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Nutrição Animal e doenças nutricionais em

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Nutrição e
Doenças nutricionais:
Animais de produção
Conceitos básicos
➠ Alimento: Toda substância digerível,
é a forma como encontramos os
nutrientes.
exemplo: Pão.
➠ Nutrientes: Substâncias utilizadas
para um indivíduo nutrir-se visando
sua sobrevivência. Existem os
essenciais, que nosso corpo não
produz,sendo necessário ingerir pela
dieta, e os não essenciais, que nosso
corpo consegue produzir.
exemplo: Proteína.
↳ Os animais de produção produzem
um nutriente essencial por conta
própria: a vitamina C.
↳ Não há a necessidade de proteínas
animais mas sim de aminoácidos,
independente de sua origem.
➠ Categoria de uma espécie: Como ela
se apresenta ↦ Se é cria
recria,engorda, leiteira e etc.
➠ Ração: Conjunto de alimentos e
premix adequado para cada espécie.
Ou seja, é completa, incluindo tudo
que o animal come, com exceção da
água.
➠ Núcleo: É uma pré mistura, havendo
uma preocupação com os
macronutrientes. É feita a compra dos
ingredientes principais do alimento e a
montagem do conjunto.
➠ Premix: Enfoque nos
micronutrientes, principalmente
vitaminas e minerais que formam o
núcleo.
➠ Concentrado: Mistura que, ao
adicionar algo a mais, como por
exemplo milho, chega aos valores
nutricionais da ração.
obs: A ração já vem pronta para o
consumo, o núcleo é necessário
preparar. Para fazer o premix, é
necessário uma tecnologia avançada.
Alimento
Os alimentos possuem duas
classificações: os volumosos e os
concentrados.
➠ Volumosos: Ocupa espaço pois
dentro dele há uma grande quantidade
de fibra (+15% em média), não levando
em conta a quantidade de água.
exemplo: feno,capim,silagem,
gramíneas e leguminosas.
➠ Concentrados: Aqueles alimentos
que possuem grande quantidade de,
no mínimo, um nutriente não fibroso.
Os alimentos concentrados podem ser
divididos em:
↳ Energéticos: Possuem uma grande
concentração de uma fonte de
energética (lipídio e carboidratos),
sendo os melhores o milho, que possui
uma alta quantidade de amido, e o
óleo de soja, que é rico em lipídeos.
Outros exemplos: Farelo de arroz,
arroz, aveia e grande parte dos
cereais,batata e melaço.
↳ Protéicos: Alimentos que fornecem
uma grande quantidade de proteínas,
sendo o principal representante o
farelo de soja.
1
Outros exemplos: Farinha de carne,de
vísceras, farelo de soja e de trigo.
↳ Outros: Fornecem outros nutrientes
que não energéticos e proteínas. O
principal representante é o sal, que é
rico em sódio e boro.
Outros exemplos: Calcítico e fosfato
bicálcico.
Composição centesimal em
alimentos
Para encontrar a composição
centesimal em alimentos, é necessário
retirar a água dele e ver a
porcentagem dos elementos da ração,
sendo elas:
➠ Cinzas: Fração inorgânica. Para
encontrá-la é necessário queimar a
matéria orgânica.
➠ Lipídeos: Fração orgânica. Para
encontrá-la faz uso de solventes
orgânicos.
➠Proteínas: Fração orgânica. Mede o
total de nutrientes na ração.
➠ Fibras: Fração orgânica. Faz a
análise da fibra bruta.
➠ Carboidratos: Fração orgânica. Não
possui uma análise específica, faz uma
estimativa da quantidade com base na
soma dos outros elementos.
obs: Nas rações atuais há também as
vitaminas, contudo, na época da
descoberta da composição centesimal
dos alimentos, as vitaminas ainda não
eram conhecidas.
Carboidratos
É constituído por carbonos hidratados,
tendo sua origem orgânica na
fotossíntese ( todos os organismos
necessitam, conseguindo, por
exemplo, pela predação). Ademais,
nem todo carboidrato é açúcar, mas
todo açúcar é um carboidrato.
↳ Principal função: Realizar a engorda
dos animais.
↳ Principais representantes: As
hexoses como a glicose,frutose e
galactose, e as pentoses.
obs: As gomas e outros carboidratos
não tem interesse nutricionalmente,
sendo os mais importantes os
açúcares e amidos. Já a celulose é
aproveitada por intermédio de
bactérias no trato digestório.
➠ Aproveitamento dos carboidratos
Dado que diferentes nutrientes são
parecidos, como o amido,glicogênio e
celulose, que são todos polímeros de
glicose, o aproveitamento de cada
uma dessas substâncias é diferente
pois depende:
1- Da ligação de carbono: Se a ligação
é alfa,beta ou gama.
2- Do aparelho dentário:
Correlacionado a capacidade de
mastigação e de triturar os alimentos.
Atualmente, há o auxílio do cozimento.
3- De enzimas e microorganismos:
Ajudam a quebrar as ligações.
obs: No caso do glicogênio, este
carboidrato não é muito bem
aproveitado também devido ao fato de
ele ser uma reserva imediata,logo, há
uma pequena quantidade dele e esta
quantidade é consumida com a
movimentação, estresse, caça e etc,
fazendo com que ele não tenha
grandes importâncias nutricionais.
obs: A lignina não é um carboidrato, no
entanto, interfere diretamente nos
carboidratos estruturais, como a
celulose, posto que ela funciona como
2
uma mecanismo de proteção da
parede celular dos vegetais. Logo,
quanto maior a quantidade de lignina,
pior será o carboidrato.
➠ Conceitos importantes no
metabolismo de carboidratos
↳ Carga glicêmica: É a quantidade de
carboidrato presente na porção de
alimento, observando o quanto
aumentará a glicose.
↳ Glicemia: Mede a quantidade de
glicose no sangue.
↳ Alto índice glicêmico: É o aumento
muito rápido,após a ingestão do
carboidrato, da glicemia no sangue.
exemplo: Sucos de néctar e de fruta
normal (devido a frutose) posto que
líquidos são absorvidos mais
rapidamente.
obs: Como o pâncreas libera muita
insulina nestes casos para tentar
combater a alta glicemia, pode ter um
efeito rebote e gerar hipoglicemia.
obs: Para engordar um animal, é
necessário fornecer um alimento com
alta carga e índice glicêmico, como os
lipídeos por exemplo.
↳ Insulina: Permite a entrada de
glicose nas células, visando a
diminuição da taxa de glicose no
sangue.
↳ Glucagon: Transforma glicogênio em
glicose, visando o aumento da taxa de
glicose no sangue.
obs: Diferentes formas de carboidratos
interferem de formas diferentes no
glucagon e na insulina, ou seja, na taxa
de glicemia.
➠ Funções dos carboidratos
↳ Em animais monogástricos
Celulose: Utilizada como lastro, ou seja,
para fazer volume. Animais que
possuem boca útil para triturar e trato
digestório longo conseguem comer
fibras.
- Equinos: conseguem utilizar
como fonte de energia.
- Carnívoros e aves: possuem o
trato posterior curto, logo não
fazem uma boa fermentação,
fazendo com que a produção
de energia por celulose seja
muito baixa.
- Coelhos: aproveitam muito bem
a celulose (alimentos fibrosos)
pois possui uma estrutura no
intestino que fermenta, ele
ingere novamente e, assim,
aproveita a celulose.
É importante, também, observar a
parede celular dos vegetais para
localizar a celulose posto que, devido
a lignina, em cada planta está em um
lugar.
Amido: Usado para engordar os
animais, ele fornece energia e é muito
fácil de digerir, sendo que é o trato
digestivo anterior, mais
especificamente o intestino delgado,
que faz a digestão e absorção.
- Suínos e aves domésticas:
Muito utilizado e muito bom
para eles.
3
- Equinos: Não muito indicado
posto que,na natureza, não
comem alimentos concentrados
mas sim volumosos o dia todo.
Com isso, se ingerem em alta
quantidade alimentos
concentrados, ele fermenta,
forma gás e gera cólica.
↳ Em ruminantes
Celulose: Juntamente com outros
carbonos estruturais, é a principal
fonte de energia destes animais posto
que eles possuem o rúmen no início do
trato, que é uma câmara de
fermentação excelente com diversos
microorganismos, aproveitando muito
a celulose, havendo poucas partes que
não são metabolizadas.
Amido: Utilizado para engordar os
animais e aumentar a produção,
fornecendo energia,contudo, há uma
perda no caminho devido a alta
produção de metano enquanto rumina.
Além disso, pode gerar problemas
como a acidose e o timpanismo.
- Concentrado para ruminantes
de produção: É dado pois eles
necessitam de uma energia
“pronta’’/mais disponível pois
não aguentam comer alimento
volumoso até a necessidade
nutricional exigida.
Ácidos graxos voláteis; Dado que estes
animais não conseguem aproveitar a
glicose, ela vira ácido graxo e vai para
as células,sendo a fonte de energia.
Esta transformação ocorre pela
energia/síntese microbiana. Os
principais ácidos graxos voláteis
formados são: Acético,propiônico e
butílico.
➠ Quantidade de glicemia no sangue
Há uma diferença entre o valor
aceitável de glicemia nas diferentes
espécies, sendo que, este valor, pode
mudar de acordo com a topografia
(local que retirou o sangue) e com o
período ( horário de retirada).
Ademais, no organismo, sempre há a
tendência de transformação da
glicose em glicogênio e das hexoses,
aminoácidos e lipídeos em glicogênio,
visando a regulação das taxas
glicêmicas.
↳ Parâmetros glicêmicos nas
diferentes espécies:
Espécie Glicemia em
mg/100mL
Cão 60-100
Cavalo 60-110
Cobaia 95-150
Coelho 110-150
Galinha 130-260
Peru 175-210
Vaca 40-70
Gato 70-170
➠ Fatores que influenciam a glicemia
- Hormônios hipofisários
- Glicocorticóides (medicamento)
- Insulina
- Outros glicídios além da glicose,
como a frutose
➠ Absorção dos carboidratos
Ocorre somente quando eles estão na
forma de monossacarídeos e
dissacarídeos, sendo passiva quando
está a favor do gradiente, não havendo
gasto energético e ativa quando há
gasto energético.
4
➠ Incremento calórico
Incremento calórico é o aumento da
produção de calor após o consumo de
alimentos. Diante disso temos que:
↳ Lipídios: Possuem uma alta
energia/grama. Logo, possuem uma
baixa taxa de incremento calórico.
↳ Carboidratos: Possuem uma
energia/grama mediana, possuindo um
incremento calórico médio.
↳ Proteínas: Possuem uma baixa
energia/grama. Logo, possuem uma
taxa alta de incremento calórico.
Portanto:
IC lipídio< IC carboidratos< IC
proteínas
Energia lipídio < energia proteínas<
energia carboidratos.
