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Evolução Histórica da Epidemiologia

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Matricula: 1912010047 Turma: 4 
 
➢ Epi = sobre • demo = população • logia = estudo 
➢ Como a doença está distribuída na população; 
➢ Quais fatores influenciam ou determinam a distribuição 
 
Raízes históricas da 
epidemiologia 
 
➢ gregos cultuavam Asclépios 
(Esculápio), deus da Medicina. 
Suas duas filhas, Panacéia e Higéia, representam o 
paradoxo entre a medicina individual e a medicina 
coletiva, predominante no pensamento ocidental até os 
dias atuais. 
➢ Panacéia representava a medicina curativa, prática 
terapêutica baseada em intervenções sobre indivíduos 
doentes, através de manobras físicas, encantamentos, 
preces e uso de pharmakon (medicamentos). 
➢ Higéia era adorada por aqueles que consideravam a saúde 
como resultante da harmonia dos homens e dos 
ambientes, e buscavam promovê-la por meio de ações 
preventivas, mantenedoras do perfeito equilíbrio entre os 
elementos fundamentais: terra, fogo, ar e água. 
 
 Até o século XIX: 
400 A. C. Hipócrates 
➢ A Epidemiologia pode ter nascido 
com Hipócrates. Seus estudos sobre 
epidemias e a distribuição de 
enfermidades nos ambientes antecipam o raciocínio 
epidemiológico. Tentava analisar as doenças em bases 
racionais. “Sobre os ares, águas e lugares”. Fez a 
associação entre ambiente, características individuais e 
saúde. Com a morte de Hipócrates a vertente da Medicina 
individual (Panaceia) ganhou espaço. 
 
162 a.C. Galeno 
➢ O médico grego Galeno partiu para 
Roma, tornando-se médico 
particular do Imperador Romano 
Marco Aurélio. O Imperador 
impunha a realização de censos periódicos e a introdução, 
de um registro compulsório de nascimentos e óbitos. 
Galeno também foi importante pois descobriu por meio 
da dissecação de cadáver que as artérias conduziam 
sangue ao invés do que se acreditava anteriormente que 
as artérias conduziam ar. 
 
989-1037. Avicena 
➢ médico e filósofo persa, foi o autor 
do “Cânon da Medicina”, principal 
tratado clínico da Idade Média 
tardia. Foi Avicena quem 
reintroduziu Hipócrates e Galeno 
na medicina ocidental. 
 
1126-1198. Averróes, 
➢ magistrado, filósofo e médico do 
Califado de Córdoba, além de 
precursor do “higienismo”, foi um 
dos principais tradutores e 
comentadores da obra de Aristóteles. Ele tinha em 
comum com Avicena a prática de uma modalidade de 
filosofia “materialista e racionalista”. 
 
Eixos da epidemiologia 
➢ fundamenta-se em três eixos: um saber clínico 
naturalizado, racionalista e moderno; uma base 
metodológica, a Estatística; e um substrato político-
ideológico, a Medicina Social. 
 
1620-1674. John Graunt 
➢ “pai da demografia”, um dos precursores na 
quantificação, fez um tratado sobre as tabelas mortuária 
em Londres: mortalidade por sexo e região. Ele 
começou a quantificar o espaço, através da contagem 
das pessoas que frequentavam sua paroquia. 
 
1624-1689. Thomas Sydenham 
➢ um dos seus fundadores da clínica 
moderna, segundo a tradição anglo-
saxônica. Médico e liderança política 
em Londres, Sydenham foi também um precursor da 
ciência epidemiológica com a sua teoria da constituição 
epidêmica, além da elaboração do conceito de “história 
natural das enfermidades” 
 
Século XIX 
➢ Europa como centro das ciências- Revolução industrial 
e deslocamento das populações para as cidades e a 
ocorrência das epidemias de cólera, febre tifóide e febre 
amarela. Os estudiosos se dividiam entre a teoria dos 
miasmas e teoria dos germes. 
 
História da Epidemiologia 
1749-1827. Pierre-Simon Laplace 
➢ matemático e astrônomo francês, além 
de consolidar a teoria das 
probabilidades, aperfeiçoou métodos de 
análise de grandes números, aplicando-
os a questões de mortalidade e outros 
fenômenos em saúde. 
 
1787-1872. Pierre-Charles Alexandre Louis 
➢ estudou 1.960 casos de tuberculose, 
publicado em 1825, em Paris, inaugura a 
própria Epidemiologia. Médico e 
matemático, Louis é o precursor da 
avaliação da eficácia dos tratamentos 
clínicos, utilizando métodos da Estatística. 
 
1813-1878. Claude Bernard 
➢ A união do saber técnico e a pratica 
clinica reforçaram, com o surgimento 
da Fisiologia moderna, especialmente 
através da obra de Claude Bernard, 
estruturada a partir da definição de patologias no nível 
subindividual. 
 
1807-1883. William Farr 
➢ Em 1839 criou o registro anual de 
mortalidade e morbidade para a Inglaterra e 
o País de Gales, marcando a instituição. 
 
1821-1902. Rudolf Virchow 
➢ Em meados do século XIX, o médico 
sanitarista Rudolf Virchow, após 
constatar que um processo 
epidêmico de tifo era determinado 
por questões de cunho social e 
político, liderou o movimento 
médico social na Alemanha. 
 
1850. London Epidemiological Society 
➢ Em 1850, jovens simpatizantes das idéias médico-
sociais, oficiais de saúde pública e membros da Royal 
Medical Society organizaram na Inglaterra a “London 
Epidemiological Society”. Dentre seus membros, 
destacam-se: 
➢ Florence Nightingale (1820-1810), 
que mais tarde seria celebrada como 
“mãe fundadora” da Enfermagem, 
ela estudou a mortalidade por 
infecção pós-cirúrgica nos hospitais 
militares na Guerra da Criméia. 
➢ E John Snow (1813-1858), por 
muitos considerado como o pai da 
Epidemiologia, desvendou os 
mecanismos de transmissão hídrica 
e o agente microbiano do cólera. 
 
