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AIA-mod III

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AN02FREV001/REV 3.0 
53 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
55 
 
MÓDULO III 
 
 
11 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – MÉTODOS 
 
 
A Avaliação dos Impactos Ambientais é fundada a partir dos Estudos de 
Impacto Ambiental (EIA). A constituição desses estudos é composta por um conjunto 
de atividades técnicas e científicas que abrange o diagnóstico ambiental com a 
propriedade de identificar, prevenir, medir e interpretar se possível, os impactos 
ambientais. 
A Avaliação de Impacto Ambiental não é um instrumento de decisão, mas 
sim de auxílio ao processo de tomada de decisão (PIMENTEL, 1992). Seu objetivo é 
de obter informações por meio do exame sistemático das atividades do projeto. 
Os métodos utilizados em uma AIA envolvem a inter e multidisciplinariedade 
exigida pelo tema, as questões de subjetividade, os parâmetros que permitam 
quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Assim sendo, torna-se possível 
observar a proporção da importância destes parâmetros e a possibilidade dos 
impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de uma 
conclusão mais realística. 
 
FIGURA 9 - MANGUE 
 
FONTE: Disponível em: <www.conder.ba.gov.br>. Acesso em: 04/10/2010. 
 
 
 
Nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto Ambiental 
(RIMA), que originam a Avaliação de Impacto Ambiental para os licenciamentos 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
56 
exigidos por lei, três campos são estudados e enfocados por equipes 
multidisciplinares. 
Com o objetivo de obter o cenário daquele momento, para que se possa 
construir um programa que regule o uso múltiplo dos recursos naturais envolvidos: 
- Meio Físico: o estudo da climatologia, da qualidade do ar, do ruído, da 
geologia, da geomorfologia, dos recursos hídricos (hidrologia, hidrologia superficial, 
oceanografia física, qualidade das águas, uso da água), e do solo; 
- Meio Biológico: para o estudo do ecossistema terrestre, do ecossistema 
aquático e do ecossistema de transição; 
- Meio Antrópico: o estudo da dinâmica populacional, uso e ocupação do 
solo, nível de vida, estrutura produtiva e de serviço e organização social. 
Portanto, a metodologia de AIA utiliza para um parecer ambiental métodos e 
técnicas estruturadas para coletar, analisar, comparar e organizar informações e 
dados sobre os impactos nesses três campos citados. 
 
 
11.1 PEDIDO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
Quando da instalação de algum empreendimento (programa, plano ou 
projeto), o empreendedor deve procurar o órgão ambiental (IBAMA ou o órgão 
estadual, dependendo do caso) e solicitar o Pedido de Licenciamento Ambiental das 
atividades a serem implantadas. O órgão ambiental licenciador deverá informar ao 
empreendedor se é necessário e qual o tipo de licenciamento e documentações 
técnicas que deverão ser apresentadas para se obter as licenças. 
É da função legal dos órgãos estaduais de meio ambiente ou do IBAMA 
licenciar as atividades que são consideradas modificadoras do meio ambiente 
previstas na Lei 6.803/80 e nas Resoluções CONAMA 001/86, 011/86, 009/90 e 
010/90. 
No caso de haver necessidade de elaboração de Estudo de Impacto 
Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental ou de outro documento técnico 
semelhante (Plano de Controle Ambiental, Relatório de Controle Ambiental, Plano de 
Recuperação de Áreas Degradadas, etc.), o órgão licenciador escolhe os elementos 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
57 
para preparar o Termo de Referência, que orientará os procedimentos necessários 
para a elaboração daqueles documentos. 
Nas atividades modificadoras do meio ambiente, o empreendedor deverá 
preencher obrigatoriamente a ficha do Cadastro Técnico Federal e/ou Estadual de 
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, caso 
a atividade a ser implantada não tenha sido ainda cadastrada. 
Agentes sociais envolvidos no momento de pedido de licenciamento 
ambiental: 
IBAMA  órgão responsável pelo processo de licenciamento ambiental de 
atividades que envolvam a participação de mais de um estado ou que, por lei, sejam 
de competência federal. 
 
Órgãos Estaduais de Meio Ambiente  órgão responsável pelo processo 
de licenciamento das atividades modificadoras do meio ambiente, cabendo-lhe 
orientar o empreendedor quanto: às atividades que necessitam de licenciamento 
ambiental. Quais os tipos de licenças a serem obtidas? Quais os estudos ambientais 
e outros documentos técnicos a serem elaborados? E quais os documentos que 
devem ser apresentados para o pedido formal da licença. 
 
O Empreendedor  deve fornecer ao órgão ambiental competente as 
informações requeridas para a concessão de licenças ambientais a seu 
empreendimento, podendo ser de setor público ou privado. 
 
Procedimentos no Pedido de Licenciamento Ambiental – o 
empreendedor procura o órgão ambiental licenciador quando: 
 Por exigência de órgãos financiadores de projetos (BASA, BNDES, BID) 
e/ou de empresas estatais que oferecem infraestrutura aos projetos (SUDAM, 
SUFRAMA e outras) 
 Por exigência de órgãos públicos responsáveis pelo licenciamento 
integral de atividades a serem implantadas, como por exemplo: 
Prefeituras municipais, no caso de loteamentos urbanos e construções 
gerais; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
58 
INCRA, para as atividades rurais; 
DNER e DER, em construções de rodovias; 
DNPM, no caso de atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral. 
Por exigência do IBAMA e/ou órgão estadual competente, no caso de 
desmate; 
Em resposta a denúncias no caso de projetos implantados ou em 
implantação sem o licenciamento ambiental; 
 Cumprindo penalidade disciplinar ou compensatória imposta pelo órgão 
ambiental pelo não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 
correção da degradação ambiental. 
Desde o primeiro momento, o empreendedor deverá fornecer ao órgão 
ambiental todas as informações sobre o empreendimento e sobre a natureza das 
atividades a serem implantadas. Deve ser realizado o preenchimento da Ficha de 
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras 
de Recursos Ambientais. 
Após o exame da documentação exigida, o órgão ambiental consulta a 
legislação e os dados disponíveis sobre o local do empreendimento e analisa a 
necessidade de elaboração de estudo de impacto ambiental ou documento 
semelhante. Se for necessário, o órgão ambiental realiza uma vistoria para a análise 
da situação ambiental no local proposto para o empreendimento, com relação a: 
- Necessidade de apresentação de EIA-RIMA e/ou outros documentos 
técnicos semelhantes (PCA, RCA, PRAD, etc.); 
- Outras exigências, tais como: apresentação de projetos, relatórios e 
pareceres específicos (p.ex. projeto de engenharia ambiental para padarias, 
marmorarias, lavanderias, serrarias e marcenarias, cortiços, usinagem de metais; 
parecer da CNEN para atividades que envolvam substâncias radioativas, etc.); 
- Inviabilidade do empreendimento, quando sua implantação fere a 
legislação ambiental federal, estadual e/ou municipal (p.ex. localização proposta em 
unidades de conservação, reservas indígenas, nascentes, bordas de chapada, áreas 
de proteção de mananciais, etc.). Nessecaso licenciamento é negado, e se o 
empreendedor insistir no projeto, o mesmo deverá ser adequado, com alterações, 
devendo ser dada com um novo pedido de licenciamento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
59 
FASES DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
1) Empreendedor realiza consulta ao 
órgão ambiental. 
Questões legais, socioeconômicas e 
políticas relacionadas com a 
implantação do projeto. 
2) Órgão ambiental emite instrução 
normativa. 
No termo de referência deverão 
constar todos os itens a serem 
seguidos para a elaboração do EIA-
RIMA pela empresa consultora a ser 
contratada. 
3) Empreendedor licita/contrata a 
elaboração do EIA-RIMA. 
Por meio de convite direto, tomada de 
preços, carta-convite, licitação. 
4) Empresas de consultoria ambiental 
apresentam suas propostas técnicas 
em concorrência. 
Deverão possuir habilitação legal, 
apresentando suas propostas no 
prazo determinado e cumprindo todas 
as exigências definidas no respectivo 
edital de concorrência. 
5) Empreendedor negocia a(s) 
proposta(s) e contrata a empresa 
vencedora. 
Julgamento das propostas técnicas e 
orçamentos prévios ao 
estabelecimento/negociação das 
cláusulas contratuais. 
6) Consultora elabora o EIA-RIMA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cumprindo todas as exigências para a 
realização dos relatórios, destacando 
as necessidades de formar uma 
equipe multidisciplinar habilitada e 
administrativa; Obter dados e 
informações técnico-científicas e de 
dar tratamento a este material; 
Obedecer a um cronograma de 
trabalho; Possuir recursos materiais e 
financeiros para a apresentação do 
produto final; Garantir a gestão da 
qualidade. 
7) Empreendedor deve fiscalizar os 
segmentos da realização dos estudos.
Acompanhamento sistemático de 
todas as atividades a serem 
realizadas na elaboração dos 
estudos. 
8) Empreendedor submete os estudos 
ao órgão ambiental. 
Os estudos serão analisados por uma 
equipe técnica especializada e 
qualificada, que poderá aprová-los, 
sugerir modificações ou não aprovar 
os mesmos. 
9) Caso for aceito, o órgão ambiental 
coloca o EIA-RIMA à disposição do 
público, marcando a audiência pública 
e inicia-se a análise dos estudos 
elaborados. 
 
