Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Questões norteadoras para a discussão (momento síncrono): 1. O que é educação em saúde? R: A educação em saúde constitui um campo de conhecimento e de prática do setor de saúde que tem a finalidade de promover a saúde e atuar na prevenção de doenças. Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, com auxílio dos seus profissionais, pode alcançar a vida cotidiana das pessoas. Objetiva integrar os saberes científico e popular, na tentativa de colaborar com o indivíduo para uma maior participação responsável e autônoma frente à saúde no cotidiano. O processo de educação em saúde pode ser entendido também como um diálogo que se estabelece entre as pessoas, com o objetivo de mobilizar forças e motivação para mudanças, seja de comportamento, de atitude ou de adaptações às novas situações de vida , contribuindo para a melhoria das condições de saúde da população . As atividades de educação em saúde potencializam o alcance da melhoria qualitativa dos serviços ofertados, a democratização do conhecimento, a utilização de tecnologia simplificada e a participação da população na definição dos problemas de saúde e das prioridades e estratégias a serem implementadas 6 , sendo considerada como um dos mais importantes elos entre as perspectivas dos indivíduos, os projetos governamentais e as práticas de saúde. A educação em saúde deve associar-se a uma forma de despertar a criticidade do indivíduo, a sua capacidade de se perceber como sujeito na construção de seu processo histórico, de reagir às desigualdades sociais e de assumir uma postura de luta por aquilo que para ele é mais apropriado, tornandose ator de práticas realmente libertadoras, comprometendo-se com a sua transformação15 2. Como podem ser caracterizadas as ações educativas em saúde no período de 1920 a 1940? R: Na década de 20, com a urbanização crescente das cidades, os problemas de saúde se diferenciam e se agravam, havendo a necessidade de maior atuação do Estado sobre as populações. Emerge a denominada “Educação Sanitária”15. Acontecimento ilustrativo desse momento foi a polícia sanitária liderada por Osvaldo Cruz, que utilizou recursos como a vacinação compulsória e a vigilância sobre atitudes e moralidade dos pobres com a finalidade de controlar a disseminação de doenças. O Estado exercia sua função de civilizar e moralizar a grande massa da população a fim de obedecerem as normas estabelecidas1,3,1Nessa concepção de educação, o pensar e a ação são controlados, levando os homens ao ajustamento ao mundo, desfavorecendo-os de criar e de atuar. Os educandos não são chamados a conhecer, mas a memorizar o conteúdo narrado pelo educador, comprometendo a qualidade do conhecimento. Os educandos são levados a enxergar a sua realidade com a ótica do educador e não com a sua, por meio da invasão cultural, que é indiscutivelmente alienante. Quanto mais alienados se tornarem os educandos, melhor para a estabilidade dos educadores13. Nesse modelo, as práticas educativas abordam a doença e a intervenção curativa, sendo fundamentado no referencial biologicista do processo saúde-doença. A partir de 1940, uma importância relativa passa a ser observada no sentido de envolver os indivíduos no processo educativo3 , com a criação da Fundação SESP (Serviços Especiais de Saúde Pública). O SESP teve grande influência na ideologia do desenvolvimento de comunidade, participação comunitária e educação de grupos. No entanto, a doença ainda é percebida como fenômeno individual e a educação sanitária como solução para prevenir doenças e ganhar saúde 3. Como podem ser caracterizadas as ações educativas em saúde no período de 1960 a 1980? R: Em 1960, com advento da Medicina Comunitária, verificou-se um apelo à participação da comunidade para a solução dos problemas de saúde nela vivenciados. Contudo, por trás desse apelo de participação comunitária, parecia camuflar-se o mesmo discurso da culpabilidade, passando da individualidade para a coletividade. Durante o Regime Militar, as práticas educativas no campo da saúde permaneceram inexpressivas em virtude da limitação dos espaços institucionais para sua realização. Nas décadas de 1970 e 1980, num cenário nacional de abertura política, houve a forte influência das idéias e concepções de Paulo Freire sobre a participação da população no processo educativo, através da exposição dialogada de seus conteúdos1 . Tal participação popular estava em consonância com os princípios do SUS, instituído na década de 809 . Diante disso, as práticas educativas no campo da saúde começaram a realizar-se no sentido de apontar novos rumos, apresentando um deslocamento do paradigma das mudanças comportamentais por meio da informação para o paradigma das ações educativas participativas, interagindo os saberes científicos e popular1 . Sob esse ângulo, a educação para saúde refletiu-se no bojo da promoção da saúde com novas concepções21 Mas, nas décadas de 1970 e 1980 sob a influência das idéias e concepções feirianas as práticas educativas no campo da saúde começaram a mudar no sentido de apontar novos rumos 4. Quais os desafios em desenvolver as ações de educação em saúde na atualidade? O grande desafio para a equipe é compreender o paciente de forma integral, saber trabalhar interdisciplinarmente, construir vínculos a fim de criar a co-‐responsabilização, apresentar olhar ampliado, conhecer a condição de vida da população, aprofundar a humanização, expandir e substituir sua visão do processo saúde. Sendo assim, é imprescindível que sua formação seja mais articulada às necessidades da população, resgatando assim o caráter coletivo
Compartilhar