1864. Louis Pasteur 
➢ “pai da bacteriologia”, 
identificou e isolou numerosas 
bactérias, desenvolveu o estudo da 
fermentação da cerveja e do leite, 
investigação das bactérias 
patogênicas e dos meios de destruí-
las ou impedir sua multiplicação e 
os princípios da pausterização. 
 
1882. Robert Koch 
➢ associou as doenças a determinados 
microrganismos, isolando do leite o 
Micobacterium tuberculosis e 
fundamentando a pasteurização 
propriamente dita como maneira 
preventiva. 
 
1890. Instituto Pasteur e a School of Tropical 
Medicine 
 
➢ Em 1890, surge o Instituto Pasteur, de Paris, e a 
School of Tropical Medicine, de Londres, ele é criado 
após o controle da varíola, malária, febre amarela e outras 
doenças “tropicais”, especialmente nos portos de países 
colonizados e das ex-colônias, como o Brasil. 
 
Primeira metade do século XX 
1872-1917. Oswaldo Cruz. 
➢ Considerado pioneiro nos 
movimentos sanitários no Brasil 
(higienização das ruas, vacinação etc) 
fundou o Instituto em Manguinhos-
RJ, propiciando pesquisas, além de 
descoberta de doenças. Seus 
seguidores foram Carlos Chagas 
(descobriu o Tripanosoma cruzi), Adolph Lutz, que 
estudou e confirmou os mecanismos de febre amarela 
pelo Aedes aegypt, e Emilio Ribas, que trabalhou no 
combate a epidemias e endemias, tendo criado o Intituto 
Butantan. 
 
Wade Hampton Frost (1880-1938) 
➢ assumiu a cátedra de Epidemiologia 
na Johns Hopkins e tornou-se o primeiro 
professor de epidemiologia do mundo. 
 
1928. Major Greenwood (1888-1949) 
➢ discípulo de Karl Pearson, fundador 
da estatística moderna, foi o primeiro 
professor de Epidemiologia e Estatística 
Vital na London School of Hygiene and 
Tropical Medicine. 
 
Epidemiologia do mundo 
➢ Crise econômica de 1929 precipitou uma profunda crise 
da medicina científica na década seguinte 
➢ Nesse contexto, resgatou-se o caráter social das doenças 
através do recurso à Epidemiologia, que já não continha 
a politização da medicina social 
➢ Epidemiologia assumiu cada vez mais o positivismo das 
ciências naturais, através do modelo da Biologia, pois 
se a Fisiopatologia se ocupa dos processos patológicos 
do organismo, a Epidemiologia foi chamada a abordar 
tais processos na sociedade 
➢ Nesse momento de crise, a nascente Epidemiologia 
buscava privilegiar o conceito do coletivo e ampliava 
seu objeto de conhecimento para além das epidemias e 
das enfermidades transmissíveis 
 
Segunda metade do século XX 
➢ Segunda Guerra Mundial → necessidade de métodos 
eficientes para medir a saúde física e mental das tropas 
→ aplicação desses métodos na população civil 
➢ Pós-guerra → grandes inquéritos epidemiológicos, 
especialmentede enfermidades não-infecciosas 
Década de 1950 
➢ boom no desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos 
desenhos de investigação epidemiológica → desenhos 
longitudinais de coorte, a partir do Estudo de 
Framingham, e os ensaios clínicos controlados, 
atribuídos a Bradford Hill (1897- 1991) 
➢ Plano teórico → novos modelos explicativos para fazer 
frente à teoria monocausal das enfermidades → forte 
tendência ecológica na Epidemiologia 
Década de 1960 
➢ introdução da computação eletrônica → mais profunda 
transformação na Epidemiologia → matematização 
cada vez maior da disciplina 
➢ Utilização de banco de dados, e utilização e criação de 
novas técnicas analíticas. 
Década de 1970 
➢ juntamente com o grande desenvolvimento de técnicas 
de coleta e análise de dados epidemiológicos, emergiu 
o debate sobre a cientificidade da disciplina 
➢ Feinstein → Epidemiologia seria uma disciplina 
essencialmente empírica, sem maiores demandas 
teóricas 
➢ John Cassel (1915-1978) → buscou integrar modelos 
biológicos e sociológicos em uma teoria sobre a doença, 
unificada pela Epidemiologia 
➢ Aprofundamento das bases matemáticas da disciplina 
➢ Consolidação de uma “Epidemiologia clínica” → nega 
o caráter social da disciplina 
➢ Emergência de abordagens mais críticas da 
Epidemiologia como reação à “biologização” da saúde 
pública → reafirma a historicidade dos processos 
saúde-enfermidade-cuidado e vertente econômica e 
política de seus determinantes. 
 
Epidemiologia na atualidade 
➢ Atualmente, a Epidemiologia apresenta tendências 
aparentemente dissonantes como a Epidemiologia 
Molecular e a Etnoepidemiologia. Novas abordagens 
metodológicas para os estudos ecológicos resultam em 
uma reavaliação de suas bases epistemológicas, 
abrindo novas possibilidades para o estudo de 
processos em grupos populacionais. Além disso, a 
disciplina vem ampliando seu objeto de 
conhecimento, abrindo novos horizontes de pesquisa, 
como, por exemplo, a Farmacoepidemiologia, a 
Epidemiologia Genética e a Epidemiologia de 
Serviços de Saúde. Praticamente todos os agravos à 
saúde já foram ou estão sendo estudados através de 
estudos epidemiológicos.

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