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A Cooperação dos Estados Africanos Independentes com o Mundo

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Tony João Mpehera Maliamo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Cooperação dos Estados Africanos Independentes com o Mundo (Países 
Capitalistas; Socialistas e em Desenvolvimento). 
 
(Licenciatura em Ensino de História com Habitação em Documentação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Universidade Rovuma 
Extensão de Niassa 
2021 
 
1 
 
Tony João Mpehera Maliamo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Licenciatura em Ensino de História com Habitação em Documentação) 
 
 
 
 
Trabalho de investigação científica, 
da disciplina de História de África do 
século XX dos meados do século 
XXI. A ser apresentado no 
departamento de Letras e Ciências 
Sociais. Sob orientação do Msc. 
Orlando Paulino. 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Extensão de Niassa 
2021 
2 
 
Índice 
1. Introdução .............................................................................................................................. 3 
1.1. Objectivos Gerais ............................................................................................................ 3 
1.1.1. Objectivos Específicos ............................................................................................. 3 
1.1.2. Metodologia .............................................................................................................. 3 
2. A COOPERAÇÃO DOS ESTADOS AFRICANOS INDEPENDENTES COM O MUNDO 
(Países Capitalistas; Socialistas e em Desenvolvimento). ......................................................... 4 
2.1. A África e os países capitalistas ...................................................................................... 4 
2.1.1. O multilateralismo e a Carta do Atlântico ................................................................ 5 
2.1.2. O desenvolvimento económico e a descolonização (1960-1973) ............................ 7 
2.1.3. A acção da OPEP marca um ponto de inflexão ........................................................ 7 
2.1.4. O combate pela descolonização económica (1974-1984) ........................................ 8 
2.1.5. Um imperialismo Triunfante .................................................................................... 9 
2.1.6. A persistência da dependência e do subdesenvolvimento da África ...................... 10 
2.1.7. O governo dos negros e a sobrevivência do capitalismo na África do Sul ............ 11 
2.1.8. O governo dos negros e o desenvolvimento do socialismo na África do Sul ........ 11 
2.1.9. Estabelecimento do Socialismo em África ............................................................. 11 
2.1.10. Estabelecimento do Socialismo em Moçambique ................................................ 12 
3. Conclusão ............................................................................................................................. 13 
4. Referência Bibliográfica ...................................................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. Introdução 
O presente trabalho da disciplina de História de África do século XX dos meados do século 
XXI, com o tema A Cooperação dos Estados Africanos Independentes com o Mundo. Com 
destaque aos (Países Capitalistas; Socialistas e em Desenvolvimento). 
O combate da África contra a ocupação territorial oficial foi coroado com sucesso, já a 
referente a luta do continente contra a exploração económica estava apenas em seu inicio, 
Considera-se, em geral, que o ano 1960, no transcorrer do qual grande numero de países 
africanos conquistou a independência, representa o ponto de partida para a independência da 
África. 
As relações entre a África e o mundo exterior capitalista eram essencialmente relações afro 
ocidentais, o mundo ocidental considerado no sentido da tríade: Europa Ocidental, América 
do Norte e Japão. 
O socialismo existia desde os tempos imemoriais nas aldeias africanas. A quando das 
celebrações da independência nacional, a URSS apareceu em 16º lugar na lista do protocolo 
das delegações convidadas. Em Março de 1977, Moçambique e a URSS assinaram um acordo 
de comércio e cooperação com a duração de vinte anos. 
1.1. Objectivos Gerais 
 Debruçar em torno da Cooperação dos Estados Africanos Independentes com o 
Mundo. 
1.1.1. Objectivos Específicos 
 Explicar de forma detalhada o desenvolvimento da África independente destaque aos 
(Países Capitalistas; Socialistas e em Desenvolvimento); 
 Analisar as transformações sócio políticos económicos que ocorreram no período da 
África independente; 
 Compreender as dificuldades do período da África independente. 
1.1.2. Metodologia 
Para a realização do presente trabalho foi necessário recorrer ao uso de métodos e técnicas de 
realização de trabalhos científicos tais como׃ consultas bibliográficas, consultas a internet, 
revisão bibliográfica e cruzamento de fontes. 
 