A audiência será marcada em local, 
data e horário acessível para a 
participação pública, divulgada em 
jornais de grande circulação e no 
Diário Oficial da União. O RIMA ficará 
à disposição da comunidade para 
análise e conhecimento, por no 
mínimo 45 dias antes da audiência 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
60 
10) Empreendedor encomenda 
material para a audiência pública à 
consultora 
As equipes técnicas e de 
comunicação visual prepararão o 
material para a apresentação na 
audiência; 
São encargos do empreendedor todos 
os custos necessários à realização 
desta audiência; 
11) Órgão ambiental realiza a referida 
audiência; empreendedor apresenta o 
empreendimento, e a consultora 
apresenta detalhadamente o EIA-
RIMA para o público presente 
Poderão ocorrer audiências prévias 
e/ou seminários em universidades, 
auditórios públicos, anteriormente à 
audiência propriamente dita; 
Expositores adequadamente 
treinados para defender seus pontos 
de vista e o conteúdo técnico de 
forma objetiva e coloquial no dia da 
audiência; 
12) Órgão ambiental elabora a Ata da 
Audiência, finaliza a análise do EIA-
RIMA e emite o parecer técnico 
Levando-se em consideração todas 
as questões analisadas e comentadas 
na audiência pública, das 
interferências técnicas do 
empreendedor, consultora e 
comunidade. Deverá ocorrer um 
detalhamento de informações e/ou 
informações adicionais e justificativas 
técnicas, com possíveis exigências, e 
finalmente será emitida ou não a 
licença 
 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 237, de 19 de dezembro de 1997 
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das 
atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 
1981, regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo em vista o 
disposto em seu Regimento Interno. 
Considerando a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios utilizados 
no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento 
como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
61 
Considerando a necessidade de se incorporar ao sistema de licenciamento 
ambiental os instrumentos de gestão ambiental, visando ao desenvolvimento sustentável e 
à melhoria contínua; 
Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA nº 011/94, que 
determina a necessidade de revisão no sistema de licenciamento ambiental; 
Considerando a necessidade de regulamentação de aspectos do licenciamento 
ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram 
definidos; 
Considerando a necessidade de ser estabelecido critério para exercício da 
competência para o licenciamento a que se refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 de 
agosto de 1981; 
Considerando a necessidade de se integrar a atuação dos órgãos competentes do 
Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do Meio 
Ambiente, em conformidade com as respectivas competências, resolve: 
Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: 
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas 
técnicas aplicáveis ao caso. 
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, 
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e 
operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental. 
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade 
ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
62 
como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental 
preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área 
degradada e análise preliminar de risco. 
IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete 
diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois 
ou mais Estados. 
Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação 
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer 
forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão 
ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. 
§ 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as 
atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução. 
§ 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o 
detalhamento e a complementação do Anexo 1, levando em consideração as 
especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento 
ou atividade. 
Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas 
efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de 
prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meioambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências 
públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. 
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio 
ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de 
licenciamento. 
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se 
refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e 
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber: 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
63 
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no 
mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas 
ou em unidades de conservação do domínio da União. 
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; 
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou 
de um ou mais Estados; 
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e 
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em 
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia 
Nuclear - CNEN; 
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação 
específica. 
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o 
exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se 
localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais 
órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
envolvidos no procedimento de licenciamento. 
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos 
Estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito 
regional, uniformizando, quando possível, as exigências. 
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o 
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades: 
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de 
conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; 
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação 
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de 
setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, 
estaduais ou municipais; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
64 
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou 
mais Municípios; 
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento 
legal ou convênio. 
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o 
licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos 
órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem 
como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes 
da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de 
empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem 
delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. 
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de 
competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores. 
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá 
as seguintes licenças: 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou 
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual 
constituem motivo determinante; 
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças 
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a 
operação. 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
65 
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou 
atividade. 
Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, 
observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, 
ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, 
implantação e operação. 
Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes 
etapas: 
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do 
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do 
processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; 
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos 
documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; 
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos 
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias 
técnicas, quando necessárias; 
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental 
competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos 
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver 
a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não 
tenham sido satisfatórios; 
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação 
pertinente; 
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental 
competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração 
da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido 
satisfatórios; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
66 
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; 
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida 
publicidade. 
§ 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, 
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de 
empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e 
ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a 
outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes. 
§ 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de impacto 
ambiental - EIA, se verificada a necessidade de nova complementação em decorrência de 
esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o órgão ambiental competente, 
mediante decisão motivada e com a participação do empreendedor, poderá formular novo 
pedido de complementação. 
Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser 
realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. 
Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos 
previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, 
sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. 
Art. 12 - O órgãoambiental competente definirá, se necessário, procedimentos 
específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, características e 
peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo 
de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação. 
§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e 
empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados 
pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente. 
§ 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental para 
pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhas, ou para aqueles integrantes 
de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão governamental 
competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
67 
empreendimentos ou atividades. 
§ 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os 
procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que 
implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando à melhoria 
contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental. 
Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser 
estabelecido por dispositivo legal, visando ao ressarcimento, pelo empreendedor, das 
despesas realizadas pelo órgão ambiental competente. 
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos 
realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença. 
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise 
diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades 
da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências 
complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato 
de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos 
em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) 
meses. 
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a 
elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos 
pelo empreendedor. 
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que 
justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. 
Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e 
complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo 
de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva notificação 
Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que 
justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. 
Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15, 
respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha competência para 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
68 
atuar supletivamente e o empreendedor ao arquivamento de seu pedido de licença. 
Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a 
apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos procedimentos 
estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de custo de análise. 
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de 
cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração 
os seguintes aspectos: 
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao 
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos. 
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo 
ser superior a 6 (seis) anos. 
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos 
de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos. 
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos 
de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos 
incisos I e II 
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade 
específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por 
sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos 
inferiores. 
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, 
aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental 
da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites 
estabelecidos no inciso III. 
§ 4º - A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
69 
dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este 
automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá 
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar 
uma licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a 
expedição da licença. 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, 
deverão ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e 
participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou à sua disposição profissionais 
legalmente habilitados. 
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando seus 
efeitos aos processos de licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais competentes, 
revogadas as disposições em contrário, em especial os artigos 3o e 7º da Resolução 
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. 
 
FONTE: Brasil, 2008a. 
 
