todo o processo da profissão, as quais estudamos nesta unidade 
nos faz perceber que assim como a sociedade o Serviço Social também evoluiu na condução 
do seu trabalho e acredito que este processo de evolução deve ser constante, tanto para 
você enquanto ao aluno e futuro assistente social.
Em relação ao Estado e as instituições religiosas podemos considerar que de uma 
lado temos um Estado que transfere as suas obrigações para as instituições religiosas e 
do outro lado essas instituições que atuam com serviços especializados, o que de certa 
forma torna dois grandes campos de atuação para o profissional de Serviço Social. Além 
do Estado exigir a profissionalização dos primeiros profissionais que buscaram alternativas 
para institucionalizar a profissão sendo considerado um avanço para a categoria profissional.
18UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
LEITURA COMPLEMENTAR
(...)
A “VELHA” E A “NOVA” QUESTÃO SOCIAL
 
É sabido que, muitas foram às transformações que a sociedade sofreu, inclusive 
no mundo capitalista, fazendo com que alguns autores definiram a “velha questão social” 
como sendo “nova questão social”. Fundamentando o novo: no aumento do desemprego, 
na miséria, nas diversas formas de exclusão social, nos novos sujeitos e principalmente em 
suas novas necessidades.
Sobre tais mudanças, Pastorini (2010), destaca que são muito importantes, 
porém, que são novas formas de sua expressão e que mantém traços de sua origem. O 
que há são diferentes versões da questão social para cada estágio capitalista, diferentes 
reações da sociedade frente à ela, buscando estabilidade e manutenção da ordem, além 
da preocupação com a reprodução das desigualdades e contradições capitalistas e o do 
reconhecimento social como partes fundamentais das diferentesversões da questão social.
(...)
 
Fonte: DAMASIO, Aline Medeiro. O Projeto Social como Resposta à Questão Social. Disponível em: ht-
tps://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/ff/ff4abc60-cd6e-430b-abe1-cc5c5e7120dc.pdf. Acessado em: 
16/01/2019.
19UNIDADE I Serviço Social: Histórico e Conceito
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL
Autor: Carlos Montaño
Editora: Cortez
Ano: 2007
Sinopse: O livro tem por objetivo, por um lado, apresentar 
sucintamente a discussão feita, ao longo das últimas três décadas, 
sobre a gênese do Serviço Social e, por outro, os rebatimentos 
da lógica positivista herdada da sua emersão, reposta no 
desenvolvimento atual da profissão.
FILME/VÍDEO
Título: Os Companheiros
Ano: 1963
Sinopse: A história de operários têxteis explorados em Turim, na 
Itália, na virada do século, que começam na luta por melhores 
condições de trabalho. O professor Sinigaglia (Marcello Mastroianni) 
é enviado pelos socialistas para ajudá-los a organizar sua greve e 
dar forma à sua luta.
20
Plano de Estudo:
● CFESS (Conselho Federal de Serviço Social)
● CRESS (Conselho Regional de Serviço Social).
● Código de Ética do profissional do Serviço Social.
● Constituição de 1988 e seus impactos para assistência social.
● Lei Orgânica da Assistência Social de 1993 – LOAS/93 (Lei N 12.435/11)
Objetivos de Aprendizagem:
● Conhecer o surgimento do CFESS; 
● Compreender as atribuições do CRESS; 
● Aprofundar nas alterações do Códigos de Ética profissional;
● Conhecer os impactos da Assistência Social a partir da promulgação da 
Constituição Federal de 1988; 
● Se aprofundar na LOAS, Lei que regulamenta a Assistência Social.
UNIDADE II
Normas e Órgãos Reguladores
Professora Esp. Irení Alves de Oliveira
21UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), como pode ter notado no título desta unidade, a partir de agora 
você irá aprender um pouco sobre as normas e os órgãos que regulamenta a profissão e 
o serviço socioassistencial a qual estará inserido quando atuar enquanto assistente social. 
Para entender os assuntos que serão abordados nesta unidade (que considero importante 
para você enquanto aluno do curso de Serviço Social), será necessário dividi-los em 
partes, mas já adianto que mesmo conhecendo e se apropriando dos conteúdos desta 
unidade, espero que você busque estudar mais sobre os assuntos, principalmente os órgão 
competentes e a LOAS. 
Logo no início apresento sobre o Conselho Federal de Assistência Social (CFESS) 
e em seguida o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), ambos considerados 
como autarquias públicas que visam orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o 
exercício profissional do(a) assistente social no Brasil. 
Depois, será abordado o assunto do Código de Ética profissional, realizando um 
contexto histórico e apresentando as alterações feitas desde a apresentação do primeiro 
C.E que foi em 1947 até a última em 1993, marcando assim a profissão que foi considerado 
como uma das primeiras a ter legislação na área social, regulamentando enquanto categoria 
profissional. 
Por fim, apresentarei de forma breve sobre a Constituição Federal de 1988, mais 
especificamente os artigos 203 e 204 e os impactos causados na área da assistência social, 
levando a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social, regulamentando tanto os 
serviços prestados quanto o direitos do cidadão ao utilizar desses serviços ofertados pela 
política de assistência social. E enquanto futuro assistente social é de extrema importância 
que você caro(a) aluno(a) conheça tanto das atribuições dos órgãos representativos quanto 
da legislação que regulamenta a profissional e o serviço prestado. Desejo bons estudos e 
sucesso!
22UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
1 CFESS (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL)
Caro(a) aluno(a) conhecer os órgãos representativos da categoria é de extrema 
importância para a formação acadêmica, neste sentido vamos nos aprofundar sobre o 
papel de cada órgão. De acordo com site do CFESS, tanto este órgão quanto o Conselhos 
Regionais de Serviço Social - CRESS (assunto que vamos nos aprofundar mais a frente) 
são considerados uma autarquia pública federal que tem a atribuição de orientar, disciplinar, 
normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do(a) assistente social no Brasil. 
A criação do CFESS ocorreu no ano de 1950, período em que o Estado passa a 
regulamentar profissões consideradas como liberais. Nesta época os conselhos tinham 
a função burocrática, ou seja, eram consideradas entidades sem autonomia, pois foram 
criadas no intuito de exercer apenas o papel de “controlador do Estado” em relação ao 
exercício profissional. O Serviço Social foi considerado uma das primeiras profissões da 
área social a ter uma legislação que regulamenta-se o exercício profissional, porém foi com 
o decreto 994 de 15 de maio de 1962 que o exercício profissional passou a ser fiscalizado 
pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS), hoje denominado como CFESS.
