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Marcelle Souza – MED 118 Telencéfalo É formado por dois hemisférios e pela lâmina terminal. Os dois hemisférios cerebrais são divididos pela fissura longitudinal do cérebro, sendo ligados uns aos outros pelo corpo caloso. FACES: • Dorsolateral • Medial • Inferior POLOS • Frontal • Temporal • Occipital LOBOS • Frontal • Parietal • Temporal • Occipital • Ínsula Os hemisférios cerebrais são compostos por sulcos que aumentam a superfície sem grandes alterações no volume. Os sulcos delimitam os giros. • Sulco central – divide anteriormente o lobo frontal do lobo parietal posteriormente • Sulco lateral – divide superiormente os lobos frontal e parietal do lobo temporal FACE DORSOLATERAL 1. Lobo frontal SULCOS: • Pré-central • Frontal superior • Frontal inferior GIROS: • Pré-central • Frontal superior • Frontal médio • Frontal inferior – orbicular, triangular, opercular 2. Lobo parietal SULCOS: • Pós-central • Intraparietal GIROS: • Pós-central • Lobo parietal superior • Lobo parietal inferior – giros supramarginal e angular Face dorsolateral Face inferior Face medial Marcelle Souza – MED 118 3. Lobo temporal SULCOS: • Temporal superior • Temporal inferior GIROS: • Temporal superior • Temporal médio • Temporal inferior *Afastando-se os lábios do sulco lateral, encontra-se o seu assoalho, o qual é atravessado por giros transversos – o giro transverso anterior contém a área da audição. 4. Lobo occipital Pequenos sulcos e giros irregulares 5. Ínsula SULCOS: • Sulco central da ínsula • Sulco circular da ínsula GIROS: • Giros curtos da ínsula • Giro longo da ínsula FACE MEDIAL 1. Formações inter-hemisféricas • Corpo caloso – rostro, joelho, tronco e esplênio • Fórnix – colunas, corpo, pernas e comissura • Septo pelúcido – faz a separação entre as duas cavidades ventriculares do telencéfalo 2. Lobo occipital SULCOS: • Parietoccipital • Calcarino – em seus lábios encontra-se a área visual primária GIROS: • Cúneos • Occipito-temporal medial 3. Lobo frontal e parietal SULCOS: • Sulco do corpo caloso • Sulco do cíngulo – sulco paracentral, ramo marginal, sulco subparietal GIROS: • Giro do cíngulo • Lóbulo paracentral • Pré-cúneos • Face medial do lobo frontal superior Marcelle Souza – MED 118 FACE INFERIOR 1. Lobo temporal SULCOS: • Occipito-temporal • Colateral • Do hipocampo GIROS: • Continuação do temporal inferior • Occipito-temporal lateral • Occipito-temporal medial • Para-hipocampal LOBO LÍMBICO – úncus + giro para-hipocampal + istmo do giro do cíngulo + giro do cíngulo 2. Lobo frontal SULCOS: • Olfatório • Orbitários GIROS: • Reto • Trato olfatório • Bulbo olfatório VENTRÍCULOS LATERAIS Unem-se ao III ventrículo através dos forames interventriculares. CENTRO BRANCO MEDULAR Fibras mielínicas: • De associação - Intra-hemisféricas: curtas (arqueadas ou em U) e longas (fascículos) - Inter-hemisféricas: corpo caloso, comissura anterior e comissura do fórnix • De projeção - Fórnix - Cápsula interna – joelho: trato corticonuclear; perna anterior: trato corticopontino; perna posterior: trato corticoespinhal + radiações talâmicas + radiações ópticas e auditivas NÚCLEOS DA BASE 1. Corpo estriado ventral – funções psíquicas superiores • Corpo amigdaloide • Núcleo accumbens • Núcleo basal de Meynert 2. Circuito motor - motricidade • Núcleo lentiforme – putâmen e globo pálido – divididos pela lâmina medular extrema. Globo pálido medial e lateral divididos pela lâmina medular interna • Núcleo caudado • Claustrum – dividido do lentiforme pela cápsula externa e do córtex da ínsula pela cápsula extrema. LOBO LÍMBICO Marcelle Souza – MED 118 MICROSCOPIA TELENCÉFALO CÓRTEX CEREBRAL 1. Citoarquitetura • Células granulares – células receptoras, predomínio em áreas sensitivas • Células piramidais – células efetuadoras, predomínio em áreas motoras • Células fusiformes – células efetuadoras, predomínio em áreas motoras • I – camada molecular • II – camada granular externa • III – camada piramidal externa • IV – camada granular interna • V – camada piramidal interna • VI – camada de células fusiformes A camada IV é a camada receptora de projeção, predomina na área somestésica primária. A camada V é a camada efetuadora de projeção, predomina na área motora primaria. As demais camadas são caracteristicamente de associação. 