Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A doença tem distribuição mundial. A morbidade geralmente é baixa, mas pode ocorrer surtos com morbidade alta. A letalidade é baixa e quando ocorre é devido ao enfraquecimento do animal pela presença de de papilomas ou de miíases que aparecem quando os papilomas são extirpados por traumatismos. A transmissão ocorre por contato direto com animais infectados através de abrasões da pele, vetores mecânicos ou por fômites contaminados. Andriely de Almeida Pereira Etiologia e Patogenia Enfermidade transmissível da pele e mucosas caracterizada pelo crescimento excessivo das células basais, formando tumores conhecidos como “verrugas”. Causado pelo Papillomavirus. O vírus infecta o animal através da solução de continuidade da pele e se replica nas células basais do epitélio, provocando crescimento excessivo dessas células, formando as verrugas. Epidemiologia Sinais Clínicos e Patologia Os papilomas são encontrados na cabeça, pescoço, ventre, dorso, úbere, mucosa do trato digestivo ou generalizados. Papilomas cutâneos (forma de couve-flor, e filamentosos). Os papilomas digestivos ocorrem, na mucosa do palato, língua, esôfago e faringe. Os papilomas da glândula mamária interferem na ordenha. Os fibropapilomas de pênis ou vulva,, interferem na reprodução. Os papilomas podem persistir até 5-6 meses. Microscopicamente, os papilomas apresentam tecido conjuntivo e hiperplasia do epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Diagnóstico É feito clinicamente pois as alterações são características. Pode ser feita biopsia para observar as características microscópicas em cortes histológicos ou para observação das partículas virais por microscopia eletrônica. Porém, essas técnicas não são utilizadas como rotina. Controle e Profilaxia O tratamento mais utilizado são as vacinas autógenas. A cura depende da preparação da vacina, do estágio de evolução da enfermidade e do tipo do papiloma envolvido. Outros tipos de tratamento são a extirpação cirúrgica de alguns ou de todos os papilomas, tratamentos medicamentosos locais ou sistêmicos com diversos produtos. Papilomatose Bovina A enfermidade tem distribuição mundial e está presente em todos os países que exploram economicamente o gado bovino e ovino, entretanto, a frequência maior da dermatofilose tem sido relatada em zonas subtropicais da América do Sul. Os reservatórios são os próprios animais enfermos e a transmissão pode ocorrer por contato direto, indireto e através de vetores mecânicos e biológicos. A frequência é maior em bovinos, ovinos e equinos, afetando animais de todas as idades e ambos os sexos. Ocasionalmente, é observada em suínos, caninos, felinos e humanos. Espécies silvestres e animais selvagens mantidos em cativeiro podem, também, ser acometidos pela doença. Andriely de Almeida Pereira Conhecida também como "esteptotricose cutânea dos bovinos" ou "lã de pau dos ovinos", é uma enfermidade infecto-contagiosa que atinge a epiderme. Tem evolução aguda ou crônica e se apresenta em forma de dermatite hiperplástica ou de dermatite exsudativa, caracterizando-se por erupções cutâneas crostosas e escamosas, podendo afetar bovinos, ovinos, equinos, cães e o homem. Causado pela bactéria Dermatophilus congolensis. Fatores estressantes como desmama, carência alimentar, levam ao desequilíbrio das barreiras superficiais de defesa imunológica e inespecíficas quebrando a integridade da pele e permitindo que os zoosporos de D. congolensis invadam o tegumento produzindo dermatite bacteriana. Etiologia e Patogenia Epidemiologia Sinais Clínicos e Patologia Aglutinação dos pelos, alopecia e aparecimento de erupções cutâneas crostosas e escamosas, de aparência circunscrita e bem delimitadas. Nos bovinos (lombo, cernelha). Em ovinos ("lã de pau" ou “lã de madeira”). Nos ovinos (dermatite proliferativa das extremidades ou "strawberry foot-rot" e "rain-rot"). Infecções secundárias, que levam a dificuldade de locomoção e perda de peso, são frequentemente observadas nesta forma clínica de dermatofilose. Em equinos (cabeça: focinho, face e olhos; Lesões nos membros inferiores; pescoço; cernelha; lombo e anca). Diagnóstico O diagnóstico presuntivo é realizado através da epidemiologia, sinais clínicos, e visualização da bactéria na forma filamentosa, em esfregaços. O diagnóstico definitivo é feito através do isolamento e caracterização da bactéria de crostas ou biópsia da lesão. Em bovinos e equinos deve ser realizado o diagnóstico diferencial com dermatofitose e carcinoma epidermóide. Em ovinos deve-se diferenciar de ectima contagioso. Controle e Profilaxia Deve-se realizar o isolamento dos animais enfermos, proceder a desinfecção de