Fonte: http://www.cfess.org.br/
23UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
SAIBA MAIS
Por que se comemora o 15 de maio como o Dia do/a Assistente Social?
O dia é comemorado em virtude do Decreto 994/62 que regulamenta a profissão do/a 
assistente social e cria os Conselhos Federal e Regionais ter sido editado em 15 de 
maio de 1962. Assim, embora a profissão tenha sido legalmente reconhecida por meio 
da Lei nº 3252 de 27 de agosto de 1957, somente em 15 de maio foram regulamentados 
e instituídos os instrumentos normativos e de fiscalização, na época Conselho Federal 
e Regional de Assistentes Sociais. Hoje com a edição da Lei 8662 de 08 de junho de 
1993 - Conselho Federal e Regionais de Serviço Social.
Fonte: CFESS. Perguntas frequentes. Disponível em http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/per-
guntas-frequentes. Acessado em 16/01/2020.
De acordo com o site do CFESS, o conselho profissional de modo geral em 
seus primórdios era constituído como entidades autoritárias, não tinha aproximação com 
os profissionais da categoria muito menos era organizado como um espaço coletivo de 
interlocução. A fiscalização era restringida apenas na exigência da inscrição do profissional 
e pagamento do tributos, essas características também marcaram a origem do conselho no 
âmbito do Serviço Social. 
O processo de renovação do CFESS, tais como, mudança de nomenclatura e os 
instrumentos normativos ocorreram com as atualizações do código de ética profissional e 
nos dias atuais este órgão constituído por lei tem funções que garante o exercício profissional 
dos assistentes sociais registrado no órgão competentes da sua região conhecido como 
Conselho Regional de Serviço Social - CRESS.
24UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
2 CRESS (CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL)
O surgimento do CRESS também ocorreu no ano de 1950, tendo a função burocrática, 
assim como o CFESS, este órgão também teve mudanças tanto na nomenclatura quanto 
às funções a partir das atualizações do Código de Ética profissional, considerado como 
uma autarquia de personalidade jurídica e de direito público. Vinculado ao CFESS, este 
órgão de jurisdição estadual, ou seja, são alocados nos estados federativos do país, com 
espaços considerados regionais e seccionais para atender profissionais com registro neste 
conselho. 
Conforme previsto na Lei 8662/93, lei que vamos nos aprofundar mais a frente, 
o CRESS tem autonomia administrativa e financeira em sua área de jurisdição, podendo 
atuar na qualidade de órgão executivo de primeira instância, a qual provém das seguintes 
atribuições. 
● organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e o cadastro 
das instituições e obras sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos; 
● fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Assistente Social na respectiva 
região;
● expedir carteiras profissionais de AssistentesSociais, fixando a respectiva taxa;
● zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como 
Tribunais Regionais de Ética Profissional; 
● aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional; 
25UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
● fixar, em assembléia da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelos 
Assistentes Sociais; 
● elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação do 
fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/ CRESS.
Além de suas atribuições os CRESS regional deverá contar com membros efetivos, 
sendo considerado, um presidente, um vice-presidente, dois secretários, dois tesoureiros e 
três membros do Conselho Fiscal e nove suplentes. As pessoas ocupantes destes cargos 
deverão ser assistentes sociais, eleitos de via direta, com mandato de três anos. Cabe 
destacar que o CFESS também atua nesta perspectiva. 
Já as seccionais deverão contar com três membros efetivos, sendo um delegado, 
um secretário e um tesoureiro, e três suplentes efetivos. Caro(a) aluno(a) é importante 
destacar que os assistentes sociais eleitos devem ser da área de sua jurisdição, ou seja, 
área que atuação e residência, normalmente são realizados processos seletivos para a 
efetivação nas eleições. 
Segundo Lima (2014) atualmente o CRESS atua em quase todos os estados do 
país, considerado uma entidade de direito público tem o Tribunal de Contas da União 
como responsável por analisar todos as contas e ao compreendermos a sua plenitude 
entendemos a seriedade do CRESS e que os assistentes sociais devem-se respaldar 
quando necessário. É importante salientar que o CFESS além de orientar também fiscaliza 
o exercício profissional, podendo aplicar penalidades, tais como, multa; suspensão e até 
cancelamento do registro profissional, além de pena das medidas judiciais cabíveis para 
os infratores, o que nos leva a compreender o quão competente são os órgão - CFESS e 
CRESS.
26UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
3 CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
Como estudamos anteriormente o Serviço Social foi uma das primeiras profissões 
a ter uma Lei de Regulamentação Profissional, desde o sancionamento do primeiro código 
de ética, esta Lei passou por diversas alterações e partindo deste preceito é que vamos nos 
aprofundar nesta parte da unidade. E para que você caro(a) aluno(a) possa entender sobre 
essas alterações irei apresentá-las, fazendo um breve resgate histórico a partir das ideias 
da autora Barroco (2012) uma referência para o Serviço Social. 
O primeiro código foi em 1947, aqui tinha-se uma estreita vinculação com a igreja 
católica, era atrelado especificamente no aspecto doutrinário, sendo considerado subordinado 
aos dogmas religiosos. Já o segundo foi em 1965, neste já podia compreender um traço na 
renovação profissional, principalmente no contexto da modernização conservadora posta 
pela burguesia, porém aqui não houve o rompimento com a base filosófica do neotomismo 
e do funcionalismo. 
O terceiro foi em 1975, houve o suprimento das referências democráticas liberais 
do código de ética anteriores, configurando com uma expressão da reatualização do 
conservadorismo, eliminando o dever relativo ao pluralismo. O quarto foi em 1986, neste 
já podia observar a descaracterização a tendência legalista ao Código anterior, construído 
coletivamente pela categoria por meio das entidades que os representavam que hoje 
conhecemos como CFESS e CRESS. Além disso, o Código de 1986, ficou considerado 
como parte do projeto profissional, articulado ao propósito da sociedade.
27UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
Devido a descaracterização que o Código de 1986 teve a autora Barroco acabou 
dando mais destaque, isso porque houve um conjunto de conquistas, tais como: rompimento 
com a pretensão perspectiva imparcial dos códigos de ética anteriores, o desvelamento 
do caráter político da intervenção ética; a explicação do caráter de classe dos usuários, 
entre outros fatores que culminou com esta mudança, como por exemplo, a conjuntura de 
democratização que a sociedade vivenciou no ano de 1980 e a dinâmica capitalismo no 
ano de 1970. 
