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Aula 04 - Identificação Gráfica

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27/07/2021 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230234ABBF19DC2C871057D5F6153FE93C051DDA5ED2520A6618A0734D69FBBC… 1/16
Perícia Forense -
Documentoscopia
Aula 04 - Identi�cação Grá�ca
INTRODUÇÃO
O que fazer quando se tem à mão um documento que sofreu a ação de um falsário? No qual se sabe que a assinatura
não é idônea. Com proceder? Como será feita a comparação com uma assinatura idônea?
Nesta aula, aprofundaremos o conceito de autenticidade e autoria grá�ca. Será abordada a diferença entre ambas,
embora possa ocorrer simultaneamente.
Também serão vistas as características dos diversos tipos de escritas: naturais, disfarçadas, imitadas, bem como
falaremos, suscintamente, de situações onde o escrita é produzida com a concorrência de uma segunda pessoa.
27/07/2021 Disciplina Portal
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Finalizaremos nossa aula tratando dos problemas da documentoscopia, tais como a determinação da idade do
documento, o cruzamento de traços, as letras de forma e os algarismos e as montagens, cujas situações desa�am o
perito, demandando mais esforço dele.
OBJETIVOS
Distinguir autoria e autenticidade grá�ca;
Distinguir as escritas naturais, disfarçadas e imitadas;
Identi�car os problemas da documentoscopia.
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IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
A autoria grá�ca
A Grafotécnica objetiva determinar a autenticidade e a autoria grá�ca de determinado lançamento.
É extremamente importante compreender a diferença entre ambas:
Atenção
, O mesmo se aplica aos documentos. Se determinado documento foi produzido por órgão ou pessoa que não detém
competência para tal, então o documento não é autêntico, é fraude. Caberá ao perito buscar, através dos exames, o autor do
documento inidôneo, determinando assim, sua autoria.
Evidentemente, excetua-se a pessoa competente para a produção da escrita ou do órgão competente para a emissão do
documento, pois, neste caso, não se trata de fraude, mas de escrita ou documento autêntico.
Fonte:
A autenticidade de uma escrita está relacionada a uma só pessoa, aquela que deveria lançar tal escrita, a pessoa
que tinha a competência no lançamento de tal escrita.
Já quando buscamos a autoria de determinada escrita, o que se quer determinar é quem foi o autor de dessa escrita,
independentemente do autor ter ou não a competência para produzir a escrita. Se esta escrita foi lançada por quem
não detinha competência para tal, então a escrita é produto de fraude. Logo, o que se busca é o autor da fraude.
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Assim, ao se estabelecer que determinado documento ou gra�smo (assinatura,
texto manuscrito) são autênticos ou idôneos, �ca estabelecida também a autoria
desse documento ou gra�smo, ou seja, a pessoa ou o órgão competente são os
autores da escrita ou documento, respectivamente.
Daí, decorre o fato de que, quando, no estudo da autenticidade, se conclui que a
escrita é autêntica, isenta de fraude, não há mais razão de se prosseguir na
busca pela determinação da autoria, uma vez que tal autoria já é conhecida.
Com relação aos métodos utilizados nos exames periciais, quando se analisa a autenticidade de determinada escrita, o
perito deverá voltar sua atenção para os hábitos grá�cos da suposta vítima (ou da pessoa competente para produzir a
escrita) e veri�car, por comparações, se são convergentes com as características da escrita sobre a qual recai a
suspeição. Para isso, a vítima deverá fornecer seu padrão grá�co.
Tais comparações são necessárias, uma vez que o falsário, durante a produção de uma escrita fraudulenta, busca
reproduzir os hábitos grá�cos da vítima ao mesmo tempo em que se reveste de cuidados para não introduzir seus
próprios hábitos grá�cos na peça fraudulenta.
Já, quando se busca a autoria, o perito deverá encontrar, na escrita analisada, hábitos, traços, modismos,
características ou outros elementos grá�cos em quantidade e qualidade su�cientes que permitam identi�car o suspeito
de ter produzido a falsi�cação, que, evidentemente, terá em sua gra�a, os mesmos elementos, traços, modismos ou
hábitos encontrados na escrita falsi�cada.
