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Aneurisma de Aorta - Resumo

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Dallianny Martins – Turma XIV – Medicina 
Aneurisma: Dilatação permanente, localizada, ou seja, focal de uma artéria, tendo pelo menos 
50% de aumento se comparado ao diâmetro normal. Depende de idade, sexo, porte físico, etc. O 
diâmetro médio da aorta é de 1,5 cm, então, por exemplo, uma dilatação a partir de 3 cm é 
considerada aneurisma. 
 
Arteriomegalia: É quando existe um aumento difuso de todo o segmento, ou seja, está dilatado 
como um todo e não em um local específico. O alargamento é de pelo menos 50% do diâmetro. Ex: 
Arteriomegalia da femoral comum, femoral superficial, etc. 
 
Ectasia: É todo aumento ou dilatação de algum segmento da aorta ou de algum outro vaso em 
menos de 50% do diâmetro. Por exemplo, dilatação de 2,5 cm da aorta (considerando o valor 
normal de 1,5 cm). 
 
Os aneurismas podem ser isolados ou múltiplos. Um paciente com aneurisma de poplítea tem 
cerca de 70% de chance de ter aneurisma na poplítea contralateral e 50% de chance de ter 
aneurisma de aorta abdominal. Com isso, se um aneurisma de poplítea for encontrado, é 
necessário investigar outros sítios. 
 
Fisiopatologia 
 
Deriva do próprio enfraquecimento da parede: lesão da musculatura lisa devido à hipertensão e 
tabagismo através de metaloproteinases. Tem em comum vários fatores de risco com a doença 
aterosclerótica, mas não é a aterosclerose em si que leva ao aneurisma. 
 
Podem ser verdadeiros ou falsos (pseudoaneurismas). O aneurisma verdadeiro contém todas as 
camadas da parede arterial normal (íntima, média e adventícia). O falso ou pseudoaneurisma 
não possui todas as paredes e ocorre por uma falha ou trauma da parede endotelial, formando 
uma cápsula fibrótica. Tem que tratar pois rompe fácil. Ex: Puncionou a parede da artéria e não 
comprimiu, vai sangrar pelo local do furo, com isso, o próprio 
tecido adjacente vai conter o sangramento e formar uma capa 
fibrótica (pseudoaneurisma). Diferencia pela clínica, pacientes 
que sofreram trauma ou realizaram algum procedimento sobre a 
artéria normalmente vão apresentar o falso aneurisma. 
 
Quanto a forma: Sacular: São os que desenvolvem para um lado 
da artéria, como um divertículo, fazendo continuidade com a luz 
vascular por um colo de tamanho variável. Fusiforme: Resultam 
de uma dilatação difusa do segmento arterial em todas as 
direções. 
 
Localização 
 
Aneurisma Torácico: envolve a aorta torácica; 
Aneurisma Toracoabdominal: vem da aorta torácica e acomete os ramos viscerais (tronco celíaco, 
mesentérica, etc.); 
Aneurisma Abdominal: acomete a região infra-renal (pode acometer as renais, mas acima disso 
é considerado toracoabdominal). 
 
Etiologia 
 
Processo intrínseco da parede das artérias. Geralmente tem atividade enzimática (elastase, 
colagenase, metaloproteinases) estimulada pelo tabagismo ou por lesão direta devido à 
hipertensão. Lesiona as fibras musculares e causa flacidez da parede arterial. Então os dois 
principais fatores de risco são hipertensão arterial e tabagismo. Tem também os aneurismas 
infecciosos (micóticos), endocardite bacteriana, sífilis, tuberculose, inflamatórios, traumáticos e 
congênitos. Diabetes é considerado fator protetor para ruptura. 
2 
 
 
Quadro Clínico 
 
O diagnóstico é difícil, 70-75% são assintomáticos. Na maioria das vezes é feito através dos 
achados incidentais. Por exemplo, o paciente foi fazer USG para investigar colelitíase e descobre o 
aneurisma. 
 
Sintomas: dor abdominal vaga, dor na região lombar (erosão das vértebras ou ruptura do 
aneurisma), rouquidão (compressão do nervo laríngeo recorrente), disfagia, dispneia e tosse. Na 
região abdominal os sintomas são mais difíceis de aparecer, pois é uma cavidade bastante elástica. 
Na maioria das vezes a palpação é indolor, a não ser que o aneurisma seja inflamatório. Outros 
sintomas podem depender da compressão de órgãos adjacentes: Compressão ureteral 
(hidronefrose), compressão duodenal (náusea e vômito), compressão de veia cava inferior. Pode 
ainda ter sintomas de isquemia periférica por trombose ou embolia periférica. 
 