4 
 
2. A COOPERAÇÃO DOS ESTADOS AFRICANOS INDEPENDENTES COM O 
MUNDO (Países Capitalistas; Socialistas e em Desenvolvimento). 
O combate da África contra a ocupação territorial oficial foi coroado com sucesso, já a 
referente a luta do continente contra a exploração económica estava apenas em seu inicio, 
Considera-se, em geral, que o ano 1960, no transcorrer do qual grande numero de países 
africanos conquistou a independência, representa o ponto de partida para a independência da 
África. 
 As relações entre a África e o mundo exterior capitalista eram essencialmente relações afro-
ocidentais, o mundo ocidental considerado no sentido da tríade: Europa Ocidental, América 
do Norte e Japão. 
2.1. A África e os países capitalistas 
As relações da África com o mundo capitalista foram marcadas por três flagelos: o tráfico de 
escravos, o imperialismo e o racismo. A história anterior das relações da África com o mundo 
capitalista evidentemente mostrou que o capitalismo desenvolvido poderia sobreviver sem 
problemas a abolição da escravatura. Inclusive seria ele capaz de tomar a sua iniciativa, pois 
que, a primeira potencia capitalista do século XIX, a Grã-Bretanha, também se apresentou 
como a primeira potência abolicionista. 
Na perspectiva de MAZRUI (2010, p, 927) Do final da Segunda Guerra Mundial ate os anos 
1980, o mundo capitalista finalmente aceitou, a descolonização política da África, assim 
como, o inicio dos anos 1990 viu anunciar-se o fim do apartheid e do racismo 
institucionalizado na África Austral. 
Com a chegada da independência, as mudanças que os novos Estados africanos desejavam 
ver intervirem na esfera das suas relações com o mundo capitalista. As suas elites 
pretendiam: 
 Modernizar a sociedade a fim de conquistar, para seu povo, o respeito da comunidade 
internacional; 
 Realizar a descolonização politica da África, impondo um fim as humilhações do 
racismo; 
5 
 
 Elas contavam também, a seu favor, com o desenvolvimento económico, para 
transformar os seus países em membros poderosos, ricos e respeitados no mundo 
industrializado; 
 Enfim, elas pretendiam, através da descolonização económica, liberar‑se da tutela 
económica do Ocidente. 
O mundo ocidental acolheu estes anseios na justa medida do seu grau de compatibilidade 
com o seu interesse primordial, a saber: manter a sua supremacia, mediante tanto menos 
reformas quanto as possíveis. Quando estas pretendidas mudanças fossem alem, ou ao 
encontro destas reformas, o Ocidente, a elas, opor-se-ia caso contrário, ele as apoiaria. 
Para a África, assim como para o mundo ocidental, a modernização supunha um 
processo chamado a transformar as sociedades africanas em réplicas negras das 
sociedades industriais do século XX. O modelo predilecto em geral era 
proporcionado pelas sociedades industriais capitalistas. A maioria dos dirigentes 
africanos, a imagem dos seus homólogos ocidentais, rejeitava o modelo das 
sociedades industriais socialistas,arquétipo somente escolhido por uma minoria das 
elites africanas (M'BOKOLO, 2007). 
Em respeito ao Ocidente, tanto quanto aos Estados africanos, o objectivo económico da 
modernização consistia em permitir aos africanos adequarem-se rapidamente ao padrão da 
civilização de consumo, característica no mundo ocidental contemporâneo. Entretanto, se os 
africanos, por sua vez, pretendessem criar as suas próprias indústrias, para responderem a 
demanda por produtos constituídos como objectos de desejo, o Ocidente, a seu turno, 
preferiria ver a África permanentemente dependente em relação a si. 
2.1.1. O multilateralismo e a Carta do Atlântico 
A Carta do Atlântico, redigida em 1941, pelo então presidente dos Estados Unidos da 
América do Norte, Franklin Roosevelt, e pelo primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, 
tornou-se a sua referência. Ela norteava-se pelos princípios do multilateralismo, conceito que 
igualmente inspirou a organização das grandes instituições político-económicas e militares do 
mundo capitalista no pós-guerra. 
Os acordos de Bretton Woods de 1944 criaram, sob a égide dos Estados Unidos da América 
do Norte, três instituições económicas fundamentais: 
 O Fundo Monetário Internacional (FMI); 
 O Banco Mundial; e o 
 Acordo Geral Sobre as Tarifas e o Comercio (GATTI). 
6 
 