↳ Apesar de as proteínas possuírem
mais energia/grama que os
carboidratos, a energia final que elas
disponibilizam é menor posto que,
como ela tem alto IC, há uma grande
perda dessa energia disponível em
forma de calor. Ademais, como as
proteínas apresentam amina, quando
ela entra no corpo ela deve virar uréia
para ser excretada, gastando mais
energia nesse processo. Logo, as
proteínas não tem um bom
aproveitamento em nosso organismo
como os carboidratos, fazendo com
que ele acabe sendo uma melhor fonte
de energia para nós.
Uso dos carboidratos
↳ Em humanos
Os carboidratos são nossa principal
fonte de energia pois são rapidamente
digeridos e absorvidos, fazendo com
que o consumo seja maior. No caso das
proteínas, se houver uma alta ingestão
há o sobrecarregamento de alguns
órgãos e, no caso dos lipídeos, o
metabolismo é mais lento, não
permitindo uma ingestão em alta
quantidade.
↳ Em ruminantes
Os ruminantes possuem um
metabolismo voltado para a digestão
de ácidos graxos que faz com que eles
caiam na corrente circulatória. Logo,
nestes animais, o carboidrato não é a
principal fonte energética. O
glicogênio (carboidrato) disponível
nestes animais é utilizado de duas
formas:
1- Glicogênio hepático: Utilizado de
maneira geral pela via aeróbica.
2- Glicogênio muscular: Utilizado em
situações de esforço, sendo
convertido em lactato por uma via
anaeróbica.
↳ Em carnívoros
Os carnívoros têm como principal
fonte de energia os lipídios e as
proteínas. Contudo, conseguem
aproveitar os carboidratos por
intermédio da extrusão da ração e/ou
do cozimento do carboidrato.
➠ Funções nutricionais dos
carboidratos
- Energética.
- Metabolismo de gorduras:
catabolismo de lipídios.
- Gordura de reserva.
- Desintoxicação.
- Economia de proteínas.
- Lastro.
- Criação do sentido do apetite
pela glicemia.
- Formação de vitaminas.
- Influência no sistema
endócrino: insulina e glucagon.
obs: A função nutricional está
diretamente correlacionada com a
forma e processamento do alimento.
5
Funções particulares de alguns
carboidratos
- Glicose: propulsora de
vitaminas, é energética,
provoca sentido da fome e etc.
- Hexosamina: função de
carboidrato estrutural como a
produção de quitina e ácido
hialurônico.
- Galactose: produção de lactose,
cerebrosídeos e glicoproteínas.
- Pentose: produção de ácidos
nucleicos (dna).
Proteínas
São compostos complexos de
natureza coloidal formados por
aminoácidos. Estes compostos são
feitos por carbono,hidrogênio,oxigênio
e nitrogênio na proporção de 16g/100,
o que as difere dos demais nutrientes.
↳ Proteína bruta: Mensura a
quantidade de nitrogênio na
ração/alimento.
↳ Processo digestório: Após ingerir a
proteína, há a quebra dela até chegar
em aminoácidos para que possa ir até
o sangue.
↳ Importância nutricional: A
importância nutricional das proteínas
baseia-se no teor de aminoácidos, ou
seja, se todos os aminoácidos
necessários estão sendo fornecidos e
se o organismo está sendo capaz de
utilizá-lo O excesso de proteínas no
sangue não são armazenados mas sim
excretados.
Logo, para entendermos as proteínas é
necessário conhecermos os
aminoácidos.
➠ Aminoácidos
São moléculas mais simples que
formam as proteínas. Possuem uma
função ácida, geralmente carboxílica,
uma função amina e um radical, que
difere um aminoácido do outro.
Existem 20 aminoácidos diferentes na
formação
proteica.
Os aminoácidos podem ser
subdivididos em:
Aminoácidos essenciais: São aqueles
que o organismo não fabrica ou não
fabrica em quantidade suficiente.
Contudo, como eles são indispensáveis
ao corpo, é necessário ingerir na
alimentação.
Aminoácidos não essenciais: São vitais
para o organismo e ele próprio
consegue fabricar em quantidades
adequadas.
➠ Peptídeos
São a junção de 2 ou mais
aminoácidos, formando polipeptídeos
ou oligopeptídeos. Esta ligação entre
aminoácidos é chamada de ligação
peptídica e, para que o organismo
consiga absorver os aminoácidos, é
necessário quebrá-las.
↳ Fonte de peptídeos: Por meio da
síntese por condensação ou pela
hidrólise parcial das proteínas.
➠ Classificação das proteínas
Holoproteínas: Também chamadas de
“proteínas verdadeiras”, são aquelas
proteínas que, quando quebradas, só
liberam aminoácidos.
6
exemplos: Protaminas,
histonas,prolaminas,
glutelinas,albuminas,globulinas, e
escleroproteínas.
Heteroproteínas: Não são constituídas
apenas de proteínas.
exemplos: Mucoproteínas,
glicoproteínas, fosfoproteínas,
lipoproteínas, cromoproteína,
nucleoproteínas e derivadas (ácidos
nucleicos).
Proteínas conjugadas: Hemoglobina e
lipoproteínas, tais como o LDL e o HDL,
que usualmente fazem o transporte de
lipídios.
➠ Estrutura das proteínas
Primária: Confere função, sendo
somente a sequência dos
aminoácidos, não dependendo da
orientação espacial da molécula.
Secundária: Liga aminoácidos
próximos, sendo a última a ser
rompida. Esta estrutura é formada
devido aos ângulos criados pelas
ligações peptídicas, podendo ter uma
conformação alfa hélice, beta sheets
ou turns.
Terciária: É a conformação espacial
das proteínas como um todo.
Quaternária: Duas ou mais cadeias
polipeptídicas agrupadas.
Diante disso, as proteínas podem
sofrer o processo de desnaturação,ou
seja, a proteína não exerce mais sua
função devido a perda de sua
estrutura. Este processo afeta a
digestibilidade e função biológica das
proteínas.
➠ Valor biológico das proteínas
Está relacionada com o perfil
aminoacídico da proteína, observando
a eficiência nutricional para quem irá
ingerir e absorvê-la. Para mensurarmos
o valor biológico de uma proteína,
utiliza-se o ovo e o leite como
parâmetro já que são os dois alimentos
com maior valor biológico conhecido.
Valores biológicos de algumas
proteínas:
Proteína animal x Proteína vegetal
Dado que a composição da proteína
animal é mais similar a nossa, isto
facilita a digestão/absorção dos
aminoácidos. Além disso, as proteínas
vegetais possuem fatores
antinutricionais.Logo, a proteína
animal acaba tendo um valor biológico
maior.
➠Proteínas na dieta
Dado que as proteínas formam um
tecido dinâmico, não havendo
reservas, é necessário um equilíbrio
dos aminoácidos com a energia. Para
isso, é vital uma atenção ao
fornecimento das quantidades
adequadas de cada aminoácido
essencial e não essencial bem como o
fornecimento energético da dieta.
Dietas com falta de energia: Se está
em falta, o organismo não usará os
aminoácidospara síntese de tecido,
mas sim para fornecer energia. Isto
leva a uma perda de peso rápida, não
sendo benéfica ao organismo.
Dietas com excesso de energia: O
consumo total de ração irá diminuir o
que, se não corrigido, pode levar a um
déficit de outros nutrientes.Ademais, o
7
animal costuma engordar ou parar de
comer.
Dietas com baixa de aminoácidos
essenciais: É vital colocar um
aminoácido sintético ou mudar o
balanceamento da dieta.
Dietas com alta taxa de aminoácidos
essenciais: A conversão alimentar é
mais eficiente.
➠Valor suplementar da proteína
Consiste-se em encontrar qual o
aminoácido que a proteína não
fornece adequadamente e fornecê-lo
por meio da unção com outros
alimentos ou de forma sintética. Este
aminoácido abaixo do necessário é
chamado de aminoácido limitante,ou
seja, é o aminoácido essencial que
mais falta na dieta e que limita a
síntese proteica.
Solução: Para solucionar o déficit do
aminoácido limitante, é possível
fornecer aminoácidos puros, combinar
alimentos com diferentes aminoácidos
limitantes ou realizar o balanceamento
da ração.
exemplo:
1) Encontrando aminoácido limitante
Proteína do tecido - A49 B8 C3 D30 E10
Proteína fornecida - A46 B5 C12 D32 E6
Logo, o aminoácido B é o aminoácido
limitante posto que é o que está mais
abaixo, sendo necessário
suplementá-lo. Após resolver a taxa de
B, é preciso suplementar a de E e, por
fim, a de A.
2) Encontrando o valor biológico da
proteína
É possível encontrar o valor biológico
em função do aminoácido limitante
por meio de uma regra de 3:
B8---------- 100% (Proteína do tecido)
B4---------- x% (Proteína fornecida x)
X = 50% = valor biológico proteína X
3)Fornecendo outras proteínas
1°- Encontrando aminoácido limitante
da proteína y
Proteína do tecido - A49 B8 C3 D30 E10
Proteína fornecida Y - A34 B12 C3 D18
E33
Nesse caso, o aminoácido D é o
aminoácido limitante.
2°- Encontrando valor biológico da
proteína y
D30----------100%(Proteína do tecido)
D18-----------y%(Proteína Y)
y= 60% = valor biológico de proteína y.
4) Encontrando a média das proteínas
em conjunto
Para encontrar o resultado da mistura,
é necessário fazermos a média das
duas proteínas.
Proteína do tecido - A49 B8 C3 D30 E10
Proteína X+Y - A40 B8 C7 D25 E 20
Logo, o aminoácido limitante da
mistura é o aminoácido A.
A49-------100%
A40-------X%
X= 82%= Valor biológico da proteína
X+Y
➔ Conclusão: Ao conhecermos os
aminoácidos limitantes de cada
proteína conseguimos fazer um
uso mais proveitoso dela por
meio de misturas que irão
aumentar o seu valor biológico.
➠Nitrogênio para ruminantes
Os ruminantes necessitam de forma
semelhante aos monogástricos de
aminoácidos essenciais para a
formação de tecidos. Contudo,
possuem uma grande diferença: Os
microorganismos do rúmen. Estes
microrganismos são capazes, por meio
da fermentação, de fabricar todos os
aminoácidos necessários para o animal
8
,que serão absorvidos no intestino,
não dependendo da alimentação.
Isto posto, os ruminantes possuem
três tipos de proteínas:
Proteína microbiana: Sintetizada pelo
próprio rúmen,possui alta
digestibilidade e produz
aproximadamente 65% de proteína
bruta (80% verdadeira), fornecendo
todos os aminoácidos necessários aos
animais.
Proteína UDP: Também conhecida
como proteína by pass, elas não se
degradam no rúmen, indo até o
intestino para lá serem absorvidas
completamente pelo animal. Elas
podem fornecer até 50% ou mais da
quantidade de proteínas brutas
necessárias para o ruminante.
obs: Animais de alta produção
necessitam do fornecimento de
proteínas by pass devido ao alto
esforço e gasto energético exigido,
fazendo com que as bactérias do
rúmen não consigam atender a
necessidade aminoacídica
Proteína RDP: São proteínas que se
degradam no rúmen, sendo utilizadas
pelos microrganismos para a produção
de proteína microbiana. Podem ser
verdadeiras ou, no caso dos
ruminantes, de nitrogênio não
protéico, como por exemplo a ureia,
que é 100% degradada no rúmen, não
sendo tóxica para estes animais.
obs: Em animais de alta produção é
necessário uma atenção ao
fornecimento de ureia pois, como o
rúmen desses animais está
constantemente cheio, pode ser
tóxica.