Atenção
, Assim, só há de se prosseguir em determinar autoria grá�ca de um lançamento, depois de ter resolvida a questão da
autenticidade do referido lançamento, ou seja, depois de ter concluído se a escrita é autêntica ou não (que neste caso, não será).
Quando da realização de um exame grafotécnico, forem observadas semelhanças importantes nos elementos grá�cos,
porém não em número su�ciente para atribuir a autoria à algum suspeito de forma categórica, mas apenas mera
probabilidade de que o suspeito seja o autor, estamos diante da �liação grá�ca.
Entretanto, há falsi�cações que não permitem a �xação da autoria, como as que são feitas por decalque (glossário)
direto e indireto. O resultado deste processo é mero desenho e não registra as peculiaridades grá�cas do punho do
falsário, impossibilitando a prova de autoria.
Atenção
, É importante pontuar que o perito deverá dispor dos Padrões Grá�cos dos suspeitos de terem produzido a escrita fraudulenta
(escrita questionada) a �m de possibilitar a comparação entre a gra�a de cada suspeito e a escrita fraudada.
Cabe ressaltar que é responsabilidade da autoridade que solicita este tipo de exame o encaminhamento ao perito das
pessoas suspeitas, cujas escritas serão analisadas, ou no caso em que não houver possibilidade de encaminhar tais
pessoas ao perito, cabe a essa autoridade solicitante do exame pericial, o encaminhamento da gra�a de tais pessoas
suspeitas a �m de possibilitar a realização do exame.
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ESCRITAS NATURAIS, DISFARÇADAS E IMITADAS
No exame pericial tendente à determinação da autoria, o examinador poderá se defrontar com escritas de três tipos:
naturais, disfarçadas e imitadas.
Naturais
São as escritas produzidas sem qualquer interferência direta da vontade do escritor visando
modi�car o gesto grá�co.
Os gra�smos naturais podem ser divididos em subcategorias:
• Normais: gra�smos lançados espontaneamente, sem qualquer tipo de perturbação;
• Acidental: gra�smo que sofreram modi�cações decorrentes de causas passageiras, tais
como, frio ou calor, emoção, intoxicações, embriaguez etc.;
• Patológicas: gra�smo que sofreram modi�cações decorrentes de causas permanentes.
O exame das escritas naturais não oferece di�culdades, pois, nas duas peças, a saber, no
documento que contém os padrões do suspeito e os documentos onde há fraude (documento
questionado), estarão presentes as características genéticas do punho escritor.
As escritas naturais podem ocorrer nas falsi�cações sem imitação, quando o falsário, com seu
próprio gra�smo, registra o nome de terceiros. A única hipótese em que não será possível um
pronunciamento de�nitivo, por parte do perito, será a da exiguidade da escrita questionada, ou
seja, quando não se tem disponíveis escritos em quantidade su�ciente que permitam uma
análise segura.
Disfarçadas
São escritos onde o autor (escritor) procura não deixar transparecer seus característicos
grá�cos com o intuito de ocultar o seu gra�smo natural.
Nestes casos, o técnico ou perito não pode considerar as diferenças entre os dois textos,
Padrão e Questionado, como indicativo de autorias distintas.
Na comparação entre dois textos, ou duas escritas, apesar da existência de diferenças em seus
gra�smos, se forem observadas uma quantidade signi�cativa de elementos característicos
concordantes (ou semelhantes), então o perito concluíra pela identidade grá�ca entreeles, ou
seja, que tais escritos são de mesma autoria. Caso contrário, deve o perito se abster de
estabelecer a autoria.
Neste tipo de exame, a atenção do perito deverá se voltar para a gênese grá�ca, ou seja, a
movimentação do punho na confecção dos caracteres (das formas registradas), ao passo que
as diferenças formais serão desprezadas.
Será necessário proceder a um estudo mais aprofundado a �m de se evitar que diferenças
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entre as gra�as — questionada e padrão — não sejam interpretadas como elementos em
oposição, levando o perito a concluir, erroneamente, pela negativa de autoria, ou seja, que a
autoria entre os textos Padrão e Questionado são de pessoas distintas.