 
O FMI, cujo inicio do funcionamento deu-se em 1947, recebeu como tarefa nivelar as 
disparidades criadas pelos excedentes e pelos deficits nas balanças de pagamento. O Banco 
Mundial, cujo inicio do funcionamento data de 1946, teve como missão incentivar o 
investimento de capitais com vistas a reconstrução e em prol do desenvolvimento dos países 
membros. Nas esferas políticas e militar, a Carta do Atlântico esteve a origem da criação de 
duas instituições: 
 A primeira foi a Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em 1945 e sediada 
nos Estados Unidos da América do Norte. Ela se tornaria o fórum político onde 
seriam discutidos os assuntos internacionais, enquanto os seus órgãos especializados 
prestariam uma assistência técnica no intuito de oferecer soluções a diversos aspectos 
dos problemas mundiais; 
 Em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se lhe atribuiu a 
responsabilidade pela defesa colectiva das potências europeias e norte-americanas do 
mundo capitalista, cabendo aos Estados Unidos da América do Norte figurar, neste 
contexto, na qualidade de primos interpares. 
Duas outras organizações económicas multilaterais, ulteriormente criadas, influíram no curso 
da evolução da África independente: 
 Trata-se primeiramente da Comunidade Económica Europeia (CEE), criada pelo 
Tratado de Roma em 1957 e cujo inicio das actividades teve lugar em 1958, sob o 
impulso determinante dos interesses da Franca. Os seus membros visavam, 
especialmente, promover uma politica externa comum, nas esferas do comércio, da 
agricultura e dos transportes. 
 A segunda organização é um clube das principais potências capitalistas, a 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), ela teve 
como missão, entre outras, promover o comércio multilateral em escala mundial. 
Estas instituições (ONU, FMI, Banco Mundial, GATTI, CEE, OCDE, OTAN) estavam no 
centro de uma ampla estrutura de regulamentações, leis, procedimentos e organizações, as 
quais, em conjunto, determinavam os mecanismos de funcionamento do mundo capitalista 
em cujos países africanos descolonizados inseriam-se. 
 
 
7 
 
2.1.2. O desenvolvimento económico e a descolonização (1960-1973) 
Decidido a preservar o seu protectorado económico sobre a África e temendo as incursões do 
bloco soviético, caso os africanos encontrassem-se frustrados em suas aspirações, o Ocidente 
estaria pronto a possibilitar certo grau de africanização da economia do continente africano e 
a apoiar com os seus meios o tipo de desenvolvimento limitado que as potências coloniais 
haviam começado a organizar após a Segunda Guerra Mundial. Porem, as exigências do 
nacionalismo africano ultrapassavam em muito aquilo que o Ocidente, Estados Unidos da 
América do Norte a frente, estava disposto a conceder. 
O primeiro quarto de século de independência política da África, igualmente, veria chocar-se 
a acção dos africanos, em favor do desenvolvimento e da descolonização do continente, com 
os esforços empreendidos pelos ocidentais, cujo alvo consistia em parar estas mutações. 
Na perspectiva de MAZRUI apud CHINWEIZU (2010, p. 927), Os socialistas e os 
capitalistas africanos não estavam de acordo em respeito aquelas modalidades de organização 
social interna, as mais adequadas para aplicar esta estratégia de desenvolvimento. 
Para os partidários da “via socialista de desenvolvimento”, a aplicação deveria ser realizada 
por intermédio de medidas sociais e económicas norteadas pela propriedade colectiva dos 
meios de produção. Na prática, propriedade colectiva significava propriedade do Estado. 
Para os defensores da “via capitalista de desenvolvimento”, a estratégia deveria acontecer 
através de medidas, sociais e económicas, baseadas no principio capitalista e envolvendo uma 
propriedade dos meios de produção, a um só tempo, publica e privada. Eles optavam por uma 
economia mista, ao combinarem, em doses variáveis, a empresa privada e a empresa pública. 
No inicio dos anos 1970, não havia sequer sinais de uma “recuperação” em 
qualquer pais da África (capitalista, socialista ou marxista). O mundo inteiro 
poderia constatar que as nações ricas tornavam-se progressivamente mais 
prósperas, ao passo que os pobres, aqui incluídos os países africanos, 
estavam cada vez mais empobrecidos. (CASTRO, 1978. P, 149) 
2.1.3. A acção da OPEP marca um ponto de inflexão 
A acção da OPEP teve repercussões em diversos níveis das relações afro-ocidentais. Em que 
pese a influência moderadora de Washington, sobre o mais potente dentre os membros da 
OPEP, a Arábia Saudita, o cartel dos produtores de petróleo desencadeou uma crise aguda na 
8 
 
