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APG 10- Anamnese de emergência, conduta médica e comunicação inter pares Objetivos: ● Estudar como deve ser feita a anamnese direcionada em casos de emergência; O que é uma Anamnese ? Anamnese consiste no histórico de todos os sintomas narrados pelo paciente sobre determinado caso clínico. Fazer com que o paciente se lembre do que está sentindo e relate para o médico. Essa é uma das funções do profissional no momento do atendimento e é fundamental para que ele possa realizar o diagnóstico correto. Como é feita: Identificação Nome completo, endereço, idade, estado civil, gênero e identidade, raça ou etnia, profissão, procedência, hábitos. Queixa: razão pela qual ele foi procurar um atendimento médico. Fazer perguntas sobre como surgiu a queixa, onde o paciente notou os sintomas, a partir de que dia ele se sentiu diferente. História da doença atual Fazer perguntas sobre como surgiu a queixa, onde o paciente notou os sintomas, a partir de que dia ele se sentiu diferente, entre outras questões que relatem a história da doença, é fundamental para compreender de fato o caso. Interrogatório sintomatológico O que ele está sentindo no momento, perguntar sobre cada sistema corporal. Antecedentes fisiológicos e patológicos Gestação, relações sexuais, doenças na infância, fase adulta, alergias, traumas. Antecedentes familiares Doenças na família. Hábito de vida Alimentação, uso de drogas, atividade física.. Condições socioeconômicas e culturais Higiene, habitação, escolaridade, religião.. Como fazer uma Anamnese direcionada ? Quando o paciente chega à unidade de atendimento, temos que fazer uma anamnese direcionada para a queixa do paciente. Se ela diz que está com dor no peito, tem que direcionar a anamnese para o problema que ela informou. Mindset em uma sala de emergência 1-Reconhecer potencial de gravidade 2-Fazer uma abordagem rápida e sistemática 3-Exame direcionado 4-Verificar o nível de consciência 5-Verificar as vias aéreas e o padrão respiratório 6-Hemodinâmica O primeiro passo sempre tem que ser o de estabilizar o paciente. Checar responsividade (senhor, consegue me ouvir?) Chegar pulso e respiração Aparência, respiração, circulação. Bates sugere que o examinador utilize uma ou mais das seguintes técnicas: apoio, facilitação, reflexão, esclarecimento, confrontação, interpretação, respostas empáticas e silêncio. As afirmações de apoio despertam no paciente. Dizer, por exemplo, “eu compreendo” em momento de dúvida pode encorajá-lo a prosseguir no relato de alguma situação difícil. Protocolo de Manchester: O protocolo de Manchester é um sistema de triagem de pacientes, feito por enfermeiros. As cores utilizadas no protocolo de Manchester são: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul, conforme o risco de urgência no atendimento para aquele determinado paciente. ● Vermelho: emergência, o paciente não pode esperar, pois corre severo risco de morte. Nesse estado incluem-se os acidentes automobilísticos e traumatismos. As estratégias devem ser objetivas e imediatas; ● Laranja: o atendimento é muito urgente e o paciente não pode esperar mais de 10 minutos. Aqui encontram-se as suspeitas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e os infartos. Há uma pequena janela de tempo para intervenção e que deve ser respeitada, para não gerar sequelas ou complicações nos pacientes; ● Amarelo: o atendimento é urgente e o paciente pode esperar por até 50 minutos. Aqui geralmente estão os processos infecciosos, que necessitam de medicação endovenosa; ● Verde: pouco urgente, o paciente pode aguardar até 120 minutos ou ser encaminhado para outro serviço de saúde. Aqui temos as pequenas infecções ou casos leves de resfriados; ● Azul: não há urgência e o paciente pode aguardar por até 240 minutos ou ser encaminhado para outro serviço de saúde. ● Rever a comunicação entre pares: ética e meios de comunicação; Parte fundamental da prática médica, é um pacto de confiança com o médico. O encontro do médico com o paciente gera muitas emoções; angústia, medo, incertezas, amor, insegurança, confiança etc. Modelos de relação médico-paciente • Modelo sacerdotal: Baseado na tradição hipocrática; o mais arcaico, que propõe completa submissão do paciente ao médico, sem valorizar a cultura e opinião do paciente; há pouco envolvimento (relação) e a decisão é tomada somente pelo médico em nome da beneficência. • Modelo engenheiro: O Modelo Engenheiro, ao contrário do Sacerdotal, coloca todo o poder de decisão no paciente. O médico assume o papel de repassador de informações e executor das ações propostas pelo paciente. É um modelo de tomada de decisão de baixo envolvimento, que se caracteriza mais pela atitude de acomodação do médico que pela dominação ou imposição do paciente. • Modelo colegial: Há um alto envolvimento entre o profissional e o doente, o poder de decisão é compartilhado de forma igualitária através de uma negociação e não há relação de superioridade/inferioridade. • Modelo contratualista: O mais adequado – o conhecimento e as habilidades do médico são valorizados, preservando sua autoridade – Há participação ativa tanto do paciente quanto do médico, com troca de informações e comprometimentos de ambas as partes. Código de ética médica • Princípios fundamentais XI - O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei. XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relação particular de confiança e executados com diligência, competência e prudência. • Capítulo IX SIGILO PROFISSIONAL É vedado ao médico: Art. 75. Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou imagens que os tornem reconhecíveis em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. Código de ética do estudante de medicina EIXO 03- Relações interpessoais do estudante Art. 24. É vedado ao acadêmico de medicina identificar-se como médico, podendo qualquer ato por ele praticado nessa situação ser caracterizado como exercício ilegal da medicina. abertura do apg Art. 26. A realização de atendimento por acadêmico deverá obrigatoriamente ter supervisão médica. Art. 32. O estudante de medicina deve manusear e manter sigilo sobre informações contidas em prontuários, papeletas, exames e demais folhas de observações médicas, assim como limitar o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas a sigilo profissional. ● Compreender a conduta médica adequada em relação à comunicação entre o médico com os pacientes e seus familiares. Aspectos considerados importantes no processo de comunicação são citados pelos entrevistados, como o fornecimento de informações claras, honestas e realistas; o respeito às emoções e sentimentos suscitados por esta situação; ter boa capacidade de ouvir; evitar excessos no uso da linguagem técnica e do jargão médico e ter tempo e disponibilidade para conversar com a família sempre que esta demandar atenção ou apresentar dúvidas. Há também outros artifícios utilizados pela equipe no contato com o sofrimento do paciente e de sua família. O uso de eufemismos é um deles e serve para amenizar o impacto de palavras como morte e morrer. A comunicação é capaz de transpor de forma humanizada os artefatos colocados entre o médico, o paciente e sua família. Diversos aspectos estão envolvidos nesse processo – verbal, não verbal, de linguagem corporal e de emoções, requerendo dos médicos uma habilidade que, na maioria das vezes, não foi abordada nem desenvolvida durante sua formação. Quando ocorre de forma empática e por meio de afetos positivos, ela tem feito sobre a boa relação entre todos os atores envolvidos, além de aumentar a corresponsabilidade entre eles, favorecendo a autonomia dos sujeitos e tornando-os ativos e participativos em seu tratamento. (Bates, Propedêutica Médica) Código de ética do estudante de medicina Código de ética médicaA Perspectiva do Paciente no Roteiro de Anamnese: o Olhar do Estudante, revista brasileira de educação médica, 2012
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