E por fim, tivemos a reformulação do Código de Ética em 1993, este que nos 
respaldamos até os dias atuais, Lei nº 8.622/93. A autora supracitada nos apresenta 
que a alteração do CE de 93 aconteceu em um cenário a qual se tinha o enfrentamento 
do neoliberalismo em meio a discussão das questão ética, tema que era debatido nas 
mobilizações políticas da sociedade, o que ocasionou ao impeachment do presidente da 
república e um novo pensar para a profissão, levando a outro patamar. 
O processo de debates que estava acontecendo ocasionou a aprovação do Código 
de Ética de 1993, porém está aprovação levou aproximadamente 3 anos, isso porque foi 
considerado como educativo e politizador. Portanto, pode-se entender que o Código de 
Ética de 1986 e 1993 foram um avanço para a categoria profissional, pois temos o primeiro 
que mesmo tendo resquícios do conservadorismo ainda foi uma evolução para a profissão 
e o segundo traz a proposta de valores emancipatórios que tem como proposta buscar 
estratégias para o enfrentamento dos problemas sociais.
28UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
4 CONSTITUIÇÃO DE 1988 E SEUS IMPACTOS PARA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Com o fim do regime militar e o anseio pela recuperação da liberdade de um Estado 
de direito, o país passou pelo processo de redemocratização que ocorreu com a Constituição 
Federal 1988 conhecida com “Carta Cidadã”. Assim instaura-se a luta pelos direitos sociais 
e individuais na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária.
A Constituição Federal 1988 provém de direitos e garantias, além de deveres dos 
órgão competentes para com a sociedade. Lima (2014) nos apresenta que a CF nos trouxe 
inovações e avanços em relação a assistência social no Brasil, como a promulgação da 
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), assunto que vamos estudar mais a frente, 
mas que acabou regulamentando os artigos 203 e 204 da Constituição Federal, o quais 
asseguram o exercício dos direitos sociais como um de seus valores supremos. Assim, a 
assistência social passou a ser reconhecida como política pública, sendo integrada no tripé 
da seguridade social (Previdência Social, Assistência Social e Saúde). Considerada como 
responsabilidade do Estado, de gestão descentralizadas e participativa.
29UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
SAIBA MAIS 
Previdência Social: mecanismo público de proteção social e subsistência proporcio-
nando mediante contribuição. 
Assistência Social: política pública de proteção gratuita a quem dela necessitar (não é 
contributiva). 
Saúde pública: destinada a promover redução de risco de doenças e acesso a serviços 
básicos de saúde e saneamento (não é contributiva). 
Fonte: LIMA, 2014. P. 116
Em relação a assistência social a Constituição Federal de 1988, foi um divisor de 
águas, pois trouxe impactos relevantes, principalmente para os profissionais da área social. 
Isto porque o Estado teve que assumir responsabilidades e adotar medidas concretas para 
a redução da desigualdade econômica e social do país. 
A partir disso, foi criado o programa transferência de Renda, a fim de combater 
a pobreza e as diversas formas de desigualdade, visto que mesmo com os seus altos e 
baixos este programa foi considerado positivo, assim o Programa Bolsa Família passa a 
ser considerado como queda da desigualdade social e o aumento da renda das pessoas 
consideradas “mais pobres”, ou seja, com uma renda inferior a ¼ do salário mínimo por 
pessoa. 
Em linhas gerais podemos considerar que a Constituição Federal foi um marco 
para a sociedade, principalmente para os assistentes sociais, pois seus impactos foram 
importantes para concretizar as regulamentações das demais legislações, como a LOAS e 
Políticas Nacional da Assistência Social (PNAS) e o Sistema Únicode Assistência Social.
30UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
5 LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL DE 1993 – LOAS/93 (LEI N 12.435/11)
Em 07 de setembro de 1993, foi promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social 
(LOAS) com a finalidade de regulamentar os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 
1988, assuntos abordado anteriormente, mas que iremos nos aprofundar nesta parte da 
Unidade.
A Assistência Social foi definida na LOAS como direito do cidadão e dever do 
Estado, sendo considerada como um política prevista dentro da seguridade social, a qual 
tem caráter não contributivo e o cidadão só poderá utilizar dos serviços prestados por 
esta política quando necessitar, pois prevê o mínimo social, ou seja, atende somente as 
necessidades básicas.
De acordo com o que está previsto na LOAS, a assistência social tem como 
objetivo, a proteção social, a qual deve garantir da vida, reduzindo os danos causados e 
prevenindo os riscos gerados por algum problema social. Além da proteção à família, seja 
na maternidade, na infância, adolescência ou na velhice. 
Ainda nos objetivos da assistência social, deve-se ter o amparo às crianças e 
adolescentes que são considerados carentes, a promoção ao mercado de trabalho, a 
habitação e reabilitação às pessoas com deficiência, a garantia de um salário-mínimo para 
pessoas com deficiência e ao idoso que não provém do seu próprio sustento, a vigilância 
socioassistencial que visa analisar a territorialidade e a capacidade protetiva das famílias, 
aqui podemos considerar os órgãos como CRAS (Centro de Referência da Assistência 
31UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
Social), o CREAS (Centro de Referências de Especialização da Assistência Social) entre 
outros. E por fim a defesa dos direitos, que deve garantir o acesso.
REFLITA
Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às 
políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender 
contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. 
Fonte: BRASIL, 1993.
Na LOAS, também podemos encontrar, os princípios, as diretrizes e dos programas 
e projetos da assistência social o Benefício de Prestação Continuada (BPC), os benefícios 
eventuais, os serviços, os programas de assistência social e os projetos de enfrentamento 
da pobreza, os quais concretiza o que está previsto nos artigos 203 e 204 da Constituição 
Federal de 1988. 
De acordo com a Yazbek (2004) a LOAS veio para possibilitar o reconhecimento da 
assistência social como política pública, a qual legitima as demandos dos beneficiados pelo 
serviço, bem como o próprio serviço que visa comprir o que estava previsto na CF, assim a 
proposta da LOAS é estabelecer hegemonia estatal a partir do gerenciamento das políticas 
pública e concretizar a assistência social como política social.
32UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a) ao longo desta unidade, estudamos os principais conceitos dos 
órgãos representativos da categoria profissional, bem como a legislação que regulamenta 
a profissão e o serviços prestados pelos assistentes sociais. Ao viés da profissão e você 
enquanto aluno de Serviço Social deve considerar as normativas como assunto importante, 
pois é o que irá orientá-lo no campo de atuação profissional.
Como estudamos nesta unidade, o CFESS e o CRESS são órgãos considerados 
autarquias públicas, a qual tem um papel importante, pois não é somente fiscalizar o 
exercício profissional, mas de respaldar e orientar o profissional que luta pelos direitos 
sociais e individuais, conforme previsto na Constituição Federal de 1988 e no código de 
ética profissional, que prevê os nosso direitos e deveres dos assistentes sociais.
De fato, os assuntos apresentados nesta unidade são relevantes e importantes, 
pois fideliza o fazer profissional em meio a sociedade e conhecer as alterações que 
aconteceram no Código de Ética profissional e o avanço que a assistência social teve 
com a Constituição Federal 1988, tornando-se reconhecida como política pública e tendo o 
Estado como instituição de responsabilidade, a qual necessitou adotar medidas concretas 
para atender as desigualdades sociais tendo o impacto por meio da criação de programas 
sociais, reduzindo as mazelas causadas pelo capitalismo.
Assim, acredito que conhecer as normativas e os órgão competentes no que se 
refere a profissão, nos faz entender que o Serviço Social ao longo de todos esses anos se 
modificou em meio a sociedade, porém devemos sempre nos aprofundar no fazer profissional 
por meio dos estudos e aprendizagem tendo a certeza de que assim como a sociedade 
evoluiu, o profissional em Serviço Social também precisa evoluir e entender os direitos do 
cidadão por meio das legislações é o que nos diferencia em meio a categoria. Espero que 
os breve conceitos lhe estimule a se apropria do que aprendemos nesta unidade. Bons 
estudos!
33UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
LEITURA COMPLEMENTAR
(...)
A natureza da ética profissional 
A ética profissional é uma dimensão específica do Serviço Social, suas 
determinações são mediadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades, de 
demandas e respostas que legitimam a profissão na divisão social do trabalho da sociedade 
capitalista, marcando a sua origem e a sua trajetória histórica.
A ética profissional se objetiva como ação moral, através da prática profissional, 
como normatização de deveres e valores, através do código de Ética Profissional, como 
teorização ética, através das filosofias e teorias que fundamentam sua intervenção e 
reflexão e como ação ético política. Cabe destacar que essas não são formas puras e/
ou absolutas e que sua realização depende de uma série de determinações, não se 
constituindo na mera reprodução da intenção dos seus sujeitos.
A moral profissional diz respeito à relação entre a ação profissional do indi-
víduo singular (derivada de determinado comportamento prático objetivador de decisões, 
escolhas, juízos e ações de valor moral), os sujeitos nela envolvidos (usuários, 
colegas, etc.) e o produto concreto da intervenção profissional (avaliado em função de suas 
consequências éticas, da responsabilidade profissional, tendo por parâmetros valores e 
referenciais dados pela categoria profissional, como o Código de Ética, etc.).
(...) 
Fonte: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Fundamentos éticos do Serviço Social. 2009. Disponível em: http://
www.cressrn.org.br/files/arquivos/8QQ0Gyz6x815V3u07yLJ.pdf. Acessado em 16/01/2020.
34UNIDADE II Normas e Órgãos Reguladores
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Código de ética do/a Assistente Social comentado
Autor: Maria Lucia Silva Barroco e Sylvia Helena Terra
Editora: Cortez 
Ano: 1993
Sinopse: Este livro preenche uma lacuna. Não havia até agora um 
texto acadêmico destinado a comentar o Código de Ética em vigor, 
de 1993, na sua totalidade. As autoras comentam o Código em 
seus fundamentos sócio-históricos e ontológicos, bem como em 
suas reais possibilidades de materialização, no contexto de uma 
sociabilidade fundada na acumulação e na propriedade privada. 
FILME/VÍDEO 
Título: Laranjas e Sol
Ano: 2011
Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme conta a história de 
Margaret Humphreys, uma assistente social do Reino Unido 
responsável por descobrir um dos maiores esquemas de tráfico 
infantil da Europa, envolvendo o governo da Grã-Bretanha, que 
deportava crianças pobres de maneira forçada para países como 
a Austrália e o Canadá.
35
Plano de Estudo:
● Formação, competências e atribuições.
● Objetos de trabalho do assistente social.
●	 	Mercado de trabalho: os espaços de atuação.
●	 	Projeto ético-político: caminhos para formação do assistente social.
Objetivos de Aprendizagem:
● Apresentar o processo de formação, bem como as competências e atribuiçõesprofissionais; 
● Destacar os objetos de trabalho do assistente social, considerando no novo formato 
de sociedade; 
● Expor os campos de atuações profissionais em relação ao mercado de trabalho; 
● Compreender o Projeto Ético Político e os caminhos para formação profissional;
UNIDADE III
Assistência Social: Identidade 
Profissional
Professora Esp. Irení Alves de Oliveira
36UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a) a identidade profissional deve ser considerado como um fator 
importante na construção da sua formação enquanto futuro assistente social, pois é a 
partir desta perspectiva que você conseguirá identificar o campo de atuação a qual tem 
interesse, além de construir o perfil profissional a partir das atribuições e competências, 
compreendendo a importância do Projeto Ético Político. 
Partindo desta análise que esta unidade tem como proposta apresentar alguns 
pontos relevantes para que você consiga construir o seu perfil profissional e identificar o 
campo de atuação a qual terá interesse, destacando que o mercado de trabalho do assistente 
social tem expandindo constantemente a partir das novas expressões da questão social. 
Assim, na primeira parte desta unidade será apresentado o processo de formação, 
destacando o motivo que devemos cursar Serviço Social e em qual momento se materializou 
na profissão, além de conhecer as atribuições e competências privativas dos assistentes 
sociais. Já na segunda parte da unidade será destacado os objetos profissionais, sabendo 
que a questão social é o objeto da profissão, porém com o modelo societário atual existem 
novos objetos da profissão e que cabe ao assistente social identifica-los. 
Na terceira parte tem como viés expor o mercado de trabalho e os espaços de 
atuação que tem expandido constantemente devido às novas expressões da questão 
social e por fim será apresentado o	Projeto ético-político e os caminhos para formação do 
assistente social, o que este projeto se difere no fazer profissional e como os assistente 
sociais atua mediante as bases que fundamentam-o. 