balança de pagamento dos países não produtores de petróleo, crise esta que transformou em 
verdadeiro pesadelo a gestão económica. 
A acção da OPEP mostrou igualmente ser possível superar os obstáculos relativos a fixação 
dos preços e outras barreiras, formando um cartel de produtores e lançando ataques políticos 
orquestrados, incidentes sobre a estrutura das relações económicas externas. 
Em virtude desta possibilidade, desde logo manifesta, o sucesso da OPEP teve duplo 
efeito, nas esferas da propaganda e da diplomacia internacional, por um lado, ao 
transformar em debate público a controvérsia, ate então académica, concernente a 
estratégia do desenvolvimento, e, por outro lado, ao também transformar os apelos 
isolados pela descolonização das relações económicas internacionais em 
reivindicação geral (DE ANRADE, 1998, p. 98). 
Quando as economias africanas passaram da estagnação ao declínio e, em seguida, 
mergulharam na crise, em parte causada pela vertiginosa alta nos preços do petróleo, 
continuou-se com a mesma intensidade a buscar estratégias de desenvolvimento eficazes e os 
meios para a mudança das relações económicas externas. 
2.1.4. O combate pela descolonização económica (1974-1984) 
Os Estados africanos prosseguiram em seu esforço de descolonização orientados por duas 
directrizes centrais: 
 O combate geral do Terceiro Mundo em favor de uma nova ordem económica 
internacional; e 
 As negociações da Convenção de Lome, entre os países ACP e a CEE. 
Em 1974, o Grupo dos Setenta e Sete logrou alcançar na ONU a adopção de uma Declaração 
para o Estabelecimento de uma Nova Ordem Económica Internacional, acompanhada de um 
Programa de acção, com este propósito. O grupo igualmente garantiu a adopção de uma Carta 
dos Direitos Económicos dos Estados. Esta carta apresentava dois importantes aspectos, ela 
afirmava: 
 Ao um só tempo, a soberania das nações em respeito aos seus recursos naturais,sobre 
os bens estrangeiros e aqueles das sociedades multinacionais situadas em seu 
território; 
 Assim como o seu direito de nacionalizar estes bens e decidir modalidades 
indemnizatórias Para possibilitar aos países terceiro-mundista disporem de maior 
volume de capitais. 
9 
 
 
Para preservar o rendimento das suas exportações, eles propuseram indexar os preços dos 
produtos primários aqueles dos artigos manufacturados. Estas ideias foram apresentadas na 
quarta sessão da Conferencia das Nações Unidas sobre o desenvolvimento, em Nairobi, no 
ano 1976, na forma de proposição de um Programa Integrado para os Produtos de Base 
(PIPB). 
Segundo FAGE (1995) Os países ocidentais não eram evidentemente favoráveis 
a estas proposições que tendiam a suprimir ou enfraquecer o seu controle sobre a 
economia mundial. Mas, eles não queriam tampouco uma proliferação de cartéis, do 
género da OPEP, para outros produtos de base, e muito menos a generalização de um 
clima de hostilidade ou enfrentamento económico. A ideia de indexação dos preços 
relativos aos produtos primários, aqueles dos artigos manufacturados, foi abortada. 
 