↪Degradação de RDP
Ela depende de alguns fatores tais
como:
- Natureza e processamento da
proteína.
- Frequência da alimentação:
altera pH do rúmen.
- Tamanho da partícula: Quanto
menor a partícula, menor a
superfície de exposição.
- Disponibilidade de carboidrato
para o rúmen: Formar cadeia
carbônica e energia.
- Total de ingestão de matéria
seca.
➠ Metabolismo de nitrogênio em
ruminantes
As proteínas que chegam até o trato
digestório dos ruminantes contém
nitrogênio de duas formas: nitrogênio
protéico, que é provindo de proteínas
verdadeiras, ou nitrogênio não
protéico.Isto posto, a metabolização
de cada tipo ocorre da seguinte forma:
Metabolização proteína verdadeira:
Pode passar pelo rúmen e chegar de
forma inalterada no
intestino,fornecendo aminoácidos
livres para o animal fazer a síntese de
tecidos. Outra possibilidade de
metabolização dessa proteína é por
meio da ação microbiana
(proteólise),que faz a proteína se
quebrar em aminoácidos e, por fim, se
transformar em amônia.
Metabolização nitrogênio não
protéico: Como forma de nitrogênio
não protéico temos, por exemplo, a
cama de frango, que está proibida por
lei, o biureto, que contém risco
explosivo e a uréia. A uréia é a forma
mais utilizada, barateando o custo de
produção do ruminante,no entanto, é
9
necessária uma atenção para que não
ocorra intoxicação. Diante disso, 100%
da uréia que chega ao rúmen é
convertida em amônia e em CO2 pela
enzima urease, e, está amônia, pode
ser utilizada pelos microorganismos
ruminais para a síntese de proteína
microbiana. Contudo, para que haja a
conversão em proteína microbiana é
necessário uma fonte energética,
como os carboidratos, que serão
quebrados juntamente com a proteína
e irão fornecer ácidos graxos, além de
fornecer cetoácidos que, ao se unir
com a amônia, formará aminoácidos
que serão convertidos em proteínas
microbianas.
➠Utilização da uréia
A uréia só deve ser utilizada em
ruminantes com o rúmen ativo (é
ativado quando come concentrado) e
com flora ruminal adaptada. Para que
haja esta adaptação, é necessário o
fornecimento de uréia gradualmente
durante 3 á 4 semanas.
Fatores que influenciam o uso da uréia:
Existem 3 fatores essenciais a serem
observados antes de utilizarmos a
uréia, sendo eles:
1- Fonte de carboidrato fornecida
junto: Dado que é necessário a fonte
energética para a conversão de uréia
em proteínas microbianas, saber qual a
fonte desta energia e em qual
quantidade está sendo fornecida é
vital.Algumas fontes energéticas
utilizadas são:
- Amido: Possui uma alta
velocidade de degradação,
logo, não é possível utilizar
muita uréia.
- Sacarose: Isoladamente não é
recomendada, contudo, na cana
de açúcar é muito utilizada pois
a unção da fibra + sacarose
permite uma degradação
gradual e contínua,
possibilitando maior utilização
de uréia.
2- Velocidade de transformação da
uréia em amônia: Dado que a produção
bacteriana é de aproximadamente 7
mg NH3/100 ml , é necessário respeitar
este valor para que não haja
intoxicação por excesso de uréia.
3- Outras fontes de nitrogênio na
dieta: Dado que, em ruminantes de alta
produção são fornecidas proteínas
RDP, é necessário atenção a esta
quantidade para que não haja
sobrecarga de nitrogênio e, por
consequência, de amônia.
Níveis saudáveis de uréia na
alimentação: Para evitar a intoxicação
por uréia, existem alguns parâmetros
que devem ser respeitados.
1- O nível de uréia deve ser do que o13
ruminante ingere de proteína posto
que os microorganismos necessitam
de aminoácidos pré formados.
2- O nível de uréia deve ser de 1 a 1,5%
da matéria seca da ração total.
3- Em rações ricas em amido, o animal
pode ingerir de 100 á 150 g de uréia
por dia.
4- O nível de uréia deve ser equivalente
a 0,04% do peso vivo do animal.
Como incluir uréia na alimentação: Para
realizar a suplementação alimentar
com uréia é vital a produção de uma
mistura homogênea posto que ela fica
maispalatável e permite uma ingestão
gradual, diminuindo a chance de
intoxicação. Ademais, é necessário
uma atenção aos alimentos que
10
contém urease pois isto influencia no
nível de uréia a ser fornecida. Isto
posto, alguns métodos de
suplementação são:
- Por meio de concentrado: Dado que
diferentes animais possuem diferentes
hábitos de consumo, é indicado o
cálculo com base no animal de maior
consumo posto que, com base nele, o
risco de intoxicação em animais que
consomem menos é menor.
-Por meio da amiréia: Composto
formado por 86%milho + 14% uréia.
- Por meio da silagem + 5% de uréia:
Requer atenção pois o pH do volumoso
não irá cair, prejudicando-o.
-Por meio da cana de açúcar + uréia:
Fazer o cálculo de máximo consumo de
cana pelo animal e regar esta cana
com uréia diluída em água e com
sulfato de amônia (fornecer enxofre
também).
- Por meio do melaço: Essa união
sacarose(energia)+uréia é mais efetiva
no pasto.
- Por meio de sais: Pode ser mineral,
proteico e etc. É uma boa opção pois
gera um consumo gradual e maximiza
o crescimento bacteriano (necessita
de carboidrato junto).
➠ Intoxicação por uréia
A uréia possui duas origens no
ruminante: origem exógena, por meio
da alimentação, ou origem endógena,
que é sintetizada no fígado e
degradada em amônia. Isto posto, ao
fornecermos uréia ao animal é
necessário um cuidado para que não
haja um excesso circulante já que este
excesso é tóxico.
Mecanismo de intoxicação: Com o alto
fornecimento de uréia há uma
produção de amônia muito elevada,
fazendo com que os microrganismos
ruminais não sejam capazes de
capturá-la. Este excesso de amônia
deixa o rúmen básico e vai para o
sangue. No sangue, está amônia irá se
juntar com a quantidade produzida de
forma endógena, gerando uma
elevação na quantidade de amônia no
sangue, o que é tóxico. Dado que esta
quantidade é tóxica, o fígado tenta
converter em nitrogênio ureico e
secretá-lo, contudo, devido a alta
quantidade, estes mecanismos não
são efetivos, o que gera a intoxicação.
↪Mecanismos de secreção de N ureico:
1- Devolver para o rúmen.
2- Mandar para a glândula salivar, que
irá reenviar ao rúmen.
3- tentar secretá-lo pela urina, leite e
etc.
Tipos de intoxicação: A intoxicação
por uréia pode ser crônica ou aguda.
↪Crônica: Não aparecem sintomas
visíveis. O animal está se intoxicando
lentamente dia após dia.
↪Aguda: Produz sintomas como
inquietação, surdez, tremores da pele
e dos músculos, salivação excessiva,
micção e defecação constante,
respiração ofegante, incoordenação
motora, enrijecimento das pernas,
colapso respiratório e morte.
Tratamento: O tratamento consiste em
baixar o pH ruminal por meio da
inserção de ácido no rúmen. Caso a
uréia esteja em alta quantidade no
sangue, é difícil a recuperação e o leite
pode já estar contaminado.
11
Lipídeos
São compostos formados por C,H e O
assim como os carboidratos, se
diferindo deles pela proporção de
componentes e por possuírem mais
energia/grama. Possuem como
unidade básica o glicerídeo, que é
composto por glicerol e ácidos graxos.
Estes ácidos graxos conferem a
característica de hidrofobia aos
lipídeos.
↳ Gorduras: São lipídeos sólidos à
temperatura ambiente.
↳ Óleos: São lipídios líquidos à
temperatura ambiente.
↳ Extrato etéreo: Outra nomenclatura
dado aos lipídeos posto que, para
obter a fração lipídica de um alimento
usa-se um solvente orgânico,
principalmente o éter.
➠ Classificação dos lipídios
Lipídios simples: Lipídios formados
somente por C,H e O, a exemplo dos
glicerídeos,cerídeos e esterídios.
Lipídios compostos: Lipídios formados
por outros elementos além do C,H e O,
como por exemplo o fósforo. A
exemplo de lipídios compostos temos
os fosfolipídeos, que possuem função
estrutural e de emulsificação, as
lecitinas, cefalinas, esfingomielinas,
glicolipídios e cerebrosídeos.
Derivados lipídicos: Como os ácidos
graxos voláteis ( de 2 a 10 carbonos),
os ácidos graxos verdadeiros ( mais de
10 carbonos), e os insaponificáveis e
esteróis, que produzem o colesterol
que será metabolizado no fígado
separando em LDL e em HDL.
↳ O fígado é o principal metabolizador
de gordura, onde os quilomícrons vão
até ele, há a formação de lipoproteínas
para que, então, caia na corrente
sanguínea.
➠ Reações lipídicas
↪ Rancificação oxidativa
É a oxidação da gordura, que irá virar
peróxido e gerar aldeídos. Estes
aldeídos deixaram um gosto ruim no
alimento, não deixando ele palatável.
Ademais, este processo também
destrói nutrientes.
Fatores físicos predisponentes: Alguns
fatores físicos tais como exposição a
altas temperaturas, luz e maior
exposição ao oxigênio aumentam a
chance de rancificação oxidativa.
Fatores químicos predisponentes:
Exposição a O2, presença de metais e
enzimas.
↪Hidrólise e hidrogenação
Acontece somente no rúmen devido
aos microorganismos ruminais, estes
processos são inevitáveis e limitados,
e consistem no acréscimo de
hidrogênio na gordura, transformando
lipídios insaturados em saturados,
deixando eles mais estáveis e
possíveis de digestão ruminal. Estas
reações são responsáveis pela
formação do sebo (gordura do boi).
➠Lipídios saturados x Lipídios
insaturados
Lipídios saturados: Sua cadeia é mais
“reta”, não possui duplas ligações,
sendo mais estáveis e sólidos à
temperatura ambiente. Como exemplo
temos a manteiga.
Lipídios insaturados: Sua cadeia
tridimensional é mais “torta”, possui
duplas e triplas ligações cis, sendo
mais instáveis e fluídas a temperatura
ambiente. Como exemplo temos os
óleos vegetais.
12
➠Lipídios cis x Lipídios trans
Cis: São mais frequentes na natureza,
os hidrogênios se encontram do
mesmo lado.
Trans: Produzidos pela indústria, os
hidrogênios estão em lados opostos,
modificando a cadeia. Esta
configuração confere uma melhor
textura, gosto agradável e maior
durabilidade. Contudo, estudos
recentes mostram que elas podem ser
maléficas para o corpo.
➠Metabolismo de lipídios
Os quilomícrons vão para o fígado e
tecido adiposo, onde são
metabolizados e armazenados.
