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Tarsila do Amaral foi uma artista, pintora e desenhista, brasileira que teve grande protagonismo na fase modernista do Brasil. Vem de uma família muito rica de São Paulo e por isso logo cedo já começou seus estudos fora do país, especificamente, em Barcelona, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”. Porém, tempos depois, volta ao Brasil e se casa, resultando na gravidez de sua filha Dulce. Nesses anos, Tarsila conhece Anita Malfatti, no ateliê do Pedro Alexandrino onde fazia aulas de pintura, e que futuramente acabam se aproximando muito e fazendo parte do grupo dos principais modernistas do país. A sua ida para Paris, em 1920, para estudar foi de extrema importância para influenciar a curiosidade pela arte brasileira, onde ela começou a juntar tendências da arte internacional com elementos nacionais mas foi só em 1922, quando voltou ao Brasil, que Anita a apresentou aos modernistas e a partir daí se formou o grupo dos cinco que contava com a participação de Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Tarsila. Um relacionamento com Oswald começou nessa volta para o Brasil e em 1923, eles se encontraram em Paris e foi quando Tarsila começou a estudar o cubismo com o mestre do assunto Fernand Léger e foi para ele que ela mostrou sua obra “A negra” que relembra sua infância, onde convivia com essas mulheres que eram geralmente filhas de escravos e que tomavam conta das crianças. Essa obra teve grande importância na carreira de Tarsila pois foi com ela que a artista entrou para história do modernismo brasileiro. No ano seguinte, Tarsila entra em uma viagem para redescobrir as particularidades do Brasil e é a partir da aí que surge a fase do movimento Pau-Brasil, quando Oswald publica o livro de mesmo nome com toda ilustração feita por Tarsila do Amaral, que era cheio de cores e elementos bem tropicais e principalmente brasileiros como a fauna, a flora, o folclore e paisagens rurais e urbanas presentes no país. As obras que marcam esse momento são “Carnaval em Madureira”, “Morro da Favela”, “O Mamoeiro" e "O Pescador”. Em 1928, Tarsila pinta o "Abaporu" como presente para Oswald que gostou tanto que deu a ideia desse nome emblemático, seu significado vem do Tupi-Guarani, “homem que come gente”, ou seja, antropófago, que foi inspiração para o movimento antropófago. Tarsila dizia que a ideia do quadro veio das histórias que as mulheres que tomavam conta dela quando criança contavam sobre monstros que comiam gente e essa era a imagem que o inconsciente dela produzia deles. Assim, o Abaporu foi símbolo para o movimento antropófago que consistia em trazer para a arte nacional uma face mais brasileira, ou seja, digerir todas as qualidades das vanguardas europeias e absorver para trazer um caráter nacional mais ativo. Outros quadros da Tarsila que também fizeram parte desse momento: “Sol Poente”, “A Lua”, “Cartão Postal”, “O Lago”, “Antropofagia”. Ela usava cores fortes, além de paisagens que passavam em sua imaginação e bichos. Depois do término do relacionamento com Oswald e das perdas de sua família com a crise de 29, ela se entregou mais ainda ao mundo artístico. Essa fase ficou totalmente no mundo das questões sociais, onde se comoveu com a causa operária e criou o seu famoso quadro "operários" que vai retratar os trabalhadores nesse momento da industrialização brasileira, principalmente, paulistana. Nessa época ela estava em um relacionamento com o médico e comunista Osório Cesar que levou Tarsila a participar mais da política. Porém, depois que foi presa, nunca mais quis se envolver na política e acabou seu relacionamento. Além do quadro "operários", também na mesma temática social, surgiu o “segunda classe” que retrata o êxodo rural das famílias do campo para as grandes cidades em busca de melhores condições e outros não tão conhecidos como: “Costureiras” e “Orfanato”. Os quadros apresentavam cores mais fechadas do que costumava usar nas outras fases, que eram mais alegres, tons acinzentados tinham seu destaque. Ela apresentou as duas obras mais famosas no I Salão Paulista de Belas-Artes marcando o último momento dessa fase. Em meados dos anos 30, Tarsila começa um relacionamento com Luís Martins, escritor da época, e permaneceu com ele até os anos 50. Nesse tempo, ela retoma com suas pinturas da temática da fase Pau Brasil, que foi quando surgiu a obra ‘Fazenda’, contando também com a criação dos quadros ‘Vilarejo com ponte e mamoeiro´, ´Povoação I´ e ´Porto I´ que foram expostos na 1° e 2° Bienais de São Paulo, que lhe resultou no “Prêmio Aquisição”. Em 1963, teve uma sala especial na VII Bienal de São Paulo e participou da 32° Bienal de Veneza. Sua última aparição antes de seu falecimento foi em 1969, onde Aracy Amaral, curadora, realizou uma exposição em homenagem aos 50 anos de pintura de Tarsila.
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