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Nascido em 19 de setembro de 1921, em Recife (Pernambuco). Filho caçula de um capitão e de uma dona de casa, sendo o único dos irmãos que pode se dedicar aos estudos formando-se em Direito, trabalhando como professor. Em 1947 Freire foi lecionar no da Divisão de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Industria). Sendo que durante este período foi que ele entendeu que o processo educativo era mais eficiente em diálogo com seus alunos e suas famílias. Assim, ele queria democratizar as escolas da instituição. Durante os anos 1950, o Brasil passava por uma modernização acelerada e uma nova experiência de democracia. Freire defendia que o processo de desenvolvimento nacional deveria incluir a participação ativa e crítica do povo, sendo isto somente possível por intermédio da educação, defendendo o diálogo horizontal entre professor e aluno. Em 1962, a convite do então governador do Rio Grande do Norte, Aloísio Alves, Freire desenvolveu na cidade de Angicos seu experimento mais conhecido: a alfabetização de aproximadamente 300 pessoas em um curso de apenas 40 horas. De modo que, a velocidade do método empregado por Freire aliada à educação crítica gerava expectativas de transformação democrática para alguns e de preocupação para outros. A aula de encerramento do curso ocorreu em 2 de abril de 1963, o então presidente João Goulart esteve presente e pode ver de perto os resultados do projeto. Sendo que em janeiro de 1964, o presidente decretou o Programa Nacional de Alfabetização (PNA), adotando o sistema de Freire e tendo a missão de alfabetizar 5 milhões de pessoas. Tendo em vista que como naquela época os analfabetos não tinham direito ao voto, se o programa fosse um sucesso, haveria um acréscimo de 40% de eleitores. O programa seria lançado em 13 de maio de 1964, entretanto em 1° de abril do mesmo ano houve um golpe militar, fazendo com o que o PNA fosse extinto, e Freire preso por durante 70 dias. Posteriormente, Freire esteva exilado na embaixada da Bolívia no Rio de Janeiro, partindo para La Paz. No entanto dias depois a Bolívia também sofreu um golpe militar, de modo que Freire foi novamente obrigado a deixar o país. Exilado, viveu no Chile, nos Estados Unidos e na Suíça. No Chile trabalhou para o governo com a educação de camponeses, e foi onde escreveu a sua obra mais conhecida, a “Pedagogia do Oprimida” (1961). Neste mesmo momento no Brasil foi decretado o AI-5, o qual impôs censuras sobre os meios de comunicação. Em 1969, Freire se mudou para o Estados Unidos, vindo a lecionar em Harvard. Em 1970, a “Pedagogia do Oprimido” foi publicado nas versões em inglês e espanhol, vindo a ser publicado em português somente em 1974. No Brasil, em agosto de 1979, a Lei da Anistia foi promulgada pelo então presidente general Figueiredo, e Paulo Freire pode retornar ao país depois de 15 anos no exílio. Aqui ele deu aulas em instituições como a PUC e a UNICAMP, além de continuar a sua produção acadêmica. Paulo Freire recebeu o título de doutor honoris causa em 48 universidades pelo mundo inteiro, sendo declarado patrono da educação brasileira em 2012. Em 1980 ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores, sendo que em 1984 ocorreu o PAULO FREIRE Paulo freire movimento pelas “Diretas Já”, no entanto a eleição ainda foi indireta. Tancredo Neves foi escolhido como presidente, mas faleceu antes da posse, assim em 1985 José Sarney assumiu o poder, e a ditadura militar estava finalmente acabada. Em 1986, a esposa de Paulo Freire faleceu, ela era pedagoga e o influenciou diretamente durante a toda sua vida. Em 1988, a Constituição Federal foi promulgada, neste ano muitos candidatos de esquerda foram eleitos. De modo que em São Paulo a deputada eleita e chamou Paulo Freire para ser secretário da educação. Paulo Freire faleceu em 02 de maio de 1997 em decorrência de um ataque cardíaco, mas publicou dezenas de livros em vida, os quais até hoje influenciam diversos profissionais. Do mesmo modo é constante alvo de críticas e ataques, com enfoque para os dias atuais, em que após a eleição do presidente de direita Jair Bolsonaro em 2012, a obra de Paulo Freire se tornou um dos principais alvos desse movimento. O livro “A Pedagogia do Oprimido” foi traduzido em mais de 20 idiomas, sendo a terceira obra mais citada no mundo na área de humanas.
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