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AN02FREV001/REV 3.0 53 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 3.0 54 CURSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 3.0 55 MÓDULO III 11 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – MÉTODOS A Avaliação dos Impactos Ambientais é fundada a partir dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA). A constituição desses estudos é composta por um conjunto de atividades técnicas e científicas que abrange o diagnóstico ambiental com a propriedade de identificar, prevenir, medir e interpretar se possível, os impactos ambientais. A Avaliação de Impacto Ambiental não é um instrumento de decisão, mas sim de auxílio ao processo de tomada de decisão (PIMENTEL, 1992). Seu objetivo é de obter informações por meio do exame sistemático das atividades do projeto. Os métodos utilizados em uma AIA envolvem a inter e multidisciplinariedade exigida pelo tema, as questões de subjetividade, os parâmetros que permitam quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Assim sendo, torna-se possível observar a proporção da importância destes parâmetros e a possibilidade dos impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de uma conclusão mais realística. FIGURA 9 - MANGUE FONTE: Disponível em: <www.conder.ba.gov.br>. Acesso em: 04/10/2010. Nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), que originam a Avaliação de Impacto Ambiental para os licenciamentos AN02FREV001/REV 3.0 56 exigidos por lei, três campos são estudados e enfocados por equipes multidisciplinares. Com o objetivo de obter o cenário daquele momento, para que se possa construir um programa que regule o uso múltiplo dos recursos naturais envolvidos: - Meio Físico: o estudo da climatologia, da qualidade do ar, do ruído, da geologia, da geomorfologia, dos recursos hídricos (hidrologia, hidrologia superficial, oceanografia física, qualidade das águas, uso da água), e do solo; - Meio Biológico: para o estudo do ecossistema terrestre, do ecossistema aquático e do ecossistema de transição; - Meio Antrópico: o estudo da dinâmica populacional, uso e ocupação do solo, nível de vida, estrutura produtiva e de serviço e organização social. Portanto, a metodologia de AIA utiliza para um parecer ambiental métodos e técnicas estruturadas para coletar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre os impactos nesses três campos citados. 11.1 PEDIDO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL Quando da instalação de algum empreendimento (programa, plano ou projeto), o empreendedor deve procurar o órgão ambiental (IBAMA ou o órgão estadual, dependendo do caso) e solicitar o Pedido de Licenciamento Ambiental das atividades a serem implantadas. O órgão ambiental licenciador deverá informar ao empreendedor se é necessário e qual o tipo de licenciamento e documentações técnicas que deverão ser apresentadas para se obter as licenças. É da função legal dos órgãos estaduais de meio ambiente ou do IBAMA licenciar as atividades que são consideradas modificadoras do meio ambiente previstas na Lei 6.803/80 e nas Resoluções CONAMA 001/86, 011/86, 009/90 e 010/90. No caso de haver necessidade de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental ou de outro documento técnico semelhante (Plano de Controle Ambiental, Relatório de Controle Ambiental, Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, etc.), o órgão licenciador escolhe os elementos AN02FREV001/REV 3.0 57 para preparar o Termo de Referência, que orientará os procedimentos necessários para a elaboração daqueles documentos. Nas atividades modificadoras do meio ambiente, o empreendedor deverá preencher obrigatoriamente a ficha do Cadastro Técnico Federal e/ou Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, caso a atividade a ser implantada não tenha sido ainda cadastrada. Agentes sociais envolvidos no momento de pedido de licenciamento ambiental: IBAMA órgão responsável pelo processo de licenciamento ambiental de atividades que envolvam a participação de mais de um estado ou que, por lei, sejam de competência federal. Órgãos Estaduais de Meio Ambiente órgão responsável pelo processo de licenciamento das atividades modificadoras do meio ambiente, cabendo-lhe orientar o empreendedor quanto: às atividades que necessitam de licenciamento ambiental. Quais os tipos de licenças a serem obtidas? Quais os estudos ambientais e outros documentos técnicos a serem elaborados? E quais os documentos que devem ser apresentados para o pedido formal da licença. O Empreendedor deve fornecer ao órgão ambiental competente as informações requeridas para a concessão de licenças ambientais a seu empreendimento, podendo ser de setor público ou privado. Procedimentos no Pedido de Licenciamento Ambiental – o empreendedor procura o órgão ambiental licenciador quando: Por exigência de órgãos financiadores de projetos (BASA, BNDES, BID) e/ou de empresas estatais que oferecem infraestrutura aos projetos (SUDAM, SUFRAMA e outras) Por exigência de órgãos públicos responsáveis pelo licenciamento integral de atividades a serem implantadas, como por exemplo: Prefeituras municipais, no caso de loteamentos urbanos e construções gerais; AN02FREV001/REV 3.0 58 INCRA, para as atividades rurais; DNER e DER, em construções de rodovias; DNPM, no caso de atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral. Por exigência do IBAMA e/ou órgão estadual competente, no caso de desmate; Em resposta a denúncias no caso de projetos implantados ou em implantação sem o licenciamento ambiental; Cumprindo penalidade disciplinar ou compensatória imposta pelo órgão ambiental pelo não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. Desde o primeiro momento, o empreendedor deverá fornecer ao órgão ambiental todas as informações sobre o empreendimento e sobre a natureza das atividades a serem implantadas. Deve ser realizado o preenchimento da Ficha de Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais. Após o exame da documentação exigida, o órgão ambiental consulta a legislação e os dados disponíveis sobre o local do empreendimento e analisa a necessidade de elaboração de estudo de impacto ambiental ou documento semelhante. Se for necessário, o órgão ambiental realiza uma vistoria para a análise da situação ambiental no local proposto para o empreendimento, com relação a: - Necessidade de apresentação de EIA-RIMA e/ou outros documentos técnicos semelhantes (PCA, RCA, PRAD, etc.); - Outras exigências, tais como: apresentação de projetos, relatórios e pareceres específicos (p.ex. projeto de engenharia ambiental para padarias, marmorarias, lavanderias, serrarias e marcenarias, cortiços, usinagem de metais; parecer da CNEN para atividades que envolvam substâncias radioativas, etc.); - Inviabilidade do empreendimento, quando sua implantação fere a legislação ambiental federal, estadual e/ou municipal (p.ex. localização proposta em unidades de conservação, reservas indígenas, nascentes, bordas de chapada, áreas de proteção de mananciais, etc.). Nessecaso licenciamento é negado, e se o empreendedor insistir no projeto, o mesmo deverá ser adequado, com alterações, devendo ser dada com um novo pedido de licenciamento. AN02FREV001/REV 3.0 59 FASES DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 1) Empreendedor realiza consulta ao órgão ambiental. Questões legais, socioeconômicas e políticas relacionadas com a implantação do projeto. 2) Órgão ambiental emite instrução normativa. No termo de referência deverão constar todos os itens a serem seguidos para a elaboração do EIA- RIMA pela empresa consultora a ser contratada. 3) Empreendedor licita/contrata a elaboração do EIA-RIMA. Por meio de convite direto, tomada de preços, carta-convite, licitação. 4) Empresas de consultoria ambiental apresentam suas propostas técnicas em concorrência. Deverão possuir habilitação legal, apresentando suas propostas no prazo determinado e cumprindo todas as exigências definidas no respectivo edital de concorrência. 