Assim, convido você a se apropriar dos conteúdos desta unidade e desejo bons 
estudo e sucesso na sua escolha enquanto futuro assistente social.
37UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
1 FORMAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES
Caro(a) aluno(a), o assistente social enquanto profissional inserido na divisão 
social e técnica do trabalho precisa assumir alguns requisitos para exercer a sua atuação 
nos mais diversos campos sócio ocupacionais. Como estudamos na primeira e na segunda 
unidade, o Serviço Social passou por diversas mudanças ao longo dos seus 90 anos de 
existência, surgindo como condutor das práticas assistencialistas e se regulamentando 
enquanto profissão, sendo considerado como um profissional liberal e interventivo nas 
relações sociais do trabalho. 
Mas para entender tudo isso, é importante conhecer o processo formativo, as 
competências e as atribuições que irá realizar quando solicitar a carteira profissional após a 
conclusão do curso, desta forma irei apresentá-los a seguir de forma separada.
1.1 FORMAÇÃO
De acordo com a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social 
(ABEPSS) O processo de consolidação das diretrizes de 1996, surgiu no debate do III 
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), a qual foi realizado no ano de 1979, 
que conhecemos como “Congresso da Virada”, neste congresso foi discutido sobre a 
construção das bases para o currículo mínimo que aconteceu em 1982, sendo considerado 
como um marco do projeto profissional que é a formação profissional. 
38UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
Porém somente em 1996 é que tivemos a diretrizes gerais do curso de Serviço Social, 
as quais dispõem dos pressupostos da formação, os princípios e diretrizes da formação, a 
nova lógica curricular e as observações e recomendações, nesta última, dispõem de que 
o curso de Serviço Social deve ter duração de 4 anos, sendo considerado bacharel em 
Serviço Social. 
De acordo com Iamamoto (2012) o debate sobre a formação profissional que 
ocorreu nos anos 1980 apresentou-se alguns eixos e dentre eles o de fundamentos do 
processo formativo, o qual foi discutido ao longo de mais de uma década a necessidade 
de direcionar a formação para a criação de um perfil profissional firmado em competências 
teórico-crítica, aproximando as principais matrizes do pensamento social, destacando na 
atualidade as expressões teórico-prática no Serviço Social. 
A autora supracitada ainda destaca que a necessidade de re-construir o projeto 
de formação profissional do assistente social requer entender o dilema da sociedade 
contemporânea e para isso é exigido conciliar o projeto formativo com a história, bem como 
as tendências contraditórias tanto de curto quanto de longo prazo, exigindo do processo 
formativo a apropriação das informações relacionadas a sociedade como um requisito 
primordial para concretizar o que se pretende atingir na construção do projeto a qual está 
inserido, tendo a capacidade de atuar nos diversos momento conjunturais e a capacidade 
de antecipar os problemas posto diante da prática profissional. 
1.2 COMPETÊNCIAS 
Como forma de compreender a competência profissional, irei destacar na íntegra 
o que o Código de Ética nos apresenta. Conforme previsto no Artigo 4º que constituem 
competências do Assistente Social: 
● elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da 
administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações 
populares; 
● elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam 
do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e 
à população;
39UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
● orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de 
identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de 
seus direitos; 
● planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
● planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da 
realidade social e para subsidiar ações profissionais; 
● prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias 
relacionadas no inciso II deste artigo; 
● prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às 
políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais 
da coletividade; 
● planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade 
de Serviço Social; 
● realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios 
e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades.
1.3 ATRIBUIÇÕES
O Código de Ética também dispõem das atribuições privativas do assistente social, 
prevista no artigo 5º que será apresentada na íntegra a seguir. 
● coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social; 
● planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço 
Social; 
● assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; 
● realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres 
sobre a matéria de Serviço Social; 
● assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como 
pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e 
adquiridos em curso de formação regular; 
40UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
● treinamento, avaliação e supervisãodireta de estagiários de Serviço Social; 
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de 
graduação e pós-graduação; 
● dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em 
Serviço Social; 
● elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras 
de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde 
sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
● coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre 
assuntos de Serviço Social;
● fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais; 
● dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas; 
● ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em 
órgãos e entidades representativas da categoria profissional.
41UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
2 OBJETOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Caro(a) aluno(a) como estudamos na primeira unidade deste livro o objeto de 
trabalho do Serviço Social é a questão social, porém nesta unidade vamos nos aprofundar 
nas múltiplas expressões da questão social, a qual faz parte do processo de produção e 
reprodução das relações sociais tendo o assistente social como profissional capacitado 
para atuar frente às diversas demandas apresentadas na sociedade. 
Segundo Yazbek (2001) o atual cenário que a sociedade está inserida apresenta 
impactos devastadores, tais como, desemprego, a precarização no modo de trabalho, a 
debilidade na saúde, moradia precária e muitas vezes insalubres, fome, criminalidade, 
favelização, analfabetismo, diferenças sociais, pessoas em situação de rua, pessoas 
usuárias de substâncias psicoativas, violência (idoso, crianças, adolescentes, pessoa com 
deficiência, mulheres, assaltos, mortes), entre outros que leva ao pauperismo extremo. É 
evidente que os impactos causados pelo sistema capitalista de certa forma foram destrutivos, 
marcando profundamente a população empobrecida. 
Netto (2001, p.41) destaca que “as expressões da questão social não é 
semanticamente unívoca; ao contrário, registram-se em torno dela compreensões 
diferenciadas e atribuições de sentido muito diversos”. Por tanto entender as múltiplas 
expressões da questão social deve ir além do que está exposto, é preciso entender os 
desdobramentos sócio-políticos que envolve uma determinada expressão da questão 
42UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
social, é para isso preciso entender o contexto histórico que ocasionou a situação que 
muitas vezes leva o indivíduo ou um grupo de pessoas a uma condição degradante. 
