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Desvendando os segredos da múltipla gestação! 1 Tema da Aula: Gemelaridade Tema da Aula: Intoxicaçãopor Agrotóxicos Intoxicação por Agrotóxicos: Como será organizada a aula? 1º Definição e Balanço Geral 2º Classificação 3º Inseticidas 4º Fungicidas 5º Herbicidas 32 19.11.2019 4º3º2º 5º Definição: Agrotóxicos são produtos químicos utilizados para combater pragas. Outros Nomes: praguicidas, pesticidas, defensivos agrícolas, agroquímicos ou biocidas. E senhores, onde eles estariam presentes? • Agricultura • Pecuária • Domicílio 3 controlar insetos, fungos, ácaros, ervas daninhas, etc; no controle de carrapatos, pulgas, mosca-do-chifre, etc; para matar pulgões e larvas em plantas, eliminar cupins, ratos, baratas, algas em piscinas, e carrapatos e pulgas em animais. Balanço Geral: • Le Monde, Abr/2010: O Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo e representa 16% da sua venda mundial. • 2009: Vendidas 780 mil toneladas (aprox. 8 bilhões dólares) 4 NR-7 (Portaria SSST nº 24, 29/12/1994) • Monitorização Biológica: a cada 6 meses • Ésteres Organofosforados e Carbamatos • Sangue: AcetilColinesterase Eritrocitária ou Colinesterase Plasmática ou Colinesterase Eritrocitária e plasmática (sangue total) • Determinar a atividade pré-ocupacional → VR • IBMP: • 30% de depressão da atividade inicial (eritrocitária) • 50% de depressão da atividade inicial (plasmática) • 25% de depressão da atividade inicial (sangue total) Conduta • Exposição excessiva (sem sintomas) • Afastar da exposição até normalização do indicador biológico • Ocorrência ou agravamento de doença: • CAT • Afastamento • INSS • Medidas de prevenção 7 Agrotóxicos 8 EPI 9 Pulverização aérea Classificação: 10 • Podem ser classificados de acordo com o tipo de praga a ser controlada ou com a sua estrutura química. • Podemos dividir em: • Inseticidas • Organofosforados • Carbamatos • Organoclorados • Piretróides • Fungicidas • Etileno-bisditiocarbamatos • Trifenil estânico • Captan • Hexaclorobenzeno • Herbicidas • Paraquat • Glifosato • Pentaclorofenol • Derivados do Ácido Fenoxiacético • Dinitrofenóis A PORTARIA Nº 03, DE 16 DE JANEIRO DE 1992 -DL50/CL50 Classifica de acordo com faixas a partir de sua toxicidade. • Classe I • Classe II • Classe III • Classe IV 11 • Extremamente Tóxico • Altamente Tóxico • Medianamente Tóxico • Pouco Tóxico • Vermelho • Amarelo • Azul • Verde E como é que acontece a contaminação? •Cutânea •Inalatória •Oral DL-50 CL-50 • Corrosivo • Irritação Severa • Irritação Moderada • Irritação Leve Mas temos que decorar essa lista toda? • Não caro aluno! Apenas os principais que serão abordados. • ORGANOFOSFORADOS (OF) • CARBAMATOS (CARB) • ORGANOCLORADOS • PIRETRÓIDES • FUNGICIDAS • HERBICIDAS 12 Organofosforados: • Absorvidos por vias: • Cutânea mais comum) • Inalatória manifestação mais rápida de sintomas) • Oral • Mecanismo de Ação: • Inibição da AChE (acetilcolinesterase) 13 Intoxicação por agrotóxicos mais comum do Brasil!!! Organofostorado Acetilcolinesterase É inibidaAcetilcolina se eleva Hiperestimulação Colinérgica Intox. Aguda Intox. Sub-Crônica Intox. Crônica Neurotoxicidade Tardia Representam 2/3 das mortes por agrotóxicos! 30% das tentativas de suicídio no mundo!(Cavalcanti,L.P.A.N. et al.) Existem muuuuuitos subprodutos, atualmente apenas 40 são legalizados para uso, mas outros foram até proibidos pela ONU. Mas e os Carbamatos? É quase a mesma coisa!!! • Bem absorvidos por todas as vias e conseguem facilmente atravessar a barreira hematoencefálica. • Lipossolúveis • Metabolizados hepaticamente • 90% é excretado pelos rins 14 Fórmula do carbamato de uso comercial Aldicarb ou "chumbinho" Intoxicação Aguda: ▪ Leve • Náusea • Fadiga • Mal estar ▪ Moderada • Salivação • Lacrimejamento • Broncorréia • Broncoespasmo • Bradicardia ▪ Grave • Insuficiência respiratória • Pupilas puntiformes • Arritmias • Paralisia • Coma • Convulsões 15 Estrutura química dos principais defensivos. • Miose • Sailorréia Discreta • Cólicas • Sudorese • Vômitos • Incontinência • Tremores • Letargia Intoxicação Manifestações Nicotínicas S. Colin. Aguda • INTOXICAÇÃO LEVE • AChe está pouco alterada, raramente inferior a 50% do basal. • INTOXICAÇÃO MODERADA • Síndrome muscarínica franca, e/ou sinais de estimulação nicotínica evidente • Alterações do SNC • A AChe entre 25 e 50% do basal • INTOXICAÇÃO GRAVE • A AChe está inferior a 25% do basal ou a enzima está completamente inativada (AChe = 0) 16 TRATAMENTO MEDIDAS GERAIS: •Ventilação adequada •Desobstrução das vias aéreas, •Aspiração das secreções •Ventilação assistida. •Exposição Dérmica •Fazer descontaminação, lavando áreas atingidas com água fria e sabão neutro, por 20 a 30 minutos •Exposição Ocular • Lavar com água ou solução salina morna, durante 15 a 20 min., pode ser usado colírio anestésico previamente para facilitar procedimento. •Ingestão, •Descontaminar o trato gastrointestinal com lavagem gástrica até 4 a 6 horas após, entubando o paciente. •Não provocar vômitos pelo risco de aspiração de derivados de petróleo. •Uso de Carvão Ativado, com laxativos como sulfato de sódio ou hidróxido de magnésio (para evitar constipação intestinal pelo uso do carvão). •Não usar laxantes oleosos leite ou alimentos gordurosos, pois aumentam absorção. TRATAMENTO ❑Moderada gravidade • Diazepam EV para controlar fasciculações musculares e convulsões. • Bicarbonato EV para corrigir a acidose metabólica (a correção do bicarbonato sérico deve ser plena). • Controle hidroeletrolítico. • Avaliar funções renal e hepática. ❑Contra-indicado: teofilina, aminofilina, morfina, reserpina e fenotiazínicos: podem aumentar a depressão central, colaborar para inibição da colinesterase ou provocar arritmias cardíacas. LABORATÓRIO • MEDIDA DA ATIVIDADE DE COLINESTERASE • CREATINO-FOSFO-QUINASE (CPK) • ELETROMIOGRAFIA PROGNÓSTICO • Morte usualmente por insuficiência respiratória devido fraqueza muscular e depressão respiratória do SNC, agravados por broncoconstricção e excessiva secreção brônquica (efeitos muscarínicos). Organoclorados: • Quase todos os produtos são proibidos no Brasil • Propriedades de bioacumulação, biomagnificação e persistência. • Absorção por todas as vias • Oral é a principal • Se acumula facilmente nos tecidos. 20 Mecanismo de ação ainda desconhecido! Como eles agem? • Parecem atuar nos canais de cálcio Alteram Fluxo de Sódio • Indutores de enzimas hepáticas em altas doses Hiperexcitação do SNC Clínica: ➢Náuseas, vômitos, diarréia; ➢Fraqueza, entorpecimento de extremidades; ➢Apreensão, excitabilidade, desorientação; ➢Contrações palpebrais, tremores musculares, convulsões generalizadas, podendo evoluir para coma e depressão respiratória, acidose metabólica, arritmias. ➢Pneumonite química se produtos com solventes derivados do petróleo. Tratamento: • Assistência respiratória • Diazepan para convulsões • Monitorização Cardíaca • Medidas de Descontaminação: • Lavagem Gástrica + Carvão Ativado • Medidas de Suporte: • Soro • Propanolol • Avaliação Hepática 21 Distúbios Hidroeletrolíticos Arritmias Ventriculares Não apressar eliminação, pode ser pior -Diálises, Diurese forçada e Hemoperfusão • Inseticidas sintéticos originados de produtos das flores de crisântemo. • 2 tipos principais: • Tipo I: Sem grupo ciano • Causam Síndrome T • Tipo II: Com grupo ciano • Verdadeiramente tóxicos • Mecanismo: • Despolarização dos Canais de Sódio • Em elevadas concentrações 22 INSETICIDAS PIRETRÓIDES Hiperexcitação do SNC Ligam-se a Receptores GABA Bloqueio de Canais de Cloro São alergênicos! -Problemas mais comumente cutâneos. INSETICIDAS PIRETRÓIDES • A dose letal é de 10 a 100g • Absorção Oral ou Inalatória • Rapidamente metabolizados pela CYP450• Clinica: • Dermatite de contato, • Urticária; • Secreção nasal aumentada (irritação de vias aéreas), • Broncoespasmo; irritação ocular, lesão de córnea; • Intoxicação grave: manifestações neurológicas como hiperexcitabilidade, parestesia e convulsões. 23 Não se acumula no organismo Excreção Renal • Tratamento: • Pele: água e sabão; • Olhos: soro fisiológico ou água durante 15 minutos; • Digestiva: carvão ativado, catárticos. Anti- histamínicos, broncodilatadores, corticóides, anti- convulsivantes (Diazepam) • Hipersensibilidade Severa: manter respiração, adrenalina, anti-histamínicos, corticóides, fluídos EV. Medidas de suporte. Fungicidas: • Principais: • Trifenil estânico: Em provas experimentais com animais há redução dos anticorpos circulantes. • Captan: Pouco tóxico, utilizado para tratamento de sementes para plantio. • Hexaclorobenzeno: Pode causar lesões de pele tipo acne (cloroacne), além de uma patologia grave, a porfiria cutânea tardia. • Podem conter : • Manganês • Etileno-etiluréia 24 Ação no SNC Parkinsonismo Carcinogênico, mutagênico e teratogênico Intoxicações Raras! Mas se acontecer... •Esvaziamento estomacal com carvão ativado; para irritação cutâneo-mucosa, •Tratamento sintomático; •Se risco de colapso: •Oxigenoterapia •Vasoconstritores por via parenteral. Herbicidas: -Glifosatoe Paraquat 26 Glifosato: • Absorção oral – 36%, • eliminação – 99% em 7 dias. • Adulto com ingesta a partir de 0,5 ml/Kg da formulação comercial necessita avaliação e monitorização hospitalar. • Dose de 25 ml tem causado lesões gastroesofágicas. Não tem ação inibitória de colinesterase. 27 • Clínica: • Cutâneo: lesões cutâneas por contato repetido ou prolongado, dermatite irritativa, pênfigo vulgar e alterações da cor da pele. • Ocular: causa irritação local, conjuntivite e edema periorbital, podendo levar a úlceras de córnea. • Inalação: Irritação das vias aéreas superiores. Glifosato: • A INGESTA DE MAIS DE 85ML É CONSIDERADA GRAVE! • Sintomas: • Irritação do trato gastrointestinal: ardência em orofaringe, sialorréia, dor epigástrica, náusea, vômitos e diarreia são as manifestações mais frequentes. • Dor importante, hematêmese, estridor e lesões extensas em orofaringe. • Sonolência, hipotensão (que pode surgir em até 12 horas) • Insuficiência respiratória, acidose metabólica e hiperpotassemia. A leucocitose é comum. 28 •Tratamento: •Assistência respiratória •Estabelecer via venosa (risco de choque) •Lavagem gástrica indicada se dose maior que 0,5 ml/Kg até 4 horas da ingesta •Hipotensão: fluídos, Trendelemburg, vasopressores. Hemodiálise, se necessário. •Endoscopia avalia lesões gastro-esofágicas. Paraquat: Herbicida dipiridílico não seletivo • Controle de ervas daninhas e como desfolhante pré- colheita. • Considerado um dos pesticidas mais tóxicos disponíveis • Ingestão de 10 a 20 mL de produto a 20% (200 mg/mL) pode causar a morte. • Efeito corrosivo e irritativo • Contato • Inalação • Ingestão 29 Corrosão da pele Irritação da Via Aérea Superior Bolhas e Úlceras Epistaxe FASE I: inflamação, edema e ulceração da mucosa da boca, faringe, esôfago, estômago e intestinos, vômitos incoercíveis, dor e ardência em orofaringe, em região retroesternal, epigástrica ou em todo o abdome, além de sialorréia, diarreia e hemorragia digestiva. FASE III: tosse, dispneia e taquipnéia; a dispneia severa e a cianose. FASE II: lesões hepáticas, renais, miocárdicas e dos músculos esqueléticos Paraquat: Tratamento: • Não há tratamento específico para a intoxicação por paraquat. • Medidas terapêuticas gerais são indicadas para evitar a absorção do paraquat através to trato digestivo e aumentar sua excreção. • A lavagem gástrica com terra de Fuller ou carvão vegetal ativado geralmente é utilizada para evitar a absorção do paraquat. • O aumento da excreção do paraquat por meio de hemoperfusão é frequentemente indicado como o próximo passo adequado. 30 31 Situação-problema Homem de 45 anos, apresenta queixa de dor de cabeça intensa, tontura, náusea e vômitos há cerca de 01 semana. Refere que trabalha na agricultura há mais de 20 anos, fazendo uso regular de agrotóxico. Seus sintomas pode ter relação com o trabalho? Caso- clínico • Paciente 40 anos, sexo masculino, agente de combate a endemias, trabalha com o carro fumacê, fazendo aplicação de Malathion (organofosforado) há 03 meses. No exame periódico queixou cefaleia, náuseas e diarreia. Apresentou alteração no exame de dosagem da colinesterase. • Conduta?
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