5) Empreendedor negocia a(s) proposta(s) e contrata a empresa vencedora. Julgamento das propostas técnicas e orçamentos prévios ao estabelecimento/negociação das cláusulas contratuais. 6) Consultora elabora o EIA-RIMA. Cumprindo todas as exigências para a realização dos relatórios, destacando as necessidades de formar uma equipe multidisciplinar habilitada e administrativa; Obter dados e informações técnico-científicas e de dar tratamento a este material; Obedecer a um cronograma de trabalho; Possuir recursos materiais e financeiros para a apresentação do produto final; Garantir a gestão da qualidade. 7) Empreendedor deve fiscalizar os segmentos da realização dos estudos. Acompanhamento sistemático de todas as atividades a serem realizadas na elaboração dos estudos. 8) Empreendedor submete os estudos ao órgão ambiental. Os estudos serão analisados por uma equipe técnica especializada e qualificada, que poderá aprová-los, sugerir modificações ou não aprovar os mesmos. 9) Caso for aceito, o órgão ambiental coloca o EIA-RIMA à disposição do público, marcando a audiência pública e inicia-se a análise dos estudos elaborados. A audiência será marcada em local, data e horário acessível para a participação pública, divulgada em jornais de grande circulação e no Diário Oficial da União. O RIMA ficará à disposição da comunidade para análise e conhecimento, por no mínimo 45 dias antes da audiência AN02FREV001/REV 3.0 60 10) Empreendedor encomenda material para a audiência pública à consultora As equipes técnicas e de comunicação visual prepararão o material para a apresentação na audiência; São encargos do empreendedor todos os custos necessários à realização desta audiência; 11) Órgão ambiental realiza a referida audiência; empreendedor apresenta o empreendimento, e a consultora apresenta detalhadamente o EIA- RIMA para o público presente Poderão ocorrer audiências prévias e/ou seminários em universidades, auditórios públicos, anteriormente à audiência propriamente dita; Expositores adequadamente treinados para defender seus pontos de vista e o conteúdo técnico de forma objetiva e coloquial no dia da audiência; 12) Órgão ambiental elabora a Ata da Audiência, finaliza a análise do EIA- RIMA e emite o parecer técnico Levando-se em consideração todas as questões analisadas e comentadas na audiência pública, das interferências técnicas do empreendedor, consultora e comunidade. Deverá ocorrer um detalhamento de informações e/ou informações adicionais e justificativas técnicas, com possíveis exigências, e finalmente será emitida ou não a licença RESOLUÇÃO Nº 237, de 19 de dezembro de 1997 O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno. Considerando a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente; AN02FREV001/REV 3.0 61 Considerando a necessidade de se incorporar ao sistema de licenciamento ambiental os instrumentos de gestão ambiental, visando ao desenvolvimento sustentável e à melhoria contínua; Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA nº 011/94, que determina a necessidade de revisão no sistema de licenciamento ambiental; Considerando a necessidade de regulamentação de aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram definidos; Considerando a necessidade de ser estabelecido critério para exercício da competência para o licenciamento a que se refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981; Considerando a necessidade de se integrar a atuação dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas competências, resolve: Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais AN02FREV001/REV 3.0 62 como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados. Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. § 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução. § 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação do Anexo 1, levando em consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade. Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meioambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento. Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber: AN02FREV001/REV 3.0 63 I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União. II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN; V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica. § 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. § 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos Estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando possível, as exigências. Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades: I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; AN02FREV001/REV 3.0 64 III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios; IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores. Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. AN02FREV001/REV 3.0 65 Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade. Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação. Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes etapas: I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias; IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente; VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; AN02FREV001/REV 3.0 66 VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade. § 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes. § 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de impacto ambiental - EIA, se verificada a necessidade de nova complementação em decorrência de esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada e com a participação do empreendedor, poderá formular novo pedido de complementação. Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. Art. 12 - O órgãoambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação. § 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente. § 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental para pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhas, ou para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de AN02FREV001/REV 3.0 67 empreendimentos ou atividades. § 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando à melhoria contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental. Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser estabelecido por dispositivo legal, visando ao ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas realizadas pelo órgão ambiental competente. Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença. Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. § 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor. § 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva notificação Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15, respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha competência para AN02FREV001/REV 3.0 68 atuar supletivamente e o empreendedor ao arquivamento de seu pedido de licença. Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos procedimentos estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de custo de análise. Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos: I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos. II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos. § 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II § 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores. § 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III. § 4º - A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) AN02FREV001/REV 3.0 69 dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença. III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou à sua disposição profissionais legalmente habilitados. Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando seus efeitos aos processos de licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais competentes, revogadas as disposições em contrário, em especial os artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. FONTE: Brasil, 2008a. 11.2 TERMO DE REFERÊNCIA – RESOLUÇÃO CONAMA 001/86 Para a elaboração dos estudos de impactos ambientais, os órgãos licenciadores estaduais e/ou IBAMA estabelecem um roteiro, denominado de Termo de Referência, com o conteúdo necessário ao atendimento do que está disposto na Resolução CONAMA 001/86 para fins de licenciamento do projeto. AN02FREV001/REV 3.0 70 O Termo de Referência é o instrumento orientador para a elaboração de qualquer estudo ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, Plano de Monitoramento e outros). Em certos casos, diante de alguma deficiência de infraestrutura ou de funcionários especializados, o órgão ambiental pode solicitar ao empreendedor que elabore o Termo de Referência, reservando-se apenas o papel de julgar e aprovar o mesmo. Ou, o próprio empreendedor pode adiantar-se e apresentar a proposta do Termo de Referência no momento em que solicitar o licenciamento, o que poderá agilizar todo o processo. O Termo de Referência bem elaborado é fundamental para que o estudo de impacto ambiental alcance a qualidade esperada. O empreendedor, para atender ao respectivo Termo de Referência, deverá: Para seguir com fidelidade a esse documento, o empreendedor deverá utilizar quaisquer metodologias de abordagem, desde que de acordo com a literatura nacional e/ou internacional sobre o assunto; Submeter à apreciação do órgão licenciador as metodologias gerais e específicas do trabalho, e a serem aplicadas pela equipe responsável, em prazo a ser estipulado pelo referido órgão. Além das metodologias, deverão estar bem claras, também, as interaçõesentre as diversas atividades e o cronograma físico de execução dos trabalhos; Apresentar o referido estudo em duas versões básicas: integral – EIA (para o órgão ambiental) e síntese – RIMA (consulta pública). Os estudos de impactos ambientais deverão conter, basicamente: 1) Dimensionamento do problema a ser estudado: referindo-se ao conhecimento da atividade a ser implantada, em função de suas características locacionais e tecnológicas, dos recursos tecnológicos e financeiros disponíveis para controlar seus efeitos, do contexto socioeconômico, dos objetivos da política de uso e ocupação do solo, da legislação em vigor. Uma das maiores dificuldades na realização de um estudo é dimensionar o objeto a ser estudado de forma a obter os parâmetros que devem orientar sua condução (ou seja, a escolha de métodos e estratégias adequados; a seleção das informações; a identificação de alternativas viáveis à proposta apresentada pelo empreendedor). AN02FREV001/REV 3.0 71 2) Descrição geral do empreendimento: com a identificação do empreendedor; os objetivos do empreendimento; identificação do local preferencial para a instalação e justificativas do empreendimento. 3) Descrição técnica do empreendimento: com o detalhamento das tecnologias de implementação do empreendimento – na implantação e operação; alternativas tecnológicas para o empreendimento; área proposta para a implantação; alternativas locacionais; insumos; descartáveis; infraestrutura necessária para a implantação e operação. 4) Planos governamentais: deverá ser apresentada uma relação geral dos planos e programas governamentais que se desenvolvem ou estão propostos para a região, identificando a ação proposta pelo empreendedor com os mesmos. 5) Legislação referente aos recursos naturais, ambientais, ao uso e ocupação do solo: com a apresentação da legislação atualizada aplicada ao projeto. 6) Áreas de estudo: AII (Área de Influência Indireta) e AID (Área de Influência Direta). Considerando-se áreas de estudo os sistemas naturais, sociais e econômicos sujeitos aos impactos diretos e indiretos da implantação e operação do empreendimento. A delimitação dessas áreas é função das características físicas, biológicas e socioeconômicas dos sistemas a serem estudados, das características do empreendimento, de suas ações e da forma de dispersão de seus descartáveis, incluindo os locais sujeitos de serem impactados acidentalmente. A delimitação da AID e da AII do projeto, plano ou programa proposto, e de suas alternativas, constitui um dos aspectos mais discutidos na realização dos estudos ambientais, tanto no ponto de vista conceitual como operacional. 7) Diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e antrópico: caracterização detalhada e atualizada da situação ambiental dos sistemas físicos, biológicos e socioeconômicos das áreas de influência, previamente delimitadas, antes da implantação do projeto. 8) Identificação e avaliação dos impactos ambientais decorrentes da implantação e operação do projeto: os impactos deverão ser identificados e avaliados de acordo com as metodologias da literatura nacional e/ou internacionais adotadas pela equipe responsável pelos estudos incluindo prognósticos realizados nas áreas de influências e estudos quanto à viabilidade do empreendimento. Deverão ser mencionadas, também, as alterações ambientais decorrentes das AN02FREV001/REV 3.0 72 diferentes alternativas locacionais previstas e os estudos dos custos ambientais e benefícios socioeconômicos decorrentes da implantação e operação do projeto. 9) Programa e planos ambientais: deverão constar os programas e os planos de gerenciamento/monitoramento das ações voltadas para a proteção ambiental e de minimização de impactos negativos provocados pelas diferentes fases do empreendimento (incluindo programas para situações emergenciais e de acidentes e programas e planos estratégicos para incrementar os impactos positivos identificados). 10) Referências bibliográficas: com toda a bibliografia utilizada durante a confecção dos estudos. 11) Deverá conter um relatório simplificado (RIMA) com informações técnicas descritas no EIA, em linguagem acessível ao público, ilustrado por mapas em escalas adequadas, quadros e demais técnicas de comunicação visual, de modo a ficar compreensível ao público leigo. 11.3 ROTEIRO BÁSICO DE TERMO DE REFERÊNCIA PARA EIA-RIMA E OUTROS DOCUMENTOS TÉCNICOS EXIGIDOS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL A fonte deste roteiro é a publicação do IBAMA “Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas”. 1. Identificação do empreendedor 1.1. Nome ou razão social; número dos registros legais; endereço completo, telefone, fax; nome, CPF, telefone e fax dos representantes legais e pessoas de contato. 2. Caracterização do empreendimento 2.1. Caracterização e análise do projeto, plano ou programa, sob o ponto de vista tecnológico e locacional. 3. Métodos e técnicas utilizados para a realização dos estudos ambientais 3.1. Detalhamento do método e técnicas escolhidos para a condução do estudo ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, etc.), bem como dos passos metodológicos que levem ao diagnóstico; prognóstico; à identificação de recursos tecnológicos e financeiros para mitigar os AN02FREV001/REV 3.0 73 impactos negativos e potencializar os impactos positivos; às medidas de controle e monitoramento dos impactos. 3.2. Definição das alternativas tecnológicas e locacionais. 4. Delimitação da área de influência do empreendimento 4.1. Delimitação da área de influência direta do empreendimento, baseando-se na abrangência dos recursos naturais diretamente afetados pelo empreendimento e considerando a bacia hidrográfica onde se localiza. Deverão ser apresentados os critérios ecológicos, sociais e econômicos que determinaram a sua delimitação. 4.2. Delimitação da área de influência indireta do empreendimento, ou seja, da área que sofrerá impactos indiretos decorrentes e associados, sob a forma de interferências nas suas interrelações ecológicas, sociais e econômicas, anteriores ao empreendimento. Deverão ser apresentados os critérios ecológicos, sociais e econômicos utilizados para sua delimitação. Delimitação da área de influência deverá ser feita para cada fator natural: solos, águas superficiais, águas subterrâneas, atmosfera, vegetação/flora; e para os componentes: culturais, econômicos e sociopolíticos da intervenção proposta. 