Ademais, nestes dois locais há a
ocorrência da lipogênese.
↪ Lipogênese em monogástricos:
Ocorre no fígado, transformando a
gordura em glicose. Nestes animais, a
dieta influencia na gordura de reserva.
↪ Lipogênese em ruminantes: Ocorre
no tecido adiposo, transformando a
gordura em acetato.
➠Funções nutricionais
O principal uso dos lipídeos é para o
fornecimento de energia. Apesar da
capacidade de absorção dos lipídios
serem limitadas, ele é utilizado pois
possui um baixo incremento calórico,
uma alta quantidade de energia/grama
e uma característica organoléptica
atrativa. Esta alta de energia/grama
possibilita que o animal coma menos
em quantidade, contudo adquira o
mesmo teor nutricional. Logo, o
incremento lipídico é muito usado
quando o volume de ração já chegou
ao máximo mas ainda há um déficit
energético. Ademais, por possuir um
baixo incremento calórico, a inserção
de lipídios é muito utilizada quando os
animais estão em estresse térmico
pois há uma menor produção de calor
após a ingestão do alimento.
Outras funções nutricionais
importantes são: Produção de ácidos
graxos essenciais, como o ômega 3 e
ômega 6, absorção,produção e
transporte de substâncias
lipossolúveis, como a vitamina D e os
esteróides,incorporação de gordura na
carcaça do animal por meio de uma
absorção direta e ter função de
gordura de reserva e das produções
(de leite,ovo, na gestação.)
OBS:Os glicídios podem gerar também
esta gordura de reserva e, as
proteínas, apesar de não tão
eficientes, também podem se
transformar em lipídios.
Em carnívoros: Os lipídios são o melhor
alimento, seja de origem vegetal ou
animal (o animal só é mais palatável).
Em aves: Dado que a maioria das aves
são onívoras ou carnívoras, estes
animais conseguem aproveitar muito
bem os lipídeos.
Em suínos: Possuem uma afinidade
porém com uma limitação, limitação
esta que é relativamente alta.
Ademais, os lipídios são muito
palatáveis para estes animais.
Equinos (herbívoros): Possuem uma
baixa afinidade com os lipídios,
podendo gerar desequilíbrios se
ingerido.
Ruminantes: No rúmen, a gordura nãose dissolve muito bem posto que as
bactérias ruminais possuem uma
função de degradação de gordura
limitada. Logo, a inserção de gorduras
insaturadas em certas quantidades
pode vir a ser tóxica, diminuindo a
fermentação ruminal.
13
↪ Lipídios no rúmen
No rúmen, os lipídios sofrem
hidrogenação e hidrólise. Contudo,
quando necessário incrementar
energia por meio de lipídeos em
ruminantes,quatro tipos de gorduras
são utilizadas:
Semente de algodão: Coloca a
semente inteira no cocho pois o óleo
está dentro da célula da semente.
Dessa maneira, quando o animal
rumina ele quebra parcialmente esta
semente, fazendo com que haja uma
liberação gradual de gordura
insaturada, e, por ser gradual, não há
prejuízo para o animal pois os
microrganismos ruminais conseguem
degradá-la.
Uso de gorduras protegidas: Adiciona
gorduras insaturadas sintéticas na
dieta que não serão degradadas pelo
rúmen, gerando um aumento de
gordura no intestino e,por
consequência, no leite.
Uso de gorduras insaturadas não
protegidas: É vital o controle da
quantidade de gordura insaturada
desprotegida fornecido ao animal
posto que, se há um aumento muito
alto, há mudanças na flora
intestinal/ruminal, o que gera uma
diminuição na emissão de metano, um
aumento de propionato mas resulta na
diminuição na gordura do leite. Além
disso, este aumento pode vir a ser
tóxico.
Ácidos graxos voláteis: Para
ruminantes não produtores de leite o
uso de ácido propiônico é
recomendado, visto que ele se
transforma em glicose. Em casos de
ruminantes produtores de leite
recomenda-se o uso de ácido acético,
pois ele irá se transformar em gordura
no leite.
↳ Fêmeas até 10ª semana lactação: Os
animais se encontram em déficit
energético, logo, há um aumento de
corpos cetônicos para tentar suprir a
energia e perda de peso acentuado
nesse período. Ademais, há uma
diminuição de glicose no sangue.
➠Análise da função nutricional
É feita a partir do índice de iodo. Este
índice consiste em adicionar iodo para
observar as gorduras e seu ponto de
fusão. Dessa forma quanto mais
insaturada uma gordura for, maior a
taxa de iodo.
Energia
Na nutrição animal, a energia é tratada
como um nutriente, estando associada
ao trabalho realizado pelo indivíduo.
Isto posto, cada animal busca energia
de uma forma, pois ela é o item
quantitativamente mais importante da
dieta. Nesse contexto, temos 6 tipos
de energia:
1ª Térmica: Produzimos ela, se
manifestando na forma de calor. Na
nutrição, ela não é usada diretamente.
2ª Mecânica: Produzimos ela, se
manifestando na forma de movimento.
Na nutrição, é utilizada para deixar
mais eficiente a energia que abastece
os animais.
3ª Elétrica: Produzimos ela, se
manifestando na forma de uma
corrente de eletrões. Não é muito
importante na nutrição.
4ª Radiante: Não a produzimos, se
manifestando de diversas formas,
como na forma de luz. Não é muito
importante na nutrição.
14
5ª Química: Produzimos e
armazenamos ela, estando presente
nos alimentos. É a mais importante
para a nutrição.
6ª Nuclear: Não a produzimos, se
manifestando sob a forma de
radioactividade, não sendo importante
nutricionalmente.
➠ Medidas de energia
Caloria(cal): É a unidade básica da
energia térmica, partindo do
pressuposto de que toda energia pode
se transformar em outra.
Kcal ou Cal: Mais utilizada na nutrição,
onde 1Kcal = 1000 cal.
Termia ou Mcal: Uso comum em
equinos, onde 1Mcal= 1000 Kcal =
1000000 cal.
Unidade térmica britânica ( B.T.U):
Utilizada na Inglaterra, onde 1Kcal= 4
B.T.U = 1000cal.
➠Energia nos alimentos
É a forma de se avaliar a energia de um
alimento. Ela pode ser obtida por meio
da queima dele, o que gera oxidação
total do alimento e a obtenção da
energia térmica deste alimento,
energia esta que é possível mensurar.
Isto posto, temos que as energias no
alimento são:
Energia bruta: É a energia total contida
em um alimento, constituindo o ponto
de partida para calcular o valor
energético de um alimento, sendo
medida através da bomba
calorimétrica. No entanto, não há o
aproveitamento total dela, posto que a
absorção depende da digestibilidade
do animal e das perdas energéticas no
percurso.
exemplos: Carboidratos- 4,10 Kcal/g
Proteínas- 5,65 Kcal/g
Lipídeos- 9,45 Kcal/g
Energia fecal: Muda com cada espécie,
ela constitui a perda energética pelas
fezes.
Energia digestiva: É a energia bruta - a
energia fecal, levando em conta a
capacidade de absorção de cada
espécie e a qualidade do alimento.
Esta energia também é chamada de
energia digestível aparente posto que,
nas fezes, não há só a energia
provinda dos alimentos, há também
vinda de microorganismos,
descamações do epitélio intestinal,
alimentos não digeridos e etc. Logo,
para termos a energia digestiva real
teríamos que descontar estes fatores,
o que é quase impossível.
obs: Em aves não é possível obtermos
esta energia pois elas urinam e
defecam junto, sendo difícil a
separação.
Energia urinária: Muda com cada
espécie, ela constitui a perda
energética por urina (usualmente um
valor constante) e gases
Energia metabolizada: É a energia
digestiva - a energia urinária. Esta
energia é a mais utilizada na nutrição,
sendo mais fácil de mensurar,fazendo
a medição através da gaiola
metabólica.Na mensuração dela, no
caso de aves e carnívoros, o desconto
por conta dos gases é quase nulo,
enquanto que, em ruminantes,equinos
e coelhos, existe uma diferença
significativa.Esta energia é utilizada
pelas células do nosso corpo.
obs: Em aves ela é usada diretamente
já que há a excreção de urina e fezes
simultaneamente.
Energia líquida: É a energia
metabolizada - o incremento calórico,
ou seja, é a energia final sem perdas
15
que será utilizada para todo o
organismo. Contudo, é muito difícil
mensurá-la nutricionalmente, logo,
utilizamos mais a energia metabolizada
na nutrição.
Diante disso, temos que:
Energia do alimento = E Total - Perdas
Nutrientes digestíveis totais (NDT):
Utilizado para o cálculo de ração a mão
em ruminantes, esta é uma forma
antiga que mede indiretamente a
energia no alimento. Para fazer a
medição, ela utiliza a digestibilidade
das diferentes frações dos alimentos
para fazer uma estimativa da
quantidade energética. Seu valor é
expresso em porcentagem, onde
quanto maior o valor maior a energia e,
para obtê-lo seguimos os seguintes
passos:
1º- Retirada da água do alimento para
obter a matéria seca.
2º- Medição da digestibilidade da
proteína bruta digerida (PBD), do
carboidrato não estrutural digerido
(ENND), da fibra bruta digerida (FBD),
do extrato etéreo(EE) e do lipídeo
digerível(EED).
↪NDT = PBD + ENND + FBD + (EED X
2,25)
obs: O lipídio digerido precisa do fator
de correção 2,25 devido a sua
diferença energética.
➠Valor energético dos principais
alimentos
Lipídeos: 1g de lipídio possui 9,4 kcal
de energia bruta, onde 90 % é
convertida em energia digestível (8,5
kcal), que é convertida totalmente em
energia metabolizável e, 87% (9,2 kcal)
é convertida em energia líquida.
Proteínas: 1g de proteína possui 5,4
kcal de energia bruta, onde 89 % é
convertida em energia digestível (4,8
kcal), que é convertida 65% em
energia metabolizável (3,5 kcal) e, 41%
(2,2 kcal) é convertida em energia
líquida.
Carboidratos: 1g de carboidratos
possui 4,2 kcal de energia bruta, onde
88 % é convertida em energia
digestível (3,7 kcal), que é convertida
83% em energia metabolizável(3,5 kcal)
e, 76% (3,2 kcal) é convertida em
energia líquida.
Conclusão: Uma pequena quantidade
de carboidratos constituem uma
reserva energética na forma de
glicogênio no fígado e nos músculos.
As proteínas não são reservas
energéticas. Os lipídios são a principal
fonte de reserva energética.
➠Cálculo da energia
O cálculo da energia se baseia em
saber quantas kcal há na ração e
estimar a quantidade energética
necessária do cão. Dessa maneira,
dividimos a necessidade energética
em kcal do animal por dia pela
quantidade de energia por kg da
ração.