 
11.2 TERMO DE REFERÊNCIA – RESOLUÇÃO CONAMA 001/86 
 
 
Para a elaboração dos estudos de impactos ambientais, os órgãos 
licenciadores estaduais e/ou IBAMA estabelecem um roteiro, denominado de Termo 
de Referência, com o conteúdo necessário ao atendimento do que está disposto na 
Resolução CONAMA 001/86 para fins de licenciamento do projeto. 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
70 
O Termo de Referência é o instrumento orientador para a elaboração de 
qualquer estudo ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, Plano de Monitoramento e 
outros). 
Em certos casos, diante de alguma deficiência de infraestrutura ou de 
funcionários especializados, o órgão ambiental pode solicitar ao empreendedor que 
elabore o Termo de Referência, reservando-se apenas o papel de julgar e aprovar o 
mesmo. Ou, o próprio empreendedor pode adiantar-se e apresentar a proposta do 
Termo de Referência no momento em que solicitar o licenciamento, o que poderá 
agilizar todo o processo. 
O Termo de Referência bem elaborado é fundamental para que o estudo de 
impacto ambiental alcance a qualidade esperada. O empreendedor, para atender ao 
respectivo Termo de Referência, deverá: 
 Para seguir com fidelidade a esse documento, o empreendedor deverá 
utilizar quaisquer metodologias de abordagem, desde que de acordo com a literatura 
nacional e/ou internacional sobre o assunto; 
 Submeter à apreciação do órgão licenciador as metodologias gerais e 
específicas do trabalho, e a serem aplicadas pela equipe responsável, em prazo a 
ser estipulado pelo referido órgão. Além das metodologias, deverão estar bem 
claras, também, as interaçõesentre as diversas atividades e o cronograma físico de 
execução dos trabalhos; 
 Apresentar o referido estudo em duas versões básicas: integral – EIA 
(para o órgão ambiental) e síntese – RIMA (consulta pública). 
 
Os estudos de impactos ambientais deverão conter, basicamente: 
1) Dimensionamento do problema a ser estudado: referindo-se ao 
conhecimento da atividade a ser implantada, em função de suas características 
locacionais e tecnológicas, dos recursos tecnológicos e financeiros disponíveis para 
controlar seus efeitos, do contexto socioeconômico, dos objetivos da política de uso 
e ocupação do solo, da legislação em vigor. Uma das maiores dificuldades na 
realização de um estudo é dimensionar o objeto a ser estudado de forma a obter os 
parâmetros que devem orientar sua condução (ou seja, a escolha de métodos e 
estratégias adequados; a seleção das informações; a identificação de alternativas 
viáveis à proposta apresentada pelo empreendedor). 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
71 
2) Descrição geral do empreendimento: com a identificação do 
empreendedor; os objetivos do empreendimento; identificação do local preferencial 
para a instalação e justificativas do empreendimento. 
3) Descrição técnica do empreendimento: com o detalhamento das 
tecnologias de implementação do empreendimento – na implantação e operação; 
alternativas tecnológicas para o empreendimento; área proposta para a implantação; 
alternativas locacionais; insumos; descartáveis; infraestrutura necessária para a 
implantação e operação. 
4) Planos governamentais: deverá ser apresentada uma relação geral dos 
planos e programas governamentais que se desenvolvem ou estão propostos para a 
região, identificando a ação proposta pelo empreendedor com os mesmos. 
5) Legislação referente aos recursos naturais, ambientais, ao uso e 
ocupação do solo: com a apresentação da legislação atualizada aplicada ao projeto. 
6) Áreas de estudo: AII (Área de Influência Indireta) e AID (Área de 
Influência Direta). Considerando-se áreas de estudo os sistemas naturais, sociais e 
econômicos sujeitos aos impactos diretos e indiretos da implantação e operação do 
empreendimento. A delimitação dessas áreas é função das características físicas, 
biológicas e socioeconômicas dos sistemas a serem estudados, das características 
do empreendimento, de suas ações e da forma de dispersão de seus descartáveis, 
incluindo os locais sujeitos de serem impactados acidentalmente. A delimitação da 
AID e da AII do projeto, plano ou programa proposto, e de suas alternativas, constitui 
um dos aspectos mais discutidos na realização dos estudos ambientais, tanto no 
ponto de vista conceitual como operacional. 
7) Diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e antrópico: caracterização 
detalhada e atualizada da situação ambiental dos sistemas físicos, biológicos e 
socioeconômicos das áreas de influência, previamente delimitadas, antes da 
implantação do projeto. 
8) Identificação e avaliação dos impactos ambientais decorrentes da 
implantação e operação do projeto: os impactos deverão ser identificados e 
avaliados de acordo com as metodologias da literatura nacional e/ou internacionais 
adotadas pela equipe responsável pelos estudos incluindo prognósticos realizados 
nas áreas de influências e estudos quanto à viabilidade do empreendimento. 
Deverão ser mencionadas, também, as alterações ambientais decorrentes das 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
72 
diferentes alternativas locacionais previstas e os estudos dos custos ambientais e 
benefícios socioeconômicos decorrentes da implantação e operação do projeto. 
9) Programa e planos ambientais: deverão constar os programas e os planos 
de gerenciamento/monitoramento das ações voltadas para a proteção ambiental e 
de minimização de impactos negativos provocados pelas diferentes fases do 
empreendimento (incluindo programas para situações emergenciais e de acidentes e 
programas e planos estratégicos para incrementar os impactos positivos 
identificados). 
10) Referências bibliográficas: com toda a bibliografia utilizada durante a 
confecção dos estudos. 
11) Deverá conter um relatório simplificado (RIMA) com informações 
técnicas descritas no EIA, em linguagem acessível ao público, ilustrado por mapas 
em escalas adequadas, quadros e demais técnicas de comunicação visual, de modo 
a ficar compreensível ao público leigo. 
 
 
11.3 ROTEIRO BÁSICO DE TERMO DE REFERÊNCIA PARA EIA-RIMA E 
OUTROS DOCUMENTOS TÉCNICOS EXIGIDOS PARA O LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
A fonte deste roteiro é a publicação do IBAMA “Avaliação de impacto 
ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas”. 
 