5. Espacialização da análise e da apresentação dos resultados 5.1. Elaboração de base cartográfica referenciada geograficamente, para os registros dos resultados dos estudos, em escala compatível com as características e complexidades da área de influência dos efeitos ambientais. 6. Diagnóstico ambiental da área de influência 6.1. Descrição e análise do meio natural e socioeconômico da área de influência direta e indireta e de suas interações, antes da implementação do empreendimento. (Dentre os produtos dessa análise, devem constar: uma classificação do grau de sensibilidade e vulnerabilidade do meio natural na área de influência; caracterização da qualidade ambiental futura, na hipótese de não realização do empreendimento). 7. Prognóstico dos impactos ambientais do projeto, plano ou programa proposto e de suas alternativas 7.1. Identificação e análise dos efeitos ambientais potenciais (positivos e negativos) do projeto, plano ou programa proposto, e das possibilidades tecnológicas e econômicas de prevenção, controle, mitigação e reparação dos seus efeitos negativos. 7.2. Identificação e análise dos efeitos ambientais potenciais (positivos e negativos) de cada alternativa ao projeto, plano ou programa e das possibilidades AN02FREV001/REV 3.0 74 tecnológicas e econômicas de prevenção, controle, mitigação e reparação de seus efeitos negativos. 7.3.Comparação entre o projeto, plano ou programa proposto e cada uma de suas alternativas; escolha da alternativa favorável, com base nos seus efeitos potenciais e nas suas possibilidades de prevenção, controle, mitigação e reparação dos impactos negativos. 8. Controle ambiental do empreendimento: alternativas econômicas e tecnológicas para a mitigação dos danos potenciais sobre o ambiente 8.1. Avaliação do impacto ambiental da alternativa do projeto, plano ou programa escolhido, por meio da integração dos resultados da análise dos meios: físico e biológico com os do meio socioeconômico. 8.2. Análise e seleção de medidas eficientes, eficazes e efetivas de mitigação ou de anulação dos impactos negativos e de potencialização dos impactos positivos, além de medidas compensatórias ou reparatórias (deverão ser considerados os danos potenciais sobre os fatores naturais e sobre os ambientes econômicos, culturais e sociopolíticos). 8.3. Elaboração de Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos (positivos e negativos), com indicação dos fatores e parâmetros a serem considerados. FONTE: IBAMA, 1995. 11.4 TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E O RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA Vamos ver agora um exemplo de termo de referência para a elaboração do EIA-RIMA da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto do grupo Votorantim, nas cidades de Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR). AN02FREV001/REV 3.0 75 USINA HIDRELÉTRICA DE TIJUCO ALTO Julho/2004 INTRODUÇÃO Este Termo de Referência tem como objetivo determinar a abrangência, os procedimentos e os critérios para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), instrumentos de licenciamento ambiental para o Aproveitamento Hidrelétrico de Tijuco Alto, pertencente à bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape, localizada na divisa dos Estados de São Paulo e Paraná. Esta usina hidrelétrica é parte integrante dos aproveitamentos estudados, enquanto etapa de inventário da bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape. Assim sendo, para o licenciamento ambiental do empreendimento, o responsável legal por sua implantação deve elaborar EIA, baseando-se no Termo de Referência ora apresentado. O qual tem por finalidade fornecer subsídios técnicos capazes de nortear o desenvolvimento de estudos que diagnostiquem a qualidade ambiental atual da área de implantação do empreendimento e sua área de inserção, na bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape. A partir deste diagnóstico realizado, os estudos devem possibilitar a avaliação integrada dos impactos ambientais, tanto para aqueles isolados e relacionados especificamente com o empreendimento quanto os cumulativos, que apresentam efeitos sinérgicos com demais projetos inventariados e propostos ou em implantação/operação na área de inserção. PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO O ato administrativo para conceder o licenciamento de empreendimentos potencialmente poluidores ou degradadores do meio ambiente, em especial aproveitamentos hidrelétricos, foi instituído como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente na Lei Federal 6938/81. A referida lei institui ainda o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, atribuindo competências concorrentes entre os diversos entes da Federação (União, Estados e Municípios) para implementação dessa Política. Desta forma, o IBAMA será o órgão licenciador e nesse procedimento deverá dar oitiva ao órgão Estadual de meio ambiente (§ 1º, art. 4º da Resolução do AN02FREV001/REV 3.0 76 CONAMA nº 237/97). A referida Resolução preconiza, no seu art. 7º, que o licenciamento ambiental se dará em apenas um nível de competência, podendo o órgão licenciador solicitar ao empreendedor alterações, modificações que se fizerem necessárias para a perfeita consistência técnica do Estudo de Impacto Ambiental. O EIA integra a etapa de avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento e a concessão, ou não, da Licença Prévia ao empreendimento, habilitando-o na continuação dos estudos que compreendem o Projeto Básico e o Projeto Executivo, os quais são necessários à obtenção da Licença de Instalação. Ao EIA/RIMA deverá ser dada publicidade, conforme exige a Constituição Brasileira, em seu artigo 225. Assim sendo, durante o período de análise do EIA, o IBAMA poderá promover a realização de audiências públicas, de acordo com o que estabelece a Resolução CONAMA nº 009/87. REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL A Constituição Federal, no seu artigo 225, inciso IV, trata que, para as atividades ou obras potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, é exigível o estudo prévio de impacto ambiental, ao qual se dará publicidade. A Resolução CONAMA nº 001/86 situa as usinas de geração de energia elétrica com potência acima de 10 MW no campo das obras e empreendimentos sujeitos à avaliação de impacto ambiental, determinando a necessidade de apresentação do EIA/RIMA para aprovação de tais obras potencialmente poluidoras, indicando o conteúdo mínimo dos estudos. A Resolução CONAMA 006/87 correlaciona a requisição e obtenção de Licença Prévia à apresentação e aprovação do EIA/RIMA, sendo que a Licença de Instalação deverá ser obtida antes da construção do empreendimento, enquanto que a Licença de Operação deverá ser obtida antes do fechamento da barragem. A Resolução CONAMA nº. 237/87 define as competências para proceder ao licenciamento e indica as fases a serem contempladas. Além desse ordenamento principal que trata da obrigatoriedade de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, o mesmo deverá se pautar pelos seguintes condicionantes legais: AN02FREV001/REV 3.0 77 1) Decreto – Lei nº 25, de 1937, que organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; 2) Decreto Federal nº 79.367, de 1977, que dispõe sobre normas e padrões de potabilidade da água; 3) Decreto Federal nº 1.141, de 1994, que dispõe sobre ações de proteção ambiental de saúde e apoio de comunidades indígenas; 4) Decreto nº 750, de 1993, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios médio e avançado de Mata Atlântica e dá outras providências; 5) Decreto nº 4340, de 2002, que regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências; 6) Legislação estadual de meio ambiente dos Estados de São Paulo e Paraná; 7) Lei Federal nº 9.427, de 1996, que dispõe sobre solicitação a ANEEL de autorização para realização de estudos ligados ao setor elétrico; 8) Lei Federal nº 3.824, de 1960, que torna obrigatória a destoca, limpeza das bacias hidráulicas dos açudes, represas ou lagos artificiais; 9) Lei Federal