16
Digestibilidade
➠ Introdução
A digestibilidade é a fração do
alimento consumido que não é
recuperado nas fezes (Alimento
consumido - fezes). Dessa maneira,
quanto maior a digestibilidadede um
alimento melhor pois indica maior
aproveitamento do alimento. Nesse
contexto, rações de menor
digestibilidade fazem com que o
animal coma mais para conseguir
absorver todos os nutrientes
necessários, aumentando as fezes
também. Contudo, se uma ração tem
uma redução drástica da
digestibilidade, poderá haver um
déficit nutricional.
obs: A digestibilidade nunca é 100%
pois, se fosse, não teria motilidade
intestinal e, por consequência,
defecação.
➠ Análise
1º - Análise químico-bromatológica:
Determinar a composição do alimento.
2º- Fornecer ao animal e coletar as fezes
produzidas.
3º- Vê quanto sai nas fezes, sendo
possível ver a digestibilidade e, por
consequência, o quanto foi aproveitado.
obs: A digestibilidade é sempre em
porcentagem.
➠ Classificação
- Digestibilidade aparente: É a que
medimos com base nas fezes. Não é
100% precisa pois, nas fezes, há a
presença de outros componentes
endógenos.
- Digestibilidade real: Necessário
realizar o desconto do que não é
provindo da alimentação, fato muito
difícil de ser realizado.
exemplos:
- Digestibilidade celulose ( C
estrutural): A digestibilidade real é
igual a aparente pois nenhum animal é
capaz de produzir de forma endógena.
- Digestibilidade açúcar ( C solúvel): A
digestibilidade é de 100.
- Digestibilidade proteínas e gorduras:
A digestibilidade aparente é diferente
da real pois produzimos de forma
endógena.
- Digestibilidade minerais: É muito
baixa.
➠ Determinação da digestibilidade
Pode ser obtida por um método direto
ou por um método indireto.
Método direto: É o melhor método
pois há coleta de 100% das excreções
dos animais por meio da gaiola
metabólica, que é uma estrutura que
permite movimentos ao
animal, principalmente deitar-se e levantar-se,
sem entretanto que ele possa voltar-se,podendo
ser regulada conforme o tamanho do animal, e
possui coletores para fezes, urina e cochos para
água e alimentos, fazendo com que a experiência
seja o mais próximo da realidade e o estresse não
gere alterações nos resultados.
↪ Em aves: Não muito eficiente pois elas defecam e
urinam junto, sendo necessário uma cirurgia para
realizar a separação dos canais, não simulando
a realidade.
↪ Em fêmeas: Há um risco de contaminação pois a
urina sai próximo das fezes.
↪ Em ruminantes: Usualmente usa-se os ovinos
castrados devido ao seu tamanho e formato de
fezes.
exemplo de cálculo:
Dado que a digestibilidade pode ser obtida pela
seguinte expressão matemática temos:
𝐶𝐷 = 𝑁𝑢𝑡𝑟𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 − 𝑁𝑢𝑟𝑒𝑖𝑤𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑋100𝑁𝑢𝑡𝑟𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Um animal ingere 63,01 kg de feno com
17
20 % de PB
1- Quantos kg de PB esse animal comeu?
63,01 x 20% = 12,60 kg de PB
23,11 kg de fezes com 18,60 % de PB
2- Quantos kg de PB saíram nas fezes?
23,11 x 18,60 % = 4,30 kg de PB
3- Quanto foi digerido (aparentemente)?
12,60 – 4,30 = 8,30 kg de PB
4- Digestibilidade da PB:
x 100 = 65,87 %12,60 − 4,3012,60
Método indireto: Utilizado quando não é
possível usar a gaiola metabólica,fazendo,
então, a coleta de uma só parte das fezes
e usa um marcador, que é uma substância
100% não digerível e que não influencia na
digestibilidade dos outros alimentos. Dessa
forma, quanto maior a concentração do
marcador, maior a digestibilidade.
↪ Marcador externo: Colocamos o marcado
no alimento, a exemplo do óxido crômico e
do óxido férrico.
↪ Marcador interno: Substância não
digerível que já está no animal/ alimento
naturalmente, a exemplo da lignina e da
cinza insolúvel em ácido.
exemplo de cálculo:
Um animal ingere 1000g de matéria seca
com 1% de óxido crômico.
1- Quantos gramas de OC esse animal
comeu?
1000x 1% = 10g de OC
2- Quantos gramas de fezes com
matéria seca ele produziu?
Na ração: = 0.0110𝑔 𝑜𝑐1000
Nas fezes: De acordo como laboratório,
haviam 2% de OC
Logo, = 500g.100,02
3- Quanto foi digerido aparentemente?
1000 - 500 = 500 g de matéria seca.
➠ Digestibilidade biológica do N
É utilizado para obter a digestibilidade
da proteína bruta.. Dessa forma, o N
ingerido pode ir para o metabolismo,
para o sistema urinário ou para as
fezes.
- No metabolismo: Utilizado para a
manutenção da homeostasia ou, em
animais de produção, para o ganho de
peso.
- No sistema urinário: Pode ser
endógeno, sendo natural, ou residual,
ocasionado pelo excesso de proteína
não metabolizada ou pelo excesso de
aminoácidos essenciais. Neste caso,
este N residual pode ocasionar baixa
energética, atrapalhando também o
anabolismo, podendo gerar problemas
renais e perdas econômicas.
- No sistema fecal: Pode ser próprio da
dieta ou em forma de metabólico
fecal, ocasionando descamação de
células intestinais, bactérias e
alterações enzimáticas.
↪ Fatores que afetam o N fecal:
- A natureza fibrosa da dieta:
Quanto mais fibras maior o N
fecal.
- A digestibilidade: Quanto menor
a digestibilidade maior o N
fecal.
- O volume corporal.
- A ingestão de N.
- O tipo de proteína da dieta.
➠ Balanços nutricionais
Os balanços nutricionais medem as
quantidades ingeridas e eliminadas de
determinado nutriente, estabelecendo
os ganhos e perdas do organismo.
18
Dessa forma, é necessário determinar
a qualidade do alimento e quais as
necessidades nutricionais de cada
animal.
Balanço da matéria: Forma pela qual
descobrimos a necessidade de cada
animal, é o balanço que conseguimos
quantificar.
↪ Balanço do N: Consiste-se no N
ingerido - N eliminado.
- Positivo: O animal está em
crescimento.
- Negativo: Há perdas proteícas.
- Equilíbrio: Animais adultos em
manutenção.
↪ Balanço de C: É o C ingerido - C
eliminado ( nas fezes, urina, gases e
etc)
↪ Balanço de C e N: A junção dos dois
nos permite estimar os ganhos e
perdas de gordura e proteínas.
exemplo: Para emagrecer um animal
obeso é preciso um balanço negativo
em C (menos gordura) e positivo/em
equilíbrio em N (manter massa magra).
Para que isso ocorra, é preciso
exercícios físicos, que irão ajudar a
manter a massa magra e ativar o
metabolismo, e diminuir a ingestão
calórica.
exemplo: Na engorda, o balanço de N
deve ser positivo/equilíbrio
obs: Quando há um balanço N negativo
e um balanço de C positivo, é sinal de
que o animal está perdendo músculo e
ganhando gordura, o que ocorre em
animais idosos e gordinhos.
↪ Balanço de minerais: Semelhante ao
balanço de N, consiste-se na
quantidade ingerida - a quantidade
eliminada nas fezes e urina.
Balanço energético: É a energia
ingerida - energia eliminada. Para
emagrecer um animal, este balanço
deve ser negativo.
➠ Degradabilidade
Consiste-se em realizar uma fístula
para ter acesso ao interior do animal e
ver a degradabilidade. Mais
comumente se faz em ruminantes para
entender as modificações alimentares
no rúmen antes de chegar aos locais
de digestão, além de não comprometer
seu bem estar e ter uma menor chance
de contaminação.
Para realizar a fístula ruminal, há a
inserção de “saquinhos” porosos no
rúmen do animal, fazendo a troca
deles para observar quanto os
microrganismos degradam o conteúdo
presente nesses saquinhos em
determinado tempo.
Água
Na natureza, os animais ingerem água
(bebem) somente se há um gasto
energético maior do que o normal,
fazendo com que eles necessitem de
outras formas de obter água que não a
metabólica,no alimento e etc.
➠ Origem da água nos animais
- Na bebida: Atualmente tem ganhado
importância nos animais devido a
alimentação seca.
- Pela alimentação.
- Metabólica: Provinda da oxidação,
sendo produzida para funções
específicas.
➠ Propriedades e funções
- É um constituinte ativo e estrutural
do organismo.
- É o componente corporal com maior
taxa de reciclagem: É constantemente
renovado, sendo o nutriente que mais
temos que ingerir.
19
- Corresponde a cerca de 70% da
carcaça desengordurada dos animais.
Além desta quantidade, a parte com
gorduras é uma fonte de água
metabólica.
- É o veículo de dos nutrientes na
digestão, absorção, transporte para as
células e excreção. Logo, a água
facilita as reações teciduais.
- É um dispersante ideal devido ao seu
poder ionizante. Logo, a água facilita
as reações teciduais.
- Possui alto calor específicoe, por
conta disso, é capaz de absorver calor
produzido nas reações, dissipando-o
para pele, pulmões e luz intestinal.
- Seu calor latente permite uma
manutenção da temperatura corpórea.
- Sua alta tensão superficial auxilia na
coesão das células e na manutenção
das articulações.
- É um solvente universal devido a sua
constante dielétrica.
- Na solubilização ela forma hidratos,
facilitando as reações químicas por
deixar os íons mais próximos.
- Possui baixa viscosidade, permitindo
maior dispersão por todo o corpo.
- Auxilia em reações enzimáticas que
ocorrem na digestão e no metabolismo
por meio da hidrólise.
- É um dos principais constituintes de
líquidos orgânicos, como o sinovial,
cefalorraquidiano, amniótico e etc.
- Exerce ação lubrificante e de
proteção.
- Faz a manutenção da pressão
osmótica intracelular.
- Realiza a homeostase orgânica.
- Participa da secreção de hormônios,
enzimas e outras substâncias.
➠ Perdas
- Renais: Influenciada pela nutrição,
podendo ocorrer devido a
desequilíbrios nutricionais.
exemplo: Com o aumento de sal, há um
aumento da ingestão de água e da
filtração glomerular para tentar
eliminar este sal em excesso.
exemplo: Com o excesso de proteínas,
há um aumento de aminoácidos,
necessitando de mais água para a
excreção.
- Cutânea: Todos os animais
sofrem,contudo, alguns utilizam como
forma de dissipar o calor. A quantidade
de perda varia muito com cada
espécie. Ademais, por essa via pode
haver perdas, por exemplo, por difusão
ou glândulas.
obs: Aves não perdem água por essa
via, sendo necessário umedecer suas
peles com nebulizadores. Já os
equinos possuem uma perda
significativa por essa via.
- Pulmonar: Mais usada por cães e
aves.
- Fecais: Está associada a doenças
(diarréia por exemplo) e a nutrição
( nutrição rica em fibra, por exemplo).
- Produções: No leite, ovos e etc. No
período de produção, o animal
aumenta sua demanda por água.
- Outros: Saliva e lágrima.
