01 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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SUMÁRIO 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 2 
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (ART. 332) ...................................................................................... 2 
TIPO PENAL ............................................................................................................................... 2 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (ART. 332, PARÁGRAFO ÚNICO) ................................ 3 
CORRUPÇÃO ATIVA (ART. 333) ................................................................................................ 3 
TIPO LEGAL ............................................................................................................................... 3 
EXCEÇÃO À TEORIA MONISTA ............................................................................................. 3 
CONDUTA ................................................................................................................................... 4 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (ART. 333, PARÁGRAFO ÚNICO) ................................ 5 
DESCAMINHO (ART. 334) ............................................................................................................ 5 
TIPO LEGAL ............................................................................................................................... 5 
CARACTERÍSTICAS .................................................................................................................. 6 
 
 
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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (ART. 332) 
 
TIPO PENAL 
 
O crime de desacato está previsto no art. 332 do Código Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Segundo Rogério Sanches1, pratica esse crime o agente que, simulando prestígio com 
determinado servidor, pratica um dos núcleos do tipo penal, para obter vantagem indevida para 
si ou para outrem com preço da mediação. 
 
O mesmo autor afirma que o tipo penal exige dois requisitos: 
 
➢ Emprego de meio fraudulento: o agente não pode exercer influência sobre o 
funcionário público, do contrário, configurará o crime de corrupção; 
 
➢ A pessoa que se pretende exercer a influência deve ser, de fato, funcionário público, 
do contrário, a conduta poderá se amoldar ao estelionato; 
 
DÚVIDA: Qual a diferença entre o tráfico de influência e exploração de 
prestígio (CP, art. 357)? 
 
MUITO IMPORTANTE 
 
A exploração de prestígio ocorre quando a influência recair sobre juiz, jurado, membro do 
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha, ou seja, 
partes ou intervenientes da Justiça. 
 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, 
a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, 
funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
 
1 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral. 8ª edição. 2020, pág. 931 
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Dessa forma: 
 
 
 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (ART. 332, PARÁGRAFO ÚNICO) 
 
O art. 332, parágrafo único, do Código Penal, tem a seguinte redação: 
 
Art. 332, Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o 
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao 
funcionário. 
 
Pune-se com maior gravidade o agente que acaba insinuando que o funcionário público, 
que recai a influência, seria, supostamente, corrupto. 
 
CORRUPÇÃO ATIVA (ART. 333) 
 
TIPO LEGAL 
 
O crime de corrupção ativa está previsto no art. 333 do Código Penal nos seguintes 
termos: 
 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
O tipo penal visa reprimir a conduta do agente que tenta corromper o funcionário público 
por meio da oferta ou promessa de vantagem indevida. 
 
Ao contrário do que ocorre na corrupção passiva, é um delito classificado como crime 
comum, assim, não se exige uma qualidade específica do agente. 
 
EXCEÇÃO À TEORIA MONISTA 
 
TRÁFICO DE 
INFLUÊNCIA
Influenciar 
funcionário 
público (geral)
EXPLORAÇÃO 
DE PRESTÍGIO
Influenciar juiz, 
jurado, MP, etc 
(Justiça)
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MUITO IMPORTANTE 
 
DÚVIDA: Todos os concorrentes de um mesmo contexto criminoso respondem 
sempre pela mesma infração penal? 
 
Em regra, o Direito Penal brasileiro adota a chamada teoria monista. 
 
Para essa teoria, ainda que o fato criminoso tenha sido praticado por vários agentes, 
conserva-se único e indivisível2. 
 
Contudo, excepcionalmente, há previsão no Código Penal da teoria pluralista. 
 
A teoria pluralista é aplicada quando há criação de tipos penais distintos para agentes 
que buscam o mesmo resultado criminoso. 
 
Por exemplo, é o que ocorre nos crimes de corrupção ativa e passiva, respectivamente, 
imputados ao particular e ao funcionário público que se envolvem no mesmo contexto 
criminoso. 
 
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” oferece propina para que o Delegado de Polícia, “B”, deixe 
de lavrar o auto de prisão em flagrante contra si. “B” aceita a oferta e permite que “A” vá embora 
sem ser preso. 
 