Os padrões de confronto, neste gênero de perícia, deverão ser abundantes, para dar
oportunidade ao suspeito de registrar peculiaridades grá�cas de seu punho.
Imitadas
São aquelas em que o autor, fugindo do seu gra�smo habitual, imita a forma grá�ca de
terceiros. Como os elementos objetivos podem ser imitados, a forma grá�ca (o desenho) da
assinatura alheia será passível de reprodução. Entretanto, a gênese (o movimento do punho)
não é passível de reprodução.
Assim, haverá semelhanças entre os elementos gerais presentes nos lançamentos
questionados e padrões. Porém, por in�uência da gênese, o fraudador, ao produzir a cópia, em
sua tentativa de imitação, o fará de forma lenta, ocasionando que os lançamentos
questionados tenham menor velocidade, maior número de momentos grá�cos e paradas
anormais com subsequente retomada do traço, quando comparadas com os escritos padrões,
que servirão de modelo.
Podemos acrescentar que, na apreciação das escritas imitadas, a �m de se terminar sua
autoria, deve ser levado em conta também a qualidade do traçado e dos elementos
característicos de ordem geral, tais como ritmo, dinamismo, andamento, proporções,
espaçamentos, valores angulares e curvilíneos.
Outras situações ainda podem ocorrer:
Escrita à mão guiada
Quando duas pessoas executam, conjuntamente, a mesma assinatura. Uma pessoa é a guia; o outra, a guiada. 
São subdivididos em quatro categorias:
Escrita à mão forçada
Ocorre quando houver desigualdade de força do guia sobre a pessoa guiada, ou seja, na
produção da escrita, o guia impõe sua força à pessoa guiada.
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A escrita se apresenta com borrões, arranhaduras, arrastamentos da pena, dentre outras
perturbações e contém somente as características grá�cas do guia.
Escrita à mão apoiada
Neste caso, o guia não interfere na escrita da pessoa guiada, servindo-lhe apenas de apoio.
Consequentemente, as características grá�cas da pessoa guiada estarão presentes na escrita.
Escrita à mão guiada propriamente dita
Ocorre quando a colaboração entre guia e guiado produzir movimentos com mais ênfase
quando suas vontades forem coincidentes ou concordes.
De igual forma, quando as vontades do guia e guiado forem divergentes, procurando cada um
executar o movimento a seu modo, ocorrerá quebras bruscas de movimento e traçados
descendentes mais alongados que os usuais.
Escrita à inerte
Ocorre quando é nula a colaboração do guiado. Assim como na mão forçada, a escrita re�etirá
somente as características grá�cas do guia.
PROBLEMAS EM DOCUMENTOSCOPIA
São aqueles que desa�am a competência dos peritos, apesar do progresso da técnica e da evolução do aparelhamento
técnico e, que, na maioria das vezes, �cam insolúveis:
• Determinar a idade do documento;
• Estabelecer a prioridade de dois lançamentos com base no cruzamento de traços, ou seja, quando dois traços se
cruzam, qual deles sobrepõe o outro;
• Letras de fôrmas e algarismos; e
• As montagens.
Determinar a idade do documento
A generalização dos instrumentos escritores do tipo esferográ�co trouxe di�culdades
adicionais a este tipo de exame.
A �m de se evitar erros, especial atenção deve ser dada aos anacronismos presentes no
documento, uma vez que tais anacronismos podem provar que o documento não foi elaborado
na data �gurada. 
Muitas vezes, o falsário elabora um documento com data bastante recuada e comete sérios
deslizes, como �gurar o dia de reconhecimento de �rma, obtido por meios escusos, uma data
que corresponde a um feriado ou domingo.
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O falsário também pode cometer o erro de redigir o texto utilizando regras ortográ�cas que
não estavam em vigência na data �gurada no documento.
Há de se atentar também para o instrumento escrevente ou a tinta utilizada na falsi�cação,
haja vista a possibilidade de tais recursos não estarem disponíveis na data indicada no
documento. 
Esta recomendação é extremamente importante pois, às vezes, é questionado ao perito a idade
da tinta presente em determinado documento. E tais dúvidas podem ser sanadas bastando
que se saiba se aquela tinta estava disponível na data indicada no mesmo.