➠ Qualidade
Uma água de boa qualidade deve ser
potável, estando livre de cheiro e
gosto. Ademais, outros fatores alteram
a qualidade, sendo necessário uma
análise da água de acordo com estes
fatores:
- Temperatura: De acordo com o clima
e gosto do animal.
20
- Microrganismos: É necessário uma
análise de nitrito para ver se houve
proteínas degradadas. Se houver, é
sinal de presença de microorganismos,
sendo uma água de baixa qualidade.
- Características químicas: Ph por
exemplo.
- Minerais tóxicos: Observar se está no
nível de tolerância.
- Minerais não tóxicos: Observar a
concentração pois, se ela for alta,
pode vir a ser tóxicos.
obs: Gatos e cavalos apresentam
problemas de ingestão. No caso dos
gatos, há uma pouca procura por água
e, no caso dos equinos, eles não são
adaptados para beber grandes
quantidades de água e, quando
bebem, geram cólica. Um método de
evitar a grande ingestão de água por
esses animais é dar banho neles para
abaixar a temperatura corpórea antes
de deixar eles beberem água.
Vitaminas
Vitaminas são substâncias orgânicas
essenciais, tendo divergências quanto
às necessidades em cada animal.
Nesse contexto, as vitaminas estão
presentes em pequenas quantidades
no alimento, sendo conhecidas,
portanto, como microelementos.
Devido a esse fato, esse grupo de
substâncias é muito difícil de ser
extraído e quantificado. Ademais,
dado que são essenciais, as vitaminas
geram efeitos mesmo em quantidades
pequenas, podendo ter ações
específicas ou genéricas.
➠ Classificação
Lipossolúveis: São vitaminas que se
dissolvem em gordura, a exemplo da
vitamina A, D, E e K. Devido a sua
característica lipofílica, essas
vitaminas podem ser armazenadas,
aumentando a probabilidade de
intoxicação.
Hidrossolúveis: São aquelas que se
dissolvem em água, a exemplo do
complexo de vitaminas B, niacina,
ácido pantotênico, biotina e ácido
fólico.
Pró Vitaminas: São substâncias que
não exercem a função de uma
vitamina, contudo, podem ser
convertidas em uma vitamina ativa.
➠ Teste biológico
Dado que as necessidades vitamínicas
se diferem entre espécies e dentro
delas, do estado fisiológico e da dieta
do animal, é necessário um teste para
avaliar a função da vitamina em cada
organismo. Nesse contexto, o teste
biológico consiste na retirada da
substância orgânica e observar os
efeitos dessa retirada. Se ao retirar
uma vitamina há a geração de um
problema e ao supri-la na dieta o
problema some, fica evidente, por
exemplo, a necessidade desta
substância.
➠ Vitaminas lipossolúveis
Vitamina A
↪Pró vitaminas: São de origem vegetal,
tendo como principal representante a
beta-caroteno. Além dela, há também
a alfa-carotena e a criptoxantina. A
conversão dessas substâncias em
vitamina A ativa é muito relativa a cada
espécie. Como exemplo temos os
felinos, que não possuem uma boa
conversão já que consumiam na
natureza a vitamina A pronta e, em
oposição, os búfalos e os humanos,
que possuem uma boa capacidade de
conversão.
21
obs: Só é possível encontrar vitamina A
pronta em alimentos de origem animal.
↪ Absorção: Ocorre por absorção ativa,
ou seja, com gasto de ATP e sem
mediador, ocorrendo juntamente com
lipoproteínas. Ademais, esta vitamina é
melhor absorvida na presença de
substâncias emulsificantes tais como
a lecitina e a vitamina E por ser
antioxidante atua como “protetor”
para a vitamina A, oxidando em seu
lugar).
↪ Armazenamento: No fígado e tecido
adiposo, principalmente.
↪ Metabolismo: Está associado ao
processo infeccioso já que promove a
síntese de mucopolissacarídeos e
corticosterona. Ademais, ela promove
a estabilidade da membrana de
mitocôndrias e lisossomos e o
transporte de elétron, além de terem
relação com o metabolismo proteico.
↪ Efeitos do déficit: Pode ocasionar
cegueira noturna pois é a vitamina A
que recupera a rodopsina, logo, sem
ela, não há rodopsina, não havendo a
conversão de luz em impulsos elétricos
que o cérebro interpreta como visão.
Ademais, o déficit também pode
causar efeitos no sistema nervoso,
nos epitélios, tais como
hiperqueratose, xeroftalmia,
queratomalacia, gerar problemas de
reprodução, como abortos, problemas
gestacionais e problemas de
crescimento, gerar cálculos, infecções,
tais como a broncopneumonia e etc.
↪ Efeitos do excesso: Hemólise,
alteração no peso, apetite, ossos e
lesões.
Vitamina D
Na realidade, a vitamina D não é uma
vitamina, mas sim um hormônio
sintetizado no fígado e, antigamente,
na pele pelo contato com o sol
↪Classificação: Existem 2 tipos de
vitamina D, a vitamina D2 e a vitamin
D3
- D2: Obtida a partir da pró vitamina
ergosterol que, na presença de sol, é
convertida em ergocalciferol (vitamina
D) em mamíferos.
- D3: Obtida a partir da pró vitamina
7-deidrocolesterol que, em mamíferos
e aves, será convertida em
colecalciferol (vitamina D).
↪ Absorção: Ativa, quando ocorre
juntamente com a gordura, ou por
absorção simultânea de cálcio,
ocorrendo na parede do duodeno.
Ademais, seus níveis de absorção são
regulados pelo hormônio
paratireoidiano.
↪ Metabolismo: No fígado, haverá a
conversão em 25-hidroxivitamina D. Em
seguida, essa substância irá para os
rins, onde se transformará em
1,25-dihidroxivitamina D. Por fim, pela
interação com o hormônio
paratireoideano irá para o metabolismo
de Ca onde será absorvida.
↪ Efeitos do déficit: Efeitos ósseos,
tais como raquitismo e osteomalacia,
alterações no crescimento, apetite e
peso, presença de irritabilidade
excessiva, alterações na postura, na
casca de ovos, na eclodibilidade além
de gerar crias com malformações.
↪ Efeitos do excesso: Hipercalemia
(alta de potássio).
obs: Na dúvida, sempre suplementar,
principalmente em animais ineficientes
ou que não tenham contato com o sol.
Vitamina E
22
Substância antioxidante que evita que
estruturas lipossolúveis sejam
oxidadas. Esta substância é
encontrada em vegetais
frescos,castanhas, peixes e óleo de
fígado.
↪ Pró vitamina: A principal
representante é a alfa-tocoferol.
↪ Absorção: Por meio de gorduras por
formação de micelas.
↪ Funções: Além da função
antioxidante, a vitamina E possui
diversas outras funções, tais como:
proteção de membranas, respiração
celular,reações de fosforilação,
metabolismo dos ácidos nucleicos e
aminoácidos sulfurados, atua na
síntese de vitamina C e da ubiquinona,
está associada a fertilidade, distrofias
musculares e etc.
↪ Efeitos do déficit: Deficiência de
crescimento, tanto da musculatura
cardíaca quanto esquelética, e
alterações na fertilidade. Não há
relatos o suficiente de excesso de
vitamina E.
obs: Selênio x Vitamina E: O selênio
atua promovendo a formação de
substâncias que irão destruir radicais
livres já formados enquanto que, a
vitamina E, atua para que não haja a
formação de radicais livres. Logo,
essas substâncias se complementam,
estando muito correlacionadas a
situações de mastite/reprodutivas.
Vitamina K
Substância do grupo das quinonas
que atua como fator hemorrágico.
↪ Classificação: Pode ser subdividida
em K1,K2 e K3.
- K1: Chamada de filoquinona, está
presente em plantas verdes.
- K2: Chamada de menaquinona, está
presente em animais e pode ser
sintetizada por microorganismos. A
síntese por microorganismos é muito
significativa em herbívoros.
- K3: Chamada de menadiona, é a
forma sintética da vitamina K, sendo a
mais utilizada pelo seu menor custo.
↪ Efeito anti hemorrágico: A vitamina K
possui esse efeito pois é ela que
promove a síntese de protrombina, que
posteriormente será utilizada pelo
fígado para a geração de fibrina. Logo,
caso haja um déficit na vitamina K
haverá mudanças no tempo de
coagulação, podendo gerar
hemorragia.
➠ Vitaminas hidrossolúveis
Tiamina (B1)
Substância encontrada em grãos de
cereais integrais, farelos e alfafas e em
peixe cru, que contém tiaminases
(enzima que decompõe em partes a
tiamina.) Existem também a síntese
por microorganismos de vitamina B1,
contudo, não se sabe o quanto dessa
vitamina é absorvida.
↪ Ação: Interligada ao bom
funcionamento cerebral.
↪ Efeitos do déficit: Pode ocasionar
beribéri, que leva a diminuição da força
muscular e a comprometimento
cardíaco, síndrome de Wernicke -
Korsakoff, que tem como principal
causa o alcoolismo já que o alcoolismo
leva a inibição da síntese de tiamina,
gerando sintomas como confusão
mental,ataxia e oftalmoplegia.
Ademais, além destas duas principais
condições, a falta de vitamina B1 pode
ocasionar agitação, ansiedade,
espasmos musculares deixando a
cabeça alta, cegueira, pressão
23
intracraniana aumentada, convulsões
e posição de “remo” além do óbito.
Não existem relatos de intoxicação por
excesso de tiamina.
↪ Metabolismo: Ocorre juntamente
com o metabolismo de glicídios, logo,
quanto mais glicídeos na dieta, maior
quantidade de vitamina B1. Contudo, a
uma temperatura de 1ooºC e/ou pH
superior a 7 ela é destruída sendo
necessário, portanto, a suplementação
após o cozimento das rações e
alimentos.
Riboflavina (B2)
Substância sintetizada por fungos,
leveduras, plantas e bactérias. Além
deles, alguns microorganismos do
trato digestório conseguem sintetizar,
sendo os principais representantes os
ruminantes. Apesar dessa síntese do
organismo, a suplementação de B2 é
necessária.
↪ Ação: Possui papel no metabolismo
de aminoácidos, glicídios e ácidos
graxos, logo, quanto mais lipídeos na
dieta maior a quantidade de vitamina
B2. Além disso, a partir da vitamina B2
há a formação de sua forma ativa, o
FMN e FAD usados na cadeia
respiratória.
↪ Efeitos do déficit: Problema na
respiração celular devido a falha no
transporte de elétrons, oxidação
incompleta de lipídeos, o que gera
deficiências de crescimento, ganho de
peso, apetite, problemas de pele, de
visão, reprodutivos, no aparelho
digestivo e geração de um fígado
gorduroso.
Niacina (B3)
Substância obtida a partir de grãos e
suplementos proteicos. Ademais, ela
pode ser sintetizada a partir do
triptofano.
↪ Ação: Atua na formação das
coenzimas NAD e NADP, que irão atuar
no metabolismo de lipídeos,
carboidratos e proteínas como
transportadores de elétron.
↪ Efeitos do déficit: Pode ocasionar
pelagra ou doença dos três Ds em
humanos e língua preta em cães.