Já Iamamoto (2012, p 62) corrobora que “as expressões da questão social são a 
matéria-prima ou o objeto do do trabalho profissional. Pesquisar e conhecer a realidade 
é conhecer o próprio objeto de trabalho, junto ao qual se pretende induzir ou impulsionar 
um processo de mudança”, ou seja, a ideia da autora vai de encontro com a de Netto 
quando destaca que compreender as diferenças expressões da questão social é conhecer 
a realidade, mas também ter a possibilidade de mudar a realidade e ou de transformar por 
meio da ação realizada pelo trabalho profissional
A autora supracitada ainda apresenta que conhecer as particularidades das múltiplas 
expressões da questão social na história da sociedade brasileira é o mesmo que esclarecer o 
processo social, o qual são produzidos e reproduzidos nas relações sociais cotidianamente, 
cabendo ao assistente social aprender e entender como as múltiplas expressões da questão 
social sucedem na sociedade e quais as ações devem ser conduzidas para atender ao 
problema posto ao profissional. 
Assim Netto (2011) completou que o capitalismo está em constante mudança, 
ou seja, se reinventando frequentemente e com isso pode surgir novas expressões da 
questão social, levando os assistentes sociais a refletirem na atuação profissional frente 
a uma nova expressão da questão social. Segundo o autor devemos investir para além 
da permanência de manifestação tradicional e a cada novo estágio do desenvolvimento 
societário é necessário novos estudos e aperfeiçoamentos, compreendendo o contexto a 
qual o profissional em Serviço Social está inserido.
43UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
3 MERCADO DE TRABALHO: OS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO
Com o aumento da desigualdade social e surgimento das múltiplas expressões da 
questão social, houve uma ampliação no mercado de trabalho dos profissionais de Serviço 
Social nos últimos tempos. Assim, os assistentes sociais passaram a ocupar os espaços que 
retratavam as particularidade e condições no que se refere às relações de trabalho posta 
na sociedade brasileira, além de passar por profundas mudanças na forma de atuação, 
mediante as inovações tecnológicas. 
Iamamoto (2009) destaca que além de ampliar o mercado de trabalho é necessário 
que os assistente sociais se reinventam no meio profissional, pois o próprio mercado 
exige novas habilidades; competências e atribuições, além das privativas, impondo ao 
profissional especialidades e capacitação acadêmica, principalmente no que se refere ao 
direcionamento ético-político e técnico, capaz de se impulsionar no mercado inserido.
O fato é que o mercado de trabalho para os assistentes sociais está em constante 
mudança, surgindo novos campo para atuar frente às novas expressões da questão social 
e cabe ao profissional se destacar no mercado de trabalho a partir de suas habilidades e 
competências. Mas para que você caro(a) aluno(a) possa entender o mercado de trabalho 
do profissional em Serviço Social faz-se necessário destacar os principais espaços sócio 
ocupacionais, considerados obrigatórios à contratação.
Assim, segundo Iamamoto (2012) o setor público é considerado o campo que 
mais contrata assistente sociais, normalmente é realizado concurso público para ocupar 
44UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
os espaços nas secretarias da assistência social, educação, habitação, saúde, entre 
outros, inseridos nas esferas municipais, estaduais e federal. Normalmente os profissionais 
que exerce nos serviços públicos atuam em territórios, seja na proteção básica e ou alta 
complexidade. 
A autora ainda apresenta que temos uma outra fatia do mercado de trabalho que 
mais contrata assistentes sociais, que são as Organizações da Sociedade Civil (OSC’s) 
conhecidas como ONG’s. Para esta autora estes campos de atuação necessita dos 
profissionais maior atenção e qualificação para lidar com as mais diversas expressões da 
questão social. 
Os assistentes sociais também são contratados para atuar nos serviços ofertados 
pelo “sistema S” - SESC, SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE, SENAR, SEST, SENAT E 
SESCOOP, seja como assistente social ou gestor de um determinado serviço, normalmente 
os assistentes sociais são contratados por processo seletivo. 
A previdência social é outro campo de atuação, a qual também contrata por meio 
de concurso público, sendo considerado um espaço de atuação com boa remuneração, 
este campo também atua no enfrentamento da questão social na perda dos direitos sociais 
universais, assegurados pela Constituição Federal de 1988. 
Não podemos deixar de destacar a atuação dos assistentes sociais nas empresas 
com a proposta de eliminar o foco de tensões sociais e criar um comportamento produtivo 
da força de trabalho, além dos assistentes sociais atuando em universidades em cursos 
de graduação em Serviço Social e especializações na área, bem como na publicação de 
livros e elaboração de materiais de pesquisas voltados para o Serviço Social. Sem contar 
que os assistentes sociais atuam na área jurídica nas diversas instâncias e nos conselhos 
representativos. 
É importante destacar que o profissional em Serviço Social além de realizar um 
trabalho socioeducativo, também é qualificado para atuar nas diversas áreas quede certa 
forma estão ligadas às políticas públicas e sociais, bem como as privadas como destacado 
acima. Dentro do seu exercício profissional deve conter o planejamento, organização, 
execução, avaliação, gestão, pesquisa, assessoria, consultoria entre outros requisitos 
conforme previsto no Código de Ética Profissional. 
No exercício profissional, o assistente social tem como objetivo responder às 
demandas apresentadas pelos usuários dos serviços a qual atua, trabalhando na perspectiva 
de garantias e acessos aos direitos, conforme previsto na Constituição Federal de 1988, 
sendo necessário utilizar os instrumentos de trabalho, tais como, entrevistas, relatórios, 
45UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
visitas domiciliares, laudos, pareceres sociais, entres outros, sendo responsável por fazer 
análise da realidade social e institucional, intervindo na melhoria das condições em que 
o usuário do serviço se encontra e para que o trabalho possa acontecer é necessário 
a busca constante de aperfeiçoamento, aprimorando os conhecimentos já adquiridos e 
compreendendo a dinâmica do mercado de trabalho.
46UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
4 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO: CAMINHOS PARA FORMAÇÃO DO ASSISTENTE 
SOCIAL
Caro(a) aluno(a) para compreender o Projeto Ético-Político (PEP) do Serviço Social 
é necessário realizar uma breve contextualização do período que este projeto começa a 
ser gestado dentro da categoria profissional e como os assistentes sociais devem priorizar 
seus objetivos e funções para que assim possam formular requisitos teóricos e práticos em 
pleno exercício profissional.
Assim, de acordo com Netto (2005) o processo de renovação do Serviço Social 
surge entre os anos 1965 a 1985, período que temos a autocracia burguesa no regime 
militar e a redemocratização do país. E é dentro deste contexto que acontece o movimento 
de reconceituação, considerado emblemático e importante para o Serviço Social, pois é a 
partir deste movimento que os assistentes sociais se desvincula da base tradicionalista e 
conservadora, passando a adotar uma postura mais teórica e reflexiva diante do cenário 
societário e para explicar este processo o autor nos apresenta três direções primordiais 
para tal feito.