materiais e instalações. Em banheiros de imersão, os animais afetados devem ser banhados por último. Em bovinos o controle de carrapatos constitui uma boa medida de controle. Para o tratamento individual de bovinos e equinos são recomendadas aplicações parenterais de tetraciclina. Para ovinos a utilização de penicilina G procaínica. Banhos de imersão ou aspersão com sulfato de zinco ou cobre (ovinos causa manchas na lã). No tratamento de equinos pode ser utilizada a Povidine Degermante em aplicações tópicas com auxílio de uma escova, deixando agir por alguns minutos e imediatamente lavando com água corrente. Dermatofilose A enfermidade tem distribuição mundial sendo comum em regiões de clima tropical e temperado, particularmente em áreas quentes e úmidas. Afeta bovinos, equinos, cães, gatos, suínos, aves, ovinos, humanos e animais silvestres, sendo os animais jovens mais suscetíveis que os adultos. São transmitidos aos hospedeiros suscetíveis através do contato com pelos, pele ou crostas contaminadas. O contato pode ser via transmissão direta com um hospedeiro contaminado, indiretamente através de um fômite contaminado (escova, buçal, guilhotina, etc.) ou pelo ambiente (cama, feno, poeira da baia ou estábulo) onde os conídeos podem manter-se por vários anos desde que o meio se mantenha seco. Andriely de Almeida Pereira Conhecidas como ¨ringworm¨ ou "tinhas" são micoses cutâneas infecto-contagiosas de curso crônico determinadas por dermatófitos, principalmente dos gêneros Microsporum e Trichophyton. Como são queratinofílicos a enfermidade está condicionada ao estrato córneo da pele e anexos, atacando pelos, unhas, cascos, penas e as células queratinizadas da pele. Infectam várias espécies animais inclusive o homem (zoonose). Eles produzem enzimas proteolíticas, que são responsáveis pelas lesões características das enfermidade. A patogenicidade dos fungos é multifatorial e entre os fatores que permitem o estabelecimento de uma micose podem ser citados: termotolerância do fungo; dimorfismo de algumas espécies; propriedades enzimáticas; e mecanismos de fuga às defesas do hospedeiro. Quando as barreiras de defesa superficial encontram-se alterados em consequência de fatores estressantes intrínsecos e/ou extrínsecos os conídios germinam e, invadem a queratina em poucas horas após a sua instalação. A invasão se dá através do folículo piloso, penetrando pela base do pelo, e na sequência invadindo a haste tornando-a frágil, o que resulta em rompimento na superfície da pele. O desenvolvimento do dermatófito na pele e/ou pelo resulta em produção de substâncias tóxicas ou alergênicas que provocam uma reação inflamatória acompanhada por proliferação do estrato córneo, podendo ocorrer queda de pelos, descamação, eritema, supuração e crostas secas. A dermatite de contato biológica, é atribuído o nome "ides", raro em animais de grande porte e frequente no homem e nos pequenos animais. Etiologia e Patogenia Epidemiologia Sinais Clínicos e Patologia Alopecia de bordos regulares, com descamação e formação de crostas de coloração acinzentada retratando fielmente a patogenia da doença. Em bovinos (cabeça, pescoço, tronco, membros e cauda) as crostas são de coloração branca acinzentada, espessas e salientes. Em animais gravemente afetados observa-se emagrecimento e formação de crostas disseminadas por todo o corpo, que aoserem removidas deixam áreas úmidas e hemorrágicas. Em equinos (lombo, garupa e cabeça, dorso e flanco). Nos bovinos e nos equinos não é descrito prurido. As alterações histológicas se caracterizam por dermatite hiperplásica supurativa e foliculite supurativa, com presença de hiperqueratose e acantose da epiderme associadas com microabscessos. Diagnóstico Baseado, nos sinais clínicos, associados ao diagnóstico laboratorial realizado a partir de amostras de crostas e pelos coletados das bordas das lesões. No exame direto, com hidróxido de potássio a 10% (KOH) entre lâmina e lamínula, observa-se a presença de grande quantidade de esporos (artroconídeos) e hifas parasitando os tecidos e pelos. Para o diagnóstico específico o material deve ser semeado em meio seletivo e incubado em estufa bacteriológica (37ºC) por l5- 30 dias para que se possa determinar a espécie de dermatófito envolvida com o problema. Deve-se realizar o diagnóstico diferencial de foliculites e furunculoses causadas por Staphylococcus aureus, dermatofilose, carcinoma de células escamosas e de infecções parasitárias por Demodex equi em equinos. Controle e Profilaxia Isolamento de animais doentes, desinfecção de materiais e instalações devem ser adotadas para evitar a transmissão da enfermidade a animais sadios. O tratamento dos surtos em bovinos na