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URGÊNCIAS UROLÓGICAS NÃO TRAUMÁTICAS Bloco Cirurgia Geral – 5º Ano ESCS Discente: Pedro Philippo 7 de maio de 2021 Sumário Anatomia peniana e testicular Abordagem Geral do escroto Agudo • Torção de Testículo/Cordão Espermático • Torção de Apêndice Testicular • Orquite/Orquiepididimite Diagnósticos Diferenciais do Escroto Agudo: • Priapismo • Parafimose Urgências Penianas: ANATOMIA PENIANA E TESTICULAR ANATOMIA DO PÊNIS ANATOMIA DO PÊNIS ANATOMIA DO PÊNIS ANATOMIA DOS TESTÍCULOS ANATOMIA TESTICULAR ANATOMIA TESTICULAR ANATOMIA TESTICULAR ABORDAGEM GERAL DO ESCROTO AGUDO Escroto Agudo Definição ■ “O escroto agudo se refere ao surgimento dos sintomas: dor local, edema (aumento do testículo) e dor à palpação do escroto.” ■ Existe um tempo exato para definição do escroto agudo? ■ Diversos diagnósticos diferenciais e sobreposição de sintomas. Escroto Agudo Epidemiologia ■ 0,5% dos atendimentos em unidades de pronto atendimento. ■ Causas mais frequentes: torção de testículo, torção de hidátides de Morgagni, orquite, orquiepididimite, hidrocele infectada, abscesso testicular, hérnia encarcerada, púrpura de Henoch- Schöenlein e trauma. ■ Três principais causas: torção de apêndice testicular; torção de cordão espermático; orquiepididimite. Como abordar esses pacientes? Qual minha prioridade? • Identificar as condições que requerem intervenção médica ou cirúrgica urgente. Quais seriam essas condições? •Torção testicular, epididimite aguda (ou epididimo- orquite) e a síndrome de Fournier. Por que essas condições são prioritárias? •Atraso diagnóstico = aumento da morbidade. Avaliação Inicial ■ Anamnese e exame físico direcionados. História Clínica ■ O que perguntar? – Aspectos da dor (natureza, início, duração, localização), sintomas associados (febre, sintomas urinários); histórico de doenças e cirurgias prévias. Exame Físico ■ Avaliação minuciosa da região abdominal, inguinal e escrotal. ■ Teste do reflexo cremastérico ■ Sinais Específicos: sinal de Angell e sinal de Prehn EXAME FÍSICO TORÇÃO DE TESTÍCULO/CORDÃO ESPERMÁTICO Torção Testicular Definição ■ “Uma torção testicular é uma torção do cordão espermático, resultando no comprometimento agudo do suprimento vascular para o testículo e o epidídimo”. ■ Duas formas de torção: Extravaginal e Intravaginal. Epidemiologia ■ Pico bimodal – neonatos e adolescentes (12 – 18 anos). ■ Prevalência de 25 a 50% dos pacientes adultos hospitalizados com escroto agudo. ■ 1 em cada 4000 homens – predomínio à esquerda e geralmente unilateral ■ Fatores de risco: alterações anatômicas e atividades dinâmicas. Torção Intravaginal ■ Forma mais comum de torção. ■ Ocorre a partir da túnica vaginal visceral. ■ Associada a deformidades anatômicas – anomalias de suspensão testicular. ■ Anomalia em badalo de sino Torção Intravaginal ■ Anomalias de disjunção epididimária/epidídimo alongado – Torção testicular por mesórquio longo. ■ Torção intravaginal mais comum em adolescentes. ■ Testículo, no seu eixo longitudinal, pode sofrer rotação interna e externa. Torção Extravaginal ■ Forma menos comum. ■ Inicia-se na fase uterina – período de descida do testículo para bolsa testicular. ■ Envolve todo o testículo – incluindo a túnica vaginal. Torção Intra e Extravaginal ■ Torção do testicular → redução do fluxo arterial e da drenagem venosa → Isquemia ■ Danos irreversíveis a partir de 6 a 8 horas de isquemia. ■ Infertilidade pode ocorrer, até no testículo contralateral saudável. Quadro Clínico Anamnese ■ Início abrupto de dor escrotal moderada a grave, com duração geralmente inferior a 12 horas. ■ Dor pode ocorrer em repouso ou após atividade física vigorosa/trauma. ■ Dor inguinal e abdome inferior. ■ Náuseas e vômitos em até 60% dos casos. ■ Episódios anteriores → torção intermitente. Quadro Clínico Exame Físico ■ Dor e endurecimento à palpação testicular. ■ Bolsa testicular