A primeira é a perspectiva modernizadora que surgiu a partir dos estudos dos 
dois primeiros seminários de teorização (Araxá e Teresópolis), a qual tinha a intenção de 
adequar o Serviço Social em relação aos instrumentos de intervenção inserido em um 
conjunto de técnicas sociais, porém era uma vertente tradicionalista. Já a segunda é a 
reatualização do conservadorismo, que buscava compreender as tendências da profissão 
47UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
no período do regime militar, além de recuperar os componentes estagnados da herança 
histórica e conservadora da profissão. 
Por fim, a terceira direção trata da perspectiva da intenção de ruptura, diferente das 
anteriores esta tem o viés central criticar de forma sistemática o desempenho tradicional, 
rompendo com a herança do pensamento conservador e adotando uma postura crítica, 
pautada nos referenciais teóricos-metodológicos da teoria marxista. E é nesta perspetiva 
que vamos nos pautar, pois é a partir da intenção de ruptura que a categoria profissional 
começa a construir o Projeto Ético Político do Serviço Social. 
Assim, o caminho para a formação profissional do assistente social aconteceu 
em 1979 com o Congresso da Virada é neste congresso que o Projeto Ético Político é 
criado, tendo uma perspectiva crítica, atendendo tanto a categoria profissional quanto a 
construção de um novo projeto societário, a qual está pautada em três perspectiva que é o 
Código de Ética Profissional de 1993; as Diretrizes Curriculares e a Lei que Regulamenta 
a Profissão 8.662/93 e neste sentido que os profissionais do Serviço Social devem buscar 
as possibilidades do enfrentamento das expressões da questão social que deve ir vai além 
do sistema capitalista. 
Cabe destacar que o Projeto Ético Político da Profissão não tem um parâmetro 
a seguir, é evidente que temos as legislações e diretrizes curriculares que dão um norte 
no fazer profissional, porém devemos considerar que o Projeto Ético Político vai além da 
prática profissional, pois segue no sentido de uma sociedade mais justa e igualitária a qual 
os assistentes sociais que se compromete no processo desta construção deve ser movido 
por uma postura ética diante do seu exercício profissional.
48UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a) chegamos ao fim de mais uma unidade e como pode averiguar 
existem alguns fatores considerados importantes para a identidade profissional, assim 
aprendemos na primeira parte da unidade, que a formação surgiu no Congresso da Virada, 
a qual foi discutido sobre a construção das bases para o currículo mínimo, porém somente 
em 1996 é que esta discussão foi concretizada e hoje temos as diretrizes que apresenta 
o currículo para formação profissional que devemos considerar como um marco para a 
profissão. Outro marco para a profissão foi o Código de Ética da profissão, a qual apresenta 
as competência e atribuições privativas dos assistentes sociais, e na primeira unidade os 
apresento na íntegra, mas é importante que você enquanto futuro assistente social conheça 
e se apropria de tudo o que está exposto em nosso Código de Ética. 
Na segunda parte da unidade estudamos os objetos de trabalho do assistente 
social, que nada mais é do que as expressões da questão social, ou seja, as mais 
variadas desigualdades sociais gerada pelo capitalismo. Já na terceira parte da unidade foi 
apresentado o mercado de trabalho do assistente social, os campo de atuação que mais 
contrata o assistente social. 
Finalizando assim a quarta parte desta unidade com o Projeto Ético-Político do 
Serviço Social apresentando uma breve contextualização histórica para compreender a 
importância deste projeto no processo de atuação profissional entendo que os assistentes 
sociais tem um Projeto Ético-Político, a qual deve compreender o processo de construção 
da sociedade. Desta forma podemos entender que os conteúdos aprendidos nesta unidade 
são relevantes, pois a partir do que estudamos é que você caro(a) aluno(a) enquanto futuro 
assistente social poderá escolher o campo de atuação a qual tem interesse e assim passar 
a construir o perfil profissional se diferindo dos demais profissionais. 
Bons estudos e até a próxima!
49UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
LEITURA COMPLEMENTAR
A análise dos espaços ocupacionais do assistente social – em sua expansão e 
metamorfoses – requer inscrevê-los na totalidade histórica considerando as formas 
assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no cenário da crise 
mundial. Sob a hegemonia das finanças e na busca incessante da produção de super lucros, 
aquelas estratégias vêm incidindo radicalmente no universo do trabalho e dos direitos. 
As medidas para superação da crise sustentam-se no aprofundamento da exploração 
e expropriação dos produtores diretos, com a ampliação da extração do trabalho excedente 
e a expansão do monopólio da propriedade territorial, comprometendo simultaneamente 
recursos naturais necessários à preservação da vida e os direitos sociais e humanos das 
maiorias.
Essas estratégias defensivas aliadas às características históricas particulares que 
presidiram a revolução burguesa no Brasil (FERNANDES, 1975; IANNI, 1984, 2004) têm 
incidido na dinâmica das relações entre o Estado e a sociedade de classes, especialmente 
a partir da década de noventa do século XX, alterando a forma assumida pelo Estado e 
a destinação do fundo público; a tecnologia e as formas de organização da produção de 
bens e serviços; o consumo e controle da força de trabalho e as expressões associativas 
dasociedade civil, entendida enquanto sociedade de classe. 
(...)
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social. Serviço Social: 
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Edição CFESS e ABEPSS. 2009.
50UNIDADE III Assistência Social: Identidade Profissional
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Serviço Social: Direitos Sociais e Competências 
Profissionais
Autor: Diversos 
Editora: CFESS 
Ano: 2009
Sinopse: Os textos reunidos neste livro abordam uma temática 
essencial ao trabalho dos assistentes sociais e, certamente, serão 
uma referência obrigatória nos debates sobre competências 
e atribuições profissionais no âmbito da políticas sociais e na 
realização de direitos
FILME/VÍDEO
Título: À Procura da Felicidade
Ano: 2006
Sinopse: Will Smith estrela esta história inspirada em fatos reais 
sobre Chris Garner, um vendedor de São Francisco que vive no 
limite da linha da pobreza. Quando sua mulher Linda (Thandie 
Newton) o abandona, Chris deve criar sozinho o filho deles de 5 
anos, Christopher (Jaden Smith).
51
Plano de Estudo: 
● O Serviço Social na Contemporaneidade.