 
1. Identificação do 
empreendedor 
1.1. Nome ou razão social; número dos registros legais; 
endereço completo, telefone, fax; nome, CPF, telefone e 
fax dos representantes legais e pessoas de contato. 
2. Caracterização do 
empreendimento 
2.1. Caracterização e análise do projeto, plano ou 
programa, sob o ponto de vista tecnológico e locacional. 
3. Métodos e 
técnicas utilizados 
para a realização dos 
estudos ambientais 
3.1. Detalhamento do método e técnicas escolhidos para 
a condução do estudo ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, 
PRAD, etc.), bem como dos passos metodológicos que 
levem ao diagnóstico; prognóstico; à identificação de 
recursos tecnológicos e financeiros para mitigar os 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
73 
impactos negativos e potencializar os impactos positivos; 
às medidas de controle e monitoramento dos impactos. 
3.2. Definição das alternativas tecnológicas e locacionais. 
4. Delimitação da 
área de influência do 
empreendimento 
4.1. Delimitação da área de influência direta do 
empreendimento, baseando-se na abrangência dos 
recursos naturais diretamente afetados pelo 
empreendimento e considerando a bacia hidrográfica 
onde se localiza. Deverão ser apresentados os critérios 
ecológicos, sociais e econômicos que determinaram a sua 
delimitação. 
4.2. Delimitação da área de influência indireta do 
empreendimento, ou seja, da área que sofrerá impactos 
indiretos decorrentes e associados, sob a forma de 
interferências nas suas interrelações ecológicas, sociais e 
econômicas, anteriores ao empreendimento. Deverão ser 
apresentados os critérios ecológicos, sociais e 
econômicos utilizados para sua delimitação. Delimitação 
da área de influência deverá ser feita para cada fator 
natural: solos, águas superficiais, águas subterrâneas, 
atmosfera, vegetação/flora; e para os componentes: 
culturais, econômicos e sociopolíticos da intervenção 
proposta. 
5. Espacialização da 
análise e da 
apresentação dos 
resultados 
5.1. Elaboração de base cartográfica referenciada 
geograficamente, para os registros dos resultados dos 
estudos, em escala compatível com as características e 
complexidades da área de influência dos efeitos 
ambientais. 
6. Diagnóstico 
ambiental da área de 
influência 
6.1. Descrição e análise do meio natural e 
socioeconômico da área de influência direta e indireta e 
de suas interações, antes da implementação do 
empreendimento. (Dentre os produtos dessa análise, 
devem constar: uma classificação do grau de 
sensibilidade e vulnerabilidade do meio natural na área de 
influência; caracterização da qualidade ambiental futura, 
na hipótese de não realização do empreendimento). 
7. Prognóstico dos 
impactos ambientais 
do projeto, plano ou 
programa proposto e 
de suas alternativas 
7.1. Identificação e análise dos efeitos ambientais 
potenciais (positivos e negativos) do projeto, plano ou 
programa proposto, e das possibilidades tecnológicas e 
econômicas de prevenção, controle, mitigação e 
reparação dos seus efeitos negativos. 
7.2. Identificação e análise dos efeitos ambientais 
potenciais (positivos e negativos) de cada alternativa ao 
projeto, plano ou programa e das possibilidades 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
74 
tecnológicas e econômicas de prevenção, controle, 
mitigação e reparação de seus efeitos negativos. 
7.3.Comparação entre o projeto, plano ou programa 
proposto e cada uma de suas alternativas; escolha da 
alternativa favorável, com base nos seus efeitos 
potenciais e nas suas possibilidades de prevenção, 
controle, mitigação e reparação dos impactos negativos. 
8. Controle ambiental 
do empreendimento: 
alternativas 
econômicas e 
tecnológicas para a 
mitigação dos danos 
potenciais sobre o 
ambiente 
8.1. Avaliação do impacto ambiental da alternativa do 
projeto, plano ou programa escolhido, por meio da 
integração dos resultados da análise dos meios: físico e 
biológico com os do meio socioeconômico. 
8.2. Análise e seleção de medidas eficientes, eficazes e 
efetivas de mitigação ou de anulação dos impactos 
negativos e de potencialização dos impactos positivos, 
além de medidas compensatórias ou reparatórias 
(deverão ser considerados os danos potenciais sobre os 
fatores naturais e sobre os ambientes econômicos, 
culturais e sociopolíticos). 
8.3. Elaboração de Programa de Acompanhamento e 
Monitoramento dos Impactos (positivos e negativos), com 
indicação dos fatores e parâmetros a serem considerados.
FONTE: IBAMA, 1995. 
 
 
 
 
 
11.4 TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO 
AMBIENTAL E O RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – 
EIA/RIMA 
 
 
Vamos ver agora um exemplo de termo de referência para a elaboração do 
EIA-RIMA da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto do grupo Votorantim, nas cidades de 
Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
75 
USINA HIDRELÉTRICA DE TIJUCO ALTO Julho/2004 
 
INTRODUÇÃO 
Este Termo de Referência tem como objetivo determinar a abrangência, os 
procedimentos e os critérios para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), instrumentos de 
licenciamento ambiental para o Aproveitamento Hidrelétrico de Tijuco Alto, 
pertencente à bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape, localizada na divisa dos 
Estados de São Paulo e Paraná. 
Esta usina hidrelétrica é parte integrante dos aproveitamentos estudados, 
enquanto etapa de inventário da bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape. Assim 
sendo, para o licenciamento ambiental do empreendimento, o responsável legal por 
sua implantação deve elaborar EIA, baseando-se no Termo de Referência ora 
apresentado. O qual tem por finalidade fornecer subsídios técnicos capazes de 
nortear o desenvolvimento de estudos que diagnostiquem a qualidade ambiental 
atual da área de implantação do empreendimento e sua área de inserção, na bacia 
hidrográfica do rio Ribeira do Iguape. A partir deste diagnóstico realizado, os estudos 
devem possibilitar a avaliação integrada dos impactos ambientais, tanto para 
aqueles isolados e relacionados especificamente com o empreendimento quanto os 
cumulativos, que apresentam efeitos sinérgicos com demais projetos inventariados e 
propostos ou em implantação/operação na área de inserção. 
 
 
PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO 
O ato administrativo para conceder o licenciamento de empreendimentos 
potencialmente poluidores ou degradadores do meio ambiente, em especial 
aproveitamentos hidrelétricos, foi instituído como instrumento da Política Nacional de 
Meio Ambiente na Lei Federal 6938/81. A referida lei institui ainda o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, atribuindo competências concorrentes entre 
os diversos entes da Federação (União, Estados e Municípios) para implementação 
dessa Política. 
Desta forma, o IBAMA será o órgão licenciador e nesse procedimento 
deverá dar oitiva ao órgão Estadual de meio ambiente (§ 1º, art. 4º da Resolução do 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
76 
CONAMA nº 237/97). A referida Resolução preconiza, no seu art. 7º, que o 
licenciamento ambiental se dará em apenas um nível de competência, podendo o 
órgão licenciador solicitar ao empreendedor alterações, modificações que se fizerem 
necessárias para a perfeita consistência técnica do Estudo de Impacto Ambiental. 
O EIA integra a etapa de avaliação da viabilidade ambiental do 
empreendimento e a concessão, ou não, da Licença Prévia ao empreendimento, 
habilitando-o na continuação dos estudos que compreendem o Projeto Básico e o 
Projeto Executivo, os quais são necessários à obtenção da Licença de Instalação. 
Ao EIA/RIMA deverá ser dada publicidade, conforme exige a Constituição 
Brasileira, em seu artigo 225. Assim sendo, durante o período de análise do EIA, o 
IBAMA poderá promover a realização de audiências públicas, de acordo com o que 
estabelece a Resolução CONAMA nº 009/87. 
 
REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL 
A Constituição Federal, no seu artigo 225, inciso IV, trata que, para as 
atividades ou obras potencialmente causadoras de significativa degradação do meio 
ambiente, é exigível o estudo prévio de impacto ambiental, ao qual se dará 
publicidade. 
A Resolução CONAMA nº 001/86 situa as usinas de geração de energia 
elétrica com potência acima de 10 MW no campo das obras e empreendimentos 
sujeitos à avaliação de impacto ambiental, determinando a necessidade de 
apresentação do EIA/RIMA para aprovação de tais obras potencialmente poluidoras, 
indicando o conteúdo mínimo dos estudos. A Resolução CONAMA 006/87 
correlaciona a requisição e obtenção de Licença Prévia à apresentação e aprovação 
do EIA/RIMA, sendo que a Licença de Instalação deverá ser obtida antes da 
construção do empreendimento, enquanto que a Licença de Operação deverá ser 
obtida antes do fechamento da barragem. A Resolução CONAMA nº. 237/87 define 
as competências para proceder ao licenciamento e indica as fases a serem 
contempladas. 
Além desse ordenamento principal que trata da obrigatoriedade de 
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, o mesmo deverá se pautar pelos 
seguintes condicionantes legais: 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
77 
1) Decreto – Lei nº 25, de 1937, que organiza a proteção do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional; 
2) Decreto Federal nº 79.367, de 1977, que dispõe sobre normas e padrões 
de potabilidade da água; 
3) Decreto Federal nº 1.141, de 1994, que dispõe sobre ações de proteção 
ambiental de saúde e apoio de comunidades indígenas; 
4) Decreto nº 750, de 1993, que dispõe sobre o corte, a exploração e a 
supressão de vegetação primária ou nos estágios médio e avançado de Mata 
Atlântica e dá outras providências; 
5) Decreto nº 4340, de 2002, que regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 
de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências; 
6) Legislação estadual de meio ambiente dos Estados de São Paulo e 
Paraná; 
7) Lei Federal nº 9.427, de 1996, que dispõe sobre solicitação a ANEEL de 
autorização para realização de estudos ligados ao setor elétrico; 
8) Lei Federal nº 3.824, de 1960, que torna obrigatória a destoca, limpeza 
das bacias hidráulicas dos açudes, represas ou lagos artificiais; 
9) Lei Federal nº 3.924, de 1961, que dispõe sobre os monumentos 
arqueológicos e pré-históricos; 
10) Lei Federal nº 4.771, de 1965, que institui o novo Código Florestal e as 
alterações advindas da Lei Federal nº 7.803, de 1989, e da Medida Provisória nº 
2166-67, de 24/08/2001; 
11) Lei Federal nº 5.197, de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna; 
12) Lei Federal nº 7.247, de 1985, que disciplina a ação civil pública de 
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente; 
13) Lei Federal nº 7.990, de 1989, que institui para Estados, Distrito Federal 
e Municípios a compensação financeira derivada de empreendimentos hidrelétricos; 
14) Lei Federal nº 9.433, de 08/01/1997, que institui a Política Nacional de 
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos e Leis Estaduais de Recursos Hídricos; 
15) Lei Federal nº 9.605, de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
78 
16)Lei Federal nº 9.985, de 2000, que dispõe sobre a criação e categorias 
das Unidades de Conservação; 
17) Portaria IBAMA nº 37 N, de 1992, que apresenta e torna oficial a lista de 
espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção; 
18) Portaria IBAMA nº 1.522, que publica a lista oficial de espécies da fauna 
brasileira ameaçada de extinção; 
19) Resolução CONAMA nº 020/86, que dispõe sobre classes de águas e 
parâmetros de qualidade das águas, bem como suas alterações; 
20) Resolução CONAMA nº 009/87, que dispõe sobre a realização de 
audiência pública durante o período de análise do EIA/RIMA; 
21) Resolução CONAMA nº 006/87, que dispõe sobre regras gerais para o 
licenciamento ambiental de obras de grande porte do setor elétrico; 
22) Resolução CONAMA nº 004/94, que dispõe sobre os diferentes estágios 
de regeneração da Mata Atlântica, definição de vegetação primária e secundária e 
da outras providências; 
23) Resolução CONAMA nº 012/94, que dispõe sobre o Glossário de 
Termos Técnicos, elaborado pela Câmara Técnica Temporária para Assuntos de 
Mata Atlântica; 
24) Resolução nº 002/96 do CONAMA, que dispõe sobre a destinação de 
0,5% do valor dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento 
destinado à implantação de uma Unidade de Conservação ou melhoria em unidade 
já existente; podendo destinar desse montante 15% em sistemas de fiscalização, 
controle e monitoramento da qualidade ambiental no entorno do local de 
implantação da Unidade de Conservação; 
25) Resolução CONAMA nº 009/96, que dispõe sobre a definição de 
"corredores entre remanescentes", citado no artigo 7º do Decreto nº 750/93, assim 
como estabelece parâmetros e procedimentos para a sua identificação e proteção; 
26) Resolução CONAMA nº 300/02, que dispõe sobre os casos passíveis de 
autorização de corte previstos no art. 2º da Resolução nº 278, de 24 de maio de 
2001; 
27) Resolução CONAMA nº 303/02, que dispõe sobre parâmetros, 
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente; 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
79 
28) Resolução CONAMA nº 309/02, que dispõe sobre Planos de 
Conservação e de Uso a serem realizados no âmbito dos Estados da Federação 
compreendidos no bioma da Mata Atlântica, com base em estudos técnicos e 
científicos; 
29) Planos e programas governamentais propostos e em implantação na 
área de influência do empreendimento, considerando-se sua compatibilidade; 
30) Dispositivos legais em vigor em níveis Federal, Estadual e Municipal, 
referentes à utilização, proteção e conservação dos recursos ambientais, ao uso e a 
ocupação do solo e às penalidades por atividades lesivas ao meio ambiente. 
 
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA 
É um documento de natureza técnico-científica, que tem como finalidade 
subsidiar a avaliação dos impactos ambientais gerados por atividades e/ou 
empreendimentos potencialmente poluidores ou que possam causar degradação 
ambiental e propor medidas mitigadoras e de controle ambiental, procurando 
garantir o uso sustentável dos recursos naturais. Este estudo deverá ser 
desenvolvido considerando-se as seguintes abordagens técnicas: 
A. Os dados referentes ao Diagnóstico Ambiental deverão abranger pelo 
menos um período hidrológico completo da região. 
B. Apresentar os levantamentos e os potenciais impactos, considerando a 
sinergia dos empreendimentos já implantados e os em fase de implantação, bem 
como os inventariados na bacia do rio Ribeira do Iguape, principalmente a 
manutenção da vazão ecológica, a qualidade de água, os impactos na ictiofauna e 
remanescentes florestais. Bem como os impactos socioeconômicos, além de 
assegurar a manutenção dos usos existentes. 
C. Descrever e analisar os fatores ambientais e suas interações, 
caracterizando a situação ambiental atual da área de influência, antes da 
implantação do empreendimento, englobando: 
- Variáveis susceptíveis a sofrer, direta ou indiretamente efeitos significativos 
das ações referentes às fases de planejamento, implantação e operação do 
empreendimento, destacando a importância da área diretamente afetada no 
ecossistema da bacia; 
 
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80 
- A inserção do empreendimento deverá ainda abordar suas interrelações e 
influências (positivas ou negativas) em relação às políticas e obras governamentais 
de desenvolvimento, bem como das políticas de conservação e manejo da 
biodiversidade. 
D. Deverá ser apresentada, no momento da análise do estudo ambiental, a 
declaração de disponibilidade de água para a utilização do recurso hídrico e, no 
momento do envio do Projeto Básico Ambiental, deverá ser encaminhada à outorga 
definitiva. 
 
ABORDAGEM METODOLÓGICA 
A. O diagnóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá 
ser elaborado por meio de uma análise integrada, multi e interdisciplinar, a partir de 
levantamentos básicos primários e secundários. 
B. Todas as bases e metodologias utilizadas para a realização de cálculos e 
estimativas deverão ser claramente especificadas, referenciadas e justificadas. 
C. Todos os mapas apresentados deverão ser georreferenciados com 
coordenadas geográficas e UTM, legendados, em cores e em escala compatível 
com o nível do detalhamento dos elementos manejados e adequados para a área de 
influência. Os mapas deverão conter referência, carimbo com número do desenho, 
autor, proprietário, data e orientação geográfica em conformidade com o Termo de 
Referência elaborado pelo Centro de Sensoriamento Remoto do IBAMA. 
D. Para as áreas referentes às obras de maior porte, unidades de 
conservação, áreas indígenas e aquelas que apresentarem processo de degradação 
ambiental, deverão ser apresentados mapas em escala de maior detalhe, de acordo 
com as definições contidas neste termo de referência. 
E. A empresa deverá requerer os Pareceres da Fundação Palmares, IPHAN, 
FUNASA, FUNAI, quando for o caso. 
F. Todas as referências bibliográficas utilizadas deverão ser mencionadas no 
texto e relacionadas em capítulo próprio, contendo as informações referentes ao 
autor, título, origem, ano e demais dados que permitam o acesso à publicação. 
G. As informações ambientais básicas deverão ser obtidas nos órgãos 
oficiais, universidades e demais entidades detentoras de tais informações, 
complementadas com trabalhos de campo para validação ou refinamento destes 
 