edemaciada e eritematosa. ■ Horizontalização do testículo (Sinal de Angell positivo). ■ Testículo elevado na bolsa testicular (Sinal de Brunzel positivo). ■ Ausência de reflexo cremastérico (Sinal de Rabinowitz positivo). ■ Não melhora da dor com elevação manual do testículo (Sinal de Prehn negativo). Exames Complementares “Avaliação complementar deve ser utilizada em casos de diagnóstico inconclusivo. Se suspeita clínica forte por história e exame físico, os exames complementares podem representar perda de tempo quando a exploração cirúrgica de emergência é indicada”. Exames Laboratoriais ■ Urina tipo I + Bacterioscopia → diferenciação de processo vascular de um processo infeccioso. Ultrassom Testicular com Doppler ■ Exame de escolha em caso de dúvida diagnóstica ■ Sensibilidade (86%) e especificidade (100) altas. ■ Achados – ausência de fluxo intratesticular e visualização direta do cordão torcido (“forma de caracol”). USG COM DOPPLER Cintilografia Testicular ■ Sensibilidade e especificidade em torno de 90%. ■ Pertecnetato de 99Tc. ■ Redução do fluxo sanguíneo no testículo. ■ Baixa disponibilidade e uso de radiação → exame praticamente extinto. Manejo e Tratamento Cirúrgico ■ Urgência urológica – avaliação e tratamento precoce. ■ Viabilidade testicular é inversamente proporcional ao tempo de torção e isquemia. ■ Risco de orquiectomia: – 0-6 horas: 5%; – 7-12 horas: 20%; – 13-18 horas: 40%; – 19-24 horas: 60%; – > 24 horas: 80%; – > 48 horas: 90%; Abordagem Inicial ■ Dieta e Hidratação – Dieta zero. – Hidratação venosa plena para idade. ■ Anti-inflamatório não esteroidal (AINEs) – Cetoprofeno (20 mg/mL), por 2-5 dias. – Ibuprofeno (100 mg/mL) 1-2,5 gotas/kg/dose (20-50 mg/kg/dia) VO de 6/6 horas, por 2-5 dias ■ Analgésicos – Dipirona - (500 mg/mL) 0,04-0,05 mL/kg/dose (20-25 mg/kg/dose) EV até 6/6 horas (dose máxima: 2,5 mL/dose [5 g/dia]); ■ Antieméticos – Ondansetrona (2 mg/mL) 0,075 mL/kg/dose (0,15 mg/kg/dose) EV até 8/8 horas (dose máxima: 8 mL/dose [16 mg/dose]); – Bromoprida (10 mg/2 mL) 0,03-0,06 mL/kg/dose (0,5-1 mg/kg/dia) EV/IM até 8/8 horas (dose máxima: 2 mL/dose [10 mg/dose]); Distorção Manual ■ Indicação – distorção cirúrgica não disponível dentro de 2 horas. ■ Diminuição da dor e aumento da viabilidade testicular. ■ Deve ser realizada de medial para lateral (“em livro aberto). ■ Sinais de distorção bem sucedida: – Melhora da dor – Retorno do fluxo arterial no Doppler – Posição mais baixa do testículo ■ Não exclui a necessidade de abordagem cirúrgica. Distorção Cirúrgica ■ Tratamento de escolha/definitivo. ■ Tratamento clássico é por via escrotal: – Testículo acometido deve ser destorcido e coberto por compressa úmida aquecida. – Avalia-se viabilidade (coloração e perfusão). Abordagem Cirúgica ■ Testículo viável: – Orquidopexia bilateral. ■ Testículo não viável: – Orquiectomia ipsilateral. – Orquidopexia contralateral. Torção de Apêndice Testicular ■ Causa mais comum de escroto agudo em crianças pré-púberes. ■ Hidátide de Morgani – resquício embriológico. ■ Pico de incidência entre os 7 e 12 anos. ■ Quadro clínico – Dor testicular aguda (pode ser mais localizada) – Nodulação escrotal dolorosa – Sinal da mancha azul (blue dot) – Hiperperfusão do epidímimo na USG com doppler ■ Quadro autolimitada necessitando apenas de tratamento de suporte. Orquite/Orquiepididimite Definição/Epidemiologia ■ “Quadro inflamatório/infeccioso que acomete o testículo e/ou epidídimo, podendo estar relacionado com agentes bacterianos ou virais.” ■ Início agudo com curso clínico < 6 semanas. ■ Principal causa de dor escrotal em pacientes adultos - 600.000 casos por ano nos EUA. ■ Pode acometer indivíduos de qualquer idade. ■ Geralmente unilateral. Etiologia ■ Epididimite aguda –causa infecciosa. ■ Causas não infecciosas – traumas, medicamentos (amiodaron) e doenças autoimunes. – Geralmente se apresentam como epididimite subaguda ou crônica. ■ Sexualmente Ativos: N. Gonorrhoeae e C. trachomatis (mais comum), gonococo, outros Gram-negativos e vírus; ■ Não sexualmente ativos: Micoplasma pneumoniae, Ureaplasma, enterovírus, adenovírus, caxumba. A infecção bacteriana parece ser pouco frequente. Geralmente, está associada a anomalias estruturais do trato urinário. ■ Homens Idosos: Escherichia coli, Pseudomonas species, normalmente em associação com uropatia obstrutiva por hiperplasia prostática benigna. ■ Orquite por caxumba Fisiopatologia Orquite: Disseminação hematogênica ou extensão direta de processos infecciosos / inflamatórios; Epididimite: Ascendente via canal deferente, mais relacionada com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e infecções do trato urinário. Diagnóstico • Dor testicular localizada de início subagudo (dias). − Na evolução pode se tornar difusa • Sintomas urinários podem estar associados. • Febre, prostração e toxemia. • Questionar – Histórico de infecção à distância. – História de cateterismo intermitente, distúrbios miccionais, anomalias uretrais. – Atividade sexual. – Trauma prévio. Quadro Clínico Diagnóstico Exame Físico ■ Dor testicular localizada; ■ Edema escrotal com aumento da temperatura. ■ Hidrocele reativa e eritema. ■ Reflexo cremastérico normal. ■ Sinal de Prehn positivo. Diagnóstico é clínico. Diagnóstico – Exames Complementares ■ Urina tipo I e Urocultura – leucocitúria. ■ Hemograma – Leucocitose. ■ Ultrassonografia com Doppler – Aumento do volume e do fluxo sanguíneo testicular. Abordagem Terapêutica ■ Maioria dos pacientes podem ser tratados em âmbito ambulatorial com drogas orais. ■ Pacientes severamente acometidos necessitam de internação. ■ Suporte Clínico: – Repouso + compressas de gelo + suspensório escrotal. – Sintomáticos: analgésicos + antieméticos – Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Antibioticoterapia Pacientes sexualmente ativos/< 35 anos (clamídia e/ou gonorreia) ■ Ceftriaxona 500 mg IM, dose única (ou 1 g caso peso do paciente ≥ 150 kg); ■ Doxiciclina 100 mg VO 2x/dia, por 10 dias; ou Azitromicina 1 g VO, dose única; ■ Quinolonas não são recomendadas para os casos suspeitos de infecções por gonococos, devido ao alto índice de resistência. ■ Alérgicos a cefalosporinas: Gentamicina 240 mg IM, dose única, associado a Azitromicina 2 g VO, dose única. ■ Pacientes com relação sexual anal: Ceftriaxona 500 mg IM dose única, associado a Levofloxacino 500 mg VO 1x/dia, durante 10 dias. Pacientes > 35 anos/Sexualmente inativos/Idosos/Cultura gonocócica negativa: ■ Ofloxacino 300 mg VO 2x/dia, por 10 dias; ou Levofloxacino 500 mg VO 1x/dia, por 10 dias; ■ Intolerantes a fluoroquinolonas: Sulfametoxazol + trimetoprima 800 + 160mg VO de 12/12 horas, durante 10 dias. Prognóstico Pacientes geralmente apresentam melhora 48/72 horas após início da antibioticoterapia. Sem melhora – considerar outros diagnósticos. Complicações • Abscesso escrotal e infarto testicular. • Infertilidade URGÊNCIAS PENIANAS Priapismo Definição • “Por definição, trata-se uma ereção total ou parcial, dolorosa ou indolor que continua por mais de 4 horas com ou sem estimulação sexual”. • “O priapismo é definido como uma ereção persistente do pênis ou clitóris que não está associada à estimulação ou desejo sexual”. Epidemiologia • Relativamente raro. • Pode ocorrer em todos os grupos. • Distribuição bimodal – 5 e 10 anos e 20 e 50 anos. • Comum em pacientes com doença falciforme. Etiologia ■ Priapismo primário (idiopático). ■ Priapismo secundário – Doenças hematológicas – Neurológicas – Neoplasias – Trauma em regiões do períneo, pelve e do pênis. – Iatrogênica – Drogas – Infecção – Desordens metabólicas Fisiopatologia ■ Três tipos principais de priapismo: – Isquêmico, baixo fluxo, anóxico ou veno-oclusivo. – Priapismo recorrente – Não isquêmico, alto fluxo, arterial Priapismo Isquêmico ■ Tipo mais frequente. – Início após estimulação