nº 3.924, de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos; 10) Lei Federal nº 4.771, de 1965, que institui o novo Código Florestal e as alterações advindas da Lei Federal nº 7.803, de 1989, e da Medida Provisória nº 2166-67, de 24/08/2001; 11) Lei Federal nº 5.197, de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna; 12) Lei Federal nº 7.247, de 1985, que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente; 13) Lei Federal nº 7.990, de 1989, que institui para Estados, Distrito Federal e Municípios a compensação financeira derivada de empreendimentos hidrelétricos; 14) Lei Federal nº 9.433, de 08/01/1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e Leis Estaduais de Recursos Hídricos; 15) Lei Federal nº 9.605, de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; AN02FREV001/REV 3.0 78 16)Lei Federal nº 9.985, de 2000, que dispõe sobre a criação e categorias das Unidades de Conservação; 17) Portaria IBAMA nº 37 N, de 1992, que apresenta e torna oficial a lista de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção; 18) Portaria IBAMA nº 1.522, que publica a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção; 19) Resolução CONAMA nº 020/86, que dispõe sobre classes de águas e parâmetros de qualidade das águas, bem como suas alterações; 20) Resolução CONAMA nº 009/87, que dispõe sobre a realização de audiência pública durante o período de análise do EIA/RIMA; 21) Resolução CONAMA nº 006/87, que dispõe sobre regras gerais para o licenciamento ambiental de obras de grande porte do setor elétrico; 22) Resolução CONAMA nº 004/94, que dispõe sobre os diferentes estágios de regeneração da Mata Atlântica, definição de vegetação primária e secundária e da outras providências; 23) Resolução CONAMA nº 012/94, que dispõe sobre o Glossário de Termos Técnicos, elaborado pela Câmara Técnica Temporária para Assuntos de Mata Atlântica; 24) Resolução nº 002/96 do CONAMA, que dispõe sobre a destinação de 0,5% do valor dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento destinado à implantação de uma Unidade de Conservação ou melhoria em unidade já existente; podendo destinar desse montante 15% em sistemas de fiscalização, controle e monitoramento da qualidade ambiental no entorno do local de implantação da Unidade de Conservação; 25) Resolução CONAMA nº 009/96, que dispõe sobre a definição de "corredores entre remanescentes", citado no artigo 7º do Decreto nº 750/93, assim como estabelece parâmetros e procedimentos para a sua identificação e proteção; 26) Resolução CONAMA nº 300/02, que dispõe sobre os casos passíveis de autorização de corte previstos no art. 2º da Resolução nº 278, de 24 de maio de 2001; 27) Resolução CONAMA nº 303/02, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente; AN02FREV001/REV 3.0 79 28) Resolução CONAMA nº 309/02, que dispõe sobre Planos de Conservação e de Uso a serem realizados no âmbito dos Estados da Federação compreendidos no bioma da Mata Atlântica, com base em estudos técnicos e científicos; 29) Planos e programas governamentais propostos e em implantação na área de influência do empreendimento, considerando-se sua compatibilidade; 30) Dispositivos legais em vigor em níveis Federal, Estadual e Municipal, referentes à utilização, proteção e conservação dos recursos ambientais, ao uso e a ocupação do solo e às penalidades por atividades lesivas ao meio ambiente. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA É um documento de natureza técnico-científica, que tem como finalidade subsidiar a avaliação dos impactos ambientais gerados por atividades e/ou empreendimentos potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental e propor medidas mitigadoras e de controle ambiental, procurando garantir o uso sustentável dos recursos naturais. Este estudo deverá ser desenvolvido considerando-se as seguintes abordagens técnicas: A. Os dados referentes ao Diagnóstico Ambiental deverão abranger pelo menos um período hidrológico completo da região. B. Apresentar os levantamentos e os potenciais impactos, considerando a sinergia dos empreendimentos já implantados e os em fase de implantação, bem como os inventariados na bacia do rio Ribeira do Iguape, principalmente a manutenção da vazão ecológica, a qualidade de água, os impactos na ictiofauna e remanescentes florestais. Bem como os impactos socioeconômicos, além de assegurar a manutenção dos usos existentes. C. Descrever e analisar os fatores ambientais e suas interações, caracterizando a situação ambiental atual da área de influência, antes da implantação do empreendimento, englobando: - Variáveis susceptíveis a sofrer, direta ou indiretamente efeitos significativos das ações referentes às fases de planejamento, implantação e operação do empreendimento, destacando a importância da área diretamente afetada no ecossistema da bacia; AN02FREV001/REV 3.0 80 - A inserção do empreendimento deverá ainda abordar suas interrelações e influências (positivas ou negativas) em relação às políticas e obras governamentais de desenvolvimento, bem como das políticas de conservação e manejo da biodiversidade. D. Deverá ser apresentada, no momento da análise do estudo ambiental, a declaração de disponibilidade de água para a utilização do recurso hídrico e, no momento do envio do Projeto Básico Ambiental, deverá ser encaminhada à outorga definitiva. ABORDAGEM METODOLÓGICA A. O diagnóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá ser elaborado por meio de uma análise integrada, multi e interdisciplinar, a partir de levantamentos básicos primários e secundários. B. Todas as bases e metodologias utilizadas para a realização de cálculos e estimativas deverão ser claramente especificadas, referenciadas e justificadas. C. Todos os mapas apresentados deverão ser georreferenciados com coordenadas geográficas e UTM, legendados, em cores e em escala compatível com o nível do detalhamento dos elementos manejados e adequados para a área de influência. Os mapas deverão conter referência, carimbo com número do desenho, autor, proprietário, data e orientação geográfica em conformidade com o Termo de Referência elaborado pelo Centro de Sensoriamento Remoto do IBAMA. D. Para as áreas referentes às obras de maior porte, unidades de conservação, áreas indígenas e aquelas que apresentarem processo de degradação ambiental, deverão ser apresentados mapas em escala de maior detalhe, de acordo com as definições contidas neste termo de referência. E. A empresa deverá requerer os Pareceres da Fundação Palmares, IPHAN, FUNASA, FUNAI, quando for o caso. F. Todas as referências bibliográficas utilizadas deverão ser mencionadas no texto e relacionadas em capítulo próprio, contendo as informações referentes ao autor, título, origem, ano e demais dados que permitam o acesso à publicação. G. As informações ambientais básicas deverão ser obtidas nos órgãos oficiais, universidades e demais entidades detentoras de tais informações, complementadas com trabalhos de campo para validação ou refinamento destes AN02FREV001/REV 3.0 81 dados ou informações. Para o meio socioeconômico, o EIA deverá basear-se em dados primários e secundários atualizados, tais como: o último Censo Demográfico do IBGE, o Zoneamento Econômico e Ecológico, indicadores de qualidade socioambiental, tais como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – PNUD/ONU, 1998), dentre outros disponíveis. H. Deverão ser utilizados dados de sensoriamento remoto, com o uso de imagens de satélite, com a plotagem em escala apropriada. I. Deverão ser utilizadas tecnologias de geoprocessamento para avaliação integrada dos temas ambientais, produzindo mapas de sensibilidade ambiental, que deverão dar suporte à avaliação de alternativas de localização do empreendimento, gerando cartas e imagem. J. Apresentar mapa esquemático identificando e localizando todas as áreas legalmente protegidas por lei federal, estadual e municipal nas áreas de influência direta e indireta. K. A abordagem metodológica do meio socioeconômico deverá