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81 
dados ou informações. Para o meio socioeconômico, o EIA deverá basear-se em 
dados primários e secundários atualizados, tais como: o último Censo Demográfico 
do IBGE, o Zoneamento Econômico e Ecológico, indicadores de qualidade 
socioambiental, tais como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – PNUD/ONU, 
1998), dentre outros disponíveis. 
H. Deverão ser utilizados dados de sensoriamento remoto, com o uso de 
imagens de satélite, com a plotagem em escala apropriada. 
I. Deverão ser utilizadas tecnologias de geoprocessamento para avaliação 
integrada dos temas ambientais, produzindo mapas de sensibilidade ambiental, que 
deverão dar suporte à avaliação de alternativas de localização do empreendimento, 
gerando cartas e imagem. 
J. Apresentar mapa esquemático identificando e localizando todas as áreas 
legalmente protegidas por lei federal, estadual e municipal nas áreas de influência 
direta e indireta. 
K. A abordagem metodológica do meio socioeconômico deverá considerar o 
histórico das relações entre o homem e a natureza na região de influência 
analisando, de forma dinâmica, as interações entre os diversos grupos socioculturais 
ao longo do tempo, de forma a possibilitar o estabelecimento de tendências e 
cenários. 
L. O prognóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá 
ser elaborado considerando as alternativas de execução, de não execução e de 
desativação do empreendimento. Este prognóstico deverá considerar, também, a 
proposição e a existência de outros empreendimentos na bacia hidrográfica (tanto 
implantadosem operação, como os inventariados), bem como dos demais usos do 
solo e água. E suas relações sinérgicas, principalmente os aproveitamentos 
hidrelétricos situados a montante e a jusante do empreendimento proposto e nos 
seus tributários. 
M. A proposição de programas ambientais deverá ser capaz de minimizar as 
consequências negativas do empreendimento e potencializar os reflexos positivos. 
Deverão ser propostos Planos Programas de Controle e Monitoramento. 
N. Os Programas deverão ser apresentados com Cronograma de Execução 
e metodologia a ser aplicada. Os laboratórios deverão estar licenciados e 
cadastrados, conforme legislação vigente. 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
82 
O. O estudo deverá apresentar uma proposta de zoneamento ambiental da 
área de entorno do reservatório, com objetivo de ordenar e disciplinar os usos 
naquela faixa, para posterior desenvolvimento de instrumento normatizador, 
conforme Resolução nº 302/02 do CONAMA. 
P. O IBAMA encaminhará o Termo de Referência para subsidiar na 
elaboração do Plano Ambiental de Conservação e Uso do reservatório e 
zoneamento ambiental da Área de Preservação Permanente e do seu Entorno. 
Q. A Supressão de vegetação deverá ser realizada em duas fases distintas: 
a primeira, para o canteiro de obras e a outra, para o reservatório. 
R. Apresentar os efeitos de sinergia decorrentes dos diversos barramentos 
de montante e jusante ao longo da bacia hidrográfica (tanto os implantados como os 
inventariados) em que se propõe o empreendimento. Para o qual deverão ser 
estudados os impactos decorrentes e referentes aos recursos hídricos e aporte de 
sedimentos, migração, deslocamento e ausência de ambientes específicos de 
reprodução para ictiofauna, entre outros. 
S. Para as hidrelétricas que formarem trechos de vazão reduzida, apresentar 
análise dessa interferência na dinâmica ecológica do rio (hidrologia, biota aquática) e 
nas relações socioeconômicas da região. Esse item deverá contar com um cadastro 
atual dos usos da água e uma análise da interferência do empreendimento proposto 
em cada uso da água identificado. 
T. Na época do desvio do rio deverá ser realizado o salvamento da 
ictiofauna, com acompanhamento de especialista no assunto, bem como do IBAMA. 
A empresa deverá apresentar Relatório Técnico mostrando os procedimentos 
adotados e relatando todo o processo de salvamento, inclusive se houve 
mortandade de peixes, local onde foram relocados os espécimes, bem como 
identificar as espécies encontradas. Caso existam mamíferos aquáticos ou outros 
grupos julgados relevantes é fundamental a sua relocação, devendo ser 
apresentado o Plano de Manejo e Monitoramento para a referida espécie. 
U. O resgate de fauna deverá ter acompanhamento constante de técnico do 
IBAMA. A empresa proponente deverá viabilizar a infraestrutura para efetivar a 
atividade. 
V. Para realização dos levantamentos da fauna, torna-se imprescindível 
obter a Licença de Captura e Coleta da fauna, conforme a Portaria nº 332/90 e a 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
83 
Licença de Coleta, Transporte do material botânico, em atendimento às diretrizes 
estabelecidas na Conversão sobre Diversidade Biológica e na Política Nacional de 
Meio Ambiente. 
 
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO 
Anteriormente ao início do Estudo de Impacto Ambiental propriamente dito, 
deverão ser definidos os limites da área geográfica a ser direta e indiretamente 
afetada pelos impactos, denominada área de influência do empreendimento. Essa 
área deverá ser estabelecida a partir dos dados preliminares colhidos, devendo 
enfocar a bacia hidrográfica na qual o empreendimento será inserido, contemplando 
empreendimentos associados, tanto aqueles inventariados/propostos como aqueles 
em implantação/operação. No caso específico da área diretamente afetada, deve 
contemplar os territórios que serão inundados, parcial ou totalmente, fará parte do 
trecho a jusante até cinco quilômetros abaixo da cidade de Adrianópolis. As áreas de 
influência serão, portanto: 
A. Área de Influência Direta – AID - área sujeita aos impactos diretos da 
implantação e operação do empreendimento. A sua delimitação deverá ser em 
função das características sociais, econômicas, físicas e biológicas dos sistemas a 
serem estudados e das particularidades do empreendimento, considerando-se para 
o caso do Aproveitamento Hidrelétrico Tijuco Alto, no tocante aos meios: físico e 
biótico, a área de inundação do reservatório na sua cota máxima acrescida da área 
de preservação permanente em projeção horizontal, bem como outras áreas 
contínuas de relevante importância ecológica, além das áreas situadas a jusante da 
barragem em uma extensão a ser definida pelo estudo. 
Para os estudos socioeconômicos, será considerada como AID a extensão 
territorial dos municípios com parcela de área inundada, que apresentam trechos de 
vazão reduzida ou aqueles localizados a jusante da barragem, numa faixa a ser 
definida pelo estudo. 
B. Área de Influência Indireta – AII - é aquela real ou potencialmente 
ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento, 
abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconômico que podem ser 
impactados por alterações ocorridas na área de influência direta. Para o meio físico 
e biótico será considerada parte da bacia hidrográfica em que o empreendimento se 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
84 
insere, a ser definida pelo estudo. Para o meio socioeconômico, a área de influência 
indireta será compreendida pelo conjunto do território dos municípios que tenham 
terras alagadas e pelos polos municipais de atração à região. 
C. Área de Abrangência Regional – AAR – é a área objeto da 
caracterização regional dos estudos, utilizada para efeito de distinção de impactos 
cumulativos, com objetivo de situar no contexto da bacia hidrográfica os eventuais 
impactos cumulativos decorrentes dos diversos aproveitamentos hidrelétricos 
inventariados e/ou propostos. Será considerada a bacia hidrográfica do rio Ribeira 
do Iguape até a cidade de Registro, excluído seu contribuinte, rio Juquiá. Deverão 
ser apresentadas descrições e análises dos fatores ambientais e das suas 
interações, caracterizando a situação ambiental da área de influência, antes da 
implantação do empreendimento, englobando as variáveis susceptíveis de sofrer, 
direta ou indiretamente, efeitos significativos das ações referentes às fases de 
planejamento, implantação, operação e desativação do empreendimento. Também 
deverão ser apresentadas informações cartográficas em escalas compatíveis com o 
nível de detalhamento dos fatores ambientais estudados, em cada uma das áreas. 
 
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS E LOCACIONAIS 
Deverão ser apresentados estudos de alternativas locacionais do 
empreendimento, confrontando-as de forma a mostrar a melhor hipótese do ponto 
de vista ambiental, considerando ainda a possibilidade de não executá-lo. No caso 
de implantação do empreendimento, deverão ser avaliadas possíveis variantes em 
relação aos pontos mais críticos estudados, tais como zonas de instabilidade quanto 
a fatores abióticos, de extrema importância biológica, de importância para 
conservação ou proteção da biodiversidade, áreas de pressão antrópica, indústrias, 
projetos agrícolas, entre outras. 
Apresentar alternativas de localização de eixos de barragem e estudo de 
variação e viabilidade ambiental do empreendimento em diferentes cotas de 
operação. 
 