sexual ou administração de agentes famarcológicos – Incidência de 0,34 até 5,3 casos por 100.000 homens/ano. ■ O priapismo isquêmico é a ereção prolongada com falha de detumescência relacionada ao relaxamento prejudicado e paralisia do músculo liso cavernoso/viscosidade sanguínea aumentada. – Diminuição do retorno venoso → Diminuição ou cessação do fluxo arterial → síndrome compartimental + hipóxia, hipercarbia e acidose. – Geralmente restrito ao corpo cavernoso. ■ Possível papel do óxido nítrico. Priapismo Isquêmico ■ Ereção prolongada = dano estrutural do tecido erétil. – 4 a 6 horas de ereção → dano microscópico. – 12 horas de ereção → edema intersticial + destruição endotelial + exposição da MB + aderência de trombócitos – 24 a 48 horas de ereção → trombose dos espaços sinusais + necrose da musculatura lisa + fibrose ■ ↑Duração do priapismo ↑Disfunção sexual → Urgência Urológica. Priapismo Recorrente ■ Um tipo de priapismo isquêmico, caracterizado pelo padrão de recorrência, descrito como ereções dolorosas indesejadas e recorrentes em portadores de anemia falciforme. – Inicio na adolescência. – Vão se prolongando com o tempo. – Fator de risco pra PI. – Geralmente iniciam durante o sono. ■ Fisiopatologia não compreendida. Priapismo Não Isquêmico ■ Menos comum que o isquêmico. ■ Aumento do fluxo de sangue arterial no corpo cavernoso. ■ Geralmente decorre de uma fístula entre a artéria cavernosa e o corpo cavernoso (fistula sinusoidal arterial). ■ Sem isquemia – Trauma contuso – Mal formações arteriais congênitas ■ Não representa uma condição de urgência (resolução espontânea em 62% dos casos). Diagnóstico ■ O que perguntar para o paciente? – Duração da ereção. – Episódios prévios. – Medicamentos em uso. – Uso de drogas ilícitas. – História de doença hematológica. – Trauma perineal ou peniano. – Presença e intensidade da dor. ■ Diagnóstico é clínico. Diagnóstico Priapismo Isquêmico ■ Ereção dolorosa e rígida. – Rigidez restrita ao corpo cavernoso → glande e corpo esponjoso flácidos. – História pode sugerir origem isquêmica. ■ Casos raros podem se apresentar com gangrena peniana. Priapismo não Isquêmico ■ Ereção menos dolorosa e menos rígida. ■ Geralmente histórico de trauma. PRIAPISMO ISQUÊMICO X NÃO ISQUÊMICO Exames Complementares ■ Hemograma e Coagulograma – Anemia, infecção ou anormalidades hematológicas. – Exames pré-operatórios em caso de necessidade de intervenção cirúrgica. ■ Gasometria do sangue aspirado do corpo cavernoso – Preferências para agulhas de pequeno calibre (19 a 21) – 3 a 5 mL aspirados de um lado do corpo cavernoso. Gasometria: Isquêmico x Não Isquêmico Isquêmico Não Isquêmico Aspecto do sangue Vermelho escuro Vermelho Rutilante pH ≤ 7.25 > 7.25 pCO2 ≥ 60 mmHg ≤ 40 mmHg pO2 ≤ 40/30 mmHg ≥ 90/60 mmHg Diagnóstico •Isquêmico = fluxo arterial mínimo ou ausente nas artérias cavernosas. •Não isquêmico = fluxo arterial normal ou aumentado nas artérias cavernosas. •Importante na avaliação pós-cirúrgica. Ultrassonografia com Doppler •Ressonância magnética •Artériografia Outros exames possíveis USG COM DOPPLER Tratamento Priapismo Isquêmico – Tratamento de urgência •Aspiração lateral dos corpos cavernosos (5 mL), após anestesia local, com ou sem irrigação (SF 0.9% gelado): sucesso de 30%; –Geralmente medida é reservada para casos com duração inferior a 4 horas. •Em caso de falha terapêutica – injeção de fenilefrina (agonista alfa-adrenérgico): –1 mL de fenilefrina diluída em SF 0,9% (100 a 500 microgramas/mL) em um dos lados do corpo cavernoso a cada 5 a 10 minutos até a resolução ou até uma hora (dose máxima de 1 mg). –Melhores resultados nas primeiras 6 horas.Tratamento ■ Em caso de falha após tratamento medicamentoso deve-se indicar intervenções cirúrgicas. 