↪ Efeitos do excesso: Pode gerar
intoxicação e, na suplementação de
vacas de alta produção, pode gerar
acetonemia.
Ácido pantotênico (B5)
Substância amplamente difundida nos
alimentos sendo necessária
suplementação somente em aves e
suínos.
↪ Ação: É um componente da
coenzima A, desempenhando funções
na produção de colesterol, hormônios
e hemáceas, que irão fazer o
transporte de O2 pelo sangue.
↪ Efeitos do déficit: Deficiência no
crescimento, apetite, piora na
conversão alimentar, problemas de
pele, reprodutivos e de locomoção
(passo de ganso, em suínos).
Piridoxina (B6)
Substância obtida em grãos e vegetais
verdes.
↪ Ação: Atua no metabolismo de
glicídeos, lipídeos e aminoácidos, logo,
quanto mais proteínas na dieta maior a
quantidade de B6.
↪ Efeitos do déficit: Deficiência no
apetite, crescimento, eficácia
alimentar, problemas de pele, visão,
neurológicos, digestivos e pode gerar
anemia.
24
Biotina (vitamina H)
Substância encontrada em pequenas
quantidades no tecido vegetal e
animal. Ademais, é muito bem
sintetizada por microorganismos do
TGI.
Obs: Na clara do ovo há a avidina,
substância termolábil com afinidade
com a biotina, ajudando no processo
de absorção.
Obs: Em aves, o milho consegue
fornecer 100% de biotina.
↪ Ação: Associada a reações de
carboxilação e a saúde da pele e
unhas.
↪ Efeitos do déficit: Dermatite, déficit
no crescimento,no apetite, problemas
de locomoção, e, em perus, pode
ocorrer condrodistrofia.
Ácido fólico (B9)
Substância presente nos vegetais e
sintetizada por microorganismos.
↪ Ação: Associada ao metabolismo de
compostos com um C e a formação de
ácidos nucleicos, sendo fundamental
na formação de DNA e RNA.
↪ Efeitos do déficit: Deficiência no
crescimento, apetite, gera dermatites,
anemia, diarréia além de aumentar a
susceptibilidade a infecções.
Cianocobalamina (B12)
Substância que não está presente nos
vegetais, sendo produzida apenas a
partir de bactérias e actinomicetos.
Dessa forma, se há B12 em vegetais, é
por resquício da presença de
microorganismos. Ademais, os
ruminantes conseguem fabricá-la a
partir do cobalto e os equinos devido
a alta fermentação. Logo, essa
substância também pode ser
encontrada no fígado de animais já
que ela fica armazenada por longos
períodos nesse órgão.
↪ Ação: Atua no metabolismo de
lipídios, glicídios e proteínas. Além
disso, em ruminantes ela é utilizada
para transformar propionato em
glicose.
↪ Processamento: A transcobalamina
produzida na saliva vai até o
estômago, se liga a B12 e a protege da
digestão estomacal. No estômago, a
B12 também é protegida por um fator
intrínseco, sendo encaminhada até a
parte caudal do intestino, o íleo, onde
será absorvida. Dessa maneira, não
basta apenas a ingestão de B12 para
que ela seja suplementada, é
necessário também o bom
funcionamento do processamento.
↪ Efeitos do déficit: Deficiência no
crescimento, apetite, problemas de
pele, anemia, diarréia, problemas
neurológicos e reprodutivos.
Colina
Presente nos alimentos na forma livre
e combinada, estando no mundo
vegetal, podendo ser sintetizada a
partir da metionina.
↪ Ação: A partir dela surge a
acetilcolina, um neurotransmissor,
além de atuar na mobilização de
gorduras devido a sua atividade
lipoatrófica.
obs: Devido a ação lipoatrófica é muito
importante na produção de leite posto
que ela mantém a quantidade de
gordura para que as vacas de leite
tenham energia para a produção.
↪ Efeitos do déficit: Geração de fígado
gorduroso.
Vitamina C (ácido ascórbico)
Substância presente nos vegetais e
sintetizada a partir da glicose pelos
25
animais domésticos. Já em animais
como os humanos, macacos e cobaias
é necessário adquirir na dieta. Sua
suplementação só é necessária em
casos de stress segundo estudos.
↪ Ação: Atua como antioxidante
hidrossolúvel, protegendo contra
substâncias reativas, é constituinte da
tirosina, ferro e ácido fólico, mantém a
fabricação de leucócitos, evitando a
multiplicação viral, associada a
produção de colesterol e hormônios
esteroidais, participação na formação
de ossos, dentes, colágeno e
mucopolissacarídeos.
↪ Efeitos do déficit: Deficiênciano
crescimento, no ganho de peso,
podendo levar a anorexia, gera apatia,
hemorragia, fraturas ósseas, anemia e
diarréia. Além disso, no homem pode
ocasionar uma doença chamada
escorbuto devido ao déficit na síntese
de colágeno pela falta da vitamina C.
Aditivos
São substâncias adicionadas à dieta
que não tem por objetivo
necessariamente fornecer nutrientes.
Nesse contexto, os aditivos possuem
diversas outras funções, sendo elas:
- Conservação.
- Estabilização.
- Palatabilidade.
- Eficiência alimentar.
- Curativo/preventivo.
- Pigmentadoras.
Diante disso, existem diversos tipos de
aditivos.
➠ Tipos de aditivos
Antibióticos
Utilizados principalmente em aves,
suínos, peixes e ruminantes jovens,
esses aditivos tem como intuito ajudar
a microbiota natural/favorável e
eliminar a microbiota ruim.
↪ Local de ação: Luz intestinal.
↪ Indicação: São promotores de
crescimento (dependendo da idade,
potencial e sexo), promotores da
eficiência alimentar, para manter ou
aumentar a produção e, em altas
doses, atua como preventivo e
curativo de doenças.
↪ Cuidados: Existe a discussão se
pode ocasionar o surgimento de
superbactérias, evitar os de
importância terapêutica para não
gerar resistência,cuidado com a
absorção pois, se absorver, vai para a
carcaça mesmo em quantidades muito
baixas, atenção a velocidade de
eliminação e retirar sempre 5 dias
antes do abate.
obs: Em casos específicos de
bactérias gram + e gram- utilizar
antibióticos específicos para
tratamento.
↪ Problemática: Atualmente tem caído
em desuso devido à opinião pública.
↪ Exemplo: Virginiamicina, lincomicina
e bacitracina metileno disalicilato.
26
Enzimas
Aditivo relativamente novo devido a
biotecnologia de uso crescente e
amplamente difundido no uso animal.
Nesse contexto, as enzimas não
fornecem nenhum nutriente, apenas
ajudam na digestão, e, por
consequência, na eficiência alimentar
e maior aproveitamento de nutrientes.
↪ Vantagem: Bom custo benefício já
que o animal irá comer menos e
aproveitar mais, diminuindo também o
número de fezes, o que também é bom
para o meio ambiente.
↪ Tipos de enzimas: Fitases,
carboidrases e proteases.
- Fitases: Primeiro grupo de enzimas a
serem utilizadas, essas enzimas
quebram o ácido fítico presente nas
plantas, especialmente em grãos,
ácido este que impede a absorção de
outros nutrientes.
↪ Mecanismo de ação: As fitases ao
quebrarem o ácido fítico além de
promoverem uma melhor absorção de
nutrientes, ela também libera fostes
de fósforo, o que permite diminuir a
quantidade de fosfato de cálcio,
reduzido o custo de produção, o que
viabiliza seu su uso.
↪ Pontos críticos para o uso: Para que
seu uso seja viável deve haver um
substrato rico em ácido fítico,
presença de enzimas específicas para
esse substrato e um meio adequado
para o funcionamento dessa enzima.
Ademais, é vital o processamento
adequado para que ela não perca sua
função.
↪ Exemplo: Quantum blue, Rovabio
max, Ophiphos,
- Carboidrases: Estas enzimas agem
sobre fontes energéticas rompendo,
principalmente, polissacarídeos não
amilases já que a maioria dos
carboidratos dessa categoria os
animais não aproveitam. Após o
rompimento e a inserção dessas
enzimas, esse alimento passa a ser
aproveitado pelo organismo. Com isso,
elas aumentam a energia
metabolizável.
↪ Exemplo: Rovabio max.
- Proteases: Atuam sobre proteínas,
aumentando a digestibilidade dos
aminoácidos.
↪ Exemplo: Poultrygrow 250 e
Beta-arazyme.
Antifúngicos e anti micotoxinas
↪ Antifúngicos: Evitam o
desenvolvimento de fungos e, por
consequência, de micotoxinas. O ideal
para o controle fúngico é o
armazenamento correto, ou seja, fazer
o controle de umidade para que não
haja o proliferamento fúngico em
primeiro lugar.
- Exemplo: Violeta genciana.
↪ Anti Micotoxinas: As micotoxinas
produzidas pelos fungos são difíceis
de serem eliminadas e destroem os
nutrientes. Nesse contexto, as anti
micotoxinas se ligam a essas toxinas e
impedem que a toxina passe para a
corrente sanguínea do animal,
garantindo a integridade do animal.
- Exemplo: Notox, nutron, alpha
feed e buntech.
Antioxidantes
Esses aditivos evitam o processo de
peroxidação de gorduras, protegendo,
portanto, o alimento e indiretamente
enzimas lipossolúveis e vitaminas
lipossolúveis, por exemplo. Em rações,
há o uso combinado com essas
substâncias.
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↪ Exemplo: BHT, etoxiquim, BHA, TBHQ.
Pré e probióticos
Atuam na flora intestinal, sendo os
futuros substitutos dos antibióticos.
Nesse contexto, esses aditivos são
fibras que não são digeridas pelas
nossas enzimas, escapando dos
processos digestivos e de absorção,
chegando no intestino grosso e
“alimentando” a flora intestinal.
↪ Prebióticos: Favorecem os
microorganismos benéficos do nosso
corpo.
- Exemplo: Frutooligossacarídeos,
galactoligossacarídeos,
Mananoglicossacarídeos.
↪ Probióticos: Compostos de
microorganismos benéficos.
- Exemplo: Ecobiol, biotop,
protexin concentrate e
apisflora.
obs: O ideal são aditivos que possuem
as duas funções juntas. Ademais, eles
também impedem a ligação das
bactérias patogênicas com as células.
Coccidiostáticos
Aditivos que controlam os
protozoários causadores da
coccidiose e coccidíase, sendo muito
utilizado em aves, suínos e coelhos.
↪ Coccidiostáticos: Mantém os
protozoários sob controle,
necessitando do sistema imune.
↪ Coccidicidas: Eliminam os
protozoários.
- Exemplos: Amprólio + Etabonato
e Cygro.
Pigmentantes
Dão cor aos produtos animais,
alimentos e etc. Sua dosagem
depende dos alimentos usados e de
sua conservação.
- Exemplos: Éster apocarotenóico
e cantaxantina.
Flavorizantes
Dão sabor e/ou aroma aos alimentos,
“enganando” as papilas gustativas e
olfativas. Estes aditivos não são
usados para aves, posto que esses
animais não cheiram ou saboreiam,
eles são visuais.