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR 
- Nome ou razão social; 
- Número dos registros legais; 
 
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85 
- Endereço completo; 
- Telefone e fax; 
- Representantes legais (nome, CPF, endereço, e-mail, fone e fax); 
- Pessoa de contato (nome, CPF, endereço, e-mail, fone e fax). 
 
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
Apresentação: 
- Objetivos. 
- Dados técnicos do empreendimento (arranjo, tipo, comprimento e altura da 
barragem, potência, lay-out da obra, desvio do rio,tamanho da área a ser inundada, 
cota e fase do enchimento do reservatório, sistema extravasor, sistema adutor, casa 
de força, energia, etc.), com previsão das etapas de execução. 
- Empreendimentos associados e decorrentes. 
- Localização do empreendimento. 
- Descrição da linha de transmissão associada incluindo planta 
planialtimétrica e planta perfil. 
 
Histórico do proponente: 
Descrever sucintamente a origem da empresa, os trabalhos que vêm sendo 
realizados pela organização e os tipos de projetos de desenvolvimento que já foram 
executados ou propostos. 
Informar experiência(s) da entidade em desenvolver trabalhos semelhantes 
ao proposto. 
 
Descrição do empreendimento: 
- Deverá ser feito um relato sumário do projeto da UHE e da Linha de 
Transmissão associada, desde a sua concepção inicial até a conclusão da obra. 
Informando sobre o projeto, no seu conjunto, dando destaques para a localização; 
matérias-primas necessárias e tecnologia para a construção e operação; 
cronograma relativo às fases de planejamento, instalação e operação do 
empreendimento; bem como os procedimentos de controle e manutenção. 
- Indicar sistemas de registro e controle das vazões na descrição do regime 
operacional do reservatório. Apresentar simulações operacionais considerando 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
86 
vazão (m³/s) afluente, vazão de engolimento, de vertimento e remanescente, 
geração e tempo de operação (h). 
- Apresentar dados sobre as flutuações no nível do futuro reservatório, 
indicando cotas, periodicidade, etc. 
 
Justificativas para o empreendimento: 
- Justificativas técnicas, econômicas e socioambientais, com a eventual 
importância da operação do empreendimento, em conjunto com outros reservatórios 
existentes ou previstos. 
- Descrever as razões que levaram a entidade a propor o projeto, deixando 
claro, os benefícios econômicos, sociais e ambientais a serem alcançados. 
 
Infraestrutura de apoio à obra: 
- Centros administrativos e alojamentos; 
- Estradas de acesso e de serviços; 
- Canteiros de obra (saneamento básico: água, esgoto e lixo); 
- Áreas de empréstimo e bota-fora; 
- Mão de obra necessária; 
- Detalhamento da área para supressão de vegetação do canteiro de obras; 
- Quantitativos, para a UHE e LT, de escavações em solo e rocha, volume 
de empréstimo. 
 
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 
O Diagnóstico Ambiental deverá retratar a atual qualidade ambiental da área 
de abrangência dos estudos, indicando as características dos diversos fatores que 
compõem o sistema ambiental atual, de forma a permitir o pleno entendimento da 
dinâmica e das interações existentes entre o meio físico, biótico e socioeconômico, 
bem como a fragilidade ambiental com a inserção do empreendimento, de acordo 
com a sequência apresentada a seguir. 
 
ESTUDOS ESPECÍFICOS PARA A BACIA HIDROGRÁFICA 
Os estudos específicos para a bacia deverão considerar a Área de Influência 
Indireta e, quando especificado, a Área de Abrangência Regional. 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
87 
 
Meio Físico 
Geologia, Geomorfologia e Solos: 
A partir da caracterização das condições geológicas, geomorfológicas, 
pedológicas e suas interações na bacia hidrográfica, que deverá considerar as 
características das rochas e suas possíveis áreas de risco, distribuição espacial do 
solo e rochas, além da compartimentação geomorfológica. Avaliar o potencial 
erosivo, tendo como referência o grau de estabilidade do leito do rio e de suas 
margens, observando se haverá, ou não, uma redução do transporte de sedimentos. 
Deverá ser realizada ainda, caracterização do tipo de relevo, identificando e 
delimitando os diversos padrões de formas erosivas e deposicionais, sua 
constituição e dinâmica superficial, visando à identificação de setores com diferentes 
graus de suscetibilidade a processos erosivos e deposicionais, tanto natural como 
de origem antrópica. 
 
Clima 
Caracterizar o clima da área de influência, destacando e avaliando as 
mudanças ocorridas no comportamento dessa variável, bem como as mudanças 
microclimáticas que poderão ocorrer após a implantação do empreendimento. O 
estudo deverá ser baseado em séries de dados históricos, obtidos em estações 
climatológicas presentes na bacia, além de indicar a metodologia e parâmetros 
utilizados. 
 
Recursos Hídricos: 
Caracterizar os recursos hídricos da bacia, segundo os subitens a seguir: 
- Caracterizar a rede hidrográfica da bacia, a partir de dados referenciais do 
regime hidrológico dos principais cursos d’água (vazões média, mínima e máxima). 
Esse estudo deverá indicar os cursos d’água perenes e intermitentes, as regiões de 
cabeceiras e nascentes, as estações hidrometeorológicas existentes (localização, 
tipo e período de operação) e as estruturas hidráulicas implantadas, bem como os 
grandes usuários desses recursos. Essas informações deverão ser apresentadas 
também por meio de mapas e planilhas. 
 
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88 
- Avaliar a qualidade das águas quanto aos aspectos físicos, químicos e 
bacteriológicos dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, destacando as 
principais fontes poluidoras. Esse estudo deverá contar com a indicação e 
justificativa dos pontos de coleta e dos parâmetros selecionados, além de análise da 
influência desses níveis de qualidade nas demais atividades da bacia. Também para 
a AAR. 
- Identificar os principais usos de água e destacar as demandas futuras por 
esse recurso. 
 
Espeleologia 
Realizar levantamento detalhado das cavernas (horizontais e verticais) 
localizadas na microbacia hidrográfica do rio do Rocha e o restante da área de 
influência direta do reservatório, contendo: 
- Mapa topográfico das grutas com indicação dos pontos fotografados, 
espeleotemas encontrados e zoneamento bioespeleológico. 
- Coordenadas em UTM e cotas altimétricas. 
- Classificação genética e dossiê fotográfico. 
- Identificação do nível em que se encontram cada caverna, ou seja, de 
carstificação ou não. 
- Identificação das cavernas que se encontram em desenvolvimento e das 
cavernas classificadas como paleocavernas, com suas cotas altimétricas. 
- Estudo paleontológico e arqueológico. 
- Delimitação do raio de influência de todas as cavidades levantadas. A 
representação cartográfica deve ser elaborada com a utilização de SIG, modelagem 
3D da área de influência direta, apresentando a indicação das cavernas com 
fotografias dos respectivos pórticos. 
Apresentar caracterização hidrológica e hidrogeológica das cavernas que 
estão dentro da cota de inundação. 
Apresentar os impactos relacionados com a alteração do regime 
espeleológico (geologia, hidrologia, hidrogeologia e biota) das cavernas levantadas, 
com a elevação do nível de base. 
 
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89 
Apresentar estudo de avaliação da ocorrência de inversão do fluxo das 
microbacias hidrográficas relacionadas na área do reservatório, que poderiam 
influenciar outros sistemas cársticos. 
Avaliar a interferência do empreendimento na fauna cavernícola, a partir de 
levantamento qualitativo e estudo das relações tróficas, caracterizando as 
interrelações com o meio. 
 
Meio Biótico 
Deverão ser caracterizados os ecossistemas terrestres e aquáticos da bacia 
hidrográfica. Todas as fontes de informação devem ser identificadas, assim como as 
principais publicações relativas à ecologia da região. Para o diagnóstico da fauna e 
flora, deverá ser indicada claramente a origem dos dados, a saber: dados primários, 
secundários ou fontes informais, incluindo a descrição da metodologia utilizada, com 
justificativas. 
 
