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24/10/2020 1 EQUOTERAPIA Prof. Luis Henrique Salles Curso: Fisioterapia O QUE É EQUOTERAPIA? ■É um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais. 24/10/2020 2 NORMAS BÁSICAS ■ O atendimento em Equoterapia só poderá ser iniciado após avaliação médica, psicológica e fisioterapêutica; ■ A Equoterapia não exclui a associação com outros métodos terapêuticos; ■ O cavalo parado ao passo tem um movimento tônico em cada segundo de 1 a 1,25 movimentos, gerando 1 a 1,25 ajustes tônicos ao paciente; ■ Logo, uma sessão de 30” gera de 1.800 a 2.250 ajustes tônicos ao paciente. CINTURA PÉLVICA DO CAVALEIRO ■ DESLOCAMENTO DO CAVALO; ■ VIBRAÇÕES NAS REGIÕES ÓSTEO- MUSCULARES; ■ MEDULA; ■ CÉREBRO. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ■A mais ampla possível composta por profissionais na área: Saúde; Educação; Equitação. 24/10/2020 3 PROGRAMAS DE EQUOTERAPIA ■ INDIVIDUALIZADO: Necessidades e potencialidades do praticante; Finalidades do programa; Objetivos a serem alcançados. PROGRAMAS DE EQUOTERAPIA ■DUAS ÊNFASES: Intenções médicas; Fins educacionais e sociais. EQUOTERAPIA ■ Programas de reabilitação; ■ Pessoas portadoras de deficiência física e/ou mental; ■ O praticante não tem condições físicas e/ou mental para se manter sozinho a cavalo; ■ Necessita de auxiliar guia e auxiliar lateral; 24/10/2020 4 EQUOTERAPIA ■Ênfase das ações dos profissionais da saúde; ■Necessita de um terapeuta para execução dos exercícios programados; ■O cavalo atua como instrumento cinesioterapêutico. EDUCAÇÃO / REEDUCAÇÃO ■ Programa de reeducação ou educativo; ■ O praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e conduzí-lo; ■ Depende em menor grau dos auxiliares guia e do lateral; ■ A maior ou menor ação dos profissionais de cada área, vai depender do programa, se reabilitativo e/ou educativo; EDUCAÇÃO / REEDUCAÇÃO ■Geralmente a ação do profissional de equitação é mais intensa, embora os exercícios sejam programados por toda a equipe; ■O cavalo atua como instrumento pedagógico; 24/10/2020 5 COMPARAÇÃO DO ESQUELETO DO HOMEM AO CAVALO ANDADURAS DO CAVALO ■Passo; ■Trote; ■Galope. PASSO ■Rolada ou marchada; ■Simétrica; ■Ritmada e cadenciada; ■4 tempos; ■Mais lenta. 24/10/2020 6 PASSO AS VARIAÇÕES DO PASSO ■ANTEPISTAR; ■SOBPISTAR; ■TRANSPISTAR. ANTEPISTAS E SOBSPITAR ■ SOBREPISTAR: O cavalo possui uma frequência media, na qual sua pegada coincide com a marca da pegada anterior (média frequência); ■ ANTEPISTAR: O cavalo apresenta um comprimento de passo curto em que sua pegada antecede a marca da pegada anterior (frequência alta). 24/10/2020 7 TRANSPISTAR ■ O cavalo apresenta um comprimento de passo longo na qual a sua pegada ultrapassa a marca da pegada anterior (frequência baixa). OS TEMPOS DO PASSO ■ PRIMEIRO TEMPO: 1. Pousar do posterior esquerdo; 2. Base tripedal (podal) direito; 3. Pescoço se abaixa para ajustar o gesto do anterior esquerdo. OS TEMPOS DO PASSO ■ SEGUNDO TEMPO: 1. Pousar do anterior esquerdo; 2. Base tripodal posterior esquerdo; 3. Pescoço se eleva. 