Estabelecer a prioridade de dois lançamentos com base no cruzamento de traços, ou seja,
quando dois traços se cruzam, qual deles sobrepõe o outro
Os cruzamentos de traços acarretam di�culdades adicionais, uma vez que devemos considerar
o tipo de cruzamento em questão: 
• cruzamento de traço de tinta com outro traço de tinta, estando os primeiros ainda úmidos ou
já totalmente secos;
• cruzamento de tintas de cores diferentes;
• cruzamento de traço de tinta com traço de esferográ�ca; 
• cruzamento de traço de esferográ�cas entre si, de impressões datilografadas entre si, de
traçados feitos com instrumentos esferográ�cos com impressões produzidas por carimbos
etc.
Edmond Locard advertiu, no séc. XIX, que quando dois traços se cruzam, o feito com tinta mais
escura do que o outro, sempre parece estar sobre ele, mesmo que a sucessão dos lançamentos
tenha sido oposta.
Em certa época, em algumas circunstâncias, a determinação da prioridade dos lançamentos,
era possível até um ponto — quando eram usadas canetas com penas metálicas de farpas
�exíveis e tinta aquosa. Com o aparecimento das canetas esferográ�cas e das penas rígidas, a
determinação da prioridade dos lançamentos, na maioria dos casos, é impossível.
Atenção deve ser dada ao traço que sofreu maior perturbação, pois pode ser um indicativo da
ordem de realização do traçado, embora seja extremamente fraco e inseguro. 
Outra maneira mais e�ciente de se determinar a sequência da confecção dos traçados, quando
há cruzamento entre eles, é o emprego do microscópio eletrônico.
Letras de fôrmas e algarismos
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Fonte da imagem: acervo pessoal
As letras imitativas às de imprensa, vulgarmente chamadas letras de fôrma, oferecem
obstáculos para a prova de legitimidade ou autoria grá�ca.
A razão desta di�culdade é que as letras de forma, com ressalva para as letras de engenheiros
e desenhistas, não são o tipo de gra�a habitual da maioria dos escritores, e por isso, não
reproduzem o hábito grá�co automatizado, bem como não registram, de maneira inequívoca,
as características grá�cas do punho do escritor.
Por serem lançamentos isolados, não havendo interligação entre caracteres, difícil se torna o
estudo da movimentação do punho, uma vez que os lançamentos sincopados, ou seja,
lançamentos sem ligações, ocupam um campo grá�co muito exíguo, o que torna o exame
ainda mais árduo (a identi�cação é letra por letra).
Nestas situações, o estudo será voltado para cada caso especí�co.
Os padrões a serem colhidos serão também em letra de forma a �m de que a comparação seja
possível, e esta é outra grande di�culdade neste tipo de exame.
A utilizaçãode padrões em escrita cursiva para serem comparados com as letras de forma
presente, na peça questionada, não é um procedimento seguro. Necessitaria de farto material
a ser utilizado como padrão de confronto, no qual teriam iniciais em maiúsculas, e mesmo
assim, com grande di�culdade de se estabelecer a autoria, conduzindo, se possível, à �liação
grá�ca.
Cabe ressaltar que, se os textos questionados forem produzidos com penas metálicas de dois
bicos, então os hábitos de sulcagem talvez possam ser estudados, bem como outros
elementos característicos, tais como:
• ataques e remates, 
• presença de rebarbas e meniscos, 
• pingo do i,
• sinais de pontuação e algarismos.
A utilização de letras de forma é muito comum nos disfarces presentes em cartas anônimas.
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Circunstâncias a serem apreciadas no exame das letras de forma
• Pressão nos vários gramas das letras; 
• O hábito de pingar o “i” maiúsculo ou de omitir esse sinal do minúsculo;
• A posição do terceiro grama da letra “a”; 
• O tamanho e a localização do corte do “t”;
• A diferença de calibre dos gramas que integram as letras “b” e “r” ou “e”;
• O alinhamento grá�co do texto;
• Os espaçamentos entre os caracteres e entre os vocábulos; e 
• A existência de erros gramaticais e ortográ�cos.