1. Shunting – fistula cirúrgica é criada entre o corpo cavernoso e o corpo esponjoso, glande do pênis ou uma das veias penianas. – Preferência pelo shunting proximal inicialmente. – Tipos: Shunts percutâneos distais – Ebbehoj, Winter e T-shunt; Shunts distais abertos – Al-Ghorab e corporal snake; Shunts proximais abertos – Quackles e Sacher; Fístula com veia safena – Grayhack; Shunt com a veia dorsal profunda – Barry. 2. Prótese peniana Tratamento Priapismo Não Isquêmico •Não é considerada um urgência – resolução espontânea em 60% dos casos. •Observação + Suporte → gelo local + compressão local da fístula. •Baixo risco de complicações. •Tratamento adjuvante •Anti-androgênicos, inibidores de 5α- redutase, agonistas gonadotropinas. •Em caso de falha terapêutica, proceder com arteriografia e angioembolização da fístula (90% de eficácia) •Risco de disfunção erétil. •Tratamento cirúrgico – ligadura cirúrgica da fístula. ALGORITMO Parafimose Definição/Epidemiologia ■ Retenção do prepúcio atrás do sulco coronal, com incapacidade de reduzir o prepúcio retraído sobre a glande em sua posição normal. ■ Complicação da fimose → constrição da glande pelo anel fibrótico da fimose. ■ Emergência urológica → risco de isquemia progressiva da glande e necrose. ■ Relativamente rara. ■ Indivíduos com fimose importante e que mantêm atividade sexual ou masturbação. Fisiopatologia ■ Formação do anel de constrição → Congestão Venosa e Linfática → Edema ■ Comprometimento do suprimento vascular → Comprometimento do fluxo bulbar, uretral e pudendo → Necrose cutânea ou peniana. Diagnóstico ■ Diagnóstico clínico – anamnese + exame físico. Quadro Clínico ■ Edema de glande e prepúcio + Dor local. ■ Alterações isquêmicas e necróticas da glande. ■ História de fimose complexa (graus III e IV). ■ Dificuldade miccional. Exame Físico ■ Prepúcio retraído. ■ Edema de prepúcio. ■ Edema de glande. ■ Áreas de tecido desvitalizado. Tratamento ■ Emergência urológica → tratamento deve ser prontamente estabelecido. ■ Duas abordagens possíveis: conservadora e cirúrgica. ■ Analgesia/Anestesia – Controle sintomático, bem como auxílio para manobras de redução; – Analgesia (incluindo opioides) – Anestesia local com lidocaína ou bloqueio do nervo dorsal peniano + bloqueio em anel. ■ Redução do Edema – Método mecânico: Luva usada como garrote ou “técnica de turbante” – Método térmico: Gelo local – Osmótico: açúcar na superfície da glande + preservativo ou gaze embebida de solução salina hipertônica glicosada. Métodos de Redução Redução Mecânica ■ Primeira opção. ■ Devem ser precedidas pelas técnicas de redução de edema. ■ A glande é comprimida e alongada com uma mão, por meio de pressão de tração, enquanto com a outra mão é tentada a retração da banda de constrição no sentido da tração distal; ■ Uso de clamps atraumáticos. ■ Em caso de sucesso, postectomia posterior é indicada. Métodos de Redução ■ Métodos Invasivos – Técnica de punção. – Hialuronidase – Fenda dorsal: Incisão na região do anel de constrição na posição de 12 horas, perpendicular à corona. A cicatrização deve ocorrer por segunda intenção (não suturar) e deve-se garantir antibioticoprofilaxia no período; – Postectomia de emergência: Idealmente deve ser realizada a posteriori, somente após a reabsorção do edema local, pelo risco de recidiva e infecção local. Portanto, não é indicada como medida de controle imediato; – Técnica de Aspiração MÉTODOS DE REDUÇÃO Complicações Maioria dos pacientes se recupera sem sequelas. • Isquemia/necrose da glande; • Necrose cutânea superficial; • Postite; • Ulceração; • Gangrena peniana; • Autoamputação peniana; • Recidiva. Principais complicações: Referências Bibliográficas ■ Priapism – UpToDate ■ Acute scrotal pain in adults – UpToDate ■ Paraphimosis: Clinical manifestations, diagnosis, and treatment – UpToDate ■ Urologia para Graduação (Nelson Gaspar e Alexandre Crippa) – 2018 ■ Oxford Handbook of Urology – 4 Ed (2019) ■ Urologia Fundamental (Archimedes Nardozza) – 2010 ■ Urologia Brasil – 2013
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