24/10/2020 8 OS TEMPOS DO PASSO ■ TERCEIRO TEMPO: 1. Pousar do posterior direito; 2. Base tripodal anterior esquerdo; 3. Pescoço se abaixa para ajustar o gesto anterior direito. ANDADURA DO CAVALO ■ TROTE E GALOPE Saltadas com tempo de suspensão. TROTE ■É simétrica; ■É fixada; ■Possui 2 tempos; ■É saltada; ■Pousa por bípedes em diagonal. 24/10/2020 9 GALOPE ■É simétrica; ■É saltada; ■A 3 tempos. 24/10/2020 10 A ESCOLHA DO CAVALO PARA EQUOTERAPIA A ESCOLHA DO CAVALO PARA EQUOTERAPIA A ESCOLHA DO CAVALO PARA EQUOTERAPIA ■ Não buscamos raças e sim características; ■ O cavalo deve ter as três andaduras regulares; ■ Macho, castrado, por este não sofrer influências hormonais; ■ Idade acima dos 10 anos por ser cavalo mais maduro e calmo; ■ Ser equilibrado (não ser debruçado nem recuado); 24/10/2020 11 A ESCOLHA DO CAVALO PARA EQUOTERAPIA ■ A andadura/passo deve ter entre 90 e 120 passos por minuto; ■ Aprumos simétricos, pois as alterações estruturais interferem na estimulação que chega ao praticante; ■ Boa índole, resultando em um cavalo dócil e manso; ■ Altura mediana; ■ Possuir um antemão com espáduas largas e bem masculadas, assim serão mais cômodas ao paciente; ■ O corpo não deve apresentar um garrote muito saliente. CAVALO DEBRUÇADO ■ É aquele que possui os membros posteriores maiores (comprimento dos ossos longos) que os anteriores, com isto o centro de gravidade fica avançado (sob o peito do cavalo), levando o praticante para uma posição mais avançada e o tronco pendendo para frente. 24/10/2020 12 CAVALO RECUADO ■ É aquele que possui os membros anteriores maiores (comprimento dos ossos longos) que os posteriores, com isto o centro de gravidade fica recuado (sob a garupa do cavalo), levando o praticante para uma posição mais recuada e o tronco pendendo para trás. ÂNGULO DA QUARTELA ■Quanto maior o ângulo mais macia e suave será a sua andadura. POR QUE O CAVALO? ■Docilidade; ■Porte; ■ Força; ■Por se deixar montar. 24/10/2020 13 O CAVALO E SEU MOVIMENTO TRIDIMENSIONAL 24/10/2020 14 PLANO HORIZONTAL (eixo transversal) PLANO HORIZONTAL (eixo transversal) 24/10/2020 15 24/10/2020 16 POSICIONAMENTO DO PACIENTE POSICIONAMENTO DO PACIENTE EQUIPE INTERDISCIPLINAR 24/10/2020 17 EQUIPE INTERDISCIPLINAR ■ Auxiliar-Guia: Pessoa que conduz a mão o cavalo do praticante; ■ Auxiliar-Lateral: Pessoa que acompanha o deslocamento do praticante a pé, ao lado do cavalo, com o objetivo de segurança COMPETE AO FISIOTERAPEUTA ■ Elaborar o diagnóstico fisioterápico; ■ Analisar as potencialidades físico-funcionais detectando as alterações presentes; ■ Respeitar as contra-indicações; ■ Prescrever as técnicas fisioterápicas qualificando-as e quantificando-as; ■ Acompanhar o praticante durante sessões; 24/10/2020 18 COMPETE AO FISIOTERAPEUTA ■ Orientar a equipe técnica quanto as questões de ordem fisioterápica; ■ Realizar estudos de casos com a equipe; ■ Reavaliar sistematicamente, o praticante, reajustando as condutas terapêuticas. INDICAÇÕES DA EQUOTERAPIA ■ Crianças e adultos com disfunções neuromusculoesqueléticas de leves a severas; ■ Alterações de tônus muscular; ■ Distúrbios do equilíbrio; ■ Coordenação diminuída; ■ Comunicação inadequada; ■ Assimetria Postural; ■ Controle Postural insuficiente; INDICAÇÕES DA EQUOTERAPIA ■ Diminuição da mobilidade corporal; ■ Diminuição da atenção; ■ Distúrbios do comportamento; ■ Função sensório-motora alterada; ■ Paralisia Cerebral; ■ Acidente Vascular Encefálico; ■ Atraso do DNPM; ■ Síndrome de Down e outras; ■ Deformidade da coluna espinhal e vertebral; 24/10/2020 19 INDICAÇÕES DA EQUOTERAPIA ■ Esclerose Múltipla; ■ Disfunção da Integração Sensorial; ■ Traumatismo Cranioencefálico; ■ Problemas Psicológicos; ■ Dificuldades da aprendizagem e linguagem. CONTRA-INDICAÇÕES DA EQUOTERAPIA ■ Instabilidade atlanto-axial, podendo ocasionar lesão medular pela lassidão ligamentar; ■ Escoliose Estrutural acima de 40 graus, por acentuar, com a movimentação do cavalo, o grau de deformidade; ■ Osteoporose e osteogênese imperfeita, pelo risco de fraturas; ■ Hemofilia, pelos microtraumas vasculares; ■ Hérnia de disco, pela compressão discal; ■ Cardiopatia Grave, pela sobrecarga no coração; ■ Doença que apresentem deformidade vertebral, acarretando acentuação da patologia (Schuerman); CONTRA-INDICAÇÕES DA EQUOTERAPIA ■ Alergia ao pelo do cavalo, por haver intolerância pela rinite; ■ Hiperlordose, na qual mesmo com o uso de coxins de adaptação não se consegue o alinhamento pélvico; ■ Subluxação de Quadril, por apresentar dor e/ou dificuldadena postura; ■ Hipertensão quando essa não for controlada; ■ Epilepsia sem controle medicamentoso; ■ Medo Excessivo, após varias tentativas de aproximação, sem sucesso; ■ Atividade reflexa intensa, dificultando o posicionamento correto sobre o animal; 24/10/2020 20 FASES DE PROGRESSÃO TERAPÊUTICA FASE DE APROXIMAÇÃO ■ Caracteriza o confronto do praticante com o cavalo; ■ Decisiva para a continuidade e técnicas a serem utilizadas. FASE DA DESCOBERTA ■ Exploração do cavalo pelo praticante: Pode ser no solo ou na montaria parada; Pode aparecer reações como medo, alegria, agressividade, gritos, passividade, indiferença, etc. 24/10/2020 21 FASE EDUCATIVA ■ Só é possível uma vez conquistada as anteriores; ■ Ocorre a consciência de que o cavalo tem sua própria sensibilidade e reações; ■ É desenvolvida com o cavalo ao passo. FASE DE RUPTURA ■ Qualquer que seja a progressão obtida na sessão, a ruptura deve ser sempre positiva; ■ Pode retirar a encilha, alimentá- lo, acariciá-lo, etc. BENEFÍCIOS DA EQUOTERAPIA 24/10/2020 22 ■ Melhora o equilíbrio e a postura; ■ Desenvolve a coordenação de movimentos entre tronco, membros e visão; ■ Estimula os órgãos do sentido; ■ Promove organização e consciência do corpo; ■ Desenvolve a modulação tônica; ■ Estimula a força muscular; ■ Oferece sensações de ritmo; ■ Aumenta a auto-estima; ■ Desenvolve a coordenação motora; ■ Estimula o bom funcionamento dos órgãos internos; ■ Ajuda a superar fobias; ■ Melhora a memória, concentração e seqüência de ações; ■ Motiva o aprendizado encorajando o uso da linguagem; ■ Ensina a importância de regras como segurança e disciplina; ■ Aumenta a capacidade de independência e de decisão; ■ Esquema corporal: Lateralidade, Orientação espaço – temporal; ■ Motricidade ampla e fina; ■ Equilíbrio; ■ Linguagem – comunicação – expressão; OBJETIVOS DO TRATAMENTO 24/10/2020 23 ■ Melhora do Equilíbrio; ■ Ajuste Tônico; ■ Alinhamento Corporal; ■ Consciência Corporal; ■ Organização Espacial; ■ Organização Temporal; ■ Coordenação Motora; ■ Força