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1 Fabiana Nogueira-6º semestre Afogamento Definição: Submersão em um meio líquido resultando em dificuldade respiratória ou asfixia. É a principal causa de morte por ferimentos entre crianças menores de 15 anos. Cerca de 500 mil mortes ao ano Muitos afogamentos não são computados Grande maioria sobrevive ao evento Podemos ter lesões mínimas até doenças neurológicas Incidência trimodal→ < 5 anos: incidental vs intencional, 15-24 anos, idosos: atenção as banheiras. Fisiopatologia: As vias aéreas quando estão submersas, a boca entra em contato com a água, fazendo com que o paciente tenha eventos de cuspida e engolida de água. Nesse momento, temos uma resposta imediata do indivíduo em segurar a respiração por cerca de 1 minuto. Depois desse tempo, temos uma aspiração de água para vias aéreas, gerando uma tosse reflexa e um laringoespasmos, consequência disso tudo é a asfixia e hipóxia do SNC. Lembrar que essa água aspirada é rica em bactérias e/ou irritantes químicos. Muitas vezes também temos episódios de vômitos. Quando a água entra em contato com os alvéolos, temos uma inativação do surfactante (substância que mantém o alvéolo aberto). Importante SABER: Águas salgadas e doces possuem o mesmo grau de lesão. Temos o efeito osmótico membrana alvéolo-capilar, gerando um rompimento da sua integridade. Esse rompimento faz com que tenhamos um aumento da permeabilidade, tendo um comprometimento da função pulmonar e consequentemente um edema pulmonar. Todo esse quadro fisiopatológico pode levar aos distúrbios hidroeletrolíticos, principalmente aspirações de 22ml/kg. Essas anormalidades serão transitórias. Precisamos ter atenção as disfunções orgânicas posteriores ao afogamento. Informações complementares: O laringoespasmo representa uma exacerbação do reflexo fisiológico do fechamento glótico. Esse reflexo é imprescindível para que as vias aéreas fiquem protegidas de qualquer partícula ou corpo estranho que possa causar asfixia ou broncoaspiração. Glote é uma estrutura anatômica localizada na porção final da laringe com a função de saída e entrada de ar para os brônquios e pulmões, ajuda 2 Fabiana Nogueira-6º semestre também na função fonatória uma vez que a prega vocal e vestibular localizam-se dentro dela. Diferença entre GLOTE X EPIGLOTE: A epiglote é a estrutura cartilaginosa que garante que o alimento siga em direção ao sistema digestório, impedindo sua entrada no sistema respiratório. A glote, por sua vez, é uma região localizada entre as duas pregas vocais. Classificação do afogamento: Achados clínicos do afogamento: Lesão pulmonar: Taquipneia→A taquipneia é um termo médico usado para descrever a respiração acelerada, que é um sintoma que pode ser causado por uma grande diversidade de condições de saúde, em que o organismo tenta compensar a falta de oxigênio com uma respiração mais rápida. Desconforto respiratório Hipoxemia→Baixo nível de oxigênio no sangue. Cianose→Cor azulada ou acinzentada da pele, das unhas, dos lábios ou ao redor dos olhos. PCR Sibilos→ Os sibilos são sons altos, semelhantes a um assobio que ocorrem durante a respiração quando há bloqueio parcial das vias aéreas. Roncos→Está relacionada com obstrução das vias respiratórias. Estertores→Exprimir uma respiração com estertor; emitir respiração que denota agonia; arquejar, agonizar. Lesão gástrica: Distensão gástrica com consequente vômito. Aspiração do conteúdo gástrico→ Risco de SDRA. Aspiração de contaminantes leva a um risco de infecções. Informações complementares: SDRA:Condição na qual há acúmulo de fluidos nos sacos de ar dos pulmões, privando os órgãos de receberem oxigênio. A Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) pode ocorrer em pessoas que estejam gravemente doentes ou que tenham lesões significativas. Ela costuma ser fatal, e o risco aumenta com a idade e a gravidade da doença. Pessoas com SDRA sofrem falta de ar intensa e, muitas vezes, são incapazes de respirar por conta própria, sem o apoio de um ventilador pulmonar. Lesão do SNC: Letargia→ Coma Pupilas fixas e dilatadas Quando o paciente é submetido a hipóxia→ liberação de mediadores inflamatórios→ Esses mediadores irão liberar radicais livres de O2→ geração de edema citotóxico no cérebro→comprometimento da barreira hematoencefálica→ aumento da pressão intracraniana. 