região sul tem sido efetuado com o antifúngico de uso agrícola Captan em banhos de aspersão, demonstrando bons resultados. O uso de Biocid é recomendado para a desinfecção de baias. A desinfecção de baias, estábulos e terneireiras pode ser feita, também, com soda cáustica a 5% e caiação com hidróxido de cálcio. Individualmente, o tratamento pode ser feito topicamente com solução iodada e pomadas ou cremes a base de antimicóticos (griseofulvina e/ou derivados dos azoles) Dermatofitoses Fotossensibilização Hepatógena Afeta bovinos de todas as idades e ocorre, principalmente, no outono e primavera, porém os surtos não são observados todos os anos. A morbidade é de 0,11% -64% e a mortalidade pode chegar a 14%. Os surtos são observados em restolhos (restevas) do ano ou de anos anteriores e a flora de sucessão que invade essas áreas é variável. Andriely de Almeida Pereira O termo fotossensibilização refere-se a acentuação da suscetibilidade das camadas superficiais da pele à luz, pela presença local de agentes fotodinâmicos, os quais apresentam uma configuração química que é capaz de absorver determinados comprimentos de onda da luz ultravioleta. Esses agentes, geralmente, chegam à pele pela circulação, embora alguns sejam absorvidos diretamente pela pele. Podem originar-se externamente, ou podem ser substâncias endógenas, as quais se acumulam em quantidades anormais, em consequência de disfunções metabólicas. Fotossensibilização é classificada de acordo com a origem do agente fotodinâmico em: a) fotossensibilização primaria ou tipo I. cujos agentes fotodinâmicos são exógenos; b) fotossensibilização tipo II, que ocorre em consequência da síntese anormal de pigmentos endógenos, sendo geralmente de origem hereditária; c) fotossensibilização hepatógena ou tipo III, que ocorre pelo acúmulo de filoeritrina, produto de degradação da clorofila, em consequência de lesão hepática que impede sua excreção pela bile. Etiologia e Patogenia Epidemiologia Depressão, anorexia, salivação intensa e severa dermatite, no focinho, ao redor dos olhos, orelhas, virilha, vulva e úbere. Em animais de pele branca ou menos pigmentada há dermatite severa em outras regiões do corpo expostas ao sol. Pode observar-se, também, edema dos membros, conjuntivite e ceratite com corrimento ocular purulento, cegueira, lesões ulcerativas na face ventral da porção livre da língua, pele apresenta-se engrossada, com rachaduras e ulcerações, podendo desprender-se e ocorrer infecções secundárias ou miíases. Os animais morrem em 7-14 dias ou recuperam-se. Macroscopicamente, além das lesões de pele, observam-se edema subcutâneo, icterícia generalizada, fígado aumentado de tamanho e de coloração amarelada e vesícula biliar aumentada de tamanho e edematosa. As alterações histológicas caracterizam-se, por lesões hepáticas com vacuolização e tumefação dos hepatócitos, proliferação de tecido conjuntivo fibroso nos espaços porta, proliferação de células epiteliais dos ductos biliares, necrose individual de hepatócitos. Retenção biliar intracelular, intracanalicular e intraductal é, também, freqüentemente observada. Sinais Clínicos e Patologia Diagnóstico Baseado nos sinais clínicos, patologia macroscópica e histológica e epidemiologia. As áreas onde a doença ocorre devem ser percorridas para a detecção de plantas conhecidas como causadoras de fotossensibilização hepatógena. A contagem de esporos do fungo deve ser feita, principalmente, quando há presença de material vegetal morto em grande quantidade na pastagem. Outras causas de fotossensibilização hepatógena devem ser, também, descartadas como a intoxicação por gramíneas que contém saponinas e causam deposição de cristais birrefringentes nos ductos biliares e nos hepatócitos, e com a intoxicação por algas do género Microcystis. Deve ser feito, também, o diagnóstico diferencial de fotossensibilização primária causada por Ammimajus ou Fmelichia humboltiana nas quais a dermatite é menos severa e não são observadas lesões hepáticas, e de fotossensibilização por agentes fotodinâmicos endógenos que, por ser de origem hereditária, afeta poucos animais da mesma origem familiar. A doença pode ser confundida, também com outras dermatites. Controle e Profilaxia Como se desconhece a etiologia da enfermidade não é possível prever-se a ocorrência dos surtos. Os animais afetados devem ser retirados do local e colocados em áreas com sombra, podendo ser tratados com protetores hepáticos (soro glicosado, compostos a base de metionina, etc.). Nas lesões cutâneas severas pode ser aplicado azul de metileno ou óleo de fígado de tubarão. Nos casos mais graves é importante evitar a ocorrência de infecções secundárias por miiases.
Compartilhar