Muscular; AJUSTE TÔNICO ■ O dinamismo da equoterapia facilitará o aprendizado motor estimulando os três sistemas sensoriais do vestíbulo, do sistema visual e proprioceptivo, levando as mudanças na organização e números das conexões neurais; ■ Tem-se com a escolha adequada do animal, conforme a variação do passo, se de alta, média ou baixa frequência. ALINHAMENTO CORPORAL ■ Está associado ao ajuste tônico e a organização biomecânica, pois partir do movimento tridimensional (deslocamento do centro gravitário), estimular-se a o sistema vestibular ativando musculatura de sustentação da cabeça e tronco, fibras estas (vermelhas) responsáveis por uma atividade muscular prolongada e continua. 24/10/2020 24 CONSCIÊNCIA CORPORAL ■ A construção da-se a partir da interligação de processos neurais complexos que envolvam sensações proprioceptivas e exteroceptivas, ligadas ao sistema visual e cognitivo, distinguindo o EU dos objetos que se encontram no meio exterior. ORGANIZAÇÃO ESPACIAL ■Está relacionada com a habilidade de manter relação entre os diversos segmentos do corpo e o corpo com o ambiente. A riqueza de estímulos no ambiente da equoterapia proporcionará ao indivíduo o desenvolvimento de novas percepções. ORGANIZAÇÃO TEMPORAL ■É proporcionada pela cadência do passo e também pela estrutura da sessão, tendo esta inicio, meio e fim. 24/10/2020 25 COORDENAÇÃO MOTORA ■ Além do controle da atividade muscular exercida pelas áreas cerebrais corticais, duas outras estruturas são essenciais para a função motora normal, o cerebelo e os gânglios basais; ■ CEREBELO – seqüênciamento das atividades musculares, progressão (rápida) de um movimento para o outro e auxilia no controle das interações instantâneas entre agonistas e antagonistas; ■ A sua função consiste em calcular, a partir dos dados de velocidade e direções, onde estarão as diferentes regiões corporais no próximos poucos milissegundos 24/10/2020 26 24/10/2020 27 24/10/2020 28 REFERÊNCIAS ■ ARAUJO, A.E.; RIBEIRO, V.S.; SILVA, B.T.F. A equoterapia no tratamento de crianças com paralisia cerebral no Nordeste do Brasil. Fisioter. Bras., v.11, p.4-8, 2010. ■ ASSUNÇÃO, M.S.; PIUCO, E.C.; CORRÊA, E.C.R.; REIS, L.G.K. Coativação, espasticidade, desempenho motor e funcional na paralisia cerebral. Motriz: Rev. Educ. Fis., v.17, n.4, p.650-659, 2011. ■ BARELA, A.M.F.; ALMEIDA, G.L. Controle de movimentos voluntários no membro superior não plégico de portadores de paralisia cerebral hemiplégica espástica. Braz. J. Phys. Ther., v.10, n.3, p.325-332, 2006. ■ CHAGAS, P.S.C.; DEFILIPO, E.C.; LEMOS, R.A.; MANCINI, M.C.; FRÔNIO, J.S.; CARVALHO, R.M. Classificação das funções motoras e do desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral. Braz. J. Phys. Ther., v.12, n.5, p. 409-416, 2008. ■ COIMBRA, S.A.L.; BONIFÁCIO, T.D.; SANCHES, K.C.; SOUZA, M.F.; JORGE, D.A. A influência da equoterapia no equilíbrio estático e dinâmico: apresentação de caso clínico de encefalopatia não progressiva crônica do tipo diparético espástico. Fisioter. Bras., v.7, n.5, p. 391-395, 2006. [ Links ] ■ LOCATELLI, J.P.; ROMERO, C.H. Os efeitos da equoterapia em pacientes com paralisia cerebral. 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