2. Classificação • Filogenética: arquicórtex (mais antigo; hipocampo); paleocórtex (úncus e parte do giro para hipocampal); neocórtex (mais recente; restante do córtex) • Citoarquitetural: CÓRTEX • Funcional: Isocórtex (neocórtex) Alocórtex (arqui e paleo) Heterotípico – característico das áreas de projeção Homotípico – característico das áreas de associação Piramidal Granular Áreas funcionais corticais Projeção (primárias) Associação Motoras Sensitivas Terciárias (supramodais) Sensitivas Sensitivas Secundárias (unimodais) Motoras Marcelle Souza – MED 118 SENSIBILIDADE SOMÁTICA • GERAL 1. ÁREA SOMESTÉSICA PRIMÁRIA (S1) Localizada no giro pós-central, nas áreas 1, 2 e 3 de Brodmann. É a área da sensibilidade somática geral, chegando radiações talâmicas dos núcleos ventrais posterolateral e posteromedial carregando informações de tato, propriocepção, dor e temperatura. Existe correspondência no corpo e na área somestésica (somatotopia) – homúnculo de Penfield – áreas maiores representam as regiões com mais aferências – representado na face dorsolateral e existe um prolongamento até a face medial (membros inferiores e genitais). 2. ÁREA SOMESTÉSICA SECUNDÁRIA (S2) Localizada no lobo parietal superior, nas áreas 5 e 7 de Brodmann. Interpreta as informações vindas de S1, permitindo pelo tato a identificação de objetos – lesões geram agnosias táteis, nas quais a pessoa perde a capacidade de reconhecer um objeto pelo tato. • ESPECIAL 1. ÁREA VISUAL PRIMÁRIA (V1) Localizada nos lábios do sulco calcarino, na área 17 de Brodmann. Lesão nessa área leva à cegueira. Há retinotopia. 2. ÁREAS VISUAIS SECUNDÁRIAS Apresentam duas vias de processamento: • Via ventral: identificação das características do objeto, cores, reconhecimento de faces; • Via dorsal: identificação espacial, percepção do espaço, velocidade e movimento. Lesões nessas áreas levam a agnosias visuais. Lesões na via ventral fazem com que o paciente deixe de reconhecer objetos pela visão, cores e até mesmo reconhecer faces conhecidas (prosopagnosia). Lesões na via dorsal fazem com que o paciente deixe de perceber o movimento (acinetopsia). 3. ÁREA AUDITIVA PRIMÁRIA (A1) Está no giro temporal transverso anterior e corresponde às áreas 41 e 42 de Brodmann. Lesões unilaterais não causam surdez, mas sim déficits de audição, uma que as vias auditivas possuem componentes cruzados e não cruzados, de forma que as cócleas têm representação em ambos os hemisférios. Há tonotopia. 4. ÁREA AUDITIVA SECUNDÁRIA (A2) No lobo temporal, área 22 de Brodmann. 5. ÁREA VESTIBULAR No lobo parietal, próxima ao giro pós-central, relacionando-se mais com à posição da cabeça/propriocepção do que com a audição. Marcelle Souza – MED 118 SENSIBILIDADE VISCERAL • ESPECIAL 1. ÁREA OLFATÓRIA PRIMÁRIA Parte anterior do úncus e do giro para hipocampal; córtex piriforme. 2. ÁREA GUSTATIVA PRIMÁRIA Parte posterior da ínsula 3. ÁREA GUSTATIVA SECUNDÁRIA Região orbitofrontal da área pré-frontal MOTRICIDADE SOMÁTICA 1. ÁREA MOTORA PRIMÁRIA Localiza no giro pré-central e corresponde à área 4 de Brodmann. Isocórtex heterotípico piramidal – células de Betz – menor limiar para desencadear movimentos. Somatotopia – há uma partedo giro na face medial (membros inferiores) – áreas maiores indicam movimentos mais delicados. Movimento voluntário, tratos corticoespinhal e corticonuclear. 