Arsenicais
Em quantidades corretas, são
promotoras de crescimento e da
eficiência alimentar. Contudo, devido a
sua alta toxicidade caiu em desuso.
Nitrofuranos e quimioterápicos
Estão presentes em vermífugos
visando evitar o surgimento de
parasitas. Além disso, esses aditivos
também são analgésicos, antitérmicos
e antiinflamatórios.
- Exemplo: Carbadox,
fenbendazole, olaquindox,
oxibendazole e analgili.
Propileno glicol
Aditivo exclusivo para vacas leiteiras
de alta produção para prevenção de
acetonemia.
Outros
↪ Ácido orgânico: Uso em leitões
devido a diarréia.
↪ Ractopamina: São moduladores beta
adrenérgicos, ou seja, fabricam
gordura magra, sendo utilizados no
final da vida pois gera problemas
cardíacos.
↪ Reserpina: Diminui o entupimento da
aorta de perus.
↪ Tireoproteína: Utilizado para o
crescimento, empenamento, produção
de ovos, leite e etc.
28
Digestão comparada
A ingestão do alimento envolve uma
série de fatores, desde a busca,
apreensão e processamento da
comida. Nesse contexto, o tubo
digestivo de cada animal é único,
havendo diferenças
morfológicas que
resultam nas diferentes
alimentações e
processamentos. Dessa
forma, veremos que
cada órgão do trato
digestivo tem uma
função para digestão nas diferentes
espécies.
➠ Boca
A função da boca depende de cada
animal e de seu hábito alimentar,
contudo, em resumo, temos que as
três principais funções da boca são:
Preensão, mastigação e deglutição.
Nesse contexto, temos que a boca
realiza um preparo para a digestão,
realizando mudanças físicas no
alimento.Além disso, na boca há uma
substância de extrema importância: a
saliva.
↪ Saliva: Composta por água, mucina,
sais minerais, substâncias
nitrogenadas e enzimas, a saliva tem
como principal função a lubrificação
do alimento para que ocorra a
deglutição.
Ruminantes
No caso dos ruminantes, a saliva tem
outra função além de lubrificante, a
função tamponante. Isto ocorre pois
esta saliva irá evitar a queda do pH
ruminal, evitando enfermidades como
timpanismo, acidose metabólica e a
não degradação de fibras.
Herbívoros
Os animais herbívoros também utilizam
a boca para capturar o alimento,
puxando-o para o lado após a captura.
Por conta disso, é recomendado o uso
de fenil no cocho posto que, quando o
animal pega o feno solto e agregado,
haverá um desperdíciopor conta da
realização deste movimento de
captura.
Carnívoros
Os carnívoros possuem um diferencial
funcional na boca devido a sua
dentição. Dessa maneira, na boca
estes animais irão reduzir o alimento
em partículas menores, rasgá-lo e
prendê-lo.
Aves
As aves, em sua maioria, utilizam a
boca somente para captura de
alimento.
➠ Estômago
A principal função do estômago na
maioria das espécies é a formação do
quimo, que fará com que o alimento
fique mais tempo no estômago para
sofrer ação do suco gástrico, havendo
uma maior eficácia na quebra e
desnaturação de proteínas.
↪ Suco gástrico: Constituído
majoritariamente por HCl, este suco
permite que o pepsinogênio se
transforme em sua forma ativa ao
entrar em contato com ele. a pepsina,
realizando, portanto, uma digestão de
proteínas de forma eficiente. Ademais,
no estômago há uma camada de
mucinas aderida a parede que realiza a
proteção da mucosa contra este
ácido.
Carnívoros
Dado que os animais carnívoros em seu
hábito alimentar ingerem muitas
29
proteínas, o estômago destes animais
tende a ter um pH mais ácido visando
o enfoque na digestão proteica.
➠ Intestino Delgado
O intestino atua, por intermédio do
suco pancreático, na neutralização
dos ácidos provindos do estômago.
Dessa maneira, quando há a
percepção de um pH ácido há a
liberação do hormônio secretina, que
irá fazer com que o pâncreas produza
bicarbonato para neutralizar este pH.
Além deste mecanismo, há o
mecanismo de percepção proteica, ou
seja, quando há uma alta quantidade
de peptídeos provindos da digestão
parcial do estômago, há a liberação de
pancreoenzimas, que irão sinalizar
para o pâncreas liberar mais enzimas,
tais como o tripsinogênio,
quimiotripsinogênio,
procarboxipeptidase, amilase e lipases
visando a continuidade da digestão.
➠ Bile
Originada do fígado, a bile tem como
principal função sua ação
emulsificante, ou seja, ela reduz a
gordura em pequenas partículas,
aumentando a superfície de contato
fazendo com que as enzimas consigam
atuar e realizar a digestão destes
lipídeos. Além disso, a bile possui
outras duas funções: Ativação da
lipase pancreática e ação hidrotrópica.
➠ Suco entérico
Conhecido como suco entérico, este
suco é a junção do suco duodenal,
provindo das glândulas de Brunner +
suco intestinal, provindo das glândulas
de Lieberkuhn. Dessa maneira, este
suco é rico em mucina, havendo
também em sua constituição amilase,
enteroquinase, aminopeptidases, di e
tripeptidases, nucleotidases, maltase,
sacarase e lipase. Logo, este suco tem
como função o término da digestão
dos nutrientes, quebrando-os.
➠ Intestino Grosso
O intestino grosso é responsável pela
reabsorção de água e vitaminas
lipossolúveis, havendo uma alta
população microbiana nesta região.
Além disso, quanto mais fibroso o
alimento, maior o tempo que ele
passará no intestino grosso.
Equinos
No caso dos equinos, a microbiota
natural é mais elevada que na maioria
das espécies. Dessa maneira, ao
ingerirem alimentos fibrosos, estes
animais tendem a produzir ácidos
graxos voláteis.
➠ Particularidades
Aves
Além dos meios citados de
digestão, as aves também
contam com o papo, que realiza
o transporte, umidificação e leve
fermentação do alimento, e uma
subdivisão de estômago:
↪ Glandular: Secreta enzimas e
ácidos, o alimento passa pouco
tempo nessa região.
↪ Muscular: Constituído pela
moela,esse estômago realiza a
trituração e a mistura do alimento. A
moela auxiliará na digestão por meio
das “pedrinhas’’ contidas nela.
Ademais, cada bico de cada ave tem
um formato específico para
desempenhar sua função de acordo
com seus hábitos alimentares.
Outro diferencial das aves é seu
intestino grosso pouco desenvolvido e
o término em ceco. Isto ocorre visando
o pouco tempo de permanência do
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alimento no corpo devido a
necessidade de leveza das aves para
voo.
Ruminantes
Para melhor aproveitamento dos
alimentos os ruminantes possuem o
hábito da regurgitação, realizando
uma “nova mastigação”. Ademais, seu
estômago é subdivido em rúmen,
retículo, omaso e abomaso, sendo
desenvolvido conforme a idade e
alimentação ingerida.
↪ Rúmen: Repleto de bactérias e
protozoários, neste local há uma alta
produção de ácidos graxos voláteis e
gases, havendo também a digestão de
glicídios, proteínas e lipídeos. Ademais,
é nesta região que ocorre a função
tamponante da saliva.
↪ Omaso: Responsável pela absorção
de água.
↪ Abomaso: Chamado de estômago
verdadeiro ou glandular, é nesta região
que há a passagem mais constante do
bolo alimentar.
Coelhos
É fato que os coelhos possuem uma
grande capacidade
gastrointestinal,
possuindo um estômago
sem fibras musculares, o
que faz com que estes
animais tenham uma alta
eficiência no processamento de fibras
e consigam ingerir uma grande
quantidade de alimentos. Nesse
contexto, outro hábito essencial para
estes animais é a cecotrofia.
↪ Cecotrofia: Hábito de ingestão de
cecotrofos/fezes noturnas, que são
alimentos fermentados, para
redigestão e melhor aproveitamento.
Cães
Os cães possuem um trato
gastrointestinal de aproximadamente
75cm, sendo que o intestino delgado é
maior que o intestino grosso nessas
espécies, fazendo com que a amilase
pancreática seja altamente eficiente, o
que permite uma boa digestão de
amido, arroz e etc. Ademais, a
mastigação nesses animais não é
muito utilizada já que eles são
considerados animais onívoros hoje em
dia e realizam uma alimentação
intermitente e rápida, enterrando as
sobras e ingerindo esses alimentos
normalmente no período da manhã
Gatos
Os felinos possuem um metabolismo
diferenciado, sendo que seu trato
gastrointestinal é curto (50cm), o que
resulta em um trânsito rápido do
alimento pelo trato e uma maior
digestibilidade no intestino delgado.
Dessa maneira, estes animais, que são
carnívoros estritos, realizam uma
ingestão lenta de alimento que pode
ocorrer tanto no período diurno
quanto no período noturno devido as
diversas vezes que esses animais irão
ingerir uma pequena
quantidade de alimento.
obs- É característica de
animais carnívoros a
presença de um intestino
delgado grande e bem
desenvolvido e um intestino
grosso pequeno.
Processamento de Alimentos
Processamento de alimentos é o nome
dado a todo tratamento (físico e
químico) fornecido a um material ou a
partes deste material destinado à
alimentação. Nesse contexto,
31
antigamente o processamento de
alimentos se iniciava na boca,
contudo, com o passar do tempo o ser
humano desenvolveu mecanismos,
como o cozimento, moagem, corte e
etc, que possibilitaram a ingestão de
novos alimentos e o melhor
aproveitamento deles.
➠ Objetivos
- Isolar uma parte específica,
conferindo maior palatabilidade, como
é feito no processo de centrifugação e
coagulação.
exemplo: Queijo.
- Aumentar a aceitabilidade, como é
feito na palatização.
- Evitar seleção de partículas, como é
feito pela peletização e extrusão.
- Alterar o tamanho das partículas,
como é feito na moagem.
exemplo: Moinho, que irá deixar as
partículas padronizadas e do mesmo
tamanho.
- Aumentar a digestibilidade, como é
feito pela extrusão e cozimento.
- Conservação, que pode ser feita pela
ensilagem (ácido), congelamento ou
desidratação.
- Alterar nutrientes, como é feito pela
extrusão.
- Destruir fatores tóxicos, como é feito
pela extrusão e tostagem.
➠ Processos
Desidratação
É a remoção da maior parte da
umidade por calor e/ou circulação de
ar (quente ou frio) forçada. Dessa
forma, este processo é uma forma
barata de conservação, sendo
utilizado para alimentos ricos em
nutrientes que ficarão fora da
geladeira. Ademais, a desidratação
também auxilia no transporte destes
alimentos devido à maior
compactação.
↪ Objetivo: Conservação por
inviabilização de microorganismos.
exemplo: Feno, silagem, grãos e ração.
Moagem
É a redução do tamanho da partícula
por impacto ou atrito. Dessa maneira,
conforme há a redução da partícula,
também ocorre a modificação do
alimento. Este processo pode ser
realizado por uma picadeira ou por
um triturador, contudo, no
triturador é necessário um filtro
para evitar a combustão devido a
menor superfície de contato.
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