No quadro da campanha geral em prol de uma nova ordem económica internacional, lançada 
pelo Terceiro Mundo, os países africanos insistiam naquilo que caracterizava a economia 
africana. Em razão da África ser, sobretudo, um fornecedor de matérias-primas, a sua 
preocupação central pressupunha, naturalmente, a estabilização das suas receitas de 
exportação e a indexação. 
2.1.5. Um imperialismo Triunfante 
Os países africanos permaneceram membros da ONU, do Banco Mundial, do FMI, e estas 
instituições não perderam o seu carácter como instrumentos da dominação ocidental, quanto a 
influência da África e do Terceiro Mundo em suas actividades e programas, ela não 
aumentou de modo notável salvo no âmbito da retórica. 
Igualmente, os ocidentais continuaram a controlar os fluxos das exportações africanas. Se 
houve tentativas realizadas para interrompe-los, elas fracassaram. Por exemplo, em 1981, o 
Zaire decidiu comercializar os seus diamantes de forma independente, mas ele renunciou em 
1983, rendendo-se novamente. 
Na visão de LEMPERT (1968, p. 224) No inicio dos anos 1980, os próprios Estados 
africanos marxistas abandonaram Marx, em prol da economia mista, e manifestaram a sua 
predisposição em estabelecerem relações económicas mais estreitas com este Ocidente e com 
as suas multinacionais, ate bem pouco, odiados. 
A Guine e o Congo, adeptos da via socialista nos anos 1960, tentaram uma reaproximação 
política com o Oeste e buscaram atrair a Etiópia, Angola e Moçambique, dez anos somente 
10 
 
após se terem autoproclamado Estados marxistas, estes países se desligaram do modelo 
soviético e reataram os laços com o mundo ocidental. 
Moçambique, por exemplo, Estado marxista convicto, dedicou-se a cortejar 
seriamente o Ocidente em 1982. Para combater a crise, Moçambique, cuja economia 
era inteiramente planificada, liberalizou de modo limitado o mercado de trabalho e 
aquele referente a alguns bens. Solicitou a sua adesão ao Banco Mundial e ao FMI 
para, em seguida ao final de 1984, tornar-se o sexagésimo quinto pais do grupo ACP. 
Ademais, lançou-se operações conjuntas com sociedades empresariais americanas, 
japonesas e espanholas e ofereceu a Lonhro uma parte das explorações agrícolas do 
Estado (MELO et al, 1978). 
Assim sendo, em lugar de tomar as suas distancias com o mundo Ocidental, a África 
permaneceu ligada ao sistema capitalista mundial segundo o modelo colonial clássico, através 
das próprias estruturas das quais quisera livrar-se ou as quais intuirá modificar. 
2.1.6. A persistência da dependência e do subdesenvolvimento da África 
Não somente a África não atingiu a criação de uma robusta modernidade mas, ela inclusive 
perdeu a sua tradicional capacidade em assegurar a sua própria subsistência. Em 1984 ela era 
o único continente incapaz de se alimentar por si próprio. 
Segundo KI-ZERBO (1972) As grandes fomes devastavam ou 
ameaçavam vastas porções de territórios. A imagem mais representativa do 
continente negro era aquela própria a uma incompetência crónica 
simbolizada por um refugiado em pele e osso, tendendo perpetuamente ao 
semblante do mendigo. Os dirigentes africanos lançavam ao mundo os seus 
pedidos de socorro e, enquanto os famintos morriam aos milhões, a África 
tornava-se um objecto de caridade e piedade. 
A África tomou o hábito, ao longo do período considerado, de imputar a responsabilidade 
para todos os seus males ao mundo ocidental, particularmente, pela sua recusa em modificar 
as relações desiguais que ele estabelecera a época do colonialismo. Ora, esta atitude 
manifesta com a maior nitidez a irresponsabilidade africana. 
A incapacidade da Nigéria em acumular ou investir criteriosamente estes enormes fundos, 
provenientes da exploração petrolífera, pode ser atribuída, em larga medida, as origens, a 
ideologia e as aspirações da sua classe dirigente. 
Em contrapartida, a burguesia ocidental tinha por hábito acumular capital, 
neste aspecto, ela possuía uma longa experiencia e apoiava-se, de modo 
suplementar, em sistemas produtivos altamente desenvolvidos, assim como 
em grandes reservas de capitais, anteriormente acumulados que ela podia 
mobilizar com vistas a uma nova acumulação. (KI-ZERBO, 1972) 
11 
 