●	 	A “questão social” na atualidade brasileira.
● Tendências atuais para o Serviço Social.
 
 
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar o Serviço Social na contemporaneidade. 
● Apresentar a questão social na atualidade brasileira. 
● Destacar as tendências atuais para o Serviço Social.
UNIDADE IV
O Serviço Social na 
Contemporaneidade
Professora Esp. Irení Alves de Oliveira
52UNIDADE IV O Serviço Social na Contemporaneidade
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a) por incrível que pareça o Serviço Social na contemporaneidade é 
um assunto pouco debatido ou não compreendido dentro da categoria profissional, entender 
as tendências na atualidade, bem como o mercado de trabalho requer do assistente social 
pensar e repensar no seu agir profissional, rompendo com o conservadorismo instaurado em 
interior da profissão e partindo desta concepção que esta unidade se propõem a discorrer, 
desta forma a dividimos em três partes. 
Na primeira parte será abordado o Serviço Social na contemporaneidade, a qual tem 
como intuito apresentar brevemente o momento que este assunto começou a ser discutido 
no seio da categoria profissional, ou seja, no movimento de reconceituação, destacando 
os conceitos acerca do fazer profissional e as exigências que o mundo contemporâneo 
nos apresenta em relação à prática profissional e que cabe somente ao assistente social 
decifrar realidade, propondo alternativa quanto a prática e o exercício profissional. 
Já na segunda parte pretende-se abordar um assunto que também não é muito 
discutido dentro da categoria profissional, a questão social na atualidade brasileira, isto 
porque para entender este assunto deve-se compreender a dinâmica da relação entre o 
Estado e o sistema capitalista, pois somente assim que o assistente social conseguirá atuar 
frente a questão social e para isso nesta parte da unidade foi apresentado quatro aspectos 
que a autora Iamamoto considera relevantes ao atuar frente a questão social na atualidade. 
E por fim a terceira parte será apresentado as tendências atuais para o Serviço Social, o 
assunto abordado nesta parte da unidade confesso que é considerado um pouco polêmico, 
pois são assuntos que gera divisão dentro da categoria profissional, porém necessário 
diante das mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e que cabe ao assistente social se 
adequar sem perder o sentido da profissão. Bons estudos!
53UNIDADE IV O Serviço Social na Contemporaneidade
1 O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE
Caro(a) aluno(a) como estudamos na unidade anterior a intenção de ruptura foi um 
marco para a categoria profissional, principalmente com o movimento de reconceituação, a 
qual tivemos novas perspectivas em relação à prática profissional e a postura ética política. 
Portanto, iniciar esta unidade sem trazer esta informação não faz sentido, visto que o Serviço 
Social na contemporaneidade é compreendido após o movimento de reconceituação. 
Assim, o movimento de reconceituação trouxe fatores importantes que deram base 
para a categoria profissional, ou seja, entender o objeto de trabalho de forma analitica, 
atribuindo a competência crítica em relação ao pensamento social, tendo a objetividade 
reflexiva em decifrar a realidade da sociedade. 
Com isso, o assistente social na atualidade tem a competência técnico-político, 
que possibilita entender qualquer necessidade que a sociedade venha a apresentar a partir 
das múltiplas expressões da questão social, que expressa em nosso cotidiano nos mais 
distintos segmentos da classe trabalhadora, regido pelo sistema capitalista. 
Desta forma, o Serviço Social na contemporaneidade exige dos profissionais 
atenção no que se refere ao mundo contemporâneo, seja no âmbito econômico, social, 
político, cultural, tecnológico entre outros, e para isso os assistentes sociais precisam 
conhecer a realidade principalmente no enfrentamento e agravamento da desigualdade 
social causada pelo acúmulo do capital que continua se reafirmando na atualidade, além 
54UNIDADE IV O Serviço Social na Contemporaneidade
de participar de criações ou inovações modernizadoras que sejam favoráveis na atuação 
profissional.
Neste sentido, Iamamoto (2012, p. 20) destaca que os assistentes sociais precisam 
“romper com a visão endógena, focalista, uma visão “de dentro” do Serviço Social, prisioneira 
em seu muros internos”, ou seja, expandir seus horizontes, ter uma visão além do que está 
exposto no espaço sócio-ocupacional, buscando alternativas para executar as competências 
e habilidades com excelência, devendo “ decifrar a realidade e construir proposta de trabalho 
criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no 
cotidiano”, assim o assistente social deve ser um profissional que busca soluções, ou seja, 
propositivo e não executor da política a qual está inserido. 
Diante desta afirmação é importante considerar que o assistente social inserido em 
um espaço sócio-ocupacional precisa romper com as atividades burocráticas e rotineiras 
que de certa forma reduz a mero empregado ou um executor de tarefas e cumpridor de 
carga horária, além de realizar múltiplas tarefas posta pelo empregador com a visão de um 
profissional que atua na perspectiva de caridade ou ajuda, o que acaba não permitindo a 
este profissional que exerça as atribuições e competências privativas a qual se propôs a 
realizar. 
Caro(a) aluno(a) entender o Serviço Social na contemporaneidade requer uma 
análise minuciosa das possibilidades apresentadas na realidade atual, considerando que o 
assistente social é um profissional liberal, porém não deixa de ser um trabalhador 
especializado, a qual vende a sua força de trabalho tanto para entidades públicas quanto 
privadas, mas que cabe ao assistente social apropriar-se das possibilidades transformando 
em projeto de trabalho em pleno exercício profissional. 
Desta forma, o exercício profissional na 
contemporaneidade precisa ir além do simples 
fazer profissional, Segundo Iamamoto (2012) 
o assistente social deve aprender a negociar, 
apresentar condições favoráveis, defender a 
prática profissional Além das suas qualificações, 
e com isso deve romper com a visão tradicional 
e conservadora do Serviço Social, a qual 
impede de apresentar possibilidades inovadoras 
e se destacar no mercado de trabalho, a qual 
pretende ou esteja inserido.
Exercício Profissional
55UNIDADE IV O Serviço Social na Contemporaneidade
Em sumo, o Serviço Social é considerado uma profissão especializada e inserida 
na divisão social e técnica do trabalho e que a partir do movimento de reconceituação os 
profissionais precisaram rever seus conceitos tradicionais e conservadores, tendo que adotar 
uma postura ética-política de competência crítica, porém na sociedade contemporânea o 
assistente social deve entender

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