Sinal de Debakey: É positivo quando não se consegue, pela palpação, delimitar o aneurisma até 
o rebordo costal. Provavelmente o aneurisma é toracoabdominal e está acometendo os ramos 
viscerais (tronco celíaco, mesentérica, etc). 
 
Obs: O fluxo normal da aorta é laminar, porém, em casos de grandes aneurismas (principalmente), 
o fluxo fica turbilhonar na região próxima a parede, criando uma zona de estase, com isso, 
aumenta o risco de formar trombo (pode ser auxiliado pelo processo aterosclerótico). 
 
Diagnóstico 
 
Na maioria das vezes é incidental. No caso de suspeita, solicitar exames de imagem: 
 
USG de abdome com doppler: Utilizado principalmente para rastreio. Todo paciente acima de 60 
anos com fatores de risco relacionados ao aneurisma (HAS e tabagismo) ou com história familiar 
presente merece o rastreio. É um exame não invasivo e barato. Não é muito preciso, se for 
confirmado uma dilatação de aorta, é mandatório solicitar uma angiotomografia com contraste 
(é o exame mais utilizado para o seguimento); 
 
Arteriografia: É invasivo, praticamente só é utilizado quando se vai fazer correção endovascular. 
Não consegue definir o diâmetro pois só vê a luz do vaso, então, se tiver trombo, o aneurisma não 
vai ser identificado. 
 
Tomografia Contrastada: Melhor exame, é padrão ouro. Determina o diâmetro e a extensão do 
aneurisma, identifica complicações como ruptura e avalia o comprometimento de ramos viscerais. 
O planejamento terapêutico é feito a partir da TC (tamanho da prótese e ramos que serão utilizados 
para se fazer a correção). 
 
Angiorressonâcia magnética: Não é muito utilizada pois é mais cara e de difícil acesso. 
 
Complicações 
 
As principais complicações são ruptura e embolização distal ou visceral. Outras complicações: 
erosão das vértebras lombares, disfagia, fistulas, sintomas gastrintestinais, tosse e rouquidão. 
 
 
 Presente em 25 a 30% dos casos. 
 
 
 
Fatores de risco para ruptura: Diâmetro (quanto maior, maior a chance de romper), DPOC, 
hipertensão, tabagismo, sexo feminino, história familiar e bolhas na parede 
 
Em alguns pacientes, o aneurisma pode complicar e romper, já em outros ele nunca rompe. O 
principal fator relacionado à ruptura é o tamanho: 
Tríade de Ruptura 
Dor lombar ou abdominal 
Hipotensão 
Massa palpável 
3 
 
 
< 4 cm: risco de 1% de ruptura 
4 a 4,9 cm: risco de 2% de ruptura 
> 5 cm: risco de 20% de ruptura 
> 7 cm: risco de 32% de ruptura 
 
Em aneurismas < 5 cm, a cirurgia não é indicada, deve-se fazer o acompanhamento. Via de regra, 
aneurismas a partir de 5 cm devem ser tratados. Porém, isso é específico e varia de acordo com a 
localização do aneurisma, do sexo do paciente, etc. 
 
Tratamento Clínico 
 
Iniciar a partir da identificação do aneurisma, independentemente do tamanho. Cessar o 
tabagismo, controlar pressão arterial (o uso de betabloqueador diminui a pressão e 
consequentemente a tensão na parede da artéria), tratar dislipidemia. Pode ainda fazer uso de AAS 
e estatina (tratar doença aterosclerótica). Para acompanhamento, realizar tomografia ou USG (se 
o aneurisma não estiver crescendo) a cada 6 meses. 
 
Tratamento cirúrgico 
 
Indicações: 
 
→ Todo paciente sintomático, independente do diâmetro do aneurisma. 
 
→ Assintomáticos: 
▪ Aneurisma na aorta torácica > 6 cm; 
▪ Aneurisma toracoabdominal > 5,5 cm; 
▪ Aneurisma abdominal: > 5,5 cm (homens) e > 5 cm (mulheres). 
 
→ Se o aneurisma estiver crescendo rapidamente (> 0,5 cm em 6 meses). 
 
Técnica da cirurgia aberta: Heparinização prévia → clampeamento proximal e distal da aorta → 
abertura da parede da aorta e retirada dos trombos → fixação de uma prótese (de dacron) no local 
→ fechamento do aneurisma, utilizando a parede como proteção. 
 
Após o implante da prótese, o paciente vai fazer uso de AAS por toda vida. A cirurgia aberta é 
melhor e mais indicada em jovens (garante uma sobrevida maior), pois, com o tempo, o tamanhoda artéria pode aumentar e a prótese feita por método endovascular não vai se manter fixa no 
local.

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