2.1.7. O governo dos negros e a sobrevivência do capitalismo na África do Sul 
A África do Sul negra, livre do apartheid, poderia tornar-se uma potência imperialista de 
segunda linha na África Austral (“O poder corrompe e o poder absoluto corrompe de modo 
absoluto”). Os novos dirigentes negros deverão proteger-se desta tentação. 
Na perspectiva MAZRUI apud CHINWEIZU (2010, p, 929) de Os sul-
africanos negros, os mais oprimidos do século XX, ao que tudo indica são 
convocados a tornarem-se os negros mais potentes do século XXI. Em razão dos 
laços de independência mutua entre a riqueza mineral e o capitalismo internacional, 
os dirigentes negros talvez considerem que o capitalismo seja o sistema mais rentável 
e seriam tentados a conserva-lo. 
2.1.8. O governo dos negros e o desenvolvimento do socialismo na África do Sul 
A luta prolongada, poderia fazer bascular a África do Sul negra em direcção ao 
socialismo. Enfim, a causa em prol da construção do socialismo poderia tirar proveito 
do duplo movimento, referente a ampliação do proletariado negro e a interrupção do 
aburguesamento (ILLIFE, 1999. P, 932). 
A profecia do homem branco, segundo a qual, atrás de todo nacionalista haveria um marxista, 
findaria por consumar-se. Em suma, o casamento entre o apartheid e o capitalismo ocidental 
alcança certamente o seu ocaso. Para o capitalismo internacional, o racismo 
institucionalizado esta, actual e provavelmente, fadado a inscrever-se no passivo, muito mais 
que no activo, do saldo global do sistema, ele apressa-se em livra-se do apartheid, não pelo 
interesse da justiça mas, em razão do interesse e do lucro. 
2.1.9. Estabelecimento do Socialismo em África 
 
Na visão de LEMPERT (1968, p. 224) No inicio dos anos 1980, os próprios 
Estados africanos marxistas abandonaram Marx, em prol da economia mista, e 
manifestaram a sua predisposição em estabelecerem relações económicas mais 
estreitas com este Ocidente e com as suas multinacionais, ate bem pouco, odiados. 
A Guine e o Congo, adeptos da via socialista nos anos 1960, tentaram uma reaproximação 
política com o Oeste e buscaram atrair a Etiópia, Angola e Moçambique, dez anos somente 
após se terem autoproclamado Estados marxistas, estes países se desligaram do modelo 
soviético e reataram os laços com o mundo ocidental. 
Moçambique, por exemplo, Estado marxista convicto, dedicou-se a cortejar seriamente o 
Ocidente em 1982. Para combater a crise, Moçambique, cuja economia era inteiramente 
planificada, liberalizou de modo limitado o mercado de trabalho e aquele referente a algunsbens. Solicitou a sua adesão ao Banco Mundial e ao FMI para, em seguida ao final de 1984, 
tornar-se o sexagésimo quinto pais do grupo ACP. Ademais, lançou-se operações conjuntas 
com sociedades empresariais americanas, japonesas e espanholas e ofereceu a Lonhro uma 
parte das explorações agrícolas do Estado (MELO et al, 1978). 
12 
 
