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NEVOS E OUTRAS LESÕES CUTÂNEAS COMUNS Lesões melanocíticas Lesões originadas dos melanócitos com proliferação benigna clonal e aumento da produção e distribuição de melanina. ● Melanócitos Os melanócitos são células derivadas da crista neural que migram para a pele durante o desenvolvimento fetal. Na pele, se localizam na camada basal da epiderme entre os queratinócitos e também podem ser encontradas na derme. Há uma relação de aproximadamente 1 melanócito para cada 20 queratinócitos. Os melanócitos possuem dendritos que contribuem com a distribuição dos grânulos de melanina os quais se sobrepõem ao DNA celular protegendo do câncer de pele. Nevos melanocíticos Tumores benignos constituídos pela proliferação benigna dos melanócitos São muito frequentes Podem ter tamanhos variados Geralmente são pigmentados Importância de análise dos nevos: - Potencial de malignização - Marcadores de risco para o melanoma ● Congênitos Classificação (de acordo com o tamanho) Pequenos: menores de 1,5 cm - Risco de potencial de malignização baixo Médios: até 20 cm Gigantes: maiores de 20 cm - Podem ser precursores do melanoma em 6 a 10% dos casos ● Adquiridos Surgem mais frequentemente na infância e na puberdade, aumentam em número e tamanho até a idade adulta e involuem gradualmente e a maioria desaparece por volta dos 60 anos, exceto os nevos intradérmicos Fatores de risco Mais frequentes nos indivíduos da cor branca Exposições solares na infância estimulam o aumento do número de nevos Relação com melanoma Nevos melanocíticos em grande número são marcadores de risco para o melanoma cutâneo - 50 a 60 nevos = aumento de 19x no risco para melanoma comparado a 10 nevos Classificação Tipo Características Nevo juncional Marrom-claro até quase negro Geralmente plano Nevo composto Marrom-claro a escuro Pode ser discretamente ou muito elevado 3-6mm Nevo intradérmico Cor da pele a marrom Pode ser liso, piloso ou verrucoso (3-6mm) ● Exérese A exérese da lesão deve ser realizada em toda a extensão e profundidade. Deve ser encaminhado para o exame anatomopatológico. Pode ser realizada com objetivo de biópsia ou tratamento cirúrgico. ● Diferenciação do nevo para o melanoma Nevo atípico Geralmente é um nevo adquirido com alterações clínicas e histológicas (displásicos) É importante realizar o diagnóstico diferencial com o melanoma na fase inicial. - Pode ser lesões precursoras do melanoma cutâneo - É marcador de risco (susceptibilidade genética) Nevo halo Nevo melanocítico com halo hipocrômico ao redor. A etiologia é desconhecida mas ocorre por reação inflamatória linfocítica que leva à regressão do nevo. Pode ser único ou múltiplo, mais comum no tronco, podem estar associadas a vitiligo. Obs.: melanomas podem apresentar fenômeno halo Nevo de spitz Nevo melanocítico benigno com características clínicas e histopatológicas semelhantes às do melanoma Mais frequente nas extremidades ou na face de crianças e adolescentes Pápula ou nódulo eritematoso pigmentados em mais de 70% dos casos (Reed) Pigmentação intensa e crescimento rápido torna importante o diagnóstico diferencial com o melanoma É recomendado a remoção Efélides / sardas Comuns na infância em indivíduos de pele clara Escurecem após exposição aos raios UV Marcadores de risco para câncer de pele Lentigo simples Hiperplasia dos melanócitos localizada Comuns na infância, mas aparecem em qualquer idade Não escurecem após a exposição aos raios UV Múltiplos lentigos simples podem estar associados a síndromes Lentigo solar Múltiplas máculas castanhas claras ou escuras com bordas irregulares, tamanho variável e presente em áreas mais expostas ao sol A incidência aumenta com a idade, mais frequente nos adultos Raro na infância, se ocorrer é em crianças de pele clara com exposição intensa ao sol Exérese dos nevos Quando recomendar a exérese dos nevos: - Suspeita de malignidade - Inestéticos - Sintomáticos - Submetidos a trauma repetido Ceratose seborreica Tumor benigno de causa desconhecida de origem epidérmica - Hipóteses: exposição cumulativa à radiação UV e infecção por HPV Pode ser hereditário ou esporádico Mais frequente em adultos e idosos Pápulas hipo, normo ou hipercrômicas, geralmente múltiplas, preferencialmente no tronco e na face Lesões muito escuras com pigmentação irregular podem ser semelhantes a nevos melanocíticos atípicos ou melanomas Na pele escura e com localização na face é denominado dermatose papulosa nigra Transformação maligna não é esperada ● Sinal de Leser-Treélat Aparecimento súbito de múltiplas ceratoses seborréicas associada a doenças malignas como câncer gastrointestinal e câncer de pulmão (síndrome paraneoplásica) ● Tratamento Pode ser considerado quando há irritação, prurido ou prejuízo estético Opções: crioterapia, eletrocoagulação ou exérese Xantelasma Placa macia amarelada composta por lipídios Mais comum na face medial das pálpebras Mais frequente em idosos e meia-idade Pode estar associado à dislipidemia, principalmente elevação de LDL Tratamento apenas por razões estéticas: - Excisão cirúrgica - Terapia com laser de CO2 - Ácido tricloroacético (ATA) tópico - Recorrem frequentemente Milio Cisto epidérmico minúsculo causado por obstrução das unidades pilossebáceas ou ductos sebáceos, geralmente são múltiplos Apresentação: pápulas brancas e firmes de 1-2 mm de diâmetro Mais frequentes na face Surgem em todas as idades mas são mais comuns acima dos 40 anos e em recém nascidos O desenvolvimento pode ser espontâneo ou secundário à cicatrização devido à queimaduras de segundo grau, doenças bolhosas, dermoabrasão ou rejuvenescimento ablativo a laser Pode ser tratada por razões cosméticas com uso de retinóides tópicos por várias semanas ou incisão da epiderme e expressão do conteúdo Siringoma Tumor benigno das glândulas sudoríparas écrinas Geralmente são lesões múltiplas Apresentação: pápula cor da pele com 2-4 mm de diâmetro Mais frequentes na região periorbital Tratamento: exérese ou eletrocoagulação ● Siringomas eruptivos Siringomas múltiplos de aparecimento rápido Em crianças ou no adulto jovem Mais comum na região anterior do pescoço, tórax, ombros, abdome e áreas genitais Podem estar associadas à síndrome de Down, uso de antiepilépticos e hipertireoidismo Hiperplasia sebácea Aumento do tamanho das glândulas sebáceas, geralmente múltiplas Apresentação: pápula umbilicada de 2-6 mm cor da pele ou amarelada ou acastanhada. Presença de telangiectasia na dermatoscopia. Mais frequentes na testa, nariz e bochechas Mais comum em indivíduos mais velhos Diagnóstico: dermatoscopia e exame anatomopatológico Tratamento indicado por razões cosméticas: eletrocoagulação ou laser, crioterapia, "shaving", isotretinoína oral
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