3 Fabiana Nogueira-6º semestre Lembrar que: As águas geralmente são geladas, isso pode levar a uma hipotermia com posterior arritmia cardíaca. Consequência dos achados clínicos: IRA→ acidose lática e hipoperfusão prolongada. Coagulopatia→ CIVD ou hipotermia. PCR→ colapso cardiovascular. Exames complementares solicitados: Gasometria: Em casos de hipóxia, hipercapnia, acidose metabólica. Repetir a cada 12 horas se insuficiência respiratória. Hemograma completo: Pode ocorrer leucocitose. Anemia hemolítica pode ocorrer eventualmente. Plaquetopenia pode ocorrer se houver CIVD. Na, K, cálcio: Alterações eletrolíticas podem ocorrer nos pacientes. Coagulograma (RNI): Pacientes podem apresentar prolongamento do RNI. ASL, ALT: podem estar aumentados se lesão hepática associada por isquemia-hipóxia. Bilirrubinas: Podem aumentar se lesão hepática. Bilirrubina indireta pode aumentar se hemólise associada. Raio X do tórax: indicada para todos os pacientes. TC do crânio: Realizar se suspeita de trauma. RM de crânio: Indicada para avaliação do prognóstico após 3- 4 dias. EEG: indicada se suspeita de convulsão ou se o paciente estiver persistentemente inconsciente. OBSERVAÇÃO: Os pacientes que se apresentarem na emergência com escala de coma de Glasgow > 13, saturação de O2 > ou igual 95% e sem achados pulmonares (tosse, roncos, sibilos, retrações, estertores), em geral não precisam de qualquer exame. TRATAMENTO: Realizar A B C D E Pré-hospitalar: Restauração rápida da oxigenação e ventilação do paciente. Devemos iniciar em todos os pacientes com menos de 60 minutos de submersão e sem sinais de evidentes de morte (rigidez cadavérica). Na água: Pode-se iniciar ventilação- desde que não atrase na remoção ou diminuição da segurança. Iniciar prontamente em solo RCP. Em casos de pacientes com PCR. Lesão de coluna: 0.5% em afogamento→ Proteger se história justificar. Transportar todos os pacientes para avaliação após evento. Sequência de atendimento: 1) Administrar oxigênio em alto fluxo (MNR ou VPP) 2) Manter ventilação e oxigenação adequadas. (Alvo- 90-95%) Na chegada no departamento de emergência... 4 Fabiana Nogueira-6º semestre 1) Avaliar vias aéreas 2) O2 para hipóxia→ Pacientes que possuem saturação adequada não precisam de reposição de O2. 3) Temperatura > 34.9ºC→ Para isso podemos utilizar mantas aquecidas ou isotônicos aquecidos. Se o paciente... Glasgow> ou igual a 13, saturação maior ou igual 95% e ausência de achados pulmonares: Alta em 4-6 horas após observação. Glasgow menor que 13, saturação menor que 95% e presença de achados pulmonares: Suporte de 02 e ventilação conforme necessário. Caso o nosso paciente precisar ser intubado, precisamos saber da ventilação adequada: 1) Volume corrente: 8mL/kg do peso total. 2) FR objetivando volume minuto de 7-9L/min (máx:FR 35) 3) Peep inicial: 5cmH2O. Objetivo da oxigenação: PaO2: 55-80mmHg ou SpO2:88- 95%. A partir do momento que atingimos nosso objetivo, precisamos nos preocupar em diminuir a Fi02 para um valor menor que 70% e aumentar a PEEP para alcançar as metas. Precisamos nos atentar sempre que possível: SDRA ATB→ Apenas se houver infecçõesassociadas (febre e leucocitose por 48 a 72 horas). No mais... Cuidados intensivos para esse paciente. Prognóstico e segmento do paciente: Submersão por > de 10 minutos Tempo até SBV > 10 minutos Tempo de ressuscitação> 25 minutos Temperatura da água Idade < 3anos Glasgow < 5 Apneia persistente e necessidade de ressuscitação cardiopulmonar no departamento de emergência. pH arterial <7,1 na apresentação ao departamento de emergência. Manejo: Resgate sem qualquer sinal e sintoma→ Avalie e libere a vítima no local do evento. Grau I→ Com tosse e sem espuma na boca e no nariz→ Repouso, aquecimento e medidas que visem conforto e tranquilidade da vítima. Grau II→ Com pouca espuma na boca/nariz→ Aquecimento corporal/ repouso /tranquilização/ observação hospitalar por 6 a 24 horas. Grau III→ Com muita espuma na boca/nariz e pulso radial presente→ O2 por máscara facial (15L/min) no local do evento/PLS-dir./CTI. 5 Fabiana Nogueira-6º semestre Grau IV→ Com muita espuma na boca/nariz e sem pulso radial presente→ O2 por máscara facial (15L/min) no local do evento/observar respiração (pode haver PR) /PLS- dir./RV/CTI. Grau V→ Para respiratória com pulso carotídeo→ boca a boca/ se recuperar trate como grau 4. Grau VI→ PCR→ RCP/ Se recuperar trate como grau IV.
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