considerar o histórico das relações entre o homem e a natureza na região de influência analisando, de forma dinâmica, as interações entre os diversos grupos socioculturais ao longo do tempo, de forma a possibilitar o estabelecimento de tendências e cenários. L. O prognóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá ser elaborado considerando as alternativas de execução, de não execução e de desativação do empreendimento. Este prognóstico deverá considerar, também, a proposição e a existência de outros empreendimentos na bacia hidrográfica (tanto implantadosem operação, como os inventariados), bem como dos demais usos do solo e água. E suas relações sinérgicas, principalmente os aproveitamentos hidrelétricos situados a montante e a jusante do empreendimento proposto e nos seus tributários. M. A proposição de programas ambientais deverá ser capaz de minimizar as consequências negativas do empreendimento e potencializar os reflexos positivos. Deverão ser propostos Planos Programas de Controle e Monitoramento. N. Os Programas deverão ser apresentados com Cronograma de Execução e metodologia a ser aplicada. Os laboratórios deverão estar licenciados e cadastrados, conforme legislação vigente. AN02FREV001/REV 3.0 82 O. O estudo deverá apresentar uma proposta de zoneamento ambiental da área de entorno do reservatório, com objetivo de ordenar e disciplinar os usos naquela faixa, para posterior desenvolvimento de instrumento normatizador, conforme Resolução nº 302/02 do CONAMA. P. O IBAMA encaminhará o Termo de Referência para subsidiar na elaboração do Plano Ambiental de Conservação e Uso do reservatório e zoneamento ambiental da Área de Preservação Permanente e do seu Entorno. Q. A Supressão de vegetação deverá ser realizada em duas fases distintas: a primeira, para o canteiro de obras e a outra, para o reservatório. R. Apresentar os efeitos de sinergia decorrentes dos diversos barramentos de montante e jusante ao longo da bacia hidrográfica (tanto os implantados como os inventariados) em que se propõe o empreendimento. Para o qual deverão ser estudados os impactos decorrentes e referentes aos recursos hídricos e aporte de sedimentos, migração, deslocamento e ausência de ambientes específicos de reprodução para ictiofauna, entre outros. S. Para as hidrelétricas que formarem trechos de vazão reduzida, apresentar análise dessa interferência na dinâmica ecológica do rio (hidrologia, biota aquática) e nas relações socioeconômicas da região. Esse item deverá contar com um cadastro atual dos usos da água e uma análise da interferência do empreendimento proposto em cada uso da água identificado. T. Na época do desvio do rio deverá ser realizado o salvamento da ictiofauna, com acompanhamento de especialista no assunto, bem como do IBAMA. A empresa deverá apresentar Relatório Técnico mostrando os procedimentos adotados e relatando todo o processo de salvamento, inclusive se houve mortandade de peixes, local onde foram relocados os espécimes, bem como identificar as espécies encontradas. Caso existam mamíferos aquáticos ou outros grupos julgados relevantes é fundamental a sua relocação, devendo ser apresentado o Plano de Manejo e Monitoramento para a referida espécie. U. O resgate de fauna deverá ter acompanhamento constante de técnico do IBAMA. A empresa proponente deverá viabilizar a infraestrutura para efetivar a atividade. V. Para realização dos levantamentos da fauna, torna-se imprescindível obter a Licença de Captura e Coleta da fauna, conforme a Portaria nº 332/90 e a AN02FREV001/REV 3.0 83 Licença de Coleta, Transporte do material botânico, em atendimento às diretrizes estabelecidas na Conversão sobre Diversidade Biológica e na Política Nacional de Meio Ambiente. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO Anteriormente ao início do Estudo de Impacto Ambiental propriamente dito, deverão ser definidos os limites da área geográfica a ser direta e indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do empreendimento. Essa área deverá ser estabelecida a partir dos dados preliminares colhidos, devendo enfocar a bacia hidrográfica na qual o empreendimento será inserido, contemplando empreendimentos associados, tanto aqueles inventariados/propostos como aqueles em implantação/operação. No caso específico da área diretamente afetada, deve contemplar os territórios que serão inundados, parcial ou totalmente, fará parte do trecho a jusante até cinco quilômetros abaixo da cidade de Adrianópolis. As áreas de influência serão, portanto: A. Área de Influência Direta – AID - área sujeita aos impactos diretos da implantação e operação do empreendimento. A sua delimitação deverá ser em função das características sociais, econômicas, físicas e biológicas dos sistemas a serem estudados e das particularidades do empreendimento, considerando-se para o caso do Aproveitamento Hidrelétrico Tijuco Alto, no tocante aos meios: físico e biótico, a área de inundação do reservatório na sua cota máxima acrescida da área de preservação permanente em projeção horizontal, bem como outras áreas contínuas de relevante importância ecológica, além das áreas situadas a jusante da barragem em uma extensão a ser definida pelo estudo. Para os estudos socioeconômicos, será considerada como AID a extensão territorial dos municípios com parcela de área inundada, que apresentam trechos de vazão reduzida ou aqueles localizados a jusante da barragem, numa faixa a ser definida pelo estudo. B. Área de Influência Indireta – AII - é aquela real ou potencialmente ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento, abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconômico que podem ser impactados por alterações ocorridas na área de influência direta. Para o meio físico e biótico será considerada parte da bacia hidrográfica em que o empreendimento se AN02FREV001/REV 3.0 84 insere, a ser definida pelo estudo. Para o meio socioeconômico, a área de influência indireta será compreendida pelo conjunto do território dos municípios que tenham terras alagadas e pelos polos municipais de atração à região. C. Área de Abrangência Regional – AAR – é a área objeto da caracterização regional dos estudos, utilizada para efeito de distinção de impactos cumulativos, com objetivo de situar no contexto da bacia hidrográfica os eventuais impactos cumulativos decorrentes dos diversos aproveitamentos hidrelétricos inventariados e/ou propostos. Será considerada a bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape até a cidade de Registro, excluído seu contribuinte, rio Juquiá. Deverão ser apresentadas descrições e análises dos fatores ambientais e das suas interações, caracterizando a situação ambiental da área de influência, antes da implantação do empreendimento, englobando as variáveis susceptíveis de sofrer, direta ou indiretamente, efeitos significativos das ações referentes às fases de planejamento, implantação, operação e desativação do empreendimento. Também deverão ser apresentadas informações cartográficas em escalas compatíveis com o nível de detalhamento dos fatores ambientais estudados, em cada uma das áreas. ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS E LOCACIONAIS Deverão ser apresentados estudos de alternativas locacionais do empreendimento, confrontando-as de forma a mostrar a melhor hipótese do ponto de vista ambiental, considerando ainda a possibilidade de não executá-lo. No caso de implantação do empreendimento, deverão ser avaliadas possíveis variantes em relação aos pontos mais críticos estudados, tais como zonas de instabilidade quanto a fatores abióticos, de extrema importância biológica, de importância para conservação ou proteção da biodiversidade, áreas de pressão antrópica, indústrias, projetos agrícolas, entre outras. Apresentar alternativas de localização de eixos de barragem e estudo de variação e viabilidade ambiental do empreendimento em diferentes cotas de operação. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR - Nome ou razão social; - Número dos registros legais; AN02FREV001/REV 3.0 85 - Endereço completo; - Telefone e fax; - Representantes legais (nome, CPF, endereço, e-mail, fone e fax); - Pessoa de contato (nome, CPF, endereço, e-mail, fone e fax). CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Apresentação: - Objetivos. - Dados técnicos do empreendimento (arranjo, tipo, comprimento e altura da barragem, potência, lay-out da obra, desvio do rio,tamanho da área a ser inundada, cota e fase do enchimento do reservatório, sistema extravasor, sistema adutor, casa de força, energia, etc.), com previsão das etapas de execução. - Empreendimentos associados e decorrentes. - Localização do empreendimento. - Descrição da linha de transmissão associada incluindo planta planialtimétrica e planta perfil. Histórico do proponente: Descrever sucintamente a origem da empresa, os trabalhos que vêm sendo realizados pela organização e os tipos de projetos de desenvolvimento que já foram executados ou propostos. Informar experiência(s) da entidade em desenvolver trabalhos semelhantes ao proposto. Descrição do empreendimento: - Deverá ser feito um relato sumário do projeto da UHE e da Linha de Transmissão associada, desde a sua concepção inicial até a conclusão da obra. Informando sobre o projeto, no seu conjunto, dando destaques para a localização; matérias-primas necessárias e tecnologia para a construção e operação; cronograma relativo às fases de planejamento, instalação e operação do empreendimento; bem como os procedimentos de controle e manutenção. - Indicar sistemas de registro e controle das vazões na descrição do regime operacional do reservatório. Apresentar simulações operacionais considerando AN02FREV001/REV 3.0 86 vazão (m³/s) afluente, vazão de engolimento, de vertimento e remanescente, geração e tempo de operação (h). - Apresentar dados sobre as flutuações no nível do futuro reservatório, indicando cotas, periodicidade, etc. Justificativas para o empreendimento: - Justificativas técnicas, econômicas e socioambientais, com a eventual importância da operação do empreendimento, em conjunto com outros reservatórios existentes ou previstos. - Descrever as razões que levaram a entidade a propor o projeto, deixando claro, os benefícios econômicos, sociais e ambientais a serem alcançados. Infraestrutura de apoio à obra: - Centros administrativos e alojamentos; - Estradas de acesso e de serviços; - Canteiros de obra (saneamento básico: água, esgoto e lixo); - Áreas de empréstimo e bota-fora; - Mão de obra necessária; - Detalhamento da área para supressão de vegetação do canteiro de obras; - Quantitativos, para a UHE e LT, de escavações em solo e rocha, volume de empréstimo. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL O Diagnóstico Ambiental deverá retratar a atual qualidade ambiental da área de abrangência dos estudos, indicando as características dos diversos fatores que compõem o sistema ambiental atual, de forma a permitir o pleno entendimento da dinâmica e das interações existentes entre o meio físico, biótico e socioeconômico, bem como a fragilidade ambiental com a inserção do empreendimento, de acordo com a sequência apresentada a seguir. ESTUDOS ESPECÍFICOS PARA A BACIA HIDROGRÁFICA Os estudos específicos para a bacia deverão considerar a Área de Influência Indireta e, quando especificado, a Área de Abrangência Regional. AN02FREV001/REV 3.0 87 Meio Físico Geologia, Geomorfologia e Solos: A partir da caracterização das condições geológicas, geomorfológicas, pedológicas e suas interações na bacia hidrográfica, que deverá considerar as características das rochas e suas possíveis áreas de risco, distribuição espacial do solo e rochas, além da compartimentação geomorfológica. Avaliar o potencial erosivo, tendo como referência o grau de estabilidade do leito do rio e de suas margens, observando se haverá, ou não, uma redução do transporte de sedimentos. Deverá ser realizada ainda, caracterização do tipo de relevo, identificando e delimitando os diversos padrões de formas erosivas e deposicionais, sua constituição e dinâmica superficial, visando à identificação de setores com diferentes graus de suscetibilidade a processos erosivos e deposicionais, tanto natural como de origem antrópica. Clima Caracterizar o clima da área de influência, destacando e avaliando as mudanças ocorridas no comportamento dessa variável, bem como as mudanças microclimáticas que poderão ocorrer após a implantação do empreendimento. O estudo deverá ser baseado em séries de dados históricos, obtidos em estações climatológicas presentes na bacia, além de indicar a metodologia e parâmetros utilizados. Recursos Hídricos: Caracterizar os recursos hídricos da bacia, segundo os subitens a seguir: - Caracterizar a rede hidrográfica da bacia, a partir de dados referenciais do regime hidrológico dos principais cursos d’água (vazões média, mínima e máxima). Esse estudo deverá indicar os cursos d’água perenes e intermitentes, as regiões de cabeceiras e nascentes, as estações hidrometeorológicas existentes (localização, tipo e período de operação) e as estruturas hidráulicas implantadas, bem como os grandes usuários desses recursos. Essas informações deverão ser apresentadas também por meio de mapas e planilhas. AN02FREV001/REV 3.0 88 - Avaliar a qualidade das águas quanto aos aspectos físicos, químicos e bacteriológicos dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, destacando as principais fontes poluidoras. Esse estudo deverá contar com a indicação e justificativa dos pontos de coleta e dos parâmetros selecionados, além de análise da influência desses níveis de qualidade nas demais atividades da bacia. Também para a AAR. - Identificar os principais usos de água e destacar as demandas futuras por esse recurso. Espeleologia Realizar levantamento detalhado das cavernas (horizontais e verticais) localizadas na microbacia hidrográfica do rio do Rocha e o restante da área de influência direta do reservatório, contendo: - Mapa topográfico das grutas com indicação dos pontos fotografados, espeleotemas encontrados e zoneamento bioespeleológico. - Coordenadas em UTM e cotas altimétricas. - Classificação genética e dossiê fotográfico. - Identificação do nível em que se encontram cada caverna, ou seja, de carstificação ou não. - Identificação das cavernas que se encontram em desenvolvimento e das cavernas classificadas como paleocavernas, com suas cotas altimétricas. - Estudo paleontológico e arqueológico. - Delimitação do raio de influência de todas as cavidades levantadas. A representação cartográfica deve ser elaborada com a utilização de SIG, modelagem 3D da área de influência direta, apresentando a indicação das cavernas com fotografias dos respectivos pórticos. Apresentar caracterização hidrológica e hidrogeológica das cavernas que estão dentro da cota de inundação. Apresentar os impactos relacionados com a alteração do regime espeleológico (geologia, hidrologia, hidrogeologia e biota) das cavernas levantadas, com a elevação do nível de base. AN02FREV001/REV 3.0 89 Apresentar estudo de avaliação da ocorrência de inversão do fluxo das microbacias hidrográficas relacionadas na área do reservatório, que poderiam influenciar outros sistemas cársticos. Avaliar a interferência do empreendimento na fauna cavernícola, a partir de levantamento qualitativo e estudo das relações tróficas, caracterizando as interrelações com o meio. Meio Biótico Deverão ser caracterizados os ecossistemas terrestres e aquáticos da bacia hidrográfica. Todas as fontes de informação devem ser identificadas, assim como as principais publicações relativas à ecologia da região. Para o diagnóstico da fauna e flora, deverá ser indicada claramente a origem dos dados, a saber: dados primários, secundários ou fontes informais, incluindo a descrição da metodologia utilizada, com justificativas. Ecossistemas Terrestres A caracterização e análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar: - o mapeamento dos biótopos e ecótonos da área de influência, indicando