Assim sendo, em lugar de tomar as suas distancias com o mundo Ocidental, a África 
permaneceu ligada ao sistema capitalista mundial segundo o modelo colonial clássico, através 
das próprias estruturas das quais quisera livrar-se ou as quais intuirá modificar. 
2.1.10. Estabelecimento do Socialismo em Moçambique 
Quando o regime autoritário de Marcelo Caetano foi derrubado em Portugal em 1974, a 
Frelimo, que vinha lutando pela independência desde 1962, já mantinha sob seu controlo três 
das 10 províncias de Moçambique. A Frelimo, sob pressão contínua do conflito vigente, 
forçou a antiga potência colonial a abandonar o país mais cedo e a entregar o poder sem 
realização de eleições (Acordo de Lusaka, 7 de Setembro de 1974). 
Consequentemente, foi criado antes da independência (25 de Junho de 1975) um 
governo de transição, maioritariamente composto por ministros da Frelimo e liderado 
por um primeiro-Ministro. Com a independência de Moçambique em 1975, foi 
adoptada uma Constituição, a qual definia o papel da Frelimo como força de 
liderança do Estado e da sociedade, bem como assegurava a legitimação do regime 
de partido único, eliminando, deste modo, qualquer forma de pluralismo social 
(MELO et al, 1978). 
Nestes termos, as autoridades tradicionais foram abolidas por decreto e substituídas por 
comités locais do partido, os grupos dinamizadores. Os dissidentes da Frelimo e membros da 
oposição política que não optaram pelo exílio, rapidamente se viram forçados a integrar 
campos de reeducação e de trabalho na Província do Niassa (operação produção). 
Enquanto a década de 1970 pode ser, em larga medida, descrita como a fase da 
consolidação do poder pela Frelimo, a de 1980 revelou os primeiros sintomas de um 
estado em crise. Em termos estruturais, materiais e económicos, o conceito do estado, 
enquanto agente exclusivamente responsável pelo desenvolvimento económico 
nacional, provou ser um fracasso (MELO et al, 1978). 
O estabelecimento de aldeias comunais e a consequente recolocação de populações à força, 
despoletaram forte resistência por largos sectores da população rural. 
A tradicional economia de subsistência dos camponeses não tinha lugar no modelo socialista 
de desenvolvimento implantado, marginalizando grandes segmentos populacionais da 
sociedade rural que se desiludiam, cada vez mais, com o governo de então. 
Política do primeiro presidente da Tanzânia, Kambarage Nyerere, que após o batismo 
adquiriu o nome de Julius Nyerere Kambarage. Acreditava que o socialismo existia 
desde os tempos imemoriais nas aldeias africanas. A quando das celebrações da 
independência nacional, a URSS apareceu em 16º lugar na lista do protocolo das 
delegações convidadas. Em Março de 1977, Moçambique e a URSS assinaram um 
acordo de comércio e cooperação com a duração de vinte anos (MALOA. 2011). 
A exclusão era o sentimento de largos segmentos da população, face a um sistema político 
que incluía características patrimoniais, tornando o estado numa fonte de acumulação de 
privilégios e recursos materiais para os que a ele tinham acesso. 
13 
 
3. Conclusão 
A análise desenvolvida neste trabalho considerou como ponto de partida a Cooperação dos 
Estados Africanos Independentes com o Mundo. Com destaque aos (Países Capitalistas; 
Socialistas e em Desenvolvimento) que marcaram as relações entre a África e o mundo. 
O capitalismo ocidental não sofrera com a descolonização política da África, na justa que este 
processo não se acompanhou de uma descolonização económica. A história mostrou que ao 
capitalismo internacional não lhe era imprescindível plantar pavilhões imperiais, em impérios 
territoriais, para poder alimentar-se da substancia de outras sociedades, ele e perfeitamente 
capaz de parasita-los, sem erguer a bandeira nacional. 
No inicio dos anos 1980, os próprios Estados africanos marxistas abandonaram Marx, em 
prol da economia mista, e manifestaram a sua predisposição em estabelecerem relações 
económicas mais estreitas com este Ocidente e com as suas multinacionais, ate bem pouco, 
odiados. A Guine e o Congo, adeptos da via socialista nos anos 1960, tentaram uma 
reaproximação política com o Oeste e buscaram atrair a Etiópia, Angola e Moçambique, dez 
anos somente após se terem autoproclamado Estados marxistas, estes países se desligaram do 
modelo soviético e reataram os laços com o mundo ocidental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Referência Bibliográfica 
 
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