2. ÁREAS MOTORAS SECUNDÁRIAS • Área pré-motora Área 6 de Brodmann na face dorsolateral. Relacionada principalmente ao planejamento motor. Também tem relação com o sistema de neurônios espelhos (sistema frontoparietal que é a base para a aprendizagem motora por imitação). • Área motora suplementar Área 6 de Brodmann na face medial. Relacionada principalmente ao planejamento motor. PLANEJAMENTO MOTOR • A área terciária determina a intenção do movimento • Essa intenção é levada para as áreas motoras secundárias para que elas montem o plano motor • Plano motor levado à área motora primária para execução do movimento O plano motor recebe tanto influências das áreas motoras secundarias, quanto do cerebelo e dos núcleos da base. A área terciária envia a intenção para o cerebelo via córtico-ponto-cerebelar, de forma que o cerebrocerebelo desenvolve um plano motor que é passado às áreas secundárias via dento-tálamo-cortical. Os núcleos da base estabelecem um circuito em alça com o córtex, de forma que a partir da via córtico-estriado-tálamo-cortical há passagem de informações do circuito motor para as áreas secundárias. As áreas secundárias reúnem os três planos motores, os compara e forma um plano motor final, o qual será enviado para a área motora primária para execução. As áreas motoras secundárias, todavia, não são ativadas ao mesmo tempo, havendo uma distinção quanto ao motivo que levou à intenção de movimento: se for uma decisão própria, a área motora suplementar é ativada; se for de influência/comando externo, a área envolvida é a pré-motora. Marcelle Souza – MED 118 Lesões nessas áreas levam a apraxias, que são falta de planejamento e portanto, falta de precisão dos movimentos. ÁREAS TERCIÁRIAS 1. ÁREA PRÉ-FRONTAL Compreende a área não motora do lobo frontal. É subdividida em área dorsolateral e orbitofrontal. • Dorsolateral - Estratégias comportamentais - Comportamento inteligente - Memória operacional • Orbitofrontal - Supressão de comportamentos inadequados - Manutenção da atenção – concentração - Processamento das emoções – ligado a áreas do sistema límbico Tamponamento psíquico – lobotomias pré-frontais – quando a pessoa deixa de reagir a situações que normalmente resultam em alegria ou tristeza; além do déficit de atenção e comportamentos inadequados. 2. ÁREA PARIETAL POSTERIOR “Integração das áreas secundárias somestésica, visual e auditiva” FUNÇÕES: - Percepção espacial – lesão leva à desorientação espacial - Esquema corporal – lesão leva à negligência corporal e/ou espacial, contralaterais e geralmente à esquerda, uma vez que essas áreas geralmente são mais desenvolvidas à direita. 3. CÓRTEX INSULAR ANTERIOR - Empatia - Reconhecimento da própria fisionomia como diferente da dos outros – área ativada quando nos olhamos no espelho ou em fotos - Sensação de nojo - Percepção do aspecto subjetivo das emoções 4. ÁREAS LÍMBICAS Processamento das emoções e memória Marcelle Souza – MED 118 5. ÁREAS DA LINGUAGEM Lesões nessas áreas desencadeiam afasias. • Área de Broca (anterior) “Expressão da linguagem” – se expressar falando e escrevendo – áreas opercular e triangular do giro frontal inferior. LESÃO: afasia motora ou de expressão – frases telegráficas, monossilábicas (...). • Área de Wernick (posterior) “Percepção da linguagem” – compreende o que está sendo falado e o que está escrito – na junção dos lobos parietal e temporal LESÃO: afasia sensitiva ou de percepção – pessoa não compreende • Fascículo longitudinal superior Liga essas duas áreas LESÃO: afasia de condução – não se mantém uma conversa pois a pessoa não linka o que está sendo falado com o que vai falar. As áreas de linguagem estão geralmente no hemisfério esquerdo – “dominante” – devido à importância da linguagem para a nossa espécie. Hemisfério esquerdo – linguagem e habilidades matemáticas. Hemisfério direito – habilidades artísticas e processos visoespaciais. NÚCLEOS DA BASE • Claustrum • Núcleo caudado – acompanha os traçados dos ventrículos laterais – possui cabeça, corpo e cauda • Putâmen • Globo pálido – medial e lateral A junção de Putâmen + globo pálido forma o núcleo Lentiforme, e a junção do núcleo lentiforme com o núcleo caudado forma o corpo estriado dorsal. • Corpo amigdaloide – emoções – sistema límbico • Núcleo accumbens – prazer – sistema mesolímbico • Núcleo basal de Meynert – SARA/Doença de Alzheimer O núcleo accumbens + o núcleo basal de Meynert forma o corpo estriado ventral. CORPO ESTRIADO DORSAL • Striatum (neoestriado) – núcleo caudado + putâmen • Pallidum (paleoestriado) – globo pálido Das áreas motoras do córtex descem informações para o corpo estriado dorsal, que passam pelo tálamo e retornam ao córtex – circuito em alça – córtico-estriado-tálamo-cortical – modula a atividade dos neurônios motores. Marcelle Souza – MED 118 CIRCUITO MOTOR • Do córtex descem estímulos excitatórios para o Striatum (porta de entrada), de forma que essas informações devem seguir para o globo pálido medial (porta de saída) – o qual tem função inibitória sobre o tálamo, deixando este de estimular o córtex, freando os movimentos. Existem duas vias para o circuito motor: via direta e via indireta. • Na via direta: as informações do Striatum vão direto ao pálido medial, inibindo-o. A inibição do pálido medial cessa as inibições deste sobre o tálamo, o qual, uma vez livre, estimula o córtex e permite o movimento. • Na via indireta: as informações do Striatum vão ao pálido lateral, inibindo-o. A inibição do pálido lateral cessa a inibição deste sobre o subtálamo, o qual, uma vez livre, exerce ação excitatória sobre o pálido medial. Isso desencadeia maior inibição sobre o tálamo, o qual deixa de estimular o córtex e, portanto, cessa o movimento. • É o equilíbrio dessas duas vias que permite a execução precisa dos movimentos. • Existe um circuito subsidiário ligado ao circuito motor que envolve a substância negra, a qual possui conexões recíprocas com o Striatum, tanto com fibras estriatonigrais, quanto fibras nigroestriatais (dopaminérgicas). Essas últimas se ligam a dois tipos de receptores no Striatum, D1 excitador (via direta) e D2 inibidor (via indireta). Ou seja, influencia a favor do movimento, seja estimulando a via direta ou inibindo a via indireta. FUNÇÕES E DISFUNÇÕES • HIPERCINESIAS – predomínio da via direta - Hemibalismo: execução de movimentos involuntários, rápidos e fortes, como se estivesse arremessando um objeto. Ocorre devido a lesões no subtálamo, o qual deixa de excitar o pálido medial, o qual passa a não inibir o tálamo que, por sua vez, leva à maior ativação do córtex motor. - Coreia de Sydenham: execução de movimentos involuntários rápidos, como se fosse uma dança. Doença autoimune ligada à lesão do estriado/caudado. • HIPOCINESIAS – predomínio da via indireta - Doença de Parkinson: tremor de repouso, hipertonia padrão rigidez e bradicinesia. Ocorre devido a lesões na substancia negra, de forma que há diminuição da quantidade de dopamina das fibras nigroestriatais, que leva à menor excitação da via direta e menor inibição da via indireta. Isso favorece a via indireta, uma vez que menos inibida passa a excitar mais o pálido medial, causando menor ativação do córtex. Isso explica, dentre outros sintomas, a lentidão para realização dos movimentos. MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS 1. INTENÇÃO – áreas corticais terciárias 2. PLANEJAMENTO – áreas corticais motoras secundárias, cerebelo e núcleos da base 3. EXECUÇÃO – área cortical motora primária 4. CORREÇÃO – cerebelo CENTRO BRANCO MEDULAR Composto por fibras mielínicas, sendo chamado, em cada hemisfério, decentro semioval. Podem ser de associação ou de projeção. ASSOCIAÇÃO Marcelle Souza – MED 118 • Fibras inter-hemisféricas - Corpo caloso – liga o restante - Comissura anterior – liga as partes olfatórias e os lobos temporais - Comissura do fórnix – liga os hipocampos • Fibras intra-hemisféricas - Fibras arqueadas ou em U – curtas - Fascículo longitudinal superior – liga as áreas anterior e posterior da linguagem - Fascículo unciforme – liga os lobos frontal e temporal pelo sulco lateral na face dorsolateral - Fascículo do cíngulo – circuito de Papez - Fascículo longitudinal inferior – liga os lobos occipital e temporal na face medial PROJEÇÃO • Fórnix Liga o hipocampo ao corpo mamilar • Cápsula interna Abriga a maior parte das fibras que entram e saem do córtex. Continuam acima do núcleo lentiforme como coroa radiada e abaixo com a base do pedúnculo cerebral. - Perna anterior: trato corticopontino - Joelho: trato corticonuclear - Perna posterior: trato corticoespinhal e radiações talâmicas (aferentes) Lesões na cápsula interna, em AVC, por exemplo, há hemiparesia e hemiparestesia proporcionadas na metade oposta do corpo.
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