Ecossistemas Terrestres 
A caracterização e análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar: 
- o mapeamento dos biótopos e ecótonos da área de influência, indicando as 
fitofisionomias e a florística; 
- identificação das espécies faunísticas (em especial as endêmicas, raras, e 
ameaçadas de extinção, migratórias, bem como as de valoreconômico e valor 
ecológico significativo), de seus habitats e biologia reprodutiva, destacando as 
espécies mais relevantes que utilizam áreas da bacia hidrográfica; 
- avaliação do grau de conservação dos corredores ecológicos na bacia 
hidrográfica (AAR) e as conexões existentes com outros fragmentos, com vistas a 
identificar as áreas a serem utilizadas para o suporte da fauna. 
- classificação das áreas de sensibilidade ambiental localizadas na bacia 
(AAR e AII), apresentação de relação contendo as unidades de conservação e áreas 
protegidas por legislação específica no âmbito federal, estadual e municipal, 
ressaltando os ecossistemas existentes e as espécies protegidas, além da distância 
ao empreendimento proposto. Estas informações deverão ser georreferenciadas e 
apresentadas em escala compatível, em mapa temático específico. 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
90 
- Avaliação da interferência do empreendimento nas espécies da fauna e 
flora, a partir de dados qualitativos, caracterizando as interrelações com o meio. 
 
Ecossistemas Aquáticos 
Deverão ser caracterizados todos os ecossistemas nas áreas atingidas pelas 
intervenções do empreendimento, a distribuição, interferência e relevância na biota 
regional, por meio de levantamentos de dados primários e secundários, 
contemplando a sazonalidade regional e caracterizando os estudos com dados 
recentes, abordando: 
- a interferência do empreendimento na biota aquática da bacia (AAR), 
considerando a distribuição e diversidade das espécies de interesse comercial, das 
espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, bem como a perda de fontes de 
alimentação, dos locais de desova, de áreas reprodução e criadouros naturais; 
- a importância da ictiofauna, principalmente as espécies reofílicas, 
identificando as rotas migratórias das espécies de maior relevância e prognosticando 
a sua perda, avaliando a possibilidade de formas de mitigação a partir da instalação 
de mecanismos de transposição e/ou preservação das rotas alternativas; 
- os principais tributários e as áreas úmidas, visando verificar ambientes de 
reprodução da biota aquática, em especial, das espécies migratórias; 
- a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos da bacia. 
 
Adicionalmente, deve-se caracterizar e georreferenciar as estações de 
coleta, justificando a escolha dos pontos e a metodologia de análise para cada 
parâmetro, o índice de similaridade entre os pontos de coleta e o tratamento 
estatístico aplicado. 
 
Meio Socioeconômico 
Deverá ser apresentado um diagnóstico socioeconômico, a partir de dados 
secundários, onde deverão constar os aspectos relacionados à dinâmica dos 
municípios, indicando a evolução, distribuição espacial e crescimento da população 
residente na área da bacia hidrográfica. A situação de infraestrutura dos mesmos, 
definições básicas quanto ao uso e ocupação dos solos na bacia, além de uma 
caracterização da estrutura produtiva regional. 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
91 
Populações tradicionais, remanescentes de Quilombos e Quilombos 
especificamente para as comunidades quilombolas deverão ser adotadas questões 
que foram sugeridas pelos assistentes do Ministério Público Federal ainda em 1997, 
a saber: 
- Identificação e localização de Comunidades de Quilombos ao longo da 
Bacia Hidrográfica do Ribeira abordando: denominação; município; área; número de 
famílias; titulação (tipo e natureza) instância fundiária; 
- Levantamento detalhado sobre o Patrimônio Cultural Material: sítios com 
reminiscências históricas, História da Ocupação Econômica e Social na Região e 
sobre a Formação das Comunidades de Quilombo. 
- Levantamento detalhado e integrado sobre sistemas produtivos, formas 
solidárias de produção (troca e venda de dias, mutirão) produção agrícola, 
estratégias alternativas ao trabalho agrícola (assalariamento, jornada, empreitada), 
extrativismo, sazonal idade do emprego, migrações regionais. Condições atuais da 
organização social e perspectivas de reprodução social: descrição dos Quilombos e 
das Comunidades enquanto tais. 
- Levantamento sobre os padrões culturais, rituais, festivos, hábitos 
alimentares, manifestações culturais relacionadas com o meio ambiente natural e 
sociorreligioso. 
- Perspectivas sobre o destino das Comunidades de Quilombo com a 
construção das barragens. 
- Sugestões alternativas dos quilombolas e das entidades representativas. 
- As lutas locais. 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA 
 
Meio Físico 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
92 
Geologia e Geomorfologia 
Identificar e avaliar possíveis áreas de risco geotécnico e de fuga d’água, a 
partir do detalhamento geológico/geotécnico da área de influência direta do 
empreendimento e em especial, para o eixo da barragem e obras civis. 
Avaliar a interferência da implantação do empreendimento com os recursos 
minerais de interesse econômico cadastrados na área de influência direta. 
Identificar e avaliar os principais condicionantes/mecanismos de deflagração 
de escorregamentos, a partir da caracterização da dinâmica superficial e 
identificação de setores com diferentes graus de suscetibilidade a processos 
erosivos e deposicionais, mapeando as encostas quanto às suas declividades, 
indicando o tipo de solo/afloramento de rocha associado. Deverá ser avaliada a 
estabilidade das encostas em decorrência do regime de operação do reservatório. 
Avaliar a interferência do empreendimento com as unidades de paisagem, 
as cavidades e monumentos naturais cadastrados, identificando as áreas 
susceptíveis a dolinamento, caracterizando-a como área de risco. 
 
Solos 
Analisar a suscetibilidade natural dos solos à erosão, bem como aptidão 
agrícola, silvicultural e uso atual dos mesmos, considerando a caracterização e 
descrição das classes dos solos, sua gênese e distribuição espacial na área de 
influência do empreendimento. 
 
Recursos Hídricos 
Caracterizar e avaliar o regime hidrológico dos cursos d’água da área de 
influência direta, a partir da análise das séries históricas de descargas líquidas. Essa 
avaliação deverá contemplar a estimativa de vazões de referência (Qmáx, Qmín, 
Qméd, Q7,10, Q90% e outras), variação dos níveis d’água e estudos sobre 
transporte de sedimentos nas calhas fluviais, identificando suas fontes e os locais de 
deposição. Essa avaliação deverá resultar na análise do balanço hídrico, tendo em 
vista os usos atuais e futuros desse recurso, bem como as exigências quantitativas e 
qualitativas desses usos. 
Avaliar o comportamento hidrológico do curso d’água considerando a 
intervenção do empreendimento nesse regime, bem como sua influência nos demais 
 
 AN02FREV001/REV 3.0 
93 
usos desse recurso. Nesse item deverá ser apresentada a regra de operação do 
empreendimento e suas alterações nos níveis d’água na barragem e a jusante 
dessas, observando as variações diárias e sazonais. 
Cálculo da vida útil do reservatório avaliando a sua viabilidade ambiental. 
Determinação da curva cota x volume e área inundada. 
Avaliar a potencialidade dos aquíferos existentes na área de influência do 
empreendimento, estudando, entre outros: 
- Localização, natureza, litologia e estruturas geológicas condicionantes; 
- Alimentação (inclusive recarga artificial), fluxo e descarga (natural e 
artificial); 
- Profundidade dos níveis das águas subterrâneas, dando enfoque ao lençol 
freático; 
- Relações com águas superficiais e com outros aquíferos. 
 
Indicar as possíveis interferências do enchimento do reservatório sobre o 
nível do lençol freático, a partir de cadastramento de poços existentes e da rede de 
perfurações e sondagens e do modelamento do regime de fluxo de águas. 
Avaliar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a partir de um 
refinamento dos dados obtidos no âmbito da bacia hidrográfica. Esse estudo deverá 
contar com análises de parâmetros físicos, químicos, bacteriológicos e 
hidrobiológicos,

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