as fitofisionomias e a florística; - identificação das espécies faunísticas (em especial as endêmicas, raras, e ameaçadas de extinção, migratórias, bem como as de valoreconômico e valor ecológico significativo), de seus habitats e biologia reprodutiva, destacando as espécies mais relevantes que utilizam áreas da bacia hidrográfica; - avaliação do grau de conservação dos corredores ecológicos na bacia hidrográfica (AAR) e as conexões existentes com outros fragmentos, com vistas a identificar as áreas a serem utilizadas para o suporte da fauna. - classificação das áreas de sensibilidade ambiental localizadas na bacia (AAR e AII), apresentação de relação contendo as unidades de conservação e áreas protegidas por legislação específica no âmbito federal, estadual e municipal, ressaltando os ecossistemas existentes e as espécies protegidas, além da distância ao empreendimento proposto. Estas informações deverão ser georreferenciadas e apresentadas em escala compatível, em mapa temático específico. AN02FREV001/REV 3.0 90 - Avaliação da interferência do empreendimento nas espécies da fauna e flora, a partir de dados qualitativos, caracterizando as interrelações com o meio. Ecossistemas Aquáticos Deverão ser caracterizados todos os ecossistemas nas áreas atingidas pelas intervenções do empreendimento, a distribuição, interferência e relevância na biota regional, por meio de levantamentos de dados primários e secundários, contemplando a sazonalidade regional e caracterizando os estudos com dados recentes, abordando: - a interferência do empreendimento na biota aquática da bacia (AAR), considerando a distribuição e diversidade das espécies de interesse comercial, das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, bem como a perda de fontes de alimentação, dos locais de desova, de áreas reprodução e criadouros naturais; - a importância da ictiofauna, principalmente as espécies reofílicas, identificando as rotas migratórias das espécies de maior relevância e prognosticando a sua perda, avaliando a possibilidade de formas de mitigação a partir da instalação de mecanismos de transposição e/ou preservação das rotas alternativas; - os principais tributários e as áreas úmidas, visando verificar ambientes de reprodução da biota aquática, em especial, das espécies migratórias; - a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos da bacia. Adicionalmente, deve-se caracterizar e georreferenciar as estações de coleta, justificando a escolha dos pontos e a metodologia de análise para cada parâmetro, o índice de similaridade entre os pontos de coleta e o tratamento estatístico aplicado. Meio Socioeconômico Deverá ser apresentado um diagnóstico socioeconômico, a partir de dados secundários, onde deverão constar os aspectos relacionados à dinâmica dos municípios, indicando a evolução, distribuição espacial e crescimento da população residente na área da bacia hidrográfica. A situação de infraestrutura dos mesmos, definições básicas quanto ao uso e ocupação dos solos na bacia, além de uma caracterização da estrutura produtiva regional. AN02FREV001/REV 3.0 91 Populações tradicionais, remanescentes de Quilombos e Quilombos especificamente para as comunidades quilombolas deverão ser adotadas questões que foram sugeridas pelos assistentes do Ministério Público Federal ainda em 1997, a saber: - Identificação e localização de Comunidades de Quilombos ao longo da Bacia Hidrográfica do Ribeira abordando: denominação; município; área; número de famílias; titulação (tipo e natureza) instância fundiária; - Levantamento detalhado sobre o Patrimônio Cultural Material: sítios com reminiscências históricas, História da Ocupação Econômica e Social na Região e sobre a Formação das Comunidades de Quilombo. - Levantamento detalhado e integrado sobre sistemas produtivos, formas solidárias de produção (troca e venda de dias, mutirão) produção agrícola, estratégias alternativas ao trabalho agrícola (assalariamento, jornada, empreitada), extrativismo, sazonal idade do emprego, migrações regionais. Condições atuais da organização social e perspectivas de reprodução social: descrição dos Quilombos e das Comunidades enquanto tais. - Levantamento sobre os padrões culturais, rituais, festivos, hábitos alimentares, manifestações culturais relacionadas com o meio ambiente natural e sociorreligioso. - Perspectivas sobre o destino das Comunidades de Quilombo com a construção das barragens. - Sugestões alternativas dos quilombolas e das entidades representativas. - As lutas locais. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA Meio Físico AN02FREV001/REV 3.0 92 Geologia e Geomorfologia Identificar e avaliar possíveis áreas de risco geotécnico e de fuga d’água, a partir do detalhamento geológico/geotécnico da área de influência direta do empreendimento e em especial, para o eixo da barragem e obras civis. Avaliar a interferência da implantação do empreendimento com os recursos minerais de interesse econômico cadastrados na área de influência direta. Identificar e avaliar os principais condicionantes/mecanismos de deflagração de escorregamentos, a partir da caracterização da dinâmica superficial e identificação de setores com diferentes graus de suscetibilidade a processos erosivos e deposicionais, mapeando as encostas quanto às suas declividades, indicando o tipo de solo/afloramento de rocha associado. Deverá ser avaliada a estabilidade das encostas em decorrência do regime de operação do reservatório. Avaliar a interferência do empreendimento com as unidades de paisagem, as cavidades e monumentos naturais cadastrados, identificando as áreas susceptíveis a dolinamento, caracterizando-a como área de risco. Solos Analisar a suscetibilidade natural dos solos à erosão, bem como aptidão agrícola, silvicultural e uso atual dos mesmos, considerando a caracterização e descrição das classes dos solos, sua gênese e distribuição espacial na área de influência do empreendimento. Recursos Hídricos Caracterizar e avaliar o regime hidrológico dos cursos d’água da área de influência direta, a partir da análise das séries históricas de descargas líquidas. Essa avaliação deverá contemplar a estimativa de vazões de referência (Qmáx, Qmín, Qméd, Q7,10, Q90% e outras), variação dos níveis d’água e estudos sobre transporte de sedimentos nas calhas fluviais, identificando suas fontes e os locais de deposição. Essa avaliação deverá resultar na análise do balanço hídrico, tendo em vista os usos atuais e futuros desse recurso, bem como as exigências quantitativas e qualitativas desses usos. Avaliar o comportamento hidrológico do curso d’água considerando a intervenção do empreendimento nesse regime, bem como sua influência nos demais AN02FREV001/REV 3.0 93 usos desse recurso. Nesse item deverá ser apresentada a regra de operação do empreendimento e suas alterações nos níveis d’água na barragem e a jusante dessas, observando as variações diárias e sazonais. Cálculo da vida útil do reservatório avaliando a sua viabilidade ambiental. Determinação da curva cota x volume e área inundada. Avaliar a potencialidade dos aquíferos existentes na área de influência do empreendimento, estudando, entre outros: - Localização, natureza, litologia e estruturas geológicas condicionantes; - Alimentação (inclusive recarga artificial), fluxo e descarga (natural e artificial); - Profundidade dos níveis das águas subterrâneas, dando enfoque ao lençol freático; - Relações com águas superficiais e com outros aquíferos. Indicar as possíveis interferências do enchimento do reservatório sobre o nível do lençol freático, a partir de cadastramento de poços existentes e da rede de perfurações e sondagens e do modelamento do regime de fluxo de águas. Avaliar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a partir de um refinamento dos dados obtidos no âmbito da bacia hidrográfica. Esse estudo deverá contar com análises de parâmetros físicos, químicos, bacteriológicos e hidrobiológicos,
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