Observações
Quando a letra de forma constitui o gra�smo habitual do escritor, pode haver interligações
entre os vários grupos de caracteres, assim a gra�a é individualizada facilitando seu exame.
O mesmo ocorre quando, por modismo, o escritor introduz interligações entre os algarismos e
as letras, como pode ser visto no exemplo abaixo:
Fonte da imagem: acervo pessoal
Os algarismos são também lançamentos sincopados e tomam um campo grá�co muito exíguo
para registrar as características do punho que os exarou.
No registro de “zeros” consecutivos, os modismos se apresentam com mais frequência,
quando por exemplo, ocorre ligações dos “zeros” no topo, ou vão diminuindo seu calibre
(gladiolagem):
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Fonte da imagem: acervo pessoal
Montagens
O aparecimento dos processos de reprodução (“xerox”) deu margem ao surgimento de uma
nova fraude documental: a montagem.
A montagem se dá da seguinte maneira: O falsário possui um documento subscrito com uma
assinatura legítima, que pode até estar reconhecida por um cartório de notas, o que é
importante, porque dá cunho de legitimidade à assinatura.
Depois, retira parte do suporte contendo esses lançamentos, prepara o novo texto em seu
benefício, cola a parte tirada do documento verdadeiro e tira cópia “xerox” (por haver diferença
de nível na parte acrescida em relação ao suporte).
O vestígio da montagem é removido com a aplicação de uma borracha. Na nova cópia, se
ainda houver vestígio, este é novamente apagado. Outras cópias são feitas até que os indícios
de falsidade não apareçam.
De uso amplamente generalizado, daí sua importância, a reprodução xerográ�ca ou
reprográ�ca, ou ainda xerogra�a ou reprogra�a, trata-se de um processo de reprodução de
documentos através da utilização de máquinas fotocopiadoras.
O termo xerox, na verdade é o nome da fabricante do equipamento, mas que hoje generalizou
para designar o processo copiativo.
De modo geral, não é recomendável a realização de exames em documentos produzidos
através de xerogra�as desacompanhadas do documento original, do qual se fez a cópia.
Tal cuidado se faz necessário, pois, nas cópias xerografadas, numerosos são os elementos
úteis à identi�cação que se perdem, como por exemplo, pode ocorrer de o documento
xerografado ser uma cópia de outras cópias, efetuadas em máquinas de modelos diferentes.
Estas por sua vez, nos modelos mais modernos, apresentam recursos so�sticados e grande
variedade de funções preestabelecidas, tais como “redução/ampliação” e “qualidade de cópia”.
Acrescente-se ainda o fato de que os documentos copiados estarem sujeitos a várias
modalidades de fraudes documentais, tais como:
• transplantes de assinatura ou mesmo de textos, 
• alterações subtrativas ou aditivas, 
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• rasuras, 
• vestígios de lavagem química e
• vestígios de decalque (foulage).
Existe também a possibilidade de que as sujidades presentes na lente da copiadora, onde o
suporte original encontra-se depositado, causem imperfeições que mascaram o produto �nal
do processo xerográ�co, devido à impressão de tais sujidades no documento fotocopiado,
acrescentando pontos e traços, fazendo com que o produto �nal do processo se apresente
sujo ou manchado por elementos não presentes no original.
Exemplo de xerogra�a ou reprogra�a:
Fonte da imagem: acervo pessoal
Nas cópias xerográ�cas, é possível observar a presença de vários pontos, e às vezes, alguns
riscos produzidos pela impressora. Tais pontos são próprios deste processo de impressão e
evidenciam suas limitações.
Exemplo de montagem utilizando fotogra�a:
Fonte da imagem: acervo pessoal
O falsário sobrepôs sua fotogra�a sobre a da vítima. A utilização de luz emergente possibilitou
a visualização de ambas as fotogra�as.
Resumindo
• Toda cópia “xerox”, antes de ser examinada, deve ser conferida com o seu original;
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• Segundo as normas de perícia, o exame só pode ser feito nos originais dos documentos, salvo
raras exceções;
• Caso seja indispensável a realização da perícia, na cópia, o examinador deve ter a cautela de
condicionar a exatidão da solução de seu exame ao confronto da cópia com o original.
EXERCÍCIOS
Questão 1: No exame pericial para a determinação de autoria, um dos tipos de gra�smo que o examinador poderá se
defrontar é:
Mecanografada
Disfarçada
Transplantada
Dissimulada
N.D.A.
Justi�cativa
Questão 2: Problemas em documentoscopia são questões que trazem consigo, à análise pericial, desa�os, na maioria
das vezes, insolúveis. Dentre esses problemas documentocópios, podem ser citadas:
As montagens
As negativas de autenticidade
As falsi�cações ideológicas
Se houve rasuras, e consequentemente, falsi�cações no documento
As alterações documentais
Justi�cativa
Questão 3: A veri�cação da coerência entre as regras ortográ�cas utilizadas em determinado texto e a data que consta
no referido texto, como a data de sua produção, é uma técnica para veri�car:
Se houve falsi�cação ideológica.
Se houve simulação de falso.
Se houve rasuras na data do documento.
A correta idade do documento.
N.D.A.
Justi�cativa
Questão 4: São escritas onde o autor busca, fugindo do seu gra�smo habitual, imitar a forma grá�ca de terceiros:
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Simulações de falso
Negativas de autenticidade
Disfarçadas
Découpage
Imitadas
Justi�cativa
ATIVIDADE
Considere as seguintes situações:
Caso I
É enviado a um perito, a �m de se veri�car a possível ocorrência de fraude, um diploma de uma renomada Instituição
de Ensino Superior. Após a análise, o perito veri�ca as seguintes situações:
O diploma foi realmente emitido pela referida instituição;
A pessoa, cujo nome consta no diploma como reitor, exerceu esta função na data indicada;
A assinatura não é de autoria do reitor, mas uma falsi�cação.
Caso II
Um cheque é enviado ao Centro de Criminalística a �m de ser veri�cada a alegada existência de fraude. Após uma
cuidadosa análise, o perito responsável pelo caso chega à seguinte conclusão:
O cheque foi realmente emitido pelobanco nele indicado;
A assinatura, nele presente, é do titular do cheque;
O valor pecuniário, nele indicado, não corresponde ao valor originalmente preenchido, tendo sido alterado, sofrendo um
acréscimo. Tal veri�cação vai ao encontro das alegações do titular do cheque. 
De posse dos dados acima, faça uma explanação a respeito da autenticidade dos documentos nos dois casos.
Resposta Correta
27/07/2021 Disciplina Portal
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Glossário
DECALQUE
Ação de decalcar, de transferir uma imagem, desenho ou pintura, para outra superfície por pressão ou cópia. Imagem transferida
por essa ação: “o decalque �cou bom na camiseta”.
GESTO GRÁFICO
Movimentos executados pelo punho humano na �xação de suas ideias, resultando na produção dos gra�smos, que nada mais são
do que lançamentos manuscritos, ou seja, textos e inscrições grafadas manualmente.
GÊNESE GRÁFICA
Movimentação do punho na confecção dos caracteres (das formas grá�cas)
FORMA GRÁFICA
O desenho dos caracteres, resultantes do gesto, da movimentação do punho escritor.
MOMENTOS GRÁFICOS
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Número de interrupções presentes, no traçado resultante do ato de levantar o instrumento escritor do papel, ao escrever. Perda
do contato entre o instrumento escritor e o papel durante o ato de escrever.
ANACRONISMOS
Erro que consiste em atribuir os costumes de uma época a outra.
EDMOND LOCARD
(13/12/1877 a 04/05/1966): Pioneiro da Ciência Forense, formulou o seu princípio básico: "Todo contato deixa uma marca", que
�cou conhecido como o Princípio de Troca de Locard. Fonte: wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmond_Locard)
MENISCOS
Marcas deixadas no papel pelo instrumento escritor nos ângulos agudos ou curvas muito fechadas dos traçados.
REBARBAS
São franjas espessas e onduladas presentes na borda inferior dos traços em razão da baixa posição da pena.
GRAMA
Outro nome dado ao traço.
CALIBRE
Diz respeito à altura das minúsculas não passantes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmond_Locard

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