Nesse caso, “A” responderá pelo crime de corrupção ativa (CP, art. 333) e “B”, pelo crime 
de corrupção passiva (CP, art. 317). 
 
 
 
 
CONDUTA 
 
Da redação do dispositivo legal, os núcleos do tipo penal são “oferecer” e “prometer” 
vantagem indevida. 
 
 
2 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral. 8ª edição. 2020, pág. 457 
TEORIA 
MONISTA
Regra
Todos respondem 
pelo mesmo tipo 
penal
TEORIA 
PLURALISTA
Exceção
É possível a 
imputação de tipos 
penais diversos
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Nesse sentido, a corrupção passiva é classificada como crime formal, bastando a oferta 
ou promessa da vantagem indevida, independentemente de efetivá-la. 
 
DÚVIDA: O particular que entrega vantagem indevida após o funcionário 
público solicitá-la pratica o crime de corrupção ativa? 
 
A resposta é NÃO. 
 
O tipo penal exige que o comportamento do agente seja ativo, ou seja, parte dele a oferta 
ou promessa da vantagem indevida. Assim, caso o funcionário público solicite a vantagem 
indevida, haverá apenas a corrupção passiva (CP, art. 317), sendo atípica a conduta do 
particular que cede ao pedido e a entrega. 
 
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, funcionário público, solicita R$ 10.000,00 a “B”, 
empresário, para não lavrar auto de infração e imposição de multa correspondente. “B” cede ao 
pedido e paga a quantia, já que a multa a ser aplicada seria milionária. 
 
No exemplo acima, há a tipificação apenas da corrupção passiva praticada por “A”, sendo, 
portanto, atípica o pagamento da vantagem indevida por “B”. 
 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (ART. 333, PARÁGRAFO ÚNICO) 
 
O art. 333, parágrafo único, do Código Penal tem a seguinte redação: 
 
Art. 333, Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em 
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato 
de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
Do dispositivo legal, observa-se que há o aumento de pena de 1/3 se o funcionário ceda à 
corrupção e aja conforme o interesse do corruptor. 
 
DESCAMINHO (ART. 334) 
 
TIPO LEGAL 
 
O crime de descaminho está previsto no art. 334 do Código Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamentode direito ou 
imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 
Trata-se de tipo penal que visa reprimir a conduta do agente que deixa de recolher os 
tributos de importação ou exportação. 
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Há, portanto, um nítido viés tributário no crime de descaminho. 
 
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, ao regressar do exterior, deixa de recolher os tributos de 
importação relativos aos produtos adquiridos durante a viagem. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
MUITO IMPORTANTE 
 
Inicialmente, vale registrar que o tipo penal sofreu alteração legislativa relevante por 
meio da Lei nº 13.008/14, que retirou a conduta correspondente ao contrabando do art. 334 
do Código Penal. 
 
Nesse sentido, com o advento da mencionada lei, a figura típica do contrabando encontra-
se no art. 334-A do Código Penal, mantendo-se, apenas, o descaminho no dispositivo ora 
abordado. 
 
DÚVIDA: O que significa o princípio da continuidade normativo-típica? 
 
O princípio da continuidade normativo-típica é o fenômeno que ocorre quando a 
revogação ou alteração legislativa não afasta a ilicitude de determinada conduta, uma vez que 
sua tipificação se dará em outro tipo penal. 
 
Como dito anteriormente, o contrabando e o descaminho eram tipificados no art. 334 do 
Código Penal. 
 
Contudo, após a Lei nº 13.008/14, a tipicidade do contrabando foi deslocada para o art. 
334-A do Código Penal, sem que isso configurasse uma abolitio criminis, ou seja, ocorreu apenas 
o “transporte” do crime de um tipo penal para outro. 
 
DÚVIDA: Qual a diferença entre o descaminho e o contrabando? 
 
Em ambos, há a prática de um ilícito relacionado à importação ou exportação de 
produtos. 
 
Contudo, se o descaminho reprime a conduta do agente em sonegar os impostos de 
importação ou exportação, o contrabando visa criminalizar a importação ou exportação 
de produtos proibidos. 
 
Assim: 
 
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DESCAMINHO
Importação ou 
exportação
Sem pagamento 
de tributos 
devidos
